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PRETINHA, EU?

A DESCOBERTA DO SOFRIMENTO, DO MEDO,


DO PRECONCEITO E DA CORAGEM DE ASSUMIR-SE NEGRA

Mônica Trindade Dias Magalhães1

O presente trabalho tem como proposta analisar as personagens pretas Vânia e Bel na
obra Pretinha, eu? Esta obra é de autoria do escritor Júlio Emílio Braz e foi publicada em
1997 pela editora Scipione e direcionada para público infanto-juvenil. O autor, descreve
o que acontece com uma adolescente preta ao ingressar-se em um colégio particular, o
qual é composto por alunos, professores e funcionários brancos. Por outro lado, Braz,
narra o sofrimento de Bel, uma outra aluna que considerava-se branca, mas, na realidade
era parda “moreninha”. Bel, identificou-se com Vânia, a aluna preta e se perguntou "
Pretinha, eu?”. Após este questionamento, Bel enfrentou vários medos, inclusive de
passar por tudo que Vânia estava vivendo na escola. Em virtude disso, Bel, começou a
observar o comportamento dos colegas da escola. Do seu pai que era negro, mas, que se
considerava um “mulato claro”, da sua mãe que era branca e de todos que faziam parte
do seu convívio na escola. Para compreendermos as personagens, utilizamos o texto de
Heloísa Pires Lima: “Personagens negros: um breve perfil na literatura infanto-juvenil”,
abordando assim, a maneira como a autor descreve a vida, as sensações e os sentimentos
das duas meninas pretas. Observamos que quando a pessoa preta, se autodeclara preta,
ela tem mais condições de enfrentar e vencer todo o preconceito, discriminação e
isolamento que incidem sobre ela. Ao contrário das pessoas pardas “moreninhas”, que
não se reconhecem. Isso traz muito sofrimento e questionamentos que precisam ser
esclarecidos. Contudo, acreditamos que o racismo, a discriminação e o preconceito
podem tornar sofrível e difícil a vida de uma pessoa preta. Além disso, percebemos o
sofrimento de uma parda, que ao desperta-se para a realidade e reconhecer-se como preta,
fica com medo de sofrer como a colega sofre, por ser classificada como preta. O mais
importante, que ao final, a menina que sentia medo de ser preta, passa a acreditar que todo
esse problema, deixa de ser tão problemático quando começamos a valorizar a nós
mesmos antes de valorizar os outros. Que quando nos sentimos únicos e reconhecemos o
que somos, conseguimos enfrentar as dificuldades de frente e consequentemente, elas
deixam de existir. Assim Bel, a parda, a “moreninha”, se assume como preta.

Palavras-chave: Racismo. Preta. Parda.

1
Graduada em Letras; Pós-graduanda do curso de especialização em Didática e Trabalho Docente, ambos
pelo Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais – Campus São João
del-Rei; monicagndias@yahoo.com.br

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