INDICADORES GEOLÓGICOS 14
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JIGA 83
SLUICE 83
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CAPÍTULO I
Os filósofos gregos, cujo método de enfrentar a maior parte dos problemas era
teórico e especulativo, decidiram que a terra era constituída por muito poucos elementos,
ou substâncias básicas. Cerca de 430 a.c., foram definidos quatro substâncias: a terra, o
ar, a água e o fogo. Aristóteles, um século mais tarde, propôs que os céus constituíam
um quinto elemento, o éter. Os alquimistas medievais, no estudo da matéria, perderam-
se em charlatices e magias, mas chegaram a conclusões mais sólidas e razoáveis do
que os gregos porque pelo menos, manipulavam as matérias sobre as quais
especulavam.
Procurando explicar as diversas propriedades, os alquimistas ligaram estas
propriedades a certos elementos de controle que acrescentaram a lista. Identificaram o
mercúrio como o elemento que dava propriedades metálicas as substâncias, e o enxofre
como o elemento que produzia a inflamabilidade. Um dos últimos e melhores alquimistas,
o médico suíço, conhecido por Paracelso, acrescentou já no século XVI, o sal como o
elemento que dava resistência térmica.
Os alquimistas perceberam que uma substância podia ser transformada noutra
por simples acrescentar e subtracção de elementos nas proporções adequadas. Por
exemplo, um metal como o Pb, poderia ser transformado em “ouro”, por acrescentar uma
quantidade adequada de mercúrio. Estes processos de transformação de metais em
outros levaram a descoberta de substâncias bastante importante como os ácidos
minerais – ácido azótico, ácido clorídrico e em particular o ácido sulfúrico (propriamente
obtido em 1300) – e o fósforo. Os ácidos então descobertos produziram uma verdadeira
“revolução científica”, permitindo decompor substâncias sem usar grandes temperaturas
ou esperar muito tempo. Ainda hoje os ácidos, em particular o ácido sulfúrico, têm uma
importância vital na industria.
Diz-se que o grau de industrialização de uma nação pode ser avaliado pelo seu
consumo anual de ácido sulfúrico.
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Contudo, poucos foram os alquimistas que seguiram esta via, i.e., a procura da
verdade sobre os elementos e substâncias, optando por aquilo a que chamaram ou
melhor consideraram ser o seu principal objectivo. Estes membros da comunidade
científica, pouco escrupulosos, produziram ouro falsificado a fim de garantirem apoios
financeiros. Este fenómeno levou a que a palavra alquimista, no século dezoito, tivesse
que ser abandonada para dar lugar a palavra químico. A alquimia passou a ser a ciência
designada por química.
Nos inícios desta “nova” ciência, um dos pioneiros mais brilhantes foi Robert
Boyle, que apresentou as conhecidas leis sobre as fases que têm o seu nome. Foi Boyle
quem introduziu o critério moderno da definição de um elemento:
Uma substância básica pode ser combinada com outros elementos de modo a
formar compostos e que, inversamente, não pode ser decomposta numa substância mais
simples depois de ser isolada de um composto.
Contudo, Boyle, assim como Isaac Newton, mantinham a opinião medieval sobre
os elementos existentes, por exemplo, pensavam que o ouro não era um elemento e
podia ser formado a partir de outros metais. O imperador Francisco José da Austrália –
Hungria subsidiou experiências de Isaac Newton para obtenção de ouro até 1867.
No século seguinte ao de Boyle, o trabalho químico prático, começou a esclarecer
quais as substâncias poderiam ser divididas noutras mais simples e quais não o podiam
ser. Henry Cavedish mostrou que o oxigénio se combina com o hidrogénio formando a
água, pelo que esta não pode ser considerada um elemento. Mais tarde Lovoisier
separou o elemento ar em oxigénio e azoto. Tornou-se então evidente, que nenhum dos
elementos dos gregos o era de facto segundo o critério de Boyle, os elementos dos
alquimistas; mercúrio, enxofre, ferro, estanho, chumbo, cobre, prata, ouro e outras
substâncias não metálicas como o fósforo, o carbono e arsénio, mostraram “segundo
Boyle” ser verdadeiros elementos. O “elemento” Sal de Paracelso, acabou por ser
subdividido em duas substâncias mais simples. Como é óbvio a definição de elemento
dependia da química da época. Enquanto uma substância não era separada pelas
técnicas existentes, podia ser considerado como um elemento, por exemplo, a lista de
trinta e três elementos de Lovoisier continha substâncias como o sal, a magnésia, e
quartzo até anos depois de Loivisier ter morrido na guilhotina durante a revolução
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francesa. O químico inglês Humphry Devy, usando uma corrente eléctrica para separar
as substâncias, dividiu o Cal em oxigénio e um novo elemento a que chamou cálcio e do
mesmo modo dividiu a magnésia em oxigénio e magnésio. Por outro lado, Devy
conseguiu mostrar que um gás verde que o químico sueco Schecles produzira a partir de
ácido clorídrico, não era um composto desse ácido e de oxigénio, como se pensava, mas
sim um verdadeiro elemento a que chamou cloro (do termo grego que indica verde).
A contínua investigação levou ao conhecimento de outros elementos, desde o
século XIX os químicos começaram a sentir embaraços para ordenar segundo critérios
lógicos todos os elementos conhecidos. Assim apareceu depois da introdução do
conceito de peso atómico, a tabela periódica de Mendeleev, um químico russo, em 1869,
que mostrava a ocorrência periódica de propriedades químicas semelhantes.
A descoberta do Raio-X por Roentgen, inaugura uma nova Era na história da
tabela periódica. Em 1711, o físico inglês Charles Barkla, tinha descoberto que quando
os raios - x são bloqueados por um metal, os raios dispersados possuem um poder de
penetração bem definido, que é função do tipo do metal:
Por outras palavras, cada elemento produz os seus próprios raios-x
característicos.
Estudos aturados permitiram a identificação de elementos radioactivos, elementos de
transição, elemento pesados, os gases nobres ou inertes, os elementos das terras - raras
e actanídios.
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CAPITULO II
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Métodos de Prospecção
A prospecção desenvolveu-se nos últimos anos no sentido do uso de técnicas bastante
sofisticadas e cada vez mais dispendiosas. A procura de afloramentos ou mineralizações
ligadas a afloramentos é cada vez menos atractiva, uma vez que são cada vez maiores
as áreas prospectadas e cada vez menos os jazigos aflorantes.
O interesse da pesquisa esta se virar para áreas potenciais em que se espera que as
concentrações de minerais de interesse sejam maiores e que estejam cobertos de
aluviões, rochas sedimentares vulcânicas, água dos mares, etc. Por isso tem se tornado
necessário o desenvolvimento de técnicas que permitam descobrir depósitos “não
visíveis a partir da superfície”.
Uma sequencia completa de prospecção começa com:
- avaliação de regiões vastas e selecção de subáreas de interesse.
- Reconhecimento das regiões favoráveis na busca de alvos
- Alvos investigados com detalhe, primeiro a partir da superfície e depois
tridimensiolmente (sondagens).
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Selecção da área
o Áreas de background (não favoráveis de momento)
Áreas favoráveis
Reconhecimento aéreo
o Alvos não prioritários
Alvos prioritários
1° fase de sondagens
¾ zonas não favoráveis
descoberta de mineralização
2° fase de sondagens
¾ Alvos não económicos
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Tendo demonstrado que a prospecção é uma operação de alto risco, qualquer programa
de prospecção deve ser amplo, partindo dum interesse regional (background) e
seleccionando áreas de interesse dentro de províncias definidas. Então a prospecção
deve ser única e focalizada, seleccionando e concentrando se em alguns casos que
podem ter interesse económico.
Exemplos
Prospecção de cobre profíritico (SW USA)
1a Fase – Estudo regional
Compilação geológica
Estudos fotogeológicos
Análise estrutural
Inspecção no terreno (aérea e no terreno)
a
2 Fase – Estudo detalhado
Mapeamento e reconhecimento geológico dos afloramentos
Campanha geoquímica de linhas de agua
Aeromagnética
Gravimetria
Polarização induzida
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CAPITULO III
INDICADORES GEOLÓGICOS
Após a dissertação feita nas secções anteriores importa discutir aqui em detalhe
os indicadores geológicos. Os indicadores podem ser classificados de varias formas, a
que se apresenta a seguir é uma delas.
CLASSIFICAÇÃO DOS INDICADORES
Ponto de vista geral
I – Qualitativos (Estruturais – Morfológicas)
Relacionam-se com aspectos técnicos, geomorfológicos, estruturais,
mineralógicos e litológicos.
II – Quantitativos (Geoquímicos)
Relaciona-se com a presença, ausência ou abundância relativa duma
certa substância (ião no solo, plantas, aguas) na superfície ou no
subsolo.
Ponto de vista Génese e/ou cronologia
I – Sin-genetico
Relaciona-se com fenómenos contemporâneos a formação do jazigo e
que controlam a sua génese e concentração
II – Epigenético (fora da génese do jazigo; pode ser pré ou pós)
Pós genéticos – posteriores a formação do jazigo e que resultam da
acção da presença do jazigo; P. Ex. os chapéus de ferro, subsistência
provocada por trabalhos mineiros antigos.
Rochas ígneas
a1 – batólitos e outros intrusivos = por ex. Portugal, vários jazigos de
wolfránio e estanho estão na dependência directa do maciço granítico das Beiras.
a2 – Rochas vulcânicas de determinadas idades = actividade ígnea por ex.
rochas verdes de Manica em Moçambique (Au). Continua.
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Zonas de fracturarão as quais se associam a região e não as fracturas principais mas sim
a região.
Ex. Mather Lode na Califórnia
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INDICADORES GEOMORFOLOGICOS
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A expressão topográfica dos jazigos de ferro é importante por duas razoes: para que
o jazigo tenha valor comercial, tem que ser grande, possante e regular, o que
evidentemente conduz a manifestação morfológica proporcionalmente grande em
segundo lugar porque em geral, os minérios ou são muito resistentes a erosão (Ex os
itabiritos de Minas Gerais (Brasil) e as cabeças hematiticas de Portugal) ou muito
vulneráveis como os minérios carbonatados.
Concentração
Numa fase posterior a região sofre uma sobre elevação acompanhada por erosão
intensa, estabelecendo-se cursos de água sobre linhas que cortam o antigo solo residual
a sedimentação preferencial do minério duro em determinados pontos privilegiados
conduz a formação de placers mais ricos que solo residual de que resultam.
Protecção
Os jazigos aluviais assim formados podem vir a desaparecer se o processo
erosivo que lhes deu origem se prolongar por tempo suficiente para que eles próprios
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sejam atingidos. A destruição pode no entanto ser impedida desde que o placer seja
coberto por outras formações (novos aluviões, resultantes da abertura de canais, mantos
de lavas etc.)
Todo este processo, descrito acima, pode ser repetido durante a evolução
geomorfológica da região, podendo resultar em jazigos extremamente ricos .
Os índices gerais que se procuram na prospecção de aluviões são sobretudo os
contactos entre formações de idades diferentes, uma correspondente a rocha onde se
instalou o valley - bed-rock e outra correspondente á formação mais moderna que
encheu o vale – o aluvião
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JAZIGOS SINGENETICOS
Se o minério faz parte desde a sua formação de uma massa rochosa, a própria rocha
serve como indicador. A localização é mais exacta em rochas estratificadas, em aspectos
sedimentares, mas é ainda regra geral, suficientemente definida para ser útil nas rochas
ígneas homogéneas.
Se o minério constitui um horizonte de uma formação sedimentar basta conhecer a
sequência estratigráfica e a estrutura das camadas para se poder prever a localização
dos afloramentos ou a profundidade de ocorrência do minério. O problema é
extremamente simples se as camadas sofrerem poucos dobramentos, como acontece
com os minérios de ferro Jurássico da Europa Central. A dificuldade aumenta com a
complexidade do enrugamento, de modo que a prospecção e a pesquisa podem exigir a
resolução de difíceis problemas de enrugamento.
Excepto no caso de o minério ter sofrido estiramento, processos semelhantes em
consequência a acção tectónica, a localização das colunas mineralizadas, quando
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JAZIGOS EPIGENETICOS
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INDICADORES MINERALOGICOS
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determinados minerais, quer na rocha encaixante, quer no próprio jazigo, podem quando
convenientemente cartografados constituir indicadores de minério, frequentemente os
minerais da zona superficial de oxidação servem como indicadores de ocorrência de
determinados minerais em profundidade. As variações da composição mineralógica as
rochas encaixantes, excepto quando singeneticos, resultam normalmente da alteração
por acção dos fluidos responsáveis pela mineralização ou das acções físico-químicas e
termodinâmicas associadas com a génese do minério.
A utilização dos minerais como guia apresenta-se de diversas maneiras. Podemos
considerar:
- os minerais primários inalterados:
em eluviões e aluviões
no afloramento
- a alteração das rochas encaixantes das mineralizações e suas características
mineralógicos.
- Os minerais dos chapéus oxidados e a estrutura dos produtos de alteração,
susceptíveis de nos fornecerem dados sobre a natureza da mineralização subjacente.
MINERAIS PRIMÁRIOS
Em Eluviões e Aluviões
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A prospecção dos aluviões permite remontar aos jazigos primários sem que seja
necessário entrar em considerações quantitativas rigorosas.
Nas regiões recentemente degeladas, e onde a alteração não penetrou ainda
profundamente, os índices de minerais em blocos glaciares das moreias, podem conduzir
aos jazigos primários, de minerais como os de cobre, arsénio, ouro, chumbo, etc.
Minerais em afloramentos
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O mesmo autor refere que se observa uma correlação directa entre os seguintes
elementos: chumbo, zinco e prata; arsénio e bário; prata, bismuto e cobre; zinco, chumbo
e bismuto; bário, estrôncio, mercúrio e cobre; molibdénio e cobre.
Tem bastante importância a zonalidade vertical de elementos indicadores concordantes
com a ordem de deposição dos elementos. Da base para o topo: estanho, tungsténio,
molibdénio, arsénio, bismuto, arsénio, cobre, urânio, níquel, cobalto, zinco, chumbo,
bário, prata, ouro, antimónio, arsénio, mercúrio, telúrio.
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foram lixiviados, deixaram cavidades características, enchidas por vezes por minerais
secundários provenientes da alteração do mineral que os constitui. Essas variedades,
chamadas “boxwork”, podem permitir deduzir a natureza da mineralização do jazigo
original. Mas, é necessário não perder de vista as características dos “boxwork”, cujos
locais necessitam dum estudo minucioso dos minerais.
A título de exemplo daremos um quadro e alguns desenhos de “boxwork”. (sg. A. M.
Bateman)
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OURO
Devido a sua grande resistência o ouro permanece nas zonas de oxidação, se a ganga é
toda do tipo facilmente solúvel ou acatável (carbonatos sulfuretos) normalmente o
chapéus de ferro apresentar-se-á mais ou menos enriquecido. Se pelo contrario a ganga
for essencialmente quartzosa, com pequena quantidade de sulfuretos pode não ter
havido variações sensíveis nas teores
Descoberto um jazigo oxidado com determinados teores em ouro como saber se é ou
não de esperar em profundidade um empobrecimento?
Em geral poderia dizer-se que, se o material é do tipo terroso pode ter resultado de
enriquecimento e portanto poderá suspeitar-se um abaixamento de teores em
profundidade, se pelo contrario, um chapéu de ferro não contem ouro ou contem em
teores baixos não é de esperar que em profundidade eles venham a aumentar.
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ESTANHO
A cassiterite é o único mineral de estanho de grande importância económica. Ela é
altamente estável e sobrevive em depósitos aluviais, é tal como o ouro susceptível de
enriquecimento nas zonas de oxidação.
A possibilidade de um enriquecimento supergénico na zona de sulfuretos, principalmente
estanite, é plausível, pela decomposição desta e oxidação em cassiterite, embora em
condições especiais, pois esta também apresenta uma certa estabilidade.
CHUMBO
Dos metais básicos, o Chumbo é o mais resistente à lixiviação porque os seus sulfatos e
carbonatos são praticamente insolúveis embora a galena se oxide em anglesite com
bastante facilidade, o processo é retardado pela insolubilidade desta, que forma uma
película protectora. No entanto de lento vai progredindo até à transformação completa.
Por sua vez a anglesite em presença de águas gasocarbónicas ou outras fontes de iões
CO32- converte-se em cerusite, muito mais estável. Apesar da sua pequena solubilidade,
os minérios Pb podem ser lixiviados, deixando vazios que vêm a ser parcialmente
ocupados por limonite porosa e friável. No entanto o processo não chega nunca a
completar-se, pelo que uma prospecção superficial ou até alguma dezenas de
centímetros de profundidade por meio de sanjas vão revelar a presença de minérios de
Pb, pode-se concluir com razoável segurança que o material primário não continha este
metal em quantidade apreciável.
ZINCO
O Zinco é o mais solúvel dos metais correntes. Embora o seu carbonato e silicato
sejam razoavelmente estáveis o sulfato é tão solúvel que os minérios secundário de Zn
raras vezes aparecem à superfície. Só nas rochas carbonatadas é que formam
quantidades interessantes e, mesmo nestas, só a considerável profundidade na zona de
oxidação e mesmo abaixo.
Em determinadas regiões mineiras, a razão dos teores Pb-Zn-Ag é tão constante
que a composição dos chapéus de ferro pode dar uma indicação sobre os teores do
material primário. O cálculo baseia-se na hipotese de que as quantidades de chumbo e
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COBRE
O Cobre é também facilmente solúvel. Quando existe Pirite em quantidades
suficientes para fornecer H2SO4 em quantidades e quando a ganga e a rocha encaixante
não são excessivamente básicas, a maior parte do Cobre é dissolvido e removido,
deixando sempre alguns resíduos. Locke afirma mesmo que se nos afloramentos não
existir Cobre, a experiência mostra que também não exista no material primário.
Quando a rocha conter um mineral que neutralize o H2SO4, o Cobre pode permanecer
na zona de oxidação sob a forma de malaquete com azurite e crisocola. É sabido que a
presença de Cobre em rochas carbonatadas pode dar uma impressão exagerada
quanto à riqueza das partes mais profundas, visto que os calcareous são fortemente
desfavoráveis as enriquecimento supergénico.
Uma técnica desenvolvida por Locke nas relações entre os produtos de oxidação dos
minérios de Cobre e da pirite tem sido um sucesso na prospecção nos USA. O método
consiste em estabelecer uma estimativa das percentagens aproximadas de Cobre que o
material original continha o que envolve:
1o O cálculo da percentagem total de sulfuretos
2o O cálculo da razão dos sulfuretos cupriferos para os totais, que na prática se
toma como razão pirite/calcosite.
Quando a pirite sofre uma oxidação lenta mas total, por oxigénio do ar em presença de
uma dada quantidade de água, mas na ausência de outras substâncias excepto gangas
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PRATA
A prata, como cobre e zinco, forma sulfatos solúveis ao contrário destes metais, o seu
carbonato não é estável.
A mobilidade da prata varia largamente com as condições de agente químico. Quando
“imercida” na galena é protegida e normalmente permanece na tetraedrite e outros
minerais de cobre e, é libertado durante a sua alteração e carreada para longe do jazigo.
Assim, ao contrário do ouro, a sua inexistência no chapéu de ferro, não é sinónimo de
ausência em profundidade.
NIQUEL
Os jazigos de sulfuretos de níquel, oxidam-se de forma muito parecida aos sulfuretos de
cobre e formam sulfatos solúveis. O níquel que existe nos jazigos de pirrotite lexivia-se
normalmente da cobertura oxidada, mas pode deixar traços, em forma de manchas de
verde maça, constituídos essencialmente por garnierite. Quando existe arsénio no jazigo
primário, o afloramento pode reter traços de annabergite, também de cor verde maça.
Os jazigos de silicato de nicquel (garnierite), que se encontram sobre peridotitos e
serpentinitos, são o produto de um enriquecimento residual de um escasso conteúdo de
níquel, que estava presente na rocha mãe. Tais jazigos estão limitados a zona de
oxidação e as diaclases, poucos metros de profundidade.
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COBALTO
Os minerais primários de cobalto decompõem -se na zona de oxidação. O sulfato é
solúvel, mas o arsenito, de tom rosa, a eritrina, é estável e forma as “flores de cobalto”,
um guia muito visível do cobalto.
MOLIBDÉNIO
O único mineral primário, a molibdeníte, é relativamente resistente a oxidação. A pirite
associada, em vez de facilitar a oxidação tem provavelmente um efeito protector sobre a
molibdenite.
O óxido azul, a ilsemannite, forma uma película sobre a molibdenite mas não sobrevive
tanto tempo como esta. A molibdenite, é bastante solúvel na agua, é um mineral terroso,
amarelo, o contrário da ferrimolibdenite que é um mineral terroso, amarelo esverdeado,
mas é bastante estável, pelo que constitui um bom índice para a mineralização
subjacente.
A powelite, é um produto da oxidação da molibdenite, difícil de distinguir a luz natural,
mas é fluorescente sob luz ultra-violeta. Se existe chumbo no chumbo no jazigo, é um
precipitante tão activo do molibdénio que se forma wulfenite durante a oxidação.
Crómio
A cromite é relativamente estável em condições oxidantes. Com muita frequência
encontra-se inalterada em afloramentos, e inclusive em placers.
Em condições de extrema meteorização, lixivia-se deixando retículo de limonite.
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De acordo com Mohr Theory – o material desliza ao longo de um plano onde existe a
combinação óptima entre o stress de cizalhamento e o stress normal.
Fracturas de tensão
Se a um corpo é aplicado um stress de tensão ele quebrará em ângulo recto; contudo
devido a heterogeniedade dos grãos é possível formar-se superfícies irregulares.
As rochas sofrem ruptura pelas zonas de maior fraqueza descritas anteriormente como
indícios da localização do minério.
Aplicação
Os mapas geralmente só mostram uma parte do padrão de veios, e o resto é aquele que
é semi-completamente explorado ou completamente, e alguns que ainda não foram
descobertos.
A assumpção guia é que a parte não visível tem o mesmo padrão que a parte visível.
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Contactos
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São lugares favoráveis para a deposição porque eles são potenciais superfícies de
fraqueza – Mas não só, um veio pode seguir o contacto por longa distância. O lugar onde
o veio corta o contacto, é muito favorável para formar um nó estrutural e concentrar
minério.
Os contactos entre maciços ígneos e rochas encaixantes, são sítios favoráveis para
ocorrência de minérios, mesmo quando o minério não é geneticamente relacionado a
intrusão.
(O contacto em strengh) A resistência do contacto entre a massa intrusiva e os estratos
sedimentares – o contacto constitui um lugar privilegiado para a fracturação não só
durante a deformação mas também durante o ajustamento acompanhante da colocação
da intrusão.
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Não é exactamente um dique, mas sim uma soleira com 530 km, de N para S;
distinguem –se 4 camadas, nomeadamente: Musumguezi, Hrtley, Selukwe e Wedza.
Cada camada constituída por múltiplos ciclos. Ex: a camada ou complexo de Hartley é
constituído por 11 camadas de cromite com espessura que vai de 2 a 12 Cm ( Fig...)
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Sudburry é um complexo único e que a sua origem não é conhecida. Alguns geólogos
aventam a hipótese de uma origem devido a um impacto de meteorito.
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CAPITULO IV
(Análise)
(Predicção)
Criterios de
selecção de area
de Pesquisa
Modelos de Pesquisa Geológica
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Scan Fig....
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Pesquisa Geológica e Exploração Mineira Curso: Geologia 3o Ano
O segundo aspecto está ligado a sequencia e tipo de métodos usados para a pesquisa
geológica. Nesta fase são identificados todos os parâmetros geológicos relacionados
com a mineralização a ser pesquisado até a localização do jazigo. Vários métodos de
pesquisa são aplicados.
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Pesquisa Geológica e Exploração Mineira Curso: Geologia 3o Ano
É pois fundamental que numa carta geológica correctamente realizada permita distinguir
aquilo que foi observado por inspecção directa de campo, daquilo que foi baseado em
simples hipóteses.
Não se devem indicar as incertezas ou dúvidas, como também a indicação deve ser clara
no espírito do observador. É convenção corrente indicar os factos observados por linhas
contínuas e aqueles que correspondem a inferências ou simples hipóteses por linhas
ponteadas ou tracejadas. O grau de confiança pode ser representado pelo afastamento
dessas linhas ou pontos.
A cartografia geológica é um dos mais importantes métodos de pesquisa especialmente
durante a fase de reconhecimento. É o método pelo qual maior parte dos conceitos e
modelos são baseados, o que pode determina em grande parte o sucesso do programa
de exploração. Se o conceito geológico estiver errado não importa quão sofisticados
podem ser os métodos e as técnicas ou a competência profissional da equipa, não é será
possível lograr sucesso na pesquisa.
Simbologia
Para, numa carta ou numa planta, se representar um determinado tipo de rocha,
cobre-se a superfície correspondente pelo símbolo representativo da rocha em questão.
As superfícies representadas por rochas de tipos diferentes são separadas por um traço
fino, contínuo ou não, conforme o seu grau de confiança, ou colocar-se ao na zona limite
os símbolos de modo a que se interpretarem.
A representação das rochas far-se-á pela utilização de símbolos a preto, a fim de se
facilitar a sua reprodução sobre fundos coloridos, que poderão indicar a idade das rochas
ou outras características que interessa fazer ressaltar.
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Lista de símbolos....
Cartas de superfície
As cartas de superfície dão -nos a cartografia dos principais tipos de rochas e
controles estruturais a elas subjacentes do modo como aparecem a superfície.
Aqui, pode-se ainda distinguir dois grandes tipos de cartografia:
Cartografia geral
Neste tipo de cartografia é focada de uma maneira geral os acidentes geológicos
da região. Assim, refere-se aos principais tipos de rochas, as direcções principais de
falhamente, etc., mas tudo de forma muito genérica.
Cartografia de pormenor
Neste tipo de cartografia são anotados, tanto quanto possível, todos os acidentes
geológicos observados com o grau de confiança melhor que se possa conseguir, e
discernindo, já dentro de cada grupo, esses mesmos acidentes geológicos.
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Cartas de Interior
A cartografia geológica de interior, e mais ainda que a de exterior, é uma mistura de arte
com técnicas de medidas.
Embora -se procure, na medida do possível, dar o maior relevo aos aspectos rigorosos, é
indispensável uma certa habilidade para representar convenientemente certos
pormenores.
Para que a carta possa apresentar uma razoável semelhança com o natural, a sua
realização deve ser, pelo menos, começada dentro da mina.
Cartas de base
A base para a cartografia geológica de interior é uma planta topográfica dos trabalhos,
com indicação dos pontos de referencia, dos levantamentos ainda reconhecíveis no
terreno e dos contornos das galerias e travessas.
No caso de trabalhos expedidos ou estudos preliminares em que o tempo é mais
importante que o rigor, uma carta levantada a bússola e a fita servirá para dar um quadro
geral das características geológicas, mas não deverá ser usada para fazer deduções
sobre pendores ou direcções entre dois níveis, a não ser quando a poligonal tenha
podido ser fechada por meio de chaminés ou óculos.
FOTOGEOLOGIA
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CAPITULO V
Métodos de Pesquisa Geoquímica
(Prof. Dr. Amadeu dos Muchangos)
1. Introdução
Actualmente existe muito poucas chances para um geólogo descobrir novos
jazigos/depósitos de minérios com o método convencionalmente barato com martelo e
bússola. Nos últimos 50 anos desenvolveram-se novas técnicas bem sucedidas na
pesquisa mineral, baseadas nas ciências de geoquímica, geofísica e fotogeologia
surgentes. Essas técnicas são extremamente úteis na localização de jazigos/depósitos
de minério encobertos, contudo cada um tem as suas limitações; algumas vezes um
funciona perfeitamente, enquanto que o outro falha. Por exemplo, os depósitos de
sulfuretos massiços no escudo Canadiano, que foram cobertos periodicamente durante a
última glaciação do quaternário, que removeu a maior parte da cobertura de solo, foi
descoberto por métodos geofísicos. Os depósitos de Cu-pórfiro podem ser
pistados/seguidos muito facilmente, em qualquer clima por métodos geoquímicos, mas
não por métodos geofísicos.
Os depósitos minerais sedimentares de baixa categoria de grande escala são
também um melhor objecto para métodos geoquímicos combinados com mapeamento
geofísico do que para geofísica. Para certos depósitos, por exemplo depósitos
hidrotermais filoneanos ou tipo veio, uma combinação de métodos é frequentemente
necessária para a interpretação correcta de resultados, antes de iniciar perfuração. Por
isso, para além de um conhecimento sólido de geologia económica, um geoquímico de
pesquisa deve compreender o essencial de pesquisa geofísica. Neste âmbito apenas
interessam os aspectos geoquímicos de pesquisa de jazigos/depósitos de minerais
inorgânicos (Fig. 1).
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2. Fundamentos Gerais
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subsequente discriminação dos valores anómalos foi descrito um método simples por
Leptier (1968). Para o caso de distribuição lognormal, os dados são registados, em papel
logarítmico, em de nove até 19 classes de espessura/largura logarítmica igual e a
frequência acumulada dessas classes é projectada contra a concentração (Fig.2). O
gráfico resultante será uma linha recta para dados que representam uma única
população e uma curva em forma de S ou forma de S múltiplo no caso de mais do que
dados de uma população. Em caso de uma mistura de populações, as curvas podem ser
separadas no ponto de inflexão e ambas
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Óxidos de Fe Fe-As-Co-Ni-Se
Óxidos de Mn Mn-As-Ba-Co-Mo-Ni-V-Zn
Fosforitos P-Ag-Mo-Pb-F-U
Xistos Negros Al-Ag-As-Au-Bi-Cd-Mo-Ni-Pb-Sb-V-Zn
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As auréolas muito grandes podem ser detectadas com uma menor densidade de
pontos de amostragem do que auréolas/halos mais pequenas e consequentemente, a
sua detecção custa menos dinheiro.
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fácil de analizar e/ou migra mais distante do que o elemento alvo, tem implicações
definitivas/decisivas para o custo e efectividade de um programa de pesquisa. Mesmo
que a maioria da pesquisa geoquímica lide com anomalias de dispersão na superfície da
terra ou próximas da superfície, também existem auréolas/halos de dispersão formadas
em profundidade, que são de importância em geoquímica de rochas (litogeoquímica) em
pesquisa na escala de uma mina. Podem-se distinguir auréolas primárias e secundárias:
- As auréolas primárias são aquelas formadas contemporaneamente com a
colocação de um corpo de minério (singenético). Isto significa que, para muitos
depósitos os padrões de dispersão primária são formados num ambiente
profundo (Fig. 3). Contudo, para depósitos sedimentares elas são formadas
sob condições superficiais.
- As auréolas secundárias são formadas por processo posteriores, que alteram a
distribuição de elementos. Normalmente isso é causado por meteorização
próximo da superfície (Fig. 5). Contudo, no ambiente profundo ocorrem
processos, como por exemplo o metamorfismo, que também causam
dispersão secundária ou epigenética.
Muitos geólogos designam, por razões simplistas, padrão de distribuição primária
de elementos a volta do corpo de minério na rocha não - alterada, enquanto que
dispersão secundária é definida como a redistribuição de padrões primários
devido aos processos que ocorram na zona de oxidação e meteorização.
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6. Materiais orgânicos
7. Concentrados de minerais pesados de sedimentos ou solos
Muitas variações são possíveis dentro de cada um destes tipos e são possíveis
tratamentos subsequentes, cada um deles com vantagens e desvantagens.
O tipo de amostra, as propriedades da amostra, as condições locais no ponto de
amostragem e as análises pretendidas determinarão a quantidade de material necessário
para se obter uma amostra representativa. Os parâmetros importantes são; a
granulometria das rochas, força do vento para gases, frescura do material orgânico,
factores de diluição em águas, etc. Excluindo extremos, como kimberlitos diamantíferos,
dos quais uma quantidade de 600 toneladas de amostra é necessária para determinar a
categoria de minério, o peso médio de amostra para análises é:
a- Rochas de grão grosseiro (pegmatitos): 5 kg
grão médio “ 3 kg
grão fino “ 1 kg
b- Solos e sedimentos: material suficiente (algumas centenas de gramas) para dar
25 gramas da fracção de crivo , geralmente a fracção –80 ou –120 mesh (0.185 mm e
0.125 mm, respectivamente, de abertura do crivo). As grandes diferenças na composição
do sedimento (argila, material orgânico, etc.) devem ser evitadas quer (possivelmente por
crivagem húmida ou remoção da fracção –200 mesh por crivagem seca) ou, um mínimo
notado claramente na folha de dados. Amostras de solos, dentro de um levantamento
devem ser sempre colhidas no mesmo horizonte de solo.
c- Águas: 200 ml 1000 mm (1 litro).
d- Material orgânico, por exemplo material de plantas: ramos, folhas ou outro
material suficiente para dar alguns gramas de cinzas.
Devido ao carácter particular de Au, que causa o efeito “nugget”, algumas vezes
maiores quantidades de material de amostra sólida pode ser necessária de modo a
obter uma amostra representativa para uma análise de ouro. Em áreas remotas o
transporte das amostras colhidas é difícil, os volumes de amostras podem ser reduzidas
no acampamento de campo por crivagem de solos secos e sedimentos de corrente ou
por britagem de amostras de rocha num grande almofariz de metal, seguido de várias
séries de amontoagem “coning” e quartejamento e homogenização.
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4. Métodos Analíticos
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COSCH3SH, SO2 e CH4, que podem ser determinados no campo e têm tido aplicação
na pesquisa geoquímica de petróleo e gás (hidrocarbonetos).
4. XRF”Portátil”, espectrómetro de fluorescência de raios-X que usa fonte de radiação
gamma, por exemplo, isótopo de paládio 238. Esta técnica não é muito sensível mas
funciona muito bem para a determinação de W, Nb, Ta e Th em concentrações
maiores do que 2000 ppm em, por exemplo, concentrados de bareia ou amostras de
testemunhos de furos de sondagens. Este instrumento também por ser configurado
numa sonda que pode ser usado para documentação de um furo de sondagem.
5. Espectroscopia de Infra-Vermelhos no campo. Um detector portátil determina o
espectro infravermelho de onda curta de solos e rochas. Ele é adequado para
determinar minerais de alteração hidrotermal, argilas e minerais secundários de
minério. Quando usado em prospecção, transportado no ar, apenas terrenos com
pouca vegetação e pouca cobertura de solo (semi-árido ou desértico), são
apropriados para este método.
6. Eléctrodos de ião-específico, para medir certa concentrações iónicas em solução
aquosa. O Flúor, que é, muitas vezes, um indicador de mineralização hidrotermal
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CAPITULO VI
Métodos de Pesquisa Geofísica
(Prof. Dr. Elónio Muiuane)
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CAPITULO VII
Métodos de Pesquisa Digital
Detecção Remota
Qualquer corpo acima da temperatura zero absoluto, irradia energia electromagnética
devido a oscilação atómica e molecular. A Terra tem uma temperatura absoluta de cerca
de 300oK, o que resulta num pico de energia irradiada num comprimento de onda de 10µ
(frequência em área livre de 3 x 103Hz)
Espectro electromagnético
Temperatura absoluta (oK) = toC + 273.15oc
Figura do espectro electromagnético
A energia irradiada ao encontrar um objecto pode ser reflectida, absorvida e voltar a ser
irradiada mas a um comprimento de onda diferente.
Teoricamente todos os objectos naturais têm um espectro característico de radiação
emitida, absorvida e reflectida.
No entanto, o espectro não é tão diferente de substancia para substancia como se
desejava devido a variações da emissividade e reflectividade do corpo e a variações da
transmissividade da atmosfera.
Pode-se trabalhar nas seguintes regiões do espectro: microondas, infravermelho, porção
visível do espectro e ultravioleta.
As técnicas de remote sensing têm variado drasticamente durante as últimas décadas.
Antes do lançamento do Satélite LANDSAT (1972), os estudos de remote sensing
restringiam-se a fotografia aérea.
No entanto o lançamento do LANDSAT e o desenvolvimento de computadores (menor
tamanho, menor custo, maior velocidade, etc.) levaram a explosão da detecção remota.
Inicialmente estudavam-se empiricamente a geomorfologia, estrutura e litologia. Estes
estudos foram refeitos introduzindo técnicas de processamento de dados aplicados a
propriedades físicas ligadas aos processos geológicos.
Logo desenvolveu-se equipamento e processamento de dados no sentido de recolher
dados espectrais (diferentes frequências) para identificação de minerais, etc.
Satélite – Escala Regional
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CAPÍTULO VIII
PROSPECÇAO DE ALUVIOES E INTRODUÇÃO AO CÁLCULO DE
RESERVAS GEOLÓGICAS
Este método consiste em descobrir os minerais úteis contidos nos sedimentos dos leitos
e detectar, pouco a pouco, a sua extensão ou o seu transporte. Os concentrados obtêm -
se depois de lavar os sedimentos, colhidos em intervalos determinados, ao longo das
linhas de agua.
Existem três problemas principais que se podem resolver com lavagem de sedimentos:
1. Descobrir jazigos primários dos diversos minerais úteis
2. detectar superfícies de aluviões e eluviões com elevada concentração de
minerais úteis
3. Definir as características geológicas e metalogénicas da região
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Amostragem
A densidade das amostras deve ser regular, tanto quanto possível, devendo a
grande maioria das amostras situar-se nos afluentes e sub-afluentes dos grandes
colectores (estes últimos podem ser negligenciados neste estágio de prospecçao), mas
sempre acima do confluente, salvo se se é obrigado a reduzir, por falta de tempo, o
número de amostras.
As amostras devem ser colhidas nos pontos de concentração óptima dos minerais
pesados: seios rochosos, marmitas de erosão, depósitos de grandes calhaus, zonas de
estrangulamento do leito, etc....
No ponto de amostragem escolhido, sobretudo no caso de depósitos do tipo torrencial
sobre bed-rock acidentado, é recomendado fazer duas ou três tomadas a alguns metros
ou dezenas de metros de distancia, para constituir uma mistura média do material.
Os volumes de aluviões amostrados devem sempre ser medidos por pesados e
numerados.
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Cascalho estéril
Cascalho mineralizado
Mineralização
Figura ..7.1.
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Fig. 7.4
Nas zonas de rápidos e cascatas, é inútil efectuar colheitas a jusante, pois a erosão é tal,
que os minerais pesados são carreados e transportados rapidamente.
Uma colheita a montante dos rápidos, antes da zona de turbilhões, é muito mais válida.
Conforme o tipo de bed-rock ou a sua eventual xistosidade, os minerais pesados são
mais ou menos retidos; essa retenção é máxima se a xistosidade for inclinada em
direcção a montante da linha de agua, formando “riffles”, e trabalhando como uma sluice
natural.
Método de execução
Antes de fixar a implantação dum poço, asseguremos em primeiro lugar a
presença de cascalho no ponto escolhido, por meio de uma “cana de sondagem”,
introduzida verticalmente no solo e que permite assegurar a existência duma camada de
cascalho, da sua profundidade e da sua provável espessura.
A prospecção começa por poços isolados: um poço de secção rectangular em cada
margem do curso de agua, de preferência na parte convexa de dois meandros
sucessivos. O grande eixo dos poços deve ser perpendicular ao leito do rio.
Quando a largura do curso de agua não ultrapassar alguns metros e se a espessura do
cascalho é suficiente, podemos fazer um só poço no leito, na sua parte seca.
Em caso de necessidade, procede-se a execução duma barragem a montante do futuro
poço, e por meio duma derivação, desvia-se o curso de agua numa extensão apropriada.
Esta derivação pode ser aproveitada para alimentar uma sluice.
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Abertura do Poço
Ao escolhermos a secção dum poço devemos ter em atenção, para maior facilidade do
nosso trabalho, que o volume de sedimentos extraídos por metro quadrado de avanço
seja um valor relativamente fácil de tratar, como por exemplo, para poços de secção
quadrada escolher 1,40 m ou 1,75 m, o que dá respectivamente 2 e 3 m3 o volume de
sedimentos retirado por metro de avanço.
O BRGM recomenda as seguintes medidas:
- até cerca de 0.60 m de profundidade, poços de secção rectangular com 0.50 x
0.80 m, no caso da presença de grandes calhaus a secção deve ser
aumentada para 1.00 x 1.20 m;
- para profundidades de 0.60 a 3.0 m, secções de 0.70 a 0.80 m x 1.50 a 1.80
m;
- para poços de 3 a 8 m de profundidade, secção circular de 0.70 m de diâmetro
ou rectangular com 0.80 x 3.60 m, com um ou dois degraus; neste caso é
aconselhável o uso de revestimento;
- para poços de maior profundidade, utilizam -se poços com diminuição de
secção em graus e com revestimento (Fig.7.5).
- na prospecção de diamantes, que exige amostras volumosas, as secções dos
poços ou trincheiras, podem chegar a 2 a 4 m x 4 a 6 m; executam-se
frequentemente poços de secção quadrada de 5 a 6 m de lado.
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Pesquisa Geológica e Exploração Mineira Curso: Geologia 3o Ano
O estéril é rejeitado e colocado dum lado a uma certa distancia do bordo do poço, o
cascalho é colocado do outro lado. Os 10 a 15 sm superiores do bed-rock são recolhidos
igualmente e juntos ao cascalho.
Os grandes calhaus devem ser lavados dentro do poço ou sobre o cascalho antes de
separado, para que os minerais pesados que possam estar aderentes façam parte da
amostra.
No caso de o cascalho formar muitas camadas sobrepostas, verifica-se com uma “cana
de sondagem”, se o nível tomado como bed-rock não seja, na realidade, um falso bed-
rock.
Para poços profundos e com muitas camadas, a amostragem deverá ser feita ao longo
do poço para cada camada em separado.
Se o poço tiver mais de 2 m de profundidade, os sedimentos deverão ser tirados com o
auxilio dum balde preso a uma corda e com andorinha ou cavalete.
A agua deve ser retirada do lado do pendor natural do terreno, por forma a que ela não
se infiltre no poço. Se as infiltrações de agua forem grandes, então haverá necessidade
de uso de uma bomba com a capacidade adaptada ao caudal e expelir.
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Pesquisa Geológica e Exploração Mineira Curso: Geologia 3o Ano
A entivação do poço deverá ser feita conforme as necessidades (Fig...), com quadros e
ou prancha.
Como medida de precaução no caso de poços que não tenham sido tapados, há
necessidade de os cercar a superfície, com arame farpado e com a devida sinalização
preventiva.
Trado
Sondagens mecânicas
Estas são bastante mais rápidas que as anteriores, permitindo obter bons avanços e com
tubos de maior diâmetro, obtendo assim recolha de grandes amostras, necessárias
quando a mineralização está repartida irregularmente ou me pepitas.
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Amostragem
Para amostrar sedimentos dum poço muitos processos são usados, de entre os quais:
- utilização da divisão da amostra, por intermédio de amostradores ou
enquartação;
- lavagem integral dos sedimentos retirados, através de sluices;
- retirar três bateias de todo o cascalho extraído do poço, após homogeização –
é a lavagem clássica;
- retirar duas a quatro bateias “in situ”, em toda a espessura dos sedimentos
úteis, por meio de ranhuras verticais em duas paredes opostas ou nas quatro
paredes.
Lavagem e Concentração
A lavagem das amostras do leito vivo ou dos poços efectua-se a bateia, com sluices, ou
com jigas portáteis.
Lavagem com Bateia
Dois tipos de bateia são utilizados; a bateia em chapéu chinês (Fig.7.6A); e a bateia tipo
“pan californiano” (Fig.7.6B).
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Pesquisa Geológica e Exploração Mineira Curso: Geologia 3o Ano
A lavagem das amostras tem lugar, ou no local da colheita (quando possível), ou numa
estacão de lavagem estabelecida no centro da zona de pesquisa num local de fácil
acesso, ou ainda em charcos ou bacias artificiais (quando a zona é árida).
O “desbaste” do material efectua-se sobre um crivo de malha 5 mm, colocado acima da
água. Esta operação deve ser cuidadosa para não provocar grandes perdas. O
sobrecrivo, a rejeitar, é examinado e em caso de mineralização visível, é conservado,
para posterior análise. O infracrivo é desenlameado dentro da bateia ou duma bacia; os
rejeitas de lama efectuam-se com a máxima precaução, por vasamento.
A separação dos minerais pesados em seguida obtida por intermédio de um dos tipos de
bateia.
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Pesquisa Geológica e Exploração Mineira Curso: Geologia 3o Ano
Jiga
A jiga manual permite concentrar rapidamente os minerais pesados de granulometria
superior a 0.5 mm. É um utensílio que pode substituir a bateia ou ser utilizada como
complemento para as granulometrias superiores a 1 mm.
Sluice
Quando se desejam lavar grandes quantidades de sedimentos, para estimação de teores
(por exemplo), quando a substancia pesquisada (ouro em particular) se apresenta em
pepitas e palhetas, é necessário utilizar uma sluice.
A sluice (Fig….) não é mais do que um canal ligeiramente inclinado com “riffles”, onde o
material é lançado com água e onde os “riffles” retêm a descida dos minerais pesados.
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Pesquisa Geológica e Exploração Mineira Curso: Geologia 3o Ano
Após a lavagem o concentrado deve ser seco, quer seja ao sol ou a chama, mas com o
cuidado para que este aquecimento não seja excessivo para que os minerais não sofram
qualquer transformação.
Se os concentrados forem transportados todos os dias ou todas as semanas para o
laboratório, será preferível aí serem secos em estufa.
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Pesquisa Geológica e Exploração Mineira Curso: Geologia 3o Ano
Método de execução
O sector a estudar é uma área restrita e deve ser estudada em detalhe com uma malha
muito mais apequena que na fase precedente.
Para fazermos cálculo simples de reservas, cobre-se a região a estudar por uma malha
de prospecção, formada por uma sucessão de elementos rectilíneos, similar a
implantação de uma geoquímica táctica (Fig.7.12)
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Pesquisa Geológica e Exploração Mineira Curso: Geologia 3o Ano
Sedimento de corrente
Limite do placer
Linha de Pocos
Figura. 7.12. Traçado das linhas de poços (in Chaussien e Morer)
Marca-se uma linha de base, que servirá de orientação para a prospecção. Servirá
de eixo geral do vale, sendo paralela as direcções principais e será necessária
para um levantamento topográfico preciso. A partir dessa linha de base, traçam-se
perpendicularmente, para cada lado, as linhas de prospecção (de poços ou de
sondagens). O ponto de partida de cada linha é marcada com uma estaca e
tomada com origem de distancias sobre a linha.
Pode acontecer que a largura dos aluviões seja tal, que é impossível, sobretudo
em florestas, determinar a primeira vista o eixo do aluvião e a orientação das
vertentes e tomar os limites do aluvião, traçando depois o eixo teórico.
As linhas devem ir dum lado ao outro do aluvião. São designadas com letras
alfabéticas ou com valores precedidos da letra L. Os poços (ou as sondagens) são
colocadas a igual distancia sobre cada linha; são numeradas, sendo feita a
marcação da esquerda para a direita (estando vidrados para montante do aluvião)
Conforme a importância dos aluviões, a regularidade dos depósitos e a da
mineralização, escolhe-se como espaçamento:
- entre linhas de poços 400, 200, 100, 50 ou 25 m
- entre poços 20, 10 ou 5 m
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Pesquisa Geológica e Exploração Mineira Curso: Geologia 3o Ano
A distancia de 400 m entre linhas de poços será mantida nas zonas estéreis, será
reduzida desde que se encontrem, por exemplo, teores iguais ou superiores ao teor limite
(de corte).
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Estimação do teor
t = P*N/n
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Pesquisa Geológica e Exploração Mineira Curso: Geologia 3o Ano
Para determinar o volume de cascalho num poço, se o cascalho é bastante fino e o poço
regular, é suficiente medir as áreas do poço na sua parte superior e na parte inferior.
Calcula se então o volume pela fórmula do tronco de pirâmide:
tc = t.e
te = t*e/(e + S) = t*e/x
Ou
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Pesquisa Geológica e Exploração Mineira Curso: Geologia 3o Ano
tc/(e + S) = tc/x
Apresenta-se aqui apenas alguns métodos expeditos para o cálculo de reservas, mais
adiante focar-se-á mais profundamente sobre os métodos geostatísticos para o cálculo
de reservas e teores.
Os cálculos são geralmente efectuados no final da campanha de prospecção, em função
dos dados colhidos, mas o prospector deverá ser capaz de estimar o valor global do
jazigo conforme os elementos que for obtendo:
- comprimento do jazigo
- largura do jazigo
e - espessura média do cascalho
s - espessura media do estéril
Tem-se então:
- volume do estéril
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Pesquisa Geológica e Exploração Mineira Curso: Geologia 3o Ano
Ve= S.s
Onde: S – superfície total do jazigo
s – espessura média do estéril
Volume do cascalho
Vc= S. e
Onde: e – espessura média do cascalho
A zona de influencia duma linha de prospecção estende-se até meia distancia das duas
linhas, quer para jusante quer para montante. Um amostra colhida no interior duma zona
de influencia assim definida é representativa do jazigo para a superfície convencional
que envolve o ponto de amostragem.
Cubicagem
Para cubicar um jazigo utiliza-se a rede de base que serviu para a avaliação dos teores,
aumentando eventualmente a densidade dos furos.
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Pesquisa Geológica e Exploração Mineira Curso: Geologia 3o Ano
Como métodos expeditos de cálculo utilizam-se geralmente quatro métodos: método dos
rectângulos; método das zonas; método dos trapézios; método das curvas de isoteor.
Figura ... Configuração dos perfis s furos num aluvião a ser avaliado com base no
método dos rectângulos.
Este método fornece resultados bastante próximos da realidade. O controle ulterior das
operações é fácil e rápido. De acordo com os princípios das zonas de influencia, delimita-
se zona mineralizada na carta. As partes exploráveis apresentam-se finalmente sob a
forma dum ou de muitos rectângulos compreendendo todos os trabalhos com teor acima
do teor de corte.
Para um poço dando aproximadamente o teor limite, far-se-á passar a linha limite. Para
dois furos vizinhos onde um é acima do teor de corte e outro é abaixo, far-se-á passar a
linha pelo meio do intervalo que os separa. Nas extremidades do aluvião, far-se-á passar
o limite a igual distancia entre a primeira linha não pagante e a última linha pagante e os
limites serão traçados perpendicularmente a última linha de poços pagantes.
Se no meio de uma zona pagante se encontrar um grupo de poços com fraco teor, será
sempre aconselhável rodeá-los também dum limite.
Durante a delimitação da superfície explorável, é recomendado utilizar um coeficiente de
segurança inferior a 1, para ter em conta as dificuldades de recuperação. Este
coeficiente pode variar de 0.64 a 0.90 conforme os casos.
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Pesquisa Geológica e Exploração Mineira Curso: Geologia 3o Ano
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A espessura média do cascalho e do estéril obtêm -se fazendo a média aritmética das
espessuras de todos os furos do trapézio, compreendendo os furos de teor não
explorável.
As espessuras assim obtidas, multiplicadas pela superfície do trapézio, darão as
reservas totais de cascalho e de estéril para a superfície considerada.
Mas, sendo um número de furos estéreis, é necessário retirar das reservas totais, as
reservas correspondentes aos furos não económicos. Aplicando o princípio das zonas de
influencia calcula-se então as superfícies não económicas. A multiplicação desta última
pelas espessuras médias do cascalho e do estéril dão as reservas do cascalho e do
estéril da zona explorável. A multiplicação pelo teor médio dá a quantidade de mineral útil
contido na zona explorável.
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PROPECÇAO ELUVIONAR
Métodos de execução
No primeiro caso, quando se procura simplesmente a localização e um cálculo
aproximado das reservas dum jazigo eluvionar, a prospecção é conduzida segundo os
mesmos princípios e métodos da prospecção aluvionar clássica.
A rede dos poços, nas regiões com estrutura geológica indeterminada (formação
filoneanas) ou em superfície bem definida (plataformas lateríticas), tem geralmente a
malha quadrada. Nos casos particulares onde se supõe que a mineralização se dispõe
em bandas paralelas, a malha quadrada é substituída por malha rectangular, alongada
segundo a direcção geral presumida do jazigo.
A dimensão da malha de prospecção é escolhida em função da superfície a prospectar,
os poços são dispostos a algumas dezenas de metros, 100 metros no máximo.
A malha é apertada se a mineralização se revelar muito irregular; se os teores variam
pouco, aperta-se somente na altura do cálculo das reservas.
Quando se pesquisa um jazigo primário a localização deste está em função:
- da distribuição crescente dos teores eluvionares’
- da nitidez dos contornos ou formas angulosas dos grãos do minério (ou
minerais satélites);
- da granulometria crescente e do aspecto cada vez mais anguloso dos
fragmentos da rocha que forma a ganga do minério’
- da concentração.
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Mineralização Eluvionar
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No caso dum jazigo eluvionar misto, acha-se o teor do cascalho em substancia útil livre e
a dos fragmentos mineralizados.
Se a mineralização está contida unicamente nos fragmentos da rocha, procede-se a
análises análogas á avaliação dos jazigos primários.
Poços
Moagem
Mesmo quando se tem uma mineralização livre nas terras do eluvião, é útil testar por
moagem e crivagem os elementos rochosos do eluvião. No que diz respeito ao ouro, a
laterite superficial contendo por vezes ouro livre, que não pode ser recuperado senão por
moagem fina.
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Cálculo de teores
O teor em minerais úteis contidos nos elementos rochosos do eluvião é obtido depois de
pesado directamente numa balança de precisão, pela formula:
t = P0/Pc*106 (g/t)
onde P0 – peso do minério útil em gramas
Pc – peso da amostra moída em gramas
Cálculo de Reservas
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PROSPECÇAO DE DIAMANTES
No caso do diamante, a prospecção aluvionar pode ser tomada como um método quer
directo, quer indirecto, para a descoberta de jazigos diamantíferos.
No primeiro caso procura-se primeiro o diamante nos aluviões, sendo o objectivo final
reconhecer a existência dum jazigo aluvionar.
No segundo caso procuram-se um ou vários minerais que permitam chegar a rocha mãe
diamantífera – os kimberlitos.
Exemplo: Os sedimentos com um teor de 0.20 ct/m3 e onde as pedras tem um peso
médio de 0.50 ct (o que dá duas pedras para um carat).
Para encontar estatisticamente um pedra, é necessário tratar 2.5 m3 de sedimentos.
Numa prospecção onde se colhem 1 m3 de sedimentos, temos:
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Clarificação
Faz-se segundo malhas decrescentes (por exemplo 10, 5, 2.5, e 1 mm) com ajuda de
crivos.
Concentração
Para a concentração utiliza-se a “peneira brasileira” (Fig.), a jiga manual, a jiga
motorizada, o “jopling-jig” (Fig. 9.2) ou outro tipo de jiga; o mais importante não é o tipo
de aparelho mas o modo de utilização.
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A prospecção aluvionar pode ser utilizada como método indirecto para a localização dos
jazigos diamantíferos primários (kimberlitos).
Neste caso, procuram-se nos concentrados aluvionares não só os diamantes mas
também os minerais satélite que serviram de elemento traço e permitirão chegar ao
jazigo primário. O mineral mais frequentemente utilizado é a ilminite magnesiana ou
picroilmenite. Podemos igualmente encontrar cromites ricas em crómio, granadas
(piropo), olivina e diopsido cromífero. Mas estes últimos minerais, mais frágeis, são de
emprego difícil pois estão presentes somente nas proximidades do jazigo primário.
Em prospecção estratégica aluvionar colhem-se, se as condições forem boas, 2 ou 3
bateias de sedimentos (cerca de 20 l) com calibre inferior a 5 mm, com uma densidade
de 0.5 a 1 amostra por km2 segundo a drenagem. As fracções compreendidas entre 5 e 1
mm são classificadas e concentradas em crivos. Os minerais pesados kimberlíticos são
separados e os grãos são contados na fracção grosseira. A fracção inferior a 1 mm é
bateada.
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Prospecção volante
A prospecção volante efectua-se na primeira fase de pesquisa. Muito rápida e, com efeito
económica, apenas é necessário um material de sondagem simples, manual, ligeiro,
geralmente constituído por trados.
O seu papel é cobrir num tempo mínimo o maior espaço possível para orientar as fases
de prospecção posteriores, distinguir num conjunto arenoso mineralizado as zonas
enriquecidas que é necessário testar em detalhe numa segunda fase.
Não sendo entubadas, as sondagens não poderão em geral chegar ao bed-rock e
terminarão (em princípio, mas não obrigatoriamente) no nível piezométrico. Este
inconveniente não tem grande importância nesta primeira fase pois que, em geral, a
mineralização das formações litorais de praia sofre uma pré – classificação mais ou
menos eólica; desse facto, os teores encontrados, serão, em princípio, maiores nos
horizontes de superfície que nos níveis inferiores.
Malha
Esta distancia entre furos é importante e imposta pelas principais características destas
formações que são constituídas por bandas mais ou menos paralelas que se estendem
segundo corpos com estratificações sucessivas, não ultrapassando em largura uma ou
algumas centenas de metros e cuja exploração mecanizada desses corpos (utilização de
dragas), é necessário, entre outros, que a largura não seja inferior a 70 – 80 metros.
A disposição dos furos segundo essa malha, em linhas perpendiculares ao eixo principal
de orientação dos corpos mineralizados, permitirá sempre colocar um furo no centro do
corpo mineralizado. Seguido de dois furos de enquadramento dum lado e doutro da
formação estudada.
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Método de Amostragem
A amostragem é feita sobre todo o comprimento da sondagem, quer seja metro a metro,
(em caso de forte mineralização), quer procedendo a cortes eventuais em fases
sucessivas por observação visual.
As amostras obtidas são divididas por enquartações sucessivas até obter cerca de 100
gramas de material que irá ser utilizado em estudos laboratoriais a fim de determinar a
percentagem de minerais pesados. Poderemos no entanto efectuar uma análise imediata
do valor aproximado da percentagem de minerais pesados, não dispensando no entanto
posterior envio para o laboratório. Em qualquer dos casos deve-se guardar uma amostra
como testemunho. O processo de tratamento das amostras é ilustrado nas figuras 10.1 e
10.2, respectivamente para o envio directo para o laboratório e para a obtenção de um
valor aproximado “in situ”. O resultado das análises laboratoriais deverá incluir o teor em
minerais pesados e a composição mineralógica do concentrado com uma primeira
aproximação dos seus teores.
Figura 10.1. Esquema de envio directo das amostras para análise em laboratório.
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PROSPECÇAO SEMI-SISTEMATICA
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CAPITULO VIII
Métodos de Exploração
Terminologia:
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vii) O método deve exigir mínimo suporte, especialmente de madeira, porque aumenta os
custos de materiais e de mão de obra e periga de incêndio a mina.
Mas deve-se ter em conta que a escolha principal é aquela que é feita entre a exploração
subterrânea e a céu aberto.
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no caso de acidente torna se muito difícil evacuar os homens. Estas minas são mais
perigosas - por isso exigem maior segurança e treinamento do pessoal. Por esta razão o
custo de uma de escavação e remoção de material é muito mais alto que na operação
superficial.
A exploração superficial pode produzir muito com maior produtividade dos homens,
devido a ausência de limitações do uso de equipamentos de grande escala. A principal
desvantagem é a necessidade de remover os escombros e o material de cobertura antes
de atingir o minério. E por vezes é preciso remover o material a volta, dependendo dos
factores de segurança. A exploração superficial, geralmente cria maiores rupturas ao
meio ambiente.
Exploração superficial
Vantagens Desvantagens
7 O planeamento é simples
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1. Geralmente esta escolha é ditada pelos custos, apesar de hoje em dia os factores
ambientais poderem ser levados em conta.
Na Fig. 8.1 a escolha é obvia, onde a e b seriam explorados por métodos superficiais e c
e d por exploração subterrânea. Contudo e e f são menos claro, e poderão exigir uma
avaliação mais cuidadosa que poderá indicar que parte do deposito poderia ser
explorado superficialmente e a outra por exploração subterrânea.
(b
(a
)
)
Cobertura
Minéri
minéri
(d
( c)
Cobertu
ra
(e)
minéri
minéri
minéri
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EXE.1 Na fig. 8.3 escolha o método mais adequado e comente a sua escolha com base
nos valores da r.d.
B
A
Gang Gang
Minéri
Minéri
3. A relação razão de desmonte - custos pode ser resumido pelo gráfico da fig. 8.4
Cu
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Fig. 8.4 Variação típica nos custos de exploração superficial (Cs) e de exploração
subterrânea (Cu) com a profundidade dos trabalhos. A profundidade D representa o
limite económico da exploração superficial (Open University, 1991).
Exploração Superficial
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Os corpos de minério do tipo (a) são explorados por técnicas de exploração de aluviões e
placers marinhos, apesar de por vezes serem considerados como uma variante do tipo
(b) e são explorados por métodos convencionais a seco. A diferença entre as técnicas
usada para (b) e (c ) surge não a partir das propriedades das rochas no local mas sim
das propriedades das rochas depois de serem exploradas.
O conceito do ângulo de repouso
É o ângulo feito pelo monte e a horizontal - comportamento do material solto em agregar-
se. Esta profundidade é importante quando se pretende empilhar o minério quebrado ou
escombreira no interior da mina.
Planeamento
Uma vez decidida a exploração - a operação deve ser planificada com o maior detalhe do
que aquele feito no estágio de avaliação.
O principais objectivos deste estudo mais detalhado é:
1. Estabelecer uma razão de desmonte económico, definindo assim a forma da
escavação e o limite da exploração superficial.
2. Manter uma quantidade adequada de mineral por explorar de modo a alcançar metas
de produção.
3. Desenvolver e manter as vias de acesso do equipamento.
4. Nos depósitos de qualidade variável, assegurar que as frentes de trabalho disponíveis
podem a todo o momento produzir o material necessário e a teores requeridos.
5. Manter uma flexibilidade de mudança de forma da escavação com a descoberta de
novas informações geológicas ou mudança de circunstâncias económicas.
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- Por vezes é possível explorar todo o deposito economicamente rentável, mas muitas
vezes uma parte do deposito não pode ser explorado - o termo cut-off ( teor ou ponto de
corte) é usado para descrever o limite dos trabalhos de exploração. O ponto de corte é
em função da razão de desmonte de máxima economia e do tipo do minério, também
depende do tempo; porque acompanhará as mudanças dos custos de produção, do
preço do mineral no mercado e dos métodos de processamento e tecnologias.
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Em depósitos onde a qualidade não varia muito, tais como o carvão, a razão de
desmonte económica determina o ponto de corte. A Fig. 8.6 mostra esta tendência.
Cobertura
Fig. 8.6 Ponto de corte a um ângulo constante é determinado neste caso pela r.d.
máxima económica. α é o ângulo de declive de máxima segurança (Open University,
1991).
Em depósitos de teores variáveis, ambos a razão de desmonte e o teor são importantes.
Por exemplo a fig. 8.7 mostra um deposito mineral que tendo sido trabalhado até ao
nível mostrado, para se decidir se deve se retirar o resto do minério até A, deve-se ter
em conta a razão de desmonte marginal B/A e o valor do minério A.
Minério
B Chão B
Fig. 8.7 Ponto de corte para minérios de teor variável é determinado pela r.d. e o teor
do minério (Open University, 1991)
EXE. 5 A fig. 8.8 (a) mostra a secção através de um deposito de Cu e pelo meio de
contornos estão indicados os teores do minério. Para o propósito de planificação, estas
secções de contornos são desenhados como uma série de blocos (fig. b) e o teor médio
é determinado para cada bloco. Já foi decidido que o cut-off é de 0.3% e o ângulo de
talude da parede não deve ser superior a 45°.
a) Qual será a forma do poço final se o objectivo é maximizar a recuperação do minério,
i.e. todo o minério acima de 0.3% Cu deverá ser removido.
b) Qual será o razão de desmonte média através da vida da mina quando a condição (a)
é satisfeita.
c) Qual será o perfil final da mina se o objectivo é não produzir material estéril (lixo)?
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d) No caso de (c) qual é a proporção do mineral usável poderá ser deixado no terreno.
e) Assumindo que 6 blocos são extraídos anualmente, quanto tempo durará até atingir o
cut-off sob as condições satisfeitas em a).
f) Desenvolva um programa de escavação para os primeiros 10 anos (i.e. especifique
quais os blocos a serem removidos cada ano) de modo a alcançar as condições em a)
ao mesmo tempo remova o estéril a um grau constante.
g) Desenvolva um programa de escavação para os primeiros 10 anos de modo a
satisfazer as condições em a) mas adiando a remoção do estéril para o mais tarde
possível para reduzir os gastos nos primeiros anos do projecto.
(a)
Superfíci
nul nulo
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(b Superfície
)
Equipamento
Devido a poucas restrições de espaço na exploração superficial há uma grande
flexibilidade na escolha do equipamento e frequentemente o detalhe de projecção da
escavação é feito para acomodar o equipamento. Factores como a altura das frentes de
trabalho, o gradiente das ruas de acesso, e mesmo a sequência das frentes é projectada
para responder as necessidades do equipamento seleccionado. De facto, uma das forças
motoras atrás das tendências da exploração superficial tem sido a disponibilidade de
máquinas de escavação altamente eficientes. Uma compreensão dos principais tipos de
equipamento disponível é uma grande ajuda para a compreensão da maneira como as
minas superficiais são projectadas.
A exploração superficial é feita por dois métodos principais a saber: o método open pit e
o método open cast.
A fig. 8.9 mostra alguns termos técnicos na exploração superficial.
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Rampa de saida
Corte excessivo
Crista
cobertura face suspenso
pé
bancada
estéril Corte Rampa
minério
Inclinação da Inclinação final da
bancada escavação
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70
10 m
(b) 40 m
45
10 m
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Fig. 8.11 Dimensões típicas numa mineração por open pit com bancadas (Open
University, 1991).
As minas em open pit variam em tamanho, a partir daquelas que produzem menos de
100.000 toneladas ao ano a muito grandes operações que chegam a produzir 1/2 milhão
de toneladas por dia. Outras ainda são muito mais. A mina de Cu Bingham Canyon perto
do Lake City tem mais de 60 bancadas, cada com 12 m de altura, produz 100.000
toneladas de minério e 300.000 toneladas de estéril por dia, é a 2° maior atracção
turística no estado de Utah.
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EXE. 6 O que é que pode ser feito com o material de cobertura do box cut ?
R:...............................................................................................
Limite da mina
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Direcção dos
Trabalhos neste Scraper a transportar o Solo
Superficial p/ reposição
Próximo Corte a ser
Explorado
Carvão
Cobertura
Bulldozer a Nível do
Terreno p/ uso na
Agricultura
Ruas de
Rolagem
Fig. 8.13 Diagrama esquemático da exploração open cast (open University, 1991)
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CAPITULO IX
Compilação de Dados de Pesquisa e de Exploração
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CAPITULO X
Legislação Mineira em Moçambique
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ANEXO A
Definição de termos mais usados nesta disciplina
Epigenético: de origem tardia em relação ao encaixante, dai provavelmente formado por
processos e condições diferentes.
Singenético: formado contemporaneamente com a rocha encaixante, provavelmente
sob mesmas condições.
Estratobaunde: depósitos minerais a um único estrato.
Estratiforme: caso especial de estratobaunde em que o minério coexiste restritamente
com uma ou mais camadas sedimentares, metamórficas ou ígneas.
Hidrotermal: desde o termo águas quentes até a acção das águas quentes resultando
nos produtos desta acção. O termo quente significa temperaturas mais altas do que da
rocha encaixante. Estas águas quentes podem ser de qualquer origem.
Pneumatolítico: formado por componentes voláteis ou emanações gasosas derivados
da solidificação do magma.
Metamorfismo: o ajuste estrutural e mineralógico de rochas consolidadas resultante da
acção do aumento da temperatura e pressão devido ao aumento da profundidade das
rochas, o quimismo da rocha não é alterado uma vez que o processo é geralmente
isoquímico.
Metasomatismo: o processo a partir do qual um mineral de composição química parcial
ou totalmente diferente pode crescer por cima de um outro mineral mais antigo.
Fluído: consiste nas partículas que se movimenta livremente entre elas próprias devido a
pequenas mudanças de pressão; somente refere-se a líquidos e gases.
Maciço: indica grande concentração de minerais económicos num sítio;
Disseminado: os minerais económicos ocorrem duma forma dispersa na rocha
hospedeira.
Rocha encaixante ou hospedeira: massa rochosa onde ocorre o depósito mineral.
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