A célula é a unidade morfológica e funcional dos seres vivos assim como o átomo é a
unidade fundamental das estruturas químicas. Os estudos bioquímicos demonstram que
a matéria viva é composta pelos menos elementos que constituem o mundo inorgânico,
embora com diferenças em sua organização. Os estudos modernos da matéria viva
demonstram que as manifestações vitais do organismo resultam de uma série de níveis de
organização integrados.
Estes diferentes níveis de organização têm seus limites impostos pelo poder de resolução
dos instrumentos utilizados, que separam os sistemas biológicos em diferentes níveis
dando origem a diferentes áreas de estudo. A Anatomia, por exemplo, que tem como
objeto de estudo o nível de organização em órgãos, e utiliza como limite as estruturas
vistas a olho nu ou através de lentes simples.
Com a invenção do microscópio surgiram duas novas áreas, a Histologia que estuda os
tecidos e a Citologia que estuda as células. Assim graças a invenção do microscópio
óptico e o aprimoramento dos mesmos, foi possível um aumento de informações nestas
duas áreas de estudo. No entanto o microscópio óptico não consegue definir detalhes
menores do que 0,2 micrômetros (mm) ou 200 nanômetros (nm) e até recentemente, a
barreira da resolução impediu que biólogos celulares usassem a microscopia óptica
padrão para estudar as organelas, estruturas envoltas por membranas dentro das células
eucarióticas. A observação dessas estruturas com qualquer detalhe exigiu o
desenvolvimento de um novo instrumento. Foi a introdução da microscopia eletrônica à
biologia que permitiu a visualização de estruturas entre 100 e 0,2 nanômetros, os
microscópios eletrônicos associado a novas tecnicas moleculares revelaram muitas
estruturas subcelulares impossíveis de serem percebidas no microscópio óptico.
Uma técnica útil para estudar a estrutura e a função das células é o fracionamento celular,
que isola as células e separa as principais organelas e outras estruturas subcelulares umas
das outras. O instrumento utilizado para essa tarefa é a centrífuga, que gira tubos com
misturas de células rompidas a várias velocidades. A cada velocidade, devido à força
resultante, uma fração dos componentes celulares se acomoda no fundo do tubo formando
um sedimento. Em velocidades mais baixas, o sedimento consiste em componentes
maiores, e velocidades maiores geram um sedimento com componentes menores.
Todas as células compartilham certas características básicas: são ligadas por uma barreira
seletiva chamada de membrana plasmática. Dentro de todas as células existe um
semifluido, substância semelhante à gelatina chamada de citosol ou citoplasma, na qual
os componentes subcelulares estão suspensos. Todas as células contêm cromossomos,
que carregam os genes na forma de DNA. E todas as células contêm ribossomos,
minúsculos complexos que sintetizam as proteínas de acordo com as instruções a partir
dos genes. A principal diferença entre células procarióticas e eucarióticas é a localização
do seu DNA.
A célula procariótica (do grego: pró = antes; karyon = núcleo – primeiros tipos celulares
que surgiram e que não apresentavam núcleo) possui basicamente membrana plasmática,
citoplasma e material genético está concentrado em uma região não envolta por
membrana, chamada de nucleóide. Seres formados por esse tipo de célula são
denominados procariontes ou procariotos (do grego: ón = organismo) e estão
representados, pelas bactérias. Como regra geral, as células procarióticas apresentam
parede celular, que é uma estrutura externa a membrana plasmática.
Essa parede celular tem função de proteção mecânica, é rígida e é composta por duas
camadas: uma interna de peptidoglicano e outra conhecida como membrana externa, estas
duas camadas são separadas por um espaço periplasmático. O peptidoglicano é uma
macromolécula continua composta por carboidratos não usuais unidos por peptídios
curtos. Já a membrana externa é uma bicamada de lipoproteínas e lipossacarídios
semelhante à estrutura da membrana plasmática. Um dos complexos proteicos presentes
na membrana externa é conhecido como porina, por formar um canal transmembranoso
que possibilita a livre difusão dos solutos.