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Quinta-feira • 11 de outubro de 2018 •

979
•1

11 outubro 2018
Ano 18
quinta-feira
 0.70 iva incluído
Diretor: Luís Baptista-Martins
semanário

Direção da ACG a prazo com

chumbo da venda da sede
e contas contestadas
A Associação Comercial da
Guarda (ACG) ficou «mais
vulnerável» a pedidos de
insolvência dos credores
depois dos sócios terem
chumbado a venda do edifício
sede da instituição para
pagar dívidas. O receio foi
assumido pelo presidente
da direção, Miguel Alves,
na noite de terça-feira
no final de Assembleia-
Geral extraordinária pouco
concorrida Pág.5

Vindimas confirmam quebras Para contrariar reduções da ordem dos

50 por cento, as Adegas de Figueira de
Castelo Rodrigo e Fundão vão apostar

da produção de uvas
em novos vinhos, enquanto em Vila
Franca das Naves se opta por manter
as marcas existentes, «sem entrar em
euforias» Pág.9

Autarquias Guarda Covilhã Fundão Guarda

Dívidas de Autarquia inicia Receção ao EDIÇÃO ESPECIAL!
Comissão Belo Horizonte
Fornos, Fundão, despoluição Playstation
dos
Consolas
Caloiro arranca Europeia em obras
ANIVERSÁRIO
Celorico e Covilhã rios Noéme e Diz
acima do limite Projeto de um milhão de euros
no domingo
Estudantes da UBI preparam-
distingue Centro
de Negócios
Tiveram início na semana pas-
ANIVERSÁRIO
sada as obras de recuperação do
histórico restaurante situado no
O Anuário Financeiro dos Mu- vai consistir na reabilitação da se para mais uma semana de Projeto lançado há cinco anos centro histórico da Guarda e que
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nicípios Portugueses de 2017 galeria ribeirinha e na criação de O vale só poderá ser descontado na loja indicada. Apenas

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confirma alguma tendência de re- postos em

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cuperação financeira das Câmaras “startups”, tendo conquistado

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 2• • Quinta-feira • 11 de outubro de 2018
no  fio  da  navalha
Centro de Negócios
do Fundão
Galardoado com o prémio RegioStars
2018, atribuído pela Comissão Europeia, o
Centro de Negócios e Serviços Partilhados
do Fundão tem agora mais motivos para
continuar a crescer. Numa época em que as
empresas fogem do interior, a incubadora de
empresas fundanense já criou, desde 2014,
500 postos de trabalho e atraiu 14 empresas
ligadas às novas tecnologias. A prova de que
é possível criar emprego e gerar investimen-
to nos territórios da Beira Interior.
Arménio Carlos
O secretário-geral da CGTP veio ao
Fundão e não teve pejo em afirmar que a lei
do Orçamento para 2019 deve considerar já
a abolição de portagens nas antigas SCUT
do interior. Esta é mais uma voz, relevante,
a juntar-se às muitas que por cá se têm le-
vantado contra a manutenção de portagens
nas A23 e A25. Considerando a influência
dos comunistas na “Geringonça” espera-se
que essa tomada de posição possa chegar
ao governo.
Miguel Alves
A já fragilizada direção de Miguel Al-
ves foi apoucada pelos sócios da Associa-
ção Comercial da Guarda na Assembleia-
Geral extraordinária realizada anteontem.
Sem contas aprovadas desde 2016, nem
documentos comprovativos e certificados
por falta de dinheiro para pagar esse
trabalho, a gestão da coletividade caiu no
domínio da suspeita, a tal ponto que os
associados pedem a demissão da direção.
O que deverá acontecer em breve, mas
antes, deverá apresentar as contas, aliás
determinantes para o futuro da centenária
associação.
Governo
O Governo PS tinha prometido que
quando os preços dos produtos petrolífe-
ros disparassem, o valor do complemento
sobre o imposto dos combustíveis seria
reduzido. Porém, a receita fiscal sobre o
combustível está a dar muito jeito às con-
tas públicas, ainda que esmifre quem tem
de usar o carro todos os dias. O gasóleo
já ultrapassou o euro e meio em muitas
“bombas” portuguesas e no passado
fim-de-semana os portugueses invadiram
Fuentes de Oñoro para pouparem cerca
de 30 cêntimos. Assim se prejudicam os
portugueses e a economia da Raia em
benefício da fazenda pública espanhola.
Cara
Entrevista
a P
cara
«O Guarda Basket
tem sobrevivido
sem vícios,
com os gastos
necessários para
a sua atividade»
P - O Guarda Basket é o clube mais
antigo da cidade nesta modalidade.
Como tem sobrevivido?
R – Atualmente sim e só apareceu
porque na altura não havia mais nenhum.
Temos sobrevivido sem “vícios”, pois os
gastos são apenas os necessários para a
atividade.
Para além do apoio de particulares
e pais, o apoio que recebemos das en-
tidades oficiais é muito diminuto para
a atividade que temos. Respeitamos os
critérios, mas verificamos que noutras
regiões essas ajudas são maiores. Uma
coisa é ter uma atividade diária e per-
manente, outra é realizar iniciativas
pontuais. Tudo o que amealhamos
é para a estrutura da coletividade,
salvo despesas de emergência
para as atividades. Quando nos
deslocamos fora os atletas le-
vam o seu próprio farnel.
É claro que há alguns
dias de convívio
entre todos, há
partilhas entre
os pais, mas no
essencial não
temos gastos di-
tos “supérfluos”.
Até hoje temos sido
tímidos em pedir ajuda
aos pais, mas eles cada vez mais estão
a ficar perto de nós e a compreender o
projeto, que é de longo prazo.
P - Quais são as principais dificul-
dades do clube?
R- Há várias, mas neste momento,
em que estamos a inscrever os atletas,
verificamos que as inscrições e taxas na
Federação são cada vez mais caras. Ter
uma equipa é difícil, mas quando se têm
vários escalões, a situação complica-se.
Depois vêm as distâncias, transportes,
seguros, etc.. Nas grandes regiões as
equipas vão para os jogos de autocarro,
de metro ou vão tomar café a um extremo
da cidade e têm os problemas resolvidos.
Quando há uma deslocação mais longa é
transformada num passeio. As equipas
do interior são mais penalizadas por isso.
P - O Guarda Basket tem um ter-
reno para instalar a sua sede. Quando
será possível iniciar as obras do pavi-
lhão? O que falta?
R - Há vários anos que temos desen-
volvido a atividade pensando apenas no
dia a dia, mês a mês, ano a ano. Isto não
significa que não haja planeamento, mas
é apenas uma estratégia de forma a não
sentir tanto as dificuldades e uma manei-
ra de não desanimarmos. Entrámos agora
num ciclo temporal que pode ser de três
a seis anos. Veremos como estaremos e
a resposta depende desse fator.
P - Como está o clube em termos
competitivos?
R - Não nos preocupamos com a
competição, mas também queremos
sobreviver. A atividade desenvolvida
e r f i l
José Paulos
Presidente da direção do Guarda Basket
Idade: 66 anos
Naturalidade: Santa Eufêmia (Pinhel)
Profissão: Professor
Currículo: Professor de Educação Física,
dirigente associativo desde os 14 anos e
medalha de Mérito da Cidade da Guarda
Livro preferido: Não tem apesar de gostar
de ler e escrever; mas sem tempo
Filme preferido: Não tem apesar de ter
realizado curso de cinema aos 16 anos
Hobbies: Dirigente e técnico desportivo
na base do processo de aprendizagem
é um dos nossos lemas. Somos lúcidos
porque conhecemos bem esse fenómeno.
As dificuldades só podem ser ultrapas-
sadas com inteligência. A competição é
um falso problema porque antes dela há
fatores que têm de ser ultrapassados e
resolvidos. Há que entender e respeitar
todos. Os estudos dos jovens, a família,
a falta de espaço para treinar e outras
literacias desportivas, culturais e
sociais que bem conhecemos; não
há competição sem a prática
desportiva saudável. As árvo-
res sabem que o vento não
sopra sempre do mesmo
lado e também sabem de
que lado nasce o sol. Elas
também sobrevivem
porque na natureza há
espaço para todas as
espécies desde que o
homem a respeite.
P - O que falta
para haver um cam-
peonato distrital de
basquetebol?
R - Depende das
caraterísticas e do tipo
de campeonatos, mas,
em resumo, faltam mais
equipas no distrito, que
em determinadas alturas
já houve.
P - Quantos prati-
cantes conta atualmen-
te? Acha que é possível
crescer em temos de atletas
federados?
R - As inscrições só agora se ini-
ciaram, mas temos tido anualmente um
número a rondar a centena de atletas
federados, depende dos anos. No seu me-
lhor ano, o Guarda Basket teve perto de
145 atletas federados, atingindo com os
não federados cerca de 170 praticantes.
Se pensamos crescer? Não nos preocupa-
mos com números. Preocupamo-nos em
fazer o trabalho que devemos, dia a dia e
tudo o que vem a seguir é prémio.
P - Quais são os seus projetos para
o futuro?
R - Dar melhor condições aos pratican-
tes e a todos; os “resultados” virão depois.

opinião
António Ferreira
antonio.ferreira.adv@netvisao.pt
Contam-me os esforços da Câmara para arranjar um
padroeiro à cidade. Um tema destes nas mãos de um ateu
pode correr mal, mas prometo conter-me. Mesmo assim,
na minha forma de ver as coisas, terei de identificar o
assunto como uma variante celestial, digamos, da terrena
atividade do “lobbiyng”. “Senhor”, suplicaria por nós o
nosso padroeiro, “podereis Vós ajudar aquela gente com
aquele problema de …” (inserir problema). É claro que
a resposta poderia ser “porque deverei ajudar esses em
particular e não todos os que têm o mesmo problema?”,
ou até “mas tu achas que isto vai de pedidos, que Eu não
determinei já há muito o destino de todas as minhas cria-
turas?”, mas isso é uma questão de outra magnitude, a
ser debatida noutros lugares (nem que seja, por exemplo,
afixando um manifesto numa qualquer catedral alemã).
Alguns podem pensar que a Câmara concluiu que os
problemas da cidade já não podem ser resolvidos pelos meios
normais, ou que só lá vamos com milagres, o que é inquie-
tante, mas demos de barato que se trata apenas de preencher
um vazio, de encontrar um santo para uma cidade que não
tem nenhum (é melhor também não insistir neste caminho).
Uma abordagem para a escolha do padroeiro poderia
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São Nunca, à tarde
passar por uma sondagem na cidade, destinada a apurar
qual o santinho, ou santinha, de maior ou especial devoção
da maior parte das pessoas – uma vez que parece afastada
a possibilidade de um concurso público. Outro seria seguir
critérios com alguma lógica: São Pedro ou São João, pelo
caldo de grão e pelas sardinhas?; Ambos?; O santo que
calhe no calendário no dia da cidade?; O que corresponda,
nos “super-poderes” (desculpem) geralmente atribuídos a
cada um dos santos, às nossas necessidades?
Outra, talvez mais adequada, com mais cor local, seria
aproveitar o momento para recapitular tudo aquilo de que
a cidade precisa, ou foi prometido, e não tem. Lembro-me,
por exemplo, da estrada para o maciço central da Serra
da Estrela, da Alameda da “Ti Jaquina”, da segunda fase
do novo Hospital, do regresso dos serviços públicos que
saíram ou, tendo sido prometidos aqui, foram para outro
lado, de uma solução para o despovoamento, de uma baixa
de impostos, começando pelo IMI, da abolição das porta-
gens na A23 e na A25, de estratégias para fazer regressar
os muitos que partiram, do Centro de Estágio em altitude,
da conclusão da VICEG. Este historial sugere o nome de
um santo e poderá perfeitamente ser São Nunca.
Quinta-feira • 11 de outubro de 2018 • •3
editorial Luís Baptista-Martins
baptista-martins@ointerior.pt
“O Cidadão de
Cidadelhe”
No dia 8 de outubro de 1998 José Saramago tornou-se o
primeiro e, todavia, único Prémio Nobel da Literatura de língua
portuguesa. Duas décadas depois, e para além das muitas
iniciativas que, um pouco por todo o lado, recordam aquele
momento histórico, cabe-nos, também, elevar esse extraor-
dinário momento e encontrar a sua relação, profícua, com a
nossa memória e com a sua passagem pela região. Porque
se o momento foi histórico para a literatura lusófona e para
o escritor, também o foi para aqueles que gostamos de o ler.
(Há 20 anos, precisamente, tive oportunidade, então na Rádio
F, de promover uma tertúlia antológica com António José Dias
de Almeida e José Manuel Mota da Romana sobre a obra de
Saramago - era o nosso tributo pelo momento histórico).
«Vir a Cidadelhe e não ver o Pálio era como ir a Roma
e não ver o Papa!» disse José Saramago a O INTERIOR, em
outubro de 2003, em mais uma das suas visitas àquela aldeia
do concelho de Pinhel. Então, o Prémio Nobel da Literatura
apadrinhou o lançamento de um vinho com a sua assinatura:
“O Cidadão de Cidadelhe” (infelizmente com muito Rufete e
pouca Touriga, o néctar desapareceu e as 1.333 garrafas não
tiveram a merecida sequência nem a eternidade esperada. Lá
voltaremos, asseguro-vos…). Mas se o Pálio do “Calcanhar
do Mundo”, guardado religiosamente pela população, foi
eternizado pela mão de Saramago na sua “Viagem a Portu-
gal”, a aldeia «quase na ponta de um bico rochoso entalado
entre os dois rios (o Côa e o Massueime)», foram muitos os
outros momento que o Nobel celebrou na região ou sobre
ela escreveu (poucos meses depois de receber o Prémio
Nobel, tive oportunidade de o acompanhar entre Marialva e
Cidadelhe e perceber o entusiasmo que colocava na interpre-
tação de cada pedra, de cada rosto, de cada momento vivido
entre as gentes destas aldeias). E se chegamos a Cidadelhe
pela mão de Saramago e se o “Cidadão de Cidadelhe” há-de
voltar mais encorpado, tinto ou branco, é o elefante Salomão
que percorre toda a região como um guia ilustre que, mercê
dos caprichos reais, ganha forças na Gardunha e, como se
seguisse as instruções de Petrus Guterri, sobe de Castelo
Novo para Belmonte de onde a “Viagem do Elefante” nos leva
para a paisagem «intemporal» de Sortelha e, seguindo pelo
mais inóspito dos caminhos, para Cidadelhe. É no “calcanhar
do mundo” que Salomão saboreia a viçosa gastronomia com
que se retempera para atravessar a Europa rumo à corte do
Arquiduque Maximiliano da Áustria, não sem antes nos guiar
pelas «vistas» de Castelo Rodrigo.
Saramago pode ter-se retirado para Lanzarote e deixado
a Azinhaga para trás, mas a sua obra, a sua genialidade, fica
para sempre no nosso imaginário e as nossas aldeias e vilas,
mesmo que recônditas para muitos, fazem parte do roteiro
de afetos dos leitores do Nobel português. Vinte anos depois,
e enquanto celebramos aquele momento Nobel, devemos
elevar o nome de um dos maiores das nossas letras e que foi
um peregrino e difusor destas terras da Beira Serra. O vinho
“Cidadão de Cidadelhe” não se impôs como embaixador «de
Cidadelhe e do concelho», como então reivindicava o autarca
António Ruas, mas Saramago foi, é e será sempre um grande
embaixador de Cidadelhe, Castelo Rodrigo, Marialva, Belmon-
te, Sortela, Castelo Novo…
4• • Quinta-feira • 11 de outubro de 2018
Dívidas de Fornos, Fundão,
Celorico e Covilhã acima
do limite
Luis Martins
O Anuário Financeiro
dos Municípios
Portugueses de
2017, apresentado
no passado dia
2 pela Ordem
dos Contabilistas
Certificados
(OCC), confirma
alguma tendência
de recuperação
financeira das
Câmaras da região.
Fornos de Algodres é o
município com menor indepen-
dência financeira e Manteigas a
autarquia com menor volume de
receitas cobradas no ano tran-
sato. Em 2017, Vila Nova de Foz
Côa era a autarquia com o me-
nor passivo exigível da região,
1,3 milhões de euros, enquanto
o Fundão tinha o maior: 60,9
milhões. Por sua vez, a Guarda
registou os maiores resultados
económicos (em valores absolu-
tos) das Câmaras da região, com
3,5 milhões de euros.
Estes são alguns dos dados
do Anuário Financeiro dos Mu-
nicípios Portugueses de 2017,
apresentado no passado dia 2
pela Ordem dos Contabilistas
Certificados (OCC) em Lisboa.
Da autoria dos professores João
Carvalho, Maria José Fernandes
e Pedro Camões, esta radiografia
das 308 autarquias vai já na 14ª
edição e, no que à nossa região
diz respeito, confirma alguma
tendência de recuperação finan-
ceira das Câmaras. A exceção é
Fornos de Algodres, que conti-
nua com excesso do limite de
endividamento apresentando
uma dívida total (27,4 milhões
de euros) muito superior à mé-
dia das receitas dos últimos três
anos (5,2 milhões). A situação é
tal que o Anuário refere que este
município – e outros cinco (Car-
taxo, Vila Real de Santo António,
Nazaré, Vila Franca do Campo e
Portimão) – deveria «ter aderido
ao procedimento de recupera-
ção financeira municipal».
A edilidade fornense tam-
bém lidera a lista dos municí-
pios com menor independência
financeira, sendo que as receitas
próprias são 4,8 por cento das
receitas totais. Mas no ano pas-
sado Fornos amortizou 28,3 mi-
EmFoco
DR
Vila Nova de Foz
Côa lidera ranking
distrital das boas
contas
Em 2017, Vila Nova de
Foz Côa tinha o menor pas-
sivo exigível (1,3 milhões de
euros) das Câmaras da região,
seguida de Aguiar da Beira,
com 2,4 milhões de euros. Pelo
contrário, os municípios com
maior passivo exigível eram o
Fundão (60,9 milhões), Covi-
lhã (45,8 milhões), Seia (43,3
milhões) e Fornos de Algodres
(27,6 milhões). No entanto,
Em 2017, a Câmara do Fundão tinha uma dívida total de 60,6 milhões de euros para uma receita de 21,2 milhões o passivo exigível baixou na
Covilhã mais de 9,6 milhões
lhões de euros de empréstimos, Câmara da Guarda Manteigas é o município da região de euros relativamente a 2016,
tendo pago só de juros e outros cobrou menos 9 por com menor receita cobrada de mais de 5,4 milhões no Fun-
encargos financeiros mais de cento de IMI IMI, apenas 275.859 euros, fruto dão e mais de 3,7 milhões em
529 mil euros. Mesmo assim, em de praticar a taxa mínima de 0,3 Seia. O município fozcoense
2017, o município devia ao Fun- O Anuário revela também por cento. No entanto, a cobrança foi também a edilidade com o
do de Apoio Municipal (FAM) que Manteigas é o 11º municí- de IMI subiu 5,2 por cento relati- melhor índice de dívida total,
mais de 27,1 milhões de euros, pio do país com menor volume vamente ao ano anterior. com pouco mais de 1 milhão
apresentando como passivo exi- de receitas cobradas em 2017, Segundo a análise financei- de euros.
gível o valor de 27,6 milhões de pouco mais de 5,29 milhões ra da OCC, em 2017 a Covilhã E a Guarda foi a Câmara
euros. O Anuário chama também de euros, valor que representa amortizou 6,2 milhões de euros com os maiores resultados
a atenção para autarquias como menos 2,9 por cento relativa- de empréstimos e o Fundão 5,3 económicos (valores abso-
o Fundão, Celorico da Beira mente a 2016. E que a Câmara milhões. Em termos de paga- lutos), com 3,6 milhões de
e Covilhã que apresentavam, da Guarda cobrou menos 9 por mento de juros e outros encargos euros. Inversamente, Bel-
em dezembro do ano passado, cento de IMI comparativamente financeiros, Seia liquidou mais de monte (-2.609 euros) e Co-
«sinais de alerta precoce» por- a 2016 (6.239.617 euros contra 1,5 milhões, o Fundão 1,1 milhões vilhã (-2.442 euros) foram
que tinham um índice da dívida 6.859.373). É a vigésima maior e a Covilhã pouco mais de 546 mil as autarquias que obtiveram
total superior a 1,5 da média da quebra de IMI cobrado no país. euros. Já o Sabugal ficou-se pelos os menores resultados eco-
receita corrente dos últimos três Pelo contrário, a Covilhã ocupa o 7.021 euros. No ano passado o nómicos. Tal como em anos
anos. No Fundão a dívida era de 15º lugar da lista dos municípios Fundão devia 29,7 milhões ao anteriores, Aguiar da Beira
60,6 milhões de euros para uma com maior aumento de cobrança Programa de Apoio à Economia voltou a ser a autarquia da
receita de 21,2 milhões e em Celo- deste imposto, passando de 5,1 Local (PAEL) e Trancoso 2,4 região com o prazo médio de
rico ultrapassava os 17,8 milhões milhões de euros em 2016 para milhões. Seia, com 2,1 milhões pagamentos mais reduzido
para 8,1 milhões de receita. Já na 5,3 milhões em 2017. No Fundão de euros, Covilhã (1,8 milhões) (cinco dias), enquanto Ce-
Covilhã a dívida ascendia aos 45,2 esta receita também cresceu de e Gouveia (511.872 euros) eram lorico da Beira (455 dias) e
milhões e as receitas ficaram-se 3,5 milhões em 2016 para 3,7 mi- outras dívidas mais elevadas na Belmonte (164 dias) eram as
pelos 23,4 milhões. lhões no ano passado. Por sua vez, região àquele programa. Por sua que demoravam mais a pagar
vez, a Guarda já não devia nada aos seus fornecedores.
Números depois de amortizar em 2017 Pela primeira vez, o Anu-
quase 5 milhões em dívida.
• 6,2 milhões de euros foi quanto arrecadou a Câmara da Guarda ário elaborou a lista dos cem
Ao PREDE (Programa de
com o IMI em 2017. É menos 9 por cento que no ano anterior melhores municípios tendo
Regularização Extraordinária de em conta onze parâmetros,
Dívidas ao Estado) a Câmara do
• 1, 3 milhões de euros é o passivo exigível de Vila Nova de Foz onde se evidencia o índice de
Fundão ainda devia, no final de
Côa, o mais baixo da região liquidez, o peso do passivo e o
2017, 2,1 milhões dos mais de índice da dívida. Com um total
• 60,6 milhões de euros é o valor da dívida total da autarquia 3 milhões obtidos. Na Guarda de 2.000 pontos possíveis, este
do Fundão, a mais elevada da região estavam por liquidar 1,6 milhões ranking é liderado pela Mari-
de euros dos 6,9 milhões conse- nha Grande, que obteve 1.851
• 28,3 milhões de euros foi quanto Fornos de Algodres amor- guidos, em Foz Côa faltava pagar e dele não consta nenhuma
tizou de empréstimos 48.772 dos 162.572 euros conse- Câmara da região. Mas numa
guidos e na Mêda a autarquia já
• 5 dias é o prazo médio de pagamento de Aguiar da Beira, o análise distrital, a lista é enca-
não devia nada dos 648 mil euros
mais baixo da região beçada por Vila Nova de Foz
pedidos. Por sua vez, a Câmara Côa (1.164 pontos), seguida
da Covilhã ainda devia 192.408
• 455 dias é o prazo médio de pagamento de Celorico da Beira, de Aguiar da Beira (1.058) e
euros dos 1,9 milhões obtidos no
o mais elevado de Almeida (1.008).
Programa Pagar a Tempo e Horas.
EmFoco
Câmara do
Fundão adere
ao FAM
O Fundo de Apoio
Municipal terá uma
cabimentação de 46
milhões de euros e um
período de liquidação
de 17 anos, mais dois
de carência
O município do Fundão de-
cidiu, em reunião de Câmara,
substituir o Plano de Apoio à
Economia Local (PAEL) pelo
Fundo de Apoio Municipal (FAM).
A proposta do executivo liderado
por Paulo Fernandes já foi aprova-
da em Assembleia Municipal com
26 votos a favor, nove contra (PS
e BE) e duas abstenções (CDU). A
alteração depende ainda do visto
do Tribunal de Contas.
A adesão ao FAM tem uma
cabimentação de 46 milhões
de euros e prevê o cumprir o
Plano de Ajustamento Muni-
cipal, também analisado na
mesma reunião. Com a adesão
ao novo plano a autarquia vai
ainda beneficiar de uma linha de
financiamento extraordinária,
de 20 milhões de euros, que só
será acionada no caso de haver
condenações ou acordos no
âmbito dos diferendos judiciais
existentes com o antigo sistema
multimunicipal das Águas do
Zêzere e Côa. Segundo adiantou
a O INTERIOR o presidente da
autarquia fundanense, a adesão
ao FAM vai permitir «reduzir o
serviço da dívida», uma vez que
o FAM tem uma taxa de juro de
1,75 por cento, enquanto no PAEL
a mesma taxa variava entre três e
seis por cento. Assim, o serviço a
dívida, que tem «um peso de 30
por cento da receita global» do
município, pode baixar «para 50
por centro do valor atual pago
pela Câmara Municipal», acredita
Paulo Fernandes. O autarca está
confiante nas «vantagens» que
a adesão ao FAM poderá trazer,
entre elas «uma maior capacidade
para resolver os problemas e para
investir no concelho», bem como
a possibilidade de realizar inves-
timento e de contratar, enquanto
no PAEL o investimento tinha de
ser reduzido e era obrigatório
reduzir os funcionários.
Outro dos pontos destaca-
dos por Paulo Fernandes é que
enquanto o FAM permite redu-
zir a taxa de imposto, o PAEL
impunha que estas estivessem
no limite máximo. O FAM terá
um período de liquidação de 17
anos, mais dois de carência, e
Paulo Fernandes sublinha que
reduzir o serviço da dívida do
município será sempre o «gran-
de objetivo» do executivo, que
não quer acrescentar «nem mais
um euro de dívida» às contas da
edilidade.
Sócios chumbam venda
da sede da ACG e pedem
demissão da direção
Luis Martins
A Associação Comercial
da Guarda (ACG) ficou
«mais vulnerável» a
pedidos de insolvência
dos credores depois dos
sócios terem chumbado
a venda do edifício sede
da instituição para
pagar dívidas. O receio
foi assumido pelo
presidente da direção,
Miguel Alves, na noite
de terça-feira no final
de Assembleia-Geral
extraordinária pouco
concorrida.
Na reunião, a que compa-
receram cerca de 30 associados
dos 1.100 ativos, a proposta da
direção foi rejeitada por maioria,
tendo-se registado quatro votos
a favor e cinco abstenções. A
sessão foi tensa e agitada com os
sócios presentes a contestarem as
contas apresentadas por Miguel
Alves e a sua gestão nos últimos
dois mandatos. O dirigente foi
o primeiro a falar e deixou bem
claro que a ACG vive uma situação
de «estrangulamento financeiro»
e que não tem recursos para fazer
face aos seus compromissos junto
dos credores e fornecedores. «Em
2013 tínhamos um passivo de
2,1 milhões de euros e em 2017
ronda os 400 mil euros, mas não
temos capacidade financeira por-
que as nossas receitas baixaram
e as dificuldades da Associação
irão agravar-se em 2019», disse
Miguel Alves. O presidente da
direção considerou que a venda
do imóvel, avaliado em 721 mil
euros, era uma «solução difícil,
mas corajosa», e essencial para
a Comercial ultrapassar os pro-
blemas de tesouraria e pagar aos
credores.
O responsável elencou de-
pois os valores devidos e re-
velou que, no final de 2017, a
Associação tinha 487.899 euros
de dívidas, dais quais 186.775
euros por empréstimos de for-
necedores. Às Finanças eram
devidos cerca de 15.582 euros e
à Segurança Social 48.865 euros.
A ACG devia ainda 74.866 euros
a funcionários e prestadores de
serviços, mais 24.080 euros de
quotas a organizações do setor.
No campo das receitas a situa-
ção é desanimadora, já que a ins-
tituição terá a receber 181.158
euros de projetos e 39.335 euros
Para Miguel Alves, «as dificuldades da ACG agravaram-se depois desta Assembleia-Geral»
pela gestão das placas direcio-
nais, uma área que deixará de
gerir em 2019 por decisão da
Câmara da Guarda, anunciou
Miguel Alves. No entanto, não
há relatórios de contas de 2016
e 2017 por falta de dinheiro para
pagar ao contabilista, acrescentou
o responsável.
A confissão deixou a Assem-
bleia em polvorosa. O empresá-
rio José Prata classificou mesmo
a apresentação das contas como
«um borrão sem credibilidade»
e António Henriques, CEO da CH,
o maior credor da ACG, acres-
centou que a situação era «sur-
real» e configurava um caso de
«pura gestão danosa», avisando
que, perante esta situação, «os
fornecedores vão pedir a insol-
vência da ACG». Outro associa-
do afirmou que «merecíamos
uma auditoria para saber o que
se passou aqui». Na resposta,
Miguel Alves assumiu que a
«imperfeição dos documentos é
reflexo do estrangulamento que
a Associação tem vindo a sofrer»
e que a instituição «não tem
capacidade para apresentar um
relatório de contas». A polémica
subiu de tom quando o dirigente
falou nos 84.536 mil euros que
reclama por pagamentos da ACG
e despesas de representação,
tendo apresentado uma ação em
tribunal. «Os valores foram devi-
damente registados e validados
pela direção», disse o dirigente.
Mais uma vez, José Prata foi o
primeiro a falar: «Isto é uma
aldrabice para o senhor se co-
Quinta-feira • 11 de outubro de 2018 •
brar», denunciou, enquanto ou-
tro associado acrescentou que o
presidente da direção «não tem
nada que emprestar dinheiro»
à ACG. «O senhor tem algum
banco em casa?», interrogou o
comerciante. Às críticas Miguel
Alves respondeu que a sua
intenção era «emprestar mais
porque a Associação precisava
de dinheiro e mais ninguém se
disponibilizou a fazê-lo».
Pedida demissão da
direção
Já a venda do imóvel, que tem
pendentes duas hipotecas a favor
do fisco e da Segurança Social, foi
contestada com o argumento de
que as direções anteriores «nunca
o quiseram registar em nome da
Comercial por precaução, para
evitar este tipo de desfecho»,
disse Filipe Rebelo. Já António
Henriques considerou que «ven-
der não é solução nenhuma e
não resolverá o problema da As-
sociação» e José Prata afirmou
que se estava a assistir «à morte
da ACG», tendo abandonada a
reunião. O empresário já não par-
ticipou na votação e também não
ouviu António Henriques pedir a
demissão da direção de Miguel
Alves – que conta atualmente
quatro elementos na sequência
da demissão dos restantes três
nas últimas semanas –: «Têm
que aprovar contas antes de se
demitirem, é o mínimo que têm
a fazer para sair com dignidade»,
disse o empresário, que admitiu
•5
LM
votar favoravelmente a venda
do edifício sede «quando houver
uma direção com um projeto
empresarial para a Associação».
Também o presidente da
Assembleia-Geral, Seguro Perei-
ra, recomendou a demissão da
direção, a criação de uma comis-
são administrativa, a marcação
de eleições e a negociação das
dívidas com os credores para
«recuperar a Associação, mas há
todos estes problemas», consta-
tou. O advogado alertou que se
«deixarmos que o imóvel seja
vendido num processo de insol-
vência perde-se mais dinheiro e
o património» da ACG.
No final, em declarações aos
jornalistas, Miguel Alves escusou
dizer se vai demitir-se e adiantou
que a direção vai reunir para con-
siderar as recomendações desta
Assembleia-Geral extraordinária
e «outras soluções financeiras
alternativas, que têm sido es-
gotadas nos últimos anos». «A
direção não sai fragilizada pela
rejeição da venda do imóvel, mas
é urgente uma solução financeira,
que poderá não passar por esta
direção», considerou o responsá-
vel. O presidente da direção acres-
centou que, após esta reunião,
será «expetável» que os credores
e fornecedores avancem com
pedidos de insolvência porque a
Associação não tem uma «solução
de curto prazo para fazer face
aos seus compromissos». Para
Miguel Alves, «as dificuldades da
ACG agravaram-se depois desta
Assembleia-Geral».
6• • Quinta-feira • 11 de outubro de 2018
S
Sociedade
Distinção
Prémio BPI Seniores
para novo projeto
da Mutualista
Covilhanense
Um novo projeto da Mutua-
lista Covilhanense, denominado
“Idosos e Jovens num clique”,
destinado a combater a infoex-
clusão e o isolamento, acaba de
ser distinguido com o Prémio
BPI Seniores.
A iniciativa tem como par-
ceiros a Escola Secundária Quin-
ta das Palmeiras e o Laboratório
NetGNA (Instituto Telecomu-
nicações/ Departamento de
Informática da Universidade
da Beira Interior). A Mutualista
Covilhanense recebeu 17 mil
euros para concretizar este novo
projeto. O Prémio BPI Seniores é
atribuído anualmente a iniciati-
vas de instituições privadas sem
fins lucrativos que melhorem
a qualidade de vida e o enve-
lhecimento ativo de pessoas
com idade superior a 65 anos.
A Santa Casa de Misericórdia
de Celorico da Beira foi outras
das 33 instituições apoiadas
para melhorar a vida dos idosos
residentes na vila.
Guarda
Passeio de
cicloturismo no
domingo
Realiza-se no domingo, na
Guarda, o 1º Passeio de Ciclotu-
rismo Folha Seca,
numa organização da Asso-
ciação Cultural e Desportiva de
Alfarazes com a colaboração da
Câmara da Guarda. Trata-se de
uma prova sem caráter competi-
tivo que tem como objetivo pro-
mover o convívio e onde estarão
disponíveis dois percursos com
diferentes níveis de dificuldade:
55 e 95 quilómetros. O ciclista
profissional guardense David
Rodrigues marcará presen-
ça na iniciativa. O arranque e
meta serão nas piscinas mu-
nicipais. Os interessados em
participar poderão inscrever-se
aqui (https:/docs.google.com/
forms/d/e/1FAIpQLSd_gkPo-
ONVXmbDx3VnGxpCDrAId-
grAgGICSZdKOwSqjD5PwQ/
viewform?c=0&w=1).
Defesa de Pedro Dias pede
redução da pena no caso dos
homicídios de Aguiar da Beira
Arguido foi condenado pelo Tribunal da Guarda a 25 anos de prisão pela morte
um militar da GNR e dois civis em 2016
A defesa de Pedro Dias,
condenado a 25 anos de prisão
por três homicídios em Aguiar
da Beira e outros crimes, quer a
redução da pena.
«O que se pretende é que
nos seja dada razão em de-
terminadas qualificações, em
determinadas questões, que
possa permitir baixar a pena dos
25 anos», disse na semana pas-
sada Mónica Quintela à margem
da audiência pública de julga-
mento do recurso, realizada no
Tribunal da Relação de Coimbra
no passado dia 3. A advogada
lembrou que os 25 anos de
prisão aplicados a Pedro Dias –
acusado de matar um militar da
GNR e dois civis há cerca de dois
anos, – «resultam do somatório
das várias penas que foram apli-
cadas nos vários crimes em que
o arguido foi condenado» e que
incluem homicídio qualificado,
tentativa de homicídio, roubo,
sequestro e detenção de arma
proibida, entre outros.
O outro advogado de Pedro
Dias, Silva Leal, defendeu que
no caso da morte do militar da
GNR Carlos Caetano – atingido a
tiro na cabeça – a crime passe de
homicídio qualificado a homicí-
dio privilegiado, por considerar
que o crime foi praticado «em
legítima defesa, porventura com
excesso», alegadamente por o
arguido estar a ser agredido pela
Portagens
Arménio Carlos quer abolição Jovem detido por posse
para combater desertificação de droga e munições
do interior A PSP da Guarda deteve, de uma carabina, de arma-
na quinta-feira, um jovem de mento militar e de pistolas.
O secretário-geral da CGTP
afirmou na segunda-feira que a
abolição das portagens no inte-
rior do país deve ser colocada já
no próximo Orçamento do Estado
(OE2019) e reiterou que o paga-
mento das ex-Scut não combate a
desertificação.
«Continuamos a ter porta-
gens que custam um dinheirão
e não é assim que se combate a
desertificação, pelo contrário.
Por isso mesmo, a União de Sin-
dicatos de Castelo Branco já por
várias vezes reafirmou as suas
posições, pensamos que agora,
no âmbito da discussão do Or-
çamento do Estado, esta matéria
não pode deixar de ser colocada,
Tribunal da Relação de Coimbra vai divulgar acórdão sobre recurso da defesa de Pedro Dias na próxima quarta-feira
vítima mortal. Já sobre a morte
de Luís e Liliane Pinto, Silva
Leal disse que no julgamento
realizado em primeira instância,
no Tribunal da Guarda, não foi
feita «prova absolutamente nen-
huma» de que Pedro Dias tenha
matado o casal e que as provas
que existem «são indiretas».
Por sua vez, o procurador-
geral adjunto Luís Farinha frisou
que a tese da defesa baseia-se
«exclusivamente no depoimento
do arguido» e que este «não
ou seja, a abolição das porta-
gens», disse Arménio Carlos, no
Fundão. O líder sindical visitou
aquela cidade e a Covilhã, numa
deslocação onde defendeu ainda
que também é preciso «inves-
timento no interior, de forma
a criar mais emprego, a fixar e
a atrair pessoas» que possam
trabalhar nessas regiões e, si-
multaneamente, possam «con-
tribuir para o desenvolvimento
do país, numa lógica de coesão
económica, social e territorial».
Arménio Carlos apelou também
à melhoria e fixação de serviços
públicos na região, justificando
que contribuem para o combate
à desertificação.
mereceu do tribunal de primeira
instância nenhuma credibili-
dade». O magistrado defendeu
que o acórdão do Tribunal da
Guarda, que condenou Pedro
Dias a 25 anos de cadeia em
cúmulo jurídico, seja mantido
«integralmente». Tiago Gon-
çalves, advogado de vítimas e
familiares, também defendeu
a manutenção «integral» do
acórdão por estar «muito bem
fundamentado e que procede
a uma correta qualificação ju-
Guarda
18 anos por posse de droga e
de munições de arma de fogo.
Segundo o Comando Dis-
trital, o suspeito foi detido por
elementos da Esquadra de In-
vestigação Criminal no âmbito
de um processo-crime sobre
alegados crimes de ofensas
à integridade física. O jovem
terá disparado «esferas não
metálicas, utilizadas normal-
mente em reprodução de arma
de fogo, sobre transeuntes
junto à sua residência», refere
a PSP, que realizou buscas do-
miciliárias à casa do detido. Na
operação foram apreendidas
reproduções de uma “shotgun”,
DR
rídica dos factos». O coletivo
de juízes desembargadores da
Relação de Coimbra – presidido
por Jorge Dias e que tem Belmiro
Andrade como relator e Luís
Ramos como adjunto – agendou
para dia 17 a publicação do
acórdão sobre o recurso inten-
tado pelos advogados de Pedro
Dias, tendo Mónica Quintela
admitido que, dependendo da
decisão da Relação, Pedro Dias
poderá vir a recorrer para o Su-
premo Tribunal de Justiça.
Os agentes confiscaram ainda
duas miras telescópicas, um
supressor de som e várias es-
feras não metálicas utilizadas
normalmente na reprodução
de armas de fogo.
A polícia apreendeu tam-
bém 161 doses de cannabis,
190 euros em dinheiro, uma
arma branca, um canivete,
duas balanças, três cartuchos
de calibre 12 GA, 90 sacos para
embalamento de produto estu-
pefaciente e quatro moinhos. O
detido foi presente a tribunal
para primeiro interrogatório
judicial e saiu com termo de
identidade e residência.
 Quinta-feira • 11 de outubro de 2018 • •7

Centro de Negócios Vila Nova de Foz Côa

Museu e Parque Arqueológico
distinguido pela duplicam receitas DR

Comissão Europeia
Segundo a autarquia, o projeto já criou 500 postos de trabalho
e gerou 68 “startups”
DR

O ministro da Economia, interesse de uma estratégia con-

O Centro de Negócios e Ser-
viços Partilhados do Fundão foi
considerado um dos melhores
projetos de política e coesão e
foi um dos vencedores dos Pré-
mios RegioStars 2018, promo-
vidos pela Comissão Europeia.
O anúncio foi feito na terça-feira
numa cerimónia que decorreu
em Bruxelas (Bélgica).
Os Prémios RegioStars têm
como objetivo identificar boas
práticas em desenvolvimento
regional e destacar projetos
originais e inovadores que se-
jam atrativos e inspiradores
como motor da estratégia
local de inovação e investi-
mento, este projeto permitiu
atrair 14 empresas ligadas às
novas tecnologias e criar 500
postos de trabalho altamente
qualificados numa cidade com
menos de 15 mil habitantes.
Em quatro anos, «o Centro
impulsionou um ecossistema
integrado que gerou 68 “star-
tups” e deu suporte a mais de
200 projetos de investimento
privado, apostando no R&D,
em iniciativas pioneiras de
conversão profissional e nas
Manuel Caldeira Cabral, anun-
ciou que as receitas próprias do
Museu e Parque Arqueológico
do Vale do Côa duplicaram nos
últimos dois anos, atingindo os
300 mil euros.
«Para atingir estes resul-
tados colocámos em prática
um projeto de revitalização e
dinamização destes dois equi-
pamentos, que se tornaram
pontos essenciais para serem
visitados, quer por portugueses,
quer por estrangeiros», decla-
o orgulho de ver «reconhecida
rou o governante numa visita a
no espaço europeu» a estra-
Vila Nova de Foz Côa no último
tégia de desenvolvimento do
domingo. Desde o início do ano
seu município, «direcionada
o Museu e Parque Arqueológicos
para a criação de valor, atração
do Vale do Côa já foram visitados
de investimento, emprego e
por cerca de 47 mil pessoas,
inovação». O edil considera
prevendo-se chegar aos 50 mil
também que esta distinção é
visitantes até ao final de 2017.
um «incentivo» para continuar
«Aumentámos a promoção dos
a apostar numa «estratégia que
dois equipamentos e dinamizá-
articula tradição com inovação».
mos o Vale do Côa, nos últimos
Para Ana Abrunhosa, presidente
dois anos, através do Turismo
da Comissão de Coordenação e
de Portugal, como um ponto de
Desenvolvimento Regional da
Região Centro (CCDRC), este
prémio «revela que é possível
certada para colocar o território
no mapa do turismo nacional e
internacional», recordou Ma-
nuel Caldeira Cabral. O ministro
destacou o alargamento dos
horários de visita que passaram
a ser contínuos e atribuição de
«mais meios à Fundação Côa
Parque para dinamizar os dois
equipamentos arqueológicos,
como as visitas às gravuras de
canoa ou a melhorias das viatu-
ras que estavam avariadas para
se fazerem visitas aos núcleos
de gravuras rupestres.
Entre a nova estratégia está
a marcação de visitas por telefo-
ne, reservas “online”, a criação
de um sítio na internet mais
dinâmico e uma miar ofertas
de atividades para que, visitar
o Vale do Côa. «Com o inves-
timento de 400 mil euros nos
últimos dois anos conseguimos
mobilizar os agentes locais para
a valorização dos equipamen-
tos», sublinhou o governante.
PUB

para outras regiões. O Centro de
Negócios e Serviços Partilhados
foi financiado pelos fundos
comunitários, através Progra-
ma Centro 2020, no valor de 2
milhões de euros. Concebido
Eleições
David Barbeira (PSD) eleito presidente da Junta
do Marmeleiro
David Barbeira (PSD) venceu
no domingo as eleições intercala-
res para a Junta de Freguesia do
Marmeleiro (Guarda).
A lista social-democrata, for-
mada também por Marco Ginete,
David Cairrão, Maria Teresa Paula,
Rui Varandas, Rogério Paixão e
Hélder Alves, obteve 155 votos
contra 122 da lista liderada por
Edite Barbeira, do CDS, que con-
correu com António Guerra, Joa-
quim Martins, Maria dos Prazeres
Varandas, Maria Goreti Calçada,
Anabela Santos e Daniel Reduto.
Com estes resultados, o PSD
obteve quatro mandatos
na Assembleia de Freguesia e o
competências digitais», recor-
da a Câmara em comunicado.
«É uma grande honra e
uma enorme responsabilidade»,
afirmou o presidente Paulo
Fernandes, que não escondeu
AR
CDS-PP três. O escrutínio foi mar-
cado na sequência da renúncia ao
mandato, em junho, de Edite Bar-
beira, a segunda mais votada nas
últimas autárquicas, e Joaquim
Alves (PS), o terceiro candidato
mais votado. A decisão colocou
Admitimos (F/M):
fazer muito com poucos recur-
sos, em territórios muito frágeis,
desde que se alie liderança com
estratégia e se transformem os
desafios da interioridade em
vantagens competitivas». Serralheiro
Civil e
um ponto final no impasse gover-
Auxiliares de
montagem
nativo que durava há mais de dez
meses por falta de acordo entre
os eleitos para a constituição da
Junta. Isto porque o PSD obteve
42,56 por cento dos votos e três
mandatos na Assembleia de Fre-
guesia, o CDS conseguiu 35,64 por Bom ambiente e boas condições
cento e também três mandatos e o remuneratórias.
PS ficou-se pelos 14,53 por cento
e apenas um mandato. Até à toma-
da de posse da nova Assembleia
e Junta de Freguesia os destinos Contactar Metalguarda, L.da
da localidade estão a ser geridos Parque Industrial Lote 5
por uma comissão administrativa
constituída por David Barbeira 6300 Guarda
(PSD), Edite Barbeira (CDS) e Tel.: 271 223 692
Márcio do Curral (PSD).
8• • Quinta-feira • 11 de outubro de 2018

Guarda Política

Restaurante Belo Horizonte Associação acusa Carlos

Peixoto de «gritante conflito
pode abrir em novembro AEI
de interesses» nos Vistos Gold
A associação Transparência e
DR

Integridade acusou na semana o

deputado do PSD Carlos Peixoto
de ter incorrido num «gritante
conflito de interesses» ao aceitar
ser o relator de um projeto de lei do
BE para a extinção dos Vistos Gold.
Em causa está a «participa-
ção remunerada» do eleito pelo
círculo da Guarda e também líder
do PSD distrital na sociedade de causa, mas de toda a Comissão
advogados Caiado Guerreiro que, de Assuntos Constitucionais,
segundo a Transparência e Inte- Direitos, Liberdades e Garantias
gridade, está especializada, entre e da Assembleia da República»,
outras coisas, no «fornecimento escreve a Transparência e Inte-
de serviços assessoria jurídica gridade na missiva. Questionado
a requerentes Vistos Gold». A pela Lusa, o vice-presidente da
associação endereçou uma carta bancada do PSD rejeitou qualquer
ao presidente da Comissão de conflito de interesses neste caso,
Assuntos Constitucionais, o socia- invocando o estatuto dos depu-
lista Bacelar de Vasconcelos, para tados. «Conheço perfeitamente
Já arrancaram as obras no restaurante do centro histórico consumido pelas chamas em setembro
contestar a escolha do relator do o estatuto dos deputados: o que
Conhecido por todos os guar- ficou negro com o fumo e ainda abrir durante o mês de novembro, projeto de lei dos bloquistas que impõe são regras de transparência,
denses e visitado por muitos há muito trabalho a fazer: «Va- pois sabe que o estabelecimento pretendia a extinção do regime não impõe nenhuma inibição ou
turistas, o restaurante Belo Ho- mos ter de substituir a tinta por que conquistou fama com pratos dos Vistos Gold. limitação de ser relator de qualquer
rizonte, localizado no centro his- pladur, porque está difícil tirar as mais tradicionais não pode estar A escolha de Carlos Peixoto parecer», defendeu Carlos Peixoto,
tórico da Guarda, está encerrado manchas do fumo», refere José todos os dias fechado: «Esta é para redigir o parecer «configura afirmando fazer questão que a
ao público desde o passado 12 de Castanheira. Mas foi na cozinha uma altura ainda com muito um gritante conflito de interesses, subcomissão de Ética se pronuncie
setembro devido a um incêndio. que houve mais estragos, «ardeu movimento. Para estes dias tí- que fere a idoneidade e a indepen- sobre o caso e assegurando que irá
O incidente, que ocorreu toda», só que no meio do azar nhamos vários grupos marcados, dência não só do deputado em acatar a respetiva decisão.
durante a madrugada, terá tido parece ter existido «um milagre», alguns espanhóis, ma tivemos que
origem na vitrine das sobremesas considera o responsável. É que o desmarcar», revela. Quanto aos
e destruiu parcialmente o edifício, edifício é uma casa antiga, que prejuízos materiais, o gerente
Efeméride
também ele emblemático para a em tempos terá pertencido aos espera ainda uma resposta da Pedro Renca assinalou Dia Mundial
cidade. Passado um mês, o Belo Condes da Guarda, e tinha os so- seguradora, mas adianta que só
Horizonte iniciou as obras e vai alhos em madeira. «Era um barril em equipamentos e utensílios de da Saúde Mental com viagem de
ter uma «remodelação profunda»,
garante o proprietário. Apesar
de pólvora. Foi uma sorte não ter
ardido todo», reforça.
cozinha o prejuízo ronda «os 100
mil euros». A esse valor haverá bicicleta até à Guarda
das chamas não terem afetado José Castanheira aguarda ainda que somar o custo das obras Pedro Renca, enfermeiro e Psiquiátrica, assinalou ontem
todo o espaço, o restaurante agora pelo fim das obras e conta em curso. especialista em Saúde Mental o Dia Mundial da Saúde Mental
ligando Coimbra à Guarda em
PUB PUB bicicleta.
O guardense trabalha atual-
mente no Hospital Sobral Cid, do
Centro Hospitalar e Universitá-
rio de Coimbra (CHUC), e deci-
UNIDADE LOCAL DE SAÚDE DA GUARDA, E.P.E. UNIDADE LOCAL DE SAÚDE DA GUARDA, E.P.E. diu realizar a “Mentalbike Tour
– Sorrir para uma melhor saúde
ANÚNCIO ANÚNCIO mental” para «demonstrar me-
Torna-se público o seguinte: Torna-se público o seguinte: taforicamente a necessidade e
1. Entidade contratante: Unidade Local de Saúde, E.P.E. - Av. Rainha D. Amélia, 6301-857 1. Entidade contratante: Unidade Local de Saúde, E.P.E. - Av. Rainha D. Amélia, 6301-857 a importância de um trabalho
Guarda; Telefone: Geral 271210840; Telefone: Aprovisionamento 271205143 - Fax. 271205144: Guarda; Telefone: Geral 271210840; Telefone: Aprovisionamento 271205143 - Fax. 271205144: articulado». Pedro Renca adian-
2. Objeto do procedimento 2. Objeto do procedimento tou que o objetivo da iniciativa
Designação Prazo para receção da proposta Designação Prazo para receção da proposta é sensibilizar a «comunidade
Concessão da Exploração do Salão de Cabeleireiro 18:00H do 15º dia a contar do Concessão da Exploração do Quiosque sito no 18:00H do 15º dia a contar do para a necessidade da procura
Unisexo sito no Hospital Sousa Martins (Novo dia seguinte ao da publicação do Hospital Sousa Martins (Novo Edifício) da Unidade dia seguinte ao da publicação do do equilíbrio na sua saúde em
Edifício) da Unidade Local de Saúde da Guarda pelo anúncio. Local de Saúde da Guarda pelo período de 36 (trinta anúncio. geral, mais especificamente
período de 36 (trinta e seis) meses e seis) meses
em relação à promoção da sua
3. No Programa do Concurso e no Caderno de Encargos indicam-se as condições que se 3. No Programa do Concurso e no Caderno de Encargos indicam-se as condições que se saúde mental e das estratégias
pretendem ver respeitadas pela concessão a adjudicar. pretendem ver respeitadas pela concessão a adjudicar. para encontrar o seu equilíbrio».
4. Local de entrega das candidaturas: Exclusivamente para o e-mail paula.almeida@ 4. Local de entrega das candidaturas: Exclusivamente para o e-mail paula.almeida@ A atividade tem também fins
ulsguarda.min-saude.pt ulsguarda.min-saude.pt solidários, pois por cada quiló-
5. Os documentos que constituem o processo do concurso encontram-se patentes no Serviço 5. Os documentos que constituem o processo do concurso encontram-se patentes no Serviço
metro percorrido «será doado
de Aprovisionamento do ULSG, para consulta, na morada indicada no n .º 1, todos os dias de Aprovisionamento do ULSG, para consulta, na morada indicada no n .º 1, todos os dias um euro para a ajuda do plano
úteis das 09:00 às 12:30 e das 14:00 às 17:30. Desde que solicitadas, serão entregues úteis das 09:00 às 12:30 e das 14:00 às 17:30. Desde que solicitadas, serão entregues terapêutico de reabilitação de um
cópias do processo do concurso a levantar no Aprovisionamento, ou podem também ser cópias do processo do concurso a levantar no Aprovisionamento, ou podem também ser pequeno príncipe chamado Dinis
solicitadas pelo paula.almeida@ulsguarda.min-saude.pt solicitadas pelo paula.almeida@ulsguarda.min-saude.pt (https://www.facebook.com/
6. O critério de adjudicação é o indicado no Programa do Concurso. 6. O critério de adjudicação é o indicado no Programa do Concurso. principezinhocomnomederei/)»,
Unidade Local de Saúde da Guarda, E.P.E., 8 de Outubro de 2018 Unidade Local de Saúde da Guarda, E.P.E., 8 de Outubro de 2018 acrescentou Pedro Renca.
A Presidente do Conselho de Administração A Presidente do Conselho de Administração

(Dra. Isabel da Natividade de Carvalho Coelho Cruz Antunes) (Dra. Isabel da Natividade de Carvalho Coelho Cruz Antunes)

O Interior, nº 978 de 11/10/2018 O Interior, nº 978 de 11/10/2018 www.ointerior.pt

 Quinta-feira • 11 de outubro de 2018 • •9

Há menos vinho, mas a Bombeiros

Demitiu-se
comandante dos

qualidade mantém-se
voluntários de
Famalicão da
Serra
DR Hugo Rocha, comandan-
Ana Eugénia Inácio te dos Bombeiros de Fa-
malicão da Serra (Guarda),
demitiu-se de funções no
Para contrariar as passado 1 de outubro.
quebras de 50 por O jovem operacional es-
cento, as Adegas de tava no cargo desde 2014 e
Figueira de Castelo bateu com a porta devido a
Rodrigo e Fundão divergências com a direção
vão apostar em novos da Associação Humanitária,
vinhos, enquanto em alegando que deixou de ter
Vila Franca das Naves condições para se manter no
se opta por manter comando porque «deixaram
as marcas existentes, de estar presentes valores
«sem entrar em como a honestidade, verdade,
euforias». solidariedade e prevaleceu a
hipocrisia e falta de carác-
Com as vindimas quase con- ter», escreveu Hugo Rocha
cluídas por toda a região é tem- nas redes sociais. O comando
po de fazer contas campanha passa a ser assumido por
deste ano e às uvas que deram Mário Santos, até agora se-
entrada nas adegas. Depois de gundo comandante. Por sua
um ano atípico, com condições vez, Hugo Rocha regressa ao
meteorológicas extremas, as posto de oficial-bombeiro da
vinhas cederam e parte do fruto corporação.
foi destruído.
A Comissão Vitivinícola da
Beira Interior já tinha alertado Desenvolvimento
em setembro para uma «redu-
ção acentuada» de uvas, mas
AMCB procura
acrescentou que a qualidade dos jovens
néctares da região não estava
Adegas cooperativas da região destacam o bom estado de maturação das uvas
empreendedores
comprometida. Exemplo disso é
A Associação de Municí-
Figueira de Castelo Rodrigo que, Madeira. O ano anterior também «impossível de alcançar este uma valorização do vinho este pios da Cova da Beira (AMCB)
tal como nas demais Adegas da já tinha sido difícil e deu menos ano», garante o responsável, ano. «Vivemos numa economia e a comunidade de Trabalho
região, regista uma quebra na 30 por cento das uvas que um que aponta para uma redução global, pelo que não podemos BIN SAL têm aberto o pro-
campanha deste ano. «Primeiro ano normal: «Este ano estima- estimada «de 25 a 80 por cen- praticar preços desfasados, cesso de seleção de 10 jovens
tivemos a intempérie, veio o mos que a perda seja de 50 por to». Com menos produção, é temos de acompanhar o valor empreendedores para o de-
granizo, a geada, muita chuva cento», adianta o presidente da inevitável que «a economia fique dos vinhos estrangeiros que senvolvimento de projetos de
e para terminar sofremos um Cooperativa. abalada» e António Madeira têm preços mais competitivos», iniciativas empresariais no
escaldão nas vinhas», condi- Em cada vindima a Adega de teme que esta situação gere refere o dirigente. espaço BIN-SAL, e de caracter
ções meteorológicas adversas Figueira de Castelo Rodrigo cos- «dificuldades a alguns produ- Apesar de já ser certo que transfronteiriço.
que provocaram «prejuízos tuma receber cerca de 8 milhões tores». No entanto, menos uvas este ano haverá menos vinho A iniciativa decorre no
elevados», confirma António de quilos de uvas, um número não significa menos qualidade, em Figueira de Castelo Rodrigo, âmbito do “Programa de
essa, António Madeira, garante a Adega vai contrariar a crise e Apoio ao Empreendedoris-
Uvas de Vila Franca das Naves podem que é «excelente». Contudo,
mais qualidade e menos oferta
conta lançar brevemente mais
«um vinho único no mundo, um
mo” e abrange o a província
de Salamanca e os municí-
estar a ir para o Douro não significa que venha a existir espumante tinto». pios de Almeida, Belmonte,
Celorico da Beira, Covilhã,
Também em Vila Franca das Naves «há muito menos uvas que Adega do Fundão promete novidades Figueira de Castelo Rodrigo,
o normal». Em relação ao ano passado a quebra é de 30 por cento, Fornos de Algodres, Fundão,
mas comparativamente a um ano «normal», a redução chega aos Na Adega do Fundão também não há margem para dúvidas, Gouveia, Manteigas, Mêda,
50 por cento. Segundo o vice-presidente da Cooperativa, a média a «campanha deste ano está fraca», confirma António Madalena. Penamacor, Pinhel, Sabugal,
costuma rondar os 4,5 milhões de quilos de uvas por ano, mas Os números não diferem dos casos anteriores e as perdas são de Seia e Trancoso. Os jovens
em 2018 já é certo que «não chegamos lá». Joaquim Gamboa 30 por cento relativamente ao ano passado. Como 2017 também selecionados vão receber for-
teme que nem os dois milhões sejam alcançados, pois embora tinha «sido fraco», a direção da Cooperativa tinha a «expectativa mação e acompanhamento
estivesse previsto que a vindima se prolongasse até dia 20, deverá de que este ano fosse receber mais uvas», mas 2018 revelou-se um especializado por parte dos
terminar ainda esta semana devido às previsões de chuva para os ano de «muitas contrariedades», inclusive algumas castas «não associados do projeto, tais
próximos dias e «pelo que temos até agora não vamos alcançar foram produzidas, como o Tinta Roriz», revelou o presidente da como a Fundación General de
os dois milhões», admite o responsável. Adega fundanense. la Universidad de Salamanca
Quanto aos vinhos, será pouco provável que haja novidades. Às suas instalações, para além de uvas do concelho, chegam e o Instituto Politécnico da
«Nada de euforias», justifica Joaquim Gamboa, apontando para a também da Covilhã, Castelo Branco, Idanha-a-Nova e Proença-a- Guarda. O projeto tem a dura-
redução de uvas. O «essencial» é manter as marcas já existentes Nova e «todas estas zonas ficaram muito afetadas». Além da praga ção de nove meses e todos os
e por isso o grande foco da direção é «continuar a comercializar» do míldio, «as temperaturas muito elevadas de agosto também selecionados terão uma bolsa
os vinhos que já estão no mercado. Um coisa é certa: «Teremos nos prejudicaram e deixaram as vinhas secas», diz o responsável. mensal de 800 euros. Os can-
bom vinho, porque temos uvas muito boas», sublinha o dirigente. No entanto, nem tudo está perdido e as uvas que chegam «vêm didatos poderão fazer a sua
A Adega de Vila Franca das Naves enfrenta ainda outra preocu- com boa qualidade, em bom estado sanitário e de maturação». inscrição na sede da AMCB,
pação, a de recear que produtores do Douro venham comprar Com cerca de 450 associados, a Adega do Fundão produziu em Belmonte. O processo
uvas aos seus associados. Segundo Joaquim Gamboa, «naquela em 2017 cerca de 800 mil litros de vinho e este ano serão entre de seleção terá em conta, o
região também há menos uvas e vêm aqui comprar. Como re- 500 e 600 mil litros. Uma redução que não impede a instituição curriculum vitae, a memória
cebem apoios, podem oferecer valores mais altos pelas uvas e de pensar em novos néctares e «em breve poderá haver novida- descritiva do projeto, a for-
nós não temos como contornar a situação e isso afeta a nossa de, estamos pelo menos a trabalhar para isso», declara António mação complementar e uma
produção», denuncia. Madalena. entrevista pessoal.
10 • • Quinta-feira • 11 de outubro de 2018
Câmara da Guarda inicia
despoluição dos rios Diz e Noéme
Projeto de um milhão de euros vai consistir na reabilitação da galeria ribeirinha e na criação
de um trilho de manutenção ao longo destes cursos de água
A Câmara da Guarda anunciou que
vai iniciar esta semana a primeira fase das
obras de despoluição dos rios Diz e Noéme,
num investimento de um milhão de euros.
Segundo o presidente da autarquia,
Álvaro Amaro, o projeto é executado no
âmbito do plano de obras de reabilitação
e valorização dos ecossistemas ribeirinhos
após os incêndios de 2017. «É uma verda-
deira revolução, ainda que tranquila, em
termos do bem-estar, em termos de melhor
qualidade de vida, porquanto se inicia aqui
o trabalho que disse, há dois anos, ser uma
cruzada minha: despoluir os rios Diz e
Noéme», disse o edil na passada quarta-
feira, adiantando que os trabalhos têm
que estar concluídos «até 20 de dezem-
bro». O autarca referiu que vai seguir-se
uma segunda fase do projeto relacionada
com «toda a renaturalização» dos dois
rios, mas alertou que o município não
pode «estar a fazer este investimento e
continuar com índices de poluição». «O
tratamento dos efluentes domésticos
tem que ser feito de modo a que os rios
sejam límpidos, transparentes e com vida»,
declarou Álvaro Amaro.
Presente na sessão de apresentação
do plano de intervenção, Pedro Teiga,
PUB
A despoluição dos dois rios foi anunciada por Álvaro Amaro em 2016
técnico da equipa contratada pela au-
tarquia para elaborar o projeto e fazer o
seu acompanhamento técnico, explicou
que a intervenção vai ter «várias compo-
nentes». Uma delas está relacionada com
as estruturas hidráulicas e contempla a
valorização de pontes, pontões e açu-
des. Nesta primeira fase serão também
realizadas empreitadas «mais de reabi-
litação da parte da galeria ribeirinha» e
a possibilidade da criação de «um trilho
ecológico de manutenção, ao longo prin-
cipalmente do rio Noéme, para permitir a
valorização» de todo o espaço ribeirinho.
AR
Pedro Teiga revelou que o projeto prevê
«quilómetros de intervenção», mas aler-
tou que «não é o Noéme todo em contí-
nuo, mas também pontos da Ribeira das
Cabras, do rio Diz».
A despoluição dos dois cursos de
água foi anunciada pelo presidente da Câ-
mara Municipal da Guarda, Álvaro Amaro,
em 27 de novembro de 2016, na sessão
solene comemorativa do Dia da Cidade. O
rio Diz é um afluente do rio Noéme e este
corre para o rio Côa e atravessa várias
localidades dos concelhos de Guarda,
Sabugal e Almeida, no distrito da Guarda.
Belmonte
Mercado Kosher regressa no domingo
O mercado Kosher está de regresso
a Belmonte no domingo. A oitava edição
deste evento tem lugar no Largo do Cas-
telo, a partir das 10 horas, onde haverá
gastronomia, música temática, artesana-
to, oficinas e animação de rua. A iniciativa
é promovida pela autarquia e tem como
objetivo valorizar e divulgar o património
Seia
Museu do Brinquedo de Seia fechado para manutenção
O Museu do Brinquedo de Seia, está
encerrado ao público desde segunda-
feira para trabalhos de manutenção.
Aberto desde 2002, o espólio deste
equipamento tutelado pelo município
senense cresceu «substancialmente,
possuindo atualmente cerca de 10 mil
Manteigas
Fim de semana de
iniciação ao parapente
Se quiser experimentar a sensa-
ção de voar tem uma boa oportunida-
de no fim de semana na zona de Vale
de Amoreira e Sameiro (Manteigas).
É que a autarquia e o Clube de
Voo Livre Vertical vão proporcionar
a qualquer pessoa, com ou sem
experiência, uma iniciação ao para-
pente em voos de bilugar. A iniciativa
designada “Manteigas a Voar” será
orientada e dinamizada por pilotos
devidamente acreditados pela Fe-
deração Portuguesa de Voo Livre (e
segurados para o efeito, incluindo
o passageiro). Os únicos requisitos
para participar nesta aventura são
não ter medo das alturas e usar
vestuário adequado, uma vez que
os parapentes poderão atingir alti-
tudes superiores à da descolagem
e que o vento será uma constante
ao longo de todo o voo, adiantam
os promotores. De resto, se as
condições meteorológicas no fim
de semana forem desfavoráveis à
prática da modalidade, a organiza-
ção tem como datas alternativas os
dias 20 e 21 deste mês. Segundo o
município de Manteigas, este é «um
evento inédito que pretende dar a
conhecer a modalidade e partilhar
as sensações da mesma com toda a
segurança». As inscrições podem ser
feitas no site www.clubevertical.org .
judaico da vila. Em Belmonte existe uma
das mais antigas comunidades judaicas
do mundo, que sobreviveu à Inquisição.
Fruto desse passado, a terra natal de Pe-
dro Álvares Cabral possui uma sinagoga
e um cemitério judaico, bem como Museu
Judaico, que atrai milhares de visitantes
todos os anos, e ainda um hotel “kosher”.
DR
brinquedos de várias partes do mundo e
de várias épocas da história humana». As
tarefas de conservação e limpeza de peças
e núcleos expositivos para prevenir o apa-
recimento de problemas de deteriorações
vão decorrer até ao início de novembro. O
museu reabrirá no dia 5 desse mês.
 Quinta-feira • 11 de outubro de 2018 • • 11

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12 • • Quinta-feira • 11 de outubro de 2018
Figueira de Castelo Rodrigo
Sexto Congresso de Comunicação
de Ciência até sexta-feira
Profissionais e investiga-
dores de Portugal e Espanha
participam no sexto Congresso
de Comunicação de Ciência que
está a decorrer em Figueira de
Castelo Rodrigo até amanhã.
O encontro é organizado
pela SciComPT - Rede de pro-
fissionais de Comunicação de
Ciência e Tecnologia de Portugal
e pela Plataforma de Ciência
Aberta. Os temas em foco no
congresso, onde a sustentabili-
dade e a promoção dos produtos
locais também estão presentes,
são a participação e a inclusão,
Agricultura
Castanhas da Agrotamanhos vencem
prémio de cadeia de supermercados
A empresa Agrotamanhos,
sediada em Tamanhos (Tranco-
so), foi uma das vencedoras da
categoria Produção Primária na
quinta edição do Prémio Inter-
marché Produção Nacional, com
a Castanha dos Soutos da Lapa
DOP, variedade Martaínha.
«De sabor, calibre e aspeto
diferenciador, a Castanha Soutos
da Lapa DOP é obtida com total
respeito pelas práticas ances-
trais da produção e mantendo
a apanha manual. A tradição é
Colmeal da Torre
Projeto da UBI e da empresa Torre vence
prémio no EEPA
Um projeto apresentado
pela Universidade da Beira
Interior (UBI) e pela empresa
de confeções Torre, sediada no
Colmeal da Torre (Belmonte),
é um dos vencedores do Eu-
ropean Enterprise Promotion
Awards (EEPA) deste ano. A
parceria deu origem ao trabalho
“From Portugal the remarkable
Groom Suit to marry and party!”,
Sabugal
Confraria do Cabrito na Brasa
apresenta-se no sábado
A Confraria do Cabrito na
Brasa – Sabugal faz a sua apre-
sentação pública no sábado, no
auditório municipal da cidade
raiana.
A entronização será apa-
drinhada pela Confraria Gas-
tronómica dos Aromas e Sabo-
res Raianos e D. José Sánchez
González, Bispo de Guadalajara,
benzerá as insígnias da novel con-
Sabugal
com algumas das sessões foca-
Floresta e água em
destaque na Feira das
das em “Ciência e Cidadania”,
“Educação Inclusiva” ou “Rela-
ção com outros públicos”. Os pa-
lestrantes convidados são Ana
Tecnologias para a
Godinho, atual coordenadora
do Grupo de Comunicação, Edu-
cação e Divulgação do CERN;
Luisa Massarani, coordenadora
Energia
do Instituto Nacional de Ciência
e Tecnologia em Comunicação
Pública da Ciência e Tecnologia
do Brasil e Antonio Calvo Roy,
DR
jornalista de ciência e presiden-
te da Associação Espanhola de
Comunicação Científica.
DR
apoiada pela ciência – com a cola-
boração da Universidade de Trás-
os-Montes e Alto Douro – para
responder aos exigentes requisi-
tos da Denominação de Origem
Protegida (DOP), da certificação
em Modo de Produção Integrada
e da medida agroambiental de
Conservação do Solo», adianta
ENERTECH começa esta quinta-feira e termina no sábado
o Intermarché em comunica-
do. Os produtores distinguidos A terceira edição da ENER- uma vez que o concelho «pos- propósito da importância do
garantiram o escoamento da TECH – Feira das Tecnologias sui a maior mancha de carvalho aproveitamento e da valorização
sua produção nesta cadeia de para a Energia começa esta negral do país que importa gerir, económica da biomassa flores-
supermercados durante um ano. quinta-feira no Sabugal sob o preservar e defender», adianta o tal, como forma de prevenção
tema da floresta e da água, numa município em comunicado. Com estrutural de defesa contra
organização da autarquia. este evento, a edilidade pretende incêndios rurais. A conferência
O certame direcionado para potenciar o setor energético que agendada para sábado é subor-
profissionais decorre até sá- é «especialmente importante» no dinada ao tema “Eficiência ener-
bado no pavilhão multiusos da
cidade, situado na zona indus-
Sabugal, onde se procura explorar
as oportunidades de negócio ge-
gética na construção”. Durante
os três dias da ENERTECH tam-
que venceu a categoria 4 do
trial, e destina-se a promover radas por fontes naturais, como o bém decorrerá a segunda mos-
galardão, reservada ao “Apoio à
e valorizar o setor das energias vento, a água, a biomassa florestal. tra de atividades económicas do
internacionalização das empre-
renováveis, da eficiência energé- Com inauguração marcada Sabugal reservada aos produtos
sas”, na qual competiram 82 pro-
tica e dos serviços energéticos. para as 17 horas de hoje, a feira e artesanato local. A atividade é
jetos. O EEPA é uma iniciativa
Estão presentes mais de uma inclui conferências temáticas, organizada em parceria com a
da Comissão Europeia levada a
centena de expositores, segun- demonstrações de equipamen- Associação Empresarial local, a
efeito em Portugal pelo IAPMEI
do a organização. A ENERTECH tos, “workshops” de sensibi- ENERAREA - Agência Regional
e destinam-se a identificar e
acontece «num território de lização ambiental, divulgação de Energia e Ambiente do Inte-
reconhecer atividades de su-
baixa densidade do interior do científica e encontros bilaterais. rior, os Institutos Politécnicos da
cesso que apoiem e estimulem
país, fronteiriço, onde a floresta Amanhã (14h30) falar-se-á Guarda e de Castelo Branco e a
a iniciativa empresarial.
assume particular relevância», sobre “Floresta e energia”, a Universidade da Beira Interior.
Seia
Prisão para metade dos detidos por tráfico de droga
Metade dos dez detidos pela de residência de cinco, quatro plantas cannabis, cinco doses
fraria. A oração de sapiência será
GNR na semana passada por e duas vezes por semana, en- de haxixe, três doses de cocaína,
proferida por Adérito Tavares. A
tráfico de droga e detenção de quanto os restantes dois detidos dois frascos de metadona e 25
cerimónia termina com um al-
arma proibida em Seia ficaram saíram em liberdade com termo telemóveis. Os militares con-
moço de cabrito, junto ao rio Côa,
em prisão. de identidade e residência. As fiscaram ainda duas pistolas de
pelo restaurante Casa da Esquila.
O tribunal determinou a detenções ocorreram a 30 de “airsoft”, uma arma pressão de
A Confraria do Cabrito na
prisão preventiva para quatro setembro, na sequência de dois ar, uma pistola de alarme, uma
Brasa surgiu para evidenciar
dos suspeitos e a prisão domi- inquéritos em curso há cerca espingarda, duas armas brancas,
as «peculiaridades e especifici-
ciliária de um quinto elemento de seis meses, e culminaram um “tablet”, um computador,
dades» desta iguaria e do vasto
do grupo. Outros três ficaram 20 buscas domiciliárias e não duas balanças de precisão e 342
património gastronómico do
sujeitos a apresentações peri- domiciliárias. Na altura foram peças de vestuário e calçado
concelho sabugalense.
ódicas no posto policial da área apreendidas sete viaturas, 19 contrafeito.

Cinema
74 filmes em competição
no festival CineEco
O CineEco 2018 começa no
sábado em Seia com 74 filmes,
longas e curtas-metragens, re-
partidos pelas diversas secções
competitivas.
A 24ª edição do Festival de
Cinema Ambiental da Serra da
Estrela tem como temática os
quatro elementos da Natureza
(água, terra, fogo e ar) e termina
dia 20. «Em toda a programação
e nos filmes selecionados está
inerente a ideia de um equilíbrio
dos elementos da natureza, que
é fundamental para a preserva-
ção e crescimento sustentável
do planeta em que vivemos
agora e no futuro», adianta a or-
ganização, a cargo do município
de Seia. Na sessão de abertura
(21h30) será exibido um dos
grandes filmes ambientalistas
Guarda
Isabel Gonçalves preside à Associação
de Amigos do Museu
Isabel Gonçalves preside à
direção da Associação de Ami-
gos do Museu da Guarda, que
reiniciou funções recentemente.
A nova direção considera
que «é possível dinamizar a
associação, desenvolvendo es-
treitas parcerias com o Museu e
estabelecendo pontes culturais
não só com a cidade e com as
suas gentes, mas também com
escolas, universidades, associa-
ções e outras instituições de índo-
Música
Bowjangles dão concerto cómico
no pequeno auditório
Um hilariante quarteto de
cordas atua esta noite (21h30)
no TMG, onde apresenta “The
Legend of Escalibow!”.
Os Bowjangles tocam, can-
tam e dançam num espetáculo
que percorre diferentes estilos
musicais (clássica, tango, jazz,
pop) ligados por pequenos “ske-
Património
Covilhã adquire manuscritos dos séculos
XVII e XVIII
A Câmara da Covilhã anun-
ciou que adquiriu, numa leiloeira
de referência nacional, dois docu-
mentos pertencentes à coleção do
historiador José Hermano Saraiva.
Trata-se de manuscritos que
outrora foram propriedade do
local do “Orondo”, concretamente
o Livro da Igreja da Nossa Senhora
da Sumpção (1696-1814) e o
Livro Assentos da Irmandade
das Almas (1775-1848), cujos
conteúdos são inéditos e precio-
sos para a investigação e história
da Covilhã, adianta o município.
Os livros vêm cobrir centenas
do ano: “Mentiras Verdes”, de
Werner Boote (Áustria), que fez
parte da Seleção Oficial do Festi-
val Internacional de Cinema de
Berlim deste ano. Este ano, além
dos galardões habituais, haverá
dois prémios especiais para
filmes sobre a temática da água
e o combate aos lixos marinhos.
O CineEco inclui ainda
“Conversas sobre Ambiente e
Cinema”, sessões matinais para
os mais novos e a realização, no
sábado, do Iº Fórum Internacio-
nal de Festivais de Cinema de
Ambiente. Já na segunda-feira
será evocado o trágico incêndio
do ano passado nas encostas
da Serra da Estrela. O festival
decorre na Casa Municipal da
Cultura e no Centro de Interpre-
tação da Serra da Estrela.
le cultural». A associação desafia
os guardenses a fazerem-se sócios
e usufruírem de atividades «varia-
das e muito interessantes», refere
em comunicado. Os novos corpos
sociais dos Amigos do Museu
contam, entre outros elementos,
com Adriano Vasco Rodrigues
e Alves Ambrósio. Na direção,
Isabel Gonçalves é acompanhada
por Fátima Barbosa (tesoureira),
Elsa Salzedas (secretária) e Graça
Cabral (vogal).
tches” burlescos que prometem
gerar boas gargalhadas na assis-
tência. Após fazer rir meio mundo,
o coletivo britânico formado
por Ed Bruggemeyer (violino),
Mitch McGugan (violino), Bertie
Anderson (viola) e Ezme Gaze
(violoncelo) chega à Guarda para
um concerto no mínimo invulgar.
de anos do bispado da Guarda e
em particular da igreja paroquial
de Ourondo, através de editais
e determinações dos sucessi-
vos arcebispos e bispos sobre
a doutrina cristã, festividades,
disciplina, abstinências, Santís-
simo Sacramento, certificados
de visitações, bulas apostólicas,
inventários e outros, enriqueci-
dos por cerca de oitenta selos
brancos rendilhados. As obras
vão ser tratadas e inventariadas
para integrar o Fundo Histórico
do Arquivo Municipal, com aces-
so restrito de consulta.
Música
Festival internacional junta seis
one man bands no TMG
Seis artistas e dois dias de
rock e blues no café-concerto,
assim é o Festival Internacional
One Man Band que começa
amanhã no TMG. Este ano parti-
cipam projetos de França, Itália,
Espanha, Brasil e Portugal.
A primeira noite tem início
pelas 22 horas e conta com as
atuações do francês Chicken
Diamond (na foto), do italiano
Paul Demon e do português
Bones a One Man Band Expe-
rience. O primeiro convidado é
um projeto criado em 2009 com
base numa fusão de country,
blues e atitude punk. Por sua
vez o músico transalpino propõe
uma nova experiência explosiva,
em que a velha harmónica de
blues mistura-se com a beatbox/
loopstation. Finalmente, José
M. Lopes é Bones e começou
a fazer música aos 13 anos de
idade. Desde 2015 que faz mú-
sica a solo com base no blues e
rock’n’roll. No sábado o palco é
do brasileiro Chuck Violence &
His Oneman Band, um projeto
formado em 2006 e que conta
Dança
Kayzer Ballet estreia “The Avenue” na Covilhã
“The Avenue” é o título do
novo espetáculo da Kayzer Bal-
let, a Companhia de Dança da
Covilhã. A estreia está marcada
para esta sexta-feira (21h30)
no auditório das sessões sole-
nes da Universidade da Beira
Interior.
Trata-se de uma nova
criação de Ricardo Runa, co-
reógrafo residente e diretor
da companhia, que faz um
Cinema
Paranormal é tema do festival Gardunha Fest
O paranormal é o tema do
Gardunha Fest, o festival de
curtas-metragens que tem lu-
gar na Moagem entre amanhã e
domingo, numa organização do
Histérico - Associação de Artes
e apoio do município do Fundão.
Segundo os promotores,
este evento multifacetado tem
na Serra da Gardunha o seu mo-
Performance
“Contos e trovões, rezas e galináceos” na associação Calafrio
Depois de ter sido apresen-
tado por todo o país, o espetá-
culo de narração oral e canções
“Contos e trovões, rezas e gali-
náceos” sobe ao palco da asso-
ciação Calafrio, na antiga escola
primária do Rio Diz (Guarda), na
próxima quarta-feira (21h30).
O concerto é constituído
Quinta-feira • 11 de outubro de 2018 •
já com extensa discografia e
digressões pela Europa e Amé-
rica. Com elementos eletrónicos
e orgânicos, Chuck Violence
parte de um Delta Blues acele-
rado, freneticamente rítmico e
contagiante.
Bem diferente é a sono-
ridade do espanhol Banana
Cósmica, uma fusão de garage,
blues e rock’n’roll cósmico e
«retrato contemporâneo de
uma Avenida, por onde pas-
seiam pessoas, cada uma com
a sua personalidade, cada uma
com os seus desejos, sonhos e
emoções». Com momentos de
muito boa disposição, a peça
pretende transportar para o
palco cenas do quotidiano e
«um mundo fictício e ao mes-
mo tempo tão real», adianta a
companhia. O espetáculo repe-
tivo e inspiração contando com
espaços para debate, exposição,
troca de ideias, música, exibição
cinéfila e um passeio temático
guiado. Na primeira noite será
projetada a longa metragem “A
Floresta das Almas Perdidas”,
de José Pedro Lopes, numa
sessão que será seguida de uma
conversa com o realizador. O dia
por contos, cantigas, adivinhas e
ditos, num ambiente de perma-
nente interação com o público.
O projeto resulta de uma criação
coletiva de César Prata (músico
e cantor), Suzete Marques (can-
tora e narradora) e Américo
Rodrigues (narrador e ator).
«Este espetáculo traz-nos uma
• 13
DR
psicadélico. O festival termina
com Billy Lobster – aka Pavel
Racu. Nascido na Moldávia em
1988, o músico emigrou com os
pais para Portugal aos 17 anos.
Começou a improvisar solos
numa guitarra feita com uma
vassoura com fortes influências
do blues e do boogie do John Lee
Hooker. Todos os concertos têm
entrada livre.
te no sábado, à mesma hora. A
Kayzer Ballet foi fundada em
2014 e já passou pelos maiores
palcos nacionais, envolvendo
desde a sua criação mais de
trinta bailarinos de todo o
mundo. Nesta nova temporada
a companhia conta com um
novo elenco composto por bai-
larinos oriundos da Finlândia,
Ucrânia, Japão, Itália, Holanda,
Suécia e Portugal.
de sábado é dedicado à exibição
de 27 curtas-metragens e no
domingo de manhã realiza-se
um passeio pedestre e fotográ-
fico guiado em Castelo Novo. À
tarde, o festival prossegue com
uma sessão musical com José
Bonifácio na Moagem, antes da
exibição dos filmes vencedores
e da entrega de prémios.
polifonia de vozes, que vão além
das vozes que o contam para nos
devolver e envolver nas vozes de
um imaginário popular e simbó-
lico, que é saber e transmissão
coletivas e é, por isso, um espe-
táculo para todos: netos, filhos,
avós, primos e amigos», adianta
o Teatro do Calafrio.
14 • • Quinta-feira • 11 de outubro de 2018 Publicidade

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 Quinta-feira • 11 de outubro de 2018 • • 15

Sp. Covilhã ainda não venceu

em casa
O Sp. Covilhã e o Penafiel
empataram a zero, no sábado,
em jogo da sexta jornada da IIª
Liga. Os serranos não vencem
há quatro jogos e ainda não
ganharam em casa.
A partida não teve grandes
ocasiões de golo e foi disputada
sobretudo no meio do terreno,
com as equipas a não arriscarem
muito para não perderem pon-
tos. Os penafidelenses entraram
melhor, mas os serranos equili-
braram o jogo num encontro em
que faltou objetividade às duas
formações. No primeiro tempo
destaque para um remate do
penafidelense Ludovic, aos 26’,
defendido por São Bento, en-
quanto o Covilhã respondeu aos
39’ com remate de Rick Sena, à
meia-volta, travado por instinto
por José Costa.
No segundo o tempo o jogo
manteve a mesma toada, com
os locais a terem as melhores
oportunidades para marcar,
mas sem sucesso. Logo aos
46’, Makouta atirou à baliza
com a bola a sofrer um desvio
em João Paulo e a acertar no
Empate com o Penafiel faz cair serranos para o penúltimo lugar do campeonato
poste. A melhor ocasião do
Penafiel neste período foi pro-
tagonizada por Ludovic aos 60’,
mas o guardião serrano negou-
lhe o golo. O Covilhã voltou
Penafiel foi empatar a zero ao Santos Pinto, um resultado
que deixa os covilhanenses no penúltimo lugar da IIª Liga
a criar perigo pouco depois
por Rick Sena e, aos 82’, foi o
guarda-redes do Penafiel que
impediu Henrique Gomes de
marcar e garantir a primeira
Filipe Pinto - Foto Académica
vitória em casa dos covilha-
nenses. Com este resultado, os
comandados de Dito somaram
cinco pontos e caíram para o
penúltimo lugar da classifica-
Ficha de Jogo
Árbitro: Manuel Mota (AF Braga)
Árbitros assistentes: Jorge Fernandes
e Paulo Miranda
E. José Santos Pinto,
Covilhã
Sp. Covilhã.................. 0
São Bento, Gilberto, Jaime Simões,
Jaime Cunha, Henrique Gomes, Ra-
fael Vieira, Caio Quiroga (Guilherme
Rodrigues, 82’), Makouta, Adriano,
Rick Sena (Kisley, 75’) e Onyeka
Treinador: Dito
Penafiel....................... 0
José Costa, Luís Dias, João Paulo,
Luís Pedro, Daniel Martins, Romeu,
Tiago (Cristian, 88’), Ludovic (Yuri
Araújo, 67’), Pires (Areias, 76’), Vasco
Braga e Fábio Abreu
Treinador: Nuno Amaral
Golos: não houve
Ação disciplinar: cartão amarelo para
Tiago (61’), Onyeka (62’) e Rafael
Vieira (71’).
ção, em igualdade pontual com
a Oliveirense, antepenúltimo.
Este é o pior arranque de época
do Sp. Covilhã dos últimos anos
na IIª Liga.

Celorico da Beira PUB

Festival do desporto de sexta a domingo DR

O município de Celorico de Portugal 2018 de ciclismo)

da Beira organiza, a partir de
amanhã, a terceira edição do
“Celorico Sports Fest” que conta
com a participação de «estrelas
de gabarito internacional» nas
mais diversas áreas do desporto
e da dança.
Segundo a autarquia, está
prevista a participação, entre
outros, de Lenine Cunha (o
homem mais medalhado do
mundo em provas internacio-
nais de atletismo), Steve Boedt
(instrutor de zumba canadiano),
Ricardo Rodrigues (instrutor
internacional de salsa), Rui
Mimoso (campeão nacional
de “slackline”), Diogo Calado
(campeão europeu de muay-
thai), Maria Lobo (campeã na-
cional de muay-thai), David
Rodrigues (vencedor da Taça
e João Rodrigues (enduro BTT).
O evento inclui ainda atividades
de desporto adaptado, ioga,
aulas de academia e formações
creditadas pela Gnosies. A or-
ganização vai também contar
com a presença de uma figura de
destaque do Judo e com alguns
jogadores de andebol do FC
Porto e da seleção nacional que
participou no último Europeu
de juniores, em agosto passado.
Entre eles está Alfredo Torres,
natural da Guarda. Esta par-
ticipação acontece em parceria
com a Associação de Andebol
da Guarda e consistirá numa
atividade para os alunos do
primeiro ciclo do ensino básico
do concelho na tarde de sexta-
feira, a partir das 15 horas, no
pavilhão gimnodesportivo local.
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desde 1998 – IMOBILIÁRIA DE CONFIANÇA - pelo 3º Juízo Cível do Tribunal Judicial da Comarca de Oliveira de Azeméis, em
que é exequente o Finibanco, SA e executados José Santos Oliveira e Maria
Natércia Gomes Castro Santos Oliveira, foi proferida sentença que julgou a
Vende-se execução extinta por procedência da oposição à execução que considerou
provada e procedente a alegação dos executados/oponentes de que o exequente
Finibanco, SA deu à execução livrança que lhe foi entregue em branco por aqueles
Apartamento T1 - NOVO e que este preencheu com abuso do pacto de preenchimento com quantia que
não era devida pelos executadas/oponentes.
nos Castelos Velhos (Guarda) Mais se divulga que a aludida sentença foi proferida em 26/06/2012 e confirmada
por acórdão do Tribunal da Relação do Porto de 25/04/2013.

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O Interior, nº 978 de 11/10/2018

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Futebol distrital
Quatro equipas na frente do
campeonato da Iª Divisão
Houve 24 golos na segunda
jornada do Distrital da Iª Divi-
são da AF Guarda, disputada no
domingo.
O destaque da tarde vai
para a goleada do Figueirense
na receção ao São Romão por
6-2, um resultado dilatado que
coloca a equipa de Figueira
de Castelo Rodrigo na frente
do campeonato. Também com
seis pontos estão o Gouveia,
Manteigas (na foto) e Aguiar da
Beira, que ainda não perderam,
Karate
Mais títulos e medalhas para karatecas
da Guarda
A União de Karate Shotokan
das Beiras (USKB) obteve cinco
medalhas no Campeonato Re-
gional da Federação de Karate
de Portugal (FNK-P), disputado
em Vila do Conde no domingo.
A prova destinou-se a kara-
tecas dos escalões de cadetes e
juniores, com Nuno Rodrigues
(Centro Bushido da Guarda)
a sagrar-se vice-campeão re-
gional de kumite em cadetes.
O jovem guardense foi ainda
terceiro em kata, o mesmo re-
sultado conseguido em kumite
por Pedro Pereira (Centro de
Artes Marciais da Guarda), que
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Numerário
mas têm menos golos marca-
dos que o líder. No domingo, os
gouveenses venceram o dérbi
do concelho ao derrotar em
casa o Vilanovenses por 2-0 e
os manteiguenses foram ven-
cer 2-0 ao Sabugal, enquanto
os aguiarenses receberam e
ganharam ao Soito por 1-0. Nos
restantes jogos, o Vila Cortês
aplicou “chapa 5” na receção
ao Vilar Formoso, Trancoso e
Fornos de Algodres empataram
a uma bola e o Estrela Almeida
se estreou em competição. Já
Mariana Veloso e Rodrigo Gran-
jal (ambos da Escola de Karaté
de Celorico da Beira) foram ter-
ceiros em kata cadete e júnior,
respetivamente. Da Academia
Egitaniense Karate Shotokan
esteve em destaque Diogo Grilo
(Núcleo Karate Shotokan Pin-
hel) que se sagrou campeão re-
gional em kata júnior, enquanto
Manuel Henrique (AEKS) foi
vice-campeão regional. Estes
seis karatecas apuraram-se
para o Nacional, agendado para
meados de novembro, e para os
treinos de seleção regional.
DR
venceu o Celoricense por 2-1.
Este domingo há um jogo que
sobressai e vai opor o Aguiar da
Beira ao Ginásio Figueirense. Já o
Desportivo de Gouveia desloca-se
ao terreno do Sp. Celoricense, o
Manteigas recebe o Trancoso e
o São Romão joga em casa com
o Estrela Almeida. Os outros
encontros da terceira jornada do
campeonato são o Vilanovenses-
Vila Cortês do Mondego, Sp. Vilar
Formoso-Sp. Sabugal e Soito-
Fornos de Algodres.
A nível internacional, cinco
atletas da AEKS integraram a
seleção portuguesa que par-
ticipou no 9º Campeonato
Mundial da JSKA, realizado
em São Petersburgo (Rússia)
no último fim de semana de
setembro. Rui e Carla Jerónimo
venceram as provas de kata
+18 anos e +40 anos, respe-
tivamente, enquanto Diogo
Grilo também conquistou uma
medalha de ouro no escalão de
16/17 anos. Por sua vez, Rosa
Jerónimo foi segunda em kata
+50 anos e José Jerónimo ter-
ceiro em kata +50 anos.
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Quinta-feira • 11 de outubro de 2018 •
Campeonato de Portugal
Sétima derrota do Sp. Mêda na série B
O Sp. Mêda somou no úl-
timo domingo a sétima der-
rota consecutiva na série B do
Campeonato de Portugal na
receção ao Marítimo Madeira
SAD. Os insulares venceram
4-1 no Campo César Augusto
de Carvalho.
A formação madeirense
controlou a partida desde o
início e abriu o ativo aos 6’,
mas os locais reagiram e igua-
laram o marcador aos 19’ por
Matheus Alzemand. Seguiu-se
algum equilíbrio até aos 32’,
quando os visitantes marca-
ram novamente com Nixon
Brizolara a bisar. O Marítimo
Madeira SAD deu um rombo
nas expetativas dos medenses
Ciclismo
David Rodrigues é 22º no ranking
da APCP
David Rodrigues (RP-Bo-
avista) ocupa o 22º lugar do
ranking da Associação Portu-
guesa de Ciclistas Profissio-
nais (APCP), que premeia a
regularidade ao longo da época
velocipédica nacional.
Este ano, o guardense ven-
ceu a Taça de Portugal de ciclis-
mo, foi 14º na Volta a Portugal, a
sua melhor classificação de sem-
pre na prova, e venceu a última
etapa do Grande Prémio ABIMO-
TA, tendo averbado 213 pontos.
Natação
Simão Dias segundo no Circuito Nacional
de Águas Abertas
Simão Dias (Clube de Na-
tação da Guarda) terminou o
XIº Circuito Nacional de Águas
Abertas no segundo lugar na
categoria de 16/17 anos e foi sé-
timo classificado em absolutos.
A competição foi organiza-
da pela Federação Portuguesa
de Natação entre junho a setem-
bro e contou com 10 provas. O
guardense participou em oito
delas, sendo que apenas seis
contaram para a pontuação final
(Sines, Viana do Castelo, Lagoa,
Montargil, Aldeia do Mato –
Abrantes, Mirandela, Lisboa e
Vila Nova da Serra – Tomar), o
Cupão de Assinatura
Nacional_ ____ Semestral.. (12,5€) Anual.. (25e)
Estrangeiro_ Semestral.....(15€) Anual.. (30e)
• 17
pouco antes do intervalo e
foram para as cabinas a vencer
por 3-1. No segundo tempo os
madeirenses controlaram os
acontecimentos e travaram os
ímpetos dos locais sem muitas
dificuldades, tendo mesmo
ampliado a vantagem aos 70’
e sentenciado a partida. Ainda
sem pontuar no campeonato
nacional, o campeão distrital
da Guarda em título é último
classificado da série B com cinco
golos marcados e 23 sofridos.
O Sp. Mêda tem mesmo a pior
defesa da prova e no domingo
viaja até Paredes para defrontar
o União local, que ocupa o oitavo
lugar da classificação. A série B é
liderada pelo Gondomar.
O melhor ciclista do ano foi Joni
Brandão (Sporting-Tavira), que
já anunciou a mudança para a
Efapel na próxima temporada,
com 1.177 pontos. O segundo
classificado, em grande medi-
da devido ao desempenho na
Volta a Portugal, foi o espanhol
Raúl Alarcón (W52-FC Porto),
com 955 pontos. Seguiu-se
Domingos Gonçalves (Rádio
Popular-Boavista), com 878.
Coletivamente, venceu a equipa
do Sporting-Tavira.
DR
que valoriza ainda mais o re-
sultado final do jovem nadador.
Simão Dias vai agora iniciar os
treinos de preparação para a
nova época de natação pura.
18 • • Quinta-feira • 11 de outubro de 2018
Júlio Sarmento *
crónicaPOLÍTICA
Português suave
É só um lamento, incontido, pouco
mais. De um lutador com experiência anti-
ga, que ainda se dá ao trabalho de comparar
os tempos. Que não se acomoda, por ter
memória de coisas que não devem ser
esquecidas, de como estão abandonados
os valores e as causas por que lutámos,
todos, lado a lado, na mesma trincheira do
distrito da Guarda.
Lembro-me dos debates, da contro-
vérsia, da exigência política acerca dos
planos de investimento público na região.
Recordo os combates travados à frente de
manifestações populares para garantir a
continuidade de serviços.
Tenho memória do risco, do drama, do
combate, do debate, de tempos magros e
de carência, onde não havia lugar para a
trégua. Hoje em dia, na época da colheita,
quando muitas dessas batalhas já foram
ganhas, já são poucos os que estiveram
nesses combates e nessa trincheira.
É só um lamento, incontido, pouco mais.
Nestes tempos novos, já ninguém
questiona nenhum plano de investimento
público. Nem do Estado, tão pouco nas
autarquias locais. O que se reclama é o
conhecimento e a divulgação pública do
programa das festas do próximo ano.
O ponto onde está a nossa exigência!
E todavia, a desertificação acelera, a
população diminui a um ritmo sem prece-
dentes, a economia definha, o investimento
privado pouco existe e a alavanca do inves-
timento público não aparece.
Este jornal anunciou na primeira pá-
gina de uma recente edição que 11 postos
dos CTT irão fechar em sedes de concelho.
É apenas um exemplo, que aliás no pas-
sado recente também aconteceu noutros
domínios, na Justiça, na Saúde e onde
está a exaltação, a manifestação, a luta, o
combate, o bater do pé?
Onde estão as medidas anunciadas
para o interior que se perderam no nevoeiro
ou se esgotaram na publicidade, como
hoje se usa?
É só um lamento, inconformado.
Pouco mais.
Claro que aparece sempre alguém a di-
zer que a culpa não é sua, mas do Governo
e se for do mesmo partido, então será do
Governo anterior. As armas são sempre e
só um telemóvel para tirar a fotografia e
um microfone para registar o momento.
O programa de festas há-de ajudar a
esquecer!
A sensação é de abandono, a festa
tem um sabor amargo, repetitivo, baru-
lhento e o povo parece anestesiado, sem
força para berrar mais alto que a música.
A memória que resta antes deste ciclo é
que não foram os que ficaram silenciosos,
os que não participaram do debate, os que
não estiveram nas batalhas que fizeram o
mundo que somos.
Hoje tudo parece demasiado macio,
mole, sem chama, tipo português suave!
* Ex-presidente da Câmara de Trancoso e
antigo líder da Distrital do PSD da Guarda
Jorge Noutel
crónicaPOLÍTICA
Resistência, coragem, luta e dignidade
O Comité de Oslo atribuíu o Prémio Nobel da Paz de 2018 a
Denis Mukwege e a Nadia Murad pelo seu trabalho em combaterem
e denunciarem o papel da violência sexual nos conflitos armados.
No Hospital Panzi, fundado por Mukwege, na República Demo-
crática do Congo (antigo Zaire), mais de 50 mil mulheres vítimas de
violência sexual foram tratadas desde 1999. «Este não é um problema
só das mulheres, é um problema da humanidade», afirmou Denis
Mukwege, um médico que sara os corpos mas tenta também aliviar
as almas.
Já Nadia Murad é membro da minoria étnica Yazidi. Foi raptada
pelo Estado Islâmico em 2014, no Iraque, tendo sido repetidamente
violada por membros do grupo terrorista. Três meses depois de ter
sido raptada, conseguiu fugir. Desde então tem trabalhado como
ativista para alertar para o problema da violência sexual como arma
de guerra. Em setembro de 2016 foi nomeada Embaixadora da Boa-
Vontade das Nações Unidas, com a pasta da defesa das vítimas de
tráfico humano.
O Comité de Oslo destacou como Nadia «se recusou a aceitar
os códigos sociais que exigem às mulheres que fiquem em silêncio
e envergonhadas pelos abusos a que foram sujeitas», elogiando a
sua «invulgar coragem» ao contar a sua história e ao falar em nome
de outras vítimas.
«O principal objetivo é chamar a atenção para o problema do
abuso sexual», resumiu a presidente do Comité, Berit Reiss-Andersen,
sobre a decisão de atribuir o Nobel aos dois ativistas.
«Se receber o Nobel, recebê-lo-ei com o coração partido», disse
Nadia Murad referindo-se aos milhares de mulheres que são vítimas
de violação. A descrição, na primeira pessoa, da sua violação, é de
uma extrema violência e revela quão doloroso é tal ato, seja no âm-
opinião
José Carlos Lopes
O termo aselha significa pequena asa. O que seria de um pássaro
se em vez de um par de asas normais tivesse uma delas mais pequena
que a outra? O seu voo seria desajeitado, caótico e errático. Mas o
termo costuma ser utilizado para classificar uma pessoa desajeitada
em alguma coisa. É, no que se segue, o que acontece quando temos
condutores com “asas assimétricas” para a condução.
No ambiente urbano um tipo de aselha é o que nunca sabe
situar espacialmente o seu veículo num espaço de estacionamento,
mesmo que este esteja claramente marcado no pavimento, seja ele
em espinha ou em linha e, por isso, trata de roubar dois ou mais
lugares aos seus concidadãos, não tentando sequer corrigir o erro
mesmo que dê conta. Alguns fazem de propósito porque como
têm um problema com a marcha-atrás insistem em estacionar em
linha, de frente, deixando pelo menos meio carro de espaço para
o de trás; outro tipo é o que insiste em travar antes de sinalizar
a intenção de mudar de direção e o terceiro é o que, por norma,
tende a fazer saltar para vermelho semáforos de velocidade, obri-
gando a parar todos os outros que, cautelosa e nervosamente,
controlavam a sua. Claro que um só aselha pode acumular estes
predicados e muitos outros na sua carteira de aselhices, como
são os casos que se seguem.
No ambiente extraurbano há um tipo de aselha que irrita
especialmente, é o que insiste em ocupar a faixa do meio das
autoestradas mesmo que a via mais à sua direita se encontre
livre. Estes obrigam o condutor consciencioso a fazer autênticas
diagonais de costa a costa para proceder a uma ultrapassagem
ou o menos consciencioso e mais visceral a manter a sua posição
e ultrapassar o aselha pela direita mostrando-lhe o dedo do meio
ou pregando-lhe umas valentes buzinadelas; há ainda condutores
com a abordagem “BT em veículo descaraterizado” que consiste
em fazer sinais de luzes de forma frenética enquanto ocorre a
aproximação ao aselha na faixa do meio até que este, sabendo
que o que faz desde sempre é ilegal mas insiste em fazê-lo porque
é mais cómodo, encoste à direita com o susto.
bito psicológico e sentimental ou carnal. Uma verdadeira barbárie.
Após ter conseguido fugir do cativeiro, Nadia chegou a um campo
de refugiados onde contou todos os horrores por que passou a uma
jornalista da BBC. Foi-lhe proposto que se mantivesse anónima, mas
Nadia recusou-o peremptoriamente reforçando a sua posição com a
frase «Não, deixem que o mundo veja o que nos aconteceu».
O terror pelo qual Nadia teve de passar, contudo, pesa-lhe sobre
os ombros, como uma assombração. «Sinto que cada parte de mim
mudou nas mãos deles: cada meada de cabelo na minha cabeça,
cada parte do meu sangue, ficaram velhos. Fiquei gasta graças ao que
eles me fizeram e agora sou completamente diferente do que era».
Neste sentido, e como costuma ser seu apanágio, a entrega
do Prémio Nobel da Paz a Denis Mukwege e a Nadia Murad é uma
lição e um estímulo para aquela parte do mundo que ainda respeita
valores. E uma bofetada a quem acha que o poder, seja ele qual for,
pode exercer a violência, nomeadamente a sexual.
Numa época em que a violência sexual inunda o dia a dia das
notícias, pelas melhores ou pelas piores razões, este prémio veio
lembrar-nos que a violência, seja ela perpetrada em que contexto for,
é um ato altamente reprovável do ponto de vista civilizacional e sinal
de barbárie, insensibilidade e selvajaria.
É em momentos destes que nos questionamos sobre o estado
a que terá chegado qualquer país que tenha decidido não enviar para
a cadeia dois homens que tenham violado uma mulher em estado
de inconsciência.
De facto, este tipo de prémios não existe apenas para projetar
uma esperança e uma visão para o futuro. Às vezes, por coincidência,
servem também para projetar sombras bem negras sobre o nosso
passado recente…
“Estás com pressa?
Passa por cima”
Há uma subespécie de aselha que só aparece em Espanha.
Para além de amar circular na faixa do meio, insiste em iniciar
as ultrapassagens quando outro veículo já se encontra prestes
a ultrapassá-lo, originando autênticas travagens “a pés juntos”
das suas vítimas de modo a evitar um acidente – estes são os
aselhas-suicidas. Os aselhas-cautelosos optam por iniciar as
ultrapassagens a 500 metros dos veículos que os precedem
aumentando, para isso, em cerca de 5 km/h a sua velocidade e
demorando eternidades a concluí-la e a “desampararem a loja”
aos veículos que há minutos nervosamente esperam que o “parto”
se conclua. É de cortar os pulsos.
Há ações dos condutores que podem ser mais perigosas
que algum excesso de velocidade, como são os casos de circu-
lação irregular em autoestrada nos termos expostos ou outros,
como falar ao telemóvel, enviar mensagens, consultar mails ou
outras atividades “online” enquanto se pilota e que deveriam ser
prioritárias, quer na punição quer na prevenção, porque geram
situações potencialmente perigosas para outros, levando-os, por
vezes, em resposta às aselhices a cometerem infrações como
ultrapassagens pela direita, colagens à traseira ou outras ações
de “faca-nos-dentes” que resultem de um estado de nervosismo
provocado pelos primeiros. Parece-me que há tendência por parte
das autoridades em coletar o dinheiro fácil dos contribuintes
(como se não bastassem já os municípios e as Finanças). É muito
mais cómodo colocarem-se em locais estratégicos, em modo
camuflado, em pontos que nem sempre são negros, mas que dão
muito jeito para grandes multas por excesso de velocidade e para
os objetivos do mês.
Porque nem sempre é fácil o “perdoar e esquecer” na estrada,
a história está cheia de incidentes mais ou menos graves que
tiveram origem em aselhices sempre dos outros porque ao volante
das nossas viaturas somos, na nossa perspetiva, por vezes soli-
tária, os melhores condutores do mundo, daí a portuguesíssima
expressão: “Estás com pressa? Passa por cima”.

opinião
Henrique Monteiro *
Abandono total
Recentemente, fiz o percurso entre o Po-
cinho e Barca D’Alva e é uso dizer-se que “vale
mais uma imagem do que mil palavras”.
Por isso, as imagens recentes que eu rete-
nho na minha memória valem milhares de pa-
lavras e mais as poucas que vou escrever sobre
a linha de caminho de ferro que liga o Pocinho
a Barca D’Alva. Uma linha que vai para além
do que é nosso e permite transpor fronteiras,
ligando-nos a Espanha.
Uma linha de caminho de ferro que ladeia
o rio Douro e serpenteia entre paisagens des-
lumbrantes. Paisagens essas que são um dos
melhores ativos turísticos e económicos do
nosso país.
Paisagens que têm sido humanizadas pelo
esforço dos privados, que aí têm investido suor
e euros procurando transformar um contexto de
pobreza numa realidade de riqueza. E o que tem
feito o Estado? Nada!
Teria o Estado português dinheiro para
construir esta grande obra de engenharia que
é a linha de caminho de ferro de Barca D’Alva,
nos tempos de hoje? Não, não teria, pois seriam
necessários 163 milhões de euros para construir
esta via férrea e esse é um dinheiro que não está
disponível.
E um Estado, que não tem dinheiro para
investir e desenvolver o interior, o que faz com
as infraestruturas que outrora custaram muitos
milhões de escudos e o esforço de milhares de
portugueses, que ali trabalharam e ganharam
o seu pão?
Este Estado, que é o Estado português,
abandona pura e simplesmente esta infraestru-
tura, votando-a ao declínio e à desvalorização, o
que diz bem do estado a que o nosso Estado che-
gou. Essas imagens da minha memória recente
encerram em si mesmas todas as palavras que
podem ser ditas sobre o abandono do interior.
Este é um Estado que nem faz, nem deixa
fazer e até parece ter raiva de quem faça. Este
Estado assim é um Estado incompetente. Um
Estado inconsciente e negligente.
Seremos capazes de imaginar a mais-valia
que esta infraestrutura, em funcionamento, para
aproveitamento turístico e outros fins, signifi-
caria para esta deprimida região que delimita a
Norte o distrito da Guarda?
Claro que somos capazes de imaginar as
dinâmicas económicas que uma decisão de
reativação da linha Pocinho-Barca D’Alva traria
para toda aquela região. Dinâmicas económicas
essas que parecem incomodar quem nos (des)
governa lá para as bandas do Terreiro do Paço.
Sabemos que não há dinheiro para inves-
timentos públicos na ferrovia, mas também
não queremos que, não havendo esse mesmo
dinheiro, daqui surja mais uma PPP para nossa
maior desgraça.
Queremos, isso sim, que o Estado que não
faz porque é incapaz ou porque não quer, que
deixe fazer quem sabe e que concessione a
privados que saibam e queiram dar vida a este
ex-libris do Alto Douro.
As decisões nem custam dinheiro, custam
apenas vontades. Quem sabe fazer, faz e o que
faz falta neste país é o que é preciso fazer e que
pode ser feito.
* Presidente da Distrital do CDS-PP da
Guarda
Carta aberta ao Exmo.
Ministro da Saúde
opinião
José Valbom *
Ex.º:
Seja bem-vindo à Guarda. As gentes da Beira Interior
cumprimentam-no afetuosamente.
Vamos falar de Saúde na Guarda:
A – NÍVEL ESTRATÉGICO (Assunto de Ministro)
A ULS – Guarda constituída por 2 Hospitais, 13 Unidades
Cuidados de Saúde Personalizados, 1 Unidade de Saúde Familiar,
1 Unidade de Saúde Publica, 2 Unidades de Cuidados Continu-
ados e 1 Unidade de Paliativos distribuindo-se numa área de
712 quilómetros quadrados… Abrange 150 mil utentes, uma
população muito envelhecida.
Os cuidados de saúde primários cumprem, razoavelmente,
todos os critérios de qualidade delineados.
Já em relação aos cuidados hospitalares há assuntos que
merecem referência.
A resolução do Conselho de Ministros nº 140/98 de 4 de
dezembro cria a Faculdade de Ciências da Saúde na Beira Interior
assinado simbolicamente por uma só pessoa – António Manuel
de Oliveira Guterres. Um Estadista.
Aí se afirma que «integra o Hospital Cova da Beira e integrará
as restantes unidades do Distrito de Castelo Branco e Guarda
que se revelem necessárias ao prosseguimento deste objetivo,
nomeadamente os hospitais de Castelo Branco e Guarda”. Fica
salvaguardado o objetivo de paridade entre os hospitais.
Assim, temos estado, até que de forma inopinada, em 3 de
agosto de 2018 (em período de férias passam sempre melhor
estas coisas!). O Decreto Lei nº 61/2018 de 3 de agosto estabe-
lece o regime jurídico aplicável aos centros académicos clínicos
criando condições para o desenvolvimento de forma integrada,
as atividades assistenciais de ensino, de investigação clínica e
de translação.
Fica consagrada a possibilidade dos profissionais de saúde
destas unidades, prestadoras de cuidados de saúde integrada
nestes centros académicos clínicos poderem dedicar até 30% do
período normal de trabalho semanal a atividades de investigação
clínica, de translação e de ensino no âmbito do respetivo centro
académico clínico.
O presente Decreto-Lei qualifica o respetivo serviço, desen-
volve qualitativa e quantitativamente o corpo clínico, acredita
a investigação e reforça o financiamento do respetivo centro
académico.
O Centro Hospitalar da Cova da Beira passa a Centro Hospita-
lar e Universitário da Cova da Beira, e bem. Todos concordamos.
Não concordamos e não percebemos o porquê do esque-
cimento de igual tratamento para a Guarda e Castelo Branco.
De facto, na Guarda, Hospital com área de influência com
mais utentes que a Covilhã, decorrem mais horas de docência
para a Faculdade de Medicina, e tanta ou mais investigação desde
a mesma altura e com igual empenho. Castelo Branco será uma
realidade análoga.
É urgente que Vª Exª e o Ministro da Ciência, Tecnologia e
Ensino Superior reponham o estatuto de paridade.
Estas duas estruturas organizacionais devem dar os passos
necessários – Acreditação de serviços e unidade de investigação
e desenvolvimento - para garantirem formas inovadoras de
assistência, ensino, investigação clínica e translação e serem
avaliadas por isso. Nunca excluídas, à partida, sem avaliação
sendo condenadas à 2ª divisão – no que aos financiamentos diz
respeito –, dos hospitais da Beira Interior.
Este é também o interesse estratégico da Faculdade de
Ciências da Saúde/UBI.
É fundamental para a Faculdade de Medicina que os três
hospitais/escola estejam cooperantes com a mesma qualidade
clínica e de investigação, por várias razões:
1) Como investigar, como publicar com qualidade estudos
com uma base populacional inferior a 100 mil utentes (Covilhã
sozinha);
2) Como explicar unidades de ensino/investigação com
Participe no espaço do leitor. Diga de sua justiça.
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Quinta-feira • 11 de outubro de 2018 • • 19
condições de base diversa e acreditações diferentes na mesma
faculdade;
3) A heterogeneidade entre hospitais pode levar a tentativas
de não cooperação – se algum hospital da Beira Interior referen-
ciar doentes para fora desta zona enfraquecemos todos. Todos
somos poucos;
4) Nas próximas décadas, pela macrocefalia deste país,
seremos menos. Não podemos esquecer que todos juntos e coo-
perantes somos menos de 400 mil. Rácio que internacionalmente
e, mesmo por critérios das faculdades do litoral, é pequeno para
mantermos uma faculdade de medicina e algumas especialidades
médicas hospitalares. Não podemos dar argumentos para des-
valorizar a nossa faculdade e os nossos serviços;
5) A Faculdade deve posicionar-se, estrategicamente falando,
acima em ensino/investigação/publicação, articulando com todos,
em estatuto de clara paridade;
B - NÍVEL TÁCTICO (Ministro/ARS/ULS Guarda)
O Prof. Correia de Campos, - Ministro da Saúde acabou com
uma discussão estéril no distrito da Guarda – “Hospital novo ou
um novo hospital?!”
Em maio de 2007 na Guarda explicitou o hospital e as suas
valências. Por questões concursais separado em duas fases.
Sublinhe-se: um só hospital, um só programa. O necessário e
suficiente para uma população de 150 mil habitantes, bem como
a requalificação de edifícios históricos.
Conclui-se a 1ª fase.
A seguir a um ministro vem um contabilista. O Dr. Paulo Ma-
cedo, com visão curta, anula a 2ª fase. Prejudica-se a população
do distrito da Guarda. Mesmo olhando só para números a opção
é duvidosa. De facto, o custo estimado da 2ª fase (cerca de 45
milhões de euros), tinha financiamento externo de 85% cabendo
à comparticipação nacional 6.750.000 euros. Se a construção
tivesse sido realizada, estimando os dividendos para o país em
IVA e IRS (em termos médios de 20%) os cofres arrecadariam
9 milhões de euros. A matemática diz-nos que a não construção
da 2ª fase é também um prejuízo económico.
C - NÍVEL OPERACIONAL (ULS Guarda)
Temos falta de Médicos. Já foi pior.
De vez em quando há problemas de relacionamento entre
profissionais e Conselho de Administração. No fundo, como em
todas as Instituições desta dimensão. São assuntos de casa
e em casa devem ser resolvidos. Pouco mais pode fazer que
aconselhar-nos diálogo.
D – SINTESE
Solícito, a V.Ex.ª e ao seu colega, Manuel Heitor a resolução
do problema a nível estratégico.
Qualificação como Centro Académico e Universitário.
Decisão fundamental para o futuro, com valor preditivo,
definindo com precisão se o Hospital Sousa Martins é bom ou
mau tem técnicos superiores jovens, ou não, a 10 /20 anos.
Vª Ex.ª e o Sr. Ministro das Finanças avancem com a segunda
fase, ainda que reformulada.
Exª, decida. Ponha a sua pegada de Estadista no Distrito da
Guarda de forma a que os concidadãos da minha idade adotem
as palavras de Zeca Afonso (Venham mais cinco:):
«Não me obriguem
A vir para a rua
Gritar»
E negue a profecia para os nossos filhos:
“Que é já tempo
D’embalar a trouxa
E zarpar”
Respeitosamente.
* médico
 publicida

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20 • • Quinta-feira • 11 de outubro de 2018

opinião
rua da corredoura, 80 - R/C Dto - C 6300-825 Guarda
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UBI dcabrita@iol.pt

Receção ao Caloiro arranca domingo

Diogo Cabrita

A semana de festas dedicada aos

alunos recém-chegados à Universidade
da Beira Interior (UBI) está de volta à
Covilhã. A Receção ao Caloiro arranca no
domingo, com a tradicional serenata, no
Calvário, pelo grupo de fados da UBI. A
festa prossegue depois com o Dj Jhonny
Rebel.
Entre as novidades deste ano está
a mudança da Latada, que habitual-
mente se realiza à quarta-feira, para
segunda-feira (dia 15), devido à greve
dos enfermeiros agendada para dia 17.
Uma alteração que, segundo explicou a
Associação Académica da Universidade
da Beira Interior (AAUBI), tem como
objetivo «assegurar que todos os alunos
que necessitem de assistência médica
sejam devidamente acompanhados». O
desfile dos estudantes, marcado para as
15 horas, será feito entre o polo principal
da universidade e a Praça do Município.
A noite será animada pelas tunas da UBI
no pavilhão da ANIL.
Na terça-feira a animação está a
cargo da Lazy Eye Society, Dj Dilcio, De-
ejay Telio e Dj Set Renato Alexandre. Na
quarta-feira será eleito a miss e o mister
AAUBI, seguindo-se a atuação dos Alpha
Heroes. Já na quinta-feira (dia 18) sobem
ao palco Dj Roxo, Dillaz, Krash e Petter Nox
e no dia 19 Blaya será a cabeça de cartaz de
uma noite onde atua também 37th Garage,
Sugar Daddies e Dj Oxy. No dia 20 a noite
será de Fenando Daniel, Club Banditz e Dj
Tunes. A Receção ao Caloiro termina no
dia 21 com o tradicional Arraial da Cerveja,
animado pelo Dj Seco, Virgílio Faleiro, Toy,
Insert Coin e o Dj Rob Willow.
Os bilhetes diários para a Receção ao
Caloiro variam consoante os dias e vão
desde 3,90 euros a 13,90 euros. Os gerais
DR
têm um custo de 29,9 euros para sócios,
34,9 euros para estudantes e 39,9 euros
para não estudantes. A AAUBI propõe
ainda o arredondamento de 10 cêntimos
por bilhete, cujo valor reverte a favor da
Liga Portuguesa Contra o Cancro - Núcleo
Regional do Centro. Este ano a Receção
ao Caloiro será também «amiga do am-
biente» e durante o evento, à exceção do
dia do Arraial da Cerveja, apenas serão
usados copos reutilizáveis.
Bolsonaro
A vitória de Bolsonaro com mais de
42 milhões e votos na primeira volta deixa
perceber que vamos ter um Brasil dividido
ao meio em finais de outubro. A prática de
“fake news” ou de “pós-verdades” veio
incendiar toda a eleição e ela é comandada
nos comités centrais dos partidos e incen-
deia jornais, comentários e redes sociais.
Descontextualiza-se o tempo, a referência,
o que foi dito, o enquadramento e temos
candidatos em vídeos mínimos de que se
retiram conclusões máximas. O Brasil vai
desde o filho de ator porno que desanca o
pai eleito deputado ao Tiririca (eleito para
terceiro mandato), à inacreditável campa-
nha “petista” carregando t-shirts de Lula
preso, à facada em Bolsonaro demasiado
ridicularizada e apoucada nos media, até
à campanha falhada de #elenão. A cons-
trução discursiva da nova política onde a
cultura dos guetos e dos indivíduos quer
igualdade com as maiorias, exigem o si-
lêncio de imensos para garantir minorias,
onde a exclusão de quantidades inclui pou-
cos, vem do princípio da liberdade acima da
própria redistribuição. Nas novas políticas
da esquerda ocidental o mínimo constrói
direitos totalitários e legisla de modo so-
berano sobre o contraditório vincando a
ditadura do politicamente correto. Acontece
que esta narrativa bate frontalmente com fé
e com misticismo silencioso, cada dia mais

ANMP quer revogação da concessão

envergonhados, como se fosse um crime
Saúde acreditar em Deus, defender os valores da

Ministro família, sobrelevar a opinião contra o abor-

na ULS da do serviço postal universal to, manter tradições de vestuário e outras,

Guarda
amanhã DR
Adalberto Cam-
pos Fernandes está
amanhã na Guarda
para reunir com a ad-
ministração da Uni-
dade Local de Saúde,
o corpo clínico e au-
tarcas da região. A vi-
sita do ministro tem
início pelas 10 horas
na Consulta Externa,
no novo pavilhão, e
termina pelas 12h30.
Conselho Diretivo decidiu denunciar publicamente as «situações
graves» de incumprimento das concessões do serviço público postal
em sedes de concelho
A Associação Nacional de Municípios Por-
tugueses (ANMP) admite exigir a revogação da
concessão do serviço postal nacional, porque a
empresa «não está a cumprir» as suas obrigações
ao encerrar estações de correios em
«Admitimos a hipótese de reclamar a revoga-
ção da concessão. Não é razoável que um serviço
público essencial esteja a encerrar de forma
encapotada ou explícita» estações de correios
em sedes de municípios, afirmou o presidente da
ANMP. O fecho dessas estações «choca com o que
foi acordado pela empresa com a entidade regu-
ladora, a ANACOM, e com o Governo», sustentou
Manuel Machado. «É necessário que o Governo
intervenha», de modo a que «seja reposta a ra-
zoabilidade e a prestação obrigatória do serviço
público nacional», apelou o também é presidente
da Câmara de Coimbra, considerando que «a
melhor forma de o Estado garantir a prestação»
desses serviços é «a responsabilização da empresa
que tem a obrigação de os dispensar».
Nesse sentido, o Conselho Diretivo da
ANMP, reunido na passada terça-feira, decidiu
«denunciar publicamente as situações graves
de incumprimento das concessões do serviço
público postal», pois, «contrariamente ao acor-
dado» com a ANACOM (Autoridade Nacional de
Comunicações) e com o Governo, os CTT têm
vindo a «promover o encerramento» de estações
dos correios em sedes de municípios. «Esta nova
vaga de encerramento de serviços postais que se
pretende implementar», designadamente nos mu-
nicípios de Aguiar da Beira, de Fornos de Algodres
e de Manteigas, no distrito da Guarda, e na área da
Comunidade Intermunicipal (CIM) do Douro, que
agrega 19 municípios (distribuídos pelos distritos
de Bragança, Guarda, Vila Real e Viseu), chegando a
atingir as próprias sedes de concelho, é «verdadeira-
mente inadmissível», considerou Manuel Machado.
Na sua opinião, o Governo deve intervir no
sentido de «melhorar o serviço prestado pelos
CTT, desde logo através da avaliação das ob-
rigações de serviço público, propiciando ainda
alterações ao contrato de concessão em vigor».
ter dúvidas sobre “garantias científicas”,
querer segurança, não gostar de quem não
se lava, de comportamentos e linguagens
carroceiras em lugares públicos ou em
casa. Bolsonaro cavalga esta massa silen-
ciosa que, em Portugal, não vota porque
não surgiu alguém mais credível para o
fazer, apesar de José Manuel Coelho, da
Madeira, já ter chegado aos 200 mil votos
para a Presidência em 2010. O silêncio é a
arma dos que têm medo, dos que sofrem
calados para não se incomodarem com as
vozearias e os ataques de alguma esquerda
que raramente teve mais votos que José
Manuel Coelho mas abafa-o em impropérios.
Bolsonaro é a consequência de um estado
inenarrável com sete mortos violentos por
hora só no Rio de Janeiro, dos insultos ao
juiz Sérgio Moro, que o povo parece apreciar,
a ineficiência de uma justiça que demorou
a prender os responsáveis do “Lava Jato”,
o cansaço de Temer e a suspeição sobre os
líderes. Bolsonaro nasce nessa sementeira
onde se mistura religião, misticismo, mo-
ralidade e medo que é uma sopa poderosa
aquecida por terroristas, excessos esquer-
distas e insultos fáceis. Acordem porque o
nosso está para aparecer.