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Resenha Critica do livro: Dos delitos e das penas,

Cessare Beccaria

FERREIRA, Gleiziane Dias1;

Dos delitos e das penas traz protestos contra a tortura, penas infamantes,
degradantes, desigualdades dos castigos impostos. Mostra a inutilidade da
pena de morte, ainda hoje tão debatida, como meio de punição. Faz menção
aprofundada no que tange a proporcionalidade entre a pena aplicada ao delito
que houvera sido praticado. E, mais do que nunca, explicita brilhantemente a
separação de poderes, principalmente entre o legislativo e o judiciário.
Tudo isso com a ideia central de igualdade, justiça e humanidade dentro de um
tema caloroso que são os crimes e suas respectivas penas. A questão
enfrentada, a principio, é das más leis produzidas. Más leis, pois beneficiam a
minoria, deixando a maioria claramente a mercê da fraqueza e da miséria. O
que defende Beccaria é que somente com boas leis pode transformar essa
situação desigual. E já que falamos de leis, lembra-se esse livro da separação
de poderes, defendida e demonstrada por Montesquieu.
Deixando clara a ideia de que quem legisla é o Poder legislativo e não o
Judiciário, para que não houvesse arbitrariedade na feitura das leis e nos
julgamentos, onde tais leis eventualmente seriam aplicadas. As penas surgiram
bem como o direito de punir, ou seja, para proteger a sociedade daqueles que
transgrediam a expectativa de paz que já se fazia inerente a uma sociedade
que pretende viver bem decorrendo a ideia de contrato social. Ocorre que
ninguém sacrificaria sua liberdade para visar o interesse público.
Logo, para que a grande maioria se sentisse segura houve a necessidade de
sacrificar a liberdade de uns para que o resto goze de mais segurança. Ou
seja, aquele que quebrasse o contrato social deveria ser punido com a
restrição de sua liberdade para manter a paz social. Diante de tudo isso foram
extraídos princípios que existem até hoje.
Como o princípio da separação dos poderes. Ou seja, o livro expressa que os
delitos e as penas a eles aplicadas somente poderão ser feitos através de lei, e
não por ato do Poder Judiciário, por exemplo, estendendo a hoje também ao
Poder Executivo. Além disso, fala do princípio da proporcionalidade entre o
delito e o mal que ele causa com a pena aplicada a esse respectivo crime. Hoje

1
Acadêmica do 2° ano de Direito da Unioeste. E-mail:gleizianedias@outlook.com
muito discutido tal tema e uma inovação legislativa como a lei antidrogas
editada em 2006. Onde abrandou certas penas e recrudesceram outros tipos
penais considerados mais maléficos à sociedade.
Até à sua época, a aplicação das penas era mais um espetáculo para o
público inculto, do que um corretivo para o criminoso ou uma forma de
desencorajar a criminalidade. Era a vingança pessoal do soberano, ou da
Igreja, ofendidos por se considerarem os próprios depositários do poder de
origem divina. A prática de um delito era uma ofensa pessoal a esses entes.
Obedecendo aos critérios iluministas aplicados às ciências pelas mentes mais
brilhantes suas contemporâneas, não ofereceu as suas ideias com base
apenas na autoridade ou na dogmática. Antes, forneceu-lhes base de
argumentação irretocável, científica, metódica, capaz de abalar os alicerces
das instituições vigentes até então.
Devido a isso, as suas ideias continuam vivas até hoje e servem de base para
o ordenamento jurídico da maioria das nações ocidentais. Hoje, é inconcebível,
pelo menos oficialmente, a prática da tortura, e a pena de morte foram abolidas
da maioria dos ordenamentos jurídicos do mundo ocidental. Até mesmo onde
ela subsiste, os argumentos de Beccaria são constantemente invocados
quando se quer combater tal prática. Na sua obra, começa ele por estabelecer
as bases do direito penal e processual, discorrendo, de forma original, sobre
títulos que, a partir do seu raciocínio, foram elevados à categoria de
verdadeiros princípios de direito.
A fim de estabelecer a origem do direito estatal de punir, Beccaria começa por
invocar os princípios contratualistas da formação do próprio estado, embora
discorde da razão do por que da composição desse contrato. Para ele, o
homem convive em sociedade não porque entrega voluntariamente o
gerenciamento de sua liberdade nas mãos do Estado, visando o bem comum.
Essa convivência decorre mesmo da necessidade, a pena surge para impedir
que o indivíduo rompa o pacto tacitamente aceito por ele quando toma
consciência da vida em sociedade. No livro existe a menção da tríade entre
acusador, acusado e julgador no conceito de equidistância necessária para que
haja a justiça. Deixa clara a obra que toda e qualquer atitude que vai contra a
justiça ou ao contrato social, vale dizer, bem estar social deverá ser
considerada odiosa e, portanto punida, dentro das vertentes e limites já vistos
acima.
Os costumes e interpretação das leis, por parte do julgador, é repudiada, pois a
lei tem caráter geral e não pode ser interpretada, sob pena de beneficiar uns
em detrimentos de outros. Portanto, as leis devem ser claras, de caráter geral
na destinação, manter a harmonia social, sob a ideia de contrato social. Se
houver o delito, a pena a ele aplicada deve estar, tanto quanto ele, previamente
descrita e sua aplicação deverão ser proporcionais ao potencial lesivo do ato
repudiado. Os poderes não podem se misturar, garantindo assim que não
exista arbitrariedade nos julgamentos e na consequente aplicação da lei.
O julgamento deve ser claro, com possibilidade de arguição de suspeição de
juízes quando assim se faça necessário. O que fala essas escritas senão dos
princípios da legalidade, reserva legal, anterioridade, individualização da pena,
separação de poderes, dignidade da pessoa humana, devido processo legal. A
obra falava disso há séculos atrás. O que não funciona, então é os homens. O
caráter, a corrupção, a visão distorcida pela ganância e a inversão de valores.
É isso que não deixa funcionar todo e qualquer sistema. A obra do Marquês de
Beccaria é um grito em favor da humanidade e da razão, contra a tradição
jurídica e a legislação penal de seu tempo. Muitos doutrinadores reportam-se a
obra Dos Delitos e Das Penas, e nós estudantes de Direito compreendemos a
obra como uma fonte de conhecimento e reflexão acerta do sistema penal, não
só do Brasil como também de outras nações.
Atualmente as reformas sugeridas por Beccaria foram contempladas nos
sistemas penais, pois foi por meio da socialização de sua obra que foi
disponibilizar ao público o delineamento de sua teoria, contribuindo
sobremaneira para as reformas penais que se seguiram nos últimos séculos.
Assim voltamos ao início do nosso relato, utilizando as palavras deste grande
jurista que foi Cesare Beccaria : "Desta forma, os homens se reúnem e
livremente criam uma sociedade civil, e a função das penas impostas pela lei é
precisamente assegurar a sobrevivência dessa sociedade".
É dessa forma, cada homem cedendo um pouco da sua liberdade que, essas
partes, unidas tornam-se fortes e revertem em prol de todos. Deparamo-nos,
assim, com a dimensão reconstrutora de Beccaria para o sistema penal,
alertando sobre a importância de coibir as condutas lesivas ao bem jurídico
penal, se colocando contrária a pena de morte e às penas cruéis, buscando
proteger a dignidade humana, por meio de punições razoáveis, justas e
proporcionais aos delitos cometidos e aos prejuízos sociais causados.
REFERÊNCIAS
Beccaria, CESARE. Dos Delitos e das Penas. São Paulo: Editora Hunter
books 2012 1ª edição.

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