Índice
Introdução
No sentido amplo: É o fato de todo Estado possuir uma Constituição, independente regime
jurídico-político adotado no país, em qualquer tempo, época. Sempre existe uma ordenação
jurídica, seja escrita ou não, um modo de ser do Estado e da sociedade, limitando o poder dos
reis, 1º ministro ou presidente da república.
Sentido Estrito: É um conjunto de regras, princípios e instituições que limitam o poder estatal
e dão poder ao cidadão dos direitos e deveres fundamentais, baseadas em constituições
escritas, com garantias.
Evolução do Constitucionalismo
Constitucionalismo Primitivo
Uma sociedade toda baseada nos costumes e tradições, os chefes familiares ou os líderes de
tribos e clãs defendiam suas leis e normas máximas e guiavam o povo, estabeleceram então,
uma estrutura jurídica, num primeiro momento. É importante lembrar, que havia uma grande
influência da religião, um poder divino dado aos governantes, representantes de Deus e de
deuses na Terra.
Constitucionalismo Medieval
Constitucionalismo Moderno
Sendo assim, podemos o que ocorre num Estado Constitucional Moderno é: a afirmação de
um Estado de Direito, impondo aos governantes a legalidade constitucional, as constituições
escritas que garantiam mais segurança do sistema, a supremacia constitucional, o
reconhecimento de direito e garantias individuais em Declarações internacionais, a afirmação
da soberania popular e uma divisão mais clara de separação dos poderes.
Constituição Americana
Constituição Francesa
Constitucionalismo Contemporâneo
Com a tomada do poder de Getúlio Vargas em 1930, foi nomeada uma comissão para a
edição de uma nova constituição brasileira, ele defendia o liberalismo e um regime
democrático, um documento que assegure o bem estar social, econômico, a justiça e a
liberdade. Durou apenas três anos, e entre algumas de suas características estão: manteve-se a
República, a federalismo, a divisão de poderes independentes, fixou o voto secreto, voto
obrigatório para maiores de 18 anos, criação da justiça do trabalho, criou o mandato de
segurança e ação popular, ampliação dos poderes da união e diminuição das competências do
estado, estabeleceu dois instrumentos de reforma constitucional (revisão e emenda).
A Constituição Brasileira de 1967 foi aprovada pelo Congresso Nacional o qual fora
transformado em assembleia constituinte através do Ato Institucional número 4. A carta
constitucional foi feita sob pressão dos militares, a fim de legalizar e institucionalizar o
regime militar. Diversas alterações foram feitas com a inserção de emendas, atos
institucionais e atos complementares, sendo ratificada pelo Congresso no dia 24 de janeiro de
1967, vigorando a partir de 15 de março do mesmo ano. Esta constituição procurou
institucionalizar o regime ditatorial, ampliando os poderes do Executivo em detrimento do
legislativo e judiciário. Entre suas características estão: eleição indireta para presidente, pena
de morte para crimes de segurança nacional, imposição de censura e banimento do país, os
municípios não tinham mais autonomia própria, ação de suspensão de direitos políticos e
individuais. Os atos constitucionais eram: Ato Institucional – 1: Poder de alterar a
constituição; cassar mandatos e suspender políticos; estabelecia eleições indiretas para
presidência da república. Ato Institucional – 2: Determinou eleição indireta para presidência
da república; extinguiu todos os partidos políticos; ampliou o número de ministros do STF;
intervenção nos estados. Ato Institucional – 3: Determinava eleições indiretas para
governador e vice-governador e nomeação de prefeitos pelos governadores. Ato Institucional
– 4: Invitou o congresso nacional para a votação e promulgação do projeto de constituição.
Ato Institucional – 5: Fechamento do congresso nacional; cassação dos mandatos eletivos;
suspensão dos direitos políticos e liberdades individuais; proibição de manifestações públicas;
ao poder executivo foi dada a prerrogativa de legiferar sobre todos os temas.
Como foi dito anteriormente, a Constituinte foi palco de diferentes correntes ideológicas,
grupos de pressão e partidos políticos, fato que enriqueceu muito os grandes debates. Vale a
pena lembrar que esse contexto era muito importante para uma sociedade que acabara de sair
de uma ditadura.
Por outro lado, os constituintes (deputados e senadores) receberam pressão de todos os lados:
empresários, trabalhadores, religiosos, centrais sindicais, funcionários públicos, poder
judiciário e empresas estrangeiras, entre outros grupos que queriam impor seus interesses e
objetivos, tanto nas discussões quanto nas votações. O resultado disso acabou sendo a
elaboração de uma Constituição extremamente corporativista, ou seja, que incorporou, muitas
vezes, interesses de grupos em vez dos tão falados interesses nacionais.
Concepção sociológica
Não há como responder essa pergunta sem citar o escritor Ferdinand Lassalle, nascido
em Breslau em 1825, contemporâneo de Karl Marx na revolução prussiana e totalmente ativo
aos ideais democráticos. Para ele, a constituição tinha uma concepção sociológica, ela é uma
lei fundamental, pois para que ela seja real tem que ter a aprovação legislativa; é a somatória
de leis e normas que foram criadas para organizar um país.
Ferdinand defende a ideia de ser real e efetiva (falada de acordo com a sociedade) e
integralizada com os fatores reais do poder, ou seja, os fatores são uma força ativa e eficaz
que informam as leis e instituições de um país. Não basta só estar escrito numa folha de papel,
as leis, e os direitos de cada um tem que estar em prática a todo o momento. Quando as duas
entrarem em um conflito, a constituição real e efetiva prevaleceria por ser de acordo com a
sociedade da época vigente, e posteriormente a constituição escrita seria alterada.
Concepção Política
Concepção Jurídica
O principal escritor concepção jurídica da constituição é Hans Kelsen, nascido em
Praga em 1881, escreveu “Teoria pura do direito”. Hans defende a idéia que a constituição é
pura, ele isola a norma, e tira toda a concepção político, social, moral, cultural, religioso,
econômico e costumeiro. A constituição é um fundamento de validade de todas as normas do
ordenamento jurídico – conjunto de leis de um país. Ele parte do pressuposto que o homem
tem o livre arbítrio, e em tese praticar as mais diversas condutas que estão na ordem do ser,
então a norma regula a conduta humana de um “dever ser” para que a sociedade viva sempre
em harmonia.
Conclusão
Podemos afirmar que em qualquer tempo, qualquer país, em qualquer época, sempre houve
uma constituição, sendo escrita ou não, o modo de ser do país, sempre espelhado na
sociedade, refletindo seus costumes, suas tradições, e não só mostrando e acatando o “ser” da
sociedade, mas também traçando limites e obrigações, direitos e deveres, sendo assim,
principalmente o que o Estado “deve ser”.
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