SE Aula06 Coordenação de Isolamento

Subestações
Coordenação de Isolamento
Professora: Girlene Ribeiro

Introdução
 Coordenação de isolamento é o conjunto de procedimentos utilizados para
a especificação de equipamentos, que tem por objetivo fundamental a
redução, a um nível econômico e operacionalmente aceitável, da
probabilidade de falhas nos equipamentos, tendo em vista as solicitações
que podem ocorrer no sistema e as características dos dispositivos de
proteção.
 Durante o período de funcionamento os equipamentos do sistema são
sujeitos a diversos tipos de sobretensões, com origem interna ou externa
ao sistema. Estas provocam solicitações dielétricas nos equipamentos de
tal forma que podem levar à disrupção dos mesmos ou até mesmo à sua
©2018 GirleneLRibeiro
destruição, o que coloca em risco a confiabilidade e a continuidade de
serviço do sistema.
2 Subestações – Coordenação de Isolamento

Introdução
 Os equipamentos apresentam uma característica muito importante com
relação à coordenação de isolamento que é a suportabilidade, definida
como sendo a propriedade de um isolamento de se opor a descargas
disruptivas. A suportabilidade depende do tipo de solicitação aplicada ao
equipamento e de características inerentes ao próprio isolamento do
equipamento.
 Especificar um nível de isolamento consiste em definir quais os tipos e
amplitudes de sobretensões que um equipamento deve suportar.
 NBR 8186: Guia de Aplicação de Coordenação de Isolamento
 NBR 6939: Coordenação do isolamento - Procedimento

Introdução
 As normas de coordenação de isolamento têm por objetivos fixar os níveis
de isolamento dos equipamentos e estabelecer diretrizes para a
elaboração de especificações e métodos de ensaios de equipamentos.
 Os ensaios são realizados de acordo com os procedimentos estabelecidos
nas normas pertinentes e têm por objetivo verificar se um equipamento
está em conformidade com as tensões suportáveis nominais que
determinam o seu nível de isolamento. Para cada tipo de ensaio e cada
tipo de equipamento, a norma do equipamento especifica os métodos para
detectar falhas no isolamento e os critérios que permitem afirmar ter
ocorrido falha de isolamento durante os ensaios.

Métodos de coordenação de isolamento
 Método convencional:
 Baseado na seleção dos níveis de isolamento considerando-se as
maiores sobretensões esperadas e uma margem de segurança. O nível
de isolamento é definido adicionando-se uma margem de segurança ao
nível de proteção do dispositivo de proteção, usualmente um para-raios,
determinado para a solicitação máxima.
 As margens de proteção para surtos de manobra e surtos atmosféricos
são estabelecidas em função da experiência das instalações existentes e
têm por objetivo evitar que eventuais imprecisões na determinação das
sobretensões, inclusive o efeito-distância, ou desvios nas características
de isolamento do equipamento e do dispositivo de proteção resultem
em falha de equipamento.

Métodos de coordenação de isolamento
 Método estatístico:
 Baseado na seleção dos níveis de isolamento através de um determinado
risco de falha selecionado, levando em consideração a natureza estatística
das sobretensões e da suportabilidade do dielétrico.
 A sua utilização é, normalmente, limitada aos isolamentos
autorregenerativos e para tensões acima de 300 kV.
 Para a aplicação do método estatístico, todas as grandezas envolvidas
devem ter as suas distribuições estatísticas determinadas, identificando-se a
natureza, magnitudes e probabilidades de ocorrência das sobretensões, as
características de suportabilidade do isolamento e as carcterísticas
climáticas da região da instalação. As distribuições estatísticas são,
normalmente, caracterizadas por um valor médio e um desvio padrão.

Solicitações dielétricas
 Solicitações dielétricas são os esforços aos quais os equipamentos do
sistema elétricos estão sujeitos, resultantes do campo elétrico aplicado.
 A coordenação de isolamento é efetuada com base nas solicitações
dielétricas às quais os equipamentos estão ou podem eventualmente estar
sujeitos.
 É importante conhecer quais os tipos de solicitações dielétricas existentes e a
sua origem, que vão desde aquelas causadas no regime permanente até vários
tipos de sobretensões.
 Regime permanente: é aquela à qual qualquer equipamento está sujeito
sobre condições normais de funcionamento.
 O nível mínimo de isolamento é especificado segundo esta solicitação e
a sua seleção, com base na tensão máxima da rede, deve levar em
consideração a degradação devido aos agentes atmosféricos como
chuva, nevoeiro e poluição, e ao envelhecimento.
 Sobretensões temporárias:
 Falta à terra: no defeito à terra verifica-se uma elevação do potencial das fases
não envolvidas na falta. As sobretensões resultantes de defeitos à terra podem
atingir valores na ordem de 1,5 vezes o valor de tensão nominal do sistema
durante 1 segundo.
 Condição de ressonância: surge quando elementos com elevada capacitância,
por exemplo linhas de transmissão, e indutância, por exemplo transformadores,
são energizados. Valores na ordem de 1,5 vezes da tensão nominal podem ser
atingidos.
 Sobretensões de origem atmosférica:
 Uma sobretensão pode ser induzida
numa linha de transmissão após a
incidência direta de uma descarga
atmosférica sobre os condutores de
fase, ou indireta, sobre as torres e
cabos guarda.
 A forma de tensão para ensaios tem
frente de 1 µs e tempo de cauda de 50
µs.
 Apresentam-se mais relevantes para
sistemas com níveis de tensão abaixo
dos 300 kV, uma vez que o seu 1 µs 50 µs
impacto na rede será tanto menor
quanto maior for o nível de tensão.

 Sobretensões de manobra:
 Surgem na sequência de manobras efetuadas na rede. Uma manobra não é
mais que a alteração da topologia da rede, ou seja, alteração da sua
configuração. A sua frente de onda é da ordem de dezenas de
microssegundos. São normalmente transitórios eletromagnéticos associados
ao fechamento ou abertura de disjuntores.
 Energização e desenergização de linhas em vazio;
 Rejeição de carga;
 Eliminação de defeito;
Isolamento e proteção contra sobretensões
 O isolamento elétrico consiste em proteger as instalações elétricas, numa
perspectiva de segurança de pessoas e animais, contra contatos diretos e
indiretos. Numa perspectiva técnica consiste em evitar as fugas de corrente
elétrica para a terra.
 Numa rede de transmissão, o isolamento e os dispositivos de proteções são
de crucial importância pois são dos principais fatores na garantia de
confiabilidade do sistema.
 Os métodos e dispositivos mais utilizados para controle das sobretensões
são os resistores de pré-inserção, os para-raios, as modificações na
configuração do sistema e a blindagem de linhas de transmissão e
subestações contra descargas atmosféricas.

 Característica dos isolamentos: os isolamentos em geral são compostos de
espaçamentos em gases, os isolamentos sólidos e os imersos em líquidos.
 Isolamento auto-regenerativo (auto-recuperante): recupera completamente suas
propriedades isolantes após uma descarga disruptiva. Pode ser encontrado em:
 Parte externa de buchas de transformadores de força, reatores e
transformadores de medição e parte externa de equipamentos de manobra e
de medição (disjuntores, chaves seccionadoras e divisores de potencial
capacitivos).
 Isolamentos de ar correspondentes aos espaçamentos condutor-estrutura,
barramento-estrutura parte viva de equipamento-estrutura e condutor-
condutor, os postes isolados, as cadeias de isoladores e as colunas isoladoras
das bobinas de bloqueio.

 Característica dos isolamentos: os isolamentos em geral são compostos de
espaçamentos em gases, os isolamentos sólidos e os imersos em líquidos.
 Isolamento não auto-regenerativo (não auto-recuperante): perde suas
propriedades isolantes, ou que não as recupera totalmente, após uma descarga
disruptiva.
 Os equipamentos mais importantes de uma subestação, como transformadores
de força e reatores, são constituídos deste tipo de isolamento (parte interna).
 Isoladores:
 Utilizados em redes de transmissão e distribuição.
 Têm a função de isolar as linhas de transmissão e, também, de fixar as linhas aos
seus apoios
 Devem apresentar boas características dielétricas, assim como boas características
mecânicas.
 Cerâmica, vidro ou polímero.
 Resistores de pré-inserção:
 Eles se inserem alguns milésimos de segundos antes do fechamento dos contatos
principais do disjuntor, sendo utlizados somente no fechamento dos contatos do
disjuntor.
 A utilização de resistores de pré-inserção nos disjuntores do sistema permite
uma acentuada redução:
 Na amplitude das sobretensões de manobra, quando são utilizados no
fechamento, na energização e no religamento de linhas de transmissão;
 Na amplitude das tensões de restabelecimento transitórias através dos
contatos dos disjuntores, quando são utilizados na abertura.

 Resistores de pré-inserção:
 Para-raios:
 Os para-raios são utilizados como supressores
de surtos de tensão. Eles modificam o seu
comportamento elétrico na presença de uma
sobretensão.
 O seu comportamento não linear permite que a
sobretensão seja reduzida a valores
compatíveis com os suportáveis pelos
equipamentos a serem protegidos.
 Modificações na configuração do sistema:
 A redução de sobretensões pode ser implementadas por modificação da sua
configuração:
 Seccionamento de linhas de transmissão,
 Instalação de reatores em derivações,
 Instalação de dispositivos para drenagem da carga residual das linhas de
transmissão decorrentes de manobras de religamento. Os dispositivos
abrangem chaves de aterramento e os transformadores de potencial
indutivos.
 Blindagem de LT e subestação contra
descargas atmosféricas:
 A maneira mais eficiente de minimizarem os
efeitos decorrentes de incidências de descargas
atmosféricas nos sistemas elétricos consiste na
utilização de blindagens, através de cabo para-
raios e hastes de proteção, de modo a evitar a
incidência direta de descargas nos cabos
condutores de uma linha de transmissão ou nos
barramentos de uma subestação.
 NBR 5419: Proteção de estruturas contra
descargas atmosféricas

 Blindagem de LT e subestação contra descargas atmosféricas:
 Os captores de descargas atmosféricas podem ser constituídos por uma
combinação qualquer dos seguintes elementos:
 Hastes;
 Cabos esticados;
 Condutores em malha.
 No projeto dos captores, podem-se utilizar os seguintes métodos:
 Ângulo de proteção (modelo Franklin);
 Esfera rolante ou fictícia (modelo eletromagnético);
 Condutores em malha ou gaiola (método Faraday).

 Ângulo de proteção (modelo Franklin):
 A sua abrangência de proteção é dada pelo cone formado em torno
do eixo vertical de um triângulo com a hipotenusa
 Esfera rolante ou fictícia (modelo eletromagnético):
 Consiste em fazer rolar uma esfera por toda a edificação. O raio é
definido em função do nível de proteção.
 Condutores em malha ou gaiola (método Faraday):
 Baseado na teoria de Faraday, segundo a qual o campo no interior de
uma gaiola é nulo, mesmo quando passa por seus condutores uma
corrente de valor elevado.
 Nível de proteção: relacionado com a eficiência de proteção
Nível de
Local
proteção
Edificações de explosivos. Inflamáveis, indústrias químicas, nucleares, laboratórios
bioquímicos, fábricas de munição e fogos de artifício, estações de telecomunicações, I
usinas elétricas, refinarias, indústrias com risco de incêncio, etc.
Edificações comerciais, bancos, teatros, museus, locais arqueológicos, hospitais,
II
prisões, casas de repouso, escolas, igrejas e áreas esportivas
Edifícios residenciais, indústrias, estabelecimentos agropecuários e fazendas com
III
estrutura em madeira.
Galpões com sucata ou conteúdo desprezível. Fazendas e estabelecimento
IV
agropecuários com estrutura em madeira.


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