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Po es i a Trova d o resca

Cantigas de amigo Cantigas de amigo

PROFESSOR EDUCAÇÃO LITERÁRIA EDUCAÇÃO LITERÁRIA PROFESSOR

Apesar de o programa indicar


a abordagem de 4 cantigas
Leia expressivamente, após preparação prévia, a cantiga que se segue. Leia a cantiga seguinte.
de amigo, apresentam-se Áudio
8 composições poéticas.
Ai flores, ai flores do verde pino Levad’, amigo que dormides as manhanas frias “Ai flores, ai flores
do verde pino”
Educação Literária
14.1; 14.2; 14.3; 14.4; 14.6; Levad’1, amigo que dormides2 as manhanas3 frias; Áudio
14.7; 14.8; 14.9; 15.1; 16.1 − Ai flores, ai flores do verde pino1, [− Vós me preguntades polo voss’amigo, “Levad’, amigo que dormides
todalas4 aves do mundo d’amor5 diziam.
se sabedes2 novas3 do meu amigo! e eu bem vos digo que é san’6 vivo: as manhanas frias”
1. O sujeito de enunciação Leda6 mi and’ eu.
dirige-se angustiadamente Ai Deus, e u é4? 15 Ai Deus, e u é?] Educação Literária
às “flores de verde pino”, 14.2; 14.3; 14.4; 14.6;
perguntando pelo seu amigo, Levad’, amigo que dormide-las frias manhanas; 14.7; 14.8; 14.9; 15.1; 16.1
que tarda em comparecer Ai flores, ai flores do verde ramo, Vós me preguntades polo voss’amado,
5 todalas aves do mundo d’amor cantavam.
ao encontro marcado. Estas 5 se sabedes novas do meu amado! e eu bem vos digo que é viv’ e sano. Gramática
respondem-lhe que o amigo Leda m’ and’ eu.
está vivo e que, em breve, Ai Deus, e u é? Ai Deus, e u é? 18.1.
estará junto de si.
1.1 Esta cantiga divide-se
Todalas aves do mundo d’amor diziam: 1. O destinatário é o amigo.
Se sabedes novas do meu amigo, E eu bem vos digo que é san’e vivo 2. O sujeito de enunciação
em duas partes. Nas primeiras do meu amor e do voss’em ment’aviam7.
quatro coblas, o emissor aquel que mentiu do que pôs5 comigo! 20 e seera vosc’ant’o prazo saído7. refere-se a dois momentos
é a amiga, que, preocupada,
Leda m’ and’ eu. vividos na relação amorosa:
Ai Deus, e u é? Ai Deus, e u é? um primeiro, marcado pela
questiona as flores do verde
pino sobre o seu amigo; utilização do pretérito
as restantes coblas dizem
10 Todalas aves do mundo d’amor cantavam: imperfeito do indicativo,
10 Se sabedes novas do meu amado, E eu bem vos digo que é viv’e sano quando os apaixonados
respeito à segunda parte, onde do meu amor e do voss’i enmentavam8.
consta a resposta dada pela aquel que mentiu do que mi á jurado! e seera vosc’ant’o prazo passado. viveram um tempo
Natureza, que a sossega, uma
Leda m’ and’ eu. de felicidade e harmonia;
Ai Deus, e u é? Ai Deus, e u é? um segundo, associado à
vez que o seu amigo está “viv’e
sano” e em breve estará junto utilização do pretérito perfeito
dela.
Dom Dinis, B 568/V 171. Do meu amor e do voss’em ment’aviam; do indicativo, que marca uma
vós lhi tolhestes9 os ramos em que siiam10. quebra na situação anterior
2. A Natureza, que surge 1 2
pinheiro; sabeis (subentende-se dizei-me antes e aponta para um tempo de
personificada, assume o papel
de sabedes); 3 notícias; 4 e u é: e onde está?; 15 Leda m’ and’ eu. tristeza e de separação.
de confidente, não sendo 5
meramente um cenário. combinou; 6 são, saudável; 7 terminado 3. Na primeira parte
da cantiga, as aves cantam
3. Além da desilusão, Do meu amor e do voss’i enmentavam; o amor que une os apaixonados.
é evidente a angústia vós lhi tolhestes os ramos em que pousavam. Esta descrição de uma Natureza
e o desespero da mulher harmoniosa pode ser vista como
perante a possibilidade Leda m’ and’ eu. 1 uma metáfora do amor feliz
de o amigo faltar ao combinado. levantai-vos, erguei-vos do leito
2
dormis e a própria presença das aves
3.1 Para melhor traduzir que cantam pode ser
o estado de espírito, são Vós lhi tolhestes os ramos em que siiam 3
manhãs
entendida como associada
4
utilizadas a interjeição 20 e lhis secastes as fontes em que beviam, todas as à primavera, também ela
5
"ai", a repetição "ai flores", por amor metaforicamente tempo
que sugere a aflição, e ainda Leda m’ and’ eu. 6
alegre, contente dos amores felizes. Na segunda
a pergunta retórica "Ai Deus, 7
em ment’aviam: tinham no parte da composição, surge
e u é?", que tão bem evidencia pensamento a referência aos ramos
o grau de incerteza e de Vós lhi tolhestes os ramos em que pousavam 8 que o amigo partiu e às fontes
relembravam, aludiam a
preocupação da amiga quanto e lhis secastes as fontes u se banhavam. 9
tirastes que este secou, afastando
ao comparecimento do amigo. as aves que cantavam.
Leda m’ and’ eu. 10
pousavam
Este segundo momento,
4. Ao nível estrutural, surge,
por exemplo, a repetição 1. Indique o assunto desta cantiga, indentificando as vozes nela presentes. Nuno Fernandes Torneol, B 641/V 242. ao evoluir para uma Natureza
de "Ai flores, ai flores mais triste, pode ser entendido
do verde pino” / “Ai flores, 1.1 Tendo em conta o assunto, proceda à divisão da cantiga em partes, justificando. 1. Atente nas duas primeiras estrofes. Identifique o destinatário do sujeito lírico. como uma metáfora da
ai flores do verde ramo”; separação e da tristeza que
ao nível semântico, destaca- marca o fim do amor.
2. Explicite o papel desempenhado pela Natureza, referindo o recurso expressivo a 2. O sujeito de enunciação refere dois tempos distintos na relação amorosa. Partindo dos
-se, nos segundos versos da 4. O imperativo é utilizado com
1.a e 2.a coblas, o recurso ela associado. tempos verbais, identifique-os e descreva a situação vivenciada em cada um deles. valor de pedido pelo sujeito
à sinonímia, pela substituição de enunciação, no sentido
de "amigo" por "amado". 3. Descreva o estado de espírito do sujeito de enunciação. 3. Interprete a metáfora associada à descrição da Natureza, referindo-se à sua evolu- de solicitar ao amigo que parta.
5. Cantiga paralelística, Este pedido justifica-se pelo
dialogada, constituída por 3.1 Identifique os recursos expressivos que estão ao serviço da transmissão desse es- ção ao longo da composição poética. facto de o amor ter acabado,
8 dísticos monórrimos, tado de espírito. sendo este o momento
de decassílabos, na primeira 4. Justifique a utilização do imperativo nos versos iniciais dos dois primeiros dísticos. da separação.
parte, e hendecassílabos, 5. Vocativo. Está ao serviço
na segunda, seguidos de refrão 4. Retire da cantiga um exemplo de paralelismo.
do caráter dialogal da cantiga
pentassílabo, segundo G 5. Identifique a função sintática desempenhada por “amigo que dormides as manha- e serve para invocar o amado,
o esquema rimático: aa’R / bb’R / 5. Faça a análise formal da cantiga, atendendo aos seguintes aspetos: nas frias” (v. 1), e justifique a sua utilização. ou seja, responsabiliza o amigo
a’aR / b’bR / aa’R / bb’R / a’aR / b’bR. pela situação vivida.
· estrutura; · métrica; · esquema rimático. BLOCO INFORMATIVO – pp. 319-321

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Luís de Camões Rimas
A representação da amada A representação da amada

EDUCAÇÃO LITERÁRIA EXPRESSÃO ORAL PROFESSOR

6. A beleza de Leonor
Descalça vai para a fonte A representação da mulher tem sido um tópico constante nas manifestações artísticas. é descrita a partir da
conjugação de elementos
Visione uma reportagem sobre a obra de Pinar Yolaçan, uma artista turca, que tem petrarquista, como as mãos
a este mote: de prata ou os cabelos de ouro,
tratado em fotografia o tema da mulher, encarada com naturalidade e realismo. e a descrição dos elementos
físicos associados ao seu
Descalça vai para a fonte vestuário, que aponta a origem
Leanor pela verdura; campesina da mulher, e ainda
a comparação com elementos
Vai fermosa e não segura. da Natureza (“mais branca que
a neve pura”).
7.1 Trata-se de um vilancete,
voltas
composto por um mote de três
PROFESSOR versos e duas voltas de sete
versos cada.
Leva na cabeça o pote,
Educação Literária 7.2 O poema está construído
o testo nas mãos de prata, em redondilha maior
14.2; 14.3; 14.4; 14.8;
14.9; 16.2 cinta de fina escarlata1, (“Des/cal/ça /vai/pa/ra a/ fon/
[te]”. O esquema rimático
saínho2 de chamalote3, é emparelhado no mote (abb)
1. Para caracterizar a mulher, 5 traz a vasquinha de cote4, e emparelhado e interpolado
são referidos elementos nas voltas (cddccee fggffee).
físicos (mão, tez, cabelo, pés), mais branca que a neve pura;
peças de vestuário (cinta, vai fermosa, e não segura. Oralidade
saínho, vasquinha, touca,
fita) e a atividade que ela 5.1; 5.3; 6.1; 6.2; 6.3
desenvolve (ir buscar água Descobre a touca a garganta, 1
à fonte). Trata-se de uma cor vermelha viva, tecido
mulher do mundo rural, cabelos d’ouro o trançado, que tem essa cor
pertencente ao povo, o que 10 fita de cor d’encarnado, 2
veste sem mangas de formato Vídeo
se conclui pela atividade que As Mulheres
tão linda que o mundo espanta; redondo e sem abas
executa (ir buscar água 3 de Pinar Yolaçan
tecido de lã ou pelo,
à fonte) e pelo vestuário. chove nela graça tanta
geralmente com seda
2. São referidas as seguintes que dá graça à fermosura; 4
cores: branco (associado casaco curto e muito justo
à sua pureza), a cor de prata vai fermosa, e não segura. ao corpo de uso diário
e de ouro (associadas à sua
preciosidade) e o vermelho
Luís de Camões, Rimas. Texto estabelecido e prefaciado por Álvaro
(que remete para um traço As Mulheres (2014), Pinar Yolaçan.
de sensualidade da mulher). J. da Costa Pimpão, Coimbra, Almedina, 2005 [1994], pp. 55 e 56.
3. Por exemplo, metáfora
(“mãos de prata” (v. 2) ou Apresente uma apreciação crítica da reportagem dedicada à obra de Pinar Yolaçan,
“cabelos d’ouro”, v. 9),
que aponta para a cor dos 1. Refira os elementos mobilizados para a caracterização da figura feminina, referin- referindo:
elementos físicos (brancura do, ainda, a condição social da Leonor.
ou louro) e para a preciosidade • o tema central da reportagem;
/ raridade destes traços; a
comparação (“mais branca 2. Atente no cromatismo presente no poema. • a informação significativa;
que a neve pura”, v. 6), que
permite realçar a brancura
Refira as cores selecionadas, associando-as a traços caracterizadores da mulher. • a relação entre os dados biográficos da autora e as suas opções artísticas;
da tez da mulher, superior à
brancura natural da neve; a 3. Refira três recursos colocados ao serviço da caracterização de Leonor, referindo a • a adequação da seleção de imagens como forma de ilustrar a perspetiva de Pinar Yolaçan;
hipérbole (“tão linda que o sua expressividade no poema.
mundo espanta”, v. 11), que • os modelos de mulher explorados pela fotógrafa e as intenções subjacentes ao seu
destaca a beleza rara e quase trabalho.
inumana da mulher. 4. Interprete o significado da expressão “chove nela graça tanta / que dá graça à fer-
4. O sujeito lírico destaca, por mosura”. (vv. 12 e 13)
meio de uma metáfora (“chove A apresentação crítica deverá ter uma duração de 2 a 4 minutos.
nela graça tanta”, v. 12), 5. Apresente uma proposta de interpretação para o verso “vai fermosa, e não segura”.
a perfeição e a beleza da
mulher, concluindo que esta BLOCO INFORMATIVO – p. 331
acrescenta beleza à própria 6. Comprove que o retrato de Leonor resulta da conjugação de elementos petrarquis- MANUAL – p. 88
formosura, ultrapassando tas com elementos campesinos.
o próprio modelo de beleza.
5. A mulher exibe a sua beleza, 7. Este poema integra as redondilhas camonianas.
mas esta formosura traz-lhe
insegurança, uma vez que ela 7.1 Identifique o subgénero a que pertence.
está mais exposta ao amor.
7.2 Classifique o tipo de redondilha bem como o esquema rimático presentes no poema.

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Gil Vicente Farsa de Inês Pereira

LEITURA E S C R I TA

O cinema, tal como o teatro, é uma arte que cria formas de representação e de (des)cons- Observe atentamente a pintura de Giorgione, pintor renascentista italiano.
trução da realidade. Proceda à leitura do seguinte artigo de apreciação crítica sobre
uma adaptação da obra homónima de José Saramago.

O Homem Duplicado, de Denis Villeneuve


O outro que era eu que era ele
Por Manuel Halpern

“Não é nenhuma obra-prima, mas pode entretê-lo durante uma hora e meia”.
A frase é tirada de O Homem Duplicado, o próprio livro de José Saramago, e é dirigida
à sua personagem, o soturno professor de História Tertuliano Máximo Afonso, por um
colega de trabalho. Seria de enorme crueldade revertê-la contra a adaptação ao cinema
5
do romance, feita pelo canadiano Denis Villeneuve. Uma injustiça, não por faltar à verda-
de, mas por ser maliciosamente incompleta. As obras-primas rareiam por natureza, e um
filme pode ser muito bom sem alcançar tal patamar, e proporcionarmo-nos uma hora e
meia bem passada não é defeito. A questão é que o filme, efetivamente, vai além disso.
PROFESSOR Se não é a melhor adaptação de sempre de um livro do Nobel português, é pelo menos
10
a mais fascinante.
Leitura
7.1; 7.6; 8.1; 8.2 Convenhamos que, na verdade, as adaptações não foram assim tantas. […]
Este O Homem Duplicado, que não é uma obra-prima, mas uma hora e meia bem passa-
da no cinema, tem a vantagem, logo à partida, de fazer uma distinção clara entre o objeto-
1. O artigo faz uma apreciação -filme e o objeto-livro. Baseia-se, inspira-se em, numa fase preliminar, mas logo se afasta,
crítica do filme O Homem 15
Duplicado, baseado na obra entendendo bem a distinção entre os formatos e a sua existência autónoma. Não está lá a
homónima de José Saramago. escrita de Saramago nem tinha que estar. Não se julgue que Denis Villeneuve transformou
2. (1) “A questão é que o filme,
efetivamente, vai além disso.
O Homem Duplicado (que tem um título mais pobre em inglês, Enemy) num thriller, no fa-
Se não é a melhor adaptação tídico destino de um homem que anda à caça de si próprio ou do “outro que era eu”, como
de sempre de um livro do
Nobel português, é pelo
diria Ruben A. Faz algo diferente, sem intuitos megalómanos ou de block-buster. Deixa de
20
menos a mais fascinante”; (2) lado grande parte do poder reflexivo do romance e adquire uma outra dimensão, que torna
“não é uma obra-prima, mas
uma hora e meia bem passada
o plano filosófico, existencial, mais palpável e deixa mesmo a porta escancarada para a in-
no cinema”; (3) “[…] mas logo terpretação psicótica, alucinogénia. Cria, ou adensa, os traços psicológicos do consciente
se afasta, entendendo bem a
distinção entre os formatos
e subconsciente, na busca de um outro, que na verdade é o mesmo, não se encontrando A tempestade, c. 1508, Giorgione (c. 1478-1510), Gallerie dell'Accademia, Veneza.
e a sua existência autónoma.” necessariamente no exterior, mas em si próprio. […]
3. Um dos argumentos
prende-se com o facto JL, Jornal de Letras, Artes e Ideias, n.o 1140, de 11 a 24 de junho de 2014, p. 25. 1. Elabore um texto de apreciação crítica, com 120 a 150 palavras, baseando-se na
de o filme não misturar imagem e nos tópicos abaixo elencados:
a linguagem verbal com
a cinematográfica e não tentar 1. Identifique o objeto comentado e apreciado. a. Estrutura tripartida do texto:
seguir a par e passo a obra.
Por outro lado, esquece 2. Destaque do texto três frases reveladoras da opinião do autor sobre o filme. • Introdução: descrição sucinta do objeto.
o caráter reflexivo do
livro, substituindo-o por • Desenvolvimento: opinião pessoal sobre a obra (comentário crítico, valorativo
3. Indique dois argumentos que sustentam a posição do autor deste artigo.
um adensamento quer ou depreciativo, recorrendo a dois argumentos, devidamente
do consciente quer do
subconsciente e a sua 4. Complete a seguinte afirmação, no seu caderno, selecionando o vocábulo adequado. exemplificados).
implicação na busca PROFESSOR
da identidade. • Conclusão: fecho do texto e reforço da posição pessoal.
4. a. valorativa. b. sucinta. Num texto de apreciação crítica faz-se uma exposição • pormenorizada • sucinta Escrita
b. Redação clara e objetiva, respeitando os mecanismos de coesão e coerência textual. 11.1; 10.2; 12.1; 12.2;
c. argumentos. a.__________ de um filme, disco, peça de teatro... Procede-se à • valorativa • exemplos 12.3; 12.4
c. Utilização de vocabulário adequado e diversificado.
apresentação b. __________ do objeto ou produto bem como
• imparcial • argumentos BLOCO INFORMATIVO – p. 331
dos c. __________ que validam a posição do autor. MANUAL – p. 88 Resposta de caráter pessoal.
• conjetura CADERNO DO ALUNO – p. 49

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