Anda di halaman 1dari 27

CAPÍTULO II – METEOROLOGIA DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA

______________________________________________________________________________________________________

INDICE

2.1 Introdução ................................................................................................................................................ 2

2.2 A Meteorologia ........................................................................................................................................ 3

2.2.1 Elementos meteorológicos importantes ....................................................................................... 4

2.4 Estabilidade e instabilidade da atmosfera ........................................................................................... 15

2.4.1 Estabilidade do ar seco (ou húmido)............................................................................................ 17

2.4.4 Determinação prática da Estabilidade Atmosférica: .................................................................. 18

2.5 Inversão térmica..................................................................................................................................... 20

2.5.1 Exemplos típicos de gradientes térmicos verticais de temperatura.......................................... 22

2.6 Escalas de movimento .......................................................................................................................... 24

Trabalho prático 2 ........................................................................................................................................ 26

Bibliogafia...................................................................................................................................................... 27

_______________________________________________________________________________________________
UEM - DEQUI Curso de Engenharia do Ambiente / 2018 Prof. BC Pagina 1
CAPÍTULO II – METEOROLOGIA DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA
______________________________________________________________________________________________________
2.1 Introdução

Dado que a atmosfera da terra tem cerca de 160 km de espessura, essa espessura e volume são vistos
como sendo suficientimente grande para diluir todas as espécies químicas e partículas que são
lançadas para o seu interior. 95% da massa de ar se encontra nos primeiros 20 km de altura acima da
superfície da terra, a troposfera. É esta espessura que contém o ar que respiramos assim como os
poluentes do ar que emitimos. É onde ocorrem os fenómenos meteorológicos e os problemas de
poluição atmosférica.

Um problema de poluição atmosférica envolve três partes: a fonte de poluição, o movimento da dispersão do
poluente e o recepiente. Padrões meteorológicos determinam como os contaminantes atmosféricos são
dispersados e são transportados na troposfera e assim determinam a concentração de um poluente
que é inalado no processo de respiração ou que se deposita na vegetação.

Depois de se ter discutido as fontes e os efeitos da poluição no Capítulo I, neste capítulo iremos
discutir os mecanismos de transporte de poluentes através da atmosfera. Um Engenheiro ambiental
deve se familiarizar muito com alguns conceitos básicos da meteorologia de modo a ser capaz de
prever, aproximadamente a dispersão de poluentes no ar atmosférico.

No capítulo anterior vimos que a atmosfera da terra é dividida em camadas bem distinguiveis. Ela
possui uma massa total equivalente a 5x1018 kg e ¾ desta massa se encontra abaixo dos 11 km de
altura. A atmosfera vai se tornando mais fina com o aumento da altitude. Embora a linha de Karman
localizada a uma altitude de 100 km acima do nível médio das águas do mar é comumente usada
como a fronteira entre a atmosfera e o espaço livre.

Baseado no comportamento da temperatura, vimos que a atmosfera é dividida em muitas camada,


conforme a Figura 2.1

Troposfera – varia entre 8 km nos polos a 16 km no equador (também varia com a estação do ano).
Esta camada é aquecida pela transferencia de energia a partir da superfície da terra e a temperatura
diminui com a altitude. Nesta camada a taxa de variação vertical da temperatura tem valor médio de
6,5°C/km. Contém 80% da massa atmosférica e 99% do vapor de água (proveniente da evapração e
transpiração). Como a saturação do vapor de água diminui com a diminuição da temperatura, a
quantidade de vapor de água diminui com a altitude.

Na parte mais baixa da troposfera, a camada limite planetária (CLP) é directamente influenciada pelo
seu contacto com a superfície. Dentro da CLP, o vento é directamente influenciada pela rugosidade
da superfície (gerando a turbulencia) que se move perpendicularmete às isòbaras (enquanto acima da
CLP, o vento é paralelo às isòbaras). A velocidade do vento aumenta exponencialmente com a
altitude sendo zero na superfície pelo facto de a superfície da terra não ser lisa. Isóbaras são linhas
que unem pontos com pressões iguais numa carta meteorológica.

_______________________________________________________________________________________________
UEM - DEQUI Curso de Engenharia do Ambiente / 2018 Prof. BC Pagina 2
CAPÍTULO II – METEOROLOGIA DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA
______________________________________________________________________________________________________

Figura 2.1 – Camadas atmosféricas

A turbulência causa misturas verticais do ar, que são fundamentais na dispersão de poluentes
atmosféricos. A espessura da CLP varia grandemente entre 50 m (por exemplo, nas noites calmas) e
2000 m (por exemplo, nas tardes quentes), com um valor típico de 300 m nas latitudes médias.

Estratosfera – estende-se da tropopausa (topo da troposfera) até cerca de 50 km onde atinge ~ -90°C.
Ao contrário da troposfera, a temperatura aumenta com a altitude devido a absorção da radiação
ultravioleta pela camada de ozono. Tem turbulência e misturas restritas devido ao perfil da sua
temperatura (ar mais quente acima do ar mais frio), assim é dinamicamente estável (isto é, não há
uma convecção regular e turbulência). Aviões geralmente voam abaixo da estratosfera para aproveitar
a camada de ar mais fina para reduzir a força de dragagem e evitar a turbulência da troposfera.

Mesosfera – varia entre 50 km e 80km e a temperatura diminuir com a altitude. Milhões de meteoritos
que colidem com a terra são maioritariamente diluídos vaporizados nesta camada.

Termosfera ou Ionosfera – varia de 80 km a 350 km ~ 800 km (varia com a actividade solar). O ar é mais
fino nesta camada e estável com o aumento da temperatura (acima de 1500oC).

2.2 A Meteorologia
A meteorologia é definida como a ciência que estuda os fenómenos que ocorrem na atmosfera, e está
relacionada ao estado físico, dinâmico e químico da atmosfera, as interacções entre elas e a superfície
terrestre subjacente.

A Meteorologia básica, como o próprio nome sugere, nos fornece uma visão mais simples dos
fenómenos atmosféricos que ocorrem em nosso dia a dia. Baseados em observações, os elementos
meteorológicos mais importantes do ar, a velocidade e direcção do vento, tipo e quantidade de nuvens, a
_______________________________________________________________________________________________
UEM - DEQUI Curso de Engenharia do Ambiente / 2018 Prof. BC Pagina 3
CAPÍTULO II – METEOROLOGIA DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA
______________________________________________________________________________________________________
temperatura, a quantidade da precipitação, humidade, a pressão podemos ter uma boa noção de como o
tempo se comporta num determinado instante e lugar.

As leis físicas aplicadas à atmosfera podem explicar o estado dela. Mas o estado ou o tempo é o
resultado, desses elementos e outros mais com a influência dos factores astronómicos e factores
geográficos (por exemplo, altitude, latitude e o relevo), podem estar distribuídos em um número
infinito de padrões no espaço e no tempo e em constante modificação.

A meteorologia engloba tanto tempo como clima, enquanto os elementos da meteorologia devem
necessariamente estar incorporados na climatologia para torná-la significativa e científica. O tempo e
o clima podem, juntos, ser considerados como consequência e demonstração da acção dos processos
complexos na atmosfera, nos oceanos e na Terra.

A Meteorologia no seu sentido mais amplo, é uma ciência extremamente vasta e complexa, pois a
atmosfera é muito extensa, variável e sede de um grande número de fenómenos

As condições meteorológicas têm um papel determinante na descrição físico-química do transporte


de poluentes entre a fonte e o receptor. A concentração de uma determinada substância na atmosfera
varia no tempo e no espaço em função de reacções químicas e/ou fotoquímicas, dos fenómenos de
transporte, da topografia da região e de factores meteorológicos como ventos, turbulências,
temperatura, precipitação e inversões térmicas.

Nos estudos de impacto da poluição do ar, normalmente se inclui uma descrição das condições
meteorológicas e de topografia do local. Deve-se ressaltar que, mesmo mantendo constante a
emissão de poluentes, a qualidade do ar pode piorar ou melhorar, dependendo das condições
meteorológicas estarem desfavoráveis ou favoráveis à dispersão de poluentes.

2.2.1 Elementos meteorológicos importantes


2.2.1.1 Pressão atmosférica
Entre os vários elementos do tempo (pressão, temperatura, humidade, precipitação, ventos, etc.) a pressão é a
menos percetível fisicamente. Contudo, diferenças de pressão de um lugar para outro são
responsáveis pelos ventos e variações na pressão tem importante influência na variação do tempo. A
pressão do ar está intimamente relacionada com os outros elementos do tempo.

À medida que a altitude aumenta, a pressão diminui, pois diminui o peso da coluna de ar acima.
Como o ar é compressível, diminui também a densidade com a altura, o que contribui para diminuir
ainda mais o peso da coluna de ar à medida que a altitude aumenta. Inversamente, quando a altitude
diminui, aumenta a pressão e a densidade.

A lei dos gases ideais


As variáveis temperatura, pressão e densidade, conhecidas como variáveis de estado, são relacionadas
nos gases pela chamada lei dos gases ideais. Por definição, um gás ideal segue a teoria cinética dos
_______________________________________________________________________________________________
UEM - DEQUI Curso de Engenharia do Ambiente / 2018 Prof. BC Pagina 4
CAPÍTULO II – METEOROLOGIA DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA
______________________________________________________________________________________________________
gases exactamente, isto é, um gás ideal é formado de um número muito grande de pequenas
partículas, as moléculas, que tem um movimento rápido e aleatório, sofrendo colisões perfeitamente
elásticas, de modo a não perder quantidade de movimento. Além disso, as moléculas são tão
pequenas que as forças de atracção entre elas são omissíveis. Embora a lei dos gases tenha sido
deduzida para gases ideais, ela dá uma descrição razoavelmente precisa do comportamento da
atmosfera, que é uma mistura de muitos gases.

A lei dos gases pode ser expressa como:


pV = mRT ou p = ρRT
Onde p,  e T são pressão, densidade e temperatura absoluta. R é a constante do gás. Para o ar seco
(sem vapor de água).

A lei dos gases afirma que a pressão exercida por um gás é proporcional a sua densidade e temperatura absoluta.
Assim, um acréscimo na temperatura ou na densidade causa um aumento na pressão, se a outra
variável (densidade ou temperatura) permanece constante. Por outro lado, se a pressão permanece
constante, um decréscimo na temperatura resulta em aumento na densidade e vice-versa.

Pode parecer, a partir do parágrafo anterior, que em dias quentes a pressão será alta e em dias frios
será baixa. Contudo, isto não ocorre necessariamente. A dependência da pressão em relação a duas
variáveis interdependentes (densidade e temperatura) complica o assunto. Como na atmosfera o
volume de ar pode variar, variações na temperatura afectam a densidade do ar, isto é, a densidade
varia inversamente com a temperatura. Em termos da lei dos gases isto significa que o aumento da
temperatura não é normalmente acompanhado por um aumento na pressão ou que decréscimo de
temperatura não está usualmente associado com pressão mais baixa. Na realidade, por exemplo,
sobre os continentes em latitudes médias as pressões mais altas são registradas no inverno, quando as
temperaturas são menores. A lei dos gases ainda é satisfeita porque a densidade do ar neste caso
cresce (número maior de moléculas) quando a temperatura diminui (menor movimento das
moléculas) e mais do que compensa esta diminuição. Assim, temperaturas mais baixas significam
maiores densidades e frequentemente maiores pressões na superfície.

Por outro lado, quando o ar é aquecido na atmosfera, ele se expande (aumenta seu volume), devido a
um movimento maior das moléculas e sua densidade diminui, resultando geralmente num decréscimo
da pressão.

Variações horizontais
A pressão atmosférica difere de um local para outro e nem sempre devido a diferenças de altitude.
Quando a redução ao nível do mar é efetuada, a pressão do ar ainda varia de um lugar para outro e
flutua de um dia para outro e mesmo de hora em hora.

Em latitudes médias o tempo é dominado por uma contínua procissão de diferentes massas de ar que
trazem junto mudanças na pressão atmosférica e mudanças no tempo. Em geral, o tempo torna-se
_______________________________________________________________________________________________
UEM - DEQUI Curso de Engenharia do Ambiente / 2018 Prof. BC Pagina 5
CAPÍTULO II – METEOROLOGIA DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA
______________________________________________________________________________________________________
tempestuoso quando a pressão cai e bom quando pressão sobe. Uma massa de ar é um volume
enorme de ar que é relativamente uniforme (horizontalmente) quanto à temperatura e à concentração
de vapor de água. Por que algumas massas de ar exercem maior pressão que outras? Uma razão são
as diferenças na densidade do ar, decorrentes de diferenças na temperatura ou no conteúdo de vapor
de gua, ou ambos. Via de regra, a temperatura tem uma influência muito maior sobre a pressão que o
vapor de água.

Variações verticais
A variação vertical da pressão e densidade é muito maior que a variação horizontal e temporal.

Em regiões montanhosas as diferenças na pressão da superfície de um local para outro são devidas
rincipalmente a diferenças de altitudes. Para isolar a parcela do campo de pressão que é devida à passagem de
sistemas de tempo, é necessário reduzir as pressões a um nível de referência comum, geralmente o nível do
mar.

Divergência e convergência
Além das variações de pressão causadas por variações de temperatura e (com menor influência) por
variações no conteúdo de vapor de água, a pressão do ar pode também ser influenciada por padrões
de circulação que causam divergência ou convergência do ar. Suponha, por exemplo, que na
superfície da Terra, ventos horizontais soprem rapidamente a partir de um ponto, como mostrado na
figura a abaixo. Esta situação configura divergência de ar (horizontal).

No centro, o ar descendente toma o lugar do ar divergente. Se a divergência de ar na superfície for


menor que a descida de ar, então a densidade de ar e a pressão atmosférica aumentam. No centro, o
ar descendente toma o lugar do ar divergente. Se a divergência de ar na superfície for menor que a
descida de ar, então a densidade de ar e a pressão atmosférica aumentam

_______________________________________________________________________________________________
UEM - DEQUI Curso de Engenharia do Ambiente / 2018 Prof. BC Pagina 6
CAPÍTULO II – METEOROLOGIA DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA
______________________________________________________________________________________________________

Por outro lado, suponha que na superfície ventos horizontais soprem radialmente em direcção a um
ponto central, como na figura b. Se a convergência de ar na superfície for menor que a subida de ar,
então a densidade de ar e a pressão atmosférica diminuem.

Altas e baixas pressões atmosféricas


Após a redução das pressões superficiais ao nível do mar, pode-se traçar mapas de superfície nos
quais pontos com mesma pressão atmosférica são ligados por linhas chamadas isóbaras, veja a figura
abaixo. As letras A e B designam regiões com máximos e mínimos de pressão. Por razões
apresentadas nos parágrafos anteriores, uma alta é geralmente um sistema de bom tempo enquanto
uma baixa é geralmente sistema de tempo com chuvas ou tempestades.

_______________________________________________________________________________________________
UEM - DEQUI Curso de Engenharia do Ambiente / 2018 Prof. BC Pagina 7
CAPÍTULO II – METEOROLOGIA DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA
______________________________________________________________________________________________________
2.2.1.2 Velocidade e direcção do vento
O fluxo geral do ar sobre a terra é induzido por variações de pressão de grande escala
(macrometeorológicos) comummente apresentadas nas cartas meteorológicas (sinópticas). A
intensidade destes sistemas de pressão e seu posicionamento normal ou trajectórias determinam a
distribuição dos ventos em uma dada área. Dentro deste macrossistema existem vários factores que
influenciam nas particularidades do movimento de ar nas direcções vertical e horizontal, e para
muitos problemas de poluição atmosférica é a combinação de padrões gerais e particulares que é
importante.

Variação Temporal e Espacial: Os movimentos dos sistemas de pressão e o aquecimento diurno e


resfriamento da superfície da terra produzem padrões característicos que geralmente são
apresentados na forma de uma “rosa dos ventos”. Nestes diagramas polares as frequências da várias
direcções (sectores) observadas são proporcionais ao comprimento dos raios e a distribuição
das velocidades em cada direcção (sector) é indicada pelos comprimentos dos segmentos
individuais de cada raio.

Os meteorologistas definem a direcção do vento como aquela da qual o vento sopra

Figura 2.2 - Rosa dos ventos de uma dada estação meteorológica.

A direcção predominante em uma rosa dos ventos é geralmente chamada de “vento predominante”. Por
exemplo, na rosa dos ventos apresentada acima a direcção nordeste é predominante.
Frequentemente, este termo, é erroneamente utilizado como sendo a única direcção do vento
observada em um dado local. Na realidade ele simplesmente indica a direcção mais frequentemente
observada.

A variação da componente horizontal da velocidade do vento e da direcção com a altitude é


importante na avaliação da difusão dos gases de chaminés. A certa altura acima do solo (geralmente
_______________________________________________________________________________________________
UEM - DEQUI Curso de Engenharia do Ambiente / 2018 Prof. BC Pagina 8
CAPÍTULO II – METEOROLOGIA DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA
______________________________________________________________________________________________________
500-750 m) o fluxo de ar é quase paralelo as linhas de mesma pressão e a velocidade é prescrita pelo
gradiente horizontal de pressão, este vento é denominado “vento gradiente”. Próximo do solo os
efeitos do atrito retardam o fluxo do ar bem como causam uma mudança na direcção.

Como mostrado na Figura 2.3 o perfil vertical da velocidade do vento é afectado pelas
mudanças na cobertura do solo e pela estabilidade térmica da atmosfera.

Figura 2.3- Perfil vertical da velocidade do vento


A mudança de direcção pode, algumas vezes, ser muito maior e mais complicada, caso dos terrenos
irregulares sob condições estáveis onde os padrões do fluxo próximo ao solo são
completamente diferentes daqueles das correntes superiores.

A resistência do atrito reduz a velocidade do vento próximo do solo abaixo daquela do vento de
gradiente.
Durante a noite, quando o ar é estável, o perfil vertical geralmente é mais acentuado que aquele
encontrado durante o dia.

2.3.1.3 Temperatura do ar
A temperatura do ar é variável, no tempo e no espaço. Pode ser regulada por vários factores, que
são os controles da temperatura:

a) Radiação solar
Factores que influem no balanço local de radiação e consequentemente na temperatura local do ar
incluem: (1) latitude, hora do dia e dia do ano, que determinam a altura do sol e a intensidade e
duração da radiação solar incidente; (2) cobertura de nuvens, pois ela afecta o fluxo tanto da
radiação solar como da radiação terrestre e (3) a natureza da superfície, pois esta determina o albedo
e a percentagem da radiação solar absorvida usada para aquecimento por calor sensível e
aquecimento por calor latente. Em consequência destes factores, a temperatura do ar é usualmente
maior nos trópicos e menor em latitudes médias, maior em janeiro que em julho (no Hemisfério
Sul), durante o dia que à noite, sob céu claro do que nublado (durante o dia) e com solo descoberto
ao invés de coberto de neve e quando o solo está seco ao invés de húmido.

O ciclo anual de temperatura reflete claramente a variação da radiação solar incidente ao longo do
_______________________________________________________________________________________________
UEM - DEQUI Curso de Engenharia do Ambiente / 2018 Prof. BC Pagina 9
CAPÍTULO II – METEOROLOGIA DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA
______________________________________________________________________________________________________
ano. Por isso, na faixa entre os trópicos de Câncer e Capricórnio, as temperaturas médias variam
pouco durante o ano, enquanto em latitudes médias e altas grandes contrastes de temperatura entre
inverno e verão são observados.

Em latitudes médias e altas a variação da temperatura média mensal está atrasada em


aproximadamente 1 mês em relação à variação da insolação, o que reforça o facto de que a radiação
solar não é o único factor que determina a temperatura. Nas cidades costeiras, com maior influência
marítima, essa desfasagem é um pouco maior e a amplitude da variação anual da temperatura é
reduzida.

O ciclo diurno da temperatura reflecte a variação da radiação ao longo do dia. Tipicamente, a


menor temperatura ocorre próximo ao nascer do sol, como resultado de uma noite de resfriamento
radiativo da superfície da Terra. A temperatura mais alta ocorre usualmente no começo ou meio da
tarde, enquanto o pico de radiação ocorre ao meio dia.

A desfasagem entre temperatura e radiação resulta principalmente do processo de aquecimento da


atmosfera. O ar absorve pouca radiação solar, sendo aquecido principalmente por energia provinda
da superfície da Terra. A taxa com a qual a terra fornece energia à atmosfera, contudo, não está em
balanço com a taxa com a qual a atmosfera irradia calor. Geralmente, durante umas poucas horas
após o período de máxima radiação solar, o calor fornecido pela Terra à atmosfera é maior que o
emitido pela atmosfera para o espaço. Em consequência, geralmente a temperatura do ar é máxima
a tarde.
A amplitude do ciclo diurno pode ser afectada por vários fatores. (1) Amplitude de variação da
altura do sol durante o dia, que é maior em latitudes baixas que em altas. De facto, nos trópicos a
diferença de temperatura entre dia e noite é frequentemente maior que o contraste inverno-verão.
(2) A nebulosidade diminui a amplitude da variação porque durante o dia as nuvens bloqueiam a
radiação solar, reduzindo o aquecimento e à noite as nuvens retardam a perda de radiação pela
superfície e o ar e re-irradia calor para a Terra. (3) Localidades costeiras podem ter menores
variações de temperatura durante o dia. Durante 24 horas o oceano se aquece tipicamente menos
que 1ºC. Portanto, o ar acima dele também tem pequena variação e localidades a sotavento do
oceano apresentam menor amplitude do ciclo diurno.

b) Advecção de massas de ar
A advecção de massas de ar se refere ao movimento de uma massa de ar de uma localidade para
outra. A advecção de ar frio ocorre quando o vento sopra através das isotermas de uma área mais
fria para outra mais quente, enquanto na advecção de ar quente o vento sopra através das isotermas
de uma região mais quente para uma mais fria. Isotermas são linhas traçadas sobre um mapa, que
unem pontos com mesma temperatura do ar. A advecção de massa de ar ocorre quando uma massa
de ar substitui outra com diferentes características de temperatura.
_______________________________________________________________________________________________
UEM - DEQUI Curso de Engenharia do Ambiente / 2018 Prof. BC Pagina 10
CAPÍTULO II – METEOROLOGIA DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA
______________________________________________________________________________________________________
A advecção de massas de ar pode compensar ou mesmo sobrepor-se à influência da radiação sobre
a temperatura podendo, por exemplo, causar a queda da temperatura num início de tarde, apesar do
céu claro.

c) Aquecimento diferencial da terra e da água


O aquecimento da superfície da Terra controla o aquecimento do ar sobrejacente. Portanto, para
entender variações nas temperaturas do ar, deve-se examinar as propriedades das várias superfícies,
que reflectem e absorvem energia solar em quantidades diferentes. O maior contraste é observado
entre terra e água. A terra aquece mais rapidamente e a temperaturas mais altas que a água e resfria
mais rapidamente e a temperaturas mais baixas que a água. Variações nas temperaturas do ar são,
portanto, muito maiores sobre a terra que sobre a água.

Há vários fatores que contribuem para o aquecimento diferencial da terra e da água.

1. Uma importante razão para que as temperaturas da superfície da água aumentem e diminuam
mais vagarosamente que as da superfície da terra é o fato que a água é altamente móvel. Quando
é aquecida, a turbulência distribui o calor através de uma massa bem maior. A variação diurna de
temperatura na água alcança profundidade de 6 metros ou mais e a variação anual pode atingir
de 200 a 600 metros.

Por outro lado, o calor não penetra profundamente no solo ou rocha; ele permanece numa fina
camada superficial, pois deve ser transferido pelo lento processo de condução. Consequentemente,
variações diurnas são muito pequenas além da profundidade de 10cm e as variações anuais atingem
apenas 15m. Portanto, uma camada mais grossa de água é aquecida a temperaturas moderadas
durante o verão, enquanto uma fina camada de terra é aquecida a temperaturas mais elevadas. No
inverno, a fina camada de terra aquecida durante o verão resfria-se rapidamente. Na água o
resfriamento é mais lento, pois a camada superficial resfriada vai sendo substituída pela água mais
aquecida subjacente, até que uma grande massa seja resfriada.

2. Como a superfície da terra é opaca, o calor é absorvido somente na superfície. A água, sendo
mais transparente, permite que a radiação solar penetre à profundidade de vários metros.

3. O calor específico (a quantidade de calor necessária para aumentar de 1 oC uma massa de 1g da


substância) é quase 3 vezes maior para a água que para a terra. Assim, a água necessita de bem
mais calor para aumentar sua temperatura na mesma quantidade que a terra, para uma mesma
quantidade de massa.

4. A evaporação (que é um processo de resfriamento) é bem maior sobre a água que sobre a
superfície da terra.

Devido às propriedades acima descritas, localidades costeiras que sofrem a influência da presença
da água, apresentam menores variações anuais de temperatura.
_______________________________________________________________________________________________
UEM - DEQUI Curso de Engenharia do Ambiente / 2018 Prof. BC Pagina 11
CAPÍTULO II – METEOROLOGIA DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA
______________________________________________________________________________________________________
Numa escala diferente, a influência moderadora da água pode também ser demonstrada quando se
comparam variações de temperatura no Hemisfério Norte (HN) e no Hemisfério Sul (HS). O HN é
coberto por 61% de água; a terra ocupa os outros 39%. O HS tem apenas 19% de terra, com 81%
de água. Entre 45oN e 70oN há mais terra do que água, enquanto entre 40 oS e 65oS quase não há
terra.

d) Correntes oceânicas
Os efeitos de correntes oceânicas sobre as temperaturas de áreas adjacentes são variáveis. Correntes
oceânicas quentes que se dirigem para os pólos tem efeito moderador do frio. Um exemplo famoso
é a corrente do Atlântico Norte, uma extensão da corrente do Golfo (quente) (Fig. 3.4), que
mantém as temperaturas mais altas no oeste da Europa do que seria esperado para aquelas latitudes.
Este efeito é sentido mesmo no interior do continente devido aos ventos dominantes de oeste.

O efeito de correntes frias é mais pronunciado nos trópicos ou durante o verão em latitudes médias.
A corrente de Benguela, por exemplo, é responsável por ser a cidade de Walvis Bay (23oS), na costa
oeste da África, 5oC mais fria no verão que Durban (29o S), na costa leste da África do Sul.

Principais correntes oceânicas.


e) Altitude
Além de influir sobre a temperatura média a altitude também influi sobre a amplitude do ciclo
diurno. Como a densidade do ar também diminui com a altitude, o ar absorve e reflecte uma porção
menor de radiação solar incidente. Consequentemente, com o aumento da altitude a intensidade da
insolação também cresce, resultando num rápido e intenso aquecimento durante o dia. À noite, o
resfriamento é também mais rápido.

f) Posição geográfica
A posição geográfica pode ter grande influência sobre a temperatura numa localidade específica.
Uma localidade costeira na qual os ventos dominantes são dirigidos do mar para a terra e outra na
qual os ventos são dirigidos da terra para o mar podem ter temperaturas consideravelmente

_______________________________________________________________________________________________
UEM - DEQUI Curso de Engenharia do Ambiente / 2018 Prof. BC Pagina 12
CAPÍTULO II – METEOROLOGIA DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA
______________________________________________________________________________________________________
diferentes. No 1o caso, o lugar sofrerá a influência moderadora do oceano de forma mais completa
enquanto o 2o terá um regime de temperatura mais continental, com maior contraste entre as
temperaturas de inverno e verão.

Outro aspecto a ser considerado é a acção das montanhas como barreiras. Localidades não tão
distantes do mar e a sotavento do mar podem ser privadas da influência marítima pela existência de
uma barreira de montanhas.

Variação vertical da temperatura


A variação vertical de temperatura é maior que a variação horizontal. A distribuição actual da
temperatura na vertical é conhecida como gradiente vertical de temperatura. Consiste no decréscimo da
temperatura com a altura que tem lugar dentro de uma atmosfera em repouso. Ele é normalmente
determinado mediante radiosondagens.

O estudo dos gradientes verticais de temperatura apresenta grande interesse, pois eles condicionam a
possibilidade de ocorrência e o sentido dos movimentos verticais de ar na atmosfera. Quando o ar
experimenta um processo de ascensão ou de descenso, sua temperatura é determinada pelo gradiente
adiabático.

É importante notar que um gás (ou vapor) realiza uma transformação adiabática quando a passagem do
estado inicial ao final é determinada apenas pela criação de sua energia interna, sem receber ou ceder calor.
Seja um gás contido num cilindro com paredes impermeáveis ao calor. Se a expansão se fizer
adiabaticamente, a energia necessária para executar este trabalho é extraída do próprio gás e ele se
resfria. Se, pelo contrário, ele for comprimido adiabaticamente sua temperatura aumenta, pois o
trabalho de compressão converter-se-á em calor.

Gradiente vertical da adiabática seca é o fenómeno da expansão ou compressão do ar seco ou


húmido. Se um volume de ar seco ou não saturado for elevado, sua pressão diminui (pressão
atmosférica diminui com a altitude) e sua temperatura baixará devido a expansão. Se o processo for
adiabático a variação de temperatura será de 0,98 ou 1oC/100 m. Teoricamente, quando um
pequeno volume de ar é deslocado para cima na atmosfera encontra baixa pressão, se expande e
resfria. Se assumirmos que não exista troca de calor entre o meio e o pequeno volume, podemos
definir a taxa na qual o resfriamento ocorre durante a ascensão como gradiente vertical da adiabática seca
ou “gradiente adiabático seco” ou ainda “Adiabatic Lapse Rate”. Na realidade, este processo nunca
ocorre na atmosfera, uma vez que a turbulência tende a destruir o volume teoricamente isolado e
ocorre a troca de calor, porém, o conceito tem valor considerável como referência para se estimar
as características turbulentas na atmosfera real.

_______________________________________________________________________________________________
UEM - DEQUI Curso de Engenharia do Ambiente / 2018 Prof. BC Pagina 13
CAPÍTULO II – METEOROLOGIA DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA
______________________________________________________________________________________________________
Mecanismos actuantes no conceito:
 Ao elevar-se na atmosfera o volume da parcela se expande de forma a acomodar-se em uma
situação de menor pressão;
 A expansão é supostamente adiabática, isto é, a troca de calor entre a parcela e o ar as suas
circunvizinhanças é negligível;
 Com a expansão da parcela dá-se um decréscimo de temperatura em seu interior.
 O processo de mistura vertical na atmosfera é, de forma simplificada, assumido como
envolvendo um sem número de parcelas de ar ascendendo e descendo;
 Não havendo troca de calor entre as fronteiras do sistema a parcela e seu ambiente imediato
podem estar em temperaturas diferentes na mesma pressão. Este fato governa o seu
movimento vertical.
 A variação da temperatura ao longo da altura para uma parcela ascendente de ar seco que se
resfria adiabaticamente é utilizada como um perfil padrão de temperaturas para comparação
com as situações reais.
O gradiente vertical de temperatura raramente se aproxima do gradiente adiabático nos primeiros
100m acima do solo para qualquer período de tempo.

Gradiente vertical da adiabática saturada é o processo de expansão do ar saturado. Para uma pressão
de 1000 milibares e temperatura de 10ºC o gradiente da adiabática saturada é de 0,60°C/100m.

2.3.1.4 Humidade relativa


Humidade é o termo geral usado para descrever a presença de água na atmosfera. O índice mais
conhecido para descrever o conteúdo de vapor de água é a humidade relativa. De entre as várias
maneiras existentes para descrever quantitativamente a presença de vapor de água no ar (que são a
pressão de vapor, humidade absoluta, razão de mistura e humidade relativa) a humidade relativa é a
mais usada.

Ela é definida como a razão que existe entre a quantidade de vapor de água contida no momento num m3 de ar e
a quantidade de vapor que este mesmo volume de ar conteria se estivesse saturado, à mesma temperatura.

 Primeiro, se vapor de água é adicionado ou subtraído do ar, sua HR mudará, se a temperatura


permanecer constante.

 Segundo, se o conteúdo de vapor de água permanecer constante, um decréscimo na


temperatura aumentará a HR e um aumento na temperatura causa uma diminuição na HR

Variações da humidade relativa causadas por variações da temperatura ocorrem na natureza


tipicamente por:
1) variação diurna da temperatura;
2) movimento horizontal de massa de ar;
_______________________________________________________________________________________________
UEM - DEQUI Curso de Engenharia do Ambiente / 2018 Prof. BC Pagina 14
CAPÍTULO II – METEOROLOGIA DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA
______________________________________________________________________________________________________
3) movimento vertical de ar.

Em suma, a humidade relativa indica quão próximo o ar está da saturação.

2.3.1.5 Camada limite planetária ou camada de mistura


A maioria dos fenómenos de poluição do ar ocorrem na parte mais baixa da atmosfera, a chamada
camada limite planetária (ou bondary layer). Esta camada (que pode ser chamada também de
camada de atrito - friction layer) é definida com a "região na qual a atmosfera sofre os efeitos oriundos da
superfície através de trocas verticais de momento, calor e mistura de massas de ar" (Zannetti, 1990). A difusão e o
transporte dos poluentes à escala micrometeorológica e mesmo mesoescala se produzem ao nível
desta camada limite (DE MELO LISBOA, 1996).

Ela pode ser dividida em três subcamadas principais:


 A camada próxima ao chão (zo) . Esta camada é conhecida como "camada de rugosidade".
Nesta camada a viscosidade molecular e os fluxos turbulentos são importantes.
 A camada de superfície (de zo até hs), onde hs varia de cerca de 10 a 200 m. Nesta camada os
fluxos de momento, calor e mistura são assumidos independente da altura e o efeito de
Coriolis é geralmente desprezível.
 A camada de transição, ou de Ekman (de hs até zi), onde zi varia de cerca de 100 a 20000
metros.

Em condições especiais, como nas tempestades, a camada de mistura pode estender-se até a
estratosfera. Valores típicos da altura da camada de mistura, definidos à partir do coeficiente de
rugosidade Zo, para condições atmosféricas estáveis, são apresentados na tabela abaixo

Tabela 1 - Valores típicos da altura da camada de mistura

Fonte : Khan et al. (1992).

Este parâmetro Zo é de aproximadamente um décimo da altura dos elementos responsáveis pela


rugosidade. Ele é de 1 m para as cidades, florestas e zonas industriais, de 10 cm para as plantações
agrícolas, de 1 cm para relvados e de 1 mm para superfícies pavimentadas (Hanna e Drivas, 1989).

2.4 Estabilidade e instabilidade da atmosfera


A estabilidade da atmosfera é a sua tendência a resistir ou intensificar o movimento vertical, ou
alternativamente suprimir ou aumentar a turbulência existente. O grau de turbulência na baixa
_______________________________________________________________________________________________
UEM - DEQUI Curso de Engenharia do Ambiente / 2018 Prof. BC Pagina 15
CAPÍTULO II – METEOROLOGIA DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA
______________________________________________________________________________________________________
atmosfera depende fortemente do gradiente vertical de temperatura, embora este seja também
influenciado pela rugosidade do terreno, velocidade do vento e efeitos da viscosidade (cisalhamento).
Embora não sejam completamente equivalentes os termos “estabilidade atmosférica” e “turbulência
atmosférica” são considerados permutáveis quando se tratando de difusão atmosférica.

O grau de estabilidade ou instabilidade da atmosfera exprime a tendência da supressão ou da


favorabilidade dos movimentos verticais. Ele é função da relação entre o gradiente de temperatura
do perfil vertical ambiental (gradiente térmico vertical) e o gradiente adiabático.

O gradiente térmico (ou gradiente de temperatura) é a relação da variação da temperatura da


atmosfera em função do aumento da altitude, normalmente negativo para decréscimo da
temperatura. Quando a temperatura aumenta com a altura, o gradiente é positivo.

O conceito de Estabilidade envolve não só o conhecimento do gradiente vertical de temperatura,


isto é, a Estabilidade Estática, como o Perfil Vertical do Vento pois há que considerar não apenas a
produção térmica mas também a produção mecânica de turbulência.

Figura 3.6 – Exemplos de variação da temperatura e da velocidade do vento com a altitude


(Adaptada de Ingeniería Ambiental – Fundamentos, entornos, tecnologías y sistemas de gestión,
Gerard Kiely).

A Estabilidade Atmosférica na Camada Limite (primeiras centenas de metros acima da superfície)


toma frequentemente valores muito diferentes dos observados na atmosfera livre (grosso modo,
acima dos 1 000 m). Nesta não se faz sentir o ciclo diurno de aquecimento/arrefecimento do solo e
existe, em geral, estabilidade estática (∆T/∆z = -6.5 ºC/km). Na camada limite, com céu limpo,
observa-se uma forte variação diurna: durante o dia o solo aquece provocando instabilidade, durante a noite gera
estabilidade.

_______________________________________________________________________________________________
UEM - DEQUI Curso de Engenharia do Ambiente / 2018 Prof. BC Pagina 16
CAPÍTULO II – METEOROLOGIA DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA
______________________________________________________________________________________________________
2.4.1 Estabilidade do ar seco (ou húmido)
Uma camada de ar não saturado é estável quando seu gradiente térmico vertical é inferior ao gradiente
da adiabática seca

Figura 2.4 - Atmosfera estável


Sempre que o gradiente térmico vertical for maior que o gradiente da adiabática seca, a
atmosfera está em condições de instabilidade.

Figura 2.5 - Atmosfera instável


Quando o decréscimo da temperatura vertical é muito próximo do gradiente adiabático seco, diz-se
que a atmosfera é indiferente ou neutra. Qualquer que seja a posição de uma partícula deslocada
dentro da massa de ar, ela estará a mesma temperatura que a atmosfera circunvizinha, portanto, a
mesma densidade. A turbulência e a dispersão são, portanto, normais. Uma partícula libertada na
atmosfera não possui nenhuma tendência a continuar seu movimento.

_______________________________________________________________________________________________
UEM - DEQUI Curso de Engenharia do Ambiente / 2018 Prof. BC Pagina 17
CAPÍTULO II – METEOROLOGIA DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA
______________________________________________________________________________________________________
Figura 2.6 - Atmosfera neutra ou indiferente

2.4.2 Estabilidade do ar saturado


Uma camada de ar saturado é sempre estável quando seu gradiente térmico vertical é inferior ao
gradiente da adiabática saturada. Se o gradiente térmico vertical da camada de ar saturado for maior
do que o gradiente da adiabática saturada, a atmosfera poderá estar em condições de instabilidade.

2.4.3 Atmosfera condicionalmente instável


Se o gradiente térmico vertical estiver compreendido entre os gradientes da adiabática seca e da
adiabática saturada, diz-se que a atmosfera é condicionalmente instável.
Se uma massa de ar não saturado se elevar ela seguirá a linha adiabática (Lapse Rate) e estará sempre
mais fria que o ar circundante, tendendo a voltar a sua posição inicial (equilíbrio estável).
Se esta massa de ar for elevada até atingir o nível de saturação, ela se transforma em ar
saturado, seguindo o gradiente de adiabática saturada. A massa de ar, então, depois de uma certa
altitude, terá temperaturas mais elevadas que o ar circundante, tendendo a prosseguir na ascensão,
com condensações de vapor continuadas e chuvas prováveis (equilíbrio instável).

Condições de instabilidade:
 Forte intensidade de radiação solar;
 Céu com nebulosidade do tipo cúmulo convectivo;
 Gradiente superadiabatico;
 Vento entre fraco e moderado;
 Temperatura elevada.
Condições de neutralidade:
 Céu nublado;
 Não há resfriamento nem aquecimento;
 Vento forte a moderado;
 Forte mistura mecânica;
 A temperatura estabelece um perfil adiabático.

2.4.4 Determinação prática da Estabilidade Atmosférica:


Como visto, o grau de estabilidade atmosférica varia desde muito instável que corresponde a um
elevado grau de turbulência a muito estável com turbulência mínima. Nenhum esquema de
classificação do grau de turbulência foi até então reconhecido como superior pela comunidade
científica, utilizaremos o proposto por Pasquill, Gifford, Briggs e outros, que reduz uma variedade
infinita de condições de estabilidade a seis categorias apresentadas na tabela a seguir

Tabela 2 - Categorias de estabilidade atmosférica.


_______________________________________________________________________________________________
UEM - DEQUI Curso de Engenharia do Ambiente / 2018 Prof. BC Pagina 18
CAPÍTULO II – METEOROLOGIA DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA
______________________________________________________________________________________________________

Ao conjunto de factores meteorológicos que determinam o grau de dispersão dos poluentes no ar,
associa-se o termo estabilidade atmosférica. Em função da intensidade da turbulência atmosférica, o
estado atmosférico pode ser classificado em estável, instável e neutro. Para cada uma das classes de
estabilidade pesquisadora mediram experimentalmente os coeficientes de dispersão em função da
distância do ponto de emissão.

Tabela 3 - Características das condições atmosféricas (TURNER, 1994).


Condição Condições típicas Fluxo de Estrutura Natureza da
atmosféric calor térmica turbulência
a Meio dia, Céu Limpo,
Super Horizontal e
Instável Ventos fraco Para cima
adiabático vertical
Ventos ou nublado ou Próximo ao
Neutro transição Zero Adiabático seco Meio alcance
Noite Céu limpo Ventos Próximo ao
Estável fracos Para baixo isotérmico ou Vertical
Inversão

A dispersão d o s poluentes e mitidos por uma fonte tipo chaminé, depend e das
condições meteorológicas presentes na região onde a pluma formada se dispersa. A velocidade
do vento e a intensidade da turbulência atmosférica determinam a altura que a pluma atingirá e a
velocidade com que os poluentes se dispersarão.
Normalmente, em período nocturno a atmosfera é estável. Os poluentes têm a tendência a
ficarem confinados na parte baixa da atmosfera. No caso particular de uma colina, um escoamento
laminar se produz ao longo do relevo – Figura 2.7. Ao curso de um dia ensolarado o estado da
atmosfera é instável. A dispersão de poluentes é ligada a forte turbulência. No caso de uma
colina, por exemplo, numa atmosfera instável ocorre uma tendência de uma pluma a passar por cima
da mesma (DE MELO LISBOA, 1996).

_______________________________________________________________________________________________
UEM - DEQUI Curso de Engenharia do Ambiente / 2018 Prof. BC Pagina 19
CAPÍTULO II – METEOROLOGIA DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA
______________________________________________________________________________________________________

Figura 2.7 - Estabilidade da atmosfera e transposição de obstáculo

2.5 Inversão térmica


As condições mais estáveis ocorrem durante uma inversão de temperatura, quando a temperatura
cresce com a altura. Como os poluentes são geralmente adicionados ao ar a partir da superfície, a
inversão de temperatura os confina às camadas mais baixas, até que a inversão se dissipe. Nevoeiro
espalhado é outro sinal de estabilidade.

As inversões de temperatura podem provocar graves problemas de contaminação do ar, não porque
representem uma fonte de contaminação, e sim porque fazem com que os contaminantes do ar se
acumulem na atmosfera inferior em lugar de se dispersarem. Muitos dos casos mais graves de
contaminação atmosférica ocorreram durante inversões de temperatura.

Figura 2.8 - Inversão térmica

O movimento do ar na Troposfera pode ter sentido horizontal ou vertical. O primeiro está


governado principalmente pelos ventos predominantes. Se estes são activos ou tem força suficiente,
os contaminantes apresentam poucas possibilidades de acumular-se antes de serem dispersados. As
_______________________________________________________________________________________________
UEM - DEQUI Curso de Engenharia do Ambiente / 2018 Prof. BC Pagina 20
CAPÍTULO II – METEOROLOGIA DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA
______________________________________________________________________________________________________
montanhas, colinas, e inclusive edifícios circundantes de uma grande cidade diminuem a velocidade
dos ventos e os desviam, minorando horizontal do ar.

Com o movimento horizontal limitado, a dispersão dos contaminantes passa a depender do


movimento vertical do ar. O movimento vertical do ar está governado pelo perfil de temperaturas da troposfera.
Normalmente, a temperatura diminui com a altura. O ar mais próximo da superfície terrestre é
aquecido por esta, se expande e torna-se menos denso que o ar mais frio que está acima. O ar
aquecido e menos denso ascende através do ar mais frio, que o renova. Este ar novo também se
aquece em contacto com o solo, expande e acende. Deste modo criam as correntes de ar e os
contaminantes se dispersam.
As condições meteorológicas podem causar uma inversão no esquema normal de variação da
temperatura na troposfera. O resultado é a formação de uma “camada de inversão”. O efeito
resultante é a colocação de uma massa de ar frio por baixo de outra de ar mais quente. A
presença de uma camada de inversão impede a circulação atmosférica vertical, já que o ar mais frio
não pode acender através da camada quente de inversão. Os contaminantes lançados no ar são
confinados na capa inferior da inversão. Estas situações podem permanecer invariáveis durante dias,
até que as condições atmosféricas mudem e a camada de inversão se destrua.
Um problema que vem somar-se aos da contaminação pela presença de camadas de inversão
consiste no aumento da actividade fotoquímica. A camada de inversão é normalmente quente,
seca e sem nuvens, permitindo a transmissão de uma quantidade máxima de luz solar, que
interage fotoquimicamente com os contaminantes confinados até formar quantidades extremas
de “smog”.

Portanto, os níveis elevados de neblina contaminante tem-se associado com casos de


contaminação atmosférica que implicam inversões de temperatura.

_______________________________________________________________________________________________
UEM - DEQUI Curso de Engenharia do Ambiente / 2018 Prof. BC Pagina 21
CAPÍTULO II – METEOROLOGIA DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA
______________________________________________________________________________________________________
Figura 9 – Exemplo típico da presença de Inversão térmica na atmosfera.

As inversões de temperatura se combinam com outros factores, tais como, a frequência dos ventos,
velocidade dos mesmos e irregularidades do terreno (colinas, vales, edifícios) incrementando os
problemas relacionados com a qualidade do ar em alguns lugares.
A inversão de temperatura pode formar-se por (1) subsidência de ar, (2) grande resfriamento radiactivo ou (3)
advecção de massas de ar. A inversão pode ocorrer para cima ou sobre a superfície.

2.5.1 Exemplos típicos de gradientes térmicos verticais de temperatura:

Superadiabático: A condição superadiabática favorece

Altura
a convecção forte, instabilidade e turbulência. Esta
condição geralmente fica restrita aos primeiros 200 m
da atmosfera.

Temperatura
Neutro: Condição na qual o gradiente térmico da atmosfera está próximo ao gradiente adiabático
seco, implica na inexistência de tendência de um volume ganhar ou perder flutuação

Subadiabático: Condição na qual a temperatura diminui mais gradualmente que 0,98ºC/100m, é na


realidade levemente estável

_______________________________________________________________________________________________
UEM - DEQUI Curso de Engenharia do Ambiente / 2018 Prof. BC Pagina 22
CAPÍTULO II – METEOROLOGIA DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA
______________________________________________________________________________________________________
Isotérmico: Quando a temperatura ambiente é constante com a altura, a camada é constante com a
altura, a camada é denominada isotérmica, como no caso subadiabático existe uma pequena tendência
para um volume resistir ao movimento vertical

Inversão: Uma camada atmosférica na qual a temperatura aumenta com a altura, resiste fortemente
ao movimento vertical e tende a suprimir a turbulência. Assim sendo, é de particular interesse para a
poluição atmosférica, uma vez que esta situação limita em muito a dispersão.

A figura abaixo apresenta o conjunto dos Gradientes térmicos verticais de temperatura.

Variação Temporal e Espacial: Em geral, a estabilidade nas primeiras centenas de metros mais baixas da
atmosfera apresenta variações diurnas características, alternando entre as condições estável e instável

_______________________________________________________________________________________________
UEM - DEQUI Curso de Engenharia do Ambiente / 2018 Prof. BC Pagina 23
CAPÍTULO II – METEOROLOGIA DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA
______________________________________________________________________________________________________
de acordo com a hora do dia. Por outro lado, inversões elevadas frequentemente persistem por
dias ou mesmo semanas.

2.6 Escalas de movimento


Os fenómenos meteorológicos que actuam no processo de dispersão o fazem obedecendo a uma
sequência de escalas de movimento em função da dinâmica da atmosfera. Essas escalas são: a
sinóptica, a mesoescala e a microescala. A descrição da actuação de cada escala associada aos fenómenos
meteorológicos são:

a) Escala Sinóptica – A essa escala estão associados os movimentos do ar resultantes da


circulação geral da atmosfera, interagindo com as massas de ar, isto é, os sistemas frontais, os
anticiclones (altas pressões) e as baixas pressões na troposfera, tendo extensão horizontal que
varia entre 100 a 3.000 km. Os efeitos dessa escala sobre a poluição podem ser classificados de
duas formas: a condição favorável à dispersão (baixas pressões, frentes) e a condição desfavorável à
dispersão (altas pressões estacionárias no inverno e as inversões térmicas que inibem a dispersão
vertical, reduzindo a velocidade do vento e aumentando as horas de calmaria)

Figura 2.10 - Escala sinóptica (imagem de satélite à direita e carta sinóptica de superfície)

b) Mesoescala – São os movimentos que incluem as brisas marítima e terrestre, circulação


dentro de vales e os fenómenos do efeito de ilhas de calor. Os fenómenos dessa escala que
influenciam a qualidade do ar local são variações diurnas da estabilidade atmosférica e a
topografia regional. A extensão horizontal d e s s a escala é da ordem de 100 km e na vertical é de
dezenas de metros até 1 km acima do solo. Os fenómenos que ocorrem dentro dessa camada
tem importância fundamental nos processos de transporte e dispersão sobre as emissões
das fontes poluidoras. Os principais parâmetros meteorológicos que atuam nesse processo são
as inversões térmicas de baixa altitude, a variação diária da altura da mistura e a taxa de ventilação
horizontal dentro dessa camada.

_______________________________________________________________________________________________
UEM - DEQUI Curso de Engenharia do Ambiente / 2018 Prof. BC Pagina 24
CAPÍTULO II – METEOROLOGIA DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA
______________________________________________________________________________________________________
c) Microescala – Incluem os movimentos resultantes dos efeitos aerodinâmicos das edificações
das cidades e dos parques industriais, rugosidade das superfícies e a cobertura vegetal de diversos
tipos de solo. Esses movimentos são responsáveis pelo transporte e difusão dos poluentes em
um raio horizontal inferior a 10 km e entre 100 e 500 metros na vertical acima do solo. Nesses
casos, a turbulência atmosférica, gerada por diversos pequenos obstáculos, é importante na
verdadeira trajectória das plumas emitidas pelas fontes industriais, uma vez que a direcção e a
velocidade do vento são totalmente dominadas pelas características topográficas e regionais em
torno da fonte.

Figura 11 – Microescala
Portanto, se uma determinada fonte está instalada dentro de um pequeno vale inclinado de NE
(Nordeste) para SW (Sudoeste), o vento vai soprar ao longo dessas direcções, sendo que o sentido
vai variar de uma ou outra direcção em função dos efeitos de resfriamento e aquecimento das
encostas local do vale. Nessas circunstâncias, é extremamente importante fazer medições horárias
dos parâmetros meteorológicos mais importantes para se definir qual a direcção e velocidade mais
predominante à noite e durante o dia. Com isto se pode estabelecer estratégias de controlo de
poluição do ar mais racionais e eficientes, na tomada de decisões.

_______________________________________________________________________________________________
UEM - DEQUI Curso de Engenharia do Ambiente / 2018 Prof. BC Pagina 25
CAPÍTULO II – METEOROLOGIA DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA
______________________________________________________________________________________________________
Trabalho prático 2
1. Qual o papel do tempo e do clima na percepção dos fenómenos de poluição atmosférica?

2. Explique a relação entre a estabilidade atmosférica e poluição atmosférica.

3. Por que a temperatura do ar é variável, no tempo e no espaço?


4. Porque a temperatura mais alta durante o dia tende a ocorrer usualmente no começo ou meio
da tarde e não ao meio dia?
5. Fale da influência da altitude sobre a temperatura.
6. Sob quais condições poderia a temperatura mínima do dia ser registrada no início da tarde?
7. Por que a maior densidade da atmosfera ocorre adjacente à superfície da Terra?

8. Quando a densidade permanece constante e a temperatura sobe, como variará a pressão de


um gás?

9. Quando gases na atmosfera são aquecidos a pressão do ar normalmente cai. Comparando


com a sua resposta à questão anterior, explique este aparente paradoxo.

10. Duas cidades estão situadas na mesma latitude. Uma está localizada no litoral, com o vento
dominante vindo do mar para o continente e a outra está no centro do continente. Com base
apenas nestas informações, o que você esperaria a respeito das amplitudes do ciclo anual de
temperatura dessas cidades?

11. Qual seria a diferença entre a variação diurna da temperatura num dia completamente
nublado e num dia sem nuvens e ensolarado? Explique.

12. Dado o perfil de temperaturas obtido num determinado aeroporto, com base em
radiossondagem, identifique (escrevendo na terceira coluna da tabela abaixo) a estabilidade
das diferentes camadas (estável, instável, neutra, isotérmica, inversão).
Altura x temperatura.
Nível do 100 150 350 950 1200 1300 1600
solo
20 15 18 16 13 13 14 11

a) Indique as camadas superadiabática e subadiabática.


13. Considere os resultados da sondagem atmosférica seguintes: 21oC, 500 m; 20oC, 600 m; 19oC,
1000 m. Se uma parcela de ar for lançada a 600 m irá descer, subir ou permanecer a 600 m?

_______________________________________________________________________________________________
UEM - DEQUI Curso de Engenharia do Ambiente / 2018 Prof. BC Pagina 26
CAPÍTULO II – METEOROLOGIA DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA
______________________________________________________________________________________________________
14. Dados os quatro perfis de temperatura abaixo, identifique qual o que seria mais desfavorável
para qualidade do ar, supondo uma região urbana no mês Julho, e qual o perfil que seria mais
favorável.

Bibliogafia
1. Jacob, D.J. (1999), “Introduction to atmospheric chemistry”. Princeton University Press,
Princeton, New Jersey.
2. Krause, S. Clark, H.M. Ferri,J. P. Strong, R. L. (2002), “Chemistry of the environment”. Elsevier
Science &Technology Books.
3. Miranda, Pedro M. A. (2002), “Meteorologia e Ambiente”, 1ª Edição, Universidade Aberta.
4. Nevers, N. (1995), “Air Pollutin Control Engineering”. McGraw Hill, New York, USA.
5. Seinfeld, J.H. & Pandis, S.N. (2006), “Atmospheric Chemistry and physics: From air pollution to
climate change”. Second Edition, John Wiley & Son, INC., Hoboken, New Jersey.
6. Stern, A.C. (1976), “Air Pollution” Vol. 1: Air pollutants, their transformation and transport.
Academic Press, New York, USA.
7. STERN, A.C. (1968). Air pollution. Volume III, Academic Press, EUA, - Part VII : Sources of air
pollution.

_______________________________________________________________________________________________
UEM - DEQUI Curso de Engenharia do Ambiente / 2018 Prof. BC Pagina 27

Anda mungkin juga menyukai