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Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”

Câmpus de Tupã – Curso de Administração


Grupo de Pesquisa em Democracia e Gestão Social

NELSON RUSSO DE MORAES (ORIENTADOR)1


GABRIEL SERAFIM MOMBELLI2

ANÁLISE DO NÍVEL DE TRANSPARÊNCIA NA GESTÃO


PÚBLICA MUNICIPAL BRASILEIRA A PARTIR DAS
BASES TEÓRICAS DA DEMOCRACIA E DA
COMUNICAÇÃO

Projeto de Pesquisa proposto ao Edital UNESP PROPe nº 12/2016, pelo Grupo de


Pesquisa em Democracia e Gestão Social da UNESP Tupã, para conseguir um bolsista
PIBIC para o desenvolvimento

1
Doutor em Comunicação e Culturas Contemporâneas/Transparência na Gestão Pública (UFBA em
2013), Mestre em Serviço Social/Responsabilidade Social Empresarial (UNESP, em 2005), Especialista
em Gestão Pública (Faculdade Guaraí/TO, em 2010), Especialista em Gestão de Programas e Projetos
Sociais (Instituição Toledo de Ensino/Bauru, em 2002), Bacharel em Administração (ITE/Bauru, em
1995). Líder do Grupo de Pesquisa em Democracia e Gestão Social da UNESP Tupã.
2
Acadêmico do Curso de Administração da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” –
Câmpus de Tupã. Estudante pesquisador do Grupo de Pesquisa em Democracia e Gestão Social da
UNESP Tupã.
1 . INTRODUÇÃO

O homem durante toda sua história e evolução ao longo dos milênios mostrou
uma vocação natural para o exercício da atividade política, tal tendência foi evidenciada
pelo filósofo Aristóteles em sua célebre frase “ o homem é um animal político”, tal
afirmação demonstra a inclinação de nossa espécie para formar grupos e
consequentemente sociedades, bem como participar ativamente no processo de tomada
de decisões em relação ao meio no qual estão inseridos (ARISTÓTELES, 2016).

Considerando então essa inclinação, foi surgindo gradualmente durante o


processo histórico um sistema de governança que conseguisse viabilizar a participação
do indivíduo no processo decisório, assim como resolver os conflitos provenientes da
convivência em sociedade, cerceando as paixões inerentes a natureza humana através de
instituições de direito superiores dotadas de legitimidade.

Nesse contexto, surge então a democracia como sistema político capaz de


atender as demandas da sociedade, suas origens remontam a Grécia antiga, onde Platão
em sua obra a República constrói o modelo ideal da Pólis grega, onde essa seria
constituída por produtores, guerreiros e guardiões, sendo governada por uma
Aristocracia onde cada cidadão teria uma função de acordo com suas capacidades
(PLATÃO, 2007).

A partir disso, os moldes para o sistema de governo contemporâneo estavam


estabelecidos. A democracia contemporânea conta com diversos mecanismos que a
população pode utilizar para exercer controle sobre as tomadas de decisões de seus
líderes políticos, tais mecanismos são legitimados por leis que definiram parâmetros sob
os quais os ocupantes de cargos públicos possam proceder com aquilo que é
considerado um bem de todos. Nesse aspecto, surge no Brasil uma série de leis
relacionadas a transparência dos gestores em relação a administração do aparelho estatal
(BRASIL, 1988) . Logo, com a existência de tais mecanismos, a participação da
população torna-se essencial para a manutenção de um sistema democrático efetivo na
sociedade.
2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral


Estabelece-se então como objetivo geral analisar a conexão entre o
desenvolvimento das prestações de contas públicas brasileiras e a evolução do processo
de participação no controle social sobre o aparelho Estatal com a finalidade de legitimar
a transparência pública.

2.2 Objetivos específicos


• Expor conceitualmente temas relevantes para o desenvolvimento do
trabalho, tais como “democracia”, “transparência”, “controle social sobre o Estado” e
“accountability”.
• Analisar a evolução da publicação de contas públicas pelas prefeituras
municipais brasileiras, segundo os princípios da teoria da comunicação, bem como os
critérios legislativos evidenciados pelas leis concernentes a transparência pública.
• Classificar os municípios analisados com relação à transparência das
informações disponíveis em seus respectivos websites.

3 METODOLOGIA

Considerando os objetivos delimitados pela pesquisa, tem-se que abordagem


escolhida para amparar a busca pelos resultados esperados é a de caráter exploratório,
pois esse objetiva maior aproximação e familiaridade com o tema, com o intuito de
torná-lo mais explícito, GIL (2002) afirma que a abordagem exploratória é bastante
flexível, pois considera os diversos aspectos e características do problema estudado,
assumindo geralmente a forma de pesquisa bibliográfica e estudo de caso.

Em relação aos procedimentos para o levantamento de informações necessárias


para o desenvolvimento da pesquisa, foi utilizado tanto a pesquisa bibliográfica quanto
documental, a primeira consiste em toda a bibliografia publicada sobre o tema de estudo
tais como publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros entre outros. Já a
segunda trata-se das publicações que estão restritas a documentos, constituindo o que se
denomina de fontes primárias (MARCONI; LAKATOS, 2003).

Em relação aos procedimentos técnicos é válido ressaltar a escolha do estudo de


caso como meio relevante para o levantamento e análise de informações concernentes
ao objeto de pesquisa, pois segundo BOAVENTURA (2004) nesse tipo de
procedimento busca-se a aplicação prática de conhecimentos previamente ou
posteriormente adquiridos com o intuito de solucionar problemas sociais. Corroborando
com isso Prodanov e Freitas (2013) conceituam o estudo de caso como a coleta e análise
de informações a respeito de um determinado indivíduo, família ou grupo com o
objetivo de viabilizar o estudo de diversos aspectos concernentes a sua vida, sendo um
tipo de pesquisa que trabalha tanto com variáveis qualitativas quanto quantitativas.

Para definir o espaço amostral da pesquisa considerou-se a constituição de 5.565


municípios no Brasil segundo o IBGE (2014), dentre os quais 283 possuem população
igual ou maior que 100.000 habitantes. A partir disso foi adotado como critério de
seleção para o objeto de estudo dessa pesquisa o Produto Interno Bruto (PIB) desses
municípios. Após isso, utilizou-se amostragem estatística3 para investigar uma amostra
representativa de 283 municípios, sendo definida a amostra de 23,3 municípios,
arredondado para 25 (MARTINS, THEÓPHILO, 2009).
Em relação ao intervalo de confiança, adotou-se o nível de confiança de 75% e
erro de estimação optativo para estimar o tamanho da amostra. Utilizou-se 95% de nível
de confiança, cujo valor é de 1,65, 10% de erro de estimação e as proporções de 50%,
tanto para acerto quanto para erro (p; q). Dessa maneira chegou-se a amostra de 25
municípios, escolhidos relativamente ao tamanho e volume econômico do PIB, como
mencionado anteriormente.
Delimitado a amostra que será objeto de estudo da pesquisa, tem-se que os
municípios escolhidos são: Barueri (SP); Belém (PA); Belo Horizonte (MG); Brasília
(DF); Campinas (SP); Campos dos Goytacazes (RJ); Curitiba (PR); Duque de Caxias
(RJ); Fortaleza (CE); Goiânia (GO); Guarulhos (SP); Jundiaí (SP); Manaus (AM);
Osasco (SP); Porto Alegre (RS); Recife (PE); Ribeirão Preto (SP); Rio de Janeiro (RJ);

3
n=Z².p.q.N/Z².p.q+e².(N-1). Z²=índice de confirmação da amostra (95%), p=probabilidade de ocorrer o
acerto (50%), N=número de municípios (283), q=probabilidade de erro (50%), e²=erro (10%).
Salvador (BA); Santo André (SP); São Bernardo do Campo (SP); São José dos Campos
(SP); São Paulo (SP); Sorocaba (SP) e Uberlândia (MG).
Após a definição da amostra, foram analisadas as prestações de contas públicas,
referentes às Leis n. 101/2000 e 131/2009, utilizou-se para esse fim uma ficha de
navegação orientada nos portais destas prefeituras e em suas páginas de transparência
das contas públicas. A navegação orientada constitui-se de 6 aspectos de análise de
acordo com os Padrões Brasil e-Gov (Cartilha de Usabilidade) e práticas relevantes
dentro desses padrões.

4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

4.1 DEMOCRACIA E CIDADANIA

A concepção de “poder da maioria” é uma condição intrínseca de um sistema de


governo moderno que possa ser considerado democrático, o qual garante direitos e
deveres para os cidadãos que vivem sobre sua jurisdição. Todas essas asserções
originam-se da filosofia clássica, porém é necessário para o desenvolvimento do
trabalho uma definição consistente a respeito da significação do termo “cidadão” assim
como suas implicações políticas dentro de um sistema de governo democrático
(PLATÃO, 2007).
O filósofo Grego Aristóteles já desenvolvia as características necessárias para
que um indivíduo seja considerado um cidadão. Segundo sua abordagem, um indivíduo
não pode ser considerado um cidadão simplesmente por viver em uma determinada
nação, pois esse critério desconsidera a existência de estrangeiros que partilham desse
mesmo espaço geográfico. Tampouco é cidadão aquele que vive sob um mesmo sistema
jurídico, já que estrangeiros podem estar sujeitos à jurisdição do país que visitam. Para
que um indivíduo seja de fato cidadão, ele deve participar de maneira ativa das decisões
políticas de seu país, tendo direito ao voto, bem como a ocupação por meio de eleições a
cargos públicos (ARISTÓTELES, 2016).
Embora as bases para o sistema democrático precedam a contemporaneidade há
mais de dois milênios, com a derrocada da civilização clássica, apenas no século XX é
que os sistemas democráticos de governo tiveram seu triunfo definitivo, isso se deve
principalmente a vitória das nações democráticas sobre os regimes ditatoriais na
segunda guerra mundial. A quebra da bipolaridade entre Estados Unidos e União
Soviética, após a dissolução desta última em 1991, reforçou ainda mais a necessidade de
tratar a democracia como um axioma necessário a qualquer modelo governamental
(HOBSBAWN, 2014).

4.2 TRANSPARÊNCIA GOVERNAMENTAL E INTERNET

Após todo esse processo histórico, a discussão da democracia mudou de foco, se


antes discutia-se sobre a sua capacidade de perdurar diante de tantas tensões, agora é
necessário definir os meios pelos quais garante-se seu pleno exercício assim como sua
legitimidade. Portanto é necessário que a população tenha acesso a todas as informações
relacionadas às atividades governamentais. Segundo Bobbio (1984), a disponibilidade
das informações depende da oferta ao público de visibilidade, cognoscibilidade,
acessibilidade e, portanto, controle dos atos daqueles que ocupam cargos políticos.

Objetivando o controle dos cidadãos para com o aparelho estatal a transparência


pública das informações é imprescindível de acordo com Birkinshaw essa (2006) deve:

[...] fornecer explicações razoáveis para as decisões, dar razões adequadas


quando o poder afetando o bem público ou indivíduos é exercido de maneira
positiva ou negativa. Também significa tornar os processos de governar e
legislar tão acessíveis e compreensíveis quanto possível – simplificando-os
de modo a torná-los mais facilmente inteligíveis pelo público. Complexidade,
desordem e segredo são características que a transparência procura combater
(BIRKINSHAW, 2006, p. 189-190).

Tratando-se das categorias de transparência, essa é dividida entre ativa e passiva.


A primeira faz referência ao cumprimento periódico de informações relacionadas a
gestão estatal com respeito a suas funções, atividades, dotações, orçamento, objetivos,
indicadores de gestão, sistemas de atenção ao público, etc, e a segunda engloba a
obrigação a qual deve submeter-se o Estado para conceder aos cidadãos que requeiram,
acesso oportuno e tempestivo à informações que estejam sob o controle de órgãos
públicos, salvo em razão legal previamente estabelecida (YAZIGI, 1999, p. 8-9).
É através da transparência que se torna possível o controle social. O
entendimento do significado de controle no âmbito da administração pública refere-se
“fiscalização, investigação, acompanhamento da execução daquilo que foi decidido e
constituído por quem tem o poder político ou a competência jurídica de tomar decisões
de interesse público”. Em outras palavras, o controle social se traduz na possibilidade de
fiscalização das ações do estado pelos seus cidadãos. (SIRAQUE, 2009).

A premissa de que a vontade de povo deve ser preponderante na execução das


atividades públicas, ou seja, a ideia de soberania popular, apresenta-se como um desafio
aos sistemas democráticos modernos. Portanto, de maneira natural, a comunicação
pública como mecanismo capaz de assegurar a participação da esfera civil na condução
dos negócios públicos surge como temática central na retomada da capacidade de
exercício da cidadania (GOMES, 2005, p 216).
Neste sentido, segundo Maia (2008, p. 283), a inclusão e transformação daquilo
que é considerado de interesse público depende da ação discursiva da sociedade civil.
Esse novo aspecto onde o compartilhamento de informações e interesses é facilitado e
ampliado encontra grande apoio com o surgimento das tecnologias de comunicação
moderna, principalmente a internet.
Dessa maneira, o uso da transparência como instrumento capaz de reforçar a
comunicação pública diante da sociedade civil passa a ser aplicado no Brasil a partir da
promulgação da Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei n. 101/2000), que incumbe Estado
a divulgação dos planos, orçamentos, leis orçamentárias, prestação de contas, pareceres
prévios e relatórios resumidos de execução do orçamento e gestão fiscal, dentro de seus
respectivos prazos, inclusive por meios eletrônicos de acesso. Complementarmente a
esta lei, promulga-se a Lei n. 131/2009, definindo a Internet como plataforma
obrigatória para a publicação de informações em tempo real sobre a execução
orçamentária e financeira do erário público (MORAES et al 2015, p. 4-5).
Mais recentemente, é promulgada a Lei de Acesso à Informação/LAI (Lei n.
12.527/2012), regulamentando a prestação de informações por órgãos e entidades da
administração pública, direito garantido constitucionalmente pelo art. 5º inciso XXXIII,
art. 37 inciso II e art. 216 §2º da CF (BRASIL, 1988). Em conjunto, essas três
legislações compreendem a política de transparência implementada nacionalmente.
Outro aspecto essencial no que diz respeito à publicação das informações está na
usabilidade, que se refere à aplicação de técnicas que facilitem a utilização de um
determinado site (Brasília, 2010). Sendo assim seus principais objetivos são:
-facilidade de uso;
-facilidade de aprendizado;
-facilidade de memorização de tarefas;
-produtividade na execução de tarefas;
-prevenção, visando a redução de erros;
-satisfação do indivíduo.

Em relação a quais órgãos devem agir sobre as diretrizes da lei de transparência


e de responsabilidade fiscal, o artigo 2º evidencia:
Art. 2o Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, às entidades
privadas sem fins lucrativos que recebam, para realização de ações de
interesse público, recursos públicos diretamente do orçamento ou mediante
subvenções sociais, contrato de gestão, termo de parceria, convênios, acordo,
ajustes ou outros instrumentos congêneres. (LEI Nº 12.527/2011).

O artigo 3º demonstra os princípios básicos que viabilizam o acesso à


informação:
Art. 3o Os procedimentos previstos nesta Lei destinam-se a assegurar o direito
fundamental de acesso à informação e devem ser executados em conformidade com os
princípios básicos da administração pública e com as seguintes diretrizes:
I - observância da publicidade como preceito geral e do sigilo como exceção;
II - divulgação de informações de interesse público, independentemente de
solicitações;
III - utilização de meios de comunicação viabilizados pela tecnologia da
informação;
IV - fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência na administração
pública;
V - desenvolvimento do controle social da administração públicapossível, sem
modificações. (LEI Nº 12.527/2011)

Por fim, ressalta-se o artigo 5º, que define os requisitos e ferramentas necessárias
quanto a divulgação de informações nos websites.
Art. 5º - É dever do Estado garantir o direito de acesso à informação, que será
franqueada, mediante procedimentos objetivos e ágeis, de forma transparente, clara e
em linguagem de fácil compreensão.
Complementando os seguintes requisitos:
I - conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que permita o acesso à informação
de forma objetiva, transparente, clara e em linguagem de fácil compreensão;
II - possibilitar a gravação de relatórios em diversos formatos eletrônicos,
inclusive abertos e não proprietários, tais como planilhas e texto, de modo a facilitar a
análise das informações;
III - possibilitar o acesso automatizado por sistemas externos em formatos
abertos, estruturados e legíveis por máquina;
IV - divulgar em detalhes os formatos utilizados para estruturação da
informação;
V - garantir a autenticidade e a integridade das informações disponíveis para
acesso;
VI - manter atualizadas as informações disponíveis para acesso;
VII - indicar local e instruções que permitam ao interessado comunicar-se, por
via eletrônica ou telefônica, com o órgão ou entidade detentora do sítio; e
VIII - adotar as medidas necessárias para garantir a acessibilidade de conteúdo
para pessoas com deficiência, nos termos do art. 17 da Lei no 10.098, de 19 de
dezembro de 2000, e do art. 9o da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência, aprovada pelo Decreto Legislativo no 186, de 9 de julho de 2008. (LEI Nº
12.527/2011)

Segundo o manual, a acessibilidade pode ser definida como o estudo e a


aplicação de técnicas que proporcionem a facilidade de uso de um dado objeto, no caso,
um sítio, buscando assegurar que qualquer pessoa consiga usá-lo e que este funcione da
forma esperada pela pessoa tendo como objetivo a facilidade de uso, aprendizado,
memorização de tarefas, produtividades na execução dessas, prevenção com a finalidade
de evitar erros e a satisfação do indivíduo (BRASIL, 2010).

4.3 APRESENTAÇÃO DA FICHA DE NAVEGAÇÃO

Será apresentado a seguir a ficha de navegação utilizada como referência no


levantamento de informações necessárias para a avaliação do nível de transparência dos
municípios analisados na pesquisa. Com o intuito de facilitar o entendimento da
estrutura da ficha de navegação, essa será apresentada dividida em quatro blocos de
informações.

4.3.1 Apresentação do munícipio e do website


Quadro 1 Apresentação do munícipio e do website
REGIÃO
UNIDADE
MUNICÍPIO GEOGRÁFICA
FEDERATIVA
.
PIB(X R$1.000,00) PIB PER
POPULAÇÃO (2016) IDH
CAPTA (em
(2010) .
R$)
ELEITORADO (201X) REPASSES FEDERAIS EM 2014
(R$1,00)
ENDEREÇO (URL completo)
Fonte: Adaptado pelo autor com base em (MORAES, 2016).

O primeiro quadro consiste na apresentação das informações concernentes as


características políticas e demográficas do município a ser analisado, tais como nome do
munícipios, população, produto interno bruto per capita, eleitorado, dentre outros. Tais
informações são fornecidas por algum instituto de pesquisa e estatística, no caso desse
trabalho o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

4.3.2 Registro da navegação orientada

Quadro 2 : Registro da navegação orientada

PRIMEIRA
SEGUNDA TERCEIRA QUARTA
30/12/2016 13:31
Título do link de acesso
Navegante
Fonte: Adaptado pelo autor com (MORAES, 2016).

O Quadro 2 foi criado visando o controle periódico da data e horário de navegação nos
websites da prefeituras municipais, com isso tem-se um mecanismo de documentação
caso o acesso em uma o acesso em uma determinada página não seja bem sucedido
devido a alguma circunstância externa.
4.3.3 Transparência - Publicação dos relatórios
Quadro 3: Transparência - Publicação dos relatórios
Transparência - Publicação dos relatórios (de acordo com princípios da Teoria da Democracia e da Comunicação)
CRITÉRIO REFE-RÊNCIA PONTUAÇÃO ELEMENTO
A Organização de pastas/arquivos
A 0,5 encontra-se em ordem crescente de
períodos de referência?
B 0,5 Respeita-se o tempo de publicação?
Relatório Resumido de Execução O acesso é livre? (Sem filtragens ou
Orçamentária (RREO) C 0,5 senhas/ classificação orçamentaria
para o acesso)
Existe publicação pormenorizada
D 0,5 (em tempo real) desde maio de
2010?
A Organização de pastas/arquivos
E 0,5 encontra-se em ordem crescente de
períodos de referência? (RGF)
F 0,5 Respeita-se o tempo de publicação?
O acesso é livre? (Sem filtragens ou
Relatório de Gestão Fiscal (RGF)
G 0,5 senhas/ classificação orçamentaria
para o acesso)
Existe publicação pormenorizada
H 0,5 (em tempo real) desde maio de
2010?
Acesso sem filtros ou necessidade de
I 0,5 definição de classificação
orçamentária
Publicação Pormenorizada de
O sistema gera relatório consolidado
Execuções Orçamentárias J 0,5
e em ordem de data?
Cumpre-se o prazo de publicação?
K 0,5
(48h)
Fonte: Adaptado pelo autor com (MORAES, 2016).

Em relação ao quadro 3, pode-se considerá-lo como o mais relevante para a definição


do nível de transparência dos municípios estudados, pois trata-se da publicação dos
documentos fiscais dos entes em questão, abarcando aspectos como: a organização das
pastas de forma crescente e inteligível, se os documentos estão sendo publicados
respeitando o prazo definido pela lei, se as publicações estão sendo expostas
ininterruptamente desde maio de 2010, entre outros. Todos esses aspectos são
determinantes para o correto exercício da transparência pública.
4.3.4 Transparência - Acessibilidade, Usabilidade e educação Fiscal.

Quadro 4: Transparência – Acessibilidade, Usabilidade e Educação Fiscal.

Transparência -Acessiibilidade, Usabilidade e Educação Fiscal(de acordo com princípios da Teoria da Democracia e da Comunicação)
CRITÉRIO REFE-RÊNCIA PONTUAÇÃO ELEMENTO
Existe ferramenta de aumento do
L1 (0,25)
tamanho da fonte?
Existe ferramenta de alteração da cor
L2 (0,25)
do fundo da tela?
Existe versão do website para línguas
L3 (0,25)
estrangeiras?
Os dados estão disponíveis em
L4 (0,25)
planilha editável?
Acessibilidade
Chega-se a página de transparência
L5 (0,25)
com apenas um redirecionamento?
O link da seção de prestação de
L6 (0,25) contas encontra-se antes da “dobra
de página”?
Está disponível a ferramenta de
L7 (0,25) busca no website por meio de palavra
chave?
Está disponível o link para
M1 (0,25)
transparência no mapa do website?
O link da seção de prestação de
M2 (0,25) contas permanece visível a todo o
Usabilidade momento?
M3 (0,25) Existe glossário de termos técnicos?
Existe cartilha ou manual sobre
M4 (0,25)
transparência na gestão pública?
M5 (0,25) Existe repositório do PPA?
N1 (0,25) Existe repositório do LDO?
N2 (0,25) Existe repositório do LOA?
N3 (0,25) Existe a legislação 101/2000?
N4 (0,25) Existe a legislação 131/2009?
Educação Fiscal
N5 (0,25) Existe a legislação 12.527/2011?
Existem links de acesso ao TCE, ao
N6 (0,25) Portal Transparência e ao Controle
Interno?
TOTAL PONTUADO
Fonte: Adaptado pelo autor com (MORAES, 2016).

O último quadro refere-se os critérios de Acessibilidade, Usabilidade e Educação Fiscal,


os quais são responsáveis por facilitar a navegação no website, permitindo com que
indivíduos portadores de algum tipo de necessidade especial possam utilizar os sites
sem nenhum tipo de dificuldade. Nesse sentido, os critérios analisados nessa sessão
podem ser considerados complementares aqueles relacionados a publicação dos
documentos fiscais. Portanto, a existência de glossários, aumentos da fonte, troca da cor
de fundo, dentre outros, são elementos constituintes desse último quadro.

5 RESULTADOS

A seguir será apresentado a pontuação das prefeituras analisadas em relação ao seu


nível de transparência com base na ficha de navegação, bem como a proporção de
prefeituras que conseguiram atender um determinado requisito em sua integralidade.
Quadro 5: Pontuação dos municípios segundo seu respectivo nível de transparência.
Município Pontuação
Fortaleza 9
São José dos Campos 8,75
Curitiba 8,75
Recife 8,75
Belo Horizonte 8,5
Brasília 8,5
Ribeirão Preto 8,5
São Paulo 8,25
Jundiaí 8
Porto Alegre 8
Sorocaba 7,75
Guarulhos 7,5
Manaus 7
Belém 6,75
Salvador 6,75
Osasco 6,5
Santo André 6,25
São Bernardo do Campo 6,25
Campinas 6
Rio de Janeiro 6
Uberlândia 6
Goiânia 5,75
Campos dos Goytacazes 5,25
Barueri 4,5
Duque de Caxias 2,75
Fonte: Elaborado pelo autor com base no monitoramento dos sites das prefeituras municipais através da ficha de navegação
orientada.

Como evidenciado no quadro apresentado, o município de Fortaleza obteve a maior


pontuação em relação ao seu nível de transparência, acumulando 9 pontos, deixando de
apresentar dados concernentes a versão do website em língua estrangeira, link da
transparência do mapa do website, glossário de termos técnicos e manual sobre a
transparência na gestão pública, onde cada critério tem a pontuação de 0,25 pontos na
construção da nota de transparência. Em relação ao último colocado, essa posição é
ocupada pelo município de Duque de Caxias, marcando apenas 2,75 pontos, isso se
deve ao fato de que o website do município deixou de exibir a grande maioria dos
critérios avaliados pela ficha de transparência com relação a publicação de suas
informações, havendo a completa ausência de seu relatório resumido de execução
orçamentária (RREO) assim como de suas publicações pormenorizadas, os quais juntos
somam 3,5 pontos para a composição da pontuação.
A seguir será apresentada a proporção entre o número de prefeituras municipais que
cumpriram integralmente os critérios de transparência em relação ao número total de
prefeituras analisadas.
Gráfico 1: Proporção de municípios que cumpriram integralmente os critérios de transparência pública.

Fonte: Elaborado pelo autor com base na ficha de navegação orientada dos municípios estudados.

Como pode ser constatado no gráfico apresentado, dezenove dos vinte e cinco
municípios analisados, cerca de 75%, cumpriram integralmente as publicações
concernentes ao Relatório Resumido de Execução Orçamentária (RREO), o qual é
publicado bimestralmente. Tratando-se do Relatório de Gestão Fiscal (RGF), esse que é
de publicação quadrimestral, o número de municípios que cumpriram com os requisitos
apresentados pela ficha de navegação caiu de dezenove para quinze, cerca de 60% do
total. Essa proporção cai ainda mais quando se Analisa a Publicação Pormenorizada de
Execuções Orçamentárias, onde treze dos vinte e cinco munícipios cumpriram os
critérios estabelecidos pela ficha de navegação. Em relação aos critérios de
acessibilidade, usabilidade e educação fiscal, nenhum dos municípios cumpriu
integralmente todos os critérios relacionados ao primeiro, principalmente no que tange a
presença de uma versão do website em língua estrangeira, onde apenas o município de
Curitiba apresentou esse aspecto. Analisando a usabilidade dos websites, somente
quatro dos vinte e cinco municípios, cerca de 15%, apresentaram todos os parâmetros
requeridos por esse critério. Por fim, no levantamento de municípios analisados sob a
perspectiva da exposição de informações referentes à educação fiscal, apenas Fortaleza
apresentou todos os documentos que integram esse critério.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com todo o desenvolvimento do trabalho e a mensuração do nível de transparência dos
municípios estudados, percebe-se que embora haja um esforço por partes dos gestores
responsáveis para a publicação das contas publicas referentes às atividades financeiras
exercidas pelas prefeituras, ainda há muitos aspectos que devem ser melhorados,
principalmente no que diz respeito aos critérios de acessibilidade, o qual muitas vezes é
deixado de lado na construção dos websites, não dificultando somente a navegação
daqueles que possuem algum tipo de deficiência, mas também inviabilizando que
pessoas de outras nacionalidades possam acessar o conteúdo do site de maneira
inteligível. Outra circunstância que foi percebida durante a navegação dos websites que
vale ser ressaltado é a ausência de padronização na publicação pormenorizada de
execuções orçamentárias por partes dos websites, tal documento, diferentemente do
Relatório Resumido de Execução orçamentária (RREO) e do Relatório de Execução
Fiscal (RGF), não segue uma estrutura predefinida, sua estrutura e modo de publicação
tem um alto grau de variação de acordo com o website do município que esta sendo
analisado, isso acaba por dificultar a identificação e avaliação desse aspecto dentro dos
websites das prefeituras, prejudicando assim, o processo de transparência pública.
É válido salientar que esse estudo trata-se de uma análise pontual a respeito dos critérios
escolhidos como imprescindíveis para uma boa transparência na publicação das
informações pelas prefeituras estudadas. Portanto, isso não significa que os municípios
não possam melhorar esses aspectos futuramente e consequentemente, segundo a
metodologia adotada nesse trabalho, aumentar sua pontuação em relação à ficha de
navegação orientada.
Após o levantamento de todas essas informações durante a execução desse trabalho,
como ressalva final deve-se clarificar que toda abordagem constituída até aqui, junto
com a apresentação do ranking dos municípios segundo sua transparência, tem o
propósito de exercer uma critica construtiva aos entes analisados, com o objetivo de
identificar os pontos que devem ser melhorados na apresentação das informações,
contribuindo assim para a participação de todos na gestão da administração pública,
pois o que esse trabalho evidenciou, além do nível de transparência das prefeituras
analisadas, é que o exercício da cidadania de forma plena e responsável depende da
participação constante não somente dos governantes, mas também de toda a população
que vive sob o seu comando.
7 REFERÊNCIAS

ARISTÓTELES. A Política. 6. ed. São Paulo: Martin Claret, 2016. 283 p.

BIRKINSHAW, P. Freedom of information and openness: fundamental human rights?


Administrative Law Review, Estados Unidos da América, v. 58, n. 1, p. 177-218,
2006.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.


Disponível em:
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