Competência Tributária
É a capacidade que têm U, E, DF e M, dada pela Constituição Federal, de instituir seus respectivos
tributos.
Art. 145, CF. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes
tributos:
I – impostos;
II – taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços
públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição;
III – contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
I – dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios;
II – regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;
Art. 146, CF. Cabe à lei complementar:
III – estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta
Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;
Art. 146, CF. Cabe à lei complementar:
Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, também poderá instituir um regime
único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, observado que:
JURISPRUDÊNCIA
STF
Não há impedimento a que norma tributária, posta regularmente, hospede funções voltadas para o
campo da defesa da liberdade de competição no mercado, sobretudo após a previsão textual do art.
146-A da Constituição da República. (AC 1.675-MC; voto do Min. Cezar Peluso, julgamento em 27-6-07, DJ
de 31-8-07)
Art. 7°, CTN - A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou
fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária,
conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3° do art. 18 da
Constituição.
Art. 8°, CTN - O não-exercício da competência tributária não a defere a pessoa jurídica de direito público
diversa daquela a que a Constituição a tenha atribuído.
Art. 147, CF. Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for
dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal cabem os
impostos municipais.
COMPETÊNCIA EXTRAORDINÁRIA
Art. 76, CTN. Na iminência ou no caso de guerra externa, a União pode instituir, temporariamente,
impostos extraordinários compreendidos ou não entre os referidos nesta Lei, suprimidos,
gradativamente, no prazo máximo de cinco anos, contados da celebração da paz.
Princípio Federativo
Art. 150, CF. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
III - cobrar tributos:
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;
Princípio da Anterioridade
com relação à Medida Provisória
Art. 62, CF. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas
provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
Art. 62, CF …
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nos arts.
153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida
em lei até o último dia daquele em que foi editada.
Princípio da Noventena
Art. 150, CF. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
III - cobrar tributos:
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou
aumentou, observado o disposto na alínea b;
Art. 150, CF. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
III - cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou
aumentado;
Art 150, CF - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
II. instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida
qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente
da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos.
Uniformidade Geográfica
Art. 150, CF. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
A desproporção entre o desrespeito à norma tributária e sua conseqüência jurídica, a multa, evidencia o
caráter confiscatório desta, atentando contra o patrimônio do contribuinte, em contrariedade ao art.
150, IV, da Constituição Federal. Ação julgada procedente (STF, ADIn no 551, Informativo no 297 do STF,
fev/2003).
É aplicável a proibição constitucional do confisco em matéria tributária, ainda que se trate de multa
fiscal resultante do inadimplemento pelo contribuinte de suas obrigações tributárias.
(AI 482281 AgR/SP - São Paulo - AG.REG. no Agravo de Instrumento – Rel.: Min. Ricardo Lewandowski -
Julgamento: 30/06/2009 Órgão Julgador: Primeira Turma)
Art 150, CF - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
STF
A vedação do art. 151, III da CF diz respeito à União enquanto pessoa jurídica de direito interno e, no
caso de tratados internacionais, a União está exercendo ato de soberania externa, como Estado
brasileiro, não estando, portanto, sujeita a esta limitação do art. 151, III, da Constituição Federal (ADIn
no 1.600/UF, Rel. p/ o acórdão Min. Nelson Jobim, nov/2001).
Não Diferenciação
Art. 152, CF. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária
entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.
Não Cumulatividade
Art. 195, § 4º, CF. A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da
seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.
Seletividade
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
Art. 150...
§ 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo
Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades
essenciais ou às delas decorrentes.
IMÓVEIS PERTENCENTES AO ESTADO
JURISPRUDÊNCIA
STF
“A imunidade tributária prevista no art. 150, VI, a, da Constituição, aplica-se às operações de importação
de bens realizadas por municípios, quando o ente público for o importador do bem (identidade entre o
‘contribuinte de direito’ e o ‘contribuinte de fato’). “Compete ao ente tributante provar que as
operações de importação desoneradas estão influindo negativamente no mercado, a ponto de violar o
art. 170 da Constituição. Impossibilidade de presumir risco à livre-iniciativa e à concorrência.” (AI
518.325-AgR - Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 6-4-2010, Segunda Turma, DJE de 30-4-2010.)
STF
As empresas públicas prestadoras de serviço público distinguem-se das que exercem atividade
econômica. A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos é prestadora de serviço público de prestação
obrigatória e exclusiva do Estado, motivo por que está abrangida pela imunidade tributária recíproca:
C.F., art. 150, VI, a. (AC 1.566 MC/MG).
“A INFRAERO está abrangida pela imunidade tributária recíproca, prevista no art. 150, VI, a, da CF (...),
haja vista tratar-se de empresa pública federal que tem por atividade-fim prestar serviços de infra-
estrutura aeroportuária, mediante outorga da União, a quem foi constitucionalmente deferido, em
regime de monopólio, tal encargo (CF, art. 21, XII, c). (RE 363.412- AgR, Rel. Min. Celso de Mello,
julgamento em 7-8-07, Informativo 475).
STF
“É aplicável a imunidade tributária recíproca às autarquias e empresas públicas que prestem inequívoco
serviço público, desde que, entre outros requisitos constitucionais e legais não distribuam lucros ou
resultados direta ou indiretamente a particulares, ou tenham por objetivo principal conceder acréscimo
patrimonial ao poder público (ausência de capacidade contributiva) e não desempenhem atividade
econômica, de modo a conferir vantagem não extensível às empresas privadas (livre iniciativa e
concorrência). “O Serviço Autônomo de Água e Esgoto é imune à tributação por impostos (art. 150, VI, a
e § 2º e § 3º da Constituição). A cobrança de tarifas, isoladamente considerada, não altera a conclusão.”
(RE 399.307-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 16-3-2010, Segunda Turma, DJE de 30-4-
2010.) “Em conclusão, o Plenário, por maioria, proveu recurso extraordinário para assentar a incidência
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da imunidade recíproca (CF, art. 150, VI, a) de impostos estaduais à sociedade de economia mista
recorrente, a qual atua na área de prestação de serviços de saúde (Vide Informativo 597 Inicialmente
consignou-se que o serviço público em questão estaria franqueado à iniciativa privada sob a forma de
assistência à saúde, não constituindo atividade econômica. Portanto, a iniciativa privada seria
convocada para subsidiar o Poder Público, para se emparceirar com ele, na prestação de serviço público
que, ao mesmo tempo, seria direito fundamental e, pela ótica do art. 196 da CF, direito de todos e dever
do Estado. Realçou-se a heterodoxia do caso, porquanto, desde a década de setenta, o Estado, por
desapropriação, seria detentor do controle dessa “empresa”, assenhoreando-se da atividade,
prestando-a ininterruptamente, e controlando 99,99% das ações. Enfatizou-se que o hospital recorrente
atenderia exclusivamente pelo SUS e que suas receitas seriam provenientes de repasses públicos
federais e municipais. Considerou-se, ademais, que o serviço de saúde por ele prestado teria caráter de
serviço público, não configurando um negócio privado. Reiterou-se que a União teria expropriado
praticamente a totalidade do capital social e, com isso, incorporado de fato o hospital ao seu patrimônio
jurídico, conservando, por motivos desconhecidos, 0,01% do capital social em nome de conselheiros
antigos.
Dessa forma, teria mantido a aparência de uma sociedade anônima que se submeteria, de regra, ao
regime jurídico de empresa privada. Afirmou-se que isso, entretanto, não seria suficiente, pois se
trataria, na verdade, de uma entidade pública por ser pública praticamente a totalidade do capital
social, pública sua finalidade e pública a direção do hospital, haja vista que a União poderia decidir o que
quisesse, porque 0,01% não significaria nada em termos de votação. Por fim, registrou-se que o
pronunciamento da questão posta em sede de repercussão geral somente aproveitará hipóteses
idênticas, em que o ente público seja controlador majoritário do capital da sociedade de economia mista
e que a atividade desta corresponda à própria atuação do Estado na prestação de serviços à população.
(RE 580.264 - Rel. p/ o ac. Min. Ayres Britto, julgamento em 16-12-2010, Plenário, Informativo 613)
JURISPRUDÊNCIA
Art. 150, CF. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais
dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os
requisitos da lei;
Imunidades Fiscais Subjetivas
§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o patrimônio, a
renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.
REQUISITOS
IMÓVEIS PERTENCENTES A UMA DAS PESSOAS JURÍDICAS CITADAS NO ART. 15O, VI, “b” e “c” da CF.
A imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem fins lucrativos (CF, art. 150, VI,
"c") abrange inclusive os serviços que não se enquadrem em suas atividades específicas, a Turma
reformou decisão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo que sujeitara à incidência do ISS o
serviço de estacionamento de veículos prestado por hospital em seu pátio interno. Considerou-se
irrelevante o argumento acolhido pelo acórdão recorrido de que não se estaria diante de atividade
típica de um hospital (STF - RE 144.900-SP, rel. Min. Ilmar Galvão, 22.4.97).
“Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das
entidades referidas pelo art. 150, VI, c, da Constituição, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas
atividades essenciais de tais entidades.”
“A imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem fins lucrativos pelo art. 150, VI,
"c", da constituição, somente alcança as entidades fechadas de previdência social privada se não houver
contribuição dos beneficiários”. A gráfica que, mantida por instituição de assistência social, presta
serviços a terceiros, está sujeita ao pagamento do Imposto Sobre Serviços – ainda mais quando a
própria instituição de assistência social paga pelos serviços que a gráfica lhe presta. Agravo regimental
improvido. (STJ - AGA no 163.383/GO; Agravo Regimental no Agravo de Instrumento no 1997/0072902-8
- Relator Min. Ari Pargendler).
Art. 150, CF. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
(...)
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou
literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem
como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação
industrial de mídias ópticas de leitura a laser.
JURISPRUDÊNCIA
"Imunidade tributária (CF, art. 150, VI, d): filmes destinados à produção de capas de livros. É da
jurisprudência do Supremo Tribunal que a imunidade prevista no art. 150, VI, d, da Constituição, alcança
o produto de que se cuida na espécie (Filme Bopp)." (AI 597.746-AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ
07/12/06) "Álbum de figurinhas’. O Constituinte, ao instituir esta benesse, não fez ressalvas quanto ao
valor artístico ou didático, à relevância das informações divulgadas ou à qualidade cultural de uma
publicação. Não cabe ao aplicador da norma constitucional em tela afastar este benefício fiscal
instituído para proteger direito tão importante ao exercício da democracia, por força de um juízo
subjetivo acerca da qualidade cultural ou do valor pedagógico de uma publicação destinada ao público
infanto-juvenil." (RE 221.239, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 25-5-04, DJ de 6-8-04) "O preceito da
alínea d do inciso VI do artigo 150 da Carta da República alcança as chamadas apostilas, veículo de
transmissão de cultura simplificado." (RE 183.403, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 7-11-00, DJ de
4-5-01) "Encartes de propaganda distribuídos com jornais e periódicos. ISS. Art. 150, VI, d, da
Constituição. Veículo publicitário que, em face de sua natureza propagandística, de exclusiva índole
comercial, não pode ser considerado como destinado à cultura e à educação, razão pela qual não está
abrangido pela imunidade de impostos prevista no dispositivo constitucional sob referência." (RE
Art. 150, § 5º, CF - A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos
impostos que incidam sobre mercadorias e serviços.
Art. 150, § 6º, CF - Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito
presumido, anistia ou remissão, relativas a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido
mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima
enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no artigo 155, § 2º,
XII, g.
Art. 150, § 7º, CF - A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de
responsável pelo pagamento de impostos ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer
posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o
fato gerador presumido.