ESTUDO DE CASO
O caso estudado aqui, refere-se ao “Naufrágio de Anticítera”. Um naufrágio
localizado próximo à costa da ilha grega de Anticítera, foi encontrado no início do
séc. XX, e na década de 1970 um oceanógrafo chamado Jean-Yves Cousteau
recuperou parte da carga submersa (NATIONAL ARCHAEOLOGICAL MUSEUM,
2012). A carga apresentava uma grande variedade de joias, cerâmicas, estatuas,
moedas, etc., uma carga bastante diversa e expressiva. Porém, o que mais chamou
a atenção foi um objeto bastante particular, que ficou conhecido como “O
Mecanismo de Anticítera” (Figuras 2 e 3).
Figura 3 : Projeção da visão de frente e verso do mecanismo de Anticítera, realizada pelo Antykythera
Research Project. (Fonte: National Archaeological Museum, 2008).
Uma particularidade dos sítios submersos clássicos, é que os mesmos
fornecem materiais metálicos em ótimo estado de conservação e, se tratando de
antiguidade grega, pouco ou quase nada de metal foi conservado. Os vários objetos
metálicos, como estátuas, moedas, joias, etc. eram derretidos para variados fins,
como a comercialização de acordo com o valor atribuído ao metal, como por
exemplo peças de ouro e prata, ou a reutilização desse metal para confecção de
objetos bélicos.
O estatuário desse naufrágio apresentava várias obras em ótimo estado de
conservação, algumas em mármore e outras em bronze, das quais pelo motivo
acima mencionado, vale destacar. Entre as formas eram encontrados deuses,
atletas, fragmentos de estátuas, espadas, liras, etc., dentre as quais as que mais se
destacam são o ‘Filósofo’ e ‘Antykhitera Youth’ (Figuras 4 e 5).
Figura 4 e 5: Fotografia das estátuas em bronze do "Filósofo" e "Antykythera Youth". (Fonte: National
Archaeological Museum, 2012)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo de caso exemplificou a particularidade e necessidade dos trabalhos
em arqueologia subaquática para o desenvolvimento de uma arqueologia clássica
com um referencial material ainda mais amplo, possibilitando novas leituras e
interpretações da materialidade. E cabe aos próprios arqueólogos subaquáticos
desempenharem um papel ativo e político (GREENE, 2011), que apenas os mesmos,
e outros estudiosos do patrimônio cultural submerso são capazes de fazer,
articulações com a população e propostas de trabalho e preservação, essenciais para
a manutenção do patrimônio e a produção de conhecimento que é fundamental.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
RAMBELLI, Gilson. Arqueologia até debaixo d’água. São Paulo: Maranta, 2002.