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MINERAIS PESADOS

UMA FERRAMENTA
PARA PROSPECÇÃO,
PROVENIÊNCIA,
PALEOGEOGRAFIA E
ANÁLISE AMBIENTAL

2º EDIÇÃO

JOÃO E. ADDAD

2010

SÂO PAULO
Copyright © 2010 by João Eduardo Addad

Addad, João Eduardo

Minerais pesados: uma ferramenta para


prospecção, proveniência, paleogeografia e
análise ambiental - São Paulo, 2ª Edição, 2010.

208p.

1. Minerais pesados. 2. Geociências, técnicas

CDD 551.304
CDU 552.517

ISBN 978-85-901728-2-6

e-livro em pdf de distribuição livre


todo o conteúdo pode ser utilizado para fins didáticos ou acadêmicos
desde que citada a fonte
MINERAIS PESADOS

UMA FERRAMENTA
PARA PROSPECÇÃO,
PROVENIÊNCIA,
PALEOGEOGRAFIA E
ANÁLISE AMBIENTAL

2º EDIÇÃO

JOÃO E. ADDAD

2010

SÂO PAULO
Os minerais pesados funcionam
como traçadores em uma
prospecção. Desde as épocas
coloniais, os garimpeiros da região
de Diamantina procuram pelos
"cativos" do diamante, grãos de
magnetita ou anatásio com o
mesmo hábito octaédrico, que
acompanham o "senhor", branco e
poderoso. No Brasil do século
passado, dois caminhos de estudo
foram especialmente seguidos:
os minerais satélites do diamante,
ao longo do Espinhaço, cruzando
Minas Geraes e Bahia, na bacia do
rio Tibagy no Paraná, algumas
regiões de Goyaz e Matto Grosso, e
a descrição os depósitos de
monazita e ilmenita do litoral
extremo sul baiano, Caravellas e
Alcobaça, e ainda em Guarapary,
no Espírito Santo. Nomes como
Henri Gorceix, Orville Derby,
Eugen Hussak, brilham nestas
areias, ofuscando as limitações
técnicas da época.

Este livro é dedicado a eles.


ÍNDICE

ESTE LIVRO iv

PARTE 1
1 MINERAIS PESADOS NO ESTUDO DE SEDIMENTOS 1
1.1 GRÃOS E POPULAÇÕES 3
1.2 SOBREVIVÊNCIA À ALTERAÇÃO 3
1.3 SOBREVIVÊNCIA E COMPORTAMENTO NO TRANSPORTE 5

2 TÉCNICAS 8
2.1 CONCENTRAÇÃO 8
2.2 ARENITOS E AREIAS CONSOLIDADAS 11
2.3 ESCOLHA DE UMA FRAÇÃO GRANULOMÉTRICA ? 12
2.4 QUAL O TAMANHO DE UMA CONTAGEM? 12
2.5 MONTAGENS 14
2.6 ANÁLISE VARIETAL 14

3 APLICAÇÕES 16
3.1 PROVENIÊNCIA 16
3.2 PALEOCLIMAS, PALEOGEOGRAFIA E PALEOAMBIENTES 17
3.3 ANÁLISE AMBIENTAL 18
3.3.1 SOLOS 18
3.3.2 RIOS 18
3.3.3 PRAIAS 19

PARTE 2
DESCRIÇÕES DOS MINERAIS 22
ALMANDINA 23
ANATÁSIO 24
ANDALUSITA 25
AUGITA - AEGERINA AUGITA 26
BADDELEYITA 28
BIOTITA 29
BROOKITA 30
CASSITERITA 31
CIANITA 32
COLUMBITA - TANTALITA 33
CORINDON 34
CRISOBERILO 35
CROMITA 36
DIAMANTE 37
DIOPSÍDIO - HEDENBERGITA 38
EPIDOTOS 39
ESPESSARTITA 40
ESPINÉLIO 41
ESTAUROLITA 42
GOETITA 43
GORCEIXITA - GOYAZITA 44
GROSSULÁRIA 45
HEMATITA 46
HORNBLENDA 47
ILMENITA 49
MAGNETITA 50
MONAZITA 51
OLIVINA 52
PIRITA 53
PIROPO 54
RUTILO 55
SCHEELITA 56
SERPENTINAS 57
SILIMANITA 58
TITANITA (ESFÊNIO) 59
TOPÁZIO 60
TREMOLITA - ACTINOLITA - FERROACTINOLITA 61
TURMALINAS 62
XENOTÍMIO 63
ZIRCÃO 64

BIBLIOGRAFIA 66
ÍNDICE REMISSIVO 68
ESTE LIVRO

Este livro trata da identificação de minerais pesados, através de suas


descrições e de imagens dos grãos. A opção por disponibilização em pdf foi
determinada pela facilidade de distribuição que este suporte representa.

Na primeira parte do livro, foram considerados conceitos e técnicas de


trabalho com pesados. Desculpem aqueles que acharem isto um pouco
básico ou repetitivo. Mesmo assim, espero que algum detalhe seja útil. Na
tentativa de deixar o texto mais direto, foi omitida uma multidão de
exemplos de referência. A segunda parte trata dos minerais separadamente,
suas características e aspectos que auxiliam na determinação das espécies.
Foram escolhidos 40 minerais comuns em condições de intemperismo mais
intenso.

A intenção de agrupar fotografias de grãos de pesados, acompanhadas por


suas descrições, partiu do problema que se estabelece quando é necessário o
estudo composicional de uma amostra de areia. As descrições destes
minerais fornecidas por Milner (1962) e por Parfenoff et al (1970) são
extensivas, mas limitadas pelas ilustrações, muitas vezes desenhadas em
traço preto, no primeiro caso, e pelo pequeno número de fotografias, no
segundo. O Atlas Photographique des Mineraux D'Alluvions, de Devismes
(1978) apresenta 641 fotos de 173 espécies minerais, nem todos pesados. Este
autor utilizou 22 coleções de amostras, abrangendo agências de pesquisa,
serviços geológicos, universidades, museus e particulares (incluindo a
coleção de A. Parfenoff). Entretanto, trata-se de uma obra fora de catálogo
há duas décadas. O mais recente Heavy Minerals in Colour, de Mange &
Maurer (1992) apresenta excelentes fotografias de grãos, grande parte
liberados a partir de sedimentos litificados, sendo, entretanto muito útil
para este tipo de amostra, onde nos grãos liberados faltam características
desenvolvidas na superfície pelo transporte, apagadas pela diagênese ou
durante o processamento da amostra. Aqui, foram levados em consideração
grãos de sedimentos inconsolidados e, na sua grande maioria, recentes.
Deste modo, foram colocadas em evidência as superfícies retrabalhadas dos
grãos e as feições resultantes do transporte.

Estudos de minerais pesados têm sido expandidos para campos menos


"tradicionais", onde técnicas analíticas avançadas e tratamentos matemáticos
dos dados abrem caminho para aplicações específicas e interpretações mais
sofisticadas. Proveniência e mistura de fontes, distância relativa de
transporte, estabelecimento de seqüências e correlações, paleoambientes e
paleogeografia, formação de solos e paleosolos, mapeamento de dispersão e
análise de fluxos de sedimentos, alterações e impactos ambientais, foram os
objetivos desta disponibilização de informações e imagens.

Comentários são muito bem-vindos, assim como perguntas:


mineraispesados@hotmail.com
PARTE 1
1 MINERAIS PESADOS
NO ESTUDO DE SEDIMENTOS
Minerais pesados ocorrem em todas as areias, desde contribuições mínimas,
alguns poucos grãos encontrados após uma procura detalhada em uma
amostra, até quase a totalidade de um depósito de placer. Usualmente
formam menos de 1% do sedimento, sendo o restante quartzo, feldspatos e
micas, fragmentos líticos e biogênicos. As quantidades dos diversos
minerais pesados em uma determinada areia dependem da abundância de
cada um na área fonte e do transporte, que inclui a sua capacidade de
sobrevivência ao intemperismo, à abrasão e a sua segregação devido a
diferenças na densidade e forma. Com isto, estes grãos formam assembléias
extremamente específicas em termos de composição mineral, distribuídas ao
longo do sistema deposicional envolvido. Através da determinação destas
assembléias, podemos tecer hipóteses sobre fontes, caminhos ou mesmo
seqüências deposicionais dos sedimentos.
Existem mais de uma centena de pesados descritos em cascalhos,
areias e siltes. Se considerarmos variedades, este número aumenta
consideravelmente. Apesar desta diversidade, apenas localmente ou
ocasionalmente encontramos mais do que 10 a 25 espécies em sedimentos
detríticos. No estudo destes minerais, normalmente se procede na
concentração das amostras, pelo uso de meios densos. O mais comum é o
bromofórmio, com peso específico de ~2,8. Ao contrário de quartzo e
feldspato, estes grãos afundam no líquido, sendo por este motivo referidos
como minerais pesados (Tabela 1).
Os minerais pesados podem ser separados em dois grupos: opacos
e não-opacos. Apesar de muitas vezes os opacos formarem a maior parte da
população de pesados de um sedimento, os não-opacos acabam recebendo a
atenção nos estudos de proveniência. Possivelmente isto seja uma
conseqüência da necessidade do gasto maior de tempo para preparação, que
inclui montagem e polimento dos opacos e de um aparato de luz refletida
para sua identificação, caso não apresentem características diretas de
reconhecimento. Minerais não-opacos, por outro lado, são potencialmente
identificáveis com uma lupa manual sobre o fundo de uma bateia, com os
pés enfiados no cascalho de um rio.
Outro fato que talvez contribua para o abandono das assembléias
de opacos, é que a maior parte dos grãos encontrados são magnetitas e
ilmenitas, intercrescimentos ou produtos de alteração destes. Isto acarreta a
idéia de "tanto trabalho para tão pouco". Porém, devemos considerar a
existência de outros opacos, como por exemplo a cromita e a cassiterita, que
se determinados trazem informações sobre a derivação das areias
envolvidas: peridotitos, dunitos e serpentinitos, para a cromita e greisens e
pegmatitos graníticos para a cassiterita. Do mesmo modo, a análise
composicional da ilmenita caracteriza sua derivação: a assinatura química
em termos de Mn, Ti, V, Mg, Cr e Al, determina uma origem máfica ou
félsica (Grigsby, 1992); enquanto que elementos majoritários e minoritários,

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Ti, Mg, Mn, Al, combinados com características morfológicas, podem definir
populações diferentes em uma amostra (e.g. Basu e Molinaroli, 1991).

Tabela 1 - Composição e peso específico de minerais pesados

mineral composição p.e.


clorita (Mg,Fe,Al)12(Al,Si)8 O20(OH)16 2600-3300
biotita K(Mg,Fe,Ti)3(AlSi3O10)(OH)2 2700-3300
gorceixita - goyazita (Ba,Sr,Ca)Al3H(OH)6(PO4)2 2700-3260
piroxênios (Ca,Mg,Fe)2(Si,Al)2O6 2960-3960
tremolita-actinolita Ca2(Mg,Fe)5(Si8O22)(OH,F)2 3020-3440
hornblendas (Na,K)0-1Ca2(Mg,Fe2,Fe3,Al)5(Si6-7Al2-1)O22(OH)2 3020-3500
turmalinas Na(Mg,Fe,Mn,Al,Li)3Al6(BO3)3(Si6O18)(OH,F)4 3030-3250
apatita (fluor-hidroxi) Ca5(PO4)3(F,OH) 3100-3350
epidoto Ca2(Al,Fe)3Si3O12(OH) 3120-3520
andalusita Al2SiO5 3130-3160
olivina (Mg,Fe)2SiO4 3210-4390
silimanita Al2SiO5 3230-3270
esfênio CaTi(SiO4)(O,OH,F) 3450-3550
topázio Al2(SiO4)(OH,F)2 3490-3570
diamante C 3500-3520
crisoberilo BeAl2O4 3500-3960
cloritóide (Fe,Mg,Mn)2(Al,Fe)Al3O2(SiO4)(OH)4 3510-3800
cianita Al2SiO5 3530-3680
espinélio s.s. (Mg,Fe, Zn)Al2O4 3550-4620
grossulária Ca3Al2(SiO4)3 3560-3600
piropo Mn3Al2(SiO4)3 3582
estaurolita (Fe+2,Mg)2(Al,Fe+3)9O6(SiO4)4(O,OH)2 3650-3830
titanita TiO2 3820-3970
anatásio TiO2 3820-3970
zircões metamíticos indefinida 3900-4200
corindon Al2O3 3980-4020
brookita TiO2 4080-4180
almandina Fe3Al2(SiO4)3 4120-4318
rutilo TiO2 4230-5500
goetita FeO(OH) 4300
cromita (Mg,Fe)Cr2O4 4430-5090
xenotímio YPO4 4520-510 0
magnetita Fe2+Fe3+2O4 4520-5200
zircão ZrSiO4 4600-4700
monazita (Ce,La,Y,Th)PO4 4600-5400
ilmenita FeTiO3 4700-4780
pirita FeS2 4950-5030
hematita Fe2O3 5000-5256
columbita tantalita (Fe, Mn)(Nb, Ta)2O6 5300-8200
baddeleyita ZrO2 5400-6020
cassiterita SnO2 6980-7020

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1.1 GRÃOS E POPULAÇÕES

Um sedimento pode ser entendido como um conjunto de populações de


grãos de diversos minerais. Cada população é, por sua vez, potencialmente
constituída de frações de várias proveniências, resultando em formatos,
tamanhos e cores diferenciados. Zircões, por exemplo, apresentam
tipologias características de seu ambiente formador (Pupin, 1980, 1985),
onde o arranjo entre terminações piramidais e faces prismáticas corresponde a
posições em uma escala geotermométrica de cristalização. Ainda
considerando zircões, a determinação de fontes diferentes pode requerer
técnicas mais elaboradas que a observação direta. O uso de
catodoluminescência em uma população aparentemente homogênea pode
revelar uma grande diversidade de composições, ou mesmo de zonamentos
dos grãos, revelando histórias de recristalizações e sobrecrescimentos (e.g.
Marshall, 1988).
Uma determinada população vai ser distribuída
granulometricamente na dependência tanto do retrabalhamento do
ambiente sedimentar quanto da disponibilidade de tamanho na fonte.
Quando consideramos uma população de grãos relativamente muito
pequenos e arredondados de rutilo, por exemplo, é por demais simplista
assumir que estamos distantes da área fonte e que o transporte foi o único
responsável pelo desgaste e diminuição dos grãos. Eles podem já ter sido
fornecidos em uma faixa granulométrica próxima ao tamanho observado.
Populações de zircão derivados de granitos apresentam tendência a
ocorrerem em grãos euédricos pequenos, enquanto que estaurolita,
andalusita e cianita são comuns em frações mais grossas em derivações
metamórficas.
Minerais pesados mostram dois comportamentos diferenciados. Há
aqueles que, apesar de existirem em pequenas quantidades na rocha fonte,
acessórios, tendem a se enriquecer relativamente ao sedimento pela sua alta
resistência (e.g. zircão, turmalina, rutilo em sistemas praiais e eólicos).
Outros podem ser abundantes na fonte, essenciais, mas devido à sua
instabilidade e fragilidade vão desaparecendo, sendo diluídos na direção do
transporte (e.g. anfibólios, piroxênios e olivinas em ambientes fluviais).

1.2 SOBREVIVÊNCIA À ALTERAÇÃO

O clima, vegetação e fisiografia da área fonte de uma determinada


população controlam a pré-seleção dos grãos e a taxa da sua entrega no
ambiente sedimentar. A razão entre a velocidade do intemperismo e da
erosão do material intemperizado determina quais minerais sobrevivem,
pela exclusão de espécies menos resistentes quimicamente, do mesmo modo
que o fazem o período que o grão passa sob condições químicas hostis no
meio de transporte, ou o tempo de permanência em depósitos
intermediários e no depósito final. Fases minerais menos resistentes vão
sendo seguidamente eliminadas. Muitas composições de anfibólios e
piroxênios, por exemplo, são instáveis, sendo perdidas por dissolução
intraestratal mesmo em soterramentos rasos ou em rampas de colúvio,

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enquanto que zircão e turmalina resistem até mesmo em lateritas sob
prolongadas condições oxidantes extremamente agressivas.
A maioria dos pesados tem um baixo grau de sobrevivência devido
à instabilidades químicas e mecânicas. De uma maneira genérica, quanto
mais altas a temperatura e a pressão de formação do mineral, menos estável
ele é sob condições de intemperismo, onde é destruído por processos de
dissolução. Na viagem pelo ambiente sedimentar, clivagens fragmentam os
grãos, abrindo caminho para alterações químicas e fazendo com que eles
desapareçam em direção ao transporte. Durante a eodiagênese, soluções têm
uma maior atuação sobre os minerais instáveis, enquanto que os cimentos
mesodiagenéticos selam os poros e isolam porções da rocha, aumentando a
sobrevida de espécies em semi-equilíbrio.
Existem diferenças nas estabilidades relativas dos minerais sujeitos
a diferentes ambientes intempéricos e diagenéticos (e.g. Morton, 1984).
Muitas vezes, pequenas variações químicas dentro das populações (e.g. Ca,
Fe2+ e Fe3+ em granadas) determinam um limiar entre comportamentos. Isto
implica na impossibilidade do estabelecimento de séries absolutas de
instabilidade progressiva dos minerais pesados. Um dos controles externos
básicos é a variação no quimismo das águas percolantes. Magnetitas e
ilmenitas, por exemplo, podem sobreviver em ambientes oxidantes,
enquanto são atacadas sob condições redutoras. A composição destas águas
resulta tanto de variações no clima e presença de vegetação, como
principalmente na composição dos materiais por onde elas circulam (Curtis,
1990).
Em areias ou arenitos porosos, a água circula livremente, mantendo
o desequilíbrio dos minerais instáveis até o seu desaparecimento. Em solos,
entretanto, a circulação da água pode ser restrita e períodos de estagnação,
freqüentes. Como conseqüência, reações em solos são consideravelmente
complexas e variáveis, passando os minerais por longos períodos de
metaestabilidade, seguidos por fulminantes episódios de dissolução de
determinadas fases detríticas ou pedogenéticas. Quando minerais instáveis
se dissolvem, eles colaboram na composição das soluções. Deste modo, um
dos resultados do desaparecimento destes minerais é a mudança das
soluções, seu pH e sua composição iônica. Esta mudança ocorre de maneira
mais rápida próximo à superfície do solo, onde águas de chuva, usualmente
menos saturadas em constituintes dissolvidos, atuam.
Em muitos casos, a pedogênese apresenta uma continuidade por
longos períodos de tempo. Entretanto, a maioria dos solos pode ser
considerada como uma feição efêmera em termos geológicos. Processos
como a alteração do nível de base de uma bacia fluvial, mudanças climáticas
ou eventos extremos, interrompem a ação das soluções nos solos e
redistribuem os grãos. Podemos considerar as seguintes tendências de
comportamento em ambientes de solo:

Minerais de Ti e Zr
Ti e Zr mostram uma solubilidade baixa no solo e consequentemente, uma
alta resistência. Minerais de Ti e Zr sobrevivem à lixiviação dos processos
coluvionares, sendo adicionados no ambiente fluvial em taxas mais altas
que outros grupos minerais (Huston, 1977).

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Minerais Fosfáticos
Fosfatos de cálcio, como a fluorapatita ou hidroxiapatita são estáveis em
solos alcalinos, enquanto que esta estabilidade é revertida para fosfatos
hidratados de ferro e alumínio, em solos ácidos. As crandalitas são formas
muito comuns de fosfatos em solos (Lindsay e Vlek, 1977).

Olivinas, Piroxênios e Anfibólios


Olivinas alteram muito facilmente para smectita, kaolinita, hematita,
hidróxidos de ferro como goetita, ou percursores não-cristalinos destes
minerais. Nas superfícies dos grãos, os cátions octaédricos, Mg 2+ e Fe2+, são
potencialmente móveis. O Fe2+ se oxida prontamente para Fe3+ e o Mg tem a
tendência de se coordenar com grupos OH. A perda destes cátions da
superfície do cristal acelera a dissolução dos tetraedros de sílica, expondo
porções frescas do retículo.
Piroxênios tendem a se alterar para clorita ou smectita. Com a continuidade
do intemperismo, todo o Ca, Mg e parte do Si são perdidos do retículo. Isto
resulta em um progressivo enriquecimento do resíduo em fases como
kaolinita, óxidos e hidróxidos de Fe e anatásio. Anfibólios apresentam uma
seqüência similar aos piroxênios. Ambos possuem clivagens paralelas às
cadeias de sílica. O acesso da água através das clivagens facilita a dissolução
dos cátions responsáveis pela manutenção das cadeias, processo que causa
uma rápida quebra na estrutura dos minerais (Huang, 1977).

Efeitos de dissolução podem ser observados nas texturas


superficiais de grãos. Piroxênios, anfibólios e granadas são muito didáticos
em mostrar estágios progressivos de dissolução (e.g. Morton, 1984; Lång,
2000). Terminações recortadas e bordas serrilhadas nos primeiros,
facetamentos simétricos em almandinas e ranhuras profundas, sulcos
paralelos e estados esqueletais em grande parte dos pesados, são bem
marcados sob microscopia eletrônica de varredura - MEV.
Muitos sedimentos apresentam apenas populações de minerais
ultraestáveis, por serem retrabalhados em mais de um ciclo sedimentar. Em
outros, os processos de dissolução pós-deposicionais foram responsáveis
por este achatamento da assembléia de pesados. A presença de grãos
relictos, geralmente alguns poucos e frágeis sobreviventes, evidencia este
último condicionante.

1.3 SOBREVIVÊNCIA E COMPORTAMENTO NO TRANSPORTE

Do mesmo modo que variações locais impedem o estabelecimento de uma


série padrão de estabilidade química, características específicas do meio de
transporte e intrínsecas dos minerais mantêm controle sobre a sobrevivência
e comportamento desta ou daquela população frente às condições de fluxo,
aos impactos, esforços e solicitações físicas. Genericamente, a presença de
clivagens e descontinuidades, falhas de cristalização, inclusões,
fraturamento metamórfico, tornam um grão mais susceptível a ser destruído
durante o transporte, enquanto que diferenças na densidade e forma dos
grãos determinam padrões hidrodinâmicos de selecionamento e distribuição
em depósitos.

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Dois aspectos da forma dos grãos podem ser considerados de
modo independente: a esfericidade e o arredondamento. Grãos com planos
de clivagem, fraturamentos, zonas com grande quantidade de inclusões,
têm sua baixa esfericidade controlada por estas anisotropias mecânicas. Nos
minerais com clivagens importantes (e.g. cianita, hornblenda), pode ocorrer
a renovação destas superfícies durante o transporte. Estes controles facilitam
o seu reconhecimento, apesar de eventualmente dificultar a avaliação da
distância relativa do transporte e até eliminarem estas fases.
O arredondamento é fortemente condicionado pela granulometria.
Os impactos entre os grãos durante o movimento são mais efetivos em grãos
maiores que 5 a 10 mm, movidos principalmente por rolamento no fundo de
um córrego ou em uma praia, onde adquirem índices de arredondamento
altos. Grãos entre 5 e 0,1 mm sofrem saltação dentro do fluido, tendo um
comportamento variável, enquanto que os menores que 0,1 mm,
transportados por suspensão, são quase sempre angulares (Blatt, 1982). Isto
é decorrente de que grãos menores ficam mais efetivamente envolvidos pelo
fluído, ocorrendo menor interação mecânica com outros grãos.
Berkman (1976) apresenta uma série de minerais detríticos em
ordem de resistência ao arredondamento, da qual foram extraídos os
pesados: turmalina (mais resistente), estaurolita, titanita, magnetita,
granada, ilmenita, epidoto, zircão, hornblenda, rutilo, hiperstênio,
espodumênio, apatita, monazita, augita, hematita, brookita, cianita, enstatita
(menos resistente). Entretanto, nesta série foram considerados fatores
independentes, como clivagem e dureza.
Grãos de minerais muito duros e sem anisotropias importantes
sobrevivem melhor ao transporte. Zircão, turmalina e rutilo têm sido
utilizados como um índice de maturidade sedimentar, ZTR. Quando, junto
com quartzo, são os únicos constituintes de areias, significam o
retrabalhamento deste sedimento supermaturo. Longos períodos sob ação
química e mecânica são necessários para remover grãos de feldspato, líticos,
micas e pesados menos resistentes. Se este sedimento ainda apresentar
quartzos arredondados e esféricos como um padrão, ele aponta para
ambientes de praia ou dunas eólicas, onde a abrasão atua repetidamente e
por grandes intervalos de tempo.
Características do meio de transporte também podem determinar
variações quantitativas da presença de minerais pesados derivados da
mesma fonte, como resultado de efeitos hidrodinâmicos sobre a sua
granulometria e/ou seu formato. Enquanto que certos estilos de transporte
aceitam uma grande variedade de tamanhos (e.g. fluxo de detritos, gelo),
outros meios selecionam uma determinada faixa granulométrica e
produzem depósitos mais homogêneos de grãos homogêneos (e.g. dunas
eólicas). A presença de formas de leito, a variação de regimes de fluxo, a
mudança dos estilos de deposição ao longo de um sistema deposicional,
podem reter certa granulometrias e impedi-las de seguir (e.g. Fletcher e Loh,
1996).
Em escala de grão, processos de transporte seletivo granulometria-
densidade mostram desvios da simples equivalência hidráulica, ou seja,
grãos leves e pesados correspondentes depositados juntamente não
apresentam as mesmas velocidades de settling medidas em laboratório

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(Slingerland, 1977). Em um leito de grãos misturados, interações
hidrodinâmicas entre os grãos tornam os mais densos e menores mais
difíceis de serem levantados pelo fluxo (Komar e Wang, 1984; Trask e Hand,
1985). De um modo equivalente, a disponibilidade de granulometrias
relativamente maiores sobre trechos do leito tem um efeito de "esconder" os
grãos menores de pesados, dificultando que estes sejam arrancados do
fundo e seqüestrados pelo fluxo. Formas de grão mais alongadas ou
achatadas (e.g. anfibólios, cianitas) também vão alterar o coeficiente de
arraste hidrodinâmico, se comparadas com grãos equidimensionais de
mesma densidade e volume (e.g. epidoto, espinélio), apresentando respostas
diferenciadas e desvios dentro do fluxo.
Podemos relacionar os seguintes fatores de controle da presença de
populações de pesados em um sedimento:

teor na área fonte


granulometria original
tipo de intemperismo na área fonte
razão entre as velocidades de erosão e de intemperismo
tempo de transporte
solicitação física do meio de transporte
separação hidráulica
permanência sob condições químicas adversas em depósitos intermediários
dissolução intraestratal

assim como listar conjuntos genéricos de estabilidade relativa entre alguns


minerais pesados:

Ultraestáveis Estáveis Instáveis


zircão anatásio olivina

turmalina espinélio piroxênios

rutilo almandina anfibólios

estaurolita epidoto

monazita titanita

ilmenita apatita

cianita

andalusita

silimanita

Estas seqüências são genéricas e se baseiam na experiência do autor


em sedimentos sob intemperismo intenso. Os pesados quando sujeitos a
climas mais secos ou a taxas de transferência rápidas entre o afloramento e o
depósito, respondem de modo diferente, como pode ser observado na
presença de anfibólios e epidotos no leito do Rio Açu, Rio Grande do Norte
e de olivinas e piroxênios em praias de Fernando de Noronha.

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2 TÉCNICAS

Muitas vezes, a identificação de um mineral pesado é uma tarefa difícil.


Uma areia é o produto potencial de um conjunto de fontes, das quais muitos
elementos não conseguiram chegar até o local de sua coleta e outros o
atingem sem características determinativas claras. Eventualmente somos
tentados a assumir a existência de uma determinada paragênese mineral em
uma amostra. Um grão pardo-esverdeado, bem arredondado, único em uma
amostra com contribuições de pegmatitos graníticos, torna-se candidato a
ser "identificado" como uma turmalina. Entretanto, para a determinação
absoluta de certos casos, pode ser necessário o emprego de métodos
destrutivos, caso não tenhamos a presença de grãos com características
distintivas.
Nestes aspectos, reside a preocupação com o dimensionamento
adequado de uma amostra. Enquanto que 50g podem ser mais que
suficientes para algumas areias de placers, quilos são necessários em outros
para que se possa trabalhar com populações de grãos, onde alguns deles vão
mostrar características distintivas, hábito, clivagens, cor e zonamentos.
Claro que este procedimento depende do grau de precisão que se queira
alcançar.
A estratégia da coleta de amostras depende dos seus objetivos e do
meio a ser amostrado. Enquanto alguns campos de dunas são
razoavelmente homogêneos, depósitos deixados por fluxos de detritos,
trazidos por enchentes, geralmente apresentam variações texturais e
composicionais, tanto vertical como horizontalmente. Camadas
concentradas ocorrendo na base de muitos terraços aluvionares e níveis de
base de tempestade em praias se caracterizam por uma grande porcentagem
de minerais pesados. São resíduos deixados por condições alteradas e
específicas de fluxo, não representando uma "amostra pronta" dos minerais
pesados existentes no depósito como um todo.
Campanhas de amostragem podem ter um custo elevado,
considerando recursos, equipamentos e mesmo o tempo da equipe
envolvida. Informações devem ser levantadas antes, assim como as bases
para a coleta (mapas topográficos, fotos aéreas, imagens de satélite...), de
modo a evitar, em campo, um redimensionamento que pudesse ter sido
previsto com mais dados preliminares.

2.1 CONCENTRAÇÃO

Uma amostra deve passar por uma certa rotina para que se proceda na
identificação e quantificação dos minerais pesados. Considerando uma
porção de areia, lavada dos sais, argilas e matéria orgânica, algumas vezes
tratada com solução quente de ácido oxálico e oxalato de amônia para
eliminar eventuais coberturas de hidróxido/óxido de ferro, segue-se a
separação dos pesados por meio denso, usualmente o bromofórmio. Devido
à toxidade dos vapores deste produto, muitos laboratórios adotam o
politungstato de sódio (3Na2WO4•9WO3•H2O) ou metatungstato de sódio

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(Na6•H2W12O40) como meios de separação padrão (e.g. Callahan, 1987;
Gregory e Johnson, 1987).
O politungstato de sódio produz soluções aquosas que podem ser
ajustadas por diluição para valores variáveis de peso específico, entre 1,0 e
3,1. Inércia química na ausência de íons de cálcio (cimentos de calcita e
aragonita, bioclastos carbonáticos...) e não liberação de vapores tóxicos, o
colocam como sucessor do bromofórmio, iodeto de metila e outros alcanos
voláteis. O cuidado na sua utilização reside na possibilidade da evaporação
acidental da solução e o aumento da sua densidade acima de valores críticos
em procedimentos muito demorados (e.g deixar a montagem durante um
final de semana) e na evaporação forçada em temperaturas acima de 60ºC
para ajuste do peso específico, condição que resulta na decomposição
irreversível para tungstato de sódio (Na2WO4), insolúvel em água.
Alguns problemas podem advir da viscosidade alta politungstato
de sódio em concentrações maiores, dificultando a dispersão de grãos de
areia muito fina e silte por efeitos de tensão superficial. Uma pré-
umidificação de uma amostra de peso conhecido, com uma quantidade
medida de água, torna calculável o reajuste da solução de politungstato.
Durante a pré-umidificação, é desejável o uso de vácuo e/ou agitação para
remoção de bolhas de ar.
Existem vários procedimentos e montagens para meios densos. Um
balão ou funil de separação apoiado em um suporte, seguido de um funil
equipado com papel filtro e um béquer na parte inferior do suporte, é uma
montagem simples. Dentro do balão, coloca-se o líquido denso e um certo
volume de amostra proporcional ao diâmetro do balão. A amostra deve se
acomodar em uma camada fina, de modo a não ocorrer obstrução de grãos
do contato com o líquido. Leves agitações auxiliam a descida de grãos de
pesados com bolhas de ar aderidas ou posicionados de modo ruim. Os
pesados descem até próximo à torneira de separação. Amostras com uma
grande quantidade de pesados tendem a entupir esta passagem e devem ser
tratadas em volumes menores. A abertura da torneira de separação leva os
pesados a se depositarem sobre o papel de filtro no funil intermediário,
enquanto que o líquido denso passa para o béquer e deve retornar ao
acondicionamento. Terminada a descida de pesados, que pode requerer
algumas horas e incluir umas tantas sacudidas, o papel de filtro pode ser
colocado a secar sobre uma placa de vidro, após lavagem com alcool
(bromofórmio e outros voláteis) ou água (soluções de tungstatos).
Porcedimentos com bromoformio e outros voláteis devem sempre
considerar a elevada toxicidade destes compostos, sendo padrão o trabalho
em um ambiente fornecido por uma capela de exaustão. De modo a evitar a
evaporação excessiva de bromofórmio, a colocação de uma cobertura de
papel alumínio entre a saída do balão de separação e o béquer, além do
fechamento da boca do balão de separação durante o repouso da montagem,
são procedimentos interessantes.
Quando o bromofórmio é utilizado na separação de minerais
pesados, uma etapa necessária é a recuperação deste líquido denso. À
mistura residual de bromofórmio/areia leve, dentro de um balão de
decantação, pode-se adicionar água destilada, fazendo com que grande
parte do bromofórmio se separe da areia, a qual fica imersa em água,

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flutuando sobre um remanescente de líquido denso. Retirados o
bromofórmio liberado e a água em excesso, ainda resta algum bromofórmio
nesta areia e deve-se lavá-la com álcool. Desta lavagem, teremos um resíduo
bromofórmio-solvente-água. Como o bromofórmio é imiscível com a água,
mas o álcool é miscível em quase todas as proporções, o resíduo de líquido
denso pode ser recuperado da seguinte maneira: em uma garrafa, adiciona-
se muita água e agita-se vigorosamente a mistura. Alguns dias depois,
quando as fases se separarem, retira-se a mistura flutuante água/solvente.
Algumas repetições deste procedimento terminam por extrair o solvente do
bromofórmio, o que pode ser verificado quando um fragmento de dolomita
ou calcita, colocado dentro da garrafa, flutuar na interface das fases. A
mistura flutuante água/solvente ainda apresenta odor característico de
bromofórmio e deve ser acondicionada para posterior destinação.
Após a separação da parte densa, um separador magnético
isodinâmico (Frantz) pode se tornar muito útil em amostras com muita
ilmenita, por exemplo, ou outros opacos altamente suscetíveis ao
magnetismo. Grãos de magnetita costumam obstruir a calha do
equipamento. Assim, a utilização do separador magnético deve ocorrer após
a remoção de magnetita com auxílio de um imã manual isolado por uma
folha de papel ou plástico, de modo a facilitar a sua limpeza. Grãos com
inclusões de magnetita e ilmenita, além da variação composicional de
muitos minerais (e.g. conteúdo de ferro nos epidotos, granadas e
hornblendas), dificultam uma utilização dos separadores magnéticos como
discriminador absoluto de populações.
Separadores magnéticos de campo mais intenso e separadores
permanentes, de samário-cobalto ou neodímio-ferro-boro, podem ser
utilizados na separação mais eficiente de minerais de menor
susceptibilidade, os paramagnéticos (apatita, augita, diopsídio, epidoto,
espinélio, granadas, hornlenda, rutilo, titanita, turmalina, zircão...). Deve ser
considerado, entretanto, que em muitas amostras os separadores serão
efetivos, em outras, não.
O procedimento de batear manualmente de maneira
indiscriminada e exaustiva a amostra antes da concentração por líquido
denso, eliminando quase todo o material leve, é desaconselhado em muitos
casos, pelas perdas que ocorrem de populações inteiras de minerais de grãos
pequenos, hidrodinamicamente equivalentes aos grãos maiores de minerais
e fragmentos mais leves. Este procedimento pode ter uma conseqüência
catastrófica para algumas datações, prospecções iniciadas muito longe da
área fonte ou estudos varietais, onde são consideradas as variedades de um
certo mineral ou grupo de minerais. O estudo varietal com base na cor,
forma ou inclusões de grãos é particularmente útil ao se trabalhar com
zircões, que muitas vezes mostra subpopulações de grãos muito pequenos.
Bateias mecânicas e mesas separadoras são vantajosas em amostras
volumosas com objetivos específicos (amostragem em grande escala para
prospecção de diamantes, por exemplo), assim como podem ser
interessantes a lavagem de frações argilosas e a retirada de seixos ainda em
campo, manualmente, em peneiras, bacias ou baldes.
Van der Westhuizen et al. (1993) desenvolveram um separador
hidráulico capaz de lidar com pequenas quantidades de amostra. Consiste

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em um tubo de vidro moldado em forma de uma serpentina de
aquecimento, onde as alças funcionam como armadilhas para os grãos
conforme estes são trazidos pelo fluxo. As regulagens da inclinação do
conjunto e da velocidade do fluxo permitem uma calibração para
populações de densidade e granulometria diferentes. Dois problemas
causam dificuldades na adoção desta técnica: a necessidade de frações
granulométricas estreitas, muitas vezes adulteradas pela presença de grãos
achatados ou alongados que passam pelo peneiramento, e a restrição a
pequenos volumes de amostra.

2.2 ARENITOS E AREIAS CONSOLIDADAS

Areias de paleopraias muitas vezes se apresentam endurecidas por uma


cimentação carbonática incipiente. Caso não existam fosfatos na amostra ou
não seja importante a recuperação dos bioclastos carbonáticos, pode ser
utilizada uma solução de ácido clorídrico (geralmente diluído a menos de
1%) para eliminar o cimento e liberar os grãos. O ácido acético não ataca
fosfatos, mas tem a desvantagem de demorar até alguns dias para remover o
carbonato, sendo muitas vezes necessário o aquecimento da solução.
Uma amostra de arenito deve, obviamente, ser britada e ter seus
grãos liberados antes de seguir os passos de uma areia inconsolidada. Um
procedimento inicial para tal amostra consiste em se observar uma lâmina
delgada da rocha, limitando a faixa de distribuição de tamanho para os
minerais pesados presentes. Com o auxílio de uma peneira na saída de um
britador, a rebritagem e concomitante regulagem da abertura da mandíbula
móvel, resulta em uma amostra adequadamente cominuída para seguir a
classificação por um conjunto de peneiras na faixa escolhida. Muitos grãos
vão estar quebrados ou lascados, entretanto, espera-se que uma parte destes
sobreviva e que sejam liberados de modo íntegro. Grãos com clivagens
importantes ou em estados adiantados de dissolução são mais sensíveis a
este procedimento.
Cimentações por sílica microcristalina, carbonatos e
hidróxidos/óxidos de ferro devem ser cuidadosamente consideradas para
um tratamento químico. Um pequeno moinho com bolas cerâmicas em
regime lento, em conjunto com uma solução ácida fraca, podem ajudar na
liberação efetiva de certas amostras já britadas. A amostragem de porções
razoavelmente alteradas dos afloramentos também pode facilitar a
recuperação de grãos, mas considerando apenas os minerais mais estáveis
sob telodiagênese e intemperismo.
Em um concentrado de pesados obtido a partir de arenito, os grãos
podem representar populações detríticas ou autigênicas. Estas últimas
podem mascarar as primeiras. Nos arenitos, minerais autigênicos
geralmente apresentam uma distribuição de tamanho de grão enquadrada
em uma variação relativamente estreita. Morse e Qiwei Wang (1996)
descrevem a nucleação dos cristais de minerais autigênicos acontecendo
como eventos relativamente singulares e breves, sendo que o crescimento
subsequente ocorre sob condições uniformes no volume de rocha envolvido,
resultando em uma estreita distribuição de tamanho.

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Colúvios e sedimentos semi-consolidados geralmente apresentam
coberturas limoníticas ou argilosas sobre os grãos, que impedem até a sua
separação por meio denso. Em muitos casos, argilas são facilmente
removidas por lavagem simples. Caso isto não ocorra, um tambor em
regime lento ou um agitador mecânico podem ser muito úteis na limpeza
dos grãos. Peneiramento úmido, geralmente com uma malha 300# e uma
pisseta com água filtrada, elimina as partículas de argila liberadas.

2.3 ESCOLHA DE UMA FRAÇÃO GRANULOMÉTRICA ?

Duas abordagens opostas são freqüentemente utilizadas nos estudos de


pesados: fração estreita e fração ampla. No primeiro método, é eleita e
analisada uma fração granulométrica (e.g. 63 a 125 m, Morton, 1985).
Apesar das facilidades que um conjunto uniforme de grãos apresenta para
manuseio e observação em montagens, um risco grave é o de se eliminar
uma espécie ou população índice, localizada abaixo ou acima da fração
escolhida. Como em areias as variações mineralógicas são função do
tamanho dos grãos, as frações finas usualmente mostram relações entre
minerais pesados diferentes daquelas encontradas nas frações mais grossas.
Um outro problema é a forma prismática e alongada de muitos
pesados (e.g. zircões, cianitas, turmalinas), que podem responder ao
peneiramento não como uma seleção apenas por tamanho, mas também
pela sua forma. Entretanto, alguns casos podem ser beneficiados pela
escolha de uma fração otimizada, após uma análise adequada.
A segunda opção adota a utilização de todo ou quase todo o
espectro granulométrico presente, sendo empregada em areias grossas,
cascalhos e sedimentos mal selecionados. A divisão em subfrações e a
adoção de procedimentos específicos para cada intervalo ( e.g. separação
magnética para populações finas de ilmenita e magnetita, catação manual
dos grânulos) fornecem um "mapa composicional" da amostra total.
Este autor se opõe à conclusão de muitos trabalhos de que para
correlações entre pacotes de areias em âmbito local ou regional, somente
devem ser usados tamanhos similares de grão. Considerando um ambiente
deposicional energético e uma determinada população, o transporte ao
longo de distâncias consideráveis ocorre com uma perda volumétrica
mensurável para os grãos. Neste caso, a correlação vai ser mostrada
exatamente pela cominuição desta população. A identificação de grãos em
frações similares pode significar a entrada de uma população nova,
enquanto que o seu desaparecimento em uma determinada faixa pode
indicar erroneamente uma não-correlação.

2.4 QUAL O TAMANHO DE UMA CONTAGEM?

Em uma análise composicional de sedimentos, um dos parâmetros a serem


estabelecidos é o número de clastos contados para a construção dos gráficos
de distribuição, com um nível de confiança aceitável. Existe um
embasamento estatístico para a escolha de um número otimizado de clastos.
A precisão dos resultados pode ser avaliada pelo cálculo do erro padrão em
um nível de confiança de 95%:

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erro padrão 95% = 2 √ (p.q/n)
onde p é a freqüência observada, q eqüivale a (100 - p) e n é o número de
pontos contados.
Graficamente, a relação resulta nas seguintes curvas de freqüências
observadas para erros prováveis (transformados em %), para as respectivas
contagens totais (Dryden, 1931):

No exemplo, com 100 pontos contados, um mineral que ocorre em 5%


apresenta um erro de aproximadamente 4,36 neste valor (i.e. 87% de 5),
significando uma ocorrência real de 5 ±4,36%. Para um componente com
80%, o erro é de 8 unidades (i.e. 10% de 80), ou seja, sua ocorrência pode
variar entre 72 e 88%. Este gráfico também mostra que na medida em que
contamos mais clastos, a taxa de aumento da precisão dos resultados
diminui. Claro que um erro aceitável depende da precisão desejada. Um
mínimo de 250 a 300 pontos contados leva a análise para cima do trecho
acentuado da curva de 5%. Entretanto, não existe base para se considerar
que contagens deste porte vão fornecer representações adequadas de
componentes raros. Com 100 clastos contados, um componente que ocorra a
1%, vai apresentar um erro padrão de 1,14, maior que a própria freqüência
encontrada. Isto significa que a contagem é pequena demais para que um
componente que ocorra a 1% seja encontrado e quantificado.

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2.5 MONTAGENS

A observação, identificação e contagem de pesados podem ser feita de dois


modos: amostra solta ou amostra montada. Ambas tem vantagens e
desvantagens. Uma amostra solta pode ser um problema de manuseio,
principalmente se as frações consideradas forem muito finas. Entretanto,
permite o isolamento de populações, a observação de grãos em várias
direções e uma posterior opção por montagem.
Uma amostra montada em epóxi, por outro lado, apresenta uma
visão "congelada" e permanente dos grãos. Uma alternativa é utilizar uma
resina reversível, eliminada por solventes como acetona. Os grãos soltos
podem ser reorientados ou suas populações, isoladas. Uma grande
variedade de índices de refração é disponível, lembrando que índices muito
elevados dificultam a observação de feições superficiais em minerais de
baixa refração.
No caso de uma amostra de difícil identificação direta, uma
alternativa interessante é proceder a observação de seções delgadas de
grãos. A montagem dos grãos incluídos em resina epóxi e levados a uma
espessura padrão permite a determinação precisa de pleocroísmo, cores de
interferência, extinção, alongamento, clivagens, inclusões e zonamentos,
muito mais bem definidos em um campo de microscópio petrográfico. O
adelgaçamento da montagem se dá em duas etapas: uma fração
granulométrica estreita de pesados é espalhada sobre uma lâmina e coberta
por resina; esta montagem é desbastada até quase a metade da espessura
dos grãos; a montagem é colada com resina sobre uma segunda lâmina; a
primeira lâmina é desbastada completamente, prosseguindo-se o desbaste
dos grãos+resina até ser atingida a espessura padrão, que pode ser
conferida pela cor de interferência de quatro grãos de quartzo colocados nos
cantos da montagem inicial. Temos então as fatias centrais em espessura
para identificação. Uma agulha, polarizadores cruzados e um pouco de
prática permitem o posicionamento adequado dos grãos dentro da resina
ainda fluida, evitando que estes repousem sobre o comprimento, uma
clivagem ou de modo aleatório.

2.6 ANÁLISE VARIETAL

Características varietais como tamanho, forma, arredondamento e


esfericidade, cor, zonamentos, inclusões, sobrecrescimentos, marcas de
corrosão e intemperismo, são critérios que podem discriminar populações
do mesmo mineral em um sedimento e significar origens diferentes (e.g.
Schäfer e Dörr, 1997). A correlação entre depósitos arenosos adquire mais
consistência quando são usados critérios varietais. Sob circunstâncias
quimicamente agressivas nos depósitos, a escolha de um determinado
mineral mais estável (e.g. turmalinas e zircões) diminui problemas com
dissolução pós-deposicional de intensidade diferente entre locais de
amostragem.
Avaliações quantitativas de esfericidade e arredondamento de
amostras são rapidamente obtidas por sistemas de captura de imagem, onde

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o contorno de cada grão é analisado por harmônicas baixas para o primeiro
parâmetro e altas, para o segundo.
Duas técnicas interessantes para refinamento da análise varietal são
a microssonda eletrônica e a catodoluminescência. Através da microssonda,
mapas químicos são produzidos quando é analisada uma malha de pontos,
a partir dos quais zonamentos composicionais podem ser identificados nos
grãos. Também é extremamente útil para determinação de variedades de
anfibólios, piroxênios, epidotos e granadas (e.g. Morton, 1991).
Para frações de areia muito fina e silte, tem sido adotada uma
rotina automatizada por acoplamento de uma microssonda com um
analisador automático de imagem (AIA). Este analisador é capaz de
identificar grãos (áreas com sinal) e espaços (áreas com ruído), assim como
medir os grãos (comprimento, largura, razão comprimento/largura,
perímetro/área) e instruir a coleta de pontos composicionais, centrados
sobre cada grão. A interseção dos parâmetros de grão com a sua
composição, pode então definir classes varietais.
Na segunda técnica, catodoluminescência, uma cor de
luminescência ou sua ausência são produzidas ou inibidas pela presença de
impurezas, terras raras e outros cátions. Este procedimento pode definir
populações diferentes ou zonamentos nos grãos, revelando
sobrecrescimentos e retrabalhamentos. Uma abordagem mais abrangente
sobre esta técnica pode ser encontrada em Marshall (1988).

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3 APLICAÇÕES

Pesados são utilizados como rotina na exploração de petróleo, para a análise


de bacias, correlação de fácies e geometria de reservatórios potenciais,
mesmo quando não são disponíveis testemunhos completos, apenas
amostras fragmentadas. Em prospecção, na identificação de kimberlitos por
seus indicadores, ou de depósitos primários de estanho através de grãos de
cassiterita, de tungstênio, por scheelita. Entretanto, a utilização de minerais
pesados não se restringe à geologia econômica ou a correlações
estratigráficas. Processos erosivos, fluxos alterados, enchentes episódicas
também deixam uma assinatura nas populações de pesados.

3.1 PROVENIÊNCIA

Um exemplo clássico do estabelecimento de proveniência com pesados é a


mistura de duas fontes: uma assembléia ZTR (zircãoturmalinarutilo), com
grau de arredondamento alto, misturada a grãos angulosos de epidoto e
anfibólio, mostrando a entrada de um sedimento diferente no sistema, que
devido à fragilidade dos seus indicadores pode ser traçado na direção de
sua fonte, segundo critérios do comportamento dos grãos. Os problemas são
raramente claros como este quadro, necessitando muitas vezes de
ferramentas estatística (e.g. análise fatorial) para a identificação de uma
mistura de fontes e de vetores de transporte.
Em outros casos, vai ser indicada, não uma mistura de fontes, mas
uma origem comum para materiais diferentes. Muggler e Buurman (2000),
por exemplo, atribuem uma mesma origem para 5 camadas de solos
poligênicos do sul de Minas Gerais, através da assembléia de pesados,
ilmenita, zircão e turmalina.
Muitas vezes o indicativo de proveniência vai ser dado pelo
reconhecimento de um histórico deformacional ou de eventos de
recristalização na fonte dos sedimentos, que pode ser feito através da
identificação de texturas associadas:

Porfiroblastos, poiquiloblastos e faces


Enquanto que o euedrismo nos minerais magmáticos resulta da formação
precoce de certas fases, o grau de euedrismo nos minerais metamórficos
varia com as características cristalográficas do mineral: estruturas cristalinas
mais compactas tendem a crescer mantendo as suas faces. Entretanto, pode
ocorrer que a instabilidade de um mineral em condições variantes de
metamorfismo (e.g. retrometamorfismo) determine um padrão anédrico.
Alguns minerais têm a capacidade de impor suas faces cristalinas
em temperaturas mais baixas (e.g. anfibólios no fácies xisto verde). Em
temperaturas e pressões mais altas, os cristais crescem sob uma maior
competição por espaço, dificultando a manutenção das faces (e.g. anfibólios
no fácies anfibolito superior). Geralmente a tendência ao euedrismo é
diretamente proporcional à quantidade de um mineral na rocha. Entretanto,
porções monominerálicas mantêm um alto grau de competição por espaço,
apresentando cristais anédricos. Minerais como a granada e a estaurolita

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têm uma relativa dificuldade de nucleação, o que resulta em porfiroblastese,
ou seja, formam-se poucos cristais que absorvem os componentes
formadores destas fases. Por outro lado, cristais poiquiloblásticos podem se
formar de dois modos: o englobamento de inclusões por velocidade de
crescimento grande ou a presença de poucos nutrientes para uma fase com
dificuldade de nucleação.

Evidências de deformação e tectonismo


Grãos de alguns minerais metamórficos, como granada, cloritóide e cianita,
podem apresentar características deformacionais, indicando o histórico
tectônico de uma fonte. Texturas helictíticas ou bordas livres de foliação em
granadas, inclusões orientadas em cloritóides, faixas de sutura em
turmalinas metamórficas e dobras ou kink bands em cianitas são melhor
observáveis em grãos com alto grau de integridade. Entretanto, fragmentos
“bem localizados” também podem mostrar estas feições.

3.2 PALEOCLIMAS, PALEOGEOGRAFIA E PALEOAMBIENTES

Até algumas décadas, era considerado que mudanças climáticas


globais e regionais ocorreriam gradualmente em intervalos que envolveriam
muitos séculos ou mesmo milênios. A identificação de mudanças climáticas
de grande amplitude ocorrendo em escalas decenais, acionadas
abruptamente por gatilhos, mudou este paradigma (e.g. Taylor et al, 1993).
Em associação a indicadores mais diretos de mudança climática, foram
identificados padrões sedimentares (e.g. Bradley, 1999). Pedimentos e
depósitos relacionados, terraços, complexos de rampa, leques colúvio-
aluvionares, modelados durante o Quaternário, são associados a
alternâncias climáticas, onde períodos de chuvas concentradas exerceriam
uma intensa atividade morfodinâmica (Passos e Bigarella, 1998). Estes
eventos correspondem a mudanças na capacidade de sobrevivência e na
diluição de populações de pesados. Considerando, por exemplo, uma
seqüência de depósitos de uma área onde um clima úmido, no qual grande
parte dos grãos estáveis era destruída, foi substituído por condições áridas,
sob as quais mesmo fases minerais instáveis são capazes de sobreviver, a
alternância climática fica marcada nas variações populacionais de pesados e
seus graus de alteração intempérica ao longo dos estratos.
Quando eventos de grande magnitude, muitas vezes raros na
escala de tempo humana, atuam, são alterados as condições hidrodinâmicas,
as taxas de permanência e o volume de sedimentos envolvido. A transição
para a instalação das condições climáticas mais úmidas do Holoceno causou
séries de eventos de fluxo alterado, por exemplo. Peregovich (1999) analisa a
história deposicional do mar de Laptev, norte da Sibéria, através da variação
de assembléias de pesados entre cenários de mudança climática (e
sedimentar) ao longo do Holoceno. Ehrman e Polozek (1999) utilizaram
minerais pesados para documentar uma mudança no movimento do gelo
entre o Plioceno e o Quaternário, na Antártida.
Indicações sobre paleorelevo e paleogeografia podem ser
fornecidas através de evidências com pesados relacionadas a ambientação
proximal ou distal, fases de relevo ativo ou aplainado, agressividade da

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denudação e exumação de embasamento, capturas fluviais e mudança dos
curso de rios. Podvysotsky et al (2000) reconhecem paleopraias do
Carbonífero da plataforma Siberiana, através do arredondamento e textura
superficial de piropos kimberlíticos. Vaughn Barrie e Emory-Moor (1994)
descrevem placers marcando paleolinhas de costa preservadas durante uma
rápida subida do nível do mar no Holoceno, Columbia Britânica, Canada.
A costa do Oregon, litoral norte do Pacífico, é marcada por uma
forte compartimentação por pontões rochosos que impedem a troca de areia
entre os trechos. Entretanto, a composição das praias reflete o transporte e
mistura em condições de níveis do mar baixos durante o Pleistoceno,
quando não existiam os bloqueios dos pontões modernos, mas uma efetiva
deriva sul-norte. Para a delineação deste histórico, Clemens e Komar (1988)
utilizaram padrões de arredondamento de pesados relíctos diluídos em
areias produzidas pela erosão atual de escarpas.

3.3 ANÁLISE AMBIENTAL

Processos de alteração do meio ambiente apresentam, em grande parte das


vezes, uma participação de fatores geológicos superficiais, na posição de
substratos, agentes ou condicionantes. Quando estiver envolvida uma
mudança de fluxos sedimentares, minerais pesados têm um potencial para
marcar esta mudança.

3.3.1 SOLOS

Duas conseqüências decorrem da degradação de solos: a perda de qualidade


do solo in situ e os efeitos off site associados com a sua erosão.
Na dependência da presença de pesados, a sua quantificação
comparativa pode ser utilizada como uma técnica auxiliar na identificação
de limiares críticos da composição do solo residual, que indiquem taxas
intensificadas ou estilos de erosão. Como o transporte de pesados é atrasado
em relação aos leves de frações equivalentes, um lag de pesados é
encontrado após eventos erosivos.
A perda das camadas superficiais do solo e a exposição de níveis
mais pobres e mais sensíveis à erosão alteram a composição do sedimento
gerado. O escoamento superficial se encarrega de entregar a carga
sedimentar a um sistema fluvial, que a utiliza no seu próprio assoreamento.
Pulsos de argila, silte e areia seguem eventos chuvosos episódicos. Nestes
eventos, o aumento do volume de material e a diminuição do tempo de
permanência em condições de transporte, além da menor solicitação física
dos grãos dentro dos fluxos de detritos, alteram o padrão e até mesmo a
composição dos grãos no ambiente deposicional envolvido. A quantificação
de taxas de perda de solo através do volume de sedimento depositado, pode
se utilizar de determinados minerais índice como calibradores.

3.3.2 RIOS

O manejo de sistemas de rios propensos a enchentes, com leito alterado


antropicamente ou em regiões que experimentam grande variabilidade no

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regime de chuvas, requer a construção de mapas de risco de enchentes e de
modelagem dos eventos. Em alguns destes procedimentos, marcadores
sedimentares podem ser usados como balizadores de paleomegaeventos.
Um exemplo interessante é o trabalho de Morton e Smale (1990).
Estes autores analisam populações de pesados derivados de ultramáficas,
olivina, piroxênios, anfibólios e epidotos de areias em um sistema fluvial da
Nova Zelândia. A ausência de processos de alteração química nestes
minerais instáveis, em amostras de depósitos intermediários, indicou que o
tempo de residência não é longo nas planícies aluvionares, apontando para
um transporte controlado por enchentes.

3.3.3 PRAIAS

A composição dos sedimentos trazidos na costa por um rio é redistribuída


na direção da deriva litorânea. A areia mais grossa e o cascalho, geralmente
ficam retidos em estuários, lagunas ou depositados em praias próximas à
desembocadura, enquanto que os sedimentos mais finos são levados deriva
abaixo. Os pesados acompanham o padrão e, na maioria dos casos, esta
distribuição altera a composição mineralógica das populações.
Entretanto, grande parte do sedimento chega à praia durante
episódios de fluxo fluvial aumentado, imediatamente após chuvas
torrenciais isoladas ou durante estações úmidas. Esta variação volumétrica,
granulométrica e composicional fica registrada em novos cordões litorâneos
ou como níveis diferenciados, observados nas escarpas de praia e em
trincheiras. Nas proximidades de trechos litorâneos conectados a áreas
urbanas de ocupação intensa, é comum a observação de resíduos sólidos
(lixo) em associação com estes sedimentos.
Areias de praia ainda registram os eventos erosivos, relacionados
com a passagem de frentes frias, alterações nos ventos alísios e marés de
sizígia. Nestes eventos, a intensificação do fluxo ondulatório ( i.e. ondas e
deriva) remove parte do volume da cunha de areia das praias. Como
produto residual, temos sucessivas lâminas enriquecidas em minerais
pesados. Compartimentos costeiros sujeitos a um processo erosivo contínuo
mostram uma alteração composicional de suas areias.
Ainda considerando praias urbanas, para muitos problemas
erosivos ou para o aumento de área de ocupação (geralmente desordenada)
são empregadas técnicas de dragagem e engorda da faixa de areia. Além
dos impactos ecológicos e fisiográficos, locais ou extensivos a outros trechos
deriva abaixo (agora superalimentada pela nova disponibilização de
sedimento), são observadas mudanças nas características da areia, inclusive
sua composição. Praias recuperadas por dragagem apresentam uma
tendência a mudanças mais rápidas, apontando para a necessidade de uma
segunda dragagem alguns anos depois (Bird, 1996; Pilkey, 1995). Como esta
nova fase erosiva envolve a retirada preferencial de minerais leves, fica
marcado o aumento relativo dos pesados. Ao lado de perfilagens de praia, a
avaliação composicional da areia permite monitorar o comportamento de
faixas recuperadas, fornecendo evidências dos processos de redistribuição
intra e inter compartimento e da necessidade de medidas auxiliares locais.

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Diversos trechos do litoral sul da Bahia e norte do Espírito Santo
têm apresentado problemas erosivos nas proximidades de desembocaduras
fluviais. Em Alcobaça, padrões de minerais pesados e a distribuição
granulométrica da areia ao redor da barra estuarina evidenciam a armadilha
que deltas de vazante efetivam nas saídas dos estuários. A erosão e o
crescimento do delta de vazante, nas últimas décadas, são relacionados às
mudanças da carga sedimentar do rio Alcobaça, como resultante do
desflorestamento intenso da Mata Atlântica (Addad e Martins Neto, 2000).
Ao longo das praias, padrões de concentração diferencial entre as
assembléias de pesados devem ser esperados. Zircão, rutilo, monazita,
almandina, opacos e outros pesados de densidade mais alta, tendem a ser
concentrados em áreas de maior erosão. Anfibólios, epidotos e pesados de
menor densidade, têm propensão a ser seletivamente transportados e
dispersos nas proximidades de desembocaduras de rios e zonas de acreção
(e.g. Frihy e Komar, 1991).
Algumas praias erosivas ou que apresentam um padrão de
concentração de pesados podem conter quantidades maiores de monazita
nas suas areias. Esta característica tem sido considerada como uma possível
fonte de exposição a taxas perigosas de radiação (e.g. Alam et al, 1999).

Após definido o problema, coletada e tratada a amostra, o próximo


passo é a identificação e contagem dos grãos. Enquanto que vários
programas e pacotes estatísticos disponibilizam técnicas numéricas
eficientes em analisar e evidenciar informações menos óbvias, diversas
publicações e web sites tratam extensivamente de conceitos relativos às
propriedades óticas dos minerais, assim como da identificação destes. Grãos
detríticos exibem detalhes e aspectos muitas vezes diferentes dos minerais
em seção delgada de rocha. A PARTE 2 deste livro trata disto.
Uma parte dos grãos encontrados em uma areia vai mostrar
características imediatas de reconhecimento. Entretanto, para outros será
necessária alguma experiência com conceitos como birrefringência, relevo,
extinção, alongamento, assim como noções de paragênese, petrografia e
mesmo tectônica. É intenção deste livro fornecer algum suporte "pós-
venda", e na medida do possível, serão respondidos e-mails e indicados
textos para suprir as dúvidas.

mineraispesados@hotmail.com

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PARTE 2

DESCRIÇÕES DOS MINERAIS

as propriedades referidas aqui tem como


objetivo principal a identificação de
minerais pesados em grãos com
utilização de lupas binoculares,
preferencialmente as capacitadas para
luz polarizada.

as fórmulas foram consideradas de modo


simplificado e abrangente.

os valores à direita são referentes ao peso


específico e sua variação,
considerando séries, e.g. olivina e
granadas, ou alterações de estado, e.g.
zircões metamíticos. Valores mais
extremos podem ser encontrados nos
grãos pela presença de inclusões,
problemas de cristalização ou
alterações.

na escolha dos minerais a serem descritos,


foi levada em consideração a
probabilidade de ocorrência em
condições tropicais e subtropicais,
dentro de solos e depósitos percolados
por soluções mais ácidas, onde
algumas fases têm capacidade muito
restrita de sobrevivência.

não foi feita referência numérica à


birrefringência dos minerais descritos.
Um valor desta propriedade está
ligado à espessura da seção observada,
o que é variável em se tratando de
grãos. Na maioria dos casos, as cores
citadas são relativas a grãos entre silte
grosso e areia fina.

as imagens foram agrupadas após as


descrições para facilitar a sua eventual
impressão

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ALMANDINA Fe3Al2(SiO4)3

4,12-4,318
cúbica
cristal original: dodecaedro, trapezoedro ou combinações destes. São as
granadas de ferro, as mais densas do grupo. Esta propriedade varia nas
almandinas na dependência da presença de magnésio e/ou manganês ocupando
o sítio do ferro, e ainda de ferro substituindo o alumínio.

características em sedimentos: grãos proximais podem apresentar alta


esfericidade devido ao hábito equidimensional do cristal, mostrando faces e
características superficiais primárias, como pontilhados, caneluras, padrões
angulares ou mesmo buracos deixados por outros minerais semi-inclusos.
Aparecem também como fragmentos destes grãos, irregulares ou dominados por
fraturamento, conchoidal ou gerado durante metamorfismo e deformação,
evoluindo para grãos arredondados pelo transporte. Grãos com histórico de
soterramento podem exibir feições de corrosão superficial, apesar de sua relativa
estabilidade química. Almandinas proximais algumas vezes apresentam filmes
limoníticos recobrindo os grãos ou penetrando em fraturas.

aspecto: translúcidos a transparentes, de quase incolores a tons fortes rosados,


avermelhados, acastanhados, até grãos quase negros devido a grande quantidade
de inclusões de opacos. Outras inclusões comuns são biotita, muscovita e
quartzo.

características óticas: relevo alto, isótropo. Alguns grãos podem apresentar


birrefringência leve devido à deformação.

confusões possíveis:
• espinélios rosa-vermelhos são raros em sedimentos, mostrando uma tendência
à forma octaédrica típica ou uma evolução desta por abrasão. Apresentam
susceptibilidade magnética mais baixa e relevo também mais baixo. Entretanto,
um diagnóstico apenas por métodos óticos pode ser difícil, considerando uma
população restrita de grãos muito desgastados, sem resquícios das faces
originais. Estes espinélios sensu stricto são espinélios de magnésio, apresentando
um peso específico próximo a 3,55.
• a diferenciação entre almandinas, espessartitas e piropos pode requerer o uso
de microssonda ou outros métodos químicos.

ocorrências e locais: muito comuns em áreas de metamorfismo regional,


principalmente derivadas de xistos e gnaisses. Bacia do Rio Doce e médio
Jequitinhonha, em Minas Gerais, praias do sul do Espírito Santo, drenagens da
Faixa Seridó, no Rio Grande do Norte, são alguns exemplos de ocorrências em
sedimentos.

análise varietal: almandinas geralmente contêm quantidades apreciáveis dos


membros espessartita e piropo, respectivamente Mn e Mg, no sítio do ferro, além
de grossulária, Ca, minoritária. Esta variação composicional, assim como a
quantificação de Ti e Na, podem ser utilizadas na determinação de populações
distintas.

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ANATÁSIO TiO2

3,82-3,97
tetragonal
cristal original: bipirâmide octaédrica e com as faces (111) bem desenvolvidas,
podendo ser agudas, equidimensionais ou mais curtas. Em certas variedades, as
bipirâmides são tão achatadas em (001) que determinam cristais na forma de
tabletes com bordas bisotadas. Usualmente apresentam estrias perpendiculares
ao comprimento. Intercrescimentos seguindo a mesma direção são comuns.

características em sedimentos: como bipirâmides ou fragmentos influenciados


pelas clivagens em (001) e (011), em diversos graus de arredondamento. As
estrias sobrevivem bem à abrasão.

aspecto: podem ser transparentes, translúcidos ou mesmo opacos, com brilho


adamantino a metálico, no último caso. Ocorrem em tonalidades características
de amarelo, amarelo acastanhado a alaranjado, azul índigo, sendo raramente
incolores. São comuns os grãos parcialmente azuis, parcialmente amarelos, com
distribuição de cor zonada ou em manchas. Dicroísmo perceptível em grãos
maiores.

características óticas: extinção paralela ou simétrica aos traços de clivagem e


faces. Alongamento negativo, dispersão forte e relevo muito alto. Tabletes basais
fornecem boas figuras de interferência uniaxiais negativas. Direções não basais
apresentam birrefringência alta, com tintas ao redor da quarta ordem. Grãos
biaxiais de ângulo pequeno, anômalos, não são raros. O relevo extremo escurece
o contorno dos grãos, melhor observados sob luz intensa ou transmitida.

confusões possíveis:
• corindons azuis tem um relevo mais baixo, birrefringência fraca e um cristal
com seção de seis lados.
• rutilos amarelos e brookitas têm birrefringência muito mais forte e são
uniaxiais positivos, com estrias paralelas ao alongamento do cristal.
• espinélios são isótropos e formam octaedros.

ocorrências e locais: anatásios azuis e amarelos são recuperados nos


concentrados para diamante em Goiás e ao longo de drenagens do Espinhaço.
Neste último, além de cristais bipiramidais, é comum um pseudomorfo do
anatásio com aspecto fibroso, composto por pequenos cristais de rutilo.

análise varietal: apesar de ser formado essencialmente por titânio, anatásios


podem conter pequenas quantidades de Fe e Sn, além de Nb e Ta. Geralmente
este mineral apresenta distribuições associadas a determinadas áreas fontes, mas
a presença de populações de aspecto distinto (i.e. arredondamento e cor) pode
ser confirmada através de análise composicional das substituições, como
originadas de proveniências diferentes.

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ANDALUSITA Al2SiO5

3,13-3,20
ortorrômbica
cristal original: prisma alongado de seção aproximadamente quadrada,
usualmente terminado em (001). É o polimorfo Al 2SiO5 menos denso, estável em
menores condições de pressão. Comum na forma de porfiroblastos.

características em sedimentos: grãos irregulares e angulosos, subarredondados,


evoluindo para arredondados com a abrasão. Bem polidos neste caso.
Andalusitas tendem a ser mais comuns nas frações mais grossas das areias. Uma
clivagem boa em (110) pode dominar populações de grãos alongados, algumas
vezes apresentando resquícios das faces prismáticas caso sejam mais proximais.
Raramente alcançam maiores graus de esfericidade, mesmo em ambientes de
praia.

aspecto: brilho vítreo, transparentes a translúcidos, incolores a rosa salmão,


eventualmente violeta e raramente em uma variedade verde pálido. As primeiras
cores estão relacionadas com substituições por Fe e o verde, por Mn. Apresentam
tricroísmo distinto a forte nas variedades coloridas. As cores são freqüentemente
"manchadas", assim como o padrão de tricroísmo. Inclusões fluidas comumente
ocorrem alinhadas ou distribuídas em véu.
Algumas populações mostram nuvens de inclusões carbonosas, de magnetita ou
de minúsculos fragmentos da rocha encaixante, podendo estar concentradas nos
núcleos dos grãos ou arranjadas de modo simétrico. A variedade chiastolita
apresenta as inclusões em um padrão cruciforme. Inclusões de magnetita
aumentam a susceptibilidade magnética dos grãos, gerando alteração de
comportamento em separadores magnéticos.

características óticas: extinção reta, paralela aos traços da clivagem (110),


alongamento negativo, relevo moderado, birrefringência de primeira ordem em
grãos pequenos. Grãos maiores apresentam cores até laranja de segunda ordem
ou vermelho, em um padrão manchado característico, causado pela sua forma
comumente irregular. Grãos na posição basal fornecem uma figura biaxial
negativa.

confusões possíveis:
• hiperstênio apresenta alongamento positivo e a clivagem dos piroxênios.
• silimanita ocorre como prismas bem definidos, é não pleocróica e tem
alongamento positivo.
• com topázio incolor, o qual é transparente e tem uma clivagem basal perfeita.
O tricroísmo da maioria das andalusitas e seu alongamento negativo facilitam a
distinção.

ocorrências e locais: típica de metamorfismo de contato em rochas argilosas,


como em Itinga, Minas Gerais, a partir de onde as areias do Jequitinhonha
recebem uma quantidade maior destes grãos. Comum em drenagens de trechos
do Barreiras, no Espírito Santo e sul da Bahia, assim como em praias adjacentes.
Andalusitas esverdeadas são encontradas nos aluviões de Paramirim, Bahia.

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AUGITA - AEGIRINA AUGITA (Ca,Na)(Mg,Fe,Al,Ti)(Si,Al)2O6

3,20-3,60
piroxênios monoclínicos
cristal original: prisma de seção aproximadamente quadrada a octogonal.
Ocorrem maclas polissintéticas em (001). Algumas variedades apresentam estrias
ao longo do comprimento.

características em sedimentos: de grãos subédricos a grãos angulosos e


alongados, dominados pelas clivagens longitudinais imperfeitas que se cruzam
em 87º e 93º, sendo diagonais às faces prismáticas. Devido a isto, os grãos mais
proximais que ainda apresentam faces prismáticas, podem se mostrar mais
acunhados do que grãos dominados apenas pela clivagem. O transporte e
abrasão determinam grãos irregulares ou fragmentos terminados em dentes
agudos, com fraturas conchoidais, evoluindo para formas arredondadas. Grãos
com histórico de soterramento são muito afetados por dissolução intraestratal,
processo que pode tornar os grãos com aparência esqueletal. Em muitas
ocorrências derivadas de rochas vulcânicas, os grãos são corroídos. Grãos
liberados a partir de basaltos tendem a mostrar euedrismo quando proximais.

aspecto: vítreo a resinoso, translúcido a transparente, variando entre preto, verde


muito escuro e verde acastanhado, ou verde a verde acinzentado nos indivíduos
com maior presença do componente aegirina, um piroxênio de sódio e ferro.
Estes grãos apresentarem maior transparência, principalmente nas bordas.
Tricroísmo marcado, aumentando a sua intensidade com a quantidade de ferro.
Nas aegirina augitas, o tricroísmo passa de verde acastanhado para verde intenso
e verde azulado, enquanto que variedades titaníferas, do verde acastanhado para
tonalidades castanho violáceas ou malva. Inclusões podem ser abundantes, de
ilmenita, magnetita e apatita. Muitas populações mostram zonamento de cor e
composição, principalmente as originadas de alcalibasaltos.

características óticas: extinção oblíqua, máxima em (010), até 20º nas aegirina
augitas e 47º nos membros mais augíticos. Fragmentos sobre uma partição em
(100) mostram extinção paralela. Alongamento geralmente positivo nas augitas e
negativo nas aegirina augitas. Birrefringência média, aumentando com o
conteúdo de ferro. Grãos mais escuros mostram cores anormais, mascaradas pela
cor do mineral. Augitas titaníferas apresentam extinção incompleta dos grãos
devido à dispersão forte. Figuras biaxiais, quando observadas, podem ser
positivas ou negativas, dependendo da composição.

confusões possíveis:
• hornblenda mostra a clivagem típica dos anfibólios e tricroísmo forte.
• turmalinas esverdeadas tem o chamado dicroísmo inverso e alongamento
negativo, não apresentando clivagens. São uniaxiais.
• epidotos castanho esverdeados, allanitas, mostram extinção reta em grãos
prismáticos alongados e clivagem menos proeminente, resultando em
fragmentos irregulares.
• diopsídios são geralmente verde pálido. Entretanto, algumas variedades de
diopsídios exibem tonalidades mais intensas, que ocorrem também nas aegirina
augitas. Possibilidades de determinação são o alongamento, positivo nos
diopsídios, e o ângulo de extinção, maior que 38º nos diopsídios e menor que 20º

Página | 25
nas aegirina augitas. Grãos irregulares ou pequenos, entretanto, podem ser
difíceis de diagnosticar. Quando não existe confirmação química, grãos de
piroxênios verde claros são usualmente referidos como diopsídios, e grãos de
tonalidades mais fortes, como piroxênios augíticos.

ocorrências e locais: augitas são os piroxênios mais comuns em sedimentos.


Sedimentos de rios que cruzam rochas ígneas alcalinas, como alguns afluentes do
Ribeira do Iguape, sul de São Paulo, mostram uma maior incidência de
variedades com contribuição sódica. São mais raros em sedimentos antigos,
devido à instabilidade química.

análise varietal: as possibilidades composicionais destes clinopiroxênios, na


grande parte das vezes discriminadas apenas por análises de microssonda
(majoritários ou traço, Ti, Na, Mn), refletem as paragêneses das fontes, granulitos
ou magmas alcalinos, por exemplo.

Página | 26
BADDELEYITA ZrO2

5,40-6,02
monoclínica
cristal original: prisma tabular em (100), com terminações acunhadas. Os cristais
podem mostrar estrias e eventuais geminações, freqüentemente polissintéticas.

características em sedimentos: ocorre como grãos tabulares, usualmente


desgastados e de bordas arredondadas. Muitas vezes apresentam uma alteração
superficial na forma de um capeamento esbranquiçado, que lembra "coberturas
açucaradas".

aspecto: brilho resinoso. Amarelados, rosados, acastanhados, raramente


incolores. As cores podem se apresentar manchadas de modo irregular ou em
faixas. A baddeleyita pode lembrar, pelo seu brilho e cor, o ortoclásio. Alguns
grãos mostram tricroísmo distinto.

características óticas: relevo, dispersão e birrefringência altos. Biaxial negativo


com extinção oblíqua, entretanto suas propriedades óticas não são facilmente
determináveis.

confusões possíveis:
• zircões amarelados e fragmentados, que apresentam extinção reta e são
uniaxiais.

ocorrências e locais: mineral raro, mas encontrado com freqüência em alguns


concentrados diamantíferos da Bahia, Mato Grosso e Triângulo Mineiro.

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BIOTITA K(Mg,Fe)3(AlSi3O10)(OH)2

2,75-3,3
monoclínica
cristal original: geralmente ocorre como conjuntos lamelares empilhados, de
contorno irregular. Raro como conjuntos prismáticos curtos, de contorno pseudo
hexagonal. Esta forma ocorre em biotitas de origem piroclástica.

características em sedimentos: a clivagem micácea, perfeita em (001) domina os


grãos que se formam em placas. Bordas podem mostrar alteração e
empenamento das lamelas. A alteração diminui o peso específico, não sendo
recuperáveis em líquidos densos na faixa padrão. Grãos mais espessos são mais
resistentes ao transporte, chegando a desenvolver arredondamento nas laterais.

aspecto: transparente a opaco na dependência da espessura dos conjuntos


empilhados. Brilho sobre a clivagem é variável devido à abrasão. Castanho a
preto, podendo apresentar reflexos escuros de verde. Sob luz transmitida mostra
cores que variam do pardo ao verde acastanhado. Titano biotitas apresentam
cores avermelhadas. Quando biotitas sofrem hidratação, adquirem tonalidades
castanho claras ou amareladas, com aspecto metálico. A cloritização passa os
grãos para esverdeado claro ou castanho claro. Tricroísmo forte, mas que
depende de uma posição não basal para ser melhor observado. Inclusões comuns
de rutilo, ilmenita, apatita, quartzo. Zircões inclusos desenvolvem halos
pleocróicos característicos pela presença de elementos radioativos que afetam a
estrutura das biotitas.

características óticas: seções basais, sobre as quais a maioria os grãos são


condicionados, resultam em figuras biaxiais negativas, com ângulo pequeno, de
pseudo uniaxial, 0º, a 25º. Estas seções são sempre extintas. Eventuais grãos mais
arredondados, que permitam uma observação lateral, mostram cores fortes de
segunda e terceira ordens, mascaradas pela cor do mineral. O alongamento é
positivo na direção dos traços de clivagem.

confusões possíveis:
• com outras micas, flogopita e stilpnomelana, para as quais podem ser
necessários testes químicos caso seja necessária uma determinação precisa.
Biotita é geralmente mais escura e mais pleocróica que as outras micas.

ocorrências e locais: mineral muito comum, sendo, entretanto pouco resistente


fisicamente devido à clivagem micácea. Em grãos derivados de granulitos com
retrometamorfismo, as seções basais podem mostrar exsoluções orientadas de
TiOx.

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BROOKITA TiO2

3,87-4,19
ortorrômbica
cristal original: prisma, fortemente estriado na direção de crescimento e alongado
na direção do eixo C. Sua principal característica é ser extremamente achatado
em (100), formando cristais tabulares.

características em sedimentos: como tabletes ou fragmentos de tabletes. As faces


são cobertas por estrias profundas, dificilmente perdidas por completo pela
abrasão. Fraturamento conchoidal produz bordas irregulares que determinam o
contorno dos grãos.

aspecto: translúcido a transparente, amarelo âmbar a castanho escuro, algumas


vezes avermelhado, com zonamento de cor ou manchas. Podem ocorrer grãos
muito escuros a opacos. Brilho adamantino nas faces cristalinas e fraturas,
perdido no transporte e abrasão dos grãos. Entretanto, mesmo os grãos
retrabalhados ainda apresentam as estrias ou suas marcas. Tricroísmo muito
fraco, raramente perceptível.

características óticas: relevo muito forte. Usualmente os grãos não se extinguem,


devido à dispersão extrema. Quando a extinção parcial ocorre, é paralela à
direção das estrias. Birrefringência muito alta, com tintas anômalas no azul-
violeta, vermelho-lilás ou vermelho-laranja, tipicamente malva violácea.
Mudança característica destas cores com a rotação da platina. Biaxial positivo de
alongamento negativo. Entretanto, a figura de interferência assim como o sinal
do alongamento são dificilmente definidos.

confusões possíveis:
• rutilo tem uma birrefringência mais forte e a brookita apresenta cores anômalas
típicas, entretanto, grãos bem arredondados e pequenos podem oferecer
dificuldades de identificação. Ainda assim, rutilos fornecem cores de
interferência de alta ordem, não alterando a cor do grão com o cruzamento dos
polarizadores. São uniaxiais e mostram uma clivagem mais marcada.
• titanitas amarelo acastanhadas apresentam cores de interferência também de
ordens superiores, mas que mudam para um azul-céu anômalo na proximidade
da posição de extinção do grão.

ocorrências e locais: usualmente não é muito abundante, mas ocorre


sistematicamente em pequenas quantidades nos sedimentos de todo o
Espinhaço, de Minas Gerais à Bahia, assim como de algumas faixas metamórficas
de Goiás.

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CASSITERITA SnO2

6,98-7,02
tetragonal
cristal original: bipirâmides muito curtas são comuns. Cristais alongados, com
predominância das faces prismáticas, são mais raros. Geminações em joelho
ocorrem em (011) e podem se repetir ciclicamente.

características em sedimentos: como grãos euédricos, fragmentos das


bipirâmides dominadas por fraturamento, passando para grãos rolados, de
fragmentos irregulares a bem arredondados. Inclusões de opacos são comuns.
Em alguns depósitos, ocorrem como agregados, concreções e formas
criptocristalinas, denominados de estanho madeira.

aspecto: brilho submetálico a adamantino, transparente a opaco. Podem ocorrer


em uma grande variedade de cores e tonalidades, de quase incolores a
amarelados, avermelhados ou castanhos, em grãos muito escuros até quase
opacos. São comuns grãos com tonalidades distribuídas em manchas ou zonas.
Eventualmente dicróico, variando de fraco a intenso. Alguns grãos podem
apresentar níveis translúcidos entre porções opacas escuras, ou alternância de
porções com cores fortes e dicróicas com porções incolores ou opacas, em uma
distribuição característica da cassiterita. Seu traço é branco.

características óticas: apresenta relevo extremamente alto. Grãos euédricos ou


prismáticos mostram extinção reta. Birrefringência forte, com cores de
interferência brilhantes, de ordens superiores, porém mascaradas pelas cores dos
grãos. Uniaxial positivo com alongamento positivo, propriedades que são difíceis
de se determinar em grande parte dos grãos. Em algumas variedades, a figura de
interferência se divide em pseudo biaxial.

confusões possíveis:
• anatásio tem alongamento negativo e uma bipirâmide mais alongada,
característica, com estrias perpendiculares ao comprimento. Apresenta
tonalidades azuladas, não encontradas nas cassiteritas.
• rutilo tem relevo e birrefringência mais altos e, geralmente, uma cor vermelha
típica, mais forte e homogeneamente distribuída.
• grãos prismáticos de cor clara podem lembrar fragmentos de zircão amarelado
ou acastanhado, o qual tem cores homogêneas, relevo e birrefringência mais
baixos.

existe um teste característico para a cassiterita, com imersão dos grãos em HCl
diluído e adição de zinco em pó ou flocos. Neste processo, as superfícies dos
grãos ficam recobertas por uma película de coloração cinza metálico.

ocorrências e locais: a cassiterita é muito resistente ao intemperismo.


Possivelmente, em quantidades pequenas, é mais freqüente do que se avalia em
estudos de minerais pesados, onde pode ser confundida com opacos, outros
minerais escuros ou mesmo zircões. Sua densidade mais elevada, em relação a
outros minerais pesados, facilita a formação de placers com alta concentração.
Aluviões e paleoaluviões de São João del Rey, em Minas Gerais, de Rondônia e
do Pará, são depósitos conhecidos.

Página | 30
CIANITA Al2SiO5

3,53-3,68
triclínica
cristal original: usualmente tabular, alongado paralelamente ao eixo C. São raros
os cristais com terminações.

características em sedimentos: grãos achatados e alongados em C. Geralmente


são dominados pela clivagem perfeita em (100), que juntamente com a uma
clivagem em (010) e a partição em (001), originam um contorno
aproximadamente retangular, achatado, onde são observados degraus,
reentrâncias ou cruzamentos produzidas por dominância diferencial entre estes
planos. O alongamento dos grãos tende a ser mantido por uma diferença
direcional da dureza, 5 em paralelo e 7 perpendicular ao eixo. Também ocorrem
como fragmentos de clivagem, alongados com cantos arredondados, evoluindo
com a abrasão para grãos ovais achatados. Eventualmente podem ser
encontrados grãos arqueados ou dobrados. As cianitas tendem a ser mais
freqüentes nas frações mais grossas das areias.

aspecto: translúcido a transparente, com brilho vítreo a nacarado. Normalmente


são incolores, azuladas, azuis esverdeadas, amareladas, com eventuais
zonamentos, caracteristicamente em faixas centradas ao longo de C. Podem se
apresentar carregadas de inclusões (grafita, rutilo, hematita, fluidos), se tornando
de leitosas a acinzentadas a muito escuras. Neste último caso, chegam a se tornar
opacos. Filmes de hidróxidos de ferro comumente penetram nos planos de
clivagem e fraturas, resultando em grãos com reflexos avermelhados. Variedades
azuis podem mostrar um tricroísmo fraco, entre tonalidades tendendo para o
violeta ou para o azul cobalto.

características óticas: tem alongamento positivo e relevo alto. Como grande parte
dos grãos caem sobre a clivagem perfeita em (100) e o eixo ótico é inclinado com
as faces do prisma, estes grãos mostram extinção oblíqua, entre 27 e 32 . Uma
pequena parte dos grãos se forma na clivagem (010) e mostra extinção quase reta,
em 7 . Cianitas geralmente mostram tintas de polarização do laranja de segunda
ordem até o azul. Lascas de clivagem e grãos mais delgados chegam apenas até o
amarelo de primeira ordem. As seções (100) mostram figuras de interferência
biaxiais negativas centradas, com ângulo grande.

confusões possíveis:
• silimanitas prismáticas tem extinção reta, sendo predominantemente incolores.
• andalusitas alongadas também mostram extinção reta, mas tem um relevo mais
baixo e alongamento negativo.
• zircões ovais, bem arredondados, apresentam relevo e cores de interferência
muito mais elevadas.

ocorrências e locais: a cianita é resistente ao intemperismo, sendo um mineral


freqüente em concentrados de áreas metamórficas. Seu comportamento
morfológico marca muito bem a distância/energia do meio de transporte.

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COLUMBITA - TANTALITA (Fe,Mn)(Nb,Ta)2O6

5,20-8,20
ortorrômbicas
cristal original: como um prisma curto ou tabular, bem achatado em (100),
retangular, terminado em pinacóides. Mostra fortes estrias em degrau, paralelas
ao comprimento. São observadas maclas em (201). A densidade aumenta com a
quantidade de tântalo presente.

características em sedimentos: tendem a manter a forma retangular achatada,


mesmo em populações retrabalhadas. Fratura subconchoidal controla
populações com bordas irregulares. As estrias sobrevivem bem ao transporte,
facilitando a identificação dos grãos.

aspecto: opaco, cinza escuro a preto, ocasionalmente translúcido nas bordas ou


quando ocorre como lascas delgadas, onde aparece marrom escura ou com tons
avermelhados, pela presença de manganês. Brilho submetálico, algumas vezes
com uma iridescência azulada nos grãos opacos, características perdidas com a
abrasão.

características: em seção polida, apresentam uma superfície branco acinzentada,


com reflexos internos vermelhos a marrom avermelhados. Seu traço varia de
vermelho a preto.

confusões possíveis:
• grãos pequenos, mais fragmentados e arredondados são potencialmente
confundidos com vários outros opacos, principalmente com a ilmenita e a
magnetita, podendo apresentar dificuldades na determinação.
• mangano tantalita, uma variedade vermelha e transparente rara, mas
abundante em certos campos pegmatíticos, pode ser confundida com almandinas
escuras ou rutilos transparentes.

ocorrências e locais: minerais raros, encontrados em depósitos associados a


pegmatitos graníticos, juntamente com zircão, monazita, xenotímio e cassiterita.
Nestes depósitos, podem formar placers, como em terraços e aluviões na região
de São João del Rey, Minas Gerais, de Parelhas e Rio do Vento, Rio Grande do
Norte. Em menor quantidade ocorrem na Bahia, no rio Paraguassú e no rio Bicas
em Lençóis.

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CORINDON Al2O3

3,98-4,02
trigonal
cristal original: dipirâmide de seção hexagonal. Maclas polissintéticas e de
penetração podem ocorrer. Apresenta com freqüência estrias perpendiculares ao
crescimento.

características em sedimentos: muitos grãos proximais mostram a forma típica


"em barril". O retrabalhamento pode resultar em tabletes hexagonais pela
partição (0001) ou eventualmente grãos romboédricos, dominados pela partição
mais fraca em (10 ī 1). Grande parte das ocorrências mostra grãos irregulares, com
fraturas conchoidais. Com o transporte e retrabalhamento, chegam a formas bem
arredondadas e polidas.

aspecto: transparentes a translúcidos, de brilho vítreo. Ocorre em tons de azul e


verde, vermelho, rosa e violeta, amarelo, castanho ou incolores. Distribuição
irregular de cor é característica, podendo ainda apresentar zonamentos
concêntricos ou em faixas. Algumas variedades coloridas apresentam forte
dicroísmo, especialmente as safiras azuis: azul para azul esverdeado, azul para
violeta ou entre tons de azul. Inclusões de rutilo e hematita não são incomuns,
podendo estar orientadas, assim como cristais negativos de contorno hexagonal.

características óticas: relevo muito alto e birrefringência baixa, algumas vezes


mascarada em variedades de cores fortes. Uniaxial negativo, havendo a
possibilidade de grãos maclados mostrarem figuras biaxiais anômalas e cores de
interferência anômalas. Os tabletes derivados de partição basal mostram boas
figuras uniaxiais. Extinção reta e alongamento negativo são observados em grãos
prismáticos.

confusões possíveis:
• safirina, apesar de muito rara, pode ocorrer em algumas fontes similares. Este
mineral, entretanto, não apresenta maclas e é sempre biaxial.
• anatásios tem uma forma cristalina muito diferente e relevo mais alto, que
escurece o contorno dos grãos.
• com grãos arredondados de espinélios, os quais são cúbicos.
• zircões, quando ocorrem como grãos arredondados, mas estes são uniaxiais
positivos e tem birrefringência muito forte.

ocorrências e locais: pela sua resistência mecânica e química, o corindon é um


mineral freqüente, comum nas variedades incolores ou azuladas. Mato Grosso
do Sul, Goiás, Minas Gerais, Santa Catarina e Bahia apresentam diversas áreas de
ocorrência, tendo como exemplos os rios Coxim e Paraguassú, respectivamente
no primeiro e último estados.

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CRISOBERILO BeAL2O4

3,50-3,96
ortorrômbico
cristal original: tabular em (001), comumente maclado, podendo se repetir
formando um cristal pseudohexagonal. Os cristais apresentam estrias em (100) e
(001).

características em sedimentos: geralmente em grãos arredondados, ou


fragmentos de cristais angulosos com bordas arredondadas, dominados por
fraturas conchoidais ou irregulares. Mais raramente, são observados grãos
proximais tabulares. A dureza alta e a ausência de partição ou clivagem
permitem que os grãos retrabalhados adquiram padrões altos de esfericidade e
arredondamento, com superfícies polidas.

aspecto: translúcidos a transparentes, de brilho vítreo. Verde folha, passando por


um tom característico de verde amarelado pálido até quase incolor. Muitos grãos
apresentam inclusões ou cavidades tubulares, que podem estar distribuídas em
zonas. As inclusões são eventualmente orientadas. Quantidades maiores chegam
a produzir uma sobreposição cinza escuro ou castanha sobre a cor do mineral,
chegando a formar faixas pretas nos grãos. Tricroísmo marcado em grãos de
cores mais densas, passando do verde para amarelo alaranjado e avermelhado. A
variedade alexandrita mostra variações maiores e mais fortes do tricroísmo, entre
verde, castanho e vermelho, verde, castanho e lilás ou, mais raramente, verde,
castanho e azul arroxeado.

características óticas: birrefringência fraca e relevo forte. Extinção reta e


alongamento positivo, dificilmente determinados em populações de grãos
arredondados e irregulares. Biaxial positivo.

confusões possíveis:
• com corindons esverdeados, que geralmente mostram formas menos
arredondadas ou mais preservadas, onde se pode observar o alongamento
negativo. Corindons ainda tem relevo um pouco mais alto, apresentam
tonalidades diferentes de verde, zonamentos de cor e uma figura uniaxial
negativa.
• com zircões amarelados e bem arredondados, sem faces cristalinas
preservadas, os quais mostram birrefringência muito mais alta.

ocorrências e locais: mineral muito resistente à abrasão. Pode indicar uma fonte
de pegmatitos graníticos, sendo comum a abundante em muitas drenagens das
regiões entre Padre Paraíso e Catugí, norte de Minas Gerais.

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CROMITA Fe2+Cr2O4

4,43-5,09
cúbica
cristal original: octaedro. Muito comum em agregados maciços, granulares a
compactos. Cromitas de kimberlitos podem mostrar arredondamento dos cantos
e bordas por reabsorção, reduzindo a área das faces do octaedro de modo similar
aos diamantes. As faces resultantes têm aparência "congelada".

características em sedimentos: octaedros de cantos desgastados por abrasão,


evoluindo para grãos com alta esfericidade. Fraturas conchoidais dão origem a
fragmentos e lascas, com diversos graus de arredondamento.

aspecto: opaco, com brilho metálico a submetálico, entre preto e preto


acastanhado. Cromitas magnesianas e aluminosas podem ser notadamente
translúcidas nas bordas mais delgadas de fragmentos, em tonalidades escuras
que variam do castanho amarelado ao castanho avermelhado.

características: traço castanho escuro. Isótropo nas variedades translúcidas.

confusões possíveis:
• magnetitas são magnéticas, apresentando traço preto.
• ilmenitas e cromitas quando ocorrem em grãos irregulares podem ser
confundidas.

ocorrências e locais: sua resistência permite a formação de depósitos a partir da


alteração e erosão de rochas ultramáficas. Nos aluviões na Serra da Mata da
Corda, Minas Gerais, a cromita encontrada nas frações finas da lavagem de
cascalhos.

análise varietal: algum magnésio está sempre presente, substituindo Fe2+,


enquanto Al e Fe3+ podem ocupar o lugar do cromo. Estas variações, assim como
a presença de diversos elementos traço, como níquel e zinco, podem ser usados
na diferenciação de populações. Em populações sujeitas a um reequilíbrio
metamórfico, as bordas podem atingir composições de cromo magnetitas.
Cromitas inclusas em diamantes apresentam um alto teor de cromo (60 a 70% de
Cr2O3) e magnésio (10 a 15% de MgO), além de depleção de TIO2. Xenocristais de
cromita de kimberlitos mostram uma diminuição do cromo, apesar de haver
alguma sobreposição com o campo de composição dos cristais inclusos. Esta
diminuição é relativa ao reequilíbrio pós-formação dos diamantes, i.e., dos
xenocristais com o sistema.
De modo diferente do estigma dos piropos G10 nos kimberlitos da África do Sul,
cromitas e Cr-espinélios podem ser as únicas indicações de kimberlitos
diamantíferos, como no oeste da Austrália (e.g. Ramsay et al, 1994).

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DIAMANTE C
3,50-3,52
cúbico
cristal original: como octaedros, dodecaedros e, mais raramente, cubos. Alguns
cristais octaédricos mostram desenvolvimento de degraus em (111). Um
desenvolvimento intenso deste tipo converte os octaedros em cristais pseudo-
dodecaedro-rômbicos. Sobre o mesmo plano, podem ocorrer geminações.
Cristais de forma face-curva ou hábito arredondado são resultantes de processos
de dissolução-corrosão, assim como as figuras triangulares e estrias sobre as
faces. Pode ocorrer como variedades policristalinas-microcristalinas: ballas, bort
e carbonados.

características em sedimentos: diamantes não sofrem desgaste ou


arredondamento por abrasão no transporte sedimentar. Entretanto, se partem
por choque, na clivagem (111), resultando na formação de "lascas" e na
pulverização dos grãos com mais inclusões e defeitos, regiões de fraqueza
mecânica. Ainda existe alguma controvérsia sobre a origem das chamadas
"marcas de unha", feições que podem se originar de pancadas sofridas na
interação com outros clastos e/ou de efeitos corrosivos do magma de transporte.
Inclusões comuns são ilmenita, espinélios, piropo, olivina.

aspecto: brilho característico, transparente a opacos, na dependência de inclusões


ou da variedade de cristalização. Tonalidades amareladas a acastanhadas são
muito comuns, assim como "capas" esverdeadas ou acastanhadas, enquanto que
diamantes coloridos (fancy) são raros.

características óticas: isótropo, de relevo e dispersão muito altos. Pode apresentar


birrefringência anômala e luminescência.

confusões possíveis:
• espinélios magnesianos incolores ou amarelados tem um relevo bem mais
baixo (entre 1,7 e 1,9, contra 2,4 do diamante) e sofrem arredondamento,
geralmente apresentando arestas desgastadas e faces polidas.
• zircões não são isótropos.

ocorrências e locais: são tradicionalmente conhecidos os depósitos aluvionares


do alto e médio Jequitinhonha, em Minas Gerais, Poxoréu e Paranatinga, no
Mato Grosso e o alto rio Paraguassú, na Bahia. Em muitas áreas ocorrem formas
ou variedades com aspecto característico, como os carbonados da bacia do rio
Macaúbas, Minas Gerais.
A origem "primária", economicamente viável de diamantes, é associada a
kimberlitos e lamproítos. Entretanto ocorrem em certos lamprófiros, basaltos
alcalinos e picritos.
O paradigma de que diamantes alcançam a superfície apenas através da subida
relativamente rápida de certos materiais ígneos, foi quebrado pela comprovação
que eles podem sobreviver à uma ascensão por atividade tectônica. Diamantes
em complexos acamadados ultramáficos metamorfizados (Kaya, Burkina Faso),
inclusões de diamantes em granadas e zircões de gnaisses (Kokchetav,
Kazaquistão) e em granadas de eclogitos e piroxenitos (Dabie, leste da China)
trazem implicações nos modelos tectônicos da sua exploração.

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DIOPSÍDIO - HEDENBERGITA Ca(Mg,Fe) Si2O6

3,22-3,56
piroxênios monoclínicos
cristal original: prisma de seção aproximadamente quadrada ou de oito lados.
São comuns as maclas polissintéticas em (001).

características em sedimentos: as clivagens imperfeitas se cruzam em 87º e 93º,


sendo diagonais às faces prismáticas. Os grãos mais proximais, que ainda
apresentam faces e o desenvolvimento incipiente de clivagem, podem se mostrar
mais acunhados do que grãos dominados apenas pela clivagem. Uma partição
em (001), basal, pode estar presente, assim como terminações denteadas por
fraturas. Muitas populações, entretanto, chegam a atingir graus razoáveis de
arredondamento. Grãos com histórico de soterramento mostram alteração para
clorita nas bordas e penetrando nos planos de clivagem e fraturas.

aspecto: vítreo, transparente a translúcido. Diopsídios variam de quase incolor a


verde, alguns grãos podem mostrar tonalidades pálidas de amarelo. Com o
aumento da quantidade de ferro, o componente hedenbergita, as tonalidades de
verde se tornam mais intensas e escuras. Diopsídios ricos em cromo apresentam
uma tonalidade forte de verde folha. Inclusões de ilmenita, magnetita e apatita
são comuns.

características óticas: extinção oblíqua entre 38º e 48º, sendo muitas vezes
incompleta devido à dispersão alta. Fragmentos sobre uma partição (100)
mostram extinção paralela. Alongamento positivo e relevo forte. A
birrefringência é média, com cores vivas de segunda e terceira ordens. O plano
dos eixos óticos, (010), apresenta uma figura biaxial positiva de ângulo grande.

confusões possíveis:
• actinolita e ferroactinolita apresentam a clivagem dos anfibólios.
• aegirina augitas geralmente tem coloração mais forte e tricroísmo notável, além
de apresentarem uma extinção oblíqua menor que 20º. Entretanto, quando não
existe confirmação química, grãos de piroxênios verde claros são usualmente
referidos como diopsídios, e grãos de tonalidades mais fortes, como piroxênios
augíticos.
• olivinas tem extinção reta e birrefringência muito mais forte, além de não
apresentarem clivagens, apenas fraturas

ocorrências e locais: o diopsídio rico em cromo é uma dos minerais usados como
indicadores de kimberlitos, e pela sua pouca resistência ao intemperismo e ao
transporte em um ambiente aluvionar, sugere proximidade da fonte primária.
Entretanto, um teor alto de Cr não é exclusivo de derivação kimberlítica,
podendo ser encontrado em outras rochas ultramáficas. Teores de Fe, Al e Na
também são interessantes para a discriminação varietal do diopsídio.

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EPIDOTOS Ca2(Al,Fe)Al2O.OH(SiO4) (Si2O7)

3,15-4,20
monoclínicos, zoisita é ortorrômbica
cristal original: ocorre alongado na direção do eixo b, com desenvolvimento das
faces paralelas a (100), originando um prisma transversal. Estrias podem estar
presentes, também paralelas a b. Zoisitas e clinozoisitas, os epidotos de cálcio e
alumínio, são mais leves, enquanto que allanitas, epidotos de ferro, apresentam
maior densidade.

características em sedimentos: os grãos são controlados por fraturas conchoidais,


atingindo arredondamento alto em sedimentos retrabalhados ou ambientes de
praia. Algumas variedades são dominadas pela clivagem paralela ao
alongamento dos grãos em (001), que chega a ser perfeita. Muitas populações, se
caracterizam por grãos límpidos irregulares que lembram vidro quebrado.

aspecto: translúcidos a transparentes, de brilho vítreo. Epidotos s.s. ocorrem em


grãos que variam entre verde pistache e verde amarelado, escurecendo em
direção ao castanho até quase preto, quando ficam com aparência de opacos.
Clinozoisitas e zoisitas variam de um verde mais pálido, amarelado ao verde
acinzentado. Allanitas são mais acastanhadas a quase pretas. Os epidotos s.l.
apresentam tricroísmo muito variável, tanto na intensidade quanto nas
tonalidades. Muitos grãos podem apresentar zonamentos concêntricos de cor e
composição, ou ainda uma distribuição irregular.

características óticas: epidotos s.l. apresentam propriedades variáveis, entre as


espécies que formam o grupo. Alongamento positivo ou negativo. A
birrefringência geralmente mostra cores anômalas ou mascaradas pela cor do
grão, sendo comum a observação de tonalidades azul índigo ou amareladas nas
zoisitas e clinozoisitas e cores de segunda ordem vivas e brilhantes nos epidotos
s.s.. Extinção reta em grãos prismáticos de zoisita e epidoto, ou oblíqua, até 7º,
nas clinozoisitas, chegando a 47º nas allanitas. O plano dos eixos óticos é
perpendicular às faces dominantes, mostrando figuras biaxiais positivas ou
negativas, dependendo da espécie.
Allanitas mais ricas em elementos radioativos como o tório, podem se tornar
metamíticas, passando por tonalidades mais escuras com birrefringência baixa,
até atingir grãos com um aspecto isótropo e de densidade mais baixa.

confusões possíveis:
• hornblendas geralmente ocorrem em grãos acunhados pela clivagem típica.
• olivinas tem birrefringência muito mais forte, além de não apresentarem
clivagem, apenas fraturas.

ocorrências e locais: epidotos são pouco resistente à alteração, raramente sendo


conservados em depósitos mais antigos. Em terraços, tendem a diminuir com o
aumento da idade estratigráfica, por dissolução intraestratal.

análise varietal: as possibilidades composicionais dos epidotos refletem variações


grandes nas suas característica óticas, que permite a discriminação de populações
diferentes em grande parte das vezes. Os epidotos podem incorporar Pb, Sr, U,
Th, Y e terras raras como elementos traço (Frei et al., 2003).

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ESPESSARTITA Mn3Al2(SiO4)3

4,16-4,25
cúbica
cristal original: dodecaedro, trapezoedro ou combinações destes.

características em sedimentos: grãos proximais ainda apresentam o hábito do


cristal, mostrando faces e características superficiais primárias, como
pontilhados, caneluras, padrões de estrias. Aparecem também como fragmentos
destes grãos, irregulares ou dominados por fraturamento conchoidal, evoluindo
para grãos arredondados pelo transporte.

aspecto: transparente a translúcido, brilho vítreo. Geralmente suas cores variam


entre vermelho alaranjado a rosa salmon, algumas vezes apresentando nuances
violeta. Pode ser ainda amarelada ou acastanhada. As tonalidades vermelhas
estão relacionadas à presença do componente almandina, ou seja, de ferro.

características óticas: isótropo de relevo forte. Pode mostrar alguma anisotropia.

confusões possíveis:
• almandinas podem mostrar tonalidades similares, havendo necessidade de
análise química para determinação da composição dominante.

ocorrências e locais: rara, geralmente em sedimentos proximais derivados de


granitóides e pegmatitos.

análise varietal: como nas outras granadas, populações podem ser discriminadas
com base na composição. Os componentes comuns na espessartita são almandina
e piropo, este minoritário.
Espessartitas de pegmatitos podem mostrar substituição de ítrio ocupando o
lugar do manganês, chegando a conter até 2% de Y2O3.

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ESPINÉLIO (Mg,Fe,Zn)Al2O4

3,55-4,62
cúbico
cristal original: usualmente como octaedros. Podem ocorrer dodecaedros na
forma de truncamentos nas arestas de octaedros. São comuns maclas de contato
em (111). Muitos cristais mostram estrias.

características em sedimentos: octaedros de cantos bem formados, passando para


grãos mais arredondados, chegando a esféricos em sedimentos retrabalhados.
São comuns os fragmentos de cristais formados por fraturamento conchoidal.
Alguns espinélios mostram uma partição em (111), que domina populações de
fragmentos.

aspecto: os espinélios sensu strictu, magnesianos, são transparentes e vítreos,


incolores ou em tons claros de azul, violeta, vermelho, castanho, verde, verde
garrafa. Espinélios de composição em direção a FeAl2O4, hercinitas, se passam
por tonalidades de verde cada vez mais escuras, até quase preto. Apresentam
tonalidades de castanho muito escuro a castanho avermelhado ou amareladas
com o aumento do teor de cromo no lugar do alumínio. Gahnitas, espinélios
próximos a ZnAl2O4, apresentam tonalidades fortes, verde azuladas.

características óticas: isótropo de relevo alto.

confusões possíveis:
• espinélios vermelhos são extremamente raros em sedimentos. Almandinas
tendem a ser mais abundantes, geralmente apresentam inclusões e uma forma de
cristal diferente. Entretanto, a separação entre almandinas e espinélios pode ser
difícil por meios óticos em grãos com altos índices de esfericidade e
arredondamento.
• grossulárias incolores podem ter uma fraca birrefringência anômala e tendem a
grãos subesféricos
• zircões bem arredondados, incolores ou coloridos, não são isótropos.
• a separação de hercinitas pretas e magnetitas octaédricas é feita pelo traço
branco acinzentado e pela não susceptibilidade magnética das primeiras.

ocorrências e locais: são muito resistentes química e fisicamente, sendo


acumulados em sedimentos retrabalhados. Podem ser encontrados em praias de
trechos rochosos do sul do Espírito Santo e do Rio de Janeiro, originados de
metamórficas de alto grau. Gahnitas, mais raras, podem indicar pegmatitos
graníticos.

análise varietal: dois fatores fazem dos espinélios traçadores potenciais de


proveniência e mistura de fontes, a variabilidade do quimismo em termos de Fe-
Zn-Mg e Al-Cr e de elementos traço (e.g. Mn e Ti), usualmente sensível às
condições de cristalização, e a sua grande resistência à abrasão e ao
intemperismo (e.g. Cookenboo et al, 1997).

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ESTAUROLITA (Fe+2,Mg)2(Al,Fe+3)9O6(SiO4)4(O,OH)2

3,65-3,83
monoclínica
cristal original: prisma geralmente obtuso, de seção losangular a quase
hexagonal. Não são raras maclas cruciformes de dois tipos, quando indivíduos se
cruzam a aproximadamente 90º e a 60º.

características em sedimentos: são comuns grãos euédricos e fragmentos com


bordas serrilhadas, passando a grãos arredondados com o retrabalhamento. Uma
clivagem em (010) muitas vezes mantém uma população de grãos alongados.
Fratura subconchoidal controla a maioria dos grãos. Estaurolitas
poiquiloblásticas tendem a desaparecer rapidamente no sentido do transporte,
formando uma população de grãos muito menores a partir do desmonte dos
grãos originais. Cristais com muitas inclusões resultam em grãos com superfícies
texturizadas, pela retirada destas inclusões com a abrasão, ou apresentando
cavidades. Em algumas ocorrências, as estaurolitas tendem a ser mais comuns
nas frações mais grossas das areias.

aspecto: brilho vítreo a resinoso, passando a um aspecto terroso em grãos mais


alterados. São transparentes a translúcidos, castanhos, castanho avermelhados,
castanho amarelados, raramente amarelo alaranjados. Inclusões grandes de
quartzo são muito comuns, podendo apresentar também inclusões escuras
distribuídas em trechos ou zonas do grão. Tricroísmo moderado a forte, em tons
mais ou menos intensos de amarelo. Estaurolitas com cobalto apresentam
tricroísmo em tonalidades azuladas e violáceas, enquanto que a presença de
zinco gera cores esverdeadas. Algumas estaurolitas são muito escuras, sendo
necessária luz transmitida na identificação.

características óticas: relevo forte e alongamento positivo. Grãos prismáticos


mostram extinção reta. Em fragmentos irregulares ou arredondados, a extinção é
paralela à clivagem. Tintas de polarização "quentes", laranja a vermelho de
segunda ordem, passando diretamente para cores a partir do verde de terceira
ordem, nas frações médias. O azul intermediário fica mascarado pela cor do
mineral. Fragmentos basais fornecem um sinal positivo biaxial.

confusões possíveis:
• com raras turmalinas amarelo acastanhadas, que são uniaxiais negativas e tem
alongamento negativo.

ocorrências e locais: muito comuns em mica xistos, com granada, cianita e


turmalina, derivadas de áreas de metamorfismo regional, como na Bacia do Rio
Doce, Minas Gerais. Alguns sedimentos de praia mostram estaurolitas com bom
arredondamento e polimento, mas ainda de baixa esfericidade, devido aos
buracos e falhas que as inclusões deixam ao serem desalojadas dos grãos.

análise varietal: apesar de mostrar uma variação composicional limitada, a


relação entre Mg2+, Fe2+ e Fe3+, assim como substituições por Co e Zn, podem ser
usadas em estudos varietais da estaurolita. Inclusões e sua distribuição ou
ausência, também são eventuais discriminantes.

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GOETITA FeO(OH)
3,30-4,37
ortorrômbica
cristal original: raramente ocorre como cristais prismáticos, sendo mais comuns
em agregados maciços ou radiais, fibrosos. Manganês geralmente está presente,
até 5%. Algumas variedades apresentam água adsorvida.

características em sedimentos: comum em fragmentos dos agregados radiais,


mostrando linhas concêntricas, ou participando da composição de pseudomorfos
limoníticos, um termo descritivo para óxidos hidratados de ferro, de pirita e
magnetita, principalmente.

aspecto: amarelo acastanhado a castanho escuro, quase preto.

características: traço amarelo acastanhado, claro a escuro.

confusões possíveis:
• hematita apresenta traço vermelho. Muitos grãos de hematita, entretanto,
mostram uma capa de alteração para goetita.

ocorrências e locais: um dos mais comuns minerais formados por intemperismo e


oxidação de minerais contendo ferro. Pode ser um dos componentes principais
de capeamentos lateríticos e muitos sedimentos. Em áreas de quartzitos puros,
por exemplo, pode formar a totalidade da fração de pesados.

Limonita, FeO•OH•nH2O, é geralmente usado como um termo descritivo,


relativo a agregados microcistalinos de hidróxidos de ferro indetermináveis,
goetita, lepidocrocita e hematita. Designa pseudomorfos de pirita, magnetita,
agregados irregulares, grãos arredondados, encontrados em sedimentos.
Mostram um aspecto terroso, castanho, marrom, tons avermelhados ou amarelo
ocre. São comuns as capas limoníticas formadas pela alteração de minerais
máficos sobre seus grãos.

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GORCEIXITA - GOYAZITA (Ba,Sr,Ca)Al3H(OH)6(PO4)2

2,70-3,26
trigonais
cristal original: geralmente se apresenta em agregados nodulares, botrioidais ou
maciços, microcristalinos, fibrosos ou radiais.

características em sedimentos: em grãos arredondados e ovalados, achatados ou


alongados. Pesquisadores do século XIX e garimpeiros denominavam de "favas"
os grãos de gorceixita-goyazita mais bem arredondados, pela semelhança com
sementes de vagens. Padrões mais proximais mostram grãos que se assemelham
a fragmentos de louça quebrada. Os agregados mostram fraturamento
subconchoidal ou irregular.

aspecto: grãos de coloração castanha, castanha amarelada a castanha


avermelhada, mais raramente acinzentados, com um aspecto maciço que lembra
a textura de porcelana crua, eventualmente estratificados. Fragmentos e lascas
podem se apresentar translúcidos nas bordas.

características óticas: usualmente as características óticas não são observáveis.

confusões possíveis:
• o leucoxênio, um produto de alteração da ilmenita, não apresenta bordas
translúcidas, geralmente ocorrendo grãos com restos de ilmenita na forma de
pequenas agulhas ou trilhas marcadas sobre a superfície.
• limonita é castanho a castanho avermelhado, com traço tipicamente amarelo,
amarelo acastanhado.

ocorrências e locais: são produtos de alteração supergênica, muito comuns em


aluviões de Minas Gerais, Goiás e Bahia, nos concentrados para diamantes.

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GROSSULÁRIA Ca3Al2(SiO4)3

3,56-3,60
cúbica
cristal original: dodecaedro, trapezoedro ou combinações destes. São as granadas
de menor densidade.

características em sedimentos: grãos proximais apresentam superfícies


texturizadas e estriadas. São geralmente encontrados como fragmentos
produzidos por fraturamento e, mais raramente, como grãos arredondados. Tem
dureza menor que as almandinas, assim como menor resistência química,
desaparecendo com o transporte de maneira relativamente mais rápida.

aspecto: transparente a translúcida, brilho vítreo. Geralmente cor de canela,


amarelada ou amarelo acastanhada, variações determinadas pela quantidade de
ferro e manganês, i.e. componentes almandina e espessartita. Pode ocorrer em
grãos esverdeados, quando alguma quantidade de cromo está presente.

características óticas: tem relevo alto. Usualmente mostra uma fraca


birrefringência anômala devido à distorção causada pelo cálcio no retículo. Cores
de interferência são cinza e branco azulado de primeira ordem.

confusões possíveis:
• espinélios são isótropos.
• a cor de canela e a birrefringência anômala a separam de outras granadas,
almandinas e piropos.
• andraditas, Ca3Fe2(SiO4)3, são amareladas a verde acastanhadas, com
zonamento de cor freqüente nos grãos. Chegam a grãos quase pretos com
aumento do teor de titânio. Muito raras em sedimentos por sua fácil alteração.
Alteram para epidoto, calcita ou ainda para limonita.

ocorrências e locais: é uma granada rara. Alguns aluviões de Parelhas, Rio


Grande do Norte, cortam calciossilicáticas e incorporam grãos de grossulária.

análise varietal: de modo similar a outras granadas, a presença de populações


distintas de grossulárias sensu lato pode ser estabelecida em termos dos
componentes e de seus zonamentos composicionais, no caso de grossulária e
andradita como majoritários, além de elementos como titânio e cromo.

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HEMATITA Fe2O3

5,08-5,256
trigonal
cristal original: quando ocorre em uma forma cristalina, geralmente é tabular em
(0001), caso contrário, forma agregados botrioidais ou maciços. As bases dos
cristais podem mostrar marcas triangulares e cunhas romboédricas nas suas
bordas. Maclas são comuns, usualmente lamelares.

características em sedimentos: de grãos maciços a fragmentos de agregados


especulares. Tem facilidade para adquirir alto grau de arredondamento.
Apresenta fraturas conchoidais e irregulares. Iridescência comum. Muitos grãos
tabulares mostram estrias e canais na superfície.

aspecto: opaco, de uma tonalidade cinza escura metálica para os grãos menos
intemperizados, eventualmente apresentando um brilho alto, com bordas e
reflexos avermelhados na variedade especular. Estes grãos especulares, quando
extremamente delgados e translúcidos, podem mostrar dicroísmo do castanho
avermelhado para um amarelo avermelhado, sob luz transmitida.

características: o traço vermelho sobre porcelana é característico, mas


dependendo do tamanho dos grãos este teste é difícil de ser realizado.
Intrecrescimentos com ilmenita o dificultam ainda mais. Capas externas alteradas
para hidróxidos mostram um traço marrom. Placas translúcidas mostram
birrefringência extrema.

confusões possíveis:
• magnetita tem um hábito octaédrico, mas que pode se apresentar muito
achatado, pseudo-tabular. Entretanto, sua susceptibilidade magnética é alta e
mostra um traço preto.
• pode ser difícil a separação entre hematita e ilmenita, caso ocorram em
pequenos grãos arredondados e polidos. Trilhas de alteração para leucoxênio na
segunda podem orientar a identificação.

ocorrências e locais: drenagens que cortam formações ferríferas geralmente


contêm hematita e magnetita. São comuns na região central de Minas Gerais e em
diversas faixas metamórficas na Bahia.

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HORNBLENDAS (Na,K)0-1Ca2-3(Mg,Fe,Al)5(Si6-7Al2-1)O22(OH)2

2,96-3,55
anfibólios monoclínicos
cristal original: prismático, alongado no eixo C e geralmente terminado em (011).
Pode ainda se apresentar em conjuntos colunares ou fibrosos. Faces estriadas são
comuns.
Hornblenda é uma denominação abrangente para uma extensa "série" de
clinoanfibólios. Os minerais da "série" hornblenda podem ser referidos pela sua
cor quando não existem informações sobre a composição, pois as propriedades
óticas não são adequadas nem suficientes para esta determinação.

características em sedimentos: as clivagens perfeitas longitudinais se cruzam em


124 , condicionando grãos acunhados, alongados ou curtos, em forma de lâmina
dupla, muitas vezes com bordas serrilhadas. Terminações podem ser
arredondadas ou irregulares. Grãos mais espessos podem se tornar
razoavelmente arredondados com o transporte em ambientes favoráveis.
Mostram fraturas conchoidais em direções normais às clivagens. Dissoluções e
alterações nas bordas, acompanhando e penetrando nas clivagens, não são
incomuns em grãos com histórico de soterramento, atingindo aspectos
esqueletais. Muitas vezes apresentam inclusões de magnetita, rutilo e apatita.

aspecto: vítreo, transparente a translúcido, geralmente verde azulado, verde ou


verde acastanhado, variando de tons mais claros a quase preto, quando tem
aparência de opaco. A cor pode ser mais forte no centro do grão, se tornando
mais pálida nas bordas, principalmente nas terminações afinadas onde o
tricroísmo variável é melhor observado. Alguns grãos podem apresentar
tricroísmo muito fraco ou indistinto. Hornblendas ricas em sódio geralmente
indicam temperaturas mais baixas e mostram tricroísmo forte em tons azulados,
tonalidades verdes estão usualmente associadas ao fácies anfibolito, enquanto
que tonalidades acastanhadas são comuns no fácies granulito e em rochas ígneas,
se mostrando avermelhadas nas variedades titaníferas derivadas de basaltos.

características óticas: relevo médio a alto, alongamento positivo e extinção


oblíqua, entre 12 e 34 para secções (010). Eventuais grãos sobre a clivagem (100)
tem extinção paralela. As hornblendas mais comuns são biaxiais negativas,
enquanto variedades positivas podem ocorrer. Tintas de polarização entre a
segunda e a terceira ordem, sendo influenciadas pela espessura do grão e
mascarada pela sua cor.

Cores castanho escuras, com tricroísmo de castanho avermelhado a castanho


amarelado e extinção entre 0 e 18 , indicam hornblenda basáltica. Geralmente
estes grãos de origem vulcânica são fenocristais, apresentando terminações
euédricas.

confusões possíveis:
• tremolitas não são pleocróicas e tem cores muito claras.
• actinolitas possuem ângulo de extinção menor, entre 11 e 15 , sendo
geralmente fibrosas, mais claras e menos pleocróicas.
• augitas têm ângulo de extinção maior, entre 35 e 48 , além de clivagens dos
piroxênios, diferentes e menos evidentes.

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• aegirina augitas tem alongamento negativo, também mostram as clivagens de
piroxênios e uma extinção oblíqua, até 20º.
• turmalinas esverdeadas tem o chamado dicroísmo inverso e alongamento
negativo, não apresentando clivagens. São uniaxiais.
• allanita, um epidoto castanho, mostra extinção até 47º em grãos prismáticos
alongados e uma clivagem imperfeita, resultando em populações de grãos mais
irregulares.

ocorrências e locais: são os anfibólios mais comuns em areias. Litorais rochosos


do Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro, áreas metamórficas do fácies anfibolito,
como o centro leste de Minas Gerais, faixas metamórficas de Santa Catarina e
Paraná, Bahia e Goiás, são exemplos de ocorrências de sedimentos com
hornblendas.

análise varietal: a grande possibilidade de composições e de espécies,


identificadas efetivamente por microssonda nos elementos majoritários ou traço,
coloca as hornblendas como discriminantes potenciais de assembléias de
pesados.

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ILMENITA FeTiO3

4,70-4,78
trigonal
cristal original: usualmente tabular espesso, com truncamentos romboédricos nas
suas bordas. Ilmenitas magnesianas de kimberlitos geralmente apresentam uma
capa de ilmenita+perovskita, formada por reações com o magma.

características em sedimentos: grãos que variam de tabulares a muito bem


arredondados. São comuns nos grãos pouco arredondados, marcas e figuras de
crescimento.

aspecto: grãos negros e submetálicos Alguns grãos podem apresentar


iridescência, muitas vezes em tonalidades arroxeadas, outros mostram alteração
secundária na forma de trilhas, substituição parcial a completa, ou uma capa de
leucoxênio, um conjunto de agregados de óxido de titânio. Esta alteração
esbranquiçada, parda ou avermelhada, pode ocorrer texturizada ou com alto
grau de polimento, lembrando porcelana, na dependência do retrabalhamento
sedimentar. As capas de ilmenita+perovskita kimberlíticas tem aspecto rugoso,
se alterando para uma cobertura texturizada clara de leucoxênio. Ao contrário
das alterações usuais de leucoxênio, as capas nos grãos kimberlíticos se quebram
mais facilmente, expondo o interior negro inalterado.

características: variedades crustais podem ser magnéticas a paramagnéticas,


apresentando susceptibilidade fraca, enquanto ilmenitas mantélicas, e.g.
kimberlíticas, são não-magnéticas. O traço varia de preto a castanho
avermelhado.

confusões possíveis:
• grãos de ilmenita podem apresentar trechos de intercrescimento com
magnetita. Esta característica resulta em uma maior susceptibilidade magnética
destes grãos e uma determinação mais difícil através desta ferramenta.
• alguns grãos de hematita podem mostrar um traço vermelho acastanhado e,
devido ao seu tamanho reduzido, não serem distinguíveis de ilmenitas por este
procedimento. Intercrescimentos de ilmenita-hematita podem dificultar a
determinação.
• cromitas e ilmenitas em grãos irregulares podem ser difíceis de distinguir.

ocorrências e locais: ilmenitas são muito abundantes nas praias dos litorais do
Espírito Santo e sul da Bahia, sendo observados acúmulos extensos de areias
escuras após eventos erosivos. Mg-ilmenitas são descritas na região diamantífera
do oeste de Minas Gerais.

análise varietal: ilmenitas podem ser descritas como (Fe, Mg, Mn)(Ti, Fe)O 3, onde
Mg e Mn vão ocorrer em substituições limitadas do ferro, que por sua vez, pode
substituir o titânio, gerando uma solução sólida com até 6% de Fe 2O3. O ferro
ainda pode estar presente na forma de lamelas de exsolução de hematita. As
quantidades das substituições, assim como a presença de Al, Ti, Fe, Mn e V,
podem ser utilizadas na separação de ilmenitas de fontes diferentes, i.e.
graníticas ou básicas-ultrabásicas. Ilmenitas de kimberlitos são ricas em MgO, 4 a
15%, e Cr2O3, até 2%. Ilmenitas crustais são, por outro lado, pobres em magnésio
e cromo.

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MAGNETITA Fe3+ (Fe2+Fe3+)2O4

5,18-5,21
cúbica
cristal original: octaedro. São muito comuns cristais com degraus,
intercrescimentos de vários indivíduos ou octaedros achatados. Raramente como
dodecaedros. Podem mostrar estrias sobre as faces.

características em sedimentos: desde grãos perfeitamente octaédricos,


intercrescimentos ou agregados, fragmentos arredondados, a grãos esféricos por
abrasão. Mostram fraturamento subconchoidal. É muito freqüente um formato
derivado do desgaste de um fragmento do cristal original, resultando em um
grão bem arredondado com uma quina se sobressaindo, assim como grãos com
aparência tabular, derivados de octaedros muito achatados.

aspecto: opacos, pretos a castanhos, em diversos graus de polimento. Coberturas


e filmes limoníticos são comuns.

características: susceptibilidade magnética muito alta. Tende a obstruir as calhas


de separadores magnéticos. Muitos grãos, entretanto, perderam esta
característica ou a mostram de maneira fraca, devido a alteração,
retrometamorfismo ou outros processos. Magnetitas têm traço preto a castanho
muito escuro.

confusões possíveis:
• hercinita não apresenta susceptibilidade magnética e tem traço branco a branco
acinzentado.
• ilmenitas podem apresentar alguma susceptibilidade magnética,
principalmente devido à presença de porções de magnetita inclusas. Nestes
casos, a separação pode se tronar problemática.
• hematita é fracamente magnética e apresenta um traço vermelho. Entretanto,
fragmentos de magnetitas achatadas e sem a susceptibilidade magnética
característica, também podem ser confundidas com hematita.

ocorrências e locais: ao longo do Espinhaço, em faixas metamórficas da Bahia e


Goiás, são comuns tanto as magnetitas octaédricas como grãos esféricos, não
intemperizadas ou completamente limonitizadas. Magnetitas derivadas de
rochas metaultramáficas apresentam teores de Cr2O3 entre 1 e 4%.

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MONAZITA (Ce,La,Y,Th)PO4

4,60-5,42
monoclínica
cristal original: tabular em (001) com terminações acunhadas.

características em sedimentos: grãos proximais são tabulares, formando


populações achatadas por abrasão. Estrias sobre faces originais não são raras.
Ambientes de praia condicionam grãos completamente arredondados, ovóides
ou sub esféricos. Uma clivagem fraca em (100) pode ser observada em alguns
grãos, assim como fraturamento subconchoidal, condicionando cristais partidos e
fragmentos irregulares.

aspecto: brilho vítreo a resinoso, transparentes a translúcidas, podendo ser


escurecidas por inclusões. São caracteristicamente amarelo ouro, havendo tons
de amarelo mais claro, acastanhados, alaranjados e raramente esverdeados.
Tricroísmo inexistente a fraco, em tonalidades de amarelo. Radioativo pela
presença de tório. Inclusões fluidas, de zircão, rutilo e opacos são comuns.

características óticas: relevo forte, escurecendo as bordas dos grãos, e


alongamento negativo em relação aos traços de clivagem. Birrefringência alta,
com cores de interferência de ordens superiores. Entretanto, grãos formados
sobre a clivagem mostram cores de interferência mais baixas, além de uma figura
biaxial negativa com várias isógradas. Muitos grãos não se extinguem
completamente.

confusões possíveis:
• titanita apresenta um cristal diferente, dispersão alta e uma birrefringência
extrema.
• com grãos arredondados de xenotímios e zircões amarelados, que são
uniaxiais. É comum ocorrerem monazita, zircão e xenotímio associados.

ocorrências e locais: um dos poucos pesados que resistiram quimicamente à


permanência no Barreiras. Ao longo do litoral, são encontradas concentrações de
monazita e zircão em praias com falésias do Barreiras sob ação erosiva, como
Prado e Cumuruxatiba, no sul da Bahia.

análise varietal: a variação composicional das monazitas, principalmente terras


raras leves, e sua considerável resistência, marca populações de origens
diferentes. As razões La/Nd de monazitas de pegmatitos graníticos tendem a ser
mais baixas (ao redor de 1) que as de rochas alcalinas, como carbonatitos (em
torno de 3).

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OLIVINAS (Mg,Fe)2 SiO4

3,27-4,37
ortorrômbicas
cristal original: prismático dipiramidal, podendo ser equidimensional ou
achatado em (100) ou (010). Os cristais são normalmente granulares em
intrusivas e euédricos em extrusivas. Sua densidade aumenta com o teor de
ferro.

características em sedimentos: de grãos euédricos a muito bem arredondados por


abrasão em ambientes de praia. Neste caso, são geralmente ovais. Fraturamento
conchoidal determina populações irregulares e angulares. Olivinas também são
freqüentemente atravessadas por fraturas curvadas. Grãos submetidos a
processos intraestratais e intemperismo mostram padrões de dissolução e
alteração para clorita, goetita e hematita, em agregados com argilominerais,
principalmente nas bordas e penetrando fraturas. Estes grãos se tornam menos
densos.

aspecto: transparente a translúcida, característica pelo seu brilho vítreo nas


fraturas recém produzidas. Olivinas forsteríticas, com predominância de
Mg2SiO4, são mais claras, de quase incolores a amarelo esverdeado, passando
para verde oliva e para verde acastanhado escuro com o aumento do teor do
componente fayalítico, Fe2SiO4. Estas olivinas ricas em ferro ainda apresentam
tricroísmo onde as cores variam em tonalidades do amarelo.

características óticas: relevo e birrefringência fortes, aumentando com o teor de


ferro. Exibem uma distribuição característica de cores de polarização vivas ao
redor da terceira ordem, que variam muito do centro do grão para suas bordas.
Grãos mais espessos mostram branco amarelado ou rosado de ordens mais altas.
Em algumas variedades fayalíticas, as cores de interferência são carregadas em
azuis e amarelos anormais. Olivinas prismáticas mostram extinção reta e
alongamento variável com a composição. Os eixos óticos se situam sobre (001),
originando figuras biaxiais, negativas para fayalitas e positivas para forsteritas.

confusões possíveis:
• diopsídio mostra a clivagem típica dos piroxênios e extinção oblíqua. Sua
birrefringência é média. Entretanto, grãos pequenos e muito bem arredondados e
ausentes de traços de clivagem podem ser difíceis de identificar.
• epidoto s.s., de tonalidade verde, apresenta um tricroísmo forte e cores de
interferência anômalas, que o diferencia das olivinas ricas em ferro.
• outros epidotos, s.l., amarelados ou verde acastanhados, mostram
birrefringência mais fraca, com cores de interferência anômalas.

ocorrências e locais: desaparece em sedimentos mais antigos. Apesar de ser o


mineral dominante na maioria dos kimberlitos, geralmente não sobrevive à
serpentinização e/ou à alteração, não sendo incorporado nos sedimentos
derivados destas litologias. Ocorre junto com anfibólios e piroxênios em praias
de ilhas vulcânicas, como Fernando de Noronha, onde chega a grãos
arredondados e polidos. Teores de Ni e Mn podem auxiliar na discriminação de
fontes diferentes.

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PIRITA FeS2

4,95-5,03 em grãos não alterados


2,68-4,30 em grãos alterados
cúbica
cristal original: cubo estriado paralelamente às faces, piritoedro, com faces de
cinco lados, ou combinações destes. Interpenetrações são comuns, assim como
formas irregulares, nodulares e agregados de cristais pequenos. Estes agregados
podem ser autigênicos em sedimentos.

características em sedimentos: desde grãos ainda com as faces estriadas, grãos


com bordas arredondadas, formas irregulares a fragmentos dominados por
fraturas conchoidais. Rara na forma não alterada. Um "verniz limonítico",
castanho escuro ou castanho avermelhado, usualmente recobre as superfícies.
Geralmente os grãos aparecem como pseudomorfos castanhos, formados por
seus produtos de alteração, óxidos e hidróxidos de ferro. Neste estado, é comum
chegarem a grãos esféricos, por abrasão. Quando partidos, podem mostrar
núcleos de aspecto fibroso, amorfo ou terroso.

aspecto: opaco. Raramente mostra sua cor amarela latão de brilho metálico forte,
por se alterar facilmente em hidróxidos ou apresentar "verniz limonítico" sobre a
superfície do grão.

confusões possíveis:
• grãos muito alterados e arredondados se tornam muito parecidos com
magnetitas no mesmo estado.

ocorrências e locais: muito comum nas formas alteradas e pseudomorfos.

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PIROPO Mg3Al2(SiO4)3

3,50-3,582
cúbico
cristal original: dodecaedro, trapezoedro, combinações destes ou formas
xenomorfas. Os grãos euédricos podem mostrar estrias sobre as faces. Grãos de
origem kimberlítica geralmente se apresentam recobertos por uma corona
keliphítica: alumínio-piroxênios, espinélios, flogopita, serpentina, comum como
capas concêntricas. Sob a capa, a granada mostra uma textura originada das
impressões dos cristais de piroxênio e flogopita.

características em sedimentos: de grãos com superfícies texturizadas a


fragmentos dominados por fraturamento conchoidal. Podem evoluir para grãos
arredondados, caso se encontrem em ambientes com processos abrasivos mais
rápidos que a taxa de alteração.

aspecto: translúcido a transparente, de brilho vítreo. De vermelho alaranjado a


vermelho púrpura, chegando até quase negro. Piropos cálcicos são mais
alaranjados, enquanto que a presença de cromo resulta em tonalidades
arroxeadas.

características óticas: relevo alto, isótropo.

confusões possíveis:
• almandinas usualmente mostram tonalidades diferentes.

ocorrências e locais: piropos tem sido alvo de prospecção para diamante nas
regiões do Triângulo Mineiro, Rondônia e na fronteira com a Guiana Francesa.

análise varietal: como outras granadas, os piropos podem ser descritos com base
na quantidade relativa de cátions, no caso, os componentes piropo e almandina,
com alguma grossulária minoritária.
Comumente são utilizados os pares cálcio e cromo, assim como de Ti-Na, além
de variações de Fe ou K, para determinar sua origem peridotítica ou eclogítica.
Piropos peridotíticos e eclogíticos, trazidos em xenólitos do manto, são
abundantes em muitos kimberlitos portadores de diamantes. Reações nas áreas
fonte dos xenólitos e interações entre os piropos e o magma kimberlítico afetam
sua forma e composição, gerando as capas keliphíticas sobre os grãos. A presença
e a espessura de keliphitas em grãos transportados têm sido utilizadas como um
índice de proximidade dos corpos kimberlíticos, já que as capas se alteram e
quebram no transporte.
Piropos inclusos em diamantes geralmente são pobres em cálcio, sendo referidos
como G10 (Dawson e Stephens, 1975) quando plotados em um diagrama
CaOxCr2O3. Granadas G10 são consideradas como o alvo de programas de
exploração de diamantes. Entretanto, após a formação dos diamantes, minerais
não inclusos tendem a se reequilibrar com o sistema. Em muitos casos, a
composição original associada com a formação dos diamantes é apenas mantida
pela armadura fornecida pelo próprio diamante às suas inclusões. Apesar de
serem os principais alvos de prospecção, granadas G10 podem não ser
encontradas nas populações de xenocristais de muitos kimberlitos férteis.

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RUTILO TiO2

4,18-4,25
5,5 para variedades de tântalo-rutilos e ilmeno-rutilos
tetragonal
cristal original: prisma fortemente estriado paralelamente ao eixo principal,
terminado em bipirâmide. Mostram estrias transversais devido à maclas
polissintéticas, em direções diagonais à face do prisma. São muito comuns as
maclas em joelho em (011), que podem se repetir. Algumas variedades ocorrem
como agregados microcristalinos, eventualmente com cristais arranjados em
direções preferenciais. Pode também ocorrer como agulhas isoladas ou em feixes.
É o polimorfo TiO2 de alta temperatura.

características em sedimentos: o rutilo tem a tendência de conservar o formato


euédrico devido à dureza, com arestas progressivamente arredondadas. Chegam
a atingir altos graus de arredondamento e esfericidade em sedimentos
retrabalhados. Apresentam clivagens distintas em (100) e (110), além de fratura
subconchoidal. Não são raros os grãos dobrados e deformados e grãos com
maclas repetidas a 65 .

aspecto: brilho metálico a subadamantino. Os grãos podem ser pretos, neste caso
opacos, a vermelhos, em uma tonalidade característica de vermelho sangue, ou
ainda amarelos, alaranjados até acastanhados. Variedades translúcidas e
transparentes podem apresentar algum dicroísmo. Variedades incolores ou em
tons muito claros são mais raras. Grande parte dos grãos de muitas populações
são muito escuros a quase opacos, sendo melhor observados por luz transmitida.

características óticas: dispersão e birrefringência extremas. Extinção paralela. O


alongamento positivo é mais facilmente observado em grãos de cores claras,
prismáticos. Geralmente não mudam de cor sob polarização, devido à cor forte
do mineral aliada à birrefringência com cores de ordens extremamente altas. O
relevo muito elevado tende a deixar os grãos com bordas escuras.

confusões possíveis:
• zircões arredondados da variedade jacinto exibem suas cores de polarização
características.
• cassiterita castanha avermelhada apresenta um cristal muito diferente e uma
birrefringência mais baixa.
• brookita tem um hábito característico e cores de interferência anômalas.

ocorrências e locais: muito freqüente nas areias pela sua resistência, sendo um
dos minerais-índice de maturidade sedimentar (ZTR, zircãoturmalinarutilo).
Grãos arredondados e esféricos de rutilo indicam retrabalhamento e reciclagem
de sedimentos. Encontrado nos concentrados diamantíferos da Bahia, Goiás e
Minas Gerais.

análise varietal: apesar de ser essencialmente formado por titânio, algumas


fontes se caracterizam por quantidades consideráveis de Fe2 +, Fe3+, Nb5+ e Ta5+
em substituições, sendo possível sua diferenciação. Características como
tonalidades, hábito e graus de arredondamento também são discriminantes para
populações de rutilos.

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SCHEELITA CaWO4

5,80-6,12
tetragonal
cristal original: bipirâmide tetragonal, geralmente curta, lembrando octaedros.
Algumas bipirâmides são achatadas, resultando em cristais tabulares de seção
quadrada. Muitos cristais podem apresentar estrias verticais.

características em sedimentos: grãos ainda preservando a forma bipiramidal


curta não são comuns. Uma clivagem distinta em (101) e uma menos
proeminente em (112) podem dominar populações de fragmentos, enquanto
outras populações mostram grãos determinados por fratura irregular. Chegam a
grãos arredondados na abrasão.

aspecto: translúcido a transparente, de brilho vítreo a adamantino. Grãos


esbranquiçados, amarelados ou castanho claros. Raramente transparentes.

características óticas: uniaxial positivo de relevo muito alto. Extinção reta,


raramente observável devido à perda das faces cristalinas no transporte. A
birrefringência é moderada. A maior parte dos grãos mostra uma forte
fluorescência branco azulada sob luz ultravioleta curta, o que é em muitos casos
a melhor maneira de identificar a scheelita.

confusões possíveis:
• nos concentrados de bateia ou peneira, os grãos arredondados de scheelita
podem ser confundidos com quartzo leitoso.

ocorrências e locais: mineral raro, que pode adquirir importância local, como nas
drenagens e terraços aluvionares da Faixa Seridó, Rio Grande do Norte.

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SERPENTINAS Mg3(Si2O5)(OH)4

2,55-2,63
acima de 2,8 por inclusões de opacos
ortorrômbicas ou monoclínicas
cristal original: crisotila ocorre como agregados fibrosos, enquanto a antigorita,
como maciços e lamelares. Em ambos os casos, não são diferenciados cristais.

características em sedimentos: como grãos maciços arredondados, muitas vezes


marcados por faixas fibrosas. São menos comuns os grãos alongados, formados
por feixes fortemente estriados no seu comprimento. Durante o transporte, os
grãos são condicionados pelo hábito dos agregados, apresentando aspectos
muito variáveis.

aspecto: translúcido a opaco. Seu brilho lembra cera quando maciço e seda
quando fibroso. Grãos mosqueados, com cores manchadas são comuns, verdes,
esverdeados, verde azulados, podendo ser translúcidos a opacos. Quando
alterados, adquirem tonalidades amareladas e acastanhadas. Manchas pretas
podem corresponder a inclusões de opacos, senda a magnetita a mais comum.
Ocorrem também inclusões de cromita, níveis cloritizados e percolações por
hidróxidos entre as fibras.

características óticas: seu modo de cristalização não permite determinar


propriedades óticas quando em grãos. Birrefringência muito baixa e
alongamento positivo podem ser observados eventualmente. Grãos mais
espessos podem chegar a cores de interferência de segunda ordem, com
tonalidades anômalas verde azuladas. É comum a extinção ondulada, devido à
orientação variável das lamelas ou fibras em um único grão.

confusões possíveis:
• cloritas são micáceas e apresentam cores de interferência anômalas.

ocorrências e locais: sedimentos de drenagens que cruzam seqüências


ultrabásicas metamorfizadas, em Goiás, Minas Gerais e na Bahia, podem carregar
grãos de serpentina com grandes quantidades de inclusões de opacos. Estes
grãos vão se comportar como pesados nos procedimentos de separação.

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SILIMANITA Al2SiO5

3,23-3,27 para grãos monocristalinos


valores mais baixos para fibrolita
ortorrômbica
cristal original: prisma retangular e estriado paralelamente ao comprimento,
geralmente alongado e esguio. Comum em massas fibrosas de cristais arranjados
paralelamente, quando é denominada fibrolita.

características em sedimentos: grãos mais preservados são prismáticos de seção


quadrada, geralmente apresentando estrias nas faces originais remanescentes e
terminações quebradas por fraturas irregulares. Fraturamento transversal
determina o encurtamento dos grãos alongados. Uma clivagem longitudinal em
(010), a 45º com as faces do prisma, pode dominar populações. Inclusões escuras
são comuns, óxidos e biotita, além de espinélio e zircão, arranjadas ao longo do
comprimento. Fibrolitas tendem a formar grãos amendoados ou ovais.

aspecto: grãos monocristalinos são vítreos, transparentes a translúcidos, incolores


a amarelados. Grãos mais espessos podem ser acinzentados, com tonalidades
esverdeadas, chegando a apresentar algum tricroísmo. Fibrolitas originam feixes
esbranquiçados de cristais fibrosos, amarelados ou com tons claros de castanho,
podendo ser escurecido pela penetração de óxidos e hidróxidos de ferro e
manganês entre as fibras.

características óticas: tem relevo alto e birrefringência moderada, resultando em


cores de interferência fortes, de segunda e terceira ordens. Ocasionalmente
pleocróica em tons amarelo acastanhados. Em grãos basais, mostra uma figura
biaxial positiva. O alongamento também é positivo e tem extinção reta. Quando
ocorre em hábito fibroso, muitas propriedades não são observáveis.

confusões possíveis:
• cianita tem extinção oblíqua, clivagens retas muito marcadas e birrefringência
alta, sendo geralmente azulada.
• andalusita tem alongamento negativo, tricroísmo marcado e é mais facilmente
arredondada durante a abrasão.
• topázio tem birrefringência baixa e uma clivagem dominante em (001),
perpendicular à clivagem da silimanita.
• zircões têm birrefringência muito mais alta, uma forma com terminações
características e não apresentam clivagem. Porém, grãos muito pequenos e mais
arredondados podem ser difíceis de se diferenciar.
• tremolitas incolores tem extinção oblíqua e a clivagem dos anfibólios.

ocorrências e locais: silimanitas cristalizadas são comuns em areias de praias


rochosas no litoral do Rio de Janeiro. Fibrolitas podem ser encontradas nos
concentrados para diamante do Espinhaço, onde é denominada de osso-de-
cavalo ou ossada, e em drenagens ao longo da faixa Araçuaí, proveniente de
xistos.

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TITANITA (ESFÊNIO) CaTiO(SiO4)

3,40-3,56
monoclínica
cristal original: cristais em forma de cunha dupla são característicos,
determinados pela combinação de (001), (111) e (110). Lembram um telhado de
duas águas.

características em sedimentos: sua relativa fragilidade e uma clivagem em (110)


determinam a perda da forma original durante o transporte. Os fragmentos de
cristais se tornam irregulares, geralmente caracterizados por acunhamentos de
faces interrompidas pela clivagem ou por fraturas. A abrasão leva ao desgaste
das bordas acunhadas. Podem evoluir para grãos arredondados. Alteração para
leucoxênio é comum em algumas populações.

aspecto: transparente a translúcido, brilho adamantino a resinoso. Ocorre em


grãos amarelos, caracteristicamente amarelo mel, podendo ocorrer ainda em
tonalidades acastanhadas, castanho avermelhadas e, mais raramente,
esverdeadas. A presença de ferro torna a titanita escura, castanha até quase preta,
enquanto que terras raras causam tonalidades alaranjadas. Tricroísmo ocasional
pode ser observado, entre tonalidades amareladas, acastanhadas ou alaranjadas.
Algumas vezes apresentam inclusões alongadas, orientadas em determinadas
direções, grandes relativamente aos grãos hospedeiros.

características óticas: relevo muito forte e birrefringência extrema. O relevo


escurece as bordas dos grãos. As cores de interferência são branco amarelados ou
cinzas de ordem alta. Titanitas exibem uma cor cinza azulada característica,
quando os grãos estão próximos da extinção. Pode não ocorrer extinção
completa, pela dispersão alta. A figura biaxial positiva é difícil de ser verificada.

confusões possíveis:
• monazita extingue-se normalmente, apresentando birrefringência forte com
cores de interferência definidas, mas muito mais fraca que a titanita.
• cassiteritas castanhas amareladas têm extinção reta.

ocorrências e locais: geralmente presente em pequenas quantidades. Instável


quimicamente, sofrendo dissolução intraestratal, sendo o Ti-mineral menos
comum em sedimentos.

análise varietal: titanitas de diferentes proveniências podem ser discriminadas


por conter pequenas quantidades de Fe, Al, Mn, Mg e terras raras, através de
tonalidades diferentes ou análise por microssonda.

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TOPÁZIO Al2SiO4(F,OH)2

3,49-3,58
ortorrômbico
cristal original: prisma com terminações. Podem ser mais alongados ou mais
curtos. As faces verticais do prisma geralmente apresentam estrias.

características em sedimentos: uma clivagem perfeita em (001) controla a


diminuição do tamanho dos grãos e a formação de populações basais, lascas e
fragmentos irregulares. Entretanto, são usualmente encontrados como grãos
arredondados. Estes grãos usualmente mostram reflexos resultantes da presença
da clivagem, quando observados em uma determinada direção. Topázios
também apresentam fratura subconchoidal. Inclusões líquido-gasosas são
freqüentes, assim como de ilmenita e hematita.

aspecto: brilho vítreo, transparentes a translúcidos. São incolores, amarelados ou


azulados. Podem mostrar zonamento de cor em faixas ou zonas. Topázios
imperiais mostram cores variando entre o amarelo, alaranjado, tonalidades
pêssego e champanhe, rosa a avermelhado, arroxeado e, muito raramente,
esverdeado. Topázios de cores mais fortes podem ser fracamente pleocróicos.

características óticas: relevo médio e extinção reta. Tem alongamento positivo e


uma birrefringência fraca, chegando a cores de interferência de segunda ordem
em grãos de areia média. A bissetriz é normal à (001), o plano da clivagem. Uma
figura centrada, biaxial positiva é obtida nos fragmentos formados sobre a
clivagem

confusões possíveis:
• apatitas são uniaxiais negativas e têm alongamento negativo e, principalmente,
ausência de clivagem.
• andalusitas têm alongamento negativo e tricroísmo, além de uma clivagem
longitudinal. Grãos curtos ou irregulares de andalusita não pleocróica podem
oferecer alguma dificuldade na diferenciação com topázios de mesmo aspecto.

ocorrências e locais: muito resistente à alteração e ao transporte, se concentrando


em depósitos de cascalhos. A variedade imperial tem ocorrência restrita a Ouro
Preto, Minas Gerais.

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TREMOLITA - ACTINOLITA - Ca2(Mg,Fe)5 Si8O22(OH)2
FERROACTINOLITA
3,02-3,44
anfibólios monoclínicos
cristal original: prismático, alongado no eixo C. Tremolita, de composição
magnesiana, apresenta geralmente um prisma esguio. Actinolitas ocorrem como
cristais aciculares, agregados paralelos colunares ou fibrosos. A densidade
aumenta da tremolita para a ferroactinolita, com o incremento de Fe.

características em sedimentos: as clivagens perfeitas longitudinais se cruzam a


124 , condicionando grãos acunhados, alongados e em forma de lâmina dupla.
Bordas recortadas, serrilhadas e denteadas são comuns. Mostram fraturas
conchoidais em direções normais às clivagens. Dissoluções e alterações para
clorita, nas bordas ou acompanhando e penetrando nas clivagens, são comuns
em grãos com histórico de soterramento.

aspecto: vítreo, transparente a translúcido. Tremolitas são incolores, verde


amareladas, verde acinzentadas a verde claras. A presença de manganês origina
tonalidades malva na tremolita. A cor verde fica mais intensa com o aumento de
ferro, da actinolita para a ferroactinolita, passando de uma tonalidade verde
amarelado para verde levemente azulado, característica. Tricroísmo fraco nos
grãos actinolíticos de cor mais intensa. Inclusões de opacos são comuns.

características óticas: extinção oblíqua varia com a composição, máxima nas


secções (010), entre 10º e 15º para ferroactinolitas, chegando a 21º nas tremolitas.
Alongamento positivo. Tem birrefringência moderada, sendo que as tremolitas
mostram cores mais baixas que as variedades com ferro, nas quais a cor do
mineral pode mascarar parcialmente as cores de interferência. A seção
longitudinal mostra uma figura biaxial negativa, com eixos distantes.

confusões possíveis:
• hornblendas apresentam tonalidades mais escuras. Tremolitas e actinolitas têm
uma tendência a apresentar maior limpidez que as hornblendas.
• no caso da separação entre actinolita rica em ferro e hornblenda verde-azulada
acicular e fibrosa, nas quais as cores e as cores de polarização são semelhantes,
pode ser utilizado o ângulo de extinção das seções de cor de polarização intensa,
geralmente maior nas hornblendas. Entretanto, muitos casos requerem análise
química.
• diopsídios mostram extinção oblíqua entre 38º e 48º, muitas vezes incompleta
devido à dispersão alta.

ocorrências e locais: anfibólios actinolíticos são freqüentes em sedimentos


derivados de faixas metamórficas.

análise varietal: estudos composicionais por microssonda podem fornecer


critérios para diferenciação de fontes, com base nos cátions substitutivos ou em
elementos traço.

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TURMALINA (Na,Ca)(Mg,Al,Li)3(Al,Fe,Mn)6(BO3)3(Si6O18)(OH)4

3,03-3,25
trigonal
cristal original: prisma, trigonal ou ditrigonal, com presença de terminações.
Eventualmente, os prismas podem se apresentar pseudo hexagonais, devido ao
desenvolvimento equivalente do conjunto ditrigonal. Estrias paralelas ao
comprimento são características. Podem ocorrer ainda como agulhas ou como
agregados radiais ou colunares.

características em sedimentos: grãos prismáticos, estriados verticalmente, a


esféricos, passando por fragmentos irregulares com diversos graus de
arredondamento. A partição basal e fraturamento conchoidal controlam os grãos
durante o transporte. Terminações do prisma são comuns em grãos proximais.
Uma forma típica é a seção basal trigonal, com laterais de aparência curvada. São
comuns os grãos com sobrecrescimentos sintaxiais ou descontínuos, formados
durante diagênese ou metamorfismo.

aspecto: grãos podem ser límpidos e transparentes, carregados de inclusões


fluidas ou minerais, a quase opacos por excesso de cromóforos. Alguns grãos
podem apresentar cavidades superficiais. Cor muito variável, eventualmente
zonada concentricamente ou em faixas transversais ao alongamento. Dravitas,
turmalinas magnesianas, são castanhas, verdes, azuis ou mais raramente
incolores. Schorlitas, turmalinas com ferro e manganês, são usualmente
castanhas, castanho esverdeadas a verde garrafa, chegando a grãos pretos, quase
opacos. Elbaítas, ricas em lítio e alumínio, podem mostrar tonalidades do azul ao
rosa escuro. Nas turmalinas com sobrecrescimentos, estes geralmente
apresentam tonalidades claras de verde e azul, chegando a incolores.

características óticas: dicroísmo intenso e inverso, máximo na posição W-E,


perpendicular ao polarizador. Relevo alto. Extinção reta e alongamento negativo
em grãos prismáticos. Birrefringência alta, mas geralmente com a interferência da
cor do mineral. Seções basais fornecem uma figura uniaxial negativa centrada,
sendo ausentes de dicroísmo.

confusões possíveis:
• hornblendas apresentam clivagens que condicionam os grãos, pleocroísmo
normal e extinção oblíqua.
• grãos muito escuros de turmalina podem ser confundidos com opacos.

ocorrências e locais: comumente encontrado em areias, pela sua alta resistência. É


um dos minerais-índice de maturidade sedimentar (ZTR, zircãoturmalinarutilo),
resistindo em areias retrabalhadas por diversos ciclos sedimentares.

análise varietal: devido a grande variação de cor e dicroísmo dos grãos, a


turmalina é um dos melhores minerais para estudos varietais. Características
químicas, como a relação entre FeO e MgO, pode ser usado como determinante
entre as variedades dravita (magnesianas, comuns em metamórficas) e schorlita
(ferrosas, usuais em granitóides). Outros membros do grupo podem ser
identificados por: Ca/Na, Li, Al, Cr, V, Ni, Cu, Co, Zn.

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XENOTÍMIO YPO4

4,52-5,10
tetragonal
cristal original: bipirâmide muito curta, com terminação tetragonal dupla, ou
prisma mais alongado de seção quadrada.

características em sedimentos: como grãos bipiramidais ou prismáticos,


fragmentos destes ou grãos arredondados. As formas bipiramidais muito curtas
são freqüentes e características. As populações são dominadas por uma clivagem
longitudinal em (100), principalmente quando o hábito é alongado, o que
determina uma contribuição tabular nas suas formas. São comuns os grãos
prismáticos partidos longitudinalmente. As superfícies dos grãos de xenotímio
são tipicamente ásperas, irregulares e corroídas por alteração.

aspecto: translúcido a opaco, algumas vezes se apresenta transparente, com


brilho resinoso a vítreo. Tonalidades claras de castanho, castanho amarelado,
amarelo, amarelo acastanhado, raramente esverdeado ou alaranjado. Dicroísmo
fraco, entre intensidades dos tons amarelados. Xenotímios mais ricos em
elementos radioativos podem mostrar evidências de metamitização.

características óticas: relevo forte, extinção reta e alongamento positivo. A


birrefringência é forte, apresentando cores de interferência muito altas.
Fragmentos basais podem apresentar interferências anômalas, amarelo azuladas,
extinção incompleta e mostram uma figura uniaxial positiva.

confusões possíveis:
• monazitas mostram uma forma cristalina muito diferente, são biaxiais e têm
alongamento negativo sobre os traços da clivagem.
• zircões translúcidos de tonalidades mais escuras são difíceis de se diferenciar
de xenotímios. Podem ser necessários testes químicos ou difratometria. Zircões
têm birrefringência mais baixa e maior resistência à perda das faces do cristal por
abrasão.

ocorrências e locais: mineral raro, encontrado em pequenas quantidades.

análise varietal: as quantidades de urânio, zircônio, silício e terras raras,


notadamente Yb, Er, Dy e Gd, além de Th, Ce e Fe, podem ser usadas para
diferenciar populações.

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ZIRCÃO ZrSiO4

4,59-4,71
3,90-4,25 para zircões metamíticos
tetragonal
cristal original: prisma bipiramidal tetragonal, mais ou menos alongado, com
seção quadrada ou retangular. Em algumas localidades, ocorrem agregados de
prismas em crescimento paralelo. Zircões de rochas extrusivas são geralmente
irregulares.

características em sedimentos: devido à sua estabilidade química e dureza alta,


tendem a manter a forma de grãos prismáticos. Em retrabalhamentos
sedimentares ou ambientes de praia, evolui para grãos ovais, perfeitamente
arredondados. Os grãos apresentam fraturamento conchoidal e podem mostrar
uma clivagem imperfeita em (110), determinando populações com presença de
grãos quebrados. Em populações mistas, os grãos maiores tendem a ser mais
arredondados, enquanto que grãos menores mostram formas próximas às
euédricas.

aspecto: transparentes de brilho adamantino a vítreo. Os grãos podem ser vítreos


ou carregados de inclusões, fraturas, zonas e porções translúcidas. Inclusões são
arranjadas paralelamente ao comprimento do cristal, sendo usual sua
distribuição em zonas mais carregadas e zonas limpas. São comuns inclusões
fluídas, opacos, outros zircões, xenotímio, rutilo, turmalina. Zircões podem ser
incolores, rosados, amarelados, acinzentados, acastanhados, leitosos, muito
raramente esverdeados. Pode ser levemente dicróico. Algumas variedades mais
coloridas, lilás e amarelo alaranjado, estão relacionadas à uma idade avançada
dos zircões, conseqüência do decaimento radioativo de elementos como háfnio e
urânio em um processo que bombardeia o retículo. Este processo de
metamitização acaba transformando os zircões em uma estrutura amorfa,
atingindo níveis onde se tornam uma massa de aspecto terroso.

características óticas: relevo muito alto e dispersão forte, extinção paralela e


alongamento positivo. Mostram cores de interferência altas, fortes e brilhantes.
Grãos formados sobre seções basais, com birrefringência mais baixa, fornecem
figuras uniaxiais positivas. O relevo faz com que os grãos pareçam ser
envolvidos por um halo escuro.

confusões possíveis:
• xenotímio pode requerer testes químicos para ser diferenciado de zircões
amarelados e acastanhados.
• monazitas geralmente mostram tonalidades amarelas fortes e tem alongamento
negativo sobre os traços da clivagem.
• cianitas arredondadas tem uma birrefringência muito mais fraca e geralmente
mostram os traços de clivagem em algumas direções.
• espinélios e granadas são isótropos.
• alguns rutilos podem ser parecidos com zircões arroxeados e bem
arredondados. Mas suas cores são mais fortes, tem um relevo ainda maior e uma
cor de interferência tão alta que não altera a cor do grão

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ocorrências e locais: encontrado em grande parte das areias, pela sua resistência e
estabilidade, sendo um dos minerais-índice de maturidade sedimentar (ZTR,
zircãoturmalinarutilo). Na maioria das areias, as populações de zircão se
concentram nas frações mais finas. Algumas ocorrências de grãos maiores são
Florânia, no Rio Grande do Norte, e Porto Nacional, Tocantins.
Grãos arredondados podem ter origem direta a partir da erosão de
metassedimentos e mesmo paragnaisses, pela estabilidade deste mineral em
certas condições de metamorfismo mais altas. Em ambientes mais favoráveis
para recristalização autigênica e durante processos de migmatização e anatexia,
podem desenvolver sobrecrescimentos sintaxiais euédricos sobre os núcleos
herdados.

análise varietal: as quantidades de háfnio, geralmente entre 1 e 4%, mas


atingindo valores extremos da ordem de 20%, podem fornecer indicações para a
separação de populações de origem diferente, assim como os elementos traço Ce,
U, Ta, Th, Y, Nb e Sr.
Estudos varietais de zircões têm se baseado na forma dos grãos, o arranjo entre
terminações piramidais e faces prismáticas, que define a tipologia de zircões
(Pupin, 1980, 1985). Por se manterem próximos ao grão euédrico e apresentarem
formas determinadas pelas condições físicas e químicas durante o crescimento, a
morfologia de zircões é um indicativo petrogenético e é determinativa na
proveniência de populações.
A catodoluminescência evidencia as relações de sobrecrescimentos, tipologia de
núcleos herdados e zonamentos internos, marcados por mudanças na presença e
quantidade de terras raras. Belousova et al (1998) encontraram cores de
luminescência azuladas para zircões de kimberlitos. Estes zircões apresentam
valores baixos de Th e U, além de uma assinatura também com níveis baixos de
TERRAS RARAS + Y, discriminante dos zircões de outras litologias.
Zircões têm sido testados como ferramentas para datação por
termoluminescência (Meijer, 1998). Para este mineral, as doses de radiação são
dominadas pela emissão interna dos grãos ( i.e. presença de U e Th), evitando
problemas e variações das condições externas. Devido às doses mais altas de
auto-emissão, períodos curtos de soterramento podem ser considerados.

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ÍNDICE REMISSIVO

A estaurolita 42
actinolita 38, 47, 61
aegerina augita 26, 27, 38, 48 F
allanita 26, 39, 48 ferroactinolita 38, 61
almandina 23, 33, 40, 41, 45, 54 fibrolita 58
amostragem 8, 10, 11
anatásio 24, 31, 34 G
andalusita 25, 32, 58, 60 gahnita 41
andradita 45 goetita 43, 52
anfibólio 5, 26, 38, 47, 48, 52, gorceixita 44
58, 61 goyazita 44
apatita 26, 29, 38, 47, 60 granada 23, 37, 40, 42, 45, 54, 64
arredondamento 6, 14, 16, 18 grossulária 45, 54
augita 26, 27, 38, 47, 48
H
B hematita 32, 34, 43, 46, 49, 50,
baddeleyita 28 52, 60
biotita 23, 29, 58 hedenbergita 38
britagem 11 hercinita 41, 50
bromofórmio 1, 8, 9, 10 hornblenda 26, 39, 47, 48, 61, 62
brookita 24, 30, 55
I
C ilmenita 26, 29, 33, 36, 37, 38,
cassiterita 31, 33, 55, 59 44, 46, 49, 50, 60
catodoluminescência 3, 15, 65
cianita 17, 32, 42, 58, 64 L
cimento 4, 9, 11 leucoxênio 42, 44, 47, 57
clima 3, 4, 7, 17 limonita 43, 44, 45
clinozoisita 39
columbita 33 M
corindon 24, 34, 35 magnetita 25, 26, 33, 36, 38, 41,
crisoberilo 35 43, 46, 47, 49, 50, 53,
cromita 36, 49, 57 57
metamitização 63, 64
D monazita 33, 51, 59, 63, 64
diagênese 4, 11, 62
diamante 24, 36, 37, 44, 54, 58 O
diopsídio 26, 38, 52, 61 olivina 5, 37, 38, 39, 52
dravita 62
P
E pirita 43, 53
elbaita 62 piropo 23, 36, 37, 40, 45, 54
epidoto 26, 39, 45, 48, 52 piroxênio 5, 25, 26, 27, 38, 47, 48,
erosão 3, 7, 18, 20 52, 54
esfênio 59 politungatato de sódio 8, 9
esfericidade 6, 14
espessartita 23, 40, 43 R
espinélio 23, 24, 34, 36, 37, 41, rutilo 24, 29, 31, 32, 33, 34, 47,
45, 54, 58, 64 51, 55, 62, 64, 65

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S tremolita 47, 58, 61
safirina 34 turmalina 26, 42, 48, 55, 62, 64
scheelita 56
schorlita 62 X
serpentina 54, 57 xenotímio 33, 51, 63, 64
silimanita 25, 32, 58
Z
T zircão 31, 33, 51, 55, 58, 62, 64,
tantalita 33 65
termoluminescência 65 zoisita 39
titanita 30, 51, 59
topázio 25, 58, 60

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Almandina

grãos esféricos desgastados, alguns com grãos euédricos com marcas e figuras de
inclusões de biotita crescimento
córregos que cruzam xistos, Divino das córregos que cruzam xistos, Galiléia, Minas
Laranjeiras, Minas Gerais Gerais

grãos irregulares grãos irregulares


córrego, Ponte Nova, Minas Gerais córrego, Nova Era, Minas Gerais
grãos texturizados grãos texturizados
córrego, Dom Silvério, Minas Gerais córrego, Leopoldina, Minas Gerais

grãos euédricos ligeiramente desgastados, com grãos proximais mostrando marcas de


faces cristalinas e marcas de crescimento intercrescimento com micas
córrego, Mendes Pimental, Minas Gerais córrego, São José do Divino, Minas Gerais
grãos com bom arredondamento das arestas grãos com bom arredondamento, luz transmitida
praias de Piúma, Espírito Santo praias de Piúma, Espírito Santo

grãos com bom arredondamento das arestas grãos com bom arredondamento, luz transmitida
nível erosivo, praia de Guarapari, Espírito Santo nivel erosivo, praia de Guarapari, Espírito Santo
grãos proximais irregulares e angulosos, luz
grãos proximais irregulares e angulosos
transmitida
rio Piracicaba, Minas Gerais
rio Piracicaba, Minas Gerais

grãos proximais irregulares e angulosos, alguns


grãos proximais euédricos
com cobertura limonítica
córrego São Tomé, Galiléia, Minas Gerais
bacia do rio Doce, Minas Gerais
grãos amarelados, alguns com muitas inclusões grãos amarelados, alguns com muitas inclusões
rio Jequitinhonha, Minas Gerais rio Jequitinhonha, Minas Gerais

detalhe da superfície e do arredondamento dos


grãos muito bem arredondados
grãos
sem procedência, litoral do Rio de Janeiro
sem procedência, litoral do Rio de Janeiro
grãos euédricos desgastados, alguns com grãos euédricos desgastados, alguns com
inclusões de biotita inclusões de biotita, luz transmitida
córrego, Entre Folhas, Minas Gerais córrego, Entre Folhas, Minas Gerais

grãos euédricos desgastados grãos euédricos desgastados, luz transmitida


córrego, Mendes Pimentel, Minas Gerais córrego, Mendes Pimentel, Minas Gerais
Anatásio

grãos desgastados com forma ainda preservada grãos desgastados, eventuais faces preservadas
concentrado para diamantes, Diamantina, Minas concentrado para diamantes, Diamantina, Minas
Gerais Gerais

população heterogênea, com grãos euédricos,


grãos euédricos desgastados
lascas e irregulares
córregos, Serra do Cabral, Minas Gerais
córregos, Buenópolis, Minas Gerais
população heterogênea, com grãos euédricos,
grãos com crescimento em degrau
lascas e irregulares
córrego Cobra d'Água, Curvelo, Minas Gerais
córregos, Serra do Cabral, Minas Gerais

grãos com zonamento de cor grãos com zonamento de cor


córregos, Serra do Anil, Minas Gerais córregos, Serra do Anil, Minas Gerais
grãos amarelados grãos desgastados
córrego, Alcantilado, Mato Grosso procedência incerta, Goiás

grãos arredondados em iluminação direta grãos arredondados em iluminação transmitida


rio Jequitinhonha, Mendanha, Minas Gerais rio Jequitinhonha, Mendanha, Minas Gerais
grãos euédricos desgastados grãos azuis desgastados
rio Jequitinhonha, Mendanha, Minas Gerais córrego, Serra do Anil, Minas Gerais

grãos euédricos de hábito achatado, luz


grãos euédricos de hábito achatado
transmitida
sem procedência, Curvelo, Minas Gerais
sem procedência, Curvelo, Minas Gerais
grãos de hábito achatado grãos azuis desgastados
córrego, Curvelo, Minas Gerais córrego, Serra do Anil, Minas Gerais

grãos arredondados em iluminação direta grãos arredondados em iluminação transmitida


concentrado para diamantes, Diamantina, Minas concentrado para diamantes, Diamantina, Minas
Gerais Gerais
Andalusita

grãos arredondados e bem polidos grãos arredondados e bem polidos


praias de Alcobaça, sul da Bahia praias de Prado, sul da Bahia

grãos arredondados, ligeiramente esverdeados,


grãos arredondados, ligeiramente esverdeados
sob luz transmitida
praias do norte do Espírito Santo
praias do norte do Espírito Santo
grãos com véus de inclusões, luz normal grãos com véus de inclusões, luz transmitida
praias do sul da Bahia praias do sul da Bahia

grão com inclusões orientadas, luz normal grão com inclusões orientadas, luz transmitida
praia a norte de Prado, Bahia praia a norte de Prado, Bahia
grãos de tonalidade rosada intensa grãos pouco arredondados e irregulares
praia de Cumuruxatiba, sul da Bahia córregos de Santa Teresa, Espírito Santo
Augita - aegerina augita

grãos euédricos com superfície irregular, luz


grãos euédricos com superfície irregular
transmitida
Paekakariki, Nova Zelândia
Paekakariki, Nova Zelândia

grãos irregulares grãos irregulares, luz transmitida


Ra's Al Basit, Syria Ra's Al Basit, Syria
grãos euédricos desgastados grãos euédricos desgastados, luz transmitida
Maronti, Ichia, Italia Maronti, Ichia, Italia

grãos euédricos desgastados grãos euédricos desgastados, luz transmitida


Capotinome, Lazio, Italia Capotinome, Lazio, Italia
grãos euédricos desgastados, inclusões e grãos euédricos desgastados, inclusões e
fraturas fraturas, luz transmitida
Baixo do Sueste, ilha da Trindade Baixo do Sueste, ilha da Trindade
Baddeleyita

grãos desgastados, alguns com faces grãos desgastados, alguns com faces
preservadas preservadas
concentrados para diamante, rio Santo Antônio, concentrados para diamante, rio Santo Antônio,
Minas Gerais Minas Gerais

grãos com capas de alteração grãos com capas de alteração


concentrado para diamantes, Chapada concentrado para diamantes, Chapada
Diamantina, Bahia Diamantina, Bahia
grãos com polimento razoável, mas onde ainda é
grãos desgastados
possível observar a forma do cristal
concentrado sem procedência, Bahia
concentrado sem procedência, Goiás

grãos bem arredondados grãos angulosos


concentrado para diamantes, rio Salobro, Bahia concentrado sem procedência, Tocantins
Biotita

grãos desgastados, bom arredondamento grãos desgastados


praia, Barra do Una, São Paulo rio Doce, Aimorés, Minas Gerais

grãos desgastados grãos hexagonais de origem extrusiva


aluvião, Itapecoá, Espírito Santo Maronti, Ischia, Italia
Brookita

grão desgastado, mostrando as estrias grãos muito desgastados, mas ainda mostrando
longitudinais e um zonamento de cor as estrias longitudinais
rio Jequitinhonha, Terra Branca, Minas Gerais rio Jequitinhonha, Terra Branca, Minas Gerais

grãos diversos grãos diversos, luz transmitida


rio Jequitinhonha, Mendanha, Minas Gerais rio Jequitinhonha, Mendanha, Minas Gerais
brookitas vermelhas brookitas vermelhas, luz transmitida
concentrados para diamante, Diamantina, Minas concentrados para diamante, Diamantina, Minas
Gerais Gerais

grãos desgastados grãos desgastados, luz transmitida


concentrados para diamante, Andaraí, Bahia concentrados para diamante, Andaraí, Bahia
grãos desgastados grãos desgastados, luz transmitida
concentrados para diamante, rio Santo Antonio, concentrados para diamante, rio Santo Antonio,
Bahia Bahia

grãos de bordas irregulares, luz transmitida


grãos muito desgastados
concentrados para ouro, rio Verdinho, Mato
sem procedência, Espinhaço Meridional
Grosso
Cassiterita

grãos irregulares escuros grãos irregulares escuros


Paramirim, Bahia alto Paramirim, Bahia

grãos com zonamento de cor grãos com zonamento de cor, luz transmitida
Nazareno, Minas Gerais Nazareno, Minas Gerais
grãos com zonamento de cor grãos com zonamento de cor, luz transmitida
Nazareno, Minas Gerais Nazareno, Minas Gerais

grãos com zonamento de cor grãos com zonamento de cor, luz transmitida
Cassiterita, Minas Gerais Cassiterita, Minas Gerais
grãos com zonamento de cor grãos com zonamento de cor, luz transmitida
Cassiterita, Minas Gerais Cassiterita, Minas Gerais
Cianita

grãos desgastados com filmes de óxidos e


hidróxidos de ferro penetrando em clivagens e grãos alongados
fraturas Diamantina, Minas Gerais
rio Jequitinhonha, Terra Branca, Mians Gerais

zonamento de cor e filmes de óxidos / zonamento de cor e filmes de óxidos /


hidróxidos hidróxidos
Lavras do Funil, Minas Gerais córrego, Ribeirão Vermelho, Minas Gerais
populações separáveis por cor e densidade de
grãos com tonalidade esverdeada
inclusões
Guinda, Minas Gerais
Datas, Minas Gerais

agregados radiais de cianita, grãos proximais detalhe dos agregados radiais de cianita
córrego, Bandeirinha, Diamantina, Minas Gerais córrego, Bandeirinha, Diamantina, Minas Gerais
grãos com inclusões grãos equidimensionais
rio Jequitinhonha, Mendanha, Minas Gerais rio Jequitinhonha, Mendanha, Minas Gerais

grãos com filmes de óxidos/hidróxidos


grão com zonamento de cor
penetrando em fraturas e clivagens
rio Jequitinhonha, Mendanha, Minas Gerais
rio Jequitinhonha em Terra Branca, Minas Gerais
grão com zonamento de cor e marcas
grão com zonamento de inclusões
transversais
rio Jequitinhonha, Mendanha, Minas Gerais
rio Jequitinhonha, Mendanha, Minas Gerai

grão com inclusões grão com inclusões, luz transmitida


córrego Talho Aberto, Rio Piracicaba, Minas córrego Talho Aberto, Rio Piracicaba, Minas
Gerais Gerais
grãos com inclusões escuras grãos de características diversas
Amarantina, Minas Gerais Rio Santo Antônio, Espinhaço, Minas Gerais

grãos com zonamento de cor e inclusões


grãos cobertos por óxidos/hidróxidos de ferro
alongadas
Ribeirão Vermelho, sul de Minas Gerais
Ribeirão Vermelho, sul de Minas Gerais
grãos cobertos por óxidos/hidróxidos de ferro,
grãos cobertos por óxidos/hidróxidos de ferro
luz transmitida
Ribeirão Vermelho, sul de Minas Gerais
Ribeirão Vermelho, sul de Minas Gerais
Columbita - tantalita

grãos proximais euédricos


grãos proximais euédricos
concentrado, córrego Lava Pés, Cassiterita,
concentrados, Nazareno, Minas Gerais
Minas Gerais

grãos proximais euédricos grãos proximais euédricos


córrego Marimbondo, Nazareno, Minas Gerais rio das Mortes Pequeno, Minas Gerais
grãos euédricos a irregulares, iluminação em
grãos euédricos a irregulares
outro ângulo para mostrar as estrias
sem procedência, São João del Rey, Minas Gerais
sem procedência, São João del Rey, Minas Gerais

grãos euédricos a irregulares grão mostrando o desplacamento típico


sem procedência, São João del Rey, Minas Gerais sem procedência, São João del Rey, Minas Gerais
Corindon

grãos arredondados com faces cristalinas


safiras, algumas com coloração azul intensa
residuais, zonamento de cor e de inclusões
rio Coxim, Mato Grosso do Sul
rio Coxim, Mato Grosso do Sul

grãos euédricos com zonamento de inclusões grãos de diversas cores


terraço aluvionar, Malacacheta, Minas Gerais sem procedência, Mato Grosso do Sul
grãos desgastados, alguns condicionados pelas
detalhe da superfície dos grãos
maclas
rio Paraguassú, Bahia
rio Paraguassú, Bahia

grãos proximais irregulares com intensidades


grãos proximais irregulares
variáveis de cor
paleoaluvião, Itapocú. Santa Catarina
paleoaluvião, Itapocú. Santa Catarina
grãos proximais grãos euédricos desgastados
colúvio, Vermelho Novo, Minas Gerais sem procedência, Bahia

marcas das maclas marcas das maclas, luz transmitida


paleoaluvião, Itapocú. Santa Catarina paleoaluvião, Itapocú. Santa Catarina
marcas das maclas marcas das maclas, luz transmitida
paleoaluvião, Itapocú. Santa Catarina paleoaluvião, Itapocú. Santa Catarina

detalhe da superfície dos grãos detalhe da superfície dos grãos, luz transmitida
rio Coxim, Mato Grosso do Sul rio Coxim, Mato Grosso do Sul
grão zonado grão zonado, luz transmitida
rio Coxim, Mato Grosso do Sul rio Coxim, Mato Grosso do Sul

grão zonado grão zonado


rio Coxim, Mato Grosso do Sul rio Coxim, Mato Grosso do Sul
Crisoberilo

grãos bem arredondados, alguns com grãos bem arredondados, alguns com óxidos e
esfericidade boa hidróxidos penetrando em fraturas
região de Padre Paraíso, Minas Gerais região de Padre Paraíso, Minas Gerais

grãos bem arredondados, alguns com


grãos com arredondamento médio esfericidade boa, nuvens de inclusões ocupando
região de Padre Paraíso, Minas Gerais trechos de grãos
região de Padre Paraíso, Minas Gerais
grãos com arredondamento médio grãos angulosos e irregulares
córrego Faísca, Minas Gerais Cilindro, alto córrego Faísca, Minas Gerais

grãos desgastados
grãos angulosos e irregulares
concentrados para diamante, rio Macaúbas,
Esplanada, alto córrego Faísca, Minas Gerais
Minas Gerais
grão maclado com estrias grão maclado com estrias, luz transmitida
Santo Antônio do Jacinto, Minas Gerais Santo Antônio do Jacinto, Minas Gerais
Cromita

grãos em diversos estados de euedrismo e


grãos irregulares
abrasão
concentrado, sem procedência, Goiás
sem procedência, litoral sul da Turquia

grãos irregulares
grãos proximais
concentrado, Serra da Mata do Corda, Minas
Vaarskup, África do Sul
Gerais
grãos euédricos grãos euédricos desgastados
rio Douradainho, Minas Gerais rio Douradainho, Minas Gerais
Diamante

formas diversas faces com escalonamento


Grão Mogol, Minas Gerais Grão Mogol, Minas Gerais

faces com escalonamento faces com corrosão


Diamantina, Minas Gerais Grão Mogol, Minas Gerais
formas irregulares octaedro
Grão Mogol, Minas Gerais Datas, Minas Gerais

"faces curvas" com marcas e manchas "faces curvas", luz transmitida


Grão Mogol, Minas Gerais Grão Mogol, Minas Gerais
faces com degraus faces com degraus, luz transmitida
Grão Mogol, Minas Gerais Grão Mogol, Minas Gerais

cristal triangular cristal triangular, luz transmitida


Grão Mogol, Minas Gerais Grão Mogol, Minas Gerais
Diopsídio - hedenbergita

grãos irregulares grãos com melhor arredondamento


afluente do Jequitinhonha, Senador Mourão, afluente do Jequitinhonha, Senador Mourão,
Minas Gerais Minas Gerais

grãos irregulares desgastados grãos irregulares desgastados


rio Martyr, Nova Zelândia rio Martyr, Nova Zelândia
grãos de tonalidade intensa de verde grãos de cromo diopsídio
praia, Bhakrum, sul da Turqia colúvio, Cascais, Morumbo, Angola

grãos bem arredondados grãos bem arredondados, luz transmitida


Prainha, Açores Prainha, Açores
grãos com arredondamento médio, luz
grãos com arredondamento médio
transmitida
praia da Cruz, Boavista, Cabo Verde
praia da Cruz, Boavista, Cabo Verde
Epidotos

grãos arredondados grãos arredondados, luz transmitida


praia, Icapara, São Paulo praia, Icapara, São Paulo

grãos irregulares grãos irregulares, luz transmitida


aluvião, Bananal, São Paulo aluvião, Bananal, São Paulo
grãos arredondados grãos arredondados, luz transmitida
praia, Pântano do Sul, Florianópolis praia, Pântano do Sul, Florianópolis

grãos arredondados grãos arredondados


praia, Capaes, Guayas, Equador praia sem localização, Ixtapa, México
grãos irregulares e angulosos grãos irregulares e angulosos, luz transmitida
rio Gualaxo, Minas Gerais rio Gualaxo, Minas Gerais
Espessartita

grãos próximos ao euedrismo, luz transmitida


grãos proximais
sem procedência, Faixa Seridó, Rio Grande do
Parelhas, Rio Grande do Norte
Norte

grãos irregulares grãos irregulares, luz transmitida


córrego, Serra do Urucum, Minas Gerais córrego, Serra do Urucum, Minas Gerais
grãos euédricos desgastados grãos euédricos desgastados, luz transmitida
córrego Capim Alto, Galiléia, Minas Gerais córrego Capim Alto, Galiléia, Minas Gerais
Espinélio

detalhe de um grão octaédrico de arestas muito


grãos desgastados em ambiente de praia
arredondadas
Piúma, Espírito Santo
Piúma, Espírito Santo

grãos desgastados de gahnita grãos desgastados de gahnita


rio Araçuaí, Felício dos Santos, Minas Gerais rio Araçuaí, Felício dos Santos, Minas Gerais
grãos euédricos de gahnita grãos desgastados de gahnita
rio Araçuaí, Felício dos Santos, Minas Gerais rio Araçuaí, Felício dos Santos, Minas Gerais

grãos euédricos com arestas desgastadas grãos irregulares


Vargem Grande do Soturno, Espírito Santo Itapecoá, Espírito Santo
grãos irregulares grãos irregulares, luz transmitida
Itapecoá, Espírito Santo Itapecoá, Espírito Santo

octaedro com fratura conchoidal octaedros


Piúma, Espírito Santo Piúma, Espírito Santo
octaedro com arestas desgastadas grãos em diversos estados de abrasão
Piúma, Espírito Santo praia, Marataízes, Espírito Santo

grãos em diversos estados de abrasão e grãos em diversos estados de abrasão e


arredondamento arredondamento, luz transmitida
nível erosivo da praia de Guaratiba, Rio de nível erosivo da praia de Guaratiba, Rio de
Janeiro Janeiro
grãos em diversos estados de abrasão e grãos em diversos estados de abrasão e
arredondamento arredondamento, luz transmitida
praia, Tangale, Sri Lanka praia, Tangale, Sri Lanka

octaedro com arestas desgastadas e zonamento octaedro com arestas desgastadas e zonamento
de cor de cor
Cachoeira do Itapemirim, Espírito Santo Cachoeira do Itapemirim, Espírito Santo
Estaurolita

grãos irregulares grãos irregulares


rio Jequitinhonha, Terra Branca, Minas Gerais Lavras do Funil, Minas Gerais

grãos euédricos com inclusões grãos euédricos com inclusões, luz transmitida
cabeceira do Talho Aberto, Rio Piracicaba, Minas cabeceira do Talho Aberto, Rio Piracicaba, Minas
Gerais Gerais
grãos irregulares grãos maclados
Amarantina, Minas Gerais Santa Maria de Itabira, Minas Gerais

grãos irregulares grãos irregulares, luz transmitida


Lavras do Funil, Minas Gerais Lavras do Funil, Minas Gerais
grãos com zonamento de inclusões, luz
grãos com zonamento de inclusões
transmitida
Santa Maria de Itabira, Minas Gerais
Santa Maria de Itabira, Minas Gerais

grãos com inclusões distribuídas


grãos desgastados, com arredondamento médio
longitudinalmente
Ponte Nova, Minas Gerais
Guaraciaba, Minas Gerais
grãos irregulares com zonamento de inclusões e grãos irregulares com zonamento de inclusões e
faces cristalinas faces cristalinas, luz transmitida
São José do Goiabal, Minas Gerais São José do Goiabal, Minas Gerais

grãos desgastados, de tonalidade alaranjada, luz


grãos desgastados, de tonalidade alaranjada
transmitida
concentrado para diamantes, Datas, Minas
concentrado para diamantes, Datas, Minas
Gerais
Gerais
grãos com arredondamento razoável, luz
grãos com arredondamento razoável
transmitida
praia de Rayol, França
praia de Rayol, França

grãos irregulares com cobertura argilo- grãos irregulares com cobertura argilo-
limonítica limonítica, luz transmitida
concentrados para diamante, Angola concentrados para diamante, Angola
Goetita

grãos limonitizados de magnetita grãos irregulares, alguns com hábito radial-


concentrados para diamante, Diamantina, Minas botrioidal
Gerais ribeirão do Carmo, Ouro Preto, Mins Gerais

grãos irregulares, alguns com hábito radial- grãos irregulares, alguns com hábito radial-
botrioidal botrioidal
Conceição dos Ferros, Minas Gerais Conceição dos Ferros, Minas Gerais
grãos irregulares, alguns com hábito radial-
grãos irregulares, alguns com hábito radial-
botrioidal
botrioidal
córrego, Hargreaves, Miguel Burnier, Minas
córrego, Passagem de Mariana, Minas Gerais
Gerais

grãos irregulares de limonita grãos irregulares de limonita


gorgulho, Guinda, Diamantina, Minas Gerais gorgulho, Guinda, Diamantina, Minas Gerais
grãos irregulares de limonita, estrutura
grãos irregulares de limonita
esferoidal interna
aluvião, Barão de Cocais
aluvião, Barão de Cocais
Gorceixita - goyazita

grãos irregulares grãos irregulares


rio Jequitinhonha, Terra Branca, Minas Gerais rio Jequitinhonha, Terra Branca, Minas Gerais

grãos irregulares grãos achatados, bem arredondados


concentrado para diamantes, Diamantina, Minas concentrado para diamantes, Diamantina, Minas
Gerais Gerais
grãos irregulares grão bem arredondado
concentrado para diamantes, Terra Branca, concentrado para diamantes, Terra Branca,
Minas Gerais Minas Gerais

fragmentos achatados e angulosos fragmentos achatados e angulosos


Datas. Minas Gerais Datas. Minas Gerais
grãos bem arredondados grãos irregulares
concentrado para diamantes, Diamantina, Minas concentrado para diamantes, Diamantina, Minas
Gerais Gerais
Grossulária

grãos proximais, tendendo ao euedrismo detalhe de grão euédrico


Carnaúba dos Dantas, Rio Grande do Norte Carnaúba dos Dantas, Rio Grande do Norte

grãos euédricos com inclusões grãos euédricos


Parelhas, Rio Grande do Norte Parelhas, Rio Grande do Norte
grãos euédricos com marcas de crescimento grãos euédricos com marcas de crescimento
Parelhas, Rio Grande do Norte Parelhas, Rio Grande do Norte

grãos de aspecto diverso grãos de aspecto diverso, luz transmitida


córrego em Valpa, Senala, México córrego em Valpa, Senala, México
grãos euédricos, alguns com inclusões grossulárias verdes
córrego, Valpa, Senala, México aluvião, Sesharriamut, Paquistão

grãos com superfície irregular grãos com superfície irregular, luz transmitida
colúvio, Bedugul, Denpasar, Indonésia colúvio, Bedugul, Denpasar, Indonésia
Hematita

grãos proximais de hematita especular grãos com bom arredondamento


colúvio, Coronel Fabriciano, Minas Gerais córrego do Feijão, Minas Gerais

grãos irregulares
agregados de hematita especular
concentrado para diamantes, Diamantina, Minas
córrego, Capanema, Minas Gerais
Gerais
grãos achatados
grãos achatados
afluente do córrego Tripuí, Ouro Preto, Minas
córrego Pé de Serra, Rio Piracicaba, Minas Gerais
Gerais
Hornblenda

grãos proximais grãos proximais, luz transmitida


colúvio, Timóteo, Minas Gerais colúvio, Timóteo, Minas Gerais

grãos irregulares com trechos alterados grãos com arredondamento ruim


paleoaluvião, Jacupiranga, sul de São Paulo aluvião, Ribeira de Iguape, São Paulo
grãos com bom arredondamento grãos com bom arredondamento, luz transmitida
praia da Armação, Ilhabela, São Paulo praia da Armação, Ilhabela, São Paulo

grãos irregulares grãos irregulares, luz transmitida


rio Gualaxo, Ponte Nova, Minas Gerais rio Gualaxo, Ponte Nova, Minas Gerais
grãos irregulares grãos irregulares, luz transmitida
Pedra de Peão, Ponte Nova, Minas Gerais Pedra de Peão, Ponte Nova, Minas Gerais

grãos irregulares grãos irregulares, luz transmitida


córrego, Amparo do Serra, Minas Gerais córrego, Amparo do Serra, Minas Gerais
Ilmenita

grãos irregulares grãos irregulares com textura superficial


Coromandel, Minas Gerais Coromandel, Minas Gerais

grãos irregulares com textura e alteração


grãos irregulares
superficiais
Abadia dos Dourados
Coromandel, Minas Gerais
grãos com trilhas de alteração para leucoxênio grãos alterados para leucoxênio
rio Santo Antônio, Minas Gerais rio Salobro, Bahia

grãos com capas de alteração para leucoxênio grãos alterados para leucoxênio
Porto Novo, Rio de Janeiro praia, Barreiras Vermelhas, Prado, Bahia
grãos irregulares, bom arredondamento grãos irregulares
praia de Cumuruxatiba, Bahia praia de Piúma, Espírito Santo

grãos irregulares grãos irregulares


rio das Varas, Minas Gerais praia, norte de Alcobaça, Bahia
Magnetita

grãos irregulares grãos achatados e arredondados


rio Jequitinhonha, Terra Branca, Minas Gerais rio Jequitinhonha, Terra Branca, Minas Gerais

octaedros com arestas arredondadas grãos limonitizados


concentrado para diamantes, Diamantina, Minas concentrado para diamantes, Diamantina, Minas
Gerais Gerais
grãos limonitizados
grãos arredondados
concentrado para diamantes, Datas, Minas
córrego, Itabirito, Minas Gerais
Gerais

grãos euédricos e grãos arredondados


grãos euédricos
concentrado para diamantes, rio Jequitinhonha,
córrego Quebra-Ossos, Minas Gerais
Mendanha, Minas Gerais
grãos arredondados
grãos euédricos proximais
concentrado para diamantes, Diamantina, Minas
córrego, Miguel Burnier, Minas Gerais
Gerais

grãos euédricos e grãos esféricos


grãos irregulares
concentrado para diamantes, Couto Magalhães,
córrego, Guanhães, Minas Gerais
Minas Gerais
Monazita

diversas cores possíveis na monazita grãos desgastados


rio Jequitinhonha, Terra Branca, Minas Gerais rio Jequitinhonha, Terra Branca, Minas Gerais

grãos arredondados grãos arredondados, luz transmitida


nível erosivo, praia, Barreiras Vermelhas, Bahia nível erosivo, praia, Barreiras Vermelhas, Bahia
grãos arredondados grãos arredondados, luz transmitida
praia de Cumuruxatiba, Bahia praia de Cumuruxatiba, Bahia

grãos desgastados grãos desgastados, luz transmitida


rio Jequitinhonha, Mendanha, Minas Gerais rio Jequitinhonha, Mendanha, Minas Gerais
grãos desgastados grãos desgastados, luz transmitida
rio Preto, Minas Gerais rio Preto, Minas Gerais

grãos irregulares grãos irregulares, luz transmitida


rio das Varas, Minas Gerais rio das Varas, Minas Gerais
grãos irregulares grãos irregulares, luz transmitida
ribeirão Indaiá, Santa Rita de Jacutinga, Rio de ribeirão Indaiá, Santa Rita de Jacutinga, Rio de
Janeiro Janeiro
Olivina

grãos irregulares com inclusões grãos euédricos, inclusões e restos de basalto


praia, Ka Lae, South Point, Hawaii praia de Capelas, Açores

grãos alongados e bem arredondados, luz


grãos alongados e bem arredondados
transmitida
praia, Baía Gardner, Galápagos
praia, Baía Gardner, Galápagos
grãos irregulares, inclusões superficiais, luz
grãos irregulares, inclusões superficiais
transmitida
Waikola, Big Island, Hawaii
Waikola, Big Island, Hawaii

grãos irregulares, com inclusões e núvens de grãos irregulares, com inclusões e núvens de
microinclusões microinclusões, luz transmitida
praia Lehia, Hilo, Big Island, Hawaii praia Lehia, Hilo, Big Island, Hawaii
grãos euédricos com inclusões grãos euédricos com inclusões, luz transmitida
península Mokapu, Oahu, Hawaii península Mokapu, Oahu, Hawaii

grãos bem arredondados grãos bem arredondados, luz transmitida


Baixo do Sueste, ilha de Trindade Baixo do Sueste, ilha de Trindade
Pirita

grãos de pirita irregulares (esquerda) ao lado de


grãos de pirita euédrica
grãos de ouro (direita)
rio Jequitinhonha em Mendanha, Minas Gerais
rio Jequitinhonha em Mendanha, Minas Gerais

grãos proximais irregulares


grãos proximais irregulares
ribeirão do Carmo, entre Ouro Preto e Passagem
ribeirão Juca Vieira, Minas Gerais
de Mariana, Minas Gerais
grãos limonitizados grãos limonitizados
concentrado para diamante, Datas, Minas Gerais concentrado para diamante, Datas, Minas Gerais

grãos intercrescidos limonitizados grãos piritoédricos limonitizados


sem procedência, Nova Lima, Minas Gerais Dom Bosco, Ouro Preto, Minas Gerais
grãos euédricos limonitizados
grãos euédricos limonitizados
concentrado para diamante, Diamantina, Minas
Serra do Cabral, Minas Gerais
Gerais
Piropo

piropos de peridotitos, grãos proximais detalhe de piropos proximais


Bohemia, República Tcheca Bohemia, República Tcheca

detalhe superficial de grão proximal grãos proximais


Bohemia, República Tcheca paralelo 68, Finlândia
detalhe da superfície de grãos proximais textura sub-keliphitica desgastada
paralelo 68, Finlândia Coromandel, Minas Gerais

detalhe da textura sub-keliphitica textura sub-keliphitica


Coromandel, Minas Gerais Coromandel, Minas Gerais
grãos euédricos com arestas arredondadas grãos euédricos, luz transmitida
praia de Cozy Nook, Pahia, Southland, Nova praia de Cozy Nook, Pahia, Southland, Nova
Zelândia Zelândia

populações de diferentes fontes populações de diferentes fontes, luz transmitida


plataforma siberiana plataforma siberiana
grãos irregulares proximais grãos irregulares proximais, luz transmitida
plataforma siberiana plataforma siberiana

grãos irregulares de depósitos continentais, luz


grãos irregulares de depósitos continentais
transmitida
plataforma siberiana
plataforma siberiana
grãos de paleopraias grãos de paleopraias, luz transmitida
plataforma siberiana plataforma siberiana

grãos irregulares de depósitos continentais grãos irregulares de depósitos continentais


distantes da área fonte distantes da área fonte, luz transmitida
plataforma siberiana plataforma siberiana
grãos irregulares de depósitos continentais, luz
grãos irregulares de depósitos continentais
transmitida
plataforma siberiana
plataforma siberiana
Rutilo

grãos prismáticos estriados


grãos desgastados
concentrado para diamante, Diamantina, Minas
rio Jequitinhonha, próximo a Inhaí, Minas Gerais
Gerais

grãos estriados e curvados grãos maclados


rio Jequitinhonha, Terra Branca, Minas Gerais rio Jequitinhonha, Terra Branca, Minas Gerais
grãos estriados grãos prismáticos alongados
rio Jequitinhonha, Terra Branca, Minas Gerais rio Jequitinhonha, Terra Branca, Minas Gerais

grãos bem arredondados grãos bem arredondados, luz transmitida


Lavras do Funil, Minas Gerais Lavras do Funil, Minas Gerais
grãos irregulares em fração fina grãos irregulares, luz transmitida
córrego, Aiuroca, Minas Gerais córrego, Aiuroca, Minas Gerais

grãos prismáticos grãos prismáticos, luz transmitida


concentrado para diamante, Mendanha, Minas concentrado para diamante, Mendanha, Minas
Gerais Gerais
grãos euédricos proximais grãos euédricos, luz transmitida
concentrado, Nazareno, Minas Gerais concentrado, Nazareno, Minas Gerais

grãos em diversos estados de arredondamento,


grãos em diversos estados de arredondamento
luz transmitida
concentrado, Mata Verde, Bahia
concentrado, Mata Verde, Bahia
Scheelita

grãos irregulares desgastados grãos irregulares desgastados


sem procedência, Faixa Seridó, Rio Grande do sem procedência, Faixa Seridó, Rio Grande do
Norte Norte
Serpentinas

grãos fibrosos grãos fibrosos, luz transmitida


córrego, Catas Altas, Minas Gerais córrego, Catas Altas, Minas Gerais

grãos fibrosos grãos fibrosos, luz transmitida


córrego, Brumal, Santa Bárbara, Minas Gerais córrego, Brumal, Santa Bárbara, Minas Gerais
grãos irregulares arredondados grãos irregulares arredondados
córrego, Catas Altas, Minas Gerais Rio Acima, Minas Gerais

grão arredondado, nuvens de inclusões de


grão arredondado, luz transmitida
magnetita
Rio Acima, Minas Gerais
Rio Acima, Minas Gerais
grão arredondado grão arredondado, luz transmitida
Rio Acima, Minas Gerais Rio Acima, Minas Gerais

grão fibroso grão fibroso, luz transmitida


Rio Acima, Minas Gerais Rio Acima, Minas Gerais
grãos arredondados grãos arredondados, luz transmitida
Ra's Al Basit, Syria Ra's Al Basit, Syria

grãos irregulares translúcidos grãos translúcidos, luz transmitida


Great Usutu, Swazilândia Great Usutu, Swazilândia
Silimanita

fibrolitas proximais
grãos arredondados de fibrolita
córrego cruzando xistos, Mendes Pimentel,
rio Jequitinhonha, Terra Branca, Minas Gerais
Minas Gerais

fibrolitas proximais com coberturas de


hidróxidos de ferro e manganês grãos achatados de fibrolita
córrego cruzando xistos, Mendes Pimentel, rio Jequitinhonha, Mendanha, Minas Gerais
Minas Gerais
grãos achatados de fibrolita grãos achatados de fibrolita
rio Jequitinhonha, Mendanha, Minas Gerais rio Jequitinhonha, Mendanha, Minas Gerais

grãos alongados de fibrolita branca grãos alongados de fibrolita branca


Datas, Minas Gerais Datas, Minas Gerais
fibrolita com grau de cristalinidade alto,
fibrolitas com grau de cristalinidade alto
inclusões escuras
concentrados para ouro, Rio Doce, Minas Gerais
concentrados para ouro, Rio Doce, Minas Gerais

fibrolitas alongadas fibrolitas encurvadas


rio Jequitinhonha, Diamantina, Minas Gerais rio Jequitinhonha, Diamantina, Minas Gerais
fibrolita escura arredondada fibrolita escura
Rio Preto, Espinhaço, Minas Gerais Rio Preto, Espinhaço, Minas Gerais

fibrolita arredondada fibrolita arredondada, luz transmitida


praia a norte de Anchieta, Espírito Santo praia a norte de Anchieta, Espírito Santo
silimanita prismática, com inclusões, luz
silimanita prismática, com inclusões
transmitida
córregos, sul de Juiz de Fora, Minas Gerais
córregos, sul de Juiz de Fora, Minas Gerais

silimanita prismática com arredondamento das


silimanita prismática, luz transmitida
arestas
nível erosivo, praia de Marataízes, Espírito Santo
praia de Guaratiba, Rio de Janeiro
Titanita (esfênio)

grãos irregulares com arredondamento das grãos irregulares com arredondamento das
arestas arestas, luz transmitida
praias do sul do Espírito Santo praias do sul do Espírito Santo

grãos irregulares desgastados grão euédrico


praia de Guaratiba, Rio de Janeiro Crystal Bay, Lake Taloe, Nevada, USA
grãos irregulares grãos irregulares, luz transmitida
Crystal Bay, Lake Taloe, Nevada, USA Crystal Bay, Lake Taloe, Nevada, USA

grãos irregulares grãos irregulares, luz transmitida


aluvião, Abre Campo, Minas Gerais aluvião, Abre Campo, Minas Gerai
grãos euédricos grãos euédricos, luz transmitida
Porto Novo, Rio de Janeiro Porto Novo, Rio de Janeiro

grãos iregulares grãos irregulares, luz transmitida


Porto Novo, Rio de Janeir Porto Novo, Rio de Janeiro
grãos arredondados grãos arredondados, luz transmitida
nível erosivo, praia de Guaratiba, Rio de Janeiro nível erosivo, praia de Guaratiba, Rio de Janeiro
Topázio

topázios imperiais, grãos proximais prismáticos


topázios imperiais com cores diversas
e estriados
Salto, Ouro Preto, Minas Gerais
colúvio, Trino, Ouro Preto, Minas Gerais

grãos irregulares, alguns com zonamento de cor grãos irregulares


paleoaluvião, Ponto do Marambaia, Minas Gerais córrego Faísca, Minas Gerais
grãos irregulares grãos com bom arredondamento
Massangana, Roraima Massangana, Roraima

grãos com boa esfericidade superfície de clivagem


Massangana, Roraima Murundú, Ponto do Marambaia, Minas Gerais
degraus da clivagem efeito da luz sobre uma clivagem interna
Murundú, Ponto do Marambaia, Minas Gerais Murundú, Ponto do Marambaia, Minas Gerais
Tremolita - actinolita - ferroactinolita

grãos irregulares alongados grãos irregulares alongados, luz transmitida


córrego, Santa Bárbara, Minas Gerais córrego, Santa Bárbara, Minas Gerais

grãos irregulares grãos irregulares


paleoaluvião, Sabará, Minas Gerais Conceição do Mato Dentro, Minas Gerais
grãos dominados pela clivagem grãos dominados pela clivagem, luz transmitida
Alvorada de Minas, Minas Gerais Alvorada de Minas, Minas Gerais

grãos arredondados a irregulares, luz


grãos arredondados a irregulares
transmitida
Ra's Al Basit, Syria
Ra's Al Basit, Syria
grãos irregulares grãos irregulares, luz transmitida
córrego, Amparo do Serra, Minas Gerais córrego, Amparo do Serra, Minas Gerais

grãos irregulares grãos irregulares, luz transmitida


córrego, Ouro Fino, Minas Gerais córrego, Ouro Fino, Minas Gerais
Turmalinas

afrisita, grãos prismáticos e grãos arredondados


grãos prismáticos proximais
concentrado para diamantes, Diamantina, Minas
córrego São Tomé, Galiléia, Minas Gerais
Gerais

grãos prismáticos com estrias longitudinais grãos desgastados


córrego, Virgem da Lapa, Minas Gerais córrego, Virgem da Lapa, Minas Gerais
grãos proximais euédricos grãos proximais euédricos, luz transmitida
córregos que cruzam xistos, Divino das córregos que cruzam xistos, Divino das
Laranjeiras, Minas Gerais Laranjeiras, Minas Gerais

grãos de origem pegmatítica grãos de origem pegmatítica, luz transmitida


córrego, Mendes Pimental, Minas Gerais córrego, Mendes Pimental, Minas Gerais
grãos com bom arredondamento grãos com bom arredondamento, luz transmitida
praia de Alcobaça, Bahia praia de Alcobaça, Bahia

grãos euédricos grãos euédricos, luz transmitida


córrego, Serro, Minas Gerais córrego, Serro, Minas Gerais
duas populações de grãos agregados paralelos e radiais
Conceição dos Ferros, Minas Gerais córrego Rapadura, Diamantina, Minas Gerais

grãos de origem pegmatítica grãos de origem pegmatítica, luz transmitida


colúvio, Serra do Urucum, Minas Gerais colúvio, Serra do Urucum, Minas Gerais
grãos de origem pegmatítica grãos de origem pegmatítica, luz transmitida
córrego, Serra do Urucum, Minas Gerais córrego, Serra do Urucum, Minas Gerais
Xenotímio

grãos arredondados grãos arredondados, luz transmitida


rio Jequitinhonha, Terra Branca, Minas Gerais rio Jequitinhonha, Terra Branca, Minas Gerais

grãos prismáticos proximais grãos desgastados


concentrados para diamante, Diamantina, Minas concentrados para diamante, Diamantina, Minas
Gerais Gerais
grãos prismáticos com faces trerminais
grãos bipiramidais
preservadas
córrego, Morro do Pilar, Minas Gerais
rio Jequitinhonha, Terra Branca, Minas Gerais

grãos euédricos desgastados e metamitizados grãos euédricos


concentrado, Nazareno, Minas Gerais São Sebastião do Maranhão, Minas Gerais
grãos arredondados grãos arredondados, luz transmitida
rio Jequitinhonha, Mendanha, Minas Gerai rio Jequitinhonha, Mendanha, Minas Gerais
Zircão

grãos bem arredondados, alguns escuros ou em grãos bem arredondados, alguns escuros ou em
estado metamítico estado metamítico, luz transmitida
rio Jequitinhonha, Terra Branca, Minas Gerais rio Jequitinhonha, Terra Branca, Minas Gerais

grãos arroxeados bem arredondados, luz


grãos arroxeados bem arredondados
transmitida
rio Jequitinhonha, Terra Branca, Minas Gerais
rio Jequitinhonha, Terra Branca, Minas Gerais
grãos bem arredondados, alguns com grãos bem arredondados, alguns com
esfericidade alta esfericidade alta
Abre Campo, Minas Gerais Abre Campo, Minas Gerais

grãos bem arredondados, subpopulações grãos bem arredondados, subpopulações


coloridas coloridas
praias, Itapemirim, Espírito Santo praias, Itapemirim, Espírito Santo
grãos euédricos população de grãos esbranquiçados
praia de Guaxindiba, Rio de Janeiro praia de Piúma, Espírito Santo

grãos euédricos escuros grãos em estado metamítico


Conceição do Mato Dentro, Minas Gerais Guanhães, Minas Gerais
grãos euédricos escuros grãos euédricos escuros
Santa Maria de Itabira, Minas Gerais Paramirim, Bahia

grãos desgastados ftaruras e estruturas internas, luz transmitida


concentrado, rio Paraguassú, Bahia praia, Barra do Riacho, Espírito Santo
grãos arredondados em estado metamítico
grãos em estado metamítico
concentrado para diamantes, Mendanha, Minas
aluvião, Jacupiranga, São Paulo
Gerais

grãos em diversas situações grãos em diversas situações, luz transmitida


praias de Alcobaça, Bahia praias de Alcobaça, Bahia
grão euédrico arroxeado grãos euédricos
eluvião, Florânia, Rio Grande do Norte eluviao, Florânia, Rio Grande do Norte

grãos euédricos grãos euédricos


aluviões, São Rafael, Rio Grande do Norte aluviões, São Rafael, Rio Grande do Norte

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