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Material elaborado como apoio para o tópico Introdução ao estudo de Minerais e Rochas da Disciplina Solos I
do curso de Agronomia da UTFPR. Não exclui a necessidade de consulta a bibliografia recomendada.
ROCHAS ÍGNEAS
As principais características das rochas ígneas são a dureza elevada e a grande
quantidade de minerais do grupo dos feldspatos. O magma pode resfriar-se tanto de forma
intrusiva (dentro da crosta) quanto de forma extrusiva (fora da crosta terrestre). Se o magma
se consolidar dentro da crosta terrestre, a vários quilômetros de profundidade, dará origem
as rochas intrusivas, plutônicas ou abissais. Como o resfriamento do magma ocorre
lentamente possibilita a formação de cristais mais perfeitos (desenvolvidos) formando uma
textura equigranular, ou seja, uma textura em que os cristais dos minerais que compõem a
rochas puderam desenvolver-se de forma igual, atingido tamanhos semelhantes.
Caso o resfriamento ocorra de forma extrusiva, fora da crosta terrestre, o processo
de resfriamento será muito rápido, de forma que não se formarão cristais na rocha, ela
apresentará uma massa composta por microgrânulos dos minerais, mas sem
desenvolverem estruturas.
Classificação das rochas ígneas:
As rochas ígneas classificam-se pela cor, pela composição química e pelo local de
resfriamento.
Classificação das rochas pela cor
As rochas podem ser classificadas quanto à presença de minerais claros ou escuros
em leucocráticas, melanocráticas e mesocráticas.
LEUCOCRÁTICAS: são rochas que predominam minerais de cor clara (quartzo,
feldspatos, feldspatóides e micas moscovita);
MELANOCRÁTICAS: são rochas em que predominam minerais de cor escura (mica
biotita, piroxênios, anfibólios e peridotos);
MESOCRÁTICAS: rochas em que não há o predomínio de minerais claros ou
escuros.
Classificação pelo local de resfriamento do magma
De acordo com o local em que ocorreu o resfriamento, as rochas ígneas podem ser
classificadas em intrusivas plutônicas ou abissais, intrusivas hipoabissais e extrusivas. As
intrusivas plutônicas ou abissais são aquelas cujo resfriamento ocorreu em grande
profundidade, geralmente a centenas de metros da superfície. O resfriamento ocorre
portanto de forma muito lenta, gerando cristais de tamanho grande, dando origem a textura
fanerítica (com cristais visíveis) porfíritica (e de tamanho grande). Já as intrusivas
hipoabissais se resfriam dentro da crosta, mas mais próximas da superfície, de forma que os
cristais formados serão menores que nas plutônicas, dando origem a textura fanerítica.
Figura 2 – Comparação entre (a) textura afanítica (uma massa indistinta de minerais) (b)
fanerítica (é possível ver os cristais minereais) e (c) porfíritica (cristais de tamanho grande)
a b
Classificação de acordo com a acidez
O SiO2 é responsável pela viscosidade do magma e pela sua acidez. Os magmas e
as respectivas rochas originadas são classificados segundo a acidez como:
Quanto maior o teor de SiO2 de uma rocha ou mineral, maior é a sua acidez e maior
a sua resistência ao intemperismo, porque a quantidade de sílica presente na rocha será
maior. A viscosidade do magma é importante para a cristalização dos minerais. A
movimentação do magma depende de sua viscosidade, quanto mais ácido mais viscoso é o
magma. Esta característica influenciará a fluidez, podendo impedir ou facilitar o crescimento
de minerais.
Diorito: rochas intermediárias ricas em feldspato, anfibólio, biotita e quartzo (em pequenas
percentagens). Dão origem a solos argilosos e de fertilidade mediana.
Gabro: Rocha intrusiva de caráter básico, sua ocorrência é menor que a do granito e sienito.
È rico em feldspatos e piroxênios, dando origem a solos argilos. Seu correspondente
extrusivo é o basalto.
Microssienito: Decompõem-se com relativa facilidade, dando um solo muito rico em argila
pela quantidade de feldspato que contêm. Às vezes dão origem a depósitos de bauxito,
quando as condições são favoráveis.
Extrusivas:
Riolito: São sempre leucocráticos, por conseguinte, com grande predomínio de quartzo e
feldspato. Em climas temperados dão origem a solos de textura arenosa e baixa fertilidade.
Traquito: Rocha vulcânica em que os feldspatos potássicos são geralmente tabulares com
arranjo subparalelo. Originam solos argilosos.
Andesito: O correspondente extrusivo dos dioritos. É sempre porfirítico e nunca tem quartzo.
Sua identificação macroscópica é fácil, devido a cristalização dos feldspatos calco-sódicos.
ROCHAS SEDIMENTARES
São rochas resultantes do depósito e da sedimentação dos produtos do
intemperismo de outras rochas, geralmente apresentando camadas ou indícios de foliação,
resultantes do processo de deposição. Os depósitos de sedimentos recém formados são
moles e incoerentes como a areia de uma praia ou a argila de um manguezal. Com o passar
do tempo e a evolução geológica, entretanto, novas camadas vão se acumulando e criando
espessas formações de sedimentos que podem atingir centenas e até milhares de metros
de espessura.
Sob o efeito das novas camadas, a água é expulsa e os sedimentos mais antigos
vão endurecendo, sofrem o processo de litificação ou diagênese, até formar a rocha dura:
a rocha sedimentar.
Toda rocha sedimentar é proveniente de outra rocha, que passou por processo de
intemperismo, transporte de deposição. Os detritos são retirados da rocha matriz pela ação
do intemperismo e levados para regiões mais baixas, por meio de agentes transportadores
como água, vento e até mesmo geleiras, sendo depositados por fim, em bacias
sedimentares, dando origem as novas rochas. A deposição pode ocorrer ser em ambiente
continental ou aquoso.
Os principais processos de litificação ou diagênse são: Compactação, Dissolução,
Cimentação e Recristalização Diagénetica. Na compactação as partículas de sedimento
acabam sofrendo empacotamento e se solidificando em função de pressão ou agentes
químicos (Fig. 3). Na dissolução ocorre a adesão das partículas da rocha pela dissolução
das partículas originais e conseqüente justaposição. Na cimentação um elemento químico
ou partícula mineral fina entra entre as partículas mais grosseiras, gerando a litificação da
rocha. Na recristalização, neste processo, sob condições de soterramento, ocorrem
mudanças na mineralogia e na textura cristalina do material sedimentar.
QUÍMICAS
Calcário: mineralogia: Calcita ou dolomita, textura micro ou macrocristalina, cimento
carbonático, estrutura em faixas de cores, origem química.
Silexito: mineralogia: sílica, textura micro ou macrocristalina, cimento silicoso, estrutura
em faixas de cores ou gretas de contração, origem química.
ORGÂNICAS
Carvão: mineralogia: Carbono.
Pode ser Turfa, linhito, hulha ou antracito.
A turfa e o linhito são clásticas, a hulha e o antracito são químicas, quase sempre
microcristalinas. O cimento é carbonoso, estrutura planar ou hábito folhelhóide. Origem
orgânica.
Coquina: Apresenta granulometria. Matriz variável, cimento carbonático, estruturas
singenéticas e epigenéticas. Origem orgânica.
Varvito ou ritmito: GP: silte e/ou argila com M.O Matriz argila, cimento argiloso ou
carbonático, estrutura singenética (em varvas) e epigenéticas. Origem organo-clásticas.
ROCHAS METAMÓRFICAS
Metamorfismo é a transformação de uma rocha em outra.
Ocorre através da ação da temperatura, pressão e fluidos quimicamente ativos ou
termo ativos.
Causa o aparecimento de novas texturas e estruturas na rocha original gerando a
rocha metamórfica.
Agentes de metamorfismo:
a) Temperatura: Variam de 200 a 800 graus centígrados. É o agente de mudanças
mais importante pois causa recristalização dos minerais da rocha. As fontes mais comuns
de calor são:
1 – Intrusões ígneas: através do plutonismo
2 – Minerais radioativos: Com o passar do tempo transmuta-se emitindo partículas
energéticas que causam um aumento de temperatura.
3 – Fricção de placas costais: A fricção libera calor. É uma característica regional.
b) Pressão: Gera mudanças na textura e estrutura da rocha. Pode ser dividida em dois
tipos:
1 – Pressão dirigida ou de stress: Força cizalhante. Da origem a estruturas planas ou
planares.
2 – Pressão confinada ou hidrostática: Confina esforços, produz agregação de
minerais.
c) Fluidos quimicamente ativos: Elementos que ocupam os interstícios e/ou fendas
entre as partículas da rocha, causando uma resolidificação. Os elementos tema a
capacidade de migrar dentro da rocha. Os mais comuns são os silicatos e carbonatos.
Existem muitos tipos.
É importante lembrar que os três agentes podem atuar conjuntamente, com um dos
três tendo maior importância sobre os demais, porém sempre é possível reconhecer que
agente atuou com mais intensidade na rocha formada.
Tipos de metamorfismo:
O metamorfismo pode ser de caráter local, localizado num ponto, ou regional,
abrangendo vários quilômetros.
Os locais são geralmente os metamorfismo de contato, que ocorrem a partir do contato
de derrames ou intrusões ígneas com a rocha encaixante e os metamorfismos dinâmicos,
que ocorrem devido a pressões dirigidas em locais associados a falhamento e/ou
fraturamento da rocha. Identifica-se pela granulação fina das rochas e orientação dos
grânulos.
Já os regionais podem ser classificados em três categorias: Dinamotermal,
Soterramento ou Confinamento e Oceânico.
O metamorfismo dinamotermal é formado pela ação da pressão dirigida e temperatura.
Surge em regiões de cadeias montanhosas (Andina, Rochosas, Himalaia). Produz gnaisses,
xistos, filitos e ardósias.
O metamorfismo de Soterramento ou Confinamento é causado pelas Rochas Igneas
extrusivas que causam um aumento de temperatura variando entre 400 e 800 graus C e
uma pequena pressão devido ao seu peso As rochas formadas assim tem o prefixo meta no
nome ( ex: metasiltito, meta arenito, etc.) Abrange grandes áreas.
O metamorfismo Oceânico ocorre devido ao aumento de temperatura e pressão
causado pelo peso da água.
A classificação das rochas metamórficas é bastante complexa, pode ser feita com
base no tipo de rocha original, no tipo de metamorfismo ou no grau de metamorfismo. Para
a formação de solos geralmente adota-se a classificação baseada no grau de
metamorfismo, que refletira na dureza da rocha e conseqüentemente no seu grau de
intemperismo, afetando a velocidade de formação dos solos.
Do ponto de vista mineralógico, como as RM provem de todos os tipos de rochas,
podem conter qualquer tipo de mineral. Rochas Metamórficas apresentam os blastos, que
são semelhantes aos pórfiros e clastos. São minerais que sofreram recristalização através
do metamosrfismo.