VITÓRIA
2018
LUCILÉA MARTINS DE OLIVEIRA
Orientador:
VITÓRIA
2018
RESUMO
The goal is to study the meanings and challenges of literacy and development in order
to build paths that favor the learning process. The date of the research is the fact that
it is necessary to understand how the process of acquiring reading and writing, hence
the importance of a historical reading of literacy and literacy methods, once the result
has been achieved, that of the student. In this sense, it is necessary to know them in
order to offer more ways to opportune the appropriation of written and oral language
by the student. It is important not to pile up on our literacy work only in the methods of
teaching that are available to us, for it is necessary to know the different ways a child
learns, avoiding a vision that regards knowledge as something limestone in the same
prescriptive and it disregards its cognitive capacities, that is, how it is elaborates
knowledge internally and apprehends it.
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 5
2 CONCEITOS DA ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO ...................................... 7
2.1 HISTÓRIA DA ALFABETIZAÇÃO .................................................................. 7
2.2 OS MÉTODOS UTILIZADOS NA ALFABETIZAÇÃO DE CRIANÇAS ........... 9
2.3 CONCEPÇÕES DO LETRAMENTO ............................................................ 11
3 POSSIBILIDADES E DESAFIOS QUE PERMEIAM A ALFABETIZAÇÃO E O
LETRAMENTO ......................................................................................................... 15
3.1 DESAFIO DO ALFABETIZAR LETRANDO .................................................. 16
3.2. PRINCIPAIS DIFICULDADES DE LEITURA E ESCRITA DOS ALUNOS ... 17
4 DISCURSO DOCENTE NA EDUCAÇÃO SIGNIFICATIVA ............................... 21
4.1 FORMAÇÃO DO PROFESSOR ALFABETIZADOR .................................... 23
4.2 PRÁTICA PEDAGÓGICA NA EDUCAÇÃO SIGNIFICATIVA ....................... 24
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 28
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 29
5
1 INTRODUÇÃO
Para que possa ser desenvolvido o estudo, será utilizado a pesquisa bibliográfica,
para fundamentar o presente trabalho. Será apresentado pesquisa qualitativa,
Nessa perspectiva, o alfabetizando deve construir para si uma teoria adequada sobre
a relação entre sons e letras. Com relação ao segundo ponto de vista, ler e escrever
significam apreensão e compreensão de significados expressos em língua escrita (ler)
ou expressão de significados por meio da língua escrita (escrever).
Entretanto, ainda com toda evolução, o Brasil e outros países não desenvolvidos,
ainda encaram um problema de muita importância: a qualidade da educação básica,
de maneira especial, a dos anos iniciais do ensino fundamental, são destaques dessa
baixa qualidade os índices de fracasso, reprovação e evasão escolar, que jamais
deixaram de se perpetuar nestas sociedades.
Aprender a escrever vai muito além do simples manuseio de um lápis, e dado a sua
complexidade, ultrapassa a mera habilidade motora. Vygotsky (1999) também critica
essa concepção e diz:
Diante do que foi exposto até aqui, podemos inferir que tanto Vygotsky, quanto
Ferrero e Teberosky, possuem pontos de vista complementares, uma vez que
concordam que a interiorização da língua escrita passa por uma experiência individual
e contextualizada do sujeito que aprende com o objeto a ser aprendido. E concordam
no valor que o desenho desempenha nessa tarefa de apropriação dos signos.
Por meio dela, o aluno assimila, aos poucos, as formas corretas de escrever e
organizar os termos lexicais, tornando-se competente no ato de escrever. Observa-se
a partir de então a habilidade do aluno (que não apresenta dificuldade de
aprendizagem) para inferir, interpretar e extrapolar as ideias do texto, preparando-se
para tornar-se um leitor crítico.
É neste diferencial que o processo de alfabetização nas escolas coloca grande parte
das crianças em desvantagens com relação a outras que já desenvolveram
concepções mais elaboradas sobre a escrita. Essa ideia está presente nos
Parâmetros Curriculares Nacionais, o qual afirma que:
11
Para a UNESCO (1997) ser letrado é ter acessos a diversas situações em que, a partir
da linguagem, se encontram possibilidades de múltiplas interações nas mais diversas
situações do cotidiano.
Para Matêncio (1994, p. 19), “[...] o indivíduo letrado é aquele que apresenta um
desenvolvimento da linguagem e do pensamento após o acesso às formas
especializadas do texto escrito”. Estes conceitos de letramento destacados
evidenciam que o termo extrapola a aquisição do código escrito, entendendo-o como
um conjunto de práticas sociais de leitura e de escrita. Portanto, diante destas visões
mencionadas é preciso reconhecer que estão interligados, mesmo que suponha, em
alguns, objetos diferentes.
Diante destas concepções pode-se afirmar que letramento é muito mais que
alfabetizar, pois expressa o estado, ou condição de quem interagem com diferentes
gêneros e tipos de leitura e com diferentes funções que a leitura desempenha na
própria vida e nas mais variadas práticas sociais. Desta forma, Freire (2006, p. 8)
“Aprender a ler, a escrever, alfabetizar-se é antes de tudo, aprender ler o mundo,
compreender seu contexto, não numa manipulação mecânica de palavras, mas numa
12
relação dinâmica que vincula linguagem e realidade”. Já Molica (2009) deixa claro
que:
Pinto (2007) enfatiza a necessidade do letramento como algo que produza no sujeito
transformação para sua melhor inserção no meio social: necessita-se aprender os
elementos básicos do saber letrado, as primeiras letras, a escrita, os rudimentos da
matemática, mas este saber, ainda que fundamental e indispensável só vale por seu
significado instrumental, por aquilo que possibilita ao educando chegar a saber. É o
saber para chegar, a saber, para o mais saber.
Este mesmo autor encara o letramento como algo benéfico na vida social do indivíduo,
ao afirmar:
Segundo Vygotsky (1999, p. 87) “o único bom ensino, é aquele que se adianta ao
desenvolvimento”. Para Vygotsky, o processo de ensino-aprendizado na escola deve
ser construído tomando como ponto de partida o nível de desenvolvimento da criança
e como ponto de chegada os objetivos estabelecidos pela escola, adequados à faixa
14
Para Soares (2010) o conceito de letramento não está limitado apenas na cultura do
papel, mas sim na nova cultura da tela com os meios eletrônicos, pois se, uma criança
sabe ler um livro, uma receita, um jornal, se sabe escrever palavras, mas não é capaz
de escrever uma carta, é alfabetizada, mas não é letrada. É bem verdade que a
educação passou por processos significativos para que a aprendizagem tivesse
relevância, eficácia se não dizer prazer.
A prova disso é quando as crianças pensam, por exemplo, que coisas grandes são
escritas com letras grandes e coisas pequenas com letras pequenas – no pensamento
delas o tamanho da escrita está relacionada com o tamanho do objeto. No decorrer
dos séculos, a escola operou uma transformação da escrita. Transformou-a de objeto
social em objeto exclusivamente escolar, mas se faz necessário estabelecer que a
escrita é importante na escola porque é importante fora da escola, e não o inverso. A
escola se converteu em guardiã desse objeto social que é a língua escrita. O aluno
deve respeitar cuidadosamente a ortografia desde o início como se a roupagem
gráfica de cada palavra fosse eterna.
17
Há crianças que chegam sabendo que a escrita serve para escrever coisas
inteligentes, divertidas ou importantes. Essas são as que terminam de
alfabetizar-se na escola, mas começaram a alfabetizar-se muito antes,
através da possibilidade de entrar em contato, de interagir com a língua. No
entanto existem outras crianças que precisam das práticas escolares,
entretanto, não lhes permitem apropriar-se de nada: acabam por ser meras
produtoras de signos estranhos (FERREIRO, 2015, p. 104).
O papel do professor alfabetizador e levar a criança a adquirir conhecimento das
coisas que fazem sentido para elas. Valorizar o que elas trazem da vida e acrescentar
o que a envolve. O professor é um mediador do conhecimento, cabe a ele a introdução
e o desenvolvimento dos assuntos abordados e os encaminhamentos para que ao
final da aula o aluno tenha alcançado o objetivo inicial.
Esse é um problema sério que afeta as nossas escolas e que precisa ser
urgentemente solucionado. Diante de um mundo letrado como o nosso, é impossível
conceber que determinadas crianças fiquem à margem, sem obter sucesso na
aprendizagem da leitura e consequentemente afastado de praticamente o que resta
do currículo escolar. E não só o currículo escolar acaba sendo afastado, como também
a aquisição de conhecimentos que vão além dele.
Devemos ensinar as estratégias da leitura para que o leitor leia com mais fluência.
Estratégias de leitura são procedimentos do caráter elevado, que envolvem a
18
Esta falta de atenção leva muitas vezes a problemas com seus colegas e professores,
devido à falta de atenção e também a problemas de relacionamento, pois a falta de
atenção causa a impressão em outras pessoas de que elas são sem importância.
problemas como pensar com clareza, ter dificuldade de soletrar, o aprender a calcular,
escrever legível, enfim, processar com exatidão os dados recebidos, inclusive os
relacionados à leitura (SISTO et al, 2001).
O professor que se preocupa com seus alunos busca novos métodos e alternativas
para poder trabalhar com prazer e satisfação, tanto de sua parte como passando aos
20
alunos essa sua alegria em ensinar e aprender. Ferreiro (1989) coloca que a escola
deve estar aberta à comunidade e nela ser inserida, constatando muitas vezes tem se
enfatizando a necessidade de abrir a escola para a comunidade circundante. A leitura
que a criança realiza está mais fora da escola do que dentro, e a escola não vai até lá
fora ver o que acontece com seus alunos. Daí a dificuldade de integração e de
produção de textos dos alunos.
A escola deve mudar e encaixar-se mais no mundo real dos seus alunos, produzir
textos e realizar leituras do que acontece ao redor, buscar informações fora da escola,
como Teberosky apud Ferreiro (1989, p. 39) realizou em sua experiência pedagógica
obtendo resultados dessa interação.
O professor tem que ser antes de tudo um leitor. Um professor que não goste de ler,
jamais trabalhará bem com a leitura. Ele precisa ler muito, e fazer com que os
pequenos leiam, precisa ler para eles e saber ouvir a leitura, ainda temida e
descompassada, que seus alunos fazem do texto estudado ou dos textos que eles
próprios produzem.
leitura os objetivos visando na aprendizagem da leitura têm sido mostrados como uma
questão de método.
Por isso posso destacar o que fala Teberosky; Colomer (2002), o método analítico
trabalha o reconhecimento global das palavras ou das orações; a análise dos
componentes é uma tarefa posterior. A leitura é um ato global e audiovisual. Não
importa qual seja a dificuldade auditiva daquilo que se aprende posto que a leitura
seja uma tarefa fundamental visual, por outro lado postula – se que é necessário
começo com unidades significativas para a criança por isso tem a denominação
audiovisual.
Na prática em sala de aula o educador tem que lembrar que a criatividade é uma
aliada importante no seu trabalho e não esquecer as diferenças individuais dos seus
alunos. A escola é o lugar em que todas as crianças devem ter a mesma oportunidade,
mas estratégias de aprendizagem diferentes.
O professor desde os primeiros contatos com o aluno terá ideias claras a respeito do
que se espera destes alunos e a partir daí trabalharão juntos com perseverança e
calma porque, segundo Cagliari (1998, p. 110) “a aprendizagem não tem dia marcado
para acontecer”.
Para que haja uma nova concepção de alfabetização é preciso também uma nova
concepção na formação de professores. Desta forma faz-se necessário adequar à
formação do docente as necessidades dos professores, tanto de natureza teórica
quanto de natureza prática, é necessário partir daquilo que os professores pensam e
sabem para apoiá-los na construção de novos conhecimentos e na implementação de
novas práticas.
Para Ferreira,
Alfabetização não é um estado, mas um processo. Ele tem início muito cedo
e não termina nunca. Nós não somos igualmente alfabetizados para qualquer
situação de uso da língua escrita. Temos mais facilidade para ler
determinados textos e evitamos outros. O conceito também muda de acordo
com as épocas e a chegada da tecnologia (FERREIRA, 2003, p. 28).
Hoje em dia se vê muito o desinteresse por parte do professor, em vez de estimular,
pode na verdade, desestimular as curiosidades e a disposição das crianças. É
importante também que os professores tenham consciência ao escolher o método de
alfabetização. O professor deve buscar sempre capacitação na área da alfabetização.
Nos últimos anos, estudos foram publicados sobre como a criança constrói seus
conhecimentos a respeito da linguagem escrita, entre as teorias divulgadas
encontramos a de Vygotsky que diz “a linguagem escrita é constituída por um sistema
de signos que designam os sons e as palavras da linguagem falada” (VYGOTSKY,
1999, p. 140). E continua o autor que para evoluir no simbolismo, a criança “[...] precisa
fazer uma descoberta básica – a de que se pode desenhar, além de coisas, também
a fala” (VYGOTSKY, 1999, p. 153).
Lerner apud Bernardes et al (2008) coloca que “o desafio que a escola enfrenta hoje
é o de incorporar todos os alunos à cultura do escrito, é o de conseguir que todos seus
ex-alunos cheguem a ser membros plenos da comunidade de leitores e escritores”
(BERNARDES et al, 2008, p. 68). Aos professores lança-se o desafio de alfabetizar
letrando, se forma que a linguagem escrita assuma e cumpra sua função social, não
ficando restrita ao uso em sala de aula.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
As discussões feitas até aqui nos apontam que a escrita deve ter significado para as
crianças, e que a necessidade de aprender a escrever deve ser despertada e vista
como necessária e relevante para a vida. Só então poderemos estar certos de que ela
se desenvolverá não como hábito de mãos e dedos, mas como uma forma nova e
complexa de linguagem.
Ainda há muito que se fazer para concretizar um projeto de alfabetização que seja
eficiente e eficaz, acreditamos que nesse momento, cabe ao professor usar sua
criatividade, conhecendo as particularidades de cada criança com as quais ele
trabalha e buscar alternativas que torne fluente o processo de ensino-aprendizagem.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MARCUSCHI, Luiz. Linguística de texto: o que é e como se faz? 8 ed. São Paulo:
Parábola, 2012.
MATENCIO, M.L.M. Leitura, produção de textos e a escola: reflexões sobre o
processo de letramento. Campinas: Mercado de Letras, 1994.
MOLICA, M. C. Letramento em EJA. São Paulo: Parábola Editorial, 2009.
NICOLAU, MLM. Um estudo das potencialidades e habilidades no nível da pré-
escolaridade e sua possível interferência na concepção que a criança constrói sobre
a escrita. Revista da Faculdade de Educação, São Paulo, v.23, n.1/2, pp.258-282,
jan. /dez. 1997.
NÓVOA, Antônio. Relação escola-sociedade: novas respostas para um velho
problema. In: SERBINO, Raquel Volpato et ali. (Org.) Formação de Professores. São
Paulo: Editora da Unesp, 1996.
PELLEGRINI, Denise. Ler e escrever, tanto quanto a alfabetização, o letramento
dos alunos é importante para a conquista da cidade. In reportagem de capa.
Revista Nova Escola, Setembro, 2001.
PINTO, Álvaro Vieira. Sete lições sobre educação de adultos. Introdução e
entrevista de Dermeval Saviani e Betty Antunes de Oliveira: versão final revista pelo
autor. 15 ed. São Paulo: Cortez, 2007.
SISTO, Fermino F.; Boruchovitch Evely; Fini Lucila DT. Dificuldades de
aprendizagem no contexto psicopedagógico. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.
SOARES, Magda. Alfabetização e letramento. 6. ed. São Paulo: Contexto, 2010.
_______. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 1998.
______. Letrar é mais que alfabetizar. In: Nossa língua – nossa pátria. Rio de
Janeiro: Jornal do Brasil, 2000.
SOLÉ, Isabel. Estratégias de Leitura. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 1998.
TEBEROSKY, Ana & COLOMER Teresa. Aprender a ler e a escrever: uma proposta
construtivista. São Paulo: Artmed, 2002.
UNESCO. V Conferência Internacional Sobre Educação de Adultos. Declaração de
Hamburgo sobre a educação de adultos e plano de ação para o futuro.
Hamburgo: UIE/UNESCO, 1997.
VYGOTSKY, Lev Semenovich. A formação social da mente. São Paulo: Vozes,
1999.