Resumo
As organizações estão inseridas em um ambiente complexo, vivenciando pressões
exercidas pelo mercado o que leva a uma busca de resultados e soluções que as conduzam a
novas alternativas de gestão. A Gestão por Processos (GP) se apresenta como uma solução
que busca integrar processos, pessoas e tecnologia, demonstrando as conexões entre esses três
elementos e possibilitando o compartilhamento de recursos, apresentando uma adequação aos
problemas organizacionais contemporâneos. A literatura clássica da área explica que a GP é
uma abordagem administrativa que evidencia um estilo de organização e gerenciamento de
operações, exigindo uma nova maneira de trabalhar e um claro entendimento do que
exatamente faz a organização funcionar bem e ter ritmo. Por isto, esta pesquisa buscou
configurar uma metodologia para Implementação de Gestão por Processos (IGP) em
organizações tradicionais estruturadas de forma verticalizada, com gestão e operação
descentralizadas. A grounded theory foi utilizada para acompanhar um projeto complexo de
estruturação (desenho, automação e implementação) de seis macroprocessos acadêmicos em
uma Universidade Federal recentemente instalada no Brasil com uma estrutura formalmente
descentralizada (por regimento), constituída de 10 (dez) campi. Cada macro processo foi
tratado como um caso. Com isto, o método adotado permitiu observar passos sequenciais em
cada um dos casos bem como a interação entre situações similares até a exaustão teórica
propiciando que categorias (passos metodológicos) e propriedades (elementos habilitadores)
emergissem. Os principais resultados revelaram uma metodologia composta por dois eixos
temáticos: o eixo conceitual compreendendo o tema modelagem de negócios e o eixo aplicado
compreendendo os temas metodologia BPM (Business Process Management) e alinhamento
entre os macroprocessos e o sistema integrado de gestão acadêmica, existente. A metodologia
de implementação resultante mostra passos dentro de cada tema os quais tem atividades
realizadas de forma presencial e à distância, e ainda, utiliza ferramentas de mapas conceituais,
de desenho de processo, e ferramentas virtuais utilizadas tanto para reuniões quanto para
aprendizado, geração e disseminação do conhecimento ao longo do projeto e em sua fase de
perpetuação. Como resultado de uma análise comparativa entre os pressupostos teóricos,
emergiram elementos habilitadores, chamados pela literatura como viabilizadores (desenho,
responsáveis, infraestrutura) e capacitores (cultura, conhecimento, governança) para a adoção
desta metodologia neste tipo de organização. Como principal contribuição desta pesquisa
pode-se citar a apresentação de uma metodologia que mostra todas as fases e passos para a
implementação efetiva de uma visão por processos nas organizações, a qual não foi
encontrada na literatura de base. Os estudos apresentam conceitos, ferramentas e relatos do
uso das ferramentas para gerenciamento dos processos. No entanto, em nenhum deles foi
possível constatar como implementar a visão por processos para o gerenciamento do negócio
em instituições públicas tradicionais, hierárquicas, verticalizadas e descentralizadas.
1. Introdução
As organizações estão inseridas em um ambiente complexo e competitivo, vivenciando
pressões exercidas pelo mercado. Portanto, muitas têm passado por inovações devido às
necessidades de crescimento e sobrevivência que colocam em xeque as práticas gerenciais
adotadas (Pande, Neuman, & Cavanagh, 2001). Por isso, existe uma preocupação constante
com a busca de resultados e soluções que conduzam as organizações a novas alternativas
quanto a metodologias e ferramentas de gestão (Adesola & Baines, 2005).
A busca por soluções levou as organizações a reverem suas estruturas, arquitetando-as a
partir de agrupamentos das atividades a serem executadas. Com isto, a adoção da Gestão por
Processos (GP) vem crescendo, sendo que uma das principais motivações para utilizar esta
metodologia encontra-se em sua capacidade de contribuir para superar limitações do modelo
funcional de organização do trabalho, uma vez que este modelo apresenta restrições para lidar
com a realidade atual, o qual exige organizações ágeis, integradas e flexíveis (Paim, Cardoso,
Caulliraux, & Clemente, 2009; De Sordi, 2008).
Neste sentido, a GP se apresenta como uma solução que busca integrar processos,
pessoas e tecnologia, demonstrando as conexões entre esses três elementos e possibilitando o
compartilhamento de recursos (Harrington, 1991). Fundamentada na Teoria Geral dos
Sistemas, esta abordagem é uma adequação dos problemas organizacionais contemporâneos,
não oferecendo uma visão reducionista da organização como os modelos de negócio
originados no século passado, os quais, nos dias de hoje, podem acarretar em problemas de
comunicação e interação de trabalho entre as áreas funcionais. A GP evidencia um estilo de
organização e gerenciamento de operações que exige uma nova maneira de trabalhar e um
claro entendimento do que exatamente faz a organização funcionar bem e ter ritmo
(Davenport, 1994; Hammer & Champy, 1994). Entretanto, muitas vezes, ao estruturarem-se
por processos, as organizações descobrem a dificuldade de sobrepor um processo integrado a
uma organização fragmentada pelo desenho tradicional (Gonçalves, 2000).
A relevância do desenvolvimento de pesquisas em GP é unânime tanto na área de
Administração como em Computação, uma vez que ainda há muito que se estudar e
aperfeiçoar na aplicação dos conceitos e da metodologia nas organizações. Muitas vezes, a
falta de um entendimento claro da GP bem como a realização de aplicações pontuais da
metodologia, conduz a limitações na obtenção dos resultados. Uma consolidação de conceitos
e técnicas sobre GP facilitaria a internalização e incorporação dessas práticas, direcionando as
organizações para uma gestão mais efetiva dos processos. Por isso, novamente assiste-se a
uma corrida das organizações para estruturação dos processos, pois gerenciá-los é útil para
qualquer tipo de instituição (pública ou privada), já que a necessidade de coordenar deriva da
própria ação de dividir e organizar o trabalho, de modo a responder as demandas internas e
externas (Paim et al., 2009; Gonçalves, 2000).
Diante do panorama exposto surgiram as seguintes indagações para esta pesquisa:
“Como aplicar a metodologia de Gestão por Processos em organizações tradicionais
estruturadas verticalmente?”; “Como envolver e repassar o conhecimento da metodologia de
Gestão por Processos para os atores envolvidos com gestão e operação descentralizada dentro
deste tipo de estrutura organizacional?”. No intuito de responder estas questões, esta pesquisa
buscou configurar uma metodologia para Implementação de Gestão por Processos (IGP) em
organizações estruturadas de forma verticalizada, com gestão e operação descentralizadas. A
grounded theory foi utilizada para acompanhar um projeto complexo de estruturação dos
macroprocessos acadêmicos em uma Universidade Federal recentemente instalada no Brasil
com uma estrutura formalmente descentralizada em 10 campi.
Entende-se que as estruturas tradicionais verticalizadas são arranjos estruturados
estáticos onde parte-se do pressuposto de que as relações podem ser previsíveis, considerando
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4. Método de Pesquisa
Esta pesquisa adotou a grounded theory uma vez que este método é apropriado para a
geração de novas teorias (conceitos, categorias e propriedades), construção de modelos ou de
passos metodológicos, possibilitando a configuração de um processo de implementação de
uma nova tecnologia de trabalho – a Gestão por Processo (Glasser & Strauss, 1967; Petrini &
Pozzebon, 2008). Seu foco encontra-se no processo interpretativo da análise da atual
produção de significados e de conceitos usados pelos atores sociais em situações reais,
exigindo uma interdependência entre a coleta e análise dos dados em um processo interativo.
Isto possibilita ao pesquisador que o aprendizado possa emergir dos dados ao invés de estar
balizado por uma concepção teórica já existente. Assim, os passos metodológicos
identificados ao longo desta pesquisa não partiram de um modelo ou de elementos pré-
concebidos a serem testados, mas sim, emergiram no decorrer de um processo complexo de
criação e estruturação dos processos em uma organização (Sussaby, 2006).
Outras opções metodológicas foram consideradas, porém as reflexões a seguir
justificam a escolha por este método: (a) com relação a pesquisa-ação, esta pesquisa não
apresentou participação ativa dos pesquisadores, acarretando em modificações no processo,
mas sim, somente observação interativa e contínua do processo, além de entrevistas não
estruturadas com alguns dos participantes chaves do projeto (Thiollent, 1997); (b) o método
Delphi também não se mostrou adequado para esse estudo, uma vez que não foram realizadas
rodadas com especialistas, nem utilizados instrumentos estruturados como é frequente, nem
existiu a figura de um facilitador para o processo de pesquisa (Rowe & Wright, 1999); e, (c)
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com relação a estudo de caso em profundidade, a diferença ficou por conta dos procedimentos
de coleta de dados que foram interativos, exaustivos e recursivos (ida e volta até não
apresentar divergências), tendo os pesquisadores acompanhado e observado todo o processo
aqui relatado, presencialmente (Yin, 2001).
pesquisadores nas salas de reuniões virtuais. Os dados e o diagrama de cada processo foram
trazidos para o quinto encontro presencial, no qual aconteceram 2 reuniões: uma para os
membros dos grupos homogêneos interagirem presencialmente e verificarem as divergências
entre os entendimentos do que deveria ser o novo processo, refinando o diagrama “ToBe”, e
outra para apresentação do processo ao grande grupo, permitindo a descoberta das integrações
necessárias e sugestões de melhorias em nível macro. Como resultado desta fase, a
diagramação de todos os processos de como deveriam ocorrer estava documentada no
software.
A exaustão literária aplicada em cima dos dados que iam emergindo ao longo das
atividades à distância e presenciais revelou os seguintes elementos categóricos comuns a
todos os casos: “melhorias”, “monitoramento do processo”, “avaliação do processo”,
“alteração do sistema de informação (para conter melhorias)”. Decorrentes da sequência de
eventos, novamente aparecem elementos repetidos: “processos do macroprocesso”,
“responsáveis pelo processo”, e “uso de software de desenho do processo”.
A Fase 4 – Redesenho do Fluxo de Trabalho (workflow) contempla a identificação do
workflow de documentos e outras atividades físicas presenciais relacionadas ao processo. Um
exemplo disto foi às discussões sobre os locais onde ficariam armazenados os documentos
originais utilizados para ingresso dos alunos e qual unidade seria responsável da organização
pela expedição dos diplomas. Novamente, os grupos homogêneos retornaram as reuniões
virtuais online, buscando definir os padrões e normas técnicas de trabalho entre todas as
unidades para um determinado processo. Assim, foram criados documentos do tipo
formulário para determinadas entradas em processos como, por exemplo, pedidos de ajuste de
conceitos, ou pedidos de transferência, entre outros. O fluxo de tramitação destes documentos
poderia ser feito pela web, porém deveriam estar contidos nos sistemas de informação. Mas
também foram previstos fluxos para entrada manual.
Estes padrões foram trazidos para o sexto encontro presencial, no qual novamente
aconteceram 2 reuniões na primeira parte do dia: uma para os membros dos grupos
interagirem presencialmente e verificarem as divergências entre os entendimentos do que
deveria ser o novo fluxo de trabalhos e padrões gerais, e outro para apresentação destes
padrões técnicos ao grande grupo, permitindo que fossem dadas sugestões. Como resultado
desta fase, modificações na diagramação de todos os processos foram realizadas
presencialmente, além da geração de uma lista de requisitos para alteração no sistema.
A exaustão literária aplicada em cima dos dados que iam emergindo ao longo das
atividades à distância e presenciais revelou os seguintes elementos categóricos comuns a
todos os casos: “disseminação dos padrões e normas”, “capacitação (dos demais servidores)”,
“replicadores”, “auditoria de processos”, “conformidade de processos” além da repetição dos
elementos “responsáveis pelos processos”, “monitoramento do processo”, “avaliação do
processo” e “alteração do sistema de informação (para conter o novo fluxo de trabalho)”.
Para esta fase também foi discutida a possibilidade dos passos “Padrão Técnico de
Trabalho” e “Plano de Capacitação das Pessoas” serem transformados em fases (Figura 3,
Tema 2). Não houve consenso entre os participantes, porém algumas declarações de alguns
entrevistados mostraram que o tempo foi muito curto para a definição de padrões e normas e
também para uma definição rigorosa de um plano de capacitação continuado. Ficou definido
que este grupo poderiam ser os replicadores, mas nada ficou formalizado. No entanto, os
pesquisadores julgaram significativo de que os passos fossem destacados no modelo
metodológico obtido.
O destaque significativo para esta etapa dos procedimentos de trabalho foi o seguinte: o
desenho do processo “AsIs” de forma manual antes da introdução do software BizAgi,
fazendo com que o foco das atividades se mantivesse no processo. Os resultados efetivos de
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aprendizagem do software demonstram que a evolução entre a visão funcional para por
processo foi melhor compreendida, conforme observado pelas interrupções dos participantes e
através do diagnóstico de contato inicial com a notação realizado pelos pesquisadores.
Uma divergência ou falta de execução ficou por conta da criação dos indicadores do
processo (KPIs – Key Process Indicators), pois houve consenso comum entre os participantes
que esta atividade deveria ser deixada para um futuro próximo, após a implementação efetiva
da execução dos processos bem como as alterações decorrentes no sistema de informação.
Apesar disto, os participantes do grupo responsável pelo macroprocesso de Criação e
Avaliação de Cursos colocaram a sua preocupação sobre esta prorrogação uma vez que eles
deveriam estar recebendo o comitê de avaliação do MEC nos próximos meses. Foi colocado
que, apesar dos indicadores do MEC serem de fato importantes, a maioria deles não seria
afetada ainda por não se estar medindo os processos. No entanto, este passo foi considerado
como importante nesta fase, tendo merecido sua presença no modelo (Figura 3), uma vez que
poderá vir a tornar-se uma fase em pesquisas futuras.
Procedimentos de Trabalho 4: Alinhamento entre Macroprocessos e o Sistema de
Informação Acadêmica (Tema 3)
Este tema é uma extensão das metodologias BPM formais permitindo direcionar a área
de TI para o encapsulamento do novo modelo de negócio no sistema. Neste sentido, o
software de BPM adotado permite a criação de objetos das regras de negócio definidas no
diagrama de processo, em linguagem de programação, agilizando os trabalhos de
programação. Isto mantém a integridade das regras definidas e a conformidade das mesmas
dentro do sistema, isto é, o que o gestor do negócio (dono do processo) definiu é o que será
efetivamente executado pelo sistema. Vale destacar que, normalmente, as organizações
adotam esta nova metodologia ao implementar novos sistemas onde necessariamente, o
modelo de negócio é redesenhado para um ambiente mais abrangente (Debevoise, 2005). Este
era o caso da organização estudada que, por estar sendo criada, ainda não tinha os
procedimentos bem estruturados dentro do sistema.
Este tema contém a última fase da metodologia IGP (Figura 3, Tema 3) efetivamente
verificada, a fase de planejamento da implantação das melhorias e gestão da transição entre o
processo antigo e o processo novo. Um passo seguinte a esta fase, a Organização Gerenciada
como um Sistema Integrado mostrou ser importante se comparado com a teoria de base de
organizações com BPM encapsulados em sistemas de gestão integrados (Jones & Dehross,
1996; Orlikowski & Robey, 1999), porém ainda não foi possível de executar um número de
interações recursivas com os participantes e nem promover uma exaustão teórica significativa
para que neste estudo este passo fosse considerado como uma fase. A partir deste momento,
apenas um dos casos (Diplomação) foi analisado individualmente. Ele foi escolhido
unanimemente (57 participantes) porque ainda não havia ocorrido (o primeiro curso a formar
ocorreria no final do Projeto) e, por isso, não estava definido no sistema.
A Fase 5 – Planejamento da Implantação das Melhorias e Gestão da Transição
contempla os procedimentos de encapsulamento dos componentes definidos no processo novo
no sistema de informação integrado para a gestão universitária. Como explicado, apenas as
regras do macroprocesso de Diplomação foram alinhadas com o sistema. Esta fase ocorreu
durante aproximadamente 1 mês, a maioria das reuniões presenciais tanto entre os membros
do grupo responsável pelo processo quanto com os membros da área de TI da organização.
Houve também uma reunião dos membros do grupo com acompanhamento dos pesquisadores
com a equipe responsável pela Diplomação de outra Instituição similar que estava
redesenhando o mesmo macro processo e com os membros da área de TI. Estas reuniões
serviram para consolidar todas as proposições do processo. Para a pesquisa, funcionou como
rodadas de exaustão literária onde a fase emergiu de forma significativa.
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Estes dados foram trazidos no sexto encontro presencial (parte da tarde) servindo para
os membros dos grupos interagirem presencialmente e verificarem as divergências entre os
requisitos, necessidades de material, ajustes no workflow, entre outros aspectos importantes
para a implantação e execução do processo já nas primeiras turmas de formandos. Também
foi detalhado o plano de capacitação de todos servidores e professores que participariam do
processo e dos eventos de formatura.
Em paralelo, a implementação do macroprocesso Diplomação, um macroprocesso da
gestão administrativa – Compras e Editais, foi desenhado utilizando todas as fases da
metodologia IGP e teve suas regras encapsuladas no sistema. A descrição de como foram
executados os procedimentos metodológicos foi realizada pela equipe da TI. Estes foram
entrevistados pelos pesquisadores como forma de obter algum padrão de referência no uso da
metodologia até o final de suas fases. Isto permitiu uma comparação com o caso Diplomação,
tendo sido observadas convergências com os passos encontrados na metodologia IGP.
Ao final de todas as formaturas, foram realizadas entrevistas com Reitor ou Vice-Reitor,
alguns professores participantes das formaturas, geralmente coordenadores de cursos, e com
alguns servidores técnicos, como secretários de cursos, para ouvir a opinião sobre o método
empregado para implementação deste processo específico. Estas opiniões foram incluídas aos
dados das reuniões e dos relatos do processo de Compras para uma rodada final de exaustão
literária, onde emergiram os seguintes elementos categóricos: “plano de capacitação”, “plano
de implementação do processo”, “transição do processo”, “integração do processo ao demais
(integração organizacional)” e “gerenciamento do processo pelo sistema”. Outros elementos
foram retomados em vários momentos reafirmando sua importância na metodologia, tais
como: “responsáveis pelo processo”, “uso de software de desenho do processo”, “avaliação
do processo”, “componentes do processo” e “conformidade de processos com o sistema
integrado (tanto nos módulos de gestão acadêmica quanto nos módulos administrativos)”.
Nesta fase, foi fechado um contrato de cedência entre a organização e a empresa do
software BizAgi. Assim, foi possível a geração da maior parte das regras deste macroprocesso
direto do software de gestão. Esta integração entre software BPM e sistema integrado mostrou
a importância do passo Organização Gerenciada como um Sistema Integrado para os
participantes da pesquisa e pesquisadores, apesar de não ter sido realizada nenhuma entrevista
questionando sobre este fato especificamente. No entanto, um novo encontro com todos os
servidores da organização (por volta de 400), incluindo os de TI, e grande parte dos
professores (50% do total de professores da Instituição) permitiu a apresentação do projeto
por parte de um dos pesquisadores e, também, a discussão em pequenos grupos sobre a
importância da organização gerenciada por processos e estes encapsulados no sistema
integrado. A maioria das manifestações dos ouvintes, quanto ao uso da metodologia, foram
positivas.
mostra o agrupamento dos temas e fases na Figura 3. Porém, os grandes diferenciais dos
resultados comparados aos elementos conceituais estão por conta da introdução de
ferramentas virtuais, como a plataforma virtual, o software de mapas conceituais e o software
BPM e da condução do processo que pode ser considerado como uma inovação em estruturas
organizacionais como esta, ao inserir uma capacitação nos conceitos de organização orientada
por processos, mapa de contexto de processos e da metodologia que engloba a execução e
processos – BPM, acompanhada da aplicação nos próprios processos que deveriam ser
redesenhados (DiMaggio & Powel, 2005; Hinings, 2003).
Figura 3. Modelo de uma metodologia de implementação da gestão por processos (IGP), adaptado do modelo original
apresentado por Albuquerque e Rocha (2007)
Fonte: Adaptado de Albuquerque e Rocha (2007)
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