FATEC IPIRANGA
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Sumário
Unidade I – Comunicação: linguagem humana e linguagem animal .................................................. 3
Unidade II – Linguagem, língua, discurso e enunciação ................................................................... 11
Unidade III – Níveis de linguagem ..................................................................................................... 20
Unidade IV – Gêneros e tipos textuais .............................................................................................. 30
Estudo da narrativa ....................................................................................................................... 37
Estudo da descrição ...................................................................................................................... 44
Estudo da argumentação .............................................................................................................. 52
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Unidade I – Comunicação: linguagem humana e linguagem animal
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Quadro das especificidades das linguagens animal e humana
Linguagem das abelhas Linguagem humana
“Capacidade de formular e de Revela a mesma capacidade de
interpretar um ‘signo’ que remete a uma formular e interpretar um signo, mas
‘realidade’, a memória da experiência e que não remete a uma única realidade.
a aptidão para decompô-la” Por exemplo, a cruz, instrumento de
(BENVENISTE, 2005, p. 64) tortura, remete não apenas ao fato
histórico em que era usada, mas
passou a remeter ao sacrifício, aos
valores do Cristianismo entre outros
aspectos. Isso não deixa de estar ligado
à “memória” da crucificação, relatada
nos textos sagrados, mas foi ampliada
para outros tipos de experiência, por
exemplo, a dos sacrifícios a que cada
um de nós submete-se ao longo da
existência, cristalizado no dito popular:
“cada um deve tomar sua Cruz”.
Os processos de comunicação A significação dos elementos relativos à
apresentam um simbolismo rudimentar comunicação humana não são
“pelo qual dados objetivos são constantes, variam, entre outros
transpostos em gestos formalizados, modos, cronologicamente. A palavra
que comportam elementos variáveis e “prostituir”, por exemplo, que se liga à
de ‘significação’ constante.” ideia de algo imoral ou devasso, tem a
(BENVENISTE, 2005, p. 64) seguinte etimologia, segundo o
Dicionário Houaiss: vem do latim que
significava 'colocar diante, expor,
apresentar à vista; pôr à venda;
mercadejar com a sua eloquência;
prostituir, divulgar, publicar'”. Nesse
sentido, originariamente o termo não
estava ligado ao comércio do sexo
especificamente, mas ao comércio em
geral.
Situação e função de uma linguagem: Isso ocorre também na linguagem
“o sistema é válido no interior de uma humana em parte, pois entre nós as
comunidade determinada” e “cada pessoas podem compreender os
membro dessa comunidade tem termos e empregá-los segundo juízos
aptidões para empregá-lo ou de valores específicos. A cruz, para o
compreendê-lo nos mesmos termos” crente, é um símbolo sagrado. Para o
(BENVENISTE, 2005, p. 64) ateu, pode ser um símbolo da
alienação.
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Linguagem gestual e não vocal, Linguagem vocal que ultrapassa a
portanto só permitem a percepção barreira da percepção apenas visual.
visual à luz do dia
A linguagem não provoca nenhuma Há comunicação sobre o dado objetivo
resposta, apenas uma conduta das e sobre o dado linguístico. No diálogo
outras abelhas, não há diálogo nem humano, há referência sobre o dado
transmissão de conhecimento, não se objetivo e sobre a manifestação
constrói uma mensagem a partir de linguística de forma livre e ao infinito.
outra mensagem, mas só da Mensagens são construídas a partir de
experiência concreta. outras mensagens.
Caráter de reproduzir por meio da Caráter de “propiciar um substituto da
linguagem somente a realidade experiência que seja adequado para
comprovada ser transmitido sem fim no tempo e no
espaço, o que é típico do nosso
simbolismo e fundamento da tradição
linguística.” (p. 65)
Não há variação no simbolismo da “Na linguagem humana, o símbolo em
mensagem, refere-se a uma única geral não configura os dados das
situação, sem variação ou transposição experiências, no sentido de que não há
possível. relação necessária entre a linguagem
objetiva e a forma linguística.” (p. 66).
“A mensagem das abelhas não se deixa O conteúdo da mensagem humana
analisar” (p. 66). Só podemos ver o pode ser decomposto em seus
conteúdo global. A única diferença é a elementos formadores “morfemas”, que
posição espacial do objeto relatado. A podem ser combinados e
linguagem das abelhas não permite recombinados segundo regras
isolar constituintes: “não se reduz a definidas de modo que um número
elementos identificáveis ou distintos. reduzido desses “morfemas” gera um
grande número de combinações: “Uma
análise mais aprofundada da linguagem
mostra que esses morfemas,
elementos de significação, se resolvem,
por sua vez, em fonemas, elementos
articulatórios destituídos de
significação, ainda menos numerosos,
cuja reunião seletiva e distintiva fornece
as unidades significantes. Esses
fonemas “vazios”, organizados em
sistemas, formam a base de todas as
línguas.
Tabela 1: Quadro das especificidades das linguagens animal e humana
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perspectiva por meio da qual se deve estudar a linguagem humana, que é nosso
objetivo.
Morfema: morfema, grosso modo, pode ser considerado para este estudo como a “menor
unidade linguística que possui significado, abarcando raízes e afixos, formas livres (p.ex.:
mar) e formas presas (p.ex.: sapat-, -o-, -s) e vocábulos gramaticais (preposições, conjunções)
[Para o estruturalismo norte-americano, pode ter ainda outras manifestações, como a ordem
das palavras na frase, indicando as funções sintáticas dos constituintes, ou a entonação
sozinha, que pode mudar o sentido de um enunciado: Você vai. Você vai?]”
[Veja o seguinte exemplo na palavra livreiro: temos o radical livr, mais os afixos -eir e -o que
indicam, respectivamente, neste caso: o que produz, ou que cuida de algo -eir; e o gênero
masculino -o.]
Etimologia: morf(o)- + -ema, por influência do francês: morphème (1923) 'na formação das
palavras, afixos que atribuem características gramaticais aos radicais', por influência do
inglês: 'forma mínima dotada de significação, que pode ocorrer livre ou ligada a outra'
Fonema: unidade mínima das línguas naturais no nível fonêmico, com valor distintivo
(distingue morfemas ou palavras com significados diferentes), porém ele próprio não possui
significado (por exemplo, em português as palavras faca e vaca distinguem-se apenas pelos
primeiros fonemas /f/ e /v/) . O conceito de fonema não se confunde inteiramente com as
letras dos alfabetos, porque estas frequentemente apresentam imperfeições e não são uma
representação exata do inventário de fonemas de uma língua.
“ Dali avistamos homens que andavam pela praia, obra de sete ou oito, segundo disseram
os navios pequenos, por chegarem primeiro.
Então lançamos fora os batéis e esquifes, e vieram logo todos os capitães das naus a esta
nau do Capitão-mor, onde falaram entre si.
E o Capitão-mor mandou em terra no batel a Nicolau Coelho para ver aquele rio. E tanto
que ele começou de ir para lá, acudiram pela praia homens, quando aos dois, quando aos três, de
maneira que, ao chegar o batel à boca do rio, já ali havia dezoito ou vinte homens.
Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas. Nas mãos
traziam arcos com suas setas. Vinham todos rijos sobre o batel; e Nicolau Coelho lhes fez sinal que
pousassem os arcos. E eles os pousaram.
Ali não pôde deles haver fala, nem entendimento de proveito, por o mar quebrar na costa.
Somente deu-lhes um barrete vermelho e uma carapuça de linho que levava na cabeça e um
sombreiro preto. Um deles deu-lhe um sombreiro de penas de ave, compridas, com uma copazinha
de penas vermelhas e pardas como de papagaio; e outro deu-lhe um ramal grande de continhas
brancas, miúdas, que querem parecer de aljaveira, as quais peças creio que o Capitão manda a Vossa
Alteza, e com isto se volveu às naus por ser tarde e não poder haver deles mais fala, por causa do
mar.”
[...]
“E estando Afonso Lopes, nosso piloto, em um daqueles navios pequenos, por mandado do
Capitão, por ser homem vivo e destro para isso, meteu-se logo no esquife a sondar o porto dentro;
e tomou dois daqueles homens da terra, mancebos e de bons corpos, que estavam numa almadia.
Um deles trazia um arco e seis ou sete setas; e na praia andavam muitos com seus arcos e setas;
mas de nada lhes serviram. Trouxe-os logo, já de noite, ao Capitão, em cuja nau foram recebidos
com muito prazer e festa.
A feição deles é serem pardos, maneira de avermelhados, de bons rostos e bons narizes,
bem-feitos. Andam nus, sem nenhuma cobertura. Nem estimam de cobrir ou de mostrar suas
vergonhas; e nisso têm tanta inocência como em mostrar o rosto. Ambos traziam os beiços de baixo
furados e metidos neles seus ossos brancos e verdadeiros, de comprimento duma mão travessa, da
grossura dum fuso de algodão, agudos na ponta como um furador. Metem-nos pela parte de dentro
do beiço; e a parte que lhes fica entre o beiço e os dentes é feita como roque de xadrez, ali encaixado
de tal sorte que não os molesta, nem os estorva no falar, no comer ou no beber.
Os cabelos seus são corredios. E andavam tosquiados, de tosquia alta, mais que de
sobrepente, de boa grandura e rapados até por cima das orelhas. E um deles trazia por baixo da
solapa, de fonte a fonte para detrás, uma espécie de cabeleira de penas de ave amarelas, que seria
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do comprimento de um coto, mui basta e mui cerrada, que lhe cobria o toutiço e as orelhas. E
andava pegada aos cabelos, pena e pena, com uma confeição branda como cera (mas não o era),
de maneira que a cabeleira ficava mui redonda e mui basta, e mui igual, e não fazia míngua mais
lavagem para a levantar.
O Capitão, quando eles vieram, estava sentado em uma cadeira, bem vestido, com um colar
de ouro mui grande ao pescoço, e aos pés uma alcatifa por estrado. Sancho de Tovar, Simão de
Miranda, Nicolau Coelho, Aires Correia, e nós outros que aqui na nau com ele vamos, sentados no
chão, pela alcatifa. Acenderam-se tochas. Entraram. Mas não fizeram sinal de cortesia, nem de falar
ao Capitão nem a ninguém. Porém um deles pôs olho no colar do Capitão, e começou de acenar
com a mão para a terra e depois para o colar, como que nos dizendo que ali havia ouro. Também
olhou para um castiçal de prata e assim mesmo acenava para a terra e novamente para o castiçal
como se lá também houvesse prata.
Mostraram-lhes um papagaio pardo que o Capitão traz consigo; tomaram-no logo na mão e
acenaram para a terra, como quem diz que os havia ali. Mostraram-lhes um carneiro: não fizeram
caso. Mostraram-lhes uma galinha, quase tiveram medo dela: não lhe queriam pôr a mão; e depois
a tomaram como que espantados.
Deram-lhes ali de comer: pão e peixe cozido, confeitos, fartéis, mel e figos passados. Não
quiseram comer quase nada daquilo; e, se alguma coisa provaram, logo a lançaram fora. Trouxeram-
lhes vinho numa taça; mal lhe puseram a boca; não gostaram nada, nem quiseram mais. Trouxeram-
lhes a água em uma albarrada. Não beberam. Mal a tomaram na boca, que lavaram, e logo a
lançaram fora.
Viu um deles umas contas de rosário, brancas; acenou que lhas dessem, folgou muito com
elas, e lançou-as ao pescoço. Depois tirou-as e enrolou-as no braço e acenava para a terra e de novo
para as contas e para o colar do Capitão, como dizendo que dariam ouro por aquilo. Isto tomávamos
nós assim por assim o desejarmos. Mas se ele queria dizer que levaria as contas e mais o colar, isto
não o queríamos nós entender, porque não lho havíamos de dar. E depois tornou as contas a quem
lhas dera.
Então estiraram-se de costas na alcatifa, a dormir, sem buscarem maneira de cobrirem suas
vergonhas, as quais não eram fanadas; e as cabeleiras delas estavam bem rapadas e feitas. O Capitão
lhes mandou pôr por baixo das cabeças seus coxins; e o da cabeleira esforçava-se por não a quebrar.
E lançaram-lhes um manto por cima; e eles consentiram, quedaram-se e dormiram.”
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Ficha de atividade
Unidade – Curso:
Disciplina:
Atividade:
Nome(s) completo(s):
Data:
Discuta com seus colegas o texto anterior e, a partir da leitura dos fragmentos da Carta de Pero Vaz
de Caminha dos estudos sobre comunicação e linguagem e de suas experiências pessoais e de seus
colegas, sintetize em um texto considerações do grupo sobre como se dá a comunicação entre os
dois grupos, o dos colonizadores e o dos portugueses. Procure e refletir e levar em conta as
especificidades dos processos de comunicação envolvidos no episódio e como se constroem as
relações de poder a partir da simplicidade e ou complexidade dos processos de comunicação.
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Unidade II – Linguagem, língua, discurso e enunciação
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como ato individual. Os estudos linguísticos contemporâneos substituem fala por
discurso e referem-se à dicotomia língua/discurso.
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Disso conclui-se que o enunciado revela-se por meio da materialidade
linguística, já que dela depende para ser percebido como tal, mas não é um
fenômeno da língua e sim do discurso, da linguagem posta em ação.
Considere o seguinte texto: “João não dirige mais”. Uma vez materializada
em um enunciado, essa oração pode ser compreendida de muitos modos. Entre
eles, o enunciador pode estar querendo dizer que:
Fica claro que por mais brilhante que o sujeito seja quando estuda a língua,
por mais capaz que ele seja de decorar todos os nomes dos termos e as regras
gramaticais que regem a utilização desses termos na língua, ele não será um bom
leitor enquanto não tiver capacidade de levar em conta aspectos discursivos para
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compreender plenamente os enunciados que pouco dizem caso sejam vistos de
forma isolada. Ler é muito mais do que decodificar símbolos.
Sobre o autor, que publica regularmente no jornal Folha de São Paulo, uma
pesquisa rápida informa que:
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Ficha de atividade
Unidade – Curso:
Disciplina:
Atividade:
Nome(s) completo(s):
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Colocando em prática os conceitos
Leia o texto a seguir, de Olavo Bilac (1865-1918):
Língua portuguesa
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Ficha de atividade
Unidade – Curso:
Disciplina:
Atividade:
Nome(s) completo(s):
Data:
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histórico e possui funções sócio-interacionais desse instrumento de comunicação.
A língua tem regras de utilização, mas além delas os usos desse sistema, as
diferentes execuções devem ser levadas em conta sem se restringir excessivamente
ao estudo das estruturas da variedade padrão, já que as línguas se fundam em usos
e não o contrário, justamente por conta da flexibilidade e da multiplicidade do código
linguístico como instrumento de comunicação:
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Quadro de variações linguísticas:
FONÉTICO/FONO-
LÓGICO (pronúncias)
LEXICAL
(várias palavras mesmo
significado)
SEMÂNTICA
(significado depende
lugar)
DIACRÔNICA
NÍVEIS DA LÍNGUA
(história/tempo)
SINTÁTICO
(organizados diferente)
Paráfrase
DIATÓPICA
(lugares)
ESTILÍSTICO-
PRAGMÁTICA
Situações diferentes de
interação
DIAMÉSICA
VARIAÇÃO
(fala/escrita) MORFOLÓGICA
(sufixo diferente,
mesma ideia)
DIAFÁSICA pegajoso/guento
(estilo/monitora-mento)
DIASTRÁTICA NÍVEL
ESCOLARIDADE PROFISSÃO IDADE
(classes sociais) SOCIOECONÔMICO ETC.
A variação geográfica ou diatópica (do grego dia = através de; topos = lugar)
está relacionada às diferenças linguísticas distribuídas nos espaços físicos
observáveis entre falantes de origens geográficas distintas.
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A linguagem urbana, mais comum, distingue-se da rural, mais conservadora, isolada,
em gradual extinção devido, em grande parte, ao avanço dos meios de comunicação,
que privilegiam a fala urbana.
Não se pode pensar como o senso comum, que o modo urbano de falar é mais
correto do que o modo rural. A perspectiva variacionista acredita que os falantes se
expressam de modo a transmitir suas mensagens de maneira adequada ao seu
interlocutor, ainda que haja desvios em relação à norma culta.
A variação social ou diastrática (do grego dia = através de; do lat. strātum,i
'cama, coberta de cama', por extensão 'camada') é aquela que se encontra quando
se comparam diferentes estratos de uma população. Tem a ver com a identidade dos
falantes e também com a organização sociocultural da comunidade de fala que usam
gírias ou jargões para identificar e caracterizar os grupos constituídos.
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Colocando em prática os conceitos
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Glossário:
o Marinha Crespa: Marinha Crespa - Trata-se de uma soldadeira.
o filhar - tomar, arranjar
o por en - por isso
o vervo - provérbio
o prender - tomar, receber
o cabo - junto a, ao pé de
o ca - pois, porque
o éste - é
o solaz - prazer
o u - onde
o jazer - deitar-se, estar deitado.
a língua falada na faixa ocidental da Península Ibérica até meados do XIV. Derivado
do Latim, surgiu progressivamente como uma língua distinta anteriormente ao
século IX, no noroeste peninsular. Neste sentido, poderemos dizer que, mais do que
designar uma língua, a expressão Galego-Português designa concretamente uma
fase dessa evolução, cujo posterior desenvolvimento irá conduzir à diferenciação
entre o Galego e o Português atuais. Entre os séculos IX e XIV, no entanto, e com
algumas pequenas diferenças entre modos de falar locais, a língua falada ao norte
e ao sul do rio Minho era sensivelmente a mesma. E nem mesmo as fronteiras
políticas que por meados do século XII se foram desenhando, e que conduziram à
formação de um reino português independente ao sul, parecem ter afetado
imediatamente esta unidade linguística e cultural, cujas origens remontam à antiga
Galiza romano-gótica. Da mesma forma, a extensão do novo reino português até ao
extremo sudoeste da Península (que se desenrola, até 1250, ainda no movimento
da chamada reconquista cristã), é um processo que pode ser entendido, nesta
primeira fase, como um alargamento natural desse espaço linguístico e cultural
único.
( http://cantigas.fcsh.unl.pt/sobreascantigas.asp#2)
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Mapa político do noroeste da Península Ibérica no século XII
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Ficha de atividade
Unidade – Curso:
Disciplina:
Atividade:
Nome(s) completo(s):
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Unidade IV – Gêneros e tipos textuais
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textos de forma crítica e de produzir textos eficientes e adequados às diferentes
situações de comunicação do dia a dia.
As Tipologias Textuais
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autoriza a pensar que, por esta perspectiva teórica, os turnos de fala dos locutores
em um diálogo podem ser categorizados como narrativos, argumentativos,
expositivos, descritivos ou injuntivos. A predominância de determinado tipo textual
dependerá do objetivo enunciativo do material linguístico a que pertence, ou seja,
das especificidades do gênero em que se insere o texto.
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lógica”, desenvolvendo-se a partir de ideias, princípios ou fatos. Dessa maneira,
segundo a visão desse autor, em texto ou debate, o uso de xingamentos, do
sarcasmo entre outras estratégias, por mais criativas possam vir a ser, jamais se
constitui como um argumento, antes podem se revelar a falta dele.
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Isso levando-se em consideração que esses textos não estejam deslocados de seus contextos originais, pois
uma placa de trânsito “Pare” fixada no quarto de um adolescente produz um efeito de sentido que vai além
daquele dado pelo injuntivo. Pode estar querendo significar, entre outras coisas, um recado aos pais: “Este
território me pertence”.
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narrar uma breve história que servirá como argumento; pode-se, em um texto
narrativo, contar uma história com a finalidade de mudar o comportamento de
alguém, ou seja, com a intenção argumentativa e até injuntiva, por assim dizer,
como no caso das fábulas. Classificar textos a partir da tipologia, simplesmente,
pode ser improdutivo quando se pretende empreender uma análise profunda do
sentido das construções linguísticas, mas a classificação tipológica, por outro lado,
pode ser um relevante instrumento para se verificar a intencionalidade do
enunciador e para se avaliar os efeitos de produção de sentido nas estruturas
linguísticas.
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Estudo da narrativa
Famigerado – conto de Guimarães Rosa
Foi de incerta feita — o evento. Quem pode esperar coisa tão sem pés nem cabeça?
Eu estava em casa, o arraial sendo de todo tranquilo. Parou-me à porta o tropel. Cheguei à
janela.
Um grupo de cavaleiros. Isto é, vendo melhor: um cavaleiro rente, frente à minha
porta, equiparado, exato; e, embolados, de banda, três homens a cavalo. Tudo, num
relance, insolitíssimo. Tomei-me nos nervos. O cavaleiro esse — o oh-homem-oh — com
cara de nenhum amigo. Sei o que é influência de fisionomia. Saíra e viera, aquele homem,
para morrer em guerra. Saudou-me seco, curto pesadamente. Seu cavalo era alto, um
alazão; bem arreado, ferrado, suado. E concebi grande dúvida.
Nenhum se apeava. Os outros, tristes três, mal me haviam olhado, nem olhassem
para nada. Semelhavam a gente receosa, tropa desbaratada, sopitados, constrangidos
coagidos, sim. Isso por isso, que o cavaleiro solerte tinha o ar de regê-los: a meio-gesto,
desprezivo, intimara-os de pegarem o lugar onde agora se encostavam. Dado que a frente
da minha casa reentrava, metros, da linha da rua, e dos dois lados avançava a cerca,
formava-se ali um encantoável, espécie de resguardo. Valendo-se do que, o homem
obrigara os outros ao ponto donde seriam menos vistos, enquanto barrava-lhes qualquer
fuga; sem contar que, unidos assim, os cavalos se apertando, não dispunham de rápida
mobilidade. Tudo enxergara, tomando ganho da topografia. Os três seriam seus
prisioneiros, não seus sequazes. Aquele homem, para proceder da forma, só podia ser um
brabo sertanejo, jagunço até na escuma do bofe. Senti que não me ficava útil dar cara
amena, mostras de temeroso. Eu não tinha arma ao alcance. Tivesse, também, não
adiantava. Com um pingo no i, ele me dissolvia. O medo é a extrema ignorância em
momento muito agudo. O medo O. O medo me miava. Convidei-o a desmontar, a entrar.
Disse de não, conquanto os costumes. Conservava-se de chapéu. Via-se que passara
a descansar na sela — decerto relaxava o corpo para dar-se mais à ingente tarefa de pensar.
Perguntei: respondeu-me que não estava doente, nem vindo à receita ou consulta. Sua voz
se espaçava, querendo-se calma; a fala de gente de mais longe, talvez são-franciscano. Sei
desse tipo de valentão que nada alardeia, sem farroma. Mas avessado, estranhão, perverso
brusco, podendo desfechar com algo, de repente, por um és-não-és. Muito de macio,
mentalmente, comecei a me organizar. Ele falou:
“Eu vim preguntar a vosmecê uma opinião sua explicada…”
Carregara a celha. Causava outra inquietude, sua farrusca, a catadura de canibal.
Desfranziu-se, porém, quase que sorriu. Daí, desceu do cavalo; maneiro, imprevisto. Se por
se cumprir do maior valor de melhores modos; por esperteza? Reteve no pulso a ponta do
cabresto, o alazão era para paz. O chapéu sempre na cabeça. Um alarve. Mais os ínvios
olhos. E ele era para muito. Seria de ver-se: estava em armas — e de armas alimpadas. Dava
para se sentir o peso da de fogo, no cinturão, que usado baixo, para ela estar-se já ao nível
justo, ademão, tanto que ele se persistia de braço direito pendido, pronto meneável. Sendo
a sela, de notar-se, uma jereba papuda urucuiana, pouco de se achar, na região, pelo menos
de tão boa feitura. Tudo de gente brava. Aquele propunha sangue, em suas tenções.
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Pequeno, mas duro, grossudo, todo em tronco de árvore. Sua máxima violência podia ser
para cada momento. Tivesse aceitado de entrar e um café, calmava-me. Assim, porém,
banda de fora, sem a-graças de hóspede nem surdez de paredes, tinha para um se inquietar,
sem medida e sem certeza.
— “Vosmecê é que não me conhece. Damázio, dos Siqueiras… Estou vindo da
Serra…”
Sobressalto. Damázio, quem dele não ouvira? O feroz de estórias de léguas, com
dezenas de carregadas mortes, homem perigosíssimo. Constando também, se verdade, que
de para uns anos ele se serenara — evitava o de evitar. Fie-se, porém, quem, em tais tréguas
de pantera? Ali, antenasal, de mim a palmo! Continuava:
— “Saiba vosmecê que, na Serra, por o ultimamente, se compareceu um moço do
Governo, rapaz meio estrondoso… Saiba que estou com ele à revelia… Cá eu não quero
questão com o Governo, não estou em saúde nem idade… O rapaz, muitos acham que ele
é de seu tanto esmiolado…”
Com arranco, calou-se. Como arrependido de ter começado assim, de evidente.
Contra que aí estava com o fígado em más margens; pensava, pensava. Cabismeditado. Do
que, se resolveu. Levantou as feições. Se é que se riu: aquela crueldade de dentes. Encarar,
não me encarava, só se fito à meia esguelha. Latejava-lhe um orgulho indeciso. Redigiu seu
monologar.
O que frouxo falava: de outras, diversas pessoas e coisas, da Serra, do São Ão,
travados assuntos, insequentes, como dificultação. A conversa era para teias de aranha. Eu
tinha de entender-lhe as mínimas entonações, seguir seus propósitos e silêncios. Assim no
fechar-se com o jogo, sonso, no me iludir, ele enigmava: E, pá:
— “Vosmecê agora me faça a boa obra de querer me ensinar o que é mesmo que é:
fasmisgerado… faz-megerado… falmisgeraldo… familhas-gerado…?
Disse, de golpe, trazia entre dentes aquela frase. Soara com riso seco. Mas, o gesto,
que se seguiu, imperava-se de toda a rudez primitiva, de sua presença dilatada. Detinha
minha resposta, não queria que eu a desse de imediato. E já aí outro susto vertiginoso
suspendia-me: alguém podia ter feito intriga, invencionice de atribuir-me a palavra de
ofensa àquele homem; que muito, pois, que aqui ele se famanasse, vindo para exigir-me,
rosto a rosto, o fatal, a vexatória satisfação?
— “Saiba vosmecê que saí ind’hoje da Serra, que vim, sem parar, essas seis léguas,
expresso direto pra mor de lhe preguntar a pregunta, pelo claro…”
Se sério, se era. Transiu-se-me.
— “Lá, e por estes meios de caminho, tem nenhum ninguém ciente, nem têm o
legítimo — o livro que aprende as palavras… É gente pra informação torta, por se fingirem
de menos ignorâncias… Só se o padre, no São Ão, capaz, mas com padres não me dou: eles
logo engambelam… A bem. Agora, se me faz mercê, vosmecê me fale, no pau da peroba,
no aperfeiçoado: o que é que é, o que já lhe perguntei?”
Se simples. Se digo. Transfoi-se-me. Esses trizes:
— Famigerado?
— “Sim senhor…” — e, alto, repetiu, vezes, o termo, enfim nos vermelhões da raiva,
sua voz fora de foco. E já me olhava, interpelador, intimativo — apertava-me. Tinha eu que
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descobrir a cara. — Famigerado? Habitei preâmbulos. Bem que eu me carecia noutro
ínterim, em indúcias. Como por socorro, espiei os três outros, em seus cavalos, intugidos
até então, mumumudos. Mas, Damázio:
— “Vosmecê declare. Estes aí são de nada não. São da Serra. Só vieram comigo, pra
testemunho…”
Só tinha de desentalar-me. O homem queria estrito o caroço: o verivérbio.
— Famigerado é inóxio, é “célebre”, “notório”, “notável”…
— “Vosmecê mal não veja em minha grossaria no não entender. Mais me diga: é
desaforado? É caçoável? É de arrenegar? Farsância? Nome de ofensa?”
— Vilta nenhuma, nenhum doesto. São expressões neutras, de outros usos…
— “Pois… e o que é que é, em fala de pobre, linguagem de em dia-de-semana?”
— Famigerado? Bem. É: “importante”, que merece louvor, respeito…
— “Vosmecê agarante, pra a paz das mães, mão na Escritura?”
Se certo! Era para se empenhar a barba. Do que o diabo, então eu sincero disse:
— Olhe: eu, como o sr. me vê, com vantagens, hum, o que eu queria uma hora destas
era ser famigerado — bem famigerado, o mais que pudesse!…
— “Ah, bem!…” — soltou, exultante.
Saltando na sela, ele se levantou de molas. Subiu em si, desagravava-se, num
desafogaréu. Sorriu-se, outro. Satisfez aqueles três: — “Vocês podem ir, compadres. Vocês
escutaram bem a boa descrição…” — e eles prestes se partiram. Só aí se chegou, beirando-
me a janela, aceitava um copo d’água. Disse: — “Não há como que as grandezas machas
duma pessoa instruída!” Seja que de novo, por um mero, se torvava? Disse: — “Sei lá, às
vezes o melhor mesmo, pra esse moço do Governo, era ir-se embora, sei não…” Mas mais
sorriu, apagara-se-lhe a inquietação. Disse: — “A gente tem cada cisma de dúvida boba,
dessas desconfianças… Só pra azedar a mandioca…” Agradeceu, quis me apertar a mão.
Outra vez, aceitaria de entrar em minha casa. Oh, pois. Esporou, foi-se, o alazão, não
pensava no que o trouxera, tese para alto rir, e mais, o famoso assunto.
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Colocando em prática os conceitos
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Ficha de atividade
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Rebelião deixa seis presos mortos em cadeia de Pernambuco
FOLHA DE SÃO PAULO, 25/07/2016
Uma rebelião de detentos em uma unidade prisional de Caruaru, no agreste
pernambucano, terminou com seis presos mortos e outros 11 feridos.
De acordo com a secretaria de Justiça e Direitos Humanos, as vítimas fatais foram
atingidas com golpes de falcão —um preso, inclusive, foi decapitado.
Os sobreviventes foram levados para o Hospital Regional do Agreste, sendo que três
deles já retornaram à cadeia.
A rebelião teve início às 17h30 deste sábado (24) na Penitenciária Juiz Plácido de
Souza e perdurou por três horas. Por volta das 13h deste domingo (25), o clima ainda era
tenso no local.
O Grupo de Operações e Segurança, do sistema prisional local, além de efetivos da
PM e da Polícia Civil fazem a segurança do presídio.
Por medida de segurança, 11 detentos foram transferidos para outras cadeias do
Estado após o motim.
Segundo Pedro Eurico de Barros e Silva, secretário da pasta da Justiça do Estado, a
rebelião ocorreu em razão de um desentendimento entre grupos rivais que disputam o
controle do tráfico de drogas na unidade.
Dois pavilhões foram incendiados. Os danos, no entanto, ainda estão sendo
contabilizados, informou Barros e Silva.
"Vamos abrir uma investigação para responsabilizar quem comandou e executou os
homicídios na unidade", diz o secretário.
As visitas de familiares, que aconteceriam neste domingo, foram suspensas.
A Penitenciária Juiz Plácido de Souza está superlotada. Com capacidade para abrigar
400 presos, o local tem hoje 1.850 homens.
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b) Ainda que mais objetivo, o texto apresenta marcas do sujeito que o
redigiu. Identifique essas marcas e procure mostrar o efeito de sentido
que elas produzem na notícia.
Ficha de atividade
Unidade – Curso:
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Nome(s) completo(s):
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Estudo da descrição
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Esta foi a celeste formosura
Da minha Circe, e o mágico veneno
Que pôde transformar meu pensamento.
“BMW Série 1, um veículo ágil e compacto com uma aparência esportiva e moderna.
A dianteira exibe um novo design, que inclui a grade em forma de rim característica da BMW
e os elegantes faróis LED*. A traseira apresenta os cativantes faróis em forma de L e o
interior ergonômico proporciona inúmeras possibilidades de organização. A última geração
de motores BMW TwinPower Turbo é tão eficiente quanto emocionante. Isso é o Puro
Prazer de Dirigir. É isso que caracteriza o BMW Série 1.”
http://www.bmw.com.br/pt/all-models/1-series/5-door/2015/start-page.html
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Descrição de compras de produtos alimentícios para merenda da Prefeitura
Municipal de Itapeva. Fonte:
http://www.itapeva.sp.gov.br/itapeva/compras/Editais_p_download/PDF/Microsoft
%20Word%20-%20Edital%20PP10%20Merenda.doc.PDF
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corporal dela, 150 quilos. Esse tipo de descrição deve prevalecer nos
manuais de instrução, por exemplo.
d) Subjetivos: são as descrições literárias ou de textos de propaganda, em
que são colocadas as impressões do sujeito sobre os objetos
apresentados.
As combinações possíveis são descrição: a) dedutiva objetiva; b) dedutiva
subjetiva; c) indutiva objetiva; d) indutiva subjetiva.
Em textos técnicos deve prevalecer a descrição dedutiva objetiva já que
o leitor espera um texto claro, de fácil compreensão e sem ambiguidades.
Nas descrições de textos de propaganda ou literárias prevalecem textos com
maior grau de subjetividade.
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Colocando em prática os conceitos
Escreva um texto descritivo, objetivo e dedutivo a partir das figuras a seguir:
Sistema de aquecimento e ventilação do Fiat Pálio Fire Economy
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Fonte: http://www.fiat.com.br/content/dam/fiat-brasil/manuais-carros/17164L1.pdf
Ficha de atividade
Unidade – Curso:
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Nome(s) completo(s):
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Estudo da argumentação
Argumentar é defender uma ideia. Para isso, você deve ter uma ideia clara,
formular uma tese e pensar em argumentos que a sustentem.
Este caso da parteira merece sérias reflexões que tendem a interrogar sobre a
serventia da lei. Uma senhora, separada do marido, muito naturalmente quer conservar em
sua companhia a filha; e muito naturalmente também não quer viver isolada e cede, por isto
ou aquilo, a uma inclinação amorosa.
O caso se complica com uma gravidez e para que a lei, baseada em uma moral que
já se findou, não lhe tire a filha, procura uma conhecida, sua amiga, a fim de provocar um
aborto de forma a não se comprometer.
Vê-se bem que na intromissão da “curiosa" não houve nenhuma espécie de
interesse subalterno, não foi questão de dinheiro. O que houve foi simplesmente
camaradagem, amizade, vontade de servir a uma amiga, de livrá-la de uma terrível
situação.
Aos olhos de todos, é um ato digno, porque, mais do que o amor, a amizade se
impõe. Acontece que a sua intervenção foi desastrosa e lá vem a lei, os regulamentos, a
polícia, os inquéritos, os peritos, a faculdade e berram: você é uma criminosa! Você quis
impedir que nascesse mais um homem para aborrecer-se com a vida!
Berram e levam a pobre mulher para os autos, para a justiça, para a chicana, para
os depoimentos, para essa via-sacra da justiça, que talvez o próprio Cristo não percorresse
com resignação.
A parteira, mulher humilde, temerosa das leis, que não conhecia, amedrontada com
a prisão, onde nunca esperava parar, mata-se.
Reflitamos, agora; não é estúpida a lei que, para proteger uma vida provável,
sacrifica duas? Sim, duas porque a outra procurou a morte para que a lei não lhe tirasse a
filha. De que vale a lei?
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Internet ajudou a derrubar o mito da tolerância brasileira
BOB VIEIRA DA COSTA (Folha de São Paulo, 3/8/2016)
A internet vem ajudando a derrubar o mito de que nós brasileiros somos tolerantes
às diferenças. Histórias que desnudam a intolerância entre nós surgem a cada dia. Para
cada caso com pessoas conhecidas noticiado na mídia, há outros milhares nas redes
sociais.
Cabelo ruim, gordo, vagabundo, retardado mental, boiola, malcomida, golpista,
velho, nega. Expressões como essas predominam nas nuvens de palavras encontradas em
posts que revelam todo tipo de intransigência ao outro, em vários aspectos: aparência,
classe social, deficiência, homofobia, misoginia, política, idade, raça, religião e xenofobia.
Segundo dados da ONG Safernet, denúncias contra páginas que divulgaram
conteúdos do tipo cresceram mais de 200% no país. Num primeiro momento, parece que a
internet criou uma onda de intolerância.
O fato, porém, é que as redes sociais apenas amplificaram discursos existentes no
nosso dia a dia. No fundo, as pessoas são as mesmas, nas ruas e nas redes.
Vejamos: o Brasil lidera as estatísticas de mortes na comunidade LGBT (dado da
Associação Internacional de Gays e Lésbicas); mata muito mais negros do que brancos
(Mapa da Violência); aparece em quinto lugar em homicídios de mulheres (Mapa da
Violência); registrou aumento de 633% nos casos de xenofobia (Ouvidoria Nacional dos
Direitos Humanos); e 6,2% dos seus empregadores confessam não contratar pessoas
obesas (site de recrutamento).
A intolerância nas redes é resultado direto de desigualdades e preconceitos sociais
em geral, não é uma invenção da internet. O ambiente em rede facilita que cada um solte
seus demônios, ao dar a sensação de um pretenso anonimato. O mundo virtual é, portanto,
mais uma forma de os intolerantes se manifestarem e ampliarem seu alcance.
Para se ter ideia, nossa agência, por meio da iniciativa Comunica que Muda,
resolveu medir a intolerância na internet durante três meses, utilizando a plataforma Torabit.
De abril a junho, foram analisadas nada menos que 393.284 menções aos tipos de
intolerância citados no início do texto. O percentual de abordagens negativas dos temas
ficou acima de 84%. No caso do racismo, chegou a 97,6%.
O maior número de menções (220 mil) foi para a política, seguido da misoginia (50
mil), mas há que se ressaltar que o tema reflete a crise atual. Entre os Estados, o Rio de
Janeiro registrou o maior número de citações (58.284), apesar de, proporcionalmente à
população, o Distrito Federal ser o mais intolerante.
Bem melhor seria se, na verdade, passássemos a adotar a aceitação como o
contrário de intolerância. Porque a própria palavra tolerância lembra indulgência e
condescendência, e não é isso que se quer.
Suportar o outro é só o começo de uma evolução. Tolerar é manter uma relação
positiva com pessoas completamente diferentes. É um processo de mão dupla, aceitar para
ser aceito.
Não é um caminho fácil. O primeiro passo, sem dúvida, é tornar o debate de
interesse público, fazer explícitas as ofensas cotidianas.
Já passou o tempo em que a internet era terra de ninguém. Não faltam canais para
denúncias. O acesso a um meio amplo de comunicação, aliado a uma ideia distorcida de
liberdade, fez com que os intolerantes encontrassem eco.
No entanto, como bem resume a frase, "liberdade de expressão não é licença para
ser estúpido".
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BOB VIEIRA DA COSTA é sócio-fundador da agência de propaganda Nova/SB. Foi
coordenador de comunicação do Ministério da Saúde e ministro-chefe da Secretaria de
Comunicação da Presidência da República (governo FHC)
a) Que ideia o sujeito defende?
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c) Argumentos 2 (versos 9 a 11): segundo fato que confirma a tese
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d) Argumento 3 (versos 12 a 14): terceiro fato que confirma a tese
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argumento 1
tese
argumento 1
argumento 1
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Ficha de atividade
Unidade – Curso:
Disciplina:
Atividade:
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