5.

ª Série / Nº 49 / 2013 / Publicação Bimestral / €4,50

5º Congresso Nacional
da Óptica Ocular
Valorizar o sector da Óptica nacional

Perspectiva Económica
2013, quo vadis?
 PUB PUB
Essilor Varilux Shamir Nova
 Sumário
Editorial
5.ª Série - N.º 49
Janeiro/Fevereiro 2013
Visite-nos em:
Editorial 5
www.ano.com.pt Mais que um congresso, uma nova
Em Foco 6
www.facebook.com/opticos.ano
esperança para o sector
5º Congresso Nacional da Óptica Ocular
Valorizar o sector da Óptica nacional
Notícias 10
Perspectiva Económica 20
2013, quo vadis? De 22 a 24 de Fevereiro, a Associação vê em Portugal. Organizámos, no Centro de
Armações 22 Nacional dos Ópticos (ANO) promove o 5º Congressos do Estoril, um espaço que convida
Congresso Nacional da Óptica Ocular, no ao networking entre profissionais e lhes dá
Sol 24
Pag.6 Centro de Congressos do Estoril. É nosso a oportunidade de conhecer as principais
Opinião
Pag.20 objectivo reunir, durante três dias, o maior tendências e novidades do sector.
Este Governo não é para velhos 26
número possível de profissionais do sector
Aqui há abraços grátis 27
da Óptica, de modo a reflectir sobre o Contamos consigo – por estes motivos e
Proximidade, confiança e valor acrescentado 28 actual panorama nacional e, de certa forma, muitos mais! – neste nosso evento.
Curiosidades 30 delinear o rumo das nossas empresas no
Notícias ANO futuro próximo. Mas não será apenas sobre a Ainda nesta primeira edição do ano,
Mais de 2.500 formandos em três anos 32 vertente empresarial que nos iremos debruçar. analisamos o panorama económico actual,
Um ano de responsabilidade social 34 O dia-a-dia do profissional da saúde visual perspectivando o que 2013 nos reserva,
Festa de Natal da Óptica reuniu 3.500 pessoas no Coliseu 36 exige a contínua aprendizagem. Como tal, enquanto agentes do sector do comércio
estruturámos um programa de formação para retalhista. Ainda que o cenário não seja o
Breves Saúde 40 Pag.32 Pag.36
este Congresso que alia os conhecimentos mais animador, acreditamos que, conhecendo
Breves Negócios 42
técnicos aos de gestão. Contaremos, no a realidade actual, possamos preparar o
nosso painel, com especialistas em áreas terreno, a curto/médio prazo para agirmos de
como Optometria, Economia, Gestão ou acordo com as exigências do mercado.
Incentivo Empresarial, que potenciarão o
debate e, acima de tudo, a aquisição de novas Na edição n.º49 há ainda lugar para uma
Fotografia de Capa: competências. análise à Formação Profissional que a ANO
DR
fomentou nos últimos três anos e para uma
Envie os seus comentários Além da formação em sala, os congressistas reportagem à Festa de Natal da Óptica,
e/ou sugestões para terão acesso a uma zona de exposição de decorrida em Dezembro, no Coliseu dos
opticos@ano.com.pt. bens e serviços ópticos como há muito não Recreios.
Ficha Técnica Grafismo e Paginação Nº de registo no ICS Os textos assinados são da responsabilidade
dos seus autores e reflectem exclusivamente
Carlos Raposo 107048
Director design@carlosraposo.pt as respectivas opiniões. A Direcção da revista
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Rui Correia
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Nuno Dias da Silva Tel.: 217 574 188/191
Fax: 217 594 733
4 Publicidade opticos@ano.com.pt 5
Fernando Tomaz
Periodicidade
fernando.tomaz@ano.com.pt
Bimestral
 Em Foco

PUB
5º Congresso Nacional da Óptica Ocular
ANO CONGRESSO
Valorizar o sector NOVA
da Óptica nacional
De 22 a 24 de Fevereiro, o lema é: “O valor do Óptico – Mercado Global”.
O 5º Congresso Nacional da Óptica Ocular, organizado pela Associação Nacional dos
Ópticos (ANO), no Centro de Congressos do Estoril, pretende ser um centro de discussão
do sector em Portugal. A presença dos Associados é vital para o sucesso deste evento.
Marque já na sua agenda!
Conhecimento, ideias, informação. Nesta tríade assenta serviços diferentes, proporcionando aos visitantes uma ampla
a discussão que terá lugar no Estoril, nos dias 22, 23 e 24 visão das novidades existentes no mercado.
de Fevereiro. A Direcção da Associação Nacional dos Ópticos No 5º Congresso Nacional da ANO, haverá ainda a hipótese de
(ANO) convidou um painel de especialistas em áreas tão
frequentar workshops, potenciando a formação profissional e o
diversas como economia, optometria, finanças ou dinamismo
networking entre empresários.
empresarial, apostando no pluralismo das intervenções e na
consequente formação dos seus Associados. Em suma, a base de toda a discussão no Congresso será – como
Além da pluralidade das comunicações, a exposição técnica o lema do evento indica – a valorização do serviço do Óptico e
6 será igualmente um espaço que reunirá empresas, bens e do Optometrista no local de trabalho e na sociedade.
 Em Foco
“Estar presente na exposição do Congresso
da ANO significa para a Marchon, acima
de tudo, apoiar um evento nacional. Além
disso, é uma iniciativa com características
pouco ou nada vistas em Portugal. A
grande novidade do stand da Marchon será
a apresentação da extensão da colecção
Lacoste, com a linha de criança”.
Teresa Ferreira, Marchon
“O nosso grupo marcará presença
neste evento para apoiar a classe da
óptica nacional e para divulgar a marca
Conselheiros da Visão. Esperamos que este
Congresso seja um momento de coesão do
sector da Óptica e de aprendizagem.”
Rafael Silva, Conselheiros da Visão
8 9
“Escolhemos marcar presença devido à
visibilidade deste evento ligado a uma
Associação de prestígio. Acreditamos que
será uma forma de projecção interessante
junto dos nossos clientes, que trará mais
visibilidade à empresa forte e coesa que
é a Alcon Vision Care. Além do stand,
teremos uma sala onde decorrerão acções
formativas, apostando na informação/
formação dos nossos clientes.”
Tiago Semelhe, Alcon Vision Care
“O maior objectivo em marcarmos
presença no 5º Congresso Nacional da
Óptica Ocular é a captação de novos
sócios para o Institutoptico. Consideramos
este evento como uma mais-valia para o
sector, em especial, na actual conjuntura
económica, marcada pela entrada de
novos players no mercado.”
Carlos Tavares, Institutoptico
Sexta-feira, dia 22
Pelas 15h começará a acreditação dos congressistas e a visita aos
stands dos expositores. No auditório, será uma tarde dedicada
à Optometria e ao conhecimento de novas técnicas e de novos
estudos nesta área.
Sábado, dia 23
Se as palestras da manhã continuarão o tópico das novidades
na área da Optometria, o resto do dia será dedicado à reflexão
do sector por excelência. Nomes sonantes do panorama da
comunicação e da economia nacionais estarão com os nossos
Associados e principais players do mercado a pensar o sector
da Óptica, no fundo, a conjecturar os próximos anos, que, ainda
potencialmente adversos, poderão tornar-se em oportunidades
para cimentar ideias e projectos.
No final do dia, há espaço para um momento mais glamouroso,
que sublinhará o convívio entre os participantes. Falamos, claro, do
jantar de gala do Congresso, que decorrerá no Salão Preto e Prata,
no Casino Estoril, e será animado pelo one-man show: Herman
José, entre outras surpresas.
Domingo, dia 24
O último dia do Congresso decorrerá durante a manhã. A abrir as
palestras, teremos o presidente da Confederação do Comércio e
Serviços de Portugal (CCP), João Vieira Lopes, a analisar o estado
actual do comércio contrapondo com a sustentabilidade das cidades
portuguesas. E como gostamos de terminar sempre com uma
visão positiva – ou não fosse este um Congresso para profissionais
da saúde visual! – a palestra de Miguel Gonçalves será a altura
ideal para abrir horizontes e estimular a atitude empresarial dos
Associados.
Da teoria à prática
O 5º Congresso Nacional da Óptica Ocular não será um evento Interior, que poderão cimentar os conhecimentos técnicos –
dirigido apenas aos Ópticos no activo, mas também aos nas palestras científicas – e iniciar a preparação para a vertente
futuros profissionais do ramo. Deste modo, estarão presentes empresarial e comercial com a discussão do sector que irão
no 5º Congresso estudantes das licenciaturas em Optometria integrar.
e Ciências da Visão das Universidades do Minho e da Beira
 Notícias
Colóquio de Optometria da Universidade
da Beira Interior regressa em Maio
A sétima edição do Colóquio de Optometria – Ciências da
Visão organizado pelo Núcleo de Estudantes de Optometria
da Universidade da Beira Interior (NEOUBI) realiza-se em
Maio, nas instalações desta instituição, na Covilhã. “O principal
objectivo da realização deste evento por parte do NEOUBI
é fazer com que os profissionais e os estudantes possam
aglomerar uma mescla de conhecimentos teóricos e práticos
nesta actividade, visto que é importante uma constante
A linha Tenente Black Edition do criador José António Tenente
apresentou uma novidade no final do ano: a cor. Mantendo
o acetato como matéria de excelência da linha, este modelo
com formato expressivo apresenta, além do modelo em preto
10
PUB
actualização”, referiu à VER o vice-presidente do NEOUBI,
Carlos Nascimento.
Na edição de 2012, que recebeu 120 participantes, o programa
do colóquio abordou temas variados, como Optometria
desportiva e Ortoqueratologia. Para este ano, o Núcleo de
Estudantes pretende realizar “algo diferente do que temos MIDO - Nova
vindo a realizar até ao momento”, referiu o responsável do
NEOUBI.
Black Edition
adiciona
novos tons
(em versões brilhante e mate), o branco e o vermelho, ou
seja, Tenente White Edition e Tenente Red Edition.
As colecções de José António Tenente são distribuídas pela
Proóptica.
 Notícias
Equipa da F3M
celebra Natal
solidário
Os colaboradores e a administração da F3M uniram-se por
uma causa social na época natalícia. A tecnológica bracarense
promoveu várias iniciativas solidárias, como a recolha de roupa
e de brinquedos, entre outros bens, que foram entregues a
instituições de solidariedade. A empresa procedeu ainda à
entrega de cabazes com bens alimentares doados por toda
a equipa F3M a famílias carenciadas, em Braga e em Lisboa.
Ao longo dos anos, a F3M tem realizado diversas iniciativas de
âmbito social – baseadas na estratégia de Responsabilidade
Social Organizacional (RSO) – desde a promoção de campanhas
de sensibilização, de doação de sangue e rastreios visuais até
às acções de voluntariado. Recentemente, os colaboradores
da empresa participaram na campanha de recolha de bens
do Banco Alimentar Contra a Fome. A empresa associou-se
igualmente ao projecto Codriver Solidário, uma iniciativa que
juntou três pilotos automóveis bracarenses e várias entidades
da região com o objectivo de contribuir com géneros, bens e
serviços em prol de três instituições de solidariedade social
de Braga.
Os óculos de sol são mais do que uma afirmação de moda:
são uma protecção imprescindível para a visão. Como tal, o
Institutoptico alertou recentemente, em comunicado, para o
perigo das radiações ultravioleta (UV) e os danos que podem
causar aos olhos, mesmo no Inverno.
Os raios UV podem aumentar o risco de desenvolvimento de
doenças oculares como a catarata ou a degeneração macular
relacionada com idade, e até mesmo cancro do olho, em
casos extremos. As lesões causadas pela radiação UV são
12
cumulativas, o que significa que a protecção da visão deve
Modavisão é PME A Modavisão, empresa que representa em Portugal as
marcas de óptica Silhouette e adidas eyewear, foi distinguida
Líder 2012 como PME Líder 2012 pelo IAPMEI.
“É um enorme prazer saber que o esforço de um ano de
trabalho é recompensado com a distinção de PME Líder
2012”, afirma o Manager da Modavisão, André Brodheim.
“Trabalhamos todos os dias com o intuito de melhorar, para
merecer sempre a confiança dos nossos clientes. Esse é de
facto o activo mais valioso da Modavisão”, reforça.
O Estatuto PME Líder é um selo de reputação de empresas,
criado pelo IAPMEI, para distinguir o mérito das Pequenas e
Médias Empresas nacionais com desempenhos superiores,
e é atribuído tendo por base a avaliação das melhores
Os projectos de solidariedade da F3M vão além fronteiras. “Um notações de rating e indicadores económico-financeiros.
Sopro em África” conta com o envolvimento da tecnológica e
consiste em apoiar os estudos de cinco crianças de uma aldeia
moçambicana (Chimpaca). A este propósito, receberam nas
Replay escolhe Allison
instalações da empresa, em Braga, o encontro de padrinhos
de Chimpaca e Vila Massane (Moçambique), promovendo
assim a divulgação do projecto da organização SOPRO. A conhecida marca de vestuário Replay escolheu a Allison apresentada em Março, na feira internacional italiana Mido, e
A empresa tecnológica bracarense é uma das sete para a criação e distribuição da sua colecção eyewear com será constituída por 20 modelos de sol e oftálmicos dirigidos a
empresas portuguesas a integrar o Guia Europeu sobre um contrato válido por cinco anos. A primeira colecção será um público jovem e urbano.
Responsabilidade Social das Empresas, bem como a Rede
Nacional de Responsabilidade Social das Organizações
(RSOpt), reconhecimentos que distinguem as boas práticas ao
nível da Responsabilidade Social e que são o culminar de uma
estratégia consolidada nesta área.
Institutoptico alerta
para radiação UV no Silhouette lança
Inverno o novo modelo
Titan Minimal Art
– The Icon
começar bem cedo e ser continuada ao longo da vida, visto
que os danos podem apenas surgir muito mais tarde.
As lentes solares com filtro ultravioletas de qualidade óptica
certificada protegem das radiações UV prejudiciais e reduzem o
O modelo Titan Minimal Art (TMA) é o mais icónico dos uma nova interpretação deste clássico intemporal: TMA –
risco de doenças oculares, sendo que protegem igualmente os
modelos da Silhouette e há 15 anos revolucionou o mundo The Icon.
olhos contra a entrada de poeira ou outras partículas nocivas.
das armações com as suas características inovadoras: 1,8 Com um design moderno e contemporâneo e hastes
O grupo anuncia deste modo a colecção Cierzo by Institutoptico,
gramas – os óculos mais leves do Universo - sem parafusos bicolores, o clássico modelo é reinventado em cores
que combina os padrões de qualidade a um design que segue
ou charneiras e os únicos utilizados pela NASA nas viagens modernas e vibrantes e permite a total customização das
as últimas tendências da moda.
espaciais. Quinze anos depois do seu lançamento, nasce lentes. 13
 Notícias

Simone de Oliveira
é madrinha de
acção solidária “Um
Livro para Ler”
A cantora e actriz Simone de Oliveira é a Madrinha da acção
solidária promovida pelo grupo Conselheiros da Visão, “Um
Livro para Ler”
O Grupo de Ópticos Conselheiros da Visão, cada vez mais
próximo da sua partida para São Tomé, com a Missão Solidária
“Um Livro para Ler”, recebeu recentemente na sua sede a
artista Simone de Oliveira, que, filantropicamente, aceitou
ser Madrinha desta Acção Solidária. Durante o convívio com
a cantora e actriz, os dirigentes do Grupo apresentaram as

PUB
várias iniciativas já realizadas no âmbito da
responsabilidade social, desenvolvendo a missão
apoiada por Simone. O Grupo anunciou as várias
doações já efectuadas em Cabo Verde.
Durante este evento, foi ainda analisado o
material já recolhido pela rede de ópticos
Conselheiros da Visão, onde a Madrinha se
CONSELHEIROS DA VISÃO
inteirou da grande quantidade de livros e
do mais diverso material escolar e didáctico NOVA
acondicionado, agora com destino a São Tomé e
Príncipe, onde será entregue às entidades locais
pelos representantes do Grupo Conselheiros da
Visão e por Simone de Oliveira, que acompanhará
a comitiva.

Silhouette lança o
novo modelo SPX
A Silhouette acaba de apresentar a sua nova colecção SPX
Connection, marcada por uma maior versatilidade, leveza
e durabilidade das cores. Além das oito cores disponíveis
e dos detalhes decorativos, o modelo SPX Connection é
hipoalergénico, potenciando o conforto ao utilizador.

14
 Notícias
Shamir lança nova lente progressiva
de lentes progressivas, o Departamento de Investigação e utilizamos hoje em dia.

Visão para a era digital Desenvolvimento da Shamir, desenvolveu as lentes Shamir

Autograph Intouch™.
As Shamir Autograph Intouch™ proporcionam um novo
conforto visual optimizado, para todos os campos visuais
utilizados em todas as actividades, proporcionando uma
focagem nítida e confortável ente os 40cm e os 70cm –
fundamentais na consulta dos aparelhos digitais que tanto
Construídas sobre o sucesso da gama de lentes personalizadas
Shamir Autograph™, as Shamir Autograph Intouch™ são
as novas lentes progressivas multi-usos que proporcionam
benefícios inovadores respondendo às necessidades
especiais dos portadores modernos, que utilizam diariamente
telemóvel, smartphones, tablets digitais, computadores
portáteis, entre outros.

A vida está a mudar à rapidez com

que se lançam novas tecnologias no Benefícios inovadores para o presbita da era digital
mercado. A utilização de aparelhos
digitais, como smartphones, tablets e • Conforto visual extra
notebooks tornam-se, cada vez mais, • Rapidez na mudança de campo
• Redução do esforço visual associado ao uso prolongado da visão de perto e intermédia
parte integrante da vida moderna.
• Visão dinâmica, fácil transição entre os vários campos visuais da lente
A nova era digital despoleta novos
• Adaptação imediata
desafios para os olhos: o campo de visão
• Elevado desempenho visual
de perto e intermédia de uma lente
progressiva standard não responde a
este desafio. O campo visual de perto
tem que ser redesenhado, começar
mais acima na lente e ser maior, bem
como o corredor de visão intermédia,
que tem de ser mais largo.
A somar a estas necessidades, há um
novo esforço de acomodação que é
exigido aos nossos olhos, derivado
da mudança constante de focagem diversos aparelhos digitais, incluindo nos smartphones.
do longe e intermédio para o perto, para ler textos em Para fazer face a estes novos desafios da visão, e para ir
tamanhos diminutos, e muitas vezes em movimento, nos ao encontro das novas necessidades dos actuais portadores

Benefícios inovadores para o presbita da era digital

De 3 de Dezembro de 2012 e 28 de Fevereiro de 2013,
aos seus clientes da era digital, a Shamir oferece um
Smartphone* com cada par de lentes Shamir Autograph
Intouch™ com tratamento Shamir Glacier Plus™.
Aproveite esta campanha para divulgar a sua óptica! A
Shamir coloca à disposição de todos os seus clientes várias
formas de divulgação que podem ser personalizadas!
Contacte o departamento de marketing da Shamir Portugal
para mais informações.

16 17
*Consultar o regulamento da campanha junto da Shamir Portugal.
 Notícias

Hello Kitty
Strawberry
Delicious
A Optivisão sugere as armações exclusivas Hello Kitty para
a estação Primavera/Verão 13. Com design clássico, as
armações fundem-se com as cores vibrantes e as hastes
com pequenos detalhes especialmente a pensar nos mais
novos.

Fergie
ao estilo
Lanvin
A vocalista da banda norte-americana Black Eyed Peas,
Fergie, foi vista recentemente, na cidade de Los Angeles, PUB
Alcon
com o modelo SLN509S col.Z42. da Lanvin.
Os óculos de sol de eleição da artista revelam uma
combinação do estilo revivalista com detalhes
contemporâneos. A armação redonda é embelezada com
pedras preciosas e peças metalizadas, atribuindo um
toque retro ao modelo.
A Lanvin é distribuída em Portugal pela De Rigo Vision.

A rede óptica europeia, Alain Afflelou, apresentou
recentemente a sua colecção de modelos originais
especialmente desenhada para noivas.
No dia do casamento, o visual não pode ser descurado: vestido,
cabelo, maquilhagem e acessórios são determinantes. E os
18 acessórios não são apenas as jóias, o véu ou as tiaras. Para
Alain
Afflelou
para noivas
algumas noivas, os óculos também são algo a ter em conta
neste dia tão importante. Assim, a Alain Afflelou propõe às
noivas acostumadas a usar óculos, ou às que simplesmente
não conseguem usar lentes de contacto, optar por modelos
com lentes graduadas que se adequam a esta ocasião única
e que respeitam o estilo da noiva e do seu vestido. 19
 Perspectiva Económica
inevitavelmente. Em 2012, os tribunais declararam 52
falências judiciais por dia em 2012. Os particulares foram
os mais afectados com 12.405 processos, representando
67% do total. A região norte foi a que registou mais casos.
As insolvências voltaram a bater recorde este ano, tendo
praticamente alcançado a fasquia das 19 mil, com uma subida
de 62% face a 2011.
A escalada das falências judiciais no país continua a ser
muito alimentada pelas dificuldades financeiras das famílias,
apesar de, no lado das empresas, também se ter verificado
um aumento de 41% no número de casos que entraram nos
tribunais portugueses desde Janeiro, com especial incidência
para o sector do comércio.
E o sector da Óptica tem vindo a ser afectado pela tendência. Os
dados referentes ao biénio 2008/10 – embora desactualizados
– já demonstram uma clara tendência para as insolvências. Em
2012, estavam registadas 1182 empresas sob a CAE 47782,
representando 2077 estabelecimentos
O emprego atrás do balcão
Se, de 2008 para 2009, o emprego na Óptica em Portugal
cresceu 3.2%, de 2009 para 2010 decresceu 7,9%. Na análise
do triénio, decresceu 5,1%, representando a perda de 184
postos de trabalho.
Em detalhe, em 2010, 3.452 indivíduos compunham o sector
da Óptica nacional, menos 299 que no ano anterior. Porém,
de 2009 para 2010, houve categorias profissionais nas quais
se verificou um aumento do número de profissionais: Oficial
Ajudante do 1º e do 2º ano, Contactologista, Técnico Comercial
Grau I e Técnico Comercial Grau II. Na categoria Empregado
Comercial Ajudante do 2º ano o número de empregados
manteve-se igual. Nas restantes categorias, houve quedas
significativas no número de funcionários, em especial:
Técnico de Óptica Ocular, 3º Oficial e Praticante de Empregado
Comercial.
Mensagem da Direcção
Ainda que os números e as estimativas financeiras para 2013
não sejam animadores, a Direcção da Associação Nacional

2013, quo vadis*? Intimamente relacionado com a quebra do volume de

negócios está o aumento de desemprego no sector do
comércio. Num universo de 661,8 mil indivíduos, registou-se,
dos Ópticos confia na capacidade de trabalho e de constante
evolução profissional dos seus Associados. Como tal, não
desistiremos de criar a quem nos representa mais valias para
*para onde vais? no terceiro trimestre de 2012, uma perda homóloga de 45,5
o dia-a-dia profissional e para a solidez empresarial do nosso
mil empregados, face ao terceiro período do ano de 2011
sector. Acreditamos que uma classe una é uma classe mais
(-11,5 mil no comércio a retalho, ou seja, -2,6%).
No sector da Óptica dispomos apenas de números referentes forte. Deste modo, 2013 será mais fácil de enfrentar, ou não
a 2010, mas, já neste ano, o panorama evidenciava uma fossemos nós, resistentes empreendedores por natureza.
descida do número de empregados, face aos anos anteriores.

Conhece a palavra “Entroikado”? É a “Palavra do Ano 2012”, eleita pelos portugueses,

numa votação organizada por uma editora nacional na internet. Segundo a mesma, O Emprego na Óptica por categoria profissional
a palavra significa alguém “obrigado a viver sob condições impostas pela troika”, ou Categorias Técnico de
Oficial- Oficial-
Aprendiz de
1º Oficial 2º Oficial 3º Oficial Ajudante do Ajudante Contactologista Optometrista Ortóptico
“em situação difícil, tramado, lixado”. E se, em 2012, o cenário foi este, como estará o Profissionais Óptica Ocular
2º Ano do 1º Ano
Óptica

panorama económico nacional – incluindo o sector da Óptica – neste ano? 2008 651 195 97 118 47 58 130 32 535

2009 651 192 87 141 33 61 124 35 599

“Desde 1975 que Portugal não registava uma evolução, os sectores de actividade. No comércio a retalho, o terceiro
2010 561 175 71 105 35 39 90 40 588
num único ano, tão negativa da sua economia (medida pela trimestre de 2012 registou -6,6%, passando a -6,0% no
evolução do Produto Interno Bruto) como aquela que se prevê trimestre terminado em Novembro. No que ao sector da Óptica Empregado Empregado
Técnico Empregado Empregado Praticante de
Categorias Técnico Comer- Técnico Com- Caixa Comercial Comercial
para o ano de 2012. E, recuando ao início do séc. XX, não diz respeito – vendas do retalho de bens não alimentares Profissionais cial Grau II
Comercial
ercial Grau III
Comercial Comercial
Balcão Ajudante do Ajudante do
Empregado Totais
Grau I Grau II Grau I Comercial
2º Ano 1º Ano
encontramos um único caso com três anos consecutivos de – a quebra acentuada manteve-se. No terceiro trimestre,
quebra continuada no Produto (em volume), como agora apresentou uma descida de -10,1% (face à do retalho de bens 2008 7 8 272 95 395 501 151 316 28 3636

se perspectiva que venha a ocorrer no triénio 2011-2013”. alimentares), -3,3% no trimestre terminado em Novembro e 2009 7 9 293 112 441 480 173 282 31 3751
Com esta visão – quase dantesca! - da realidade económica -3,0% no terceiro trimestre de 2011. Mas o cenário negativo 2010 14 14 284 97 450 387 173 313 16 3452
portuguesa, arranca a Confederação do Comércio e Serviços não fica por aqui. Para esta acentuada descida no volume
de Portugal (CCP), no documento intitulado “Conjuntura de negócios no comércio a retalho contribui, em muito, “as Empresas
Estabeleci-
mentos
Económica – 3º Trimestre de 2012”, enviado no passado dia quebras registadas no retalho de produtos farmacêuticos,
10 de Janeiro. médicos, cosméticos e de higiene” – conforme avança o 2008 1389 2368
E não é para menos. O índice de volume de negócios apresenta documento da CCP – com um índice de -13,5%. 2009 1410 2400
20 uma variação homóloga negativa em praticamente todos E o volume de negócios cai, as empresas fecham, 21
2010 1182 2077 CAE 47782 Dados do Ministério do Trabalho e Emprego
 Armações

Dolce and Iceberg

Gabbana
A Colecção Com uma
“Baroque” é constituída geometria pouco
por óculos graduados para usual, este modelo
mulher, em massa, decorados com feminino destaca-se pelo uso de
enfeites dourados e o logótipo da marca cores fortes e pelo ícone da marca na
gravado nas hastes. frente dos óculos.

Distribuição: Distribuição:
Sàfilo Allison

Miu Miu
Gucci
Modelo “must
O padrão que have” da casa Miu
decora este modelo Miu, que se destaca pelo
Gucci confere ao modelo jogo de volumes e o uso dos
um toque retro. acetatos.
Distribuição:
Distribuição: Luxottica
Sàfilo

La Martina Prada
Modelo feminino, Óculos que se
de forma oval. As distinguem pelo
transparências combinam com contraste da barra superior,
os acetatos bicolores. na frente do modelo.

Distribuição: Distribuição:
Allison Luxottica

Tommy
Hilfiger Prada
Modelo quadrado
com clara inspiração Na colecção
clássica. As inesperadas masculina, as
combinações de cores conferem formas arredondadas
um toque divertido aos óculos. são protagonistas. A execução
deste modelo é em acetato.
Distribuição:
Sàfilo
Distribuição:
Luxottica
22 23
 Sol
h mo nd
R i c
n der Jo hn
Al ex a
c Q u een
M Elegância retro com um
apontamento clássico na
Aplicações em metal s
hastes.
embelezam este modelo Distribuição:
em
acetato. Allison
Distribuição:
Sàfilo

ran ge
ss O
Bo M iu
As combinações de cores Miu
vibrantes tornam este stes óculos advém
modelo de sol altamente A originalidade de e do uso da
al
da forma pentagon
contemporâneo.
urça na pa rte fro ntal do modelo.
Distribuição: cam
Sàfilo Distribuição:
Luxottica

Ma ra
Max
Em formato borboleta, o modelo Anita
da colecção Max Mara destaca-se pela
iu
inspiração nos contrastes vintage/
contemporâneo.
Miu M
Distribuição:
A barra superior e os aro
Sàfilo s
apresentam combinações
cromáticas únicas como
esta: lilás
com ouro escovado.
nd Distribuição:
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Joh n
Elegância retro com um
apontamento clássico nas
hastes.
Distribuição:
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Prada Marcadamente fem
ininos, estes
cam-se pela
óculos de sol desta parte
na
Modelo masculino, aplicação e pedras
em aço superio r da fre nte.
fosco, com ponteira Distribuição:
s em
acetato. Luxottica
Distribuição:
Luxottica

24 25
 Opinião
Este Governo não
é para velhos
Vivemos tempos agitados, vertiginosos, onde o mediatismo
e o imediatismo ditam as suas leis, como se vivêssemos
num regime de tirania. O novo é belo e tentador, o que é
velho passou de moda. Está ultrapassado e esquecido. O hoje
eclipsou as recordações e as lições do passado. A memória é
cada vez mais curta. Obliterada, mesmo.
Em linguagem polida, são os nossos idosos ou a Terceira
Idade. Em surdina, são os “nossos” velhos, outrora lídimos
representantes de sabedoria e de um legado ímpar.
A esperança média de vida é cada vez mais elevada. Vive-se
até mais tarde. A longevidade é uma das marcas dos nossos
tempos. Este fenómeno demográfico está a ser responsável
por um envelhecimento populacional que há muito se previa,
mas que não foi devidamente acautelado.
Outrora, a velhice era símbolo de respeito e dignidade, hoje
é um fardo. Primeiro para o Estado, o que já era chocante,
mas também para os familiares mais directos, incapazes
de suportar a lenta degradação das suas capacidades e as
maleitas que o passar da idade traz associado.
Saber quantos idosos abandonados há em Portugal é quase
missão impossível. Mas existem estatísticas parciais que
permitem aferir a dimensão desta catástrofe social silenciosa.
Na freguesia onde resido, às portas de Lisboa, o último
“Censos” concluiu que vivem sozinhos cerca de 700 pessoas
com idade superior a 60 anos. Muitos não o estão na teoria,
mas, na prática, acabam por estar entregues à solidão, a
viver em condições indignas por terem sido condenados à
indiferença de quem os rodeia.
A pequena parcela de notícias relacionadas que a imprensa
veicula dão uma amostra do que é dito:
- O Hospital Amadora-Sintra tinha, no mês de Dezembro,
26 48 idosos “por reclamar” pelas famílias, que ignoram os
sucessivos alertas da entidade hospitalar;
- O distrito de Portalegre tem o menor número de nascimentos
do país, mas o número de funcionários nas instituições de
solidariedade social já supera o número de funcionários das
autarquias do distrito alentejano;
- Uma idosa do concelho de Sintra esteve nove anos morta
no interior do seu apartamento e não fosse o Fisco arrestar a
casa e leiloá-la por sucessivos incumprimentos, o seu cadáver
ainda estaria hoje por resgatar.
Diz-se por aí que a crise está a juntar mais as pessoas. Numa
certa perspectiva, é possível. Mas os nossos velhos, muitos
privados de autonomia, estão cada vez mais afastados do
mundo exterior e ligados às quatro paredes das suas casas
– autênticas prisões sem grades. Negligenciados, sós e com
fome. Os que têm problemas de locomoção, por viverem em
andares altos, sem elevador, agarram-se com toda a força que
têm ao televisor ou a um transístor como a única companhia
ao longo do dia. O Goucha, a Cristina Ferreira ou a Fátima
Lopes são os únicos amigos que conhecem, mas com quem
não podem falar. São eles os “paliativos” que amortecem a
espiral depressiva em que vivem.
Felizmente existem instituições de solidariedade social que
garantem apoio na alimentação e limpeza aos casos mais
gritantes. O dispositivo de SOS ligado ao 112 é outra inovação
recente. Numa situação de aflição, o simples premir de um
dispositivo permite que os bombeiros ou as equipas médicas
do INEM venham em seu socorro. Por vezes, bastam 15
minutos de conversa circunstancial para aliviar a dor que vai
na alma de quem pede ajuda. O que se critica é a aposta no
remediar quando se devia privilegiar a prevenção, uma visão
integrada e estratégica para o problema, com o reforço da
rede de apoio social, a fiscalização do funcionamento de lares
que são autênticos depósitos pré-funerários, etc.
Se já houve em Portugal um governo que criou um Ministério
da Igualdade, porque não um Ministério da Terceira Idade?
No actual contexto, este país não é nem para novos e
muito menos para os nossos velhos. E se o Estado social for
“refundado”, como quer o governo e a troika, o que restará
do valor do assistencialismo?
Aqui há abraços grátis
O trânsito caótico nas grandes urbes é um fenómeno de
dimensão sociológica, antropológica e cultural. Diariamente,
as ruas das nossas cidades são o palco para insultos,
buzinadelas, razias, gestos obscenos e referências menos
apropriadas às progenitoras alheias. Em suma, alta tensão e
nervos à flor da pele.
Noutra latitude, em São Paulo, a capital financeira do Brasil, o
cenário da selva urbana com mais de 11 milhões de habitantes
não é melhor. A capital paulista é a maior cidade da América
do Sul. Não é de admirar que os congestionamentos de
tráfego atormentem a vida de toda a população, prejudiquem
a economia e favoreçam as investidas de criminosos.
Segundo dados de 2011 do Departamento Estadual de
Trânsito, São Paulo estava no limiar dos sete milhões de
veículos em circulação.
Os engarrafamentos que confluem para a cidade chegam a
acumular centenas de quilómetros.
As viaturas, que naqueles locais têm o valor acrescentado de
serem “fortalezas” para escapar à violência, são entendidas
como autênticas máquinas de guerra. Minorar a tensão
destes momentos é o objectivo de uma organização não
governamental sem fins lucrativos chamada «Psicólogos
Os velhos deste país, que nos deram tudo, que desbravaram
o caminho e trilharam um percurso geracional natural, estão
aí, abandonados, pelo Estado e pela sociedade, ao Deus
dará. Um dia, as grandes lições deste país, vão cair em cima
de todos e cada um. Como a vida tem uma lei inexorável,
amanhã seremos nós a perder faculdades e a ficar sujeitos
aos cuidados de outros. Será que na nossa velhice vamos
querer ser tratados com desprezo?
do Trânsito». O propósito é humanizar o trânsito na capital
paulista e diminuir o stress causado pelas horas ao volante e
pelo despique com outros condutores.
Trajados com uma bata branca e um nariz de palhaço, um grupo
de jovens voluntários vestem-se de palhaços, mergulhadores
ou outra profissão qualquer, para suscitar a reacção de quem
está fechado no seu carro. Os sinais vermelhos são o momento
utilizado para os psicólogos entrarem em cena, carregando
tarjas com diversas mensagens. Uma delas é “abraços grátis”.
As primeiras impressões não foram as melhores. Típico de
uma cidade desconfiada e onde os níveis de criminalidade
são muito elevados, os condutores resistiram a esta iniciativa.
Os vidros e os rostos permaneceram fechados. Mas o tempo
mudou a atitude. A indiferença deu lugar à reacção. Já abrem
os vidros e mostram sorrisos “roubados” por esta singela
iniciativa dos “Psicólogos do Trânsito”. Humanizar a rotina é o
milagre que conseguiram operar. A guerra civil rodoviária, lá
como cá, mata mais do que as armas de fogo. É certo que os
engarrafamentos das cidades portuguesas, em comparação
com a realidade paulista, reduzem as nossas metrópoles
à condição de pacatas aldeias. Mas a tensão em qualquer
destas latitudes é muito parecida. A raiva incontida, a zanga 27
 Opinião
permanente têm o seu zénite ao volante.
Numa sociedade em que lançam e vendem livros de auto-
ajuda como saem pãezinhos quentes do forno de uma
padaria, a iniciativa dos “Psicólogos do Trânsito”, em São
Paulo, é um bom mote para reflectirAs sociedades dos tempos
modernos padecem de laços deslaçados e os seus integrantes
sentem-se carentes do toque pessoal e da interactividade
com o próximo. Dir-se-á que nunca houve tantos meios para
as pessoas estarem mais juntas umas das outras, até agora
com as comunidades virtuais. Verdade. Mas, provavelmente,
muitos utilizadores com uma conta aberta no Facebook,
acumulando mais de um milhar de amigos, estão à noite a
comer uma sopa diante do televisor, com o tablet noutra mão,
à espera de uma torrente de likes.
Proximidade, confiança
e valor acrescentado
Os portugueses têm, de uma forma geral, dificuldade em
exteriorizar o que lhes vai na alma. Não têm o pavio curto
de gregos, espanhóis ou italianos, nem são o bloco de gelo
germânico ou nórdico. O pior é que esta pacífica forma de ser do
nosso povo, confunde-se, não raramente, com passividade. Fica-
se vezes de mais à espera que as soluções caiam do céu. Que
alguém faça alguma coisa. Seja o Estado, um familiar próximo
ou o vizinho do lado.
Iniciado que está o ano de 2013, continuamos “entroikados”. O
consumo estagnou, o desemprego progride desenfreadamente
e os portugueses que conservam o seu posto de trabalho verão
o seu salário minguar por via do reforço da carga tributária.
Os trabalhadores por conta de outrem estão na linha da frente
dos sacrificados. Famílias inteiras estão a ser arrastadas para o
abismo. É neste explosivo caldo de instabilidade que as empresas
vão laborando, um dia de cada vez, com escassas possibilidades
de projectos à la longue.
Os grandes são cada vez maiores, os pequenos prosseguem
28 rumo à irrelevância que pode terminar em falência. A lei da
A felicidade e a saúde são dois bens intangíveis que ainda
não estão disponíveis para comprar, como adquirimos bens
essenciais nas prateleiras do supermercado. Há, contudo,
pequenos gestos que podem tornar os nossos dias um pouco
mais radiosos. Diz a teoria económica, que “não há almoços
grátis”, mas ensinam-nos os “Psicólogos do Trânsito” do
Brasil que os abraços podem ser à borla. Vem-me à memória
uma frase célebre de um artista não menos célebre, Charles
Chaplin, que nos arrancou tantos momentos de discreta
felicidade: “Um dia sem sorrir é um dia desperdiçado”. Da
minha parte, se tiver feito sorrir o caro leitor pelo menos uma
vez nos últimos minutos, quero que saiba que fico preenchido
do ponto de vista profissional e pessoal.
selecção natural de Darwin confirma-se. O desespero apodera-
se dos mais pequenos. Intimidados, quase imobilizados por este
inclemente Inverno económico-financeiro que tarda em passar.
Sobram os problemas, escasseiam as soluções e ninguém
se digna a dar a mão aos empresários que criam riqueza e
emprego, esquecendo que são as empresas um dos principais
pilares da sustentabilidade social de qualquer nação. Frustrados
e injustiçados, presentemente resta aos empresários dois
caminhos: ou sobrevivem através de capitais próprios (missão
quase impossível para a grande maioria) ou estendem a mão,
qual caridade, em busca de um milagroso financiamento
bancário.
É verdade que os bancos também fecharam a torneira do crédito,
mas competiria ao Estado (o mesmo é dizer à tutela) promover o
desenvolvimento de mecanismos diferenciados, nomeadamente
o recurso a capitais de risco em que os cidadãos pudessem
participar directamente no financiamento das empresas para
que estas fossem capazes de cumprir de forma digna os seus
propósitos, evitando destruir empregos, contribuindo, deste
modo, para intensificar a estabilidade e a coesão social.
Milhares de Pequenas e Médias Empresas (PME) estão no limiar
da sobrevivência, sem possibilidade de obterem financiamento
de qualquer espécie. O tempo e a esperança esfumam-se. Ficar
com a cabeça à tona de água é uma missão árdua e um esforço
titânico que se pode revelar inglório.
O clima fiscal, sob a forma de garrote que asfixia, é o que se sabe.
De muita ansiedade, no limiar do pânico. Afogados em impostos,
taxas e tributações. Com a corda na garganta, desesperados
por não saber como conseguir honrar compromissos com
fornecedores e empregados. E muitas vezes lidar com as
dificuldades de quem compra, facilitando as condições de
pagamento. Ao contrário da ansiedade psicológica que mói, mas
não mata, a ansiedade fiscal corrói demasiado e pode matar
as aspirações de muitos empresários que dirigem pequenas
empresas ou negócios familiares.
Diz-nos a experiência que os governos e os políticos funcionam
por interesses, humores e paixões, como foi o caso da educação
nos tempos do ex-primeiro-ministro, Guterres. Este executivo de
coligação tem uma obsessão pela austeridade e pelas folhas de
Excel. A economia é um detalhe para prestar atenção, porventura
demasiado tarde, quando for materialmente impossível
reabsorver o enorme exército de desempregados. Perceber
tardiamente que há vida além do défice e da austeridade, pode
valer a falência de mais uns milhares de empresas. Estamos pois
numa fase que se pode chamar: SOS Empresas.
No caso vertente das ópticas, a situação não é distinta. Contra
o desalento e a angústia, deve emergir a inteligência, a
competência e o “saber fazer” dos profissionais deste sector,
reforçando-se a componente da proximidade, devido ao facto
de boa parte destas lojas se situarem em bairros de cidades
de grande ou média dimensão, contrariando o fenómeno de
tendência de concentração nas grandes superfícies comerciais.
Os shoppings continuam a proliferar, o comércio tradicional a
definhar. Se o poder central não coloca as PME no centro da sua
atenção, o poder local não tem sido propriamente um aliado de
peso junto do pequeno comércio. Conheço o país de norte a sul
e são raras as cidades do país que têm no seu centro histórico
estabelecimentos de rua modernos, inovadores e diversificados.
Sem consumidores, sem vendas e sem apoios, o fecho das
lojas e a desertificação daquelas zonas vão obrigar ao aumento
da insegurança e o consequente reforço das acções policiais,
onerando fortemente o erário público com uma despesa que
seria dispensável se estes locais das cidades tivessem vida e luz
própria.
É preciso reconhecer que é mais confortável para os consumidores
meter o carro no parque de estacionamento, subir as escadas
rolantes e entrar nos estabelecimentos para solicitar o serviço
pretendido. Acontece que, quem quer ser servido, não privilegia
unicamente o factor comodidade. No actual enquadramento,
decide em função do preço, da qualidade, da atenção e do toque
pessoal, que, numa grande superfície, nem sempre recebe.
Com a crise e a concorrência a apertarem, os profissionais da
óptica terão de primar pela inteligência, a competência e a
proactividade. E também pela diferenciação face aos grandes
grupos de cadeias de lojas. Não é matemática, mas quem
enveredar por este rumo tem mais possibilidades de acrescentar
valor à sua actividade profissional, que tem na base um valor
inalienável: a promoção dos cuidados primários de saúde
visual. O resto virá por acréscimo. Nomeadamente, surpreender
positivamente o mercado, inovando, e cultivar uma relação de
proximidade e de uma confiança, como acontece, por exemplo,
com o tradicional médico de família. A crise está aí, mas motivos
para não esmorecer também existem: - As pessoas vivem cada
vez até mais tarde. Logo, se não tiveram problemas de visão,
mais tarde ou mais cedo terão necessidade de se deslocar a
um especialista da óptica; a massificação dos computadores,
tablets e dos smartphones faz com que indivíduos cada vez mais
jovens precisem de óculos ou lentes de contacto. Finalmente,
as alterações climáticas contribuem para existirem mais dias
sem precipitação. Logo, os óculos de sol serão cada vez mais
necessários para proteger a vista dos raios solares.
Vivemos tempos em que os consumidores – e todos nós o
somos – procuram os produtos e os serviços mais baratos. A
compra por impulso tornou-se residual, fruto das circunstâncias.
Mas quem deseja comprar algo, não vai descartar factores
de natureza pessoal. Se existir ou for cultivada uma relação
próximo, em especial, entre os profissionais e o consumidor, este
último privilegiará, igualmente, o toque pessoal, os argumentos
e a sensibilidade de quem vende o serviço/produto. O factor
qualitativo pode ser mais valorizado, reduzindo-se o enfoque
excessivo que hoje se coloca naquilo que é mais barato.
O povo, de olhos e ouvidos bem atentos, é sábio quando faz as
suas escolhas e sabe bem quando lhe tentam “vender gato por
lebre”. Mesmo no extraordinário contexto que vivemos, ainda é
ele que decide e tem palavra final. Ao povo, o que é do povo.
Nuno Dias da Silva 29
 Curiosidades

Células tronco embrionárias serão

testadas em tratamento de retina

Uma terapia baseada em células tronco embrionárias para degeneração macular

relacionada à idade (DMRI) – principal causa de cegueira entre idosos – começará
agora a ser testada em humanos. A pesquisa britânica está a ser conduzida no âmbito
do London Project to Cure Blindness, uma parceria entre o cientista britânico Pete
Coffey e o cirurgião Lyndon da Cruz, do Hospital Moorfields Eye, de Londres.
PUB
A técnica, que consiste em aplicar na região afectada da é mais agressiva, sendo caracterizada por hemorragias FORMAÇÃO
retina uma espécie de curativo contendo células tronco que comprometem o tecido da retina. O tratamento actual
embrionárias já diferenciadas em células da retina, foi consiste na aplicação de raios laser ou na injecção de
testada com sucesso em cobaias. “Agora, vamos testá-la medicação que inibe a formação de novos vasos sanguíneos.
em dez pacientes – um grupo pequeno e bem específico no “Nos casos mais graves, o epitélio pigmentado rompe-se,
início, pois o objectivo é avaliar a segurança do tratamento”, levando à perda de visão nesse ponto. São estes os casos
disse Coffey. que pretendemos tratar”, remata Coffey.
Segundo o pesquisador, a DMRI acomete a região central Inicialmente, esta equipa desenvolveu uma técnica cirúrgica
da retina, conhecida como mácula, onde há grande que consistia na remoção de células saudáveis do epitélio
concentração de fotorreceptores responsáveis pela visão de pigmentado do próprio paciente e na sua transplantação
cores e detalhes. Abaixo dessa camada de fotorreceptores, para a região afectada. “Tivemos bons resultados, mas a
existe o epitélio pigmentado e, ainda mais abaixo, a cirurgia é demorada – pode durar até três horas – o que
membrana de Bruch. aumenta muito os riscos”, referiu o especialista.
Com o envelhecimento, nos indivíduos predispostos, restos Como tal, para diminuir o tempo e o risco associados à
celulares começam a formar cristais no fundo do olho operação, os cientistas tiveram a ideia de aplicar, na camada
conhecidos como drusas, que destroem os fotorreceptores intermediária da retina, uma membrana previamente
e provocam proliferação anormal de vasos sanguíneos sob preparada em laboratório contendo células de epitélio
a retina. Tal afecta a integridade da mácula e compromete pigmentado obtidas a partir de células tronco embrionárias
a visão central e a capacidade de distinguir cores. humanas. “Nos testes em animais não registámos formação
A doença é comum em pacientes com mais de 55 anos e de tumores, pois o processo de diferenciação celular ocorre
chega a atingir mais de 25% das pessoas acima de 75 anos. em laboratório. Se a terapia também se mostrar segura em
Cerca de 90% dos casos correspondem à forma seca da humanos e se conseguirmos manter uma boa visão em três
doença, de evolução lenta e ainda sem tratamento ou quatro dos dez primeiros pacientes, os testes clínicos
30 Os restantes pacientes apresentam a forma húmida, que serão considerados bem-sucedidos”, disse Coffey.
 Notícias ANO
uma área mais competitiva, capaz de atrair mais facilmente
o investimento – o que terá um impacto significativo tanto
na criação de emprego como no volume de negócios das
empresas.
Em termos do capital humano, a formação profissional é
igualmente um factor crucial. É através da aquisição de
confiantes e mais motivada no exercício da sua actividade
profissional.
As Formações Modulares Certificadas ministradas pela
ANO têm por base as unidades de formação de curta
duração, de 25 ou 50 horas, constantes do Catálogo
Nacional de Qualificações. Tais acções formativas destinam-

Formação ANO competências que nascerá a possibilidade de evolução na se a aperfeiçoar os conhecimentos e competências dos
carreira e /ou o acesso a novas oportunidades de emprego. candidatos, podendo ser igualmente utilizadas em processos
Logo, é através da formação que um profissional se torna um de reciclagem e reconversão profissional, proporcionando,

Mais de 2.500 agente capaz de gerar valor económico.

É ainda objectivo da ANO passar a mensagem aos seus
deste modo, a aquisição dos conhecimentos necessários à
integração num mercado de trabalho cada vez mais exigente

formandos em três anos

formandos que, ao investirem na sua formação, irão adquirir e competitivo.
novas competências que farão de si uma pessoas mais

Formação “à medida”
A ANO não se deixou ficar pelos modelos da formação financiada e investiu, no ano passado, em formação que
Em Junho de 2012 terminou, com enorme sucesso, o Projecto de Formação Financiada,
corresponde às necessidades detectadas nos associados após o levantamento das mesmas, através do envio de um
realizado pela Associação Nacional dos Ópticos (ANO), aprovado para o biénio 2010-2012,
inquérito a todas as empresas. Nesse âmbito, realizaram-se, em 2012, acções de formação nas seguintes áreas:
com mais de 2.500 formandos no total das 175 acções de formação ministradas, com • Legislação laboral
1.737.479 de volume de formação. • Lentes CRT
A excelente execução física da Formação nestes três anos a aposta na formação profissional é um pouco descurada”. • Gerir Clientes no Mundo da Óptica
cumpre um dos principais objectivos da Associação Nacional Mas o profissional da Óptica tem de apostar sempre na • Topografia da Córnea – Teórica e Prática
dos Ópticos: apostar a formação qualificada dos seus actualização dos conhecimentos. “A nossa profissão exige • Técnicas de Socorrismo
Associados e colaboradores. Esta Candidatura Integrada a formação contínua, a constante aprendizagem, de modo a • Primeiros Socorros
de Formação, Medida 2.3 – Formação Modular Certificada,
integrada no Programa Operacional Emprego, Formação e
possamos, não só evoluir profissionalmente, como responder
às exigências do cada vez mais informado consumidor final”,
Novos modelos Carrera
• Noções Básicas de Saúde e Segurança no Trabalho

Desenvolvimento Social, decorreu nas regiões Norte, Centro,

Lisboa e Alentejo. No Centro do país (Torres Vedras, Coimbra
remata Eduardo Silva.
Inspiração vintage, cores contemporâneas
Projecto de Formação Financiada (2010 -2012)
e Leiria) houve um total de 66 acções de formação para 995 Investir na formação em 2013 2010 Nº ACÇÕES Nº FORMANDOS VOLUME FORMAÇÃO
formandos. Na zona Norte (Porto e Viana do Castelo) 948 Consciente de que Portugal é um dos países da União Europeia
CENTRO 8 128 4.025
formandos passaram pelas 67 acções promovidas pela ANO. que apresenta das médias mais baixas de escolaridade e de
NORTE 1 14 700
No Alentejo, em 39 formações, houve 528 formandos. formação profissional – e que este factor tem um impacto
LISBOA 1 19 950
Para o Assessor de Direcção na Área da Formação, Eduardo ainda mais negativo em períodos de crise económica – a
ALENTEJO 6 86 4.012
Silva, “estes resultados são resultado do excelente trabalho ANO não cruzou os braços e candidatou-se novamente a
que tem vindo a ser desenvolvido pela ANO na área da fundos comunitários do Programa Operacional Potencial 2011 Nº ACÇÕES Nº FORMANDOS VOLUME FORMAÇÃO
Formação nos últimos anos, sublinhando sempre o nosso Humano (POPH), tendo novas candidaturas aprovadas para CENTRO 41 631 20.087
compromisso em potenciar o acesso dos nossos Associados 2012-1013. Desta forma, a Associação vê alargadas as áreas NORTE 42 599 21.130
a mais e melhor conhecimento”. Para Eduardo Silva, o de formação: Tecnologias de Diagnóstico e Terapêutica, LISBOA 2 35 1.299
elevado número de formandos e de acções formativas Comércio, Secretariado e Trabalho Administrativo e ALENTEJO 14 176 5.516
pode ser explicado pelo financiamento do projecto. “Para a Enquadramento na Organização/Empresa.
ANO foi uma excelente oportunidade, pois possibilitámos a A ANO trabalha diariamente para melhorar as competências 2012 Nº ACÇÕES Nº FORMANDOS VOLUME FORMAÇÃO
milhares de Ópticos o acesso a formação gratuita. Claro que, dos seus Associados e, consequentemente, elevar a qualidade CENTRO 17 254 9.238
sendo um projecto financiado, a adesão dos Associados foi, do sector da Óptica. Uma área sectorial que possui uma mão- NORTE 24 335 12.051
naturalmente, superior, pois, em alturas de crise, por vezes, de-obra mais qualificada e com melhores competências será ALENTEJO 19 266 10.121
32 33
 Notícias ANO
colaboradores dos SSAP”, sublinha. Por esta razão, e “na
Rastreios Visuais
sequência dos resultados obtidos com esta profícua parceria
com a ANO, e com base na idoneidade e qualidade da
a participação da ANO como “muito profissional, disponível,
tendo demonstrado facilidade na interacção com os alunos”.
Sendo a principal razão dos rastreios da ANO a promoção

Um ano de sua intervenção, seria de bastante interesse para os SSAP

poder continuar, durante o ano de 2013, a contar com esta
dos cuidados primários de saúde visual, a professora reforça
o cumprimento de tal objectivo “através da sensibilização

responsabilidade social colaboração, através da realização de rastreios dirigidos aos

nossos beneficiários seniores e activos e aos colaboradores
dos SSAP”, remata Teresa Barateiro. Em ambas as acções
foram rastreadas 89 pessoas.
passada aos educandos, durante o rastreio”. A educadora
menciona ainda que os alunos que apresentaram baixa
acuidade visual nos testes de despistagem visual foram,
posteriormente, a uma consulta da especialidade, “tendo
levado os resultados do rastreio.” Devido ao sucesso da

A ANO nas escolas acção, que rastreou 77 alunos, a instituição escolar pensa

As instituições de ensino são das entidades que mais solicitar novo rastreio no início do próximo ano lectivo, “visto

solicitam a presença da Equipa de Rastreios da ANO. Só em os problemas da visão comprometerem as competências

2012, a Associação promoveu nove rastreios em escolas e pedagógicas dos alunos”, completa Anabela Luz.

universidades da zona de Lisboa. A professora Anabela Luz, Em 2012, a ANO rastreou um total de 975 alunos, em escolas

do Externato Santa Catarina, em Cruz Quebrada, Oeiras, avalia básicas, preparatórias, secundárias e institutos superiores.

N.º de
Data Local
Rastreados
06 e 07-02-2012 Escola Intercultural da Amadora 128

3/13/2012 Escola Preparatória Patrício Prazeres 186

4/11/2012 Bairro Quinta da Serra 27

5/14/2012 “Jornadas de Saúde no Parlamento” -Divisão de Recursos Humanos e Administração 46

Em 2012, a Associação Nacional dos Ópticos (ANO) continuou a apostar na promoção
dos cuidados primários de saúde visual. Cerca de 1.800 pessoas realizaram testes de Novos modelos Carrera
5/23/2012 “Jornadas de Saúde no Parlamento” - Assembleia da República 83

Inspiração vintage, cores contemporâneas

26 e 27-05-2012 Jardins de Belém 113
despistagem visual nas acções de rastreio visual, sublinhando a importância da acção do
Óptico-Optometrista junto das populações. 17 e 18-05-2012 Escola Básica nº1 e nº2 de Lisboa 47

19 e 20-05-2012 “Saúde Para todos” - Parque Urbano das Paivas 198

5/11/2012 Centro de Convívio dos Serviços Sociais da Administração Pública (SSAP) 62

Foram 20 as acções desenvolvidas pela ANO ao longo de Além da competência técnica, a representante da
2012. Com um total de 1.792 rastreados, a ANO dedicou Divisão das Actividades Sócio Culturais dos SSAP reforça a 5/8/2012 Instituto Superior de Engenharia de Lisboa (ISEL) 156

24 dias em 2012 a realizar rastreios visuais, fomentando a “humanização das acções, nomeadamente a capacidade de 23 e 24-04-2012 Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP) 165

sua política de responsabilidade social. Diversas entidades relacionamento com os nossos beneficiários e colaboradores 4/18/2012 Escola Secundária Miguel Torga 124
solicitaram a participação da Associação, como escolas, e a disponibilidade e amabilidade para atender a todas as 4/21/2012 Junta de Freguesia de São Jorge de Arroios 56
juntas de freguesia e centros sociais. questões colocadas.”
7/4/2012 Serviços Sociais da Administração Pública 27
Os Serviços Sociais da Administração Pública (SSAP) Para Teresa Barateiro, “os rastreios realizados pela ANO foram
9/29/2012 Bairro dos Navegadores 57
solicitaram, inclusive, duas acções em 2012: uma no Centro determinantes na promoção da saúde visual dos nossos
de Convívio e outra nos serviços administrativos da entidade. beneficiários e colaboradores, tendo sido detectadas vários 10/6/2012 Bairro Moinho das Rolas 67

“A acção da ANO durante os rastreios que realizou nos problemas relacionados com a acuidade visual e outros com 10/20/2012 Centro Social Os Moinhos 25

SSAP foi sempre pautada pela competência dos técnicos, alterações oculares de origem patológica que obtiveram o 10/24/2012 Rádio e Televisão Portuguesa (RTP) 56
quer tenha sido realizada pelos estagiários com excelente devido encaminhamento.” 11/19/2012 Externato Santa Catarina 77
supervisão do Optometrista, quer pelo próprio Optometrista”, Desta forma, “o feedback das acções foi bastante positivo,
11/29/2012 Escola Básica nº1 de Belas 92
refere à VER a Técnica Superior dos SSAP, Teresa Barateiro. tanto da parte dos beneficiários seniores como dos
1792
34 35
 Notícias ANO
Festa de Natal da
Óptica reuniu 3.500
pessoas no Coliseu
A Associação Nacional dos Ópticos (ANO) organizou a festa de Natal no Coliseu dos
Recreios, Lisboa, no passado dia 16 de Dezembro, com um exclusivo espectáculo de circo
internacional que contou com 3.500 espectadores.
14 horas e a fila já era longa na Rua das Portas de Santo Antão.
Milhares de pessoas relacionadas com o sector da Óptica
aguardavam pela entrada no “maior espectáculo do mundo”,
o circo. O objectivo da organização deste evento natalício
passou essencialmente por “proporcionar ao sector da Óptica
um momento de encontro na época do Natal, contrariando os
tempos conturbados económica e socialmente”, afirmou à VER
o director do pelouro das Actividades Recreativas, Luís Bernardo.
“Apesar da conjuntura adversa, acreditamos em passar uma
mensagem de esperança aos nossos Associados. Escolhemos,
por isso, e simbolicamente, esta festa de Natal para demonstrar
que, através da união, o nosso sector conseguirá ultrapassar as
dificuldades que se adivinham em 2013”.
À entrada, seis “Mães Natal” recebiam os espectadores,
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encaminhando-os para a sala de espectáculos e entregando
material de merchandising ANO.
Enquanto uns se sentavam à espera do início do Circo de Natal
do Coliseu, outros passavam pelo Shooting Point ANO, onde
tiraram fotografias para imortalizar a ida em família àquele
espectáculo.
Palhaços, malabaristas, contorcionistas, cães e gatos amestrados
fizeram as delícias de miúdos e graúdos.
No final da primeira parte, o presidente da Associação, Rui
Correia, fez um pequeno discurso, no qual reforçou “a esperança
na melhoria dos nossos negócios, na elevação da qualidade
dos serviços que prestamos aos nossos clientes, em suma,
esperança num 2013 próspero e sorridente, como todas as
crianças que estão nesta sala.”
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 Notícias ANO
Direcção ANO
Rui Correia
Presidente da Direcção
Rui Manuel da Costa Correia está há 16 anos
comprometido com a Associação Nacional dos Ópticos,
tendo desempenhado diferentes cargos directivos. Foi
vogal no primeiro mandato, tesoureiro no segundo,
secretário nos terceiro e quarto mandatos e presidente
da Direcção no quinto e sexto mandatos (em curso).
Actualmente, enquanto responsável máximo da
Associação, Rui Correia coordena todos os pelouros
e respectivos projectos, em especial: formação
profissional e acordos de facturação, além do pelouro que
assume – Comunicação e Imagem.
Rui Correia destaca na ANO a sua “representatividade
sectorial”, que, consequentemente, se reflecte na
“multiplicidade de projectos, responsabilidades e na
vontade permanente de evolução e defesa dos interesses
do sector.”
“Esta variedade de tarefas e desafios, assim como o espirito
de missão requerido, são motivantes e faço-o com prazer,
apesar do enorme compromisso pessoal e profissional”,
sublinha Rui Correia.
O momento mais marcante para o actual presidente da
Direcção foi a altura da sua entrada na ANO, em 1996.
“Quando a direcção foi eleita, deparou-se com um cenário
que implicou um árduo trabalho de saneamento financeiro,
de recursos humanos e de alteração completa do modelo
de gestão, devido a um caso de displicência interna que
originou um enorme dano patrimonial que, na época,
colocou em risco a continuidade da existência da ANO…
mas conseguimos!”
Deste modo, Rui é peremptório a afirmar que, actualmente,
a Associação Nacional dos Ópticos é “a instituição de
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charneira do sector, destacando, em especial, o trabalho
desenvolvido na auto-regulação, valorização e promoção
dos serviços profissionais prestados pelos Associados.”
Como tal, no futuro próximo, Rui Correia só pensa na
evolução “e tudo o que tem representado positivamente
para o sector. Basta olharmos para trás e verificarmos o
trajecto percorrido na última década para termos a garantia
de continuidade evolutiva.”
No âmbito da realização do 5º Congresso Nacional da
Óptica Ocular, o presidente da Direcção perspectiva: “Será
um evento dedicado à formação e à reflexão do sector na
actual conjuntura. O clima económico e empresarial que
o país atravessa impulsionou a decisão da Direcção na
recuperação da mostra de Óptica Nacional (Exposição), com
um espaço dedicado aos negócios e à inovação tecnológica.
O sucesso do 4º Congresso, promovido em 2011, bem como
o nosso sentido evolutivo, impôs-nos o desafio de levarmos
por diante mais este empreendimento, que, provavelmente,
será o maior congresso e exposição nacionais, alguma vez
realizados em Portugal.”
Um adeus
a Amadeu
Salgado
É com profundo pesar que a Associação
Nacional dos Ópticos (ANO) comunica o
falecimento de um dos seus Associados
mais antigos: Amadeu Victor de
Azevedo Salgado – sócio-gerente da
empresa Eduardo F. Salgado Lda. –
“Casa Londres”, de Lisboa (Associado
n.º 230, admitido a 19 de Junho de
1964, no ainda Grémio Nacional dos
Comerciantes de Artigos de Óptica).
Grande profissional da Óptica e com um forte espírito associativo, Ópticos Portugueses – entidade muito acarinhada pelo próprio e
Amadeu Salgado foi sempre um homem altamente empenhado que tantos eventos congregadores organizou – desde jogos de
na união de todos os profissionais do sector. Prova disso foi o futebol a festas de Natal ou almoços de convívio entre a classe
seu envolvimento, ao longo de mais de 50 anos, e em especial, óptica.
nos órgãos sociais da ANO e no Clube Desportivo dos Ópticos Em 1971, Amadeu Salgado foi eleito membro do Conselho de
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Portugueses (CROP). Administração da APPV e, dez anos depois, do Conselho Fiscal da
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Em 1967, integrou a Comissão Executiva que culminou na criação Associação Nacional dos Ópticos – cargo que ocupou até 2011.
da Associação Portuguesa para a Prevenção Visual (APPV). Ainda A Óptica ficou indubitavelmente mais pobre. Lamentamos
nesta entidade, três anos mais tarde, integrou a comissão que profundamente a perda de Amadeu Salgado – em grande
participou nos trabalhos do Comité Européen pour l’Amélioration medida, um fundador da Óptica em Portugal.
de la Vue (CEAV). Ainda em 1967, pertenceu à Comissão Pró-
Grupo Desportivo dos Ópticos de Lisboa, que originou a criação, A ANO endereça aos familiares e amigos de Amadeu Salgado as
anos mais tarde (em 1983) do CROP – Clube Desportivo dos sentidas condolências.
Novos Associados
A rede de Associados da ANO está sempre a crescer. Apresentamos dois novos Associados:
Óptica Beira Rio | Moita Óptica Picotês | Cantanhede
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 Breves Saúde
Aspirina pode aumentar risco de DMRI
Tomar aspirina regularmente durante períodos prolongados
pode aumentar o risco de desenvolvimento de degeneração
macular relacionada com a idade (DMRI), concluiu um estudo
publicado recentemente na revista científica Journal of the
American Medical Association (JAMA).
A pesquisa decorreu durante 20 anos nos Estados Unidos e
reuniu cerca de cinco mil participantes. E os resultados não
enganam: os participantes que tomaram aspirina regularmente
(mais de duas vezes por semana durante três meses) ao longo
de dez anos ou mais apresentam quase duas vezes mais riscos
de desenvolver degeneração macular do que os que não
tomaram o medicamento.
Os riscos de vir a sofrer do problema são de 1% para quem
não tomou aspirina e 1,8% para quem tomou. Tendo em
conta que um alto número de pessoas consome aspirina com
frequência, o aumento no risco passa a ser significativo, dizem
os especialistas.
Para estudar a relação entre a ingestão de aspirina e DMRI, a
pesquisadora Barbara Klein, da School of Medicine and Public
Health da University of Wisconsin, em Madison, analisou
40 os dados de um estudo populacional de doenças oculares
associadas à idade. Klein e sua equipa também fizeram testes
de visão nos participantes, com idades compreendidas entre os
43 e os 86 anos no início do estudo. Os testes foram realizados
a cada cinco anos durante duas décadas.
Ao analisar os resultados, a equipa teve em conta factores
como idade, sexo e o nível socioeconómico dos participantes.
A incidência de casos de DMRI em indivíduos que haviam
ingerido aspirina durante mais de dez anos foi 1,8%. Entre os
que não tomaram aspirina, a incidência foi 1%.
A degeneração macular associada ao uso da aspirina é do
tipo húmido, segundo os especialistas. Não houve variação no
número de casos de DMRI do tipo seco.
“A associação entre o uso regular de aspirina e a incidência
de DMRI neovascular (húmida) é pequena, porém,
estatisticamente, é importante”, ressaltaram os autores. Os
especialistas sublinharam, no entanto, que é necessário fazer
mais estudos para confirmar os resultados. “Se (os resultados)
forem confirmados, é importante definir os mecanismos causais
para que se desenvolvam métodos que bloqueiem esse efeito e
previnam ou atrasem o desenvolvimento de DMRI neovascular
em pessoas que tomem aspirina”.
Olho pode
revelar
progressão
de esclerose
múltipla
O espessamento da retina pode indicar a evolução da esclerose do estudo, os pesquisadores concluíram que o espessamento
múltipla, avança um estudo desenvolvido no Johns Hopkins MS da retina se verificou 42% mais rapidamente nos pacientes com
Center, Estados Unidos, e publicado recentemente no jornal esclerose múltipla.
Neurology. “Numa altura em que há cada vez mais terapias para abrandar
Este estudo sugere que o espessamento da retina, medido por a evolução da esclerose múltipla, a medição da espessura da
scanners oculares (OCT), pode ocorrer com maior frequência retina pode ser um exame eficaz para avaliar a eficácia de
em pacientes com esclerose múltipla. A pesquisa reuniu 164 tais terapias”, afirmou um dos responsáveis pelo estudo, Peter
pacientes (dos quais 55 não sofriam de esclerose múltipla) que Calabresi.
se submeteram a medições da retina durante 21 meses. No final
Descoberta
DNA devolve “cores” à história
Uma equipa de cientistas europeus desenvolveu uma nova
técnica que permite determinar com precisão a cor de olhos
e cabelo dos seres humanos a partir de amostras de DNA que
podem ser recolhidas de restos humanos com centenas de
anos.
Cientistas polacos e holandeses criaram o sistema HIrisPlex –
um método de análise médico-legal que identifica 24 variações
genéticas – capaz de revelar a cor dos olhos e do cabelo de um
indivíduo, a partir de amostras de dentes com 800 anos.
“O método poderá ser utilizado para resolver histórias
polémicas” sobre as características de indivíduos que viveram
no passado, destacou o Dr. Wojciech Branicki, do Departamento
de Medicina-Legal da Universidade de Jagiellonian, em Cracóvia,
que dirigiu o estudo em colaboração com o professor Manfred
Kayser, da Universidade Erasmo de Roterdão.
O estudo foi publicado, no início de Janeiro, na revista
Investigative Genetics. 41
 Breves Negócios
Factura de energia das PME sem aumento
em 2013
O ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, garantiu, a
11 de Janeiro, no Parlamento, que para não haverá qualquer
aumento na factura da energia das Pequenas e Médias
Empresas (PME). “Este ano, as nossas PME vão ter um
aumento de energia de 0% e isso acontece porque o governo
teve a coragem de ir contra os lobbies de energia”, afirmou
o ministro.
“Até 2020, graças a políticas deste governo no valor de quase
dois mil milhões de euros, teremos a eliminação da dívida
tarifária. Já este ano, vamos ter aumento zero para as PME,
o melhor resultado dos últimos oito anos”, disse ainda o
responsável pela pasta da economia e do emprego.

Inflação desce 2,8% em 2012

A subida anual do nível geral dos preços abrandou para
2,8% em 2012, face ao ano anterior. Contudo, a inflação
homóloga mensal acelerou em Dezembro face ao penúltimo
mês do ano. O Índice Harmonizado de Preços no Consumidor
(IHPC) português avançou, assim, 2,8% em 2012 e compara
com um aumento de 3,6% registado em 2011, segundo
energéticos abrandou de 12,7% para 9,6%.
A inflação homóloga mensal acelerou para 2,1%, em Dezembro,
o que representa um aumento de 0,2 pontos percentuais face
ao mês anterior, segundo o indicador utilizado pelo INE para
a subida geral dos preços. A taxa de variação mensal do IHPC
foi de 0,2%.

divulgado recentemente pelo Instituto Nacional de Estatística
(INE). “Para esta desaceleração terá contribuído o aumento
menos expressivo dos preços dos produtos energéticos”,
refere o instituto. A subida do índice de preços dos produtos
V. DE CONTRACAPA
O índice de inflação subjacente, que exclui os produtos
alimentares não transformados e energéticos, recuou de 2,3%
em 2011 para 1,5%, revela o comunicado do INE.

Nova linha de Crédito disponibiliza dois Sàfilo

mil milhões de euros às PME
As pequenas e médias empresas (PME) podem contar com
uma nova linha de crédito de dois mil milhões de euros –
PME Crescimento 2013 – e com o alargamento do prazo para
amortizações de capital no programa PME Investe.
Recentemente, no Encontro PME Excelência 2012, em Braga,
o ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira disse que, dos
dois mil milhões de euros anunciados, “400 milhões serão
para as micro e pequenas empresas com maturidade de
quatro anos e seis meses de período de carência”.
O restante – 1,6 mil milhões de euros – serão para empresas
exportadoras, juntando-se a verba agora anunciada aos
“seis mil milhões de euros que o Ministério da Economia já
desbloqueou”.
Segundo o ministro, esta medida aparece em “resposta” à
Além disso, o Governo decidiu ainda alargar o prazo nas linhas
procura do crédito disponível na linha PME Investimento,
PME Investe. Trata-se de “um alargamento de 12 meses, no
com o valor inicial de 1,6 mil milhões de euros, aos quais
acresceram dois mil milhões de euros, que era insuficiente qual poderão não existir amortizações de capital de forma a
para a procura registada – que alcançou os 2,8 mil milhões beneficiar a tesouraria das empresas”, adiantou Álvaro Santos
42 de euros. Pereira.
CONTRACAPA
Essilor