JUIZ DE FORA
2018
RAISSA DA CRUZ FERREIRA
JUIZ DE FORA
2018
EMPREGO DE SERVIÇOS ONLINE GRATUITOS PARA DETERMINAÇÃO DE
COORDENADAS GEORREFERENCIADAS AO SISTEMA GEODÉSICO BRASILEIRO NO
CAMPUS DA UFJF
Trabalho Final de Curso submetido à banca examinadora constituída de acordo com o Artigo 9o do
Capítulo IV das Normas de Trabalho Final de Curso estabelecidas pelo Colegiado do Curso de Engenharia
Civil, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Civil.
Por:
Agradeço a Deus pela sua força em me sustentar nos momentos mais difíceis e pela dádiva da
vida, essa pequena montanha russa de altos e baixos, momentos de lutas e também de felicidade. Senhor
sou grata por tudo o que tens feito em minha vida, nos momentos em que pensei que não iria suportar o
Senhor não permitiu!
À minha mãe, Rosa minha fonte de inspiração e exemplo de vida dedico todo meu esforço. À
minha irmãzinha Yasmim pelo afeto, carinho e amor incondicional, você é incrível, te admiro de montão
minha guerreirinha! Ao Elci, pela generosidade e confiança. Aos meus tios Renato, Reinam e Sinésio
por sempre acreditarem no meu potencial, em especial ao meu tio Rogério por ter me ajudado em sua
serralheria com alguns dos materiais utilizados neste trabalho. Às minhas tias Rosinele, Gorete e Raquel
que sempre me apoiaram em tudo. À minha vó Amália, que tanto reza por mim para que eu alcance todos
os meus objetivos, ao meu Avô Raimundo que sempre levarei em meu coração e ao meu pai Luiz pela
torcida.
Ao meu orientador Alessandro Carvalho que compartilhou comigo seus conhecimentos e ensina-
mentos que foram muito além da sala de aula. O seu encorajamento, incentivo e otimismo, sem igual,
foram estímulos essenciais para que eu pudesse acreditar no meu próprio potencial como pesquisadora.
Obrigada pela confiança, ajuda, paciência e disponibilidade na elaboração deste trabalho, pesquisadores
como você são raros no meio acadêmico! Muito obrigada por tudo!
Agradeço aos vigilantes do campus da UFJF pela empatia, e preocupação nos levantamentos em
campo, inclusive nos horários noturnos. A agilidade e o sucesso nesta etapa do trabalho foram possíveis
graças a vocês!
Para Yasmim e Rosa,
“pelas horas de lazer que lhes foram roubadas”.
“Uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve
amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a
frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora de minha própria vida”.
Clarice Lizpector
RESUMO
The determination of coordinates of support points for georeferenced topographic surveys has been carried
out using GNSS receivers through the Global Positioning System (GPS) satellites and / or GLONASS
(Global Navigation Satellite System) satellites as well as data processing softwares. There are different
GNSS receivers and data processing softwares, which can be installed on a personal computer (desktop
applications) or accessed by services (web applications) available on the internet. The objective of this
work was to use two free online services to determine the geodesic coordinates of a set of points located
within the UFJF campus (Federal University of Juiz de Fora - Campus Juiz de Fora) as well as to compare
the results obtained through the different services. These points may serve as support for works that
require coordinates georeferenced to the SGB (Brazilian Geodetic System). Thirty geodetic landmarks
were materialized in the study area by means of concrete cylinders each with a diameter of 10 cm and
a height of 20 cm. In addition, metal identification plates were affixed to each of the landmarks and
subsequently occupied by dual frequency GNSS receivers (L1 = L2) for a period of 5 hours at a storage
rate of 5s. The data collected from the points were sent for processing to the CSRS-PPP (Precise Point
Positioning) services, and IBGE-PPP (Brazilian Institute of Geography and Statistics - Positioning by
Precision Point) for the coordinates to be determined. Of these services, IBGE-PPP is the only one
that provides coordinates in the referential and time units used in Brazil. Therefore, it was necessary
to implement tools to perform the transformation of reference data and reduction of the coordinates
obtained in the summary files (.SUM) of the services for the Brazilian referential SIRGAS2000, 2000.4.
The computational language GNU OCTAVE was used in the elaboration of the scripts for the change of
reference data and reduction of coordinates. The determination of the coordinates SIRGAS2000 (time
2000,4) of the landmarks that make up the geodesic structure established within the campus of UFJF was
executed successfully. The results of the positional discrepancies obtained by the IBGE-PPP processing
did not exceed 0.012 m in the planimetric result and 0.0006 m in the altimetric discrepancies. In the
CSRS-PPP, it did not exceed 0.16 m in the planimetric result and 0.10 m in the altimetric discrepancies.
The results of the positional precision obtained by the IBGE-PPP processing did not exceed values
of 0.025 m in the planimetric precision and 0.040 m in the altimetric precisions. On the other hand,
the CSRS-PPP had its values of planimetric precision (at a 95% confidence level) limited to 0.080 m
and altimetric precision values limited to 0.090 m. At the end of this study, a KML (Keyhole Markup
Language) file was made available for academic use with the location and report (descriptive) of each
point, containing: point identification, location information, equipment used in GPS data collection and
processing as well as the Cartesian, geodesic and plane coordinates in the UTM (Universal Transverse
Mercator) system, SIRGAS2000 epoch 2000,4 of the 30 geodesic landmarks implanted in the UFJF -
Campus Juiz de Fora.
do aço no concreto. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
Figura 16 – Implantação dos marcos em campo: (a) Pintura do topo dos marcos de amarelo; (b)
abertura das cavas com trado manual; (c) retirada de terra; (d) argamassa feita in
loco; (e) colocação da argamassa na cava; (f) fechamento da cava com terra; (g)
compactação da terra; (h) marco materializado em campo. . . . . . . . . . . . . . . . 51
Figura 17 – Gravação da numeração dos marcos: (a) “Slim genérica”; (b) alfabeto de aço; (c)
gravação da numeração dos marcos; (d) Slim personalizada. . . . . . . . . . . . . . . 51
Figura 18 – Fixação das plaquetas de alumínio nos marcos de concreto: (a) Cola silicone; (b)
Fixação da Slim no concreto. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
Figura 19 – Instalação do tripé e bastão: (a) Tripé; (b) Conjunto tripé e bastão; (c) Detalhe do
bastão exatamente apoiado no ponto circunscrito à chapa de identificação. . . . . . . 52
Figura 20 – Altura da antena do receptor GNSS: (a) Antena do receptor GNSS. (b) Detalhe da
altura da antena. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
Figura 21 – Comunicação antena e aparelho base: (a) Aparelho base. (b) Detalhe da entrada na
maleta. (c) cabo ponta dupla. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
Figura 22 – Fluxograma contendo a metodologia adotada. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
Figura 23 – Exemplo de um arquivo RINEX. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
Figura 24 – Relatório descritivo - IBGE-PPP. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
Figura 25 – Seção 2.4 do arquivo .SUM - IBGE-PPP. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
Figura 26 – Seção 3.3 do arquivo .SUM - IBGE-PPP. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
Figura 27 – E-mail com os resultados do processamento CSRS-PPP. . . . . . . . . . . . . . . . . 60
Figura 28 – Parte do relatório de processamento CSRS - PPP. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
Figura 29 – Arquivo .SUM - CSRS-PPP. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
Figura 30 – Gráfico da resultante planimétrica pelo IBGE-PPP e CSRS-PPP. . . . . . . . . . . . 73
Figura 31 – Gráfico da discrepância altimétrica pelo IBGE-PPP e CSRS-PPP. . . . . . . . . . . . 73
Figura 32 – Gráfico da precisão planimétrica pelo IBGE-PPP e CSRS-PPP. . . . . . . . . . . . . 74
Figura 33 – Gráfico da precisão altimétrica pelo IBGE-PPP e CSRS-PPP. . . . . . . . . . . . . . 74
Figura 34 – Seção 3.3 do arquivo .SUM - IBGE-PPP. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
Figura 35 – Marco 1 – M1: (a) Levantamento da estação M1 com receptor GNSS, (b) Detalhe do
marco M1 em solo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
Figura 36 – Planta de localização do marco M1 no campus da UFJF. O marco M1 localiza-se em
canteiro entre o estacionamento e o prédio do Programa de Pós-Graduação em Ciência
da Computação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
Figura 37 – Marco 2 – M2: (a) Levantamento da estação M2 com receptor GNSS, (b) Detalhe do
marco M2 em solo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
Figura 38 – Planta de localização do marco M2 no campus da UFJF. O marco M2 localiza-se em
talude que dá divisa com o bairro São Pedro, encontra-se em direção à saída traseira
do galpão do laboratório de resistência dos materiais. . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
Figura 39 – Marco 3 - M3: (a) Levantamento da estação M3 com receptor GNSS, (b) Detalhe do
marco M3 em solo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
Figura 40 – Planta de localização do marco M3 no campus da UFJF. O marco M3 localiza-se em
gramado próximo ao passeio de concreto do lado aposto da rua que dá acesso à usina
fotovoltaica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
Figura 41 – Coordenadas da Estação M4. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
Figura 42 – Planta de localização do marco M4 no campus da UFJF. O marco M4 localiza-se em
talude ao lado do prédio do CRITT pouco antes de se adentrar em mata fechada. . . . 86
Figura 43 – Marco 5 - M5: (a) Levantamento da estação M5 com receptor GNSS, (b) Detalhe do
marco M5 em solo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
Figura 44 – Planta de localização do marco M5 no campus da UFJF. O marco M5 localiza-se
em talude ao fundo do estacionamento do CRITT ao lado de uma estrutura feita em
concreto para drenagem pluvial. Descritivo da estação M6. . . . . . . . . . . . . . . 87
Figura 45 – Marco 6 - M6: (a) Levantamento da estação M6 com receptor GNSS, (b) Detalhe do
marco M6 em solo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
Figura 46 – Planta de localização do marco M6 no campus da UFJF. O marco M6 localiza-se em
canteiro ao pé do talude que fica ao final do estacionamento do CRITT. . . . . . . . . 88
Figura 47 – Marco 7 - M7: (a)Levantamento da estação M7 com receptor GNSS, (b) Detalhe do
marco M7 em solo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
Figura 48 – Planta de localização do marco M7 no campus da UFJF. Este marco localiza-se no
trevo que dá acesso ao estacionamento ao lado do IAD – Instituto de Artes e Design. . 89
Figura 49 – Marco 8 - M8: (a)Levantamento da estação M8 com receptor GNSS, (b) Detalhe do
marco M8 em solo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
Figura 50 – Planta de localização do marco M8 no campus da UFJF. Este marco localiza-se em
canteiro que fica na esquina da saída do estacionamento do CRITT, lado oposto ao
bosque. Descritivo da estação M9. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
Figura 51 – Marco 9 - M9: (a)Levantamento da estação M9 com receptor GNSS, (b) Detalhe do
marco M9 em solo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
Figura 52 – Planta de localização do marco M9 no campus da UFJF. Este marco localiza-se no
trevo que dá acesso à biblioteca do ICE, ao ICE e fica na subida do morro para
Engenharias e IAD. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
Figura 53 – Marco 10 - M10: (a)Levantamento da estação M10 com receptor GNSS, (b) Detalhe
do marco M10 em solo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
Figura 54 – Planta de localização do marco M10 no campus da UFJF. Este marco localiza-se em
solo e fica ao lado do passeio que dá acesso ao ice, logo ao final do morro. . . . . . . 92
Figura 55 – Marco 11 - M11: (a)Levantamento da estação M11 com receptor GNSS, (b) Detalhe
do marco M11 em solo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
Figura 56 – Planta de localização do marco M11 no campus da UFJF. Este marco localiza-se em
canteiro central que dá acesso à FAEFID – Faculdade de Educação Física e Desportos. 93
Figura 57 – Marco 12 - M12: (a)Levantamento da estação M12 com receptor GNSS, (b) Detalhe
do marco M12 em solo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94
Figura 58 – Planta de localização do marco M12 no campus da UFJF. Este marco localiza-se em
canteiro entre o estacionamento e o prédio da FAEFID – Faculdade de Educação Física
e Desportes. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94
Figura 59 – Marco 13 - M13: (a)Levantamento da estação M13 com receptor GNSS, (b) Detalhe
do marco M13 em solo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
Figura 60 – Planta de localização do marco M13 no campus da UFJF. Este marco localiza-se em
canteiro com gramado em frente ao estacionamento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
Figura 61 – Marco 14 - M14: (a)Levantamento da estação M14 com receptor GNSS, (b) Detalhe
do marco M14 em solo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96
Figura 62 – Planta de localização do marco M14 no campus da UFJF. Este marco localiza-se em
crista do talude ao lado da arquibancada da FAEFID. . . . . . . . . . . . . . . . . . 96
Figura 63 – Marco 15 - M15: (a)Levantamento da estação M15 com receptor GNSS, (b) Detalhe
do marco M15 em solo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
Figura 64 – Planta de localização do marco M15 no campus da UFJF. Este marco localiza-se em
canteiro ao lado do ponto de ônibus em frente ao lago. . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
Figura 65 – Marco 16 - M16: (a)Levantamento da estação M16 com receptor GNSS, (b) Detalhe
do marco M16 em solo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98
Figura 66 – Planta de localização do marco M16 no campus da UFJF. Este marco localiza-se ao
final de um canteiro em direção ao pórtico sul. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98
Figura 67 – Marco 18 - M18: (a) Levantamento da estação M18 com receptor GNSS, (b) Detalhe
do marco M18 em solo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99
Figura 68 – Planta de localização do marco M18 no campus da UFJF. Este marco localiza-se em
um gramado próximo à um trevo e ao lado do laboratório de análises da Faculdade de
Farmácia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99
Figura 69 – Marco 19 - M19: (a) Levantamento da estação M19 com receptor GNSS, (b) Detalhe
do marco M19 em solo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100
Figura 70 – Planta de localização do marco M19 no campus da UFJF. Este marco localiza-se em
canteiro aos fundos do prédio da FACOM - Faculdade de Comunicação, logo no início
da descida da mesma. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100
Figura 71 – Marco 20 - M20: (a) Levantamento da estação M20 com receptor GNSS, (b) Detalhe
do marco M20 em solo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101
Figura 72 – Planta de localização do marco M20 no campus da UFJF. Este marco localiza-se em
canteiro na descida do prédio da FACOM – Faculdade de Comunicação. . . . . . . . 101
Figura 73 – Marco 21 - M21: (a) Levantamento da estação M21 com receptor GNSS, (b) Detalhe
do marco M21 em solo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102
Figura 74 – Planta de localização do marco M21 no campus da UFJF. Este marco localiza-se em
um gramado em frente à Faculdade de Economia, logo em frente ao estacionamento
da mesma. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102
Figura 75 – Marco 22 - M22: (a) Levantamento da estação M22 com receptor GNSS, (b) Detalhe
do marco M22 em solo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103
Figura 76 – Planta de localização do marco M22 no campus da UFJF. Este marco localiza-se em
um canteiro ao final do estacionamento ao lado do prédio da Faculdade de Educação. 103
Figura 77 – Marco 23 - M23: (a) Levantamento da estação M23 com receptor GNSS, (b) Detalhe
do marco M23 em solo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104
Figura 78 – Planta de localização do marco M23 no campus da UFJF. Este marco localiza-se em
canteiro próximo à rotatória que dá acesso à faculdade de Educação, o canteiro fica ao
lado do morro da descida da FACOM. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104
Figura 79 – Marco 24 - M24: (a) Levantamento da estação M24 com receptor GNSS, (b) Detalhe
do marco M24 em solo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105
Figura 80 – Planta de localização do marco M24 no campus da UFJF. Este marco localiza-se em
canteiro ao final da subida que dá acesso ao ICH – Instituto de Ciências Humanas. . . 105
Figura 81 – Marco 25 - M25: (a) Levantamento da estação M25 com receptor GNSS, (b) Detalhe
do marco M25 em solo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106
Figura 82 – Planta de localização do marco M25 no campus da UFJF. Este marco localiza-se em
canteiro em frente à Faculdade de Educação, próximo à cantina da mesma. . . . . . . 106
Figura 83 – Marco 26 - M26: (a) Levantamento da estação M26 com receptor GNSS, (b) Detalhe
do marco M26 em solo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107
Figura 84 – Planta de localização do marco M26 no campus da UFJF. Este marco localiza-se em
frente ao trevo que dá acesso às Faculdades de Odontologia e Farmácia. . . . . . . . 107
Figura 85 – Marco 27 - M27: (a) Levantamento da estação M27 com receptor GNSS, (b) Detalhe
do marco M27 em solo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108
Figura 86 – Planta de localização do marco M27 no campus da UFJF. Este marco localiza-se em
canteiro em frente ao pórtico norte do campus da UFJF. . . . . . . . . . . . . . . . . 108
Figura 87 – Marco 28 - M28: (a) Levantamento da estação M28 com receptor GNSS, (b) Detalhe
do marco M28 em solo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109
Figura 88 – Planta de localização do marco M28 no campus da UFJF. Este marco localiza-se no
pé do talude em direção ao ponto de ônibus em frente à Faculdade de Letras. . . . . . 109
Figura 89 – Marco 29 - M29: (a) Levantamento da estação M28 com receptor GNSS, (b) Detalhe
do marco M29 em solo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110
Figura 90 – Planta de localização do marco M29 no campus da UFJF. Este marco localiza-se na
extremidade superior direita do “campo” ao lado da praça cívica. . . . . . . . . . . . 110
Figura 91 – Marco 30 - M30: (a) Levantamento da estação M30 com receptor GNSS, (b) Detalhe
do marco M30 em solo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111
Figura 92 – Planta de localização do marco M30 no campus da UFJF. Este marco localiza-se à
extremidade inferior direita do “campo” ao lado da praça cívica. . . . . . . . . . . . 111
Figura 93 – Janela do Aplicativo DOSBox v0.74: parte 1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112
Figura 94 – Janela do Aplicativo DOSBox v0.74: parte 2. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113
Figura 95 – Janela do Aplicativo DOSBox v0.74: parte 3. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113
Figura 96 – Janela do Aplicativo DOSBox v0.74: parte 4. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114
Figura 97 – Janela do Aplicativo DOSBox v0.74: parte 5. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114
Figura 98 – Janela do Aplicativo DOSBox v0.74: parte 6. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115
Figura 99 – Janela do Aplicativo DOSBox v0.74: parte 7. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115
Figura 100 – Janela do Aplicativo DOSBox v0.74: parte 8. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116
Figura 101 – Janela do Aplicativo DOSBox v0.74: parte 9. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116
Figura 102 – Janela do Aplicativo DOSBox v0.74: parte 10. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117
Figura 103 – Janela do Bloco de Notas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117
Figura 104 – Janela do Aplicativo DOSBox v0.74: parte 11. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118
Figura 105 – Janela do Aplicativo DOSBox v0.74: parte 12. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118
LISTA DE TABELAS
1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
1.1 OBJETIVO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.1.1 Objetivo Geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.1.2 Objetivos Específicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2 REVISÃO DE LITERATURA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.1 SISTEMAS GEODÉSICOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.1.1 Sistemas Internacionais de Referência Terrestre . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.1.2 Sistema Geodésico Brasileiro - SGB . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
2.1.2.1 SIRGAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
2.1.2.2 RBMC - Rede Brasileira De Monitoramento Contínuo dos sistemas GNSS . . . . . . 29
2.2 MUDANÇA DE REFERENCIAL GEODÉSICO E REDUÇÃO DAS COORDENADAS 31
2.2.1 Transformação de Helmert . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
2.2.2 Determinação das velocidades das estações e redução de coordenadas . . . . . . 33
2.2.2.1 VEMOS: Modelo de velocidade para o SIRGAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
2.2.3 Conversão dos Sistemas de Coordenadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
2.2.3.1 Conversão de Coordenadas Geodésicas para Cartesianas Geocêntricas . . . . . . . 34
2.2.3.2 Conversão de Coordenadas Cartesianas Geocêntricas para Geodésicas . . . . . . . 35
2.2.3.3 Conversão de Coordenadas Geodésicas em planas UTM . . . . . . . . . . . . . . . 35
2.3 POSICIONAMENTO POR PONTO PRECISO - PPP . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
2.3.1 Erros Envolvidos no Posicionamento GNSS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
2.3.1.1 Erros da Órbita do Satélite . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
2.3.1.2 Erros de Propagação do Sinal na Troposfera . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
2.3.1.3 Erros de Propagação do Sinal da Ionosfera . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
2.3.1.4 Perdas de Ciclo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
2.3.1.5 Multicaminho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
2.3.1.6 Fase wind-up . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
2.4 SERVIÇOS DE PPP ONLINE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
2.4.1 IBGE-PPP . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
2.4.2 Especificações do Serviço . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
2.4.3 CSRS PPP . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
2.4.4 Especificações do Serviço . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
3 MATERIAIS E MÉTODOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
3.2 MATERIALIZAÇÃO DOS MARCOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
3.3 MONTAGEM DOS EQUIPAMENTOS EM CAMPO . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
3.4 MÉTODOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
3.4.1 Rastreamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
3.4.2 Transferência dos dados brutos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
3.4.2.1 Sequência de comandos para a transferência dos arquivos brutos: . . . . . . . . . . 55
3.4.3 Transformação dos dados brutos para o formato padrão RINEX . . . . . . . . . 56
3.4.3.1 Arquivo de Observação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
3.4.4 Base de dados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
3.4.4.1 Processamento dos dados pelo IBGE-PPP . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
3.4.4.2 Arquivo .SUM IBGE-PPP . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
3.4.4.3 Processamento dos dados pelo CSRS-PPP (SPARK) . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
3.4.4.4 Arquivo .SUM CSRS-PPP . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
4.1 DETERMINAÇÃO POSICIONAL DAS COORDENADAS EM SIRGAS2000, ÉPOCA
2000,4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
4.1.1 Obtenção das coordenadas em ITRF14, época 2018,4 . . . . . . . . . . . . . . . 62
4.1.2 Obtenção das coordenadas em SIRGAS2000, época 2018,4 . . . . . . . . . . . . 63
4.1.3 Análise dos resultados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
4.2 ARQUIVO KML COM A LOCALIZAÇÃO DOS MARCOS . . . . . . . . . . . . . 75
4.2.1 Linguagem KML . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
4.2.2 Anexando Link do descritivo dos marcos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
4.2.2.1 Passos para alteração do código arquivo KML . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
1 INTRODUÇÃO
O homem, desde os primórdios da civilização buscou meios para orientar-se e conquistar novas
fronteiras afim de expandir o seu território (SILVA; SEGANTINE, 2015).
A navegação oceânica, realizada distante da costa, trouxe desafios que foram solucionados no
encontro entre a astronomia e a náutica já que em pleno mar, o único ponto fixo para orientação das
embarcações eram as estrelas, no hemisfério Norte a Polar. A proximidade do Equador e o avanço para o
Sul tornaram o Sol uma estrela-guia, somado às estrelas do Cruzeiro do Sul (GESTEIRA, 2014).
A Geodésia é a ciência que tem por objetivo determinar a forma e as dimensões da Terra, bem
como os parâmetros definidores de seu campo da gravidade e suas variações temporais (GEMAEL, 1994).
A clássica definição de Helmert, apresentada em 1880, na qual consta: “é a ciência das medições e
mapeamento da superfície terrestre” é ainda fundamental para a Geodésia pois trata-se da disciplina
que além de lidar com a representação terrestre, incluindo seu campo gravitacional em um espaço
tridimensional, inclui a componente de variação temporal em seus estudos (MONICO, 2017).
O uso do GPS envolve além dos fundamentos básicos de Geodésia, conhecimentos sobre propa-
gação de sinal, seus erros e formas de reduzi-los ou eliminá-los, ajustamento e análise de observações,
18
Uma rede geodésica consiste em um conjunto de pontos materializados no terreno, cujas coorde-
nadas (posições) em relação a um referencial são estimadas por meio de observações terrestres como por
exemplo os métodos de posicionamento por GNSS (COLLISCHONN, 2013).
Há vários serviços que possibilitam o processamento GNSS online e de forma gratuita, cada um
com suas particularidades e respectivas precisões (LIMA, 2011). Neste trabalho foram utilizados dois:
o IBGE-PPP (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – Posicionamento por Ponto Preciso) e o
CSRS-PPP (Canadian Spatial Reference System – Precise Point Positioning) em que ambos fornecem
as coordenadas no ITRF14 (International Terrestrial Reference Frame 2014), época da coleta de dados.
Entretanto no caso específico do IBGE-PPP além da viabilização das coordenadas neste referencial
internacional, são disponibilizadas as coordenadas no SIRGAS2000, época 2000,4.
As coordenadas provenientes dos serviços PPP online estão atreladas ao referencial das efemérides
precisas e associadas à época da coleta de dados. Desde o dia 29 de janeiro de 2017, o IGS emprega o
19
sistema de referência IGS14 para alinhar seus produtos (efemérides precisas e correções dos relógios dos
satélites) ao ITRF2014 (REBISCHUNG; SCHMID; HERRING, 2016). Deste modo, torna-se necessário
aplicar a transformação de Helmert com base em quatorze parâmetros (três translações, três rotações, um
fator de escala e respectivas variações temporais) para mudar o referencial das coordenadas do ITRF14
para SIRGAS 2000 e reduzi-las à época 2000,4. No Brasil, entre 25 de fevereiro de 2005 e 25 de fevereiro
de 2015, era admitido o uso de datas planimétricos além do SIRGAS2000, como o SAD 69 (South
American Datum 1969) e o Córrego Alegre. Caso as velocidades das estações não sejam conhecidas,
recomenda-se na área de abrangência do SIRGAS, o emprego do VEMOS (Velocity Model for SIRGAS)
para determinação dessas velocidades (DREWES; HEIDBACH, 2012; SIRGAS, 2018).
1.1 OBJETIVO
• Realizar mudança de referencial das coordenadas dos pontos geodésicos do ITRF(IGS14) para o
SIRGAS2000;
• Empregar o VEMOS2009 na obtenção das velocidades dos pontos geodésicos e reduzir suas
coordenadas da época da coleta dos dados para a época 2000,4;
• Comparar as coordenadas calculadas com uso de scripts escritos em linguagem GNU Octave com
as fornecidas pelo serviço IBGE-PPP;
• Criar arquivo KML contendo todos os marcos geodésicos com respectivos descritivos.
20
2 REVISÃO DE LITERATURA
No tocante aos Sistemas Geodésicos de Referência (SGR), estes sempre estarão ligados a
quaisquer características terrestres que englobe as determinações das etapas de definição, materialização e
densificação dessas mesmas características, que podem variar de acordo com o objetivo de cada trabalho
(MCCARTHY, 1996). Na prática o SGR, serve para a obtenção de coordenadas que possibilitam a
representação e localização em mapa de qualquer objeto da superfície do planeta (PERON et al., 2017).
Para Monico (2008), a definição de um sistema de referência é caracterizada pela ideia conceitual
designado pelo termo reference system, que são parâmetros adotados e convenções acrescidas de informa-
ções do elipsoide orientado e ajustado à terra, já as suas realizações são denominadas pelo termo reference
frame a qual são feitas as materializações, conjunto de pontos implantados na superfície física da terra
cujas coordenadas são conhecidas, e são divulgados os resultados e disponibilizados aos usuários.
diversas realizações do ITRS e a realização inicial é denominada ITRF0, na qual foi adotada a origem,
orientação e escala do BTS87. As sucessivas realizações do ITRF, depois da inicial, são: ITRF88, ITRF89,
ITRF90, ITRF91, ITRF92, ITRF93, ITRF94, ITRF96, ITRF97, ITRF2000, ITRF2005, ITRF2008, IGS08,
IGb08, ITRF2014 e IGS14 (MONICO, 2008).
De acordo com a teoria da tectônica das placas, que prevê as principais deformações da crosta
terrestre ao longo dos limites das grandes placas litosféricas, as coordenadas das estações são alteradas
com o passar do tempo (CALDAS; CHAVES, 2015).
As técnicas espaciais de posicionamento de alta precisão, tais como o VLBI, SLR, LLR, DORIS
e GNSS, determinam a posição de um ponto no espaço e uma componente associada à variação temporal
das coordenadas, representada pelas respectivas velocidades. As estações ITRFs, que são produtos ou
realizações da IERS, quando disponibilizadas aos usuários vêm como uma lista de coordenadas e suas
respectivas velocidades, que foram obtidas através das tecnologias VLBI, SLR, LLR, DORIS e GPS
(MONICO; SOTO; DREWES, 2005).
IVS é uma Instituição de colaboração internacional de organizações que operam dados VLBI,
seus objetivos são fornecer um serviço de apoio geodésico, geofísicos e atividades de pesquisa e promover
atividades de pesquisa e desenvolvimento em todos os aspectos da técnica VLBI geodésico e astrométrico
(IVS, 2005).
A evolução temporal das estações ITRF89 e ITRF90 era obtida a partir do modelo de velocidade
das placas litosféricas denominado NUVEL (Northen University Velocity Model). Na realização ITRF91
a partir de 1991, a velocidade de cada estação passou também a ser estimada no processo, tendo o modelo
de movimento das placas como uma informação adicional (MONICO, 2008).
Na realização ITRF92 todas as realizações do ITRS seguiram praticamente o mesmo padrão, até
este ano (BOUCHER; ALTAMIMI; DUHEM, 1993). Contudo na realização do ITRF93 houve mudança
em relação à orientação da rede. A orientação e sua variação com o tempo passaram a ser consistentes
com os parâmetros de rotação da Terra produzidos pelo IERS (BOUCHER; ALTAMIMI; DUHEM, 1993).
A orientação, origem, escala e evolução temporal do ITRF97 foram definidas de modo a serem
iguais às do ITRF96 e, portanto, iguais às do ITRF94. Dezenove SSCs (Set of Station Coordinates) foram
selecionados para compor o ITRF97 (4 VLBI, 5 SLR, 6 GPS, 3 DORIS e 1 SLR+DORIS). O ITRF97 é
composto por mais de 550 estações, em 325 localidades.
A origem do sistema ITRF2000 foi estabelecida a partir da média ponderada de cinco soluções
SLR (MONICO; SOTO; DREWES, 2005). A escala foi inserida a partir de cinco soluções SLR e três
VLBI e a solução final é composta por 21 SSCs individuais, das quais 3 VLBI, 7 SLR, 1 LLR, 6 GPS, 2
DORIS, 2 com técnica múltipla, além de 9 densificações GPS, chegando num total de aproximadamente
800 estações (SEGANTINE, 2005).
O ITRF2000, referenciado à época 1997, (t0 =1997,0), baseia-se em cerca de 500 estações
(SEGANTINE, 2005). A Figura 2 ilustra as diferentes técnicas espaciais de poscionamento que contribuem
para a realização do ITRF2000.
23
Fonte: (ALTAMIMI et al., 2002). Técnica 1: GPS; técnica 2: DORIS; técnica 3: SLR; técnica 4: VLBI.
A estrutura do ITRF2005 referente à época 2000,0, é baseada nas determinações VLBI, SLR,
DORIS e GPS em 608 estações.
A definição das séries de soluções das diferentes técnicas geodésicas espaciais em seus respectivos
anos é descrita abaixo, conforme é apresentado na Figura 3 (ALTAMIMI et al., 2007):
Fonte: (ALTAMIMI et al., 2007). Técnica 1: GPS; técnica 2: DORIS; técnica 3: SLR; técnica 4: VLBI.
No que se refere ao ITRF2008 afirma-se que sua orientação está alinhada ao ITRF2005 utilizando
179 estações de alta qualidade geodésica, desta forma a sua origem está no geocentro e é definida de
forma que os parâmetros de tradução entre o ITRF2005 e o ITRF2008 sejam nulos e a época 2005,0
com suas respectivas taxas de conversão também nulas entre as séries temporais ITRF2008, ILRS e SLR
(REBISCHUNG; SCHMID; HERRING, 2016).
O IGS tem a sua própria realização TRF assim como a IERS tem as realizações ITRFs. Esta
realização TRF é fundamentada em observações GNSS e considerada consistente com o ITRF vigente
realizado pelo IERS (RAY; DONG; ALTAMIMI, 2004).
A realização da rede do IGS conhecida como IGS08 teve sua validade até a data 06/10/2012.
A partir da data 07/10/2012 até 29/01/2017 entrou em vigor a realização IGb08 que foi alinhado ao
ITRF2008 (REBISCHUNG; SCHMID; HERRING, 2016). O termo “alinhado” significa dizer que foi
aplicada a transformação de Helmert de 14 parâmetros para um conjunto seleto de estações de alta
qualidade para a compatibilização de referenciais, portanto, significa dizer que os referenciais possuem a
mesma origem, escala e orientação (CARVALHO, 2015). A única técnica geodésica espacial utilizada
na realização IGb08 foram a observações GNSS, enquanto no ITRF2008 foram utilizadas além das
observações GNSS as técnicas de posicionamento VLBI, SLR e DORIS (PROL et al., 2014). A Figura 4
ilustra a rede de estações do sistema ITRF2008.
O ITRF2008, IGS08 e IGb08 são equivalentes a nível global, são alinhados e, portanto, comparti-
lham a mesma origem, escala e orientação (CARVALHO et al., 2015).
• Os termos anuais e semestrais foram estimados para estações com intervalos de tempo suficientes
das 4 técnicas durante os processos de empilhamento das séries temporais correspondentes;
26
• Os modelos de deformação pós-sísmica (PSD) foram determinados pela captura de dados GNSS /
GPS em grandes sites de terremotos GNSS / GPS.
A versão mais recente em termos de referenciais globais é o IGS14, que é basicamente um extrato
de 252 estações com posição estável ao longo do tempo. Foi adotado pelo IGS em 29/01/2017 e é a última
materialização do ITRS (SÁNCHEZ, 2018).
O IBGE, como órgão gestor do SGB, tem por atribuição a elaboração de normas e especificações
para levantamentos geodésicos no Brasil (IBGE, 1993).
década de 1980, quando o GPS passou a ser utilizado no estabelecimento das redes geodésicas de forma
mais ágil e precisa (IBGE, 2018).
2.1.2.1 SIRGAS
O projeto Sistema de Referência Geocêntrico para a América do Sul (SIRGAS) foi iniciado na
Conferência Internacional para Definição de um datum Geocêntrico para a América do Sul, no Paraguai
em outubro de 1993 a convite da Associação Internacional de Geodésia - IAG, do Instituto Pan-americano
de Geografia e História - IPGH e da Agência Cartográfica do Departamento de Defesa dos EUA - DMA
(atualmente, Agência Nacional de Mapas e Imagens - NIMA). Os objetivos estabelecidos para o projeto
foram a definição de um sistema geocêntrico de referência para a América do Sul, adotando-se o ITRS,
realizado na época pelo ITRF de 1993 e o elipsóide do GRS80 (Geodetic Reference System 1980), o
estabelecimento e manutenção de uma rede de referência, e o estabelecimento e manutenção de um datum
geocêntrico (SIRGAS, 1997).
Por outro lado, a adoção do ITRS como sistema de referência, além de garantir
28
O processo de implantação do SIRGAS teve duas realizações, uma em 1995 e outra no ano 2000.
A primeira realização SIRGAS foi composta por 58 estações distribuídas pelo continente e observadas pelo
sistema GPS no período de 26 de maio a 4 de junho de 1995, denominada SIRGAS95 (SIRGAS, 2018).
As coordenadas finais desta realização estão referenciadas ao ITRF94 época 1995,4 e estes resultados se
traduzem na rede de referência continental mais precisa da América do Sul e uma das mais precisas do
mundo (RAMOS; POZ; CARVALHO, 2016).
A segunda realização ocorreu no período de 10 a 19 de maio de 2000, sendo utilizadas 184 esta-
ções distribuídas na América do Sul e Central. As coordenadas finais desta realização estão referenciadas
ao ITRF2000 na época 2000,4 e têm precisão da ordem de 3 a 6 mm (RAMOS; POZ; CARVALHO, 2016;
SIRGAS, 2018).
• Achatamento: f = 1/298.257222101;
• Orientação: geocêntrica;
A terceira e atual realização do SIRGAS é dada por uma rede de estações GNSS que funcionam
continuamente distribuídas na América Latina denominada de Rede SIRGAS de Operação Contínua
(SIRGAS-CON). A rede SIRGAS de monitoramento contínuo (SIRGAS-CON) é formada por cerca de
400 estações distribuídas na América Latina e no Caribe. A operabilidade da rede SIRGAS-CON conta
com a contribuição voluntária de mais de 50 entidades, que implantam as estações e mantém sua operação
de forma adequada para, posteriormente, colocar as informações observadas à disposição dos centros de
análises (SIRGAS, 2018).
Os dados das estações da rede SIRGAS-CON são processados semanalmente visando a estimação
da posição semanal instantânea alinhada com o ITRF e soluções multianuais (acumulativa) do SIRGAS.
As soluções multianuais fornecem a posição e a velocidade mais acuradas e atualizadas das estações
SIRGAS. Elas são utilizadas na realização e manutenção do sistema de referência do SIRGAS no intervalo
entre duas edições do ITRF. Enquanto uma nova edição do ITRF é publicada aproximadamente a cada
cinco anos, a solução multianual do sistema de referência do SIRGAS é atualizada a cada um ou dois
29
Segundo (IBGE, 2018) a RBMC é formada por um conjunto de estações geodésicas, equipadas
com receptores GNSS de alto desempenho, que proporcionam, uma vez por dia ou em tempo real,
observações para a determinação de coordenadas. A RBMC é composta por 101 estações que possuem,
em sua maioria, receptores rastreando satélites GPS e GLONASS (Global Orbiting Navigation Satellite
System), enquanto que algumas das estações têm receptores que rastreiam apenas satélites da constelação
GPS.
conexão com Internet e o fornecimento constante de energia elétrica, assim esses receptores coletam e
armazenam continuamente as observações do código e da fase das ondas portadoras transmitidos pelos
satélites das constelações GPS ou GLONASS (IBGE, 2018).
Figura 8 Parâmetros de transformação do ITRF2014 para ITRFs anteriores disponibilizados pelo ITRF.
O modelo matemático para reduzir ou atualizar os parâmetros pode ser visto através da equação
(2.1). Para um dado parâmetro P, seu valor em qualquer época é obtido usando esta equação, onde
"EPOCH"é a época indicada na tabela acima (atualmente 2010.0) e Ṗ é a taxa de deslocamento anual do
parâmetro.
O IBGE-PPP usa, no Brasil, as efemérides produzidas pelo NRCan (Natural Resources Canada)
e já inclui em seus cálculos a mudança de referencial e redução das coordenadas fornecendo a seus
usuários o resultado final em SIRGAS2000 (época 2000,4) e no ITRF14 (época da coleta dos dados)
(IBGE, 2017). Entretanto o CSRS-PPP que utiliza das efemérides precisas produzidas pelo IGS, as quais
32
estão vinculadas à época da sessão do rastreio e ao referencial realizado pelo IGS (o ITRF14), necessitam
da aplicação da transformação de Helmert para a compatibilização dos referenciais ITRF14(IGS14) em
SIRGAS2000 além da redução da época da coleta de dados para a época 2000,4 afim de que ao final as
coordenadas obtidas pelos dois serviços PPP esteja georreferenciadas ao SGB.
Para transformação de referencial tem-se na literatura corrente os parâmetros utilizados pelo IBGE,
aplicados no IBGE-PPP, e mais dois conjuntos de parâmetros disponibilizados por Petit e Luzum (2010) e
Altamimi et al. (2007) (RAMOS, 2015). Para realizar a transformação do referencial IGS14(ITRF2014)
para o sistema SIRGAS2000 (ITRF2000), foi utilizado neste trabalho os parâmetros de transformação
disponibilizados pelo IBGE.
Na maioria dos casos os ângulos da matriz de rotação diferencial são pequenos. Assim, a
transformação entre dois sistemas de referência pode ser obtida de forma simplificada através da equação
matricial a seguir (SILVA; SEGANTINE, 2015; CARVALHO et al., 2015):
X X TX D −Rz Ry X
Y = Y + TY + Rz D −Rx Y (2.4)
Z d
Z o
TZ −Ry Rx D Z o
O IBGE-PPP fornece todos os valores dos parâmetros de transformação entre IGS14 para
SIRGAS2000 utilizados em um arquivo resumo do processamento dos dados chamado *.SUM e eles
também podem ser verificados no Manual do Aplicativo do IBGE-PPP pela tabela 1 abaixo:
Tabela 1 – Parâmetros de transformação entre os sistemas de referência ITRF14 (IGS14) para SIRGAS2000.
nos cálculos. O fator de escala D é dado em ppb (partes por bilhão), portanto deve ser dividido por 1
bilhão e as rotações diferenciais que estão em milésimos de segundos de arco deverão ser convertidas
para radianos. Os valores numéricos das constantes ppb e mas estão descritos abaixo:
1
1ppb = partes = 1x10−9 partes
1.000.000.000
1 π
1mas = = 4, 8481368111x10−9 rad
1000 60 ∗ 60 ∗ 180
Com a grande evolução das técnicas de posicionamento geodésico observadas nas últimas décadas,
especialmente após o advento dos sistemas GNSS, pode-se dizer que a precisão de determinação de
coordenadas melhorou em até três ordens de grandeza. Para os propósitos geodésicos, como por exemplo,
a redução de coordenadas das estações de uma época de origem para a de destino e a não disposição de
suas velocidades, torna-se fundamental o conhecimento de um campo contínuo de velocidade (DREWES;
HEIDBACH, 2012). Por exemplo, atualmente as coordenadas da RBMC são determinadas com precisão
milimétrica. Com este nível de precisão, diversos fenômenos associados a movimentos da crosta terrestre,
antes imperceptíveis, passam a ser claramente detectáveis. No caso do Brasil, o fenômeno que mais
contribui para a alteração das coordenadas planimétricas (latitude e longitude) é o movimento da placa
tectônica da América do Sul, responsável por um deslocamento de todo o território para noroeste em
um pouco mais de 1 cm por ano. Esta variação anual evidenciou a necessidade de se associar uma
época de referência às coordenadas de estações geodésicas determinadas com precisão milimétrica (ou
centimétrica). No caso do sistema geodésico oficial do país, SIRGAS2000, escolheu-se 2000,4 para a
época de referência, uma vez que este corresponde ao período da campanha SIRGAS realizada em 2000,
no mês de maio daquele mesmo ano, quando 184 estações GPS foram observadas em todas as Américas e
Caribe com o objetivo de materialização de um novo sistema (IBGE, 2018).
Atualmente, o SIRGAS e o IBGE adotam o VEMOS2009 para a América do Sul e Caribe nas
soluções da rede (DREWES; HEIDBACH, 2012). Uma prática dos usuários do SGB é a utilização
de um aplicativo disponibilizado pelo SIRGAS, identificado por VMS2009. De posse das velocidades
dos pontos é possível reduzir as coordenadas obtidas na época de rastreio para a época de referência
do SIRGAS2000 (2000,4) e padronizar os levantamentos geodésicos ao SGB. Maiores detalhes de
como obter as velocidades através do aplicativo desktop VMS2009 podem ser vistos no ANEXO A
ao final deste texto e maiores informações sobre o modelo VEMOS2009 podem ser encontradas em:
http://www.sirgas.org/pt/velocity-model/. A redução das coordenadas da época to para a época de destino
34
t pode ser realizada por meio das seguintes equações a seguir (SIRGAS, 2017):
onde t é a época de destino; to é a época de origem; X(t0 ) , Y(t0 ) , Z(t0 ) são as coordenadas cartesianas
geocêntricas do ponto P na época de origem; X(t) , Y(t) , Z(t) são as coordenadas cartesianas geocêntricas do
ponto P na época de destino e V(X) , V(Y ) , V(Z) são os vetores velocidade do ponto P na época de origem.
X = (N + h) cos φg cos λg (2.8)
Y = (N + h) cos φg sin λg (2.9)
Z = sin φg h − N e2 − 1
(2.10)
a = 6378137;
f = 1/298.257222101;
ko =0.9996;
b = a−af (2.16)
Cálculos preliminares:
Onde:
e2 3 e4 5 e6
A0 = 1 − − − (2.20)
4 64 256
4 15 e6
3 2 e
A2 = e + + (2.21)
8 4 128
6
15 4 3e
A4 = e + (2.22)
256 4
35 e 6
A6 = (2.23)
3072
Sendo:
a
v = q (2.24)
1 − e2 sin(φ )2
a e2 − 1
ρ = − 32 (2.25)
1 − e2 sin(φ )2
v
ψ = (2.26)
ρ
ω = λ − λMC (2.27)
t = tan(φ ) (2.28)
E 00 = ko ω v cos(φ ) (Termo1 + Termo2 + Termo3 + 1) (2.29)
2
ω
cos2 (φ ) ψ − t 2
Termo1 = (2.30)
6
4
ω
cos4 (φ ) 2 ψ t 2 + 4 ψ 3 6t 2 − 1 − ψ 2 8t 2 + 1 − t 4
Termo2 = (2.31)
120
6
ω
cos6 (φ ) −t 6 + 179t 4 − 479t 2 + 61
Termo3 = (2.32)
5040
E = E00 + Falso Este (2.33)
N 00 = k0 (m + Termo4 + Termo5 + Termo6 + Termo7) (2.34)
2
ω
Termo4 = v sin(φ ) cos(φ ) (2.35)
2
4
ω
v sin(φ ) cos3 (φ ) 4 ψ 2 + ψ − t 2
Termo5 = (2.36)
24
6
ω
Termo6 = v sin(φ ) cos5 (φ ) (S) (2.37)
720
ω8
v sin(φ ) cos7 (φ ) 1385 − 3111t 2 + 543t 4 − t 6
Termo7 = (2.38)
40320
S = 8 ψ 4 11 − 24t 2 − 28 ψ 3 1 − 6t 2 + ψ 2 1 − 32t 2 − 2 ψ t 2 + t 4
(2.39)
N = N00 + Falso Norte (2.40)
37
Este tipo de posicionamento proporciona precisão inferior àquelas fornecidas por outras técnicas
e neste caso, o posicionamento instantâneo de uma estação apresenta precisão planimétrica e altimétrica
da ordem de 100 e 140 m. Se o receptor permanecer estacionado sobre a estação, coletando observações
por um longo período de tempo, a qualidade dos resultados não melhora consideravelmente, face ao fato
dos dados envolvidos no processamento conterem erros de natureza sistemática (MONICO, 2008).
No presente trabalho foi utilizada a técnica de posicionamento por ponto e após a obtenção das
observáveis foi realizado o Posicionamento por Ponto Preciso (PPP) no modo estático. Trata-se do pós-
processamento dos dados através das órbitas precisas (efemérides precisas) e das correções ou erros dos
relógios dos satélites produzidos pelo IGS afim de tornar o método tão preciso quanto o posicionamento
relativo (PETER; TEUNISSEN, 2012).
O PPP usa-se de artifícios semelhantes ao Posicionamento por Ponto para obtenção de dados. A
diferença encontra-se na qualidade dessas informações. Para Monico (2008), no PPP existe a possibilidade
de um maior controle na qualidade dos dados de forma que quando são aplicadas as efemérides precisas
e as correções dos relógios dos satélites no processamento de observações de pseudodistância, fase da
onda portadora, ou ambas, espera-se um resultado mais acurado pois houve o tratamento dos dados para
melhor usufruir das coordenadas finais obtidas do receptor GNSS.
Além das correções das órbitas dos satélites e seus relógios, também é importante considerar a
correção dos outros erros que compõem as observáveis GNSS, como da refração troposférica e ionosférica,
que são os efeitos atmosféricos, o multicaminhamento, dentre outros, no qual limitam a posição das
coordenadas do receptor à sua precisão estipulada pelo sistema GNSS (MONICO, 2008).
Desta maneira, a técnica PPP requer fundamentalmente o uso de efemérides e correções dos
relógios dos satélites, ambos com alta precisão (MONICO, 2008). As observáveis são coletadas por recep-
tores GNSS de simples ou dupla frequência, já as efemérides são obtidas por um centro de processamento
de dados. Atualmente, o IGS é a fonte principal que produz os três tipos de efemérides (IGS, IGR e IGU)
e as correções para o relógio dos satélites.
38
De acordo com Seeber (2003), as efemérides transmitidas são preditas e comunicadas aos
usuários através de mensagens de navegação instantaneamente obtidas pelo receptor GNSS tendo uma
acurácia na ordem de 1,5 a 2 metros, enquanto que as efemérides precisas são provenientes de estimativas
feitas por centros subordinados ao IGS a partir de elementos orbitais observados e, portanto, com uma
acurácia de poucos centímetros. Assim, a acurácia das efemérides precisas é melhor que a acurácia
das efemérides transmitidas e isso justifica o porquê do uso das efemérides precisas no processamento
de linhas de base longas e em aplicações que sejam requeridas altas precisões, como a geodinâmica, o
controle do movimento de estruturas – vigas, pontes, lajes – redes de alta precisão dentre outros, pois as
efemérides pós-processadas, denominadas efemérides precisas visa atender usuários que necessitam de
posicionamento com melhor precisão que a proporcionada pelas efemérides transmitidas. As efemérides
transmitidas têm sido utilizadas principalmente no processamento de bases curtas e em aplicações na
topografia (MONICO, 2008).
Os sinais transmitidos para o usuário contêm informações sobre as efemérides do satélite no caso
das efemérides transmitidas elas são obtidas durante o rastreio dos pontos através do receptor GNSS
juntamente com o arquivo de observação, que posteriormente são convertidos do formato nativo para
o formato Receiver Independent Exchange Format (RINEX), obtendo-se os arquivos de extensão “.o”
e “.n”, que correspondem, respectivamente, aos arquivos de observação e navegação respectivamente
(SILVA et al., 2013a).
A denominação das efemérides precisas se dá com base na sigla do órgão que a produziu, na
semana GPS correspondente e no dia da semana GPS (começa com 0 no domingo e vai até 6 no sábado).
A extensão utilizada é a sp3 e é uma sigla para Standard Product 3. Os formatos de órbita padronizados,
como o SP3 são projetados de tal forma que os satélites diferentes do GPS possam também ser descritos.
O IGS produz três tipos de efemérides e correções para os relógios, são elas: IGS final (IGS),
disponíveis com doze dias de latência e acurácia melhor que 5 cm em posição e 1ns para as correções dos
relógios dos satélites, IGS rápida (IGR) com 17 horas de latência e qualidade similar ao das efemérides
39
IGS, IGS ultra-rápidas (IGU) disponíveis quatro vezes por dia, podendo essa ser predita, ou a observada
com latência de 3 horas. A acurácia da primeira parte da ultra-rápida é da ordem de 5 cm em posição e
0,2ns nas correções dos relógios. Já a outra parte predita (tempo real) tem acurácia em posição da ordem
de 10 cm e de 5ns nas correções dos relógios (MONICO, 2008; MARQUES et al., 2012).
Segundo Seeber (2003), a ideia por trás do PPP é a de que as órbitas precisas e os relógios dos
satélites são estimados com base em observações de uma rede global de confiança e alta qualidade, que
no caso refere-se à rede do IGS, trata-se, portanto, de parâmetros globais. Para mais informações acessar
o link: http://www.igs.org/products. Pela Tabela 2 é possível verificar as órbitas precisas e os relógios dos
satélites, bem como seu tempo de disponibilidade, dentre outras informações relevantes:
As estações IGS coletam intervalos de código e fases de portadora de todos os satélites GNSS
usando receptores de dupla frequência. Os dados são analisados independentemente das agências e são
arquivados diariamente em receptores e softwares por dados globais e regionais. O IGS rotineiramente
fornece órbitas de alta qualidade para todos os satélites GNSS. Em agosto de 2006, a rede de rastrea-
mento (Figura 9) foi baseada em de 330 estações de rastreamento ativos distribuídos globalmente com
coordenadas (e velocidades) relacionados ao ITRF.
40
As observáveis GNSS estão sujeitas a diversos efeitos sistemáticos que podem impactar de
forma significativa no processo de estimativa das coordenadas geodésicas e consequentemente no PPP
(MONICO, 2016).
Alguns dos principais erros sistemáticos serão agrupados de acordo com suas possíveis fontes:
erros relacionados aos satélites como (erro da órbita do satélite), erros provenientes da propagação do
sinal, erros associados ao receptor e ou antena, erros relacionados à estação (MONICO, 2008).
Os erros causados pela órbita dos satélites dependem do tipo de efeméride que está sendo utilizada
pois as coordenadas podem ser obtidas a partir das efemérides transmitidas ou das pós-processadas,
denominadas efemérides precisas. Assim, este erro está relacionado à diferença entre a órbita prevista e a
efetivamente realizada pelo satélite (MONICO, 2008).
A partir das efemérides são calculadas as posições dos satélites GNSS, que normalmente são
injuncionadas como fixas durante o processo de ajustamento dos dados GNSS. Erros nas coordenadas dos
satélites, no posicionamento por ponto, são propagados quase que diretamente para a posição do usuário.
41
Os erros causados pelas componentes úmida e seca no zênite podem alcançar 0,80 m e 2,3
m, respectivamente aumentando aproximadamente 10 vezes próximo ao horizonte (10o de elevação)
(PARKINSON et al., 1996).
A Ionosfera é um meio dispersivo e influencia diretamente nos sinais que nela se propagam,
devido à sua alta concentração de elétrons livres e íons positivos. O atraso das medidas da pseudodistância
e o avanço equivalente da medida da fase portadora são ocasionados pelo efeito da refração atmosférica.
O efeito provocado pela ionosfera no sinal GPS e ou GLONASS é um dos mais impactantes no processo
de estimativa das coordenadas geodésicas, principalmente para dados de simples frequência (MONICO,
2008).
Ao utilizar-se de receptores de dupla frequência há uma melhora significativa no que diz respeito à
redução dos efeitos da ionosfera, eliminando com isso os erros de primeira ordem através da utilização da
observável Ion Free (KLOBUCHAR, 1996). Já os usuários que possuem receptores de simples frequência
têm a possibilidade de utilizar modelos regionais da ionosfera (COLLISCHONN; MATSUOKA, 2016).
O efeito provocado pela ionosfera no sinal GPS e ou GLONASS é um dos mais impactantes no
processo de estimativa das coordenadas geodésicas, principalmente para dados de simples frequência.
Sem o uso de um modelo ionosférico adequado ele ocasiona o atraso das medidas da pseudodistância
e o avanço equivalente da medida da fase portadora, devido aos elétrons livres da ionosfera (região da
atmosfera que se estende de 100 a 1000 km acima da superfície terrestre). Quando se têm dados GNSS
de dupla frequência pode-se aplicar a combinação linear livre da ionosfera (ion-free). Esta combinação
permite eliminar os efeitos de primeira ordem da ionosfera, os quais representam em torno de 99% do
atraso total provocado nas medidas (MARQUES et al., 2012; MARQUES et al., 2014).
42
As perdas de ciclos ocorrem quando o sinal dos satélites GNSS rastreados por um receptor é
interrompido.
Perdas de ciclos podem ocorrer devido a fatores como bloqueio do sinal por meio de árvores,
construções, montanhas etc., aceleração da antena, variações bruscas na atmosfera, problemas com o
receptor e software do mesmo, entre outros. A ocorrência de perdas de ciclos prejudica a solução da
ambiguidade. Porém, existem diversas técnicas desenvolvidas com o intuito de solucionar esse problema,
sendo uma delas a introdução de uma nova ambiguidade como incógnita no modelo de ajustamento. O
número de ciclos inteiros entre o satélite e o receptor é desconhecido no início do levantamento, esse
número de ciclos inteiros é denominado de ambiguidade (MONICO, 2008).
2.3.1.5 Multicaminho
O multicaminho é o fenômeno pelo qual o sinal GPS reflete em objetos localizados no ambiente
próximo do levantamento e chega ao receptor via múltiplos caminhos devido a recepção e sobreposição de
sinais refletidos, pois quando ocorre multicaminho, o sinal chega ao receptor por dois caminhos diferentes:
um direto e um indireto e os sinais recebidos no receptor podem apresentar distorções na fase da onda
portadora e na modulação sobre ela (MONICO, 2008).
De acordo com a Figura 10, o sinal do satélite chega ao receptor em três diferentes caminhos,
um direto e dois indiretos. Como consequência, os sinais recebidos deslocamentos de fase relativos e
as diferenças de fase são proporcionais às diferenças dos comprimentos do caminho. Não existe um
modelo geral do efeito multi-percurso devido à situação geométrica dependente do tempo e da localização
(HOFMANN-WELLENHOF; LICHTENEGGER; WASLE, 2007).
Um dos efeitos relacionados com o receptor e a antena é chamado de fase wind-up. No caso dos
satélites GNSS, estes transmitem ondas de rádio polarizadas circularmente à direita e, dessa forma, a
observável fase de batimento depende da orientação mútua das antenas do satélite e do receptor. Qualquer
rotação de uma das antenas em torno de seu próprio eixo mudará a fase da onda portadora, podendo atingir
um ciclo, no caso de uma rotação completa da antena. À medida que uma ou as duas antenas rotacionam,
43
a mudança na observação da fase se acumula, sendo por isso denominada de fase wind-up. Geralmente a
antena do receptor mantém sua orientação voltada para uma referência. Contudo, a antena do satélite está
sujeita as lentas rotações que dependem da direção dos seus painéis solares, os quais são orientados em
relação ao Sol e, dessa maneira, ocorrem alterações na geometria estação-satélite.Um exemplo são os
períodos de eclipses, em que os satélites também estão sujeitos a rotações rápidas chamadas de “giro do
meio-dia e da meia-noite”, para reorientar seus painéis solares na direção do Sol. Os dados de fase da
onda coletados durante esses giros são afetados por esse efeito e devem ser corrigidos. (MONICO, 2008).
No PPP o efeito da fase wind-up não pode ser desprezado, pois a negligência deste erro pode
ocasionar diferenças na ordem de decímetros, ou cerca de meio comprimento de onda (MONICO, 2008).
No que se refere à estação, é bom frisar que marés terrestres, cargas dos oceanos e da atmosfera
não são especificamente erros, mas variações que devem ser levadas em consideração para os casos de
posicionamento de alta precisão. Na tabela 3 os diversos erros, agrupados segundo suas possíveis fontes é
apresentada.
FONTES EFEITO
Satélites Erro da órbita
Erro do relógio
Relatividade
Atraso entre as duas portadoras no hardware do satélite
Centro de fase da antena do satélite
Propagação do sinal Refração troposférica
Refração ionosférica
Perdas de ciclos
Multicaminho
Rotação da Terra
Receptor/Antena Erro do relógio
Erro entre os canais
Centro de fase da antena do receptor
Atraso entre as duas portadoras no hardware do receptor
Fase wind-up
Erro nas coordenadas
Estação – (alguns erros Marés terrestres
provenientes de efeitos Deslocamento de placas tectônicas
geodinâmicos) Movimento do polo
Carga oceânica
Pressão da atmosfera
Fonte: Adaptado de Monico (2008).
2.4.1 IBGE-PPP
Com exceção do IBGE-PPP nenhum outro serviço online que realiza o PPP disponibiliza as
coordenadas referenciadas ao SIRGAS2000, época 2000,4 (CARVALHO et al., 2015). O IBGE-PPP
44
é o único que permite aos usuários com receptores GPS e/ou GLONASS, obterem coordenadas já
referenciadas ao Sistema Geodésico Brasileiro (SGB) de boa precisão e também ao ITRF14(IGS14) em
seu arquivo .SUM (ALMEIDA, 2015).
Além do arquivo de observação GNSS nos formatos RINEX ou HATANAKA informado pelo
usuário quando são submetidos ao processamento, o serviço IBGE-PPP utiliza outros arquivos necessários
para gerar os resultados, tais como órbitas e relógios (satélite), correção do centro de fase das antenas dos
satélites e dos receptores, parâmetros de transformação ITRF/SIRGAS2000, modelo de carga oceânica,
modelo de velocidades, modelo de pressão, temperatura e umidade, Modelo de Ondulação Geoidal –
MAPGEO2015, entre outros (IBGE, 2017).
O PPP disponibilizado pelo IBGE processa apenas dados GPS e/ou GLONASS rastreados após
25 de fevereiro de 2005, data a qual o sistema de referência SIRGAS2000 foi oficialmente adotado no
Brasil (IBGE, 2018).
O IBGE-PPP utiliza dois conjuntos de arquivos de órbitas e relógios dos satélites no processa-
mento: órbitas precisas GPS disponibilizadas pelo IGS quando as observações a serem processadas foram
coletadas fora do território brasileiro; e órbitas precisas GNSS disponibilizadas pelo NRCan quando as
observações foram coletadas dentro do território brasileiro. As informações de órbitas e relógios dos
satélites são indispensáveis para o processamento e na sua ausência destes o processamento não ocorrerá
(IBGE, 2017).
O IBGE-PPP disponibiliza um link para download das informações de saída. Tais informações se
resumem a um arquivo KML (Keyhole Markup Language), um relatório de pós-processamento em PDF,
um arquivo de sumários (.SUM) e um arquivo (.POS) nos quais permitem observar informações a respeito
do ponto rastreado. Os resultados são informados através do e-mail fornecido pelo usuário quando este
submete seus dados para processamento. Este serviço de posicionamento faz uso do aplicativo CSRS-PPP
desenvolvido pelo NRCan (PERON et al., 2017).
45
Segundo Ventorim e Poz (2016) a NRCan trata a maioria das fontes de erros no PPP. O CSRS-PPP
processa observações não combinadas, em vez de combinações lineares livres de ionosfera. Ele também
permite modelar os parâmetros de atraso ionosféricos inclinados usando ruído de processo que é benéfico
para uma rápida convergência após interrupções de sinal (MARQUES et al., 2012).
No CSRS-PPP foram empregados os seguintes parâmetros para processamento dos dados: modo
de operação estático; observação processada código e fase; coordenadas no sistema de referência do ITRF;
órbitas dos satélites – final; frequência processada L1&L2 (L3 Iono-free); intervalo de processamento de
5 segundos e máscara de elevação de 10o .
3 MATERIAIS E MÉTODOS
A UFJF/JF foi fundada em 1960, e está localizada na zona oeste do município de Juiz de Fora,
região esta que também recebe o nome de “Cidade Alta” (GERALDO, 2011).
A cidade de Juiz de Fora, centro de influência e cidade-pólo da Zona da Mata mineira se localiza
estrategicamente entre as três principais metrópoles nacionais – São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte
– tendo fácil acesso por rodovias e ferrovias (CHAVES, 2010). Dotada de toda a infraestrutura exigida
para modernos empreendimentos e com localização privilegiada, Juiz de Fora se torna alvo estratégico
do turismo de eventos e negócios e conta com um distrito industrial em operação, sob administração
da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (CODEMIG), centro de convenções e
parque de exposições.
A famosa "Manchester Mineira", como era conhecida por ter atingido em meados da década
de 1930 uma importância nacional pela industrialização, possui um distrito industrial com importantes
empresas de segmentos variados como Mercedes-Benz, Acerlor Mital, Medquímica, dentre outros. Juiz
de Fora foi durante muitos anos referência no setor têxtil e polo de grandes confecções e indústrias do
setor.
Para a cidade de Juiz de Fora, a criação de uma universidade pública no início dos anos 60
contribuiu de maneira significativa para o seu desenvolvimento. A presença da UFJF faz com que se torne
referência na formação de pessoal altamente qualificado nas áreas de Educação, Saúde e Tecnologia.
A chamada Cidade Alta recebeu esse nome em função de cotas altimétricas mais elevadas em
relação ao centro da cidade. Ela está situada administrativamente na Região Oeste da cidade e se identifica
como a Região de Planejamento São Pedro. Na década de 1960 já haviam sidos instalados na Cidade
Alta dois importantes empreendimentos: o Aeroporto Francisco Álvares de Assis, conhecido como
Aeroporto da Serrinha, e a Universidade Federal de Juiz de Fora. Este último com desdobramentos para
a dinamização do setor imobiliário da região, com diversas construções para aluguel nas proximidades
do campus, impulsionando assim a ocupação imobiliária de forma mais significativa. A universidade
consolida a cidade enquanto pólo prestador de serviços (GERALDO, 2011).
Fonte: Própria autora. Detalhe: a seta Norte (N) no mapa significa Norte da Quadrícula (NQ).
48
Partindo-se de uma análise preliminar através de imagens de satélite do campus da UFJF através
do aplicativo desktop Google Earth Pro escolheu-se as localidades para implantação dos marcos definindo-
se uma rede com um total de 30 pontos (Figura 13), sendo que este número não envolveu nenhum tipo
de método estatístico para sua estimativa. O curto prazo de tempo para execução dos marcos foi o fator
determinante para se chegar ao valor total de 30 pontos. O número de marcos foi baseado na proporção da
área do campus de modo que os pontos fossem distribuídos pelas baixas, médias e altas altitudes e em
trechos bem distribuídos espacialmente. A seleção dos locais teve como base critérios como facilidade de
acesso, estabilidade do solo e regiões em que não houvessem obstruções dos sinais dos satélites por meio
arborizações e/ou edificações, afim de minimizar o efeito de multicaminhamento.
Na confecção dos marcos geodésicos utilizou-se como modelos cilindros de concreto com
dimensões: altura 20 cm e diâmetro 10 cm, respeitando-se a relação h/d = 2. As chapas de identificação
foram fixadas em seu topo. A Figura 12 mostra o modelo inicial do projeto para implantação dos marcos.
Figura 12 Modelo básico inicial de projeto para implantação dos marcos geodésicos.
Fonte: Própria autora. Detalhe: a seta Norte (N) no mapa significa Norte da Quadrícula (NQ).
50
Figura 14 Corte e moldagem do aço para posterior fixação: (a) Corte do aço; (b) Medição da extremidade do aço
em 5cm; (c) Dobra do aço; (d) Modelo final do aço para posterior fixação no concreto.
Na fixação do aço no concreto foi utilizado um adesivo estrutural à base de resina epóxi, Sikadur
R
Figura 15 Adesivo estrutural à base de resina epóxi, Sikadur
R 31: (a) Resina Epóxi; (b) Fixação do aço no
concreto.
Para melhor identificação dos marcos em campo o seu topo foi pintado de amarelo e posterior-
mente foi feita uma cava com abertura suficiente para coloca-los juntamente com as ferragens fixadas na
base. A argamassa feita in loco, foi colocada com uma altura de aproximadamente 2 cm afim de engastar
o aço na mesma e dificultar uma posterior remoção dos marcos do local por terceiros, o procedimento
descrito pode ser visto na Figura 16.
51
Figura 16 Implantação dos marcos em campo: (a) Pintura do topo dos marcos de amarelo; (b) abertura das cavas
com trado manual; (c) retirada de terra; (d) argamassa feita in loco; (e) colocação da argamassa na cava;
(f) fechamento da cava com terra; (g) compactação da terra; (h) marco materializado em campo.
Figura 17 Gravação da numeração dos marcos: (a) “Slim genérica”; (b) alfabeto de aço; (c) gravação da numeração
dos marcos; (d) Slim personalizada.
Figura 18 Fixação das plaquetas de alumínio nos marcos de concreto: (a) Cola silicone; (b) Fixação da Slim no
concreto.
Este tópico pretende fazer uma breve descrição sobre os procedimentos de montagem dos
equipamentos utilizados em campo.
O tripé, utilizado para dar suporte ao bastão e à antena do receptor GNSS foi utilizado de forma
que o conjunto tripé e bastão ficassem aproximadamente centralizados ao ponto que se desejasse marcar.
Figura 19 Instalação do tripé e bastão: (a) Tripé; (b) Conjunto tripé e bastão; (c) Detalhe do bastão exatamente
apoiado no ponto circunscrito à chapa de identificação.
A antena foi colocada no bastão encaixando-a e girando-a até que ficasse totalmente fixada no
mesmo, assim como o bastão foi estendido até a altura de 2,10 metros. Este valor representa 2,0 metros,
já que o bastão utilizado é referente ao bastão de um prisma e a altura real medida da antena na vertical do
marco ao ARP (Antenna Reference Point) é referente à 2,0 metros.
53
Figura 20 Altura da antena do receptor GNSS: (a) Antena do receptor GNSS. (b) Detalhe da altura da antena.
(a) (b)
Para ligar o aparelho base, foi necessário conectar o cabo ponta dupla com uma de suas extremi-
dades na antena e outra na entrada que fica na parte exterior exposta da maleta amarela, certificando-se de
que a porca girou até o final nas duas pontas.
Figura 21 Comunicação antena e aparelho base: (a) Aparelho base. (b) Detalhe da entrada na maleta. (c) cabo
ponta dupla.
3.4 MÉTODOS
Planejada a rede, após o levantamento dos dados GNSS, os mesmos foram submetidos em serviços
de processamento de dados disponibilizados de forma gratuita e online. Neste estudo, os serviços IBGE-
PPP (http://www.ppp.ibge.gov.br/ppp.htm) e CSRS-PPP (https://webapp.geod.nrcan.gc.ca/geod/tools -
outils/ppp.php) foram utilizados e como resultados foram obtidos, dentre outras informações, as coorde-
nadas cartesianas geocêntricas (X, Y, Z), os desvios-padrão e correlações entre tais coordenadas de cada
estação levantada.
3.4.1 Rastreamento
Tabela 5 Características para sessões de rastreio para posicionamento relativo estático GNSS.
Depois de realizada a coleta dos dados em campo, os mesmos foram transferidos para o
computador através do aplicativo desktop NovAtel Connect. Este software permite a comunicação
e configuração do receptor via porta serial ou conexão USB. Para mais informações acessar o link:
<https://www.novatel.com/support/search/items/PC%20Software>.
• Device > new connection > dar um nome para conexão (name) > Type: USB > Open;
• Logs Transfer > selecionar pasta onde quiser transferir os dados > copiar o endereço no local folder
> colar no acesso rápido no gerenciador de arquivo do seu computador;
• criar uma pasta com o nome dos receptores > clicar na linha do nome que você quer fazer o
download dos arquivos no NovAtel CDU > clicar em download > Ele perguntará: você quer fazer o
download? SIM;
• o formato do arquivo que contém os dados brutos rastreados tem o formato .pdc;
O formato RINEX consiste de três arquivos ASCII: dados de observação, mensagem de navegação
e dados meteorológicos (HOFMANN-WELLENHOF; LICHTENEGGER; COLLINS, 2012).
O arquivo de observação recebe a extensão (.o). Em seu cabeçalho haverá informações como a
versão do arquivo RINEX, data de rastreamento, nome do receptor, o tipo e a altura da antena, dentre
outras.
O programa utilizado para decodificar os dados brutos (.pdc) advindos do receptor GNSS e
transforma-los em formato RINEX, foi o GTR Processor versão 2.94.
Após a coleta e transferência dos dados, os arquivos já em formato RINEX, foram submetidos ao
processamento pelo IBGE-PPP e CSRS-PPP (SPARK).
Etapas do Processamento
Considerando que o usuário já tenha criado um arquivo de observação RINEX de seus dados
GNSS brutos observados, serão necessários cinco passos para o uso do IBGE-PPP, detalhados a seguir
(IBGE, 2017):
• Inserir o valor da altura da antena em metros e selecionar a caixa ao lado para que o IBGE-PPP use
o valor informado na tela;
58
Segundo consta no manual do usuário do aplicativo online IBGE-PPP, IBGE (2017), os dados
só poderão ser submetidos após a disponibilidade das órbitas precisas para o período da observação,
conforme já apresentado anteriormente pela tabela 4. Caso contrário, o usuário receberá uma mensagem
de erro informando sobre a indisponibilidade das órbitas.
O arquivo sumário resultante do processamento (.sum) foi o que deu origem a maior parte da base
de dados utilizada para o cálculo das transformações de referencial e redução de coordenadas realizados
neste trabalho.
Em seu cabeçalho são apresentadas informações gerais como por exemplo o nome do serviço,
versão do programa executável, data de compilação do programa, instituição responsável pela manutenção
do serviço e seu contato, e instituição responsável pelo desenvolvimento do programa, no caso o CSRS-
59
Na seção 2.4 (Figura 25) são informados os parâmetros de transformação utilizados para relacionar
uma realização do ITRF (IGb00, IGS05, IGS08, IGb08 ou IGS14) na época da observação com o
referencial SIRGAS2000.
A seção 3.3 (Figura 26) fornece as coordenadas estimadas para a época do levantamento, nos
sistemas de coordenadas cartesianas (XYZ) e geodésicas (latitude, longitude), para os referenciais SIRGAS
e ITRF, além da precisão estimada para um nível de confiança de 95%.
Etapas do processamento
Os detalhes de submissão dos arquivos RINEX no aplicativo online CSRS-PPP (SPARK) são
parecidos com os do IBGE-PPP, tendo algumas poucas diferenças como por exemplo um cadastramento
por parte do usuário para usufruir do serviço. São necessários quatro passos para o uso do CSRS-PPP:
Os resultados são enviados por e-mail, (Figura 27), após alguns minutos da submissão do arquivo
RINEX pelo site. Há um link disponível para download dos resultados. Baixado o arquivo, este vem
em formato (.zip) e é possível encontrar cinco arquivos: arquivo Sumário (.sum), arquivo (.pos), arquivo
(.kml), arquivo (.txt) e um arquivo (.pdf) contendo um relatório resumido dos resultados.
• Um relatório de solução (.pdf) apresentando o resultando final das coordenadas na época da coleta
dos dados e em IGS14. Basicamente sua forma é uma combinação de informações textuais e
gráficas;
• Um arquivo de posição (.pos) contendo as informações de posicionamento para cada época proces-
sada;
• Um arquivo de texto em formato separado por vírgula (.csv) contendo as informações de posiciona-
mento e relógio para cada época processada;
• Um arquivo residual de formato JSON (.res) contendo os resíduos da solução para cada par de
época e ou sinal;
• Um arquivo de erro no formato de texto (.txt) contendo quaisquer erros ou avisos do processamento.
61
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 6 – Coordenadas Cartesianas das estações em ITRF14 (IGS14) - Época da coleta de dados, IBGE-PPP.
Tabela 7 – Coordenadas Cartesianas das estações em ITRF14 (IGS14) - Época da coleta de dados, CSRS-PPP.
A consideração da variação temporal das coordenadas devido ao movimento das placas tectônicas
64
foi levada em conta com o conhecimento das velocidades das estações a partir da obtenção das mesmas
pelo aplicativo VMS2009. Entretanto, as velocidades vinculadas ao VEMOS2009, por sua vez, estão
vinculadas ao referencial ITRF2005. Desse modo, teoricamente, elas deveriam ser transformadas para
o mesmo referencial das coordenadas (ITRF2000) porém, na prática esse fato não interfere de maneira
significativa no processo de redução das coordenadas para a época de interesse. Ainda pelas Tabelas 8 e 9
são apresentadas as velocidades obtidas pelo VEMOS2009.
Tabela 8 – Coordenadas Cartesianas das estações em SIRGAS2000 - Época da coleta de dados (IBGE-PPP) e suas
respectivas velocidades.
Tabela 9 – Coordenadas Cartesianas das estações em SIRGAS2000 - Época da coleta de dados (CSRS-PPP) e suas
respectivas velocidades.
De posse das velocidades das coordenadas foi possível através das equações (2.2), (2.3) e
(2.4) a redução das coordenadas da época 2018,4 para a época 2000,4, finalizando os procedimentos
metodológicos para o georreferenciamento das coordenadas ao SGB de forma manual. Todos os cálculos
foram realizados por scripts elaborados em linguagem GNU Octave versão 4.4. Nas tabelas 10 e 11, estão
contidas as coordenadas finais das estações em SIRGAS2000 época 2000,4 nos dois serviços de PPP
utilizados.
66
Para análise dos resultados foi realizado o cálculo das discrepâncias (tendência) em termos
de coordenadas planas UTM para as componentes lineares E, N e altitude elipsoidal. A denominação
*ref. significa que a coordenada é advinda do arquivo descritivo do processamento IBGE-PPP, assim ela
foi tomada como referência, por se apresentar como a oficial que deverá ser adotada para as estações,
estando em SIRGAS2000 época 2000,4. Já a denominação *est. é a coordenada estimada dos scripts
das transformações de Helmert e redução das coordenadas feitas de forma manual pelo aplicativo GNU
OCTAVE.
Para tanto foi necessária a conversão das coordenadas cartesianas nas componentes E, N, e o
cálculo das discrepâncias se deu por meio das equações (4.1) (4.2) e (4.3) descritas a seguir:
68
A resultante planimétrica (RP), proveniente das discrepâncias obtidas com o emprego nas equa-
ções (4.2) e (4.3) foi obtida com o uso da equação (4.4) a seguir. A componente altimétrica é o próprio
σh , em metros.
p
RP(m) = ∆E2 + ∆N2 (4.4)
Pela Tabela 12 são apresentadas as coordenadas tomadas como referência, obtidas pelo proces-
samento do IBGE-PPP e as coordenadas estimadas através dos scripts de transformação de referenciais
e redução de coordenadas pelos arquivos *.SUM do IBGE-PPP. Na tabela seguinte (Tabela 13) são
apresentadas as discrepâncias posicionais entre as coordenadas de referência e as estimadas por este
serviço de PPP online.
69
ESTAÇÕES ∆E ∆N ∆h RP
M1 0,0093 0,0020 0,0047 0,0095
M2 0,0091 0,0020 0,0010 0,0093
M3 0,0068 0,0028 0,0022 0,0073
M4 0,0089 0,0034 0,0020 0,0095
M5 0,0094 0,0050 0,0034 0,0094
M6 0,0089 0,0028 0,0017 0,0107
M7 0,0091 0,0040 0,0024 0,0099
M8 0,0075 0,0026 0,0043 0,0080
M9 0,0088 0,0030 0,0036 0,0101
M10 0,0083 0,0021 0,0027 0,0093
M11 0,0101 0,0036 0,0016 0,0091
M12 0,0091 0,0045 0,0049 0,0110
M13 0,0090 0,0015 0,0012 0,0086
M14 0,0103 0,0040 0,0035 0,0107
M15 0,0081 0,0045 0,0046 0,0093
M16 0,0093 0,0043 0,0052 0,0102
M17 0,0085 0,0037 0,0016 0,0093
M18 0,0075 0,0030 0,0031 0,0081
M19 0,0092 0,0023 0,0041 0,0095
M20 0,0088 0,0021 0,0035 0,0090
M21 0,0075 0,0035 0,0040 0,0083
M22 0,0091 0,0033 0,0042 0,0097
M23 0,0086 0,0050 0,0027 0,0100
M24 0,0084 0,0023 0,0053 0,0087
M25 0,0087 0,0024 0,0027 0,0090
M26 0,0075 0,0034 0,0040 0,0082
M27 0,0077 0,0016 0,0015 0,0079
M28 0,0102 0,0043 0,0042 0,0111
M29 0,0078 0,0038 0,0006 0,0086
M30 0,0103 0,0041 0,0033 0,0110
Fonte: Própria autora.
Pela Tabela 14 são apresentadas as coordenadas tomadas como referência, obtidas pelo processa-
mento do CSRS-PPP e as coordenadas estimadas através dos scripts de transformação de referenciais
e redução de coordenadas pelos arquivos *.SUM do CSRS-PPP. Na tabela seguinte (Tabela 15) são
apresentadas as discrepâncias posicionais entre as coordenadas de referência e as estimadas por este
serviço de PPP online.
71
ESTAÇÕES ∆E ∆N ∆h RP
M1 0,0050 0,0004 0,0033 0,0050
M2 0,0332 0,0137 0,0289 0,0359
M3 0,0090 0,0064 0,0006 0,0110
M4 0,0002 0,0055 0,0222 0,0056
M5 0,0077 0,0002 0,0177 0,0100
M6 0,0062 0,0079 0,0192 0,0077
M7 0,0042 0,0082 0,0097 0,0092
M8 0,0002 0,0080 0,0256 0,0080
M9 0,0325 0,0263 0,0032 0,0445
M10 0,0312 0,0048 0,0434 0,0419
M11 0,0291 0,0025 0,0191 0,0175
M12 0,0424 0,0137 0,0109 0,0159
M13 0,0167 0,0052 0,0521 0,0316
M14 0,0159 0,0001 0,0765 0,0292
M15 0,0061 0,0072 0,0104 0,0095
M16 0,0242 0,0003 0,0116 0,0242
M17 0,1395 0,0281 0,0904 0,1423
M18 0,0057 0,0095 0,0089 0,0111
M19 0,0039 0,0169 0,0000 0,0173
M20 0,0249 0,0158 0,0292 0,0295
M21 0,0108 0,0048 0,0007 0,0118
M22 0,0111 0,0075 0,0029 0,0134
M23 0,0479 0,0013 0,0026 0,0479
M24 0,0241 0,0021 0,0165 0,0242
M25 0,0002 0,0077 0,0293 0,0077
M26 0,0116 0,0113 0,0104 0,0162
M27 0,0052 0,0066 0,0153 0,0085
M28 0,0035 0,0045 0,0079 0,0057
M29 0,0105 0,0085 0,0128 0,0135
M30 0,0382 0,0115 0,0335 0,0399
Fonte: Própria autora.
Foram gerados quatro gráficos, contendo informações sobre os dois serviços: resultante plani-
métrica (Figura 30 ), resultante altimétrica (Figura 31 ), precisão planimétrica (Figura 32) e precisão
altimétrica (Figura 33).
É interessante notar que os resultados obtidos através do serviço online de PPP oferecido pelo
CSRS-PPP quando comparados aos obtidos pelo IBGE-PPP apresentam-se mais sensíveis, isto é, mais
susceptíveis a variações e isto pode ser explicado pelo fato de ter havido recentemente, mais precisamente
no dia 16 de agosto de 2018, a substituição do software GPSPACE pela versão chamada SPARK.
IBGE-PPP
Estatísticas ∆ RP (m) ∆ h (m)
Máximo 0,01 0,01
Mínimo 0,01 0,00
Média 0,01 0,00
Fonte: Própria autora.
74
CSRS-PPP
Estatísticas ∆RP (m) ∆h (m)
Máximo 0,14 0,09
Mínimo 0,00 0,00
Média 0,01 0,01
Fonte: Própria autora.
Os resultados das precisões posicionais obtidas pelo processamento do IBGE-PPP não ultra-
passaram os valores de 0,025 m na precisão planimétrica e 0,040 m nas precisões altimétricas. Já o
CSRS-PPP teve seus valores de precisões planimétricas limitado à 0,080 m e nas precisões altimétricas
valores limitados à 0,090.
75
IBGE-PPP
Estatísticas σ p (m) σh (m)
Máximo 0,02 0,04
Mínimo 0,00 0,00
Média 0,01 0,01
Fonte: Própria autora.
CSRS-PPP
Estatísticas σ p (m) σ h (m)
Máximo 0,07 0,09
Mínimo 0,01 0,02
Média 0,02 0,04
Fonte: Própria autora.
Keyhole Markup Language (KML) é uma linguagem utilizada para gerenciar dados tridimensio-
nais e representar dados geográficos em mapas interativos (SILVA et al., 2013b).
O KML é baseado em uma estrutura chamada XML (Extensible Markup Language) e portanto
utiliza-se de tags com elementos e atributos aninhados. Entre os exemplos de dados geográficos que
podem ser representados utilizando a linguagem KML estão os pontos, linhas e polígonos 2D e 3D (SILVA
et al., 2013b).
O arquivo contendo o código KML poderá ser visualizado em vários aplicativos, incluindo
Google Earth, Google Maps, Google Maps para celular, NASA WorldWind, ESRI ArcGIS Explorer,
Adobe PhotoShop, AutoCAD e Yahoo! Pipes. Além disso, estes arquivos podem ser incorporados em
algum sítio na web (SILVA et al., 2013b).
De posse dos arquivos KML obtidos do processamento através do IBGE-PPP, seu código foi
alterado de modo que fosse disponibilizado - para uso acadêmico - não só a localização dos marcos
mas também um link contendo a possibilidade de download de um relatório (descritivo) de cada ponto.
Nesse arquivo *.pdf está contido a identificação do ponto, informações sobre a localização, equipamento
empregado na coleta dos dados GPS, tipo de processamento bem como as coordenadas cartesianas,
76
geodésicas e planas no sistema UTM (Universal Transversa de Mercator), SIRGAS2000 época 2000,4
dos 30 marcos geodésicos implantados na UFJF.
Por medida de segurança os arquivos *.pdf não devem ser acessados do próprio computador
desktop. Assim um link externo deverá ser criado para armazenamentos dos arquivos *.pdf.
• Clicar com o botão direito no arquivo já carregado no Google Drive e escolher a opção de comparti-
lhamento para qualquer pessoa da web (Ativado: público da WEB). Fazer este procedimento para
todos os arquivos afim de obter o link de compartilhamento de cada um deles.
• Abrir arquivo kml com aplicativo bloco de notas ou WordPad e acrescentar uma linha em cada estru-
tura de estação com os seguintes dizeres: <description><![CDATA[<ahref="https: // drive.google.com
/ file /d / 1C3ZYSmkz7M376rqz7dIGbcLqrmAy7 wA2 / view?usp = sharing» Relatório da Estação
M1 (em PDF)</a>]]></description>.
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
A determinação das coordenadas SIRGAS2000 (época 2000,4) dos marcos que compõem a
estrutura geodésica estabelecida no campus da UFJF foi executada com êxito.
Os serviços online PPP apresentam como vantagem a capacidade de serem aplicados em le-
vantamentos de precisão, como por exemplo, em georreferenciamento de imóveis rurais. Além de
serem gratuitos e de fácil emprego. É importante os usuários estarem atentos aos erros envolvidos no
posicionamento por ponto e no tempo mínimo de rastreio para o sucesso na execução dos trabalhos.
REFERÊNCIAS
ALTAMIMI, Z. et al. itrf2005: a new release of the international terrestrial reference frame based
on time series of station positions and earth orientation parameters. Journal of Geophysical Research:
Solid Earth, Wiley Online Library, v. 112, n. B9, 2002.
ALTAMIMI, Z. et al. itrf2005: a new release of the international terrestrial reference frame based
on time series of station positions and earth orientation parameters. Journal of Geophysical Research:
Solid Earth, Wiley Online Library, v. 112, n. B9, 2007.
ALTAMIMI, Z. et al. ITRF2014: A new release of the International Terrestrial Reference Frame
modeling nonlinear station motions. Journal of Geophysical Research: Solid Earth, Wiley Online
Library, v. 121, n. 8, p. 6109–6131, 2016.
ALTAMIMI, Z. et al. ITRF2014: A new release of the International Terrestrial Reference Frame
modeling nonlinear station motions. Journal of Geophysical Research: Solid Earth, Wiley Online
Library, v. 121, n. 8, p. 6109–6131, 2017.
BOUCHER, C.; ALTAMIMI, Z.; DUHEM, L. ITRF 92 and its associated velocity field. IERS Technical
Note, v. 15, p. 1–164, 1993.
BOUCHER, C. et al. results and analysis of the itrf94. IERS technical note, v. 20, 1996.
BOUCHER, C.; ALTAMIMI, Z.; SILLARD, P. results and analysis of the itrf96. IERS Technical Note,
v. 24, p. 1–166, 1998.
CASTELL, J. P.; KRUG, L. C. Introdução às ciências do mar. [S.l.]: Editora Textos, 2015.
COLLISCHONN, C.; MATSUOKA, M. T. Proposta de Método de Rede GNSS Por PPP e Análise de
Confiabilidade. Boletim de Ciências Geodésicas, v. 22, n. 3, 2016.
DREWES, H.; HEIDBACH, O. The 2009 horizontal velocity field for South America and the Caribbean.
In: Geodesy for Planet Earth. [S.l.]: Springer, 2012. p. 657–664.
IBGE, R.-P. Especificações e Normas Gerais para levantamentos GPS (preliminares). Instituto Bra-
sileiro de Geografia e Estatística, 1993.
INCRA. Norma Técnica para Georreferenciamento de Imóveis Rurais. Brasília: fevereiro de, 2010.
KLOBUCHAR, J. A. ionospheric effects on gps. Global positioning system: theory and application,
American Institute of Aeronautics and Astronautics, 1996.
MARQUES, H. A. et al. Análise dos efeitos ionosféricos de ordem superior no ciclo solar 24 e
influência no posicionamento GNSS absoluto. Boletim de Ciências Geodésicas, Universidade Federal
do Paraná, p. 879–901, 2014.
MARQUES, H. A. et al. PPP em tempo real com estimativa das correções dos relógios dos satélites
no contexto de rede GNSS. Universidade Estadual Paulista (UNESP), 2012.
MCCARTHY, D. IERS Convensions (1996). IERS Technical Note 21, Observatoire de Paris, p. 4–94,
1996.
MONICO. Notas de Aulas Aplicações não convencionais do GNSS Graduação em Engenharia Car-
tográfica. In: . [S.l.]: UNESP, 2016. p. 1–6.
MONICO. Notas de Aulas: Engenharia Cartográfica. In: . [S.l.: s.n.], 2017. p. 1–6.
PARKINSON, B. W. et al. Global positioning system: Theory and applications, Volume II. [S.l.]:
American Institute of Aeronautics and Astronautics, 1996. v. 2.
PETER, J.; TEUNISSEN, A. K. GPS for Geodesy. [S.l.]: Springer Science & Business Media, 2012.
PETIT, G.; LUZUM, B. IERS technical note no. 36. IERS conventions, v. 179, 2010.
PROL, F. dos S. et al. Transformação entre Referênciais e Cálculo de Velocidades Através do Apli-
catvivo WEB TREVEL. Revista Brasileira de Cartografia, v. 1, n. 66/3, 2014.
RAY, J.; DONG, D.; ALTAMIMI, Z. IGS reference frames: status and future improvements. GPS
solutions, Springer, v. 8, n. 4, p. 251–266, 2004.
REBISCHUNG, P.; SCHMID, R.; HERRING, T. Upcoming switch to IGS14/igs14. atx. IGSMAIL-7399.
2016.
SEEBER, G. Satellite geodesy: foundations, methods, and applications. [S.l.]: Walter de gruyter, 2003.
SILVA, L. A. et al. Processamento de linhas de bases curtas pelo método relativo utilizando efemé-
rides transmitidas e precisas. 2013.
SILVA, L. G. et al. Novas ferramentas para visualização georreferenciada de dados: uma integração
entre R e Google Maps. UFMG, 2013.
SNYDER, J. P. Map projections used by the US Geological Survey. US Government Printing Office,
1982.
Descritivo da Estação M1
Figura 35 Marco 1 – M1: (a) Levantamento da estação M1 com receptor GNSS, (b) Detalhe do marco M1 em solo.
(a) (b)
83
Figura 36 Planta de localização do marco M1 no campus da UFJF. O marco M1 localiza-se em canteiro entre o
estacionamento e o prédio do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação.
84
Descritivo da estação M2
Figura 37 Marco 2 – M2: (a) Levantamento da estação M2 com receptor GNSS, (b) Detalhe do marco M2 em solo.
(a) (b)
Figura 38 Planta de localização do marco M2 no campus da UFJF. O marco M2 localiza-se em talude que dá divisa
com o bairro São Pedro, encontra-se em direção à saída traseira do galpão do laboratório de resistência
dos materiais.
85
Descritivo da Estação M3
Figura 39 Marco 3 - M3: (a) Levantamento da estação M3 com receptor GNSS, (b) Detalhe do marco M3 em solo.
(a) (b)
Figura 40 Planta de localização do marco M3 no campus da UFJF. O marco M3 localiza-se em gramado próximo
ao passeio de concreto do lado aposto da rua que dá acesso à usina fotovoltaica.
86
Descritivo da Estação M4
(a) (b)
Figura 42 Planta de localização do marco M4 no campus da UFJF. O marco M4 localiza-se em talude ao lado do
prédio do CRITT pouco antes de se adentrar em mata fechada.
87
Descritivo da Estação M5
Figura 43 Marco 5 - M5: (a) Levantamento da estação M5 com receptor GNSS, (b) Detalhe do marco M5 em solo.
(a) (b)
Figura 44 Planta de localização do marco M5 no campus da UFJF. O marco M5 localiza-se em talude ao fundo do
estacionamento do CRITT ao lado de uma estrutura feita em concreto para drenagem pluvial. Descritivo
da estação M6.
88
Descritivo da Estação M6
Figura 45 Marco 6 - M6: (a) Levantamento da estação M6 com receptor GNSS, (b) Detalhe do marco M6 em solo.
(a) (b)
Descritivo da Estação M7
Figura 47 Marco 7 - M7: (a)Levantamento da estação M7 com receptor GNSS, (b) Detalhe do marco M7 em solo.
(a) (b)
Figura 48 Planta de localização do marco M7 no campus da UFJF. Este marco localiza-se no trevo que dá acesso ao
estacionamento ao lado do IAD – Instituto de Artes e Design.
90
Descritivo da Estação M8
Figura 49 Marco 8 - M8: (a)Levantamento da estação M8 com receptor GNSS, (b) Detalhe do marco M8 em solo.
(a) (b)
Figura 50 Planta de localização do marco M8 no campus da UFJF. Este marco localiza-se em canteiro que fica na
esquina da saída do estacionamento do CRITT, lado oposto ao bosque. Descritivo da estação M9.
91
Descritivo da Estação M9
Figura 51 Marco 9 - M9: (a)Levantamento da estação M9 com receptor GNSS, (b) Detalhe do marco M9 em solo.
(a) (b)
Figura 52 Planta de localização do marco M9 no campus da UFJF. Este marco localiza-se no trevo que dá acesso à
biblioteca do ICE, ao ICE e fica na subida do morro para Engenharias e IAD.
92
Figura 53 Marco 10 - M10: (a)Levantamento da estação M10 com receptor GNSS, (b) Detalhe do marco M10 em
solo.
(a) (b)
Figura 54 Planta de localização do marco M10 no campus da UFJF. Este marco localiza-se em solo e fica ao lado
do passeio que dá acesso ao ice, logo ao final do morro.
93
Figura 55 Marco 11 - M11: (a)Levantamento da estação M11 com receptor GNSS, (b) Detalhe do marco M11 em
solo.
(a) (b)
Figura 56 Planta de localização do marco M11 no campus da UFJF. Este marco localiza-se em canteiro central que
dá acesso à FAEFID – Faculdade de Educação Física e Desportos.
94
Figura 57 Marco 12 - M12: (a)Levantamento da estação M12 com receptor GNSS, (b) Detalhe do marco M12 em
solo.
(a) (b)
Figura 58 Planta de localização do marco M12 no campus da UFJF. Este marco localiza-se em canteiro entre o
estacionamento e o prédio da FAEFID – Faculdade de Educação Física e Desportes.
95
Figura 59 Marco 13 - M13: (a)Levantamento da estação M13 com receptor GNSS, (b) Detalhe do marco M13 em
solo.
(a) (b)
Figura 60 Planta de localização do marco M13 no campus da UFJF. Este marco localiza-se em canteiro com
gramado em frente ao estacionamento.
96
Figura 61 Marco 14 - M14: (a)Levantamento da estação M14 com receptor GNSS, (b) Detalhe do marco M14 em
solo.
(a) (b)
Figura 62 Planta de localização do marco M14 no campus da UFJF. Este marco localiza-se em crista do talude ao
lado da arquibancada da FAEFID.
97
Figura 63 Marco 15 - M15: (a)Levantamento da estação M15 com receptor GNSS, (b) Detalhe do marco M15 em
solo.
Figura 64 Planta de localização do marco M15 no campus da UFJF. Este marco localiza-se em canteiro ao lado do
ponto de ônibus em frente ao lago.
98
Figura 65 Marco 16 - M16: (a)Levantamento da estação M16 com receptor GNSS, (b) Detalhe do marco M16 em
solo.
(a) (b)
Figura 66 Planta de localização do marco M16 no campus da UFJF. Este marco localiza-se ao final de um canteiro
em direção ao pórtico sul.
99
Figura 67 Marco 18 - M18: (a) Levantamento da estação M18 com receptor GNSS, (b) Detalhe do marco M18 em
solo.
(a) (b)
Figura 68 Planta de localização do marco M18 no campus da UFJF. Este marco localiza-se em um gramado
próximo à um trevo e ao lado do laboratório de análises da Faculdade de Farmácia.
100
Figura 69 Marco 19 - M19: (a) Levantamento da estação M19 com receptor GNSS, (b) Detalhe do marco M19 em
solo.
(a) (b)
Figura 70 Planta de localização do marco M19 no campus da UFJF. Este marco localiza-se em canteiro aos fundos
do prédio da FACOM - Faculdade de Comunicação, logo no início da descida da mesma.
101
Figura 71 Marco 20 - M20: (a) Levantamento da estação M20 com receptor GNSS, (b) Detalhe do marco M20 em
solo.
(a) (b)
Figura 72 Planta de localização do marco M20 no campus da UFJF. Este marco localiza-se em canteiro na descida
do prédio da FACOM – Faculdade de Comunicação.
102
Figura 73 Marco 21 - M21: (a) Levantamento da estação M21 com receptor GNSS, (b) Detalhe do marco M21 em
solo.
(a) (b)
Figura 74 Planta de localização do marco M21 no campus da UFJF. Este marco localiza-se em um gramado em
frente à Faculdade de Economia, logo em frente ao estacionamento da mesma.
103
(a) (b)
Figura 75 Marco 22 - M22: (a) Levantamento da estação M22 com receptor GNSS, (b) Detalhe do marco M22 em
solo.
Figura 76 Planta de localização do marco M22 no campus da UFJF. Este marco localiza-se em um canteiro ao final
do estacionamento ao lado do prédio da Faculdade de Educação.
104
Figura 77 Marco 23 - M23: (a) Levantamento da estação M23 com receptor GNSS, (b) Detalhe do marco M23 em
solo.
(a) (b)
Figura 78 Planta de localização do marco M23 no campus da UFJF. Este marco localiza-se em canteiro próximo à
rotatória que dá acesso à faculdade de Educação, o canteiro fica ao lado do morro da descida da FACOM.
105
Figura 79 Marco 24 - M24: (a) Levantamento da estação M24 com receptor GNSS, (b) Detalhe do marco M24 em
solo.
Figura 80 Planta de localização do marco M24 no campus da UFJF. Este marco localiza-se em canteiro ao final da
subida que dá acesso ao ICH – Instituto de Ciências Humanas.
106
Figura 81 Marco 25 - M25: (a) Levantamento da estação M25 com receptor GNSS, (b) Detalhe do marco M25 em
solo.
(a) (b)
Figura 82 Planta de localização do marco M25 no campus da UFJF. Este marco localiza-se em canteiro em frente à
Faculdade de Educação, próximo à cantina da mesma.
107
Figura 83 Marco 26 - M26: (a) Levantamento da estação M26 com receptor GNSS, (b) Detalhe do marco M26 em
solo.
(a) (b)
Figura 84 Planta de localização do marco M26 no campus da UFJF. Este marco localiza-se em frente ao trevo que
dá acesso às Faculdades de Odontologia e Farmácia.
108
Figura 85 Marco 27 - M27: (a) Levantamento da estação M27 com receptor GNSS, (b) Detalhe do marco M27 em
solo.
(a) (b)
Figura 86 Planta de localização do marco M27 no campus da UFJF. Este marco localiza-se em canteiro em frente
ao pórtico norte do campus da UFJF.
109
Figura 87 Marco 28 - M28: (a) Levantamento da estação M28 com receptor GNSS, (b) Detalhe do marco M28 em
solo.
(a) (b)
Figura 88 Planta de localização do marco M28 no campus da UFJF. Este marco localiza-se no pé do talude em
direção ao ponto de ônibus em frente à Faculdade de Letras.
110
Figura 89 Marco 29 - M29: (a) Levantamento da estação M28 com receptor GNSS, (b) Detalhe do marco M29 em
solo.
(a) (b)
Figura 90 Planta de localização do marco M29 no campus da UFJF. Este marco localiza-se na extremidade superior
direita do “campo” ao lado da praça cívica.
111
Figura 91 Marco 30 - M30: (a) Levantamento da estação M30 com receptor GNSS, (b) Detalhe do marco M30 em
solo.
(a) (b)
Figura 92 Planta de localização do marco M30 no campus da UFJF. Este marco localiza-se à extremidade inferior
direita do “campo” ao lado da praça cívica.
112
A seguir serão detalhados todos os passos para a utilização do aplicativo desktop VMS2009 em
um computador de 64 bits. Notar que em computadores de 32 bits, não é necessário a realização dos
passos que envolvem o manuseio do aplicativo DOSBox, pois o programa abrirá sem a necessidade de um
amulador.
Para utilizar o Vemos2009 no Windows 64, é necessário instalar o software dosbox, que pode ser
baixado aqui através deste link: htt p : //u f pr.dl.source f orge.net/pro ject/dosbox/dosbox/0.74/DOSBox0.74−
win32 − installer.exe
3o Passo: Depois de instalado, é só executar ele, vai abrir uma tela de comandos:
4o Passo: Monte uma pasta chamada VEMOS2009 no disco local C com os arquivos do programa
dentro desta pasta:
7o Passo: Para conferir se ele está dentro do diretório C digitar: dir + ENTER
9o Passo: O arquivo de entrada aulaaaaa (note que este arquivo deverá ter exatamente 8 caracteres)
deverá estar dentro da pasta VEMOS 2009 do diretório local C.
117
11o Passo: Digitar um nome qualquer para a saída dos dados, no caso as velocidades de cada
coordenada do arquivo de entrada. Digite: VELOCIDADES.TXT + ENTER.
118
Notar que quando o processo for terminado será gerado um arquivo .txt das velocidades, no
diretório C: pasta VEMOS2009.