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Projeto: Revitalizar a Reabilitação Respiratória (3R) - SAICT-POL/23926/2016

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Índice
1. Enquadramento ....................................................................................................................... 6

1.1 População alvo ........................................................................................................................ 6

1.2 Objetivos ................................................................................................................................. 6

1.3 Número e duração das sessões ............................................................................................... 6

1.4 Estrutura das sessões .............................................................................................................. 6

1.5. Recursos humanos ................................................................................................................. 7

1.6. Recursos materiais ................................................................................................................. 8

2. Sessão Psicoeducativa 1: A doença respiratória crónica e o envelhecimento ....................... 10

2.1 Objetivos e apresentação da sessão ..................................................................................... 10

2.2 Material ................................................................................................................................. 10

2.3 Conteúdos ............................................................................................................................. 10

2.3.1 Apresentações ................................................................................................................ 11

2.3.2. Informação sobre a doença respiratória crónica e diferenças do envelhecimento normal


................................................................................................................................................. 12

2.3.3. Impacto da doença respiratória crónica na vida pessoal e familiar.............................. 13

2.3.4 Papel da reabilitação respiratória .................................................................................. 14

2.3.5 Tarefa 1 .......................................................................................................................... 15

3. Sessão Psicoeducativa 2: Gestão dos sintomas respiratórios ................................................. 16


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3.1 Objetivos e apresentação da sessão ..................................................................................... 16

3.2 Material ................................................................................................................................. 16

3.3 Conteúdos ............................................................................................................................. 16

3.3.1 Discussão da tarefa 1 ..................................................................................................... 16

3.3.2 Gestão dos sintomas respiratórios................................................................................. 16

3.3.3 Tarefa 2 .......................................................................................................................... 18

4. Sessão Psicoeducativa 3: Medicação e Oxigenoterapia .......................................................... 19

4.1 Objetivos e apresentação da sessão ..................................................................................... 19

4.2 Material ................................................................................................................................. 19

4.3 Conteúdos ............................................................................................................................. 19

4.3.1 Discussão da tarefa 2 ..................................................................................................... 19

4.3.2 Medicação e oxigenoterapia .......................................................................................... 20

4.3.3 Tarefa 3 .......................................................................................................................... 21

5. Sessão Psicoeducativa 4: Exacerbações nas DRC. Recursos na comunidade ......................... 23

5.1 Objetivos e apresentação da sessão ..................................................................................... 23

5.2 Material ................................................................................................................................. 23

5.3 Conteúdos ............................................................................................................................. 23

5.3.1 Discussão da tarefa 3 ..................................................................................................... 23

5.3.2 Reforço da técnica inalatória ......................................................................................... 23

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5.3.3 Exacerbações nas DRC .................................................................................................... 24

5.3.3 Recursos na comunidade ............................................................................................... 26

5.3.4 Tarefa 4 .......................................................................................................................... 26

6. Sessão Psicoeducativa 5: Nutrição e Sono. Gestão do stress e ansiedade ............................. 28

6.1. Objetivos e apresentação da sessão .................................................................................... 28

6.2 Material ................................................................................................................................. 28

6.3 Conteúdos ............................................................................................................................. 28

6.3.1 Discussão da tarefa 4 ..................................................................................................... 28

6.3.2 Nutrição .......................................................................................................................... 29

6.3.3 Sono................................................................................................................................ 30

6.3.4 Gestão do stress e ansiedade......................................................................................... 30

6.3.5 Tarefa 5 .......................................................................................................................... 32

7. Sessão Psicoeducativa 6: Estilos de Vida Saudáveis: Atividade física. Plano de ação ............. 34

7.1 Objetivos e apresentação da sessão ..................................................................................... 34

7.2 Material ................................................................................................................................. 34

7.3 Conteúdos ............................................................................................................................. 34

7.3.1 Discussão da tarefa 5 ..................................................................................................... 34

7.3.2 Atividade física ............................................................................................................... 34

7.3.3 Plano de ação ................................................................................................................. 35

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8. Referências Bibliográficas ....................................................................................................... 38

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1. ENQUADRAMENTO

Este capítulo descreve em detalhe a componente psicoeducativa de um programa de


reabilitação respiratória.

1.1 POPULAÇÃO ALVO

As orientações que aqui se apresentam destinam-se a profissionais de saúde e da área social.

1.2 OBJETIVOS

O apoio psicoeducativa pretender capacitar a pessoa com Doença Respiratória Crónica (DRC) e
sua família para uma adaptação funcional e saudável à DRC.

Consideram-se como objectivos específicos:


 Promover conhecimentos que permitam compreender melhor a doença e aumentar as
competências do doente/família para gerir a DRC;
 Capacitar o doente com estratégias eficazes para gerir os sintomas respiratórios;
 Promover esclarecimentos sobre a importância da adesão à terapêutica e estilos de vida
saudáveis de forma a prevenir o agravamento da doença;
 Facilitar a comunicação com os serviços de saúde e de ação social disponíveis na comunidade.

1.3 NÚMERO E DURAÇÃO DAS SESSÕES

A componente psicoeducativa deve decorrer ao longo de 8 sessões semanais, cerca de 90


minutos cada(1). Esta é a duração aconselhada para permitir a consolidação dos conhecimentos
e partilha de experiências. As sessões psicoeducativas são realizadas em grupo, que se
recomenda que seja constituído por 5 a 10 participantes de forma a facilitar a coesão do
grupo(1).

1.4 ESTRUTURA DAS SESSÕES

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As sessões psicoeducativas são estruturadas de forma a garantir o cumprimento dos objetivos
propostos em cada sessão. Desta forma, as sessões são iniciadas com uma breve apresentação
do tema e organização da sessão e dos facilitadores (caso ainda não tenham sido apresentados
ao grupo). Por conseguinte, os facilitadores introduzem o tema da sessão com uma breve
contextualização e desenvolvem as atividades com recurso a técnicas cognitivo-
comportamentais e modelos narrativos. As primeiras consistem em técnicas de resolução de
problemas, role-playing e brainstorming, permitindo aos participantes identificar e refletir sobre
a informação adquirida, num contexto informal e seguro(2). Os modelos narrativos incentivam
a que os participantes contem as suas histórias que são posteriormente utilizadas, de forma a
ajudá-los a reconhecer os seus pontos fortes e recursos internos. Estas estratégias permitem,
consequentemente, gerar possibilidades de ação e crescimento(2).

No final de cada sessão, solicita-se aos participantes que realizem uma tarefa relacionada com
o tema. As tarefas permitem ao doente/família aplicar o conhecimento e competências
adquiridas no contexto em que vivem e, em sessões subsequentes, rever as suas experiências e
aperfeiçoar competências(3). A próxima sessão deve ser iniciada com uma discussão sobre a
realização da tarefa.

As sessões são descritas de seguida a título exemplificativo, pelo que se recomenda a sua
alteração sempre que a equipa do programa de reabilitação respiratória considerar necessário
ou mais adequado, face ao grupo que se encontra a dinamizar. No entanto, estes exemplos
podem constituir uma boa base de trabalho para a dinamização das sessões.

1.5. RECURSOS HUMANOS

As sessões devem ser conduzidas por um ou dois facilitadores com formação na condução de
grupos psicoeducativos, que preferencialmente se mantêm ao longo do programa. Os
facilitadores têm o papel de esclarecer os participantes nas suas dúvidas, incentivando-os a
partilhar experiências, normalizando emoções e assumindo uma atitude empática(2, 4).
É aconselhado que as sessões psicoeducativas sejam conduzidas por fisioterapeuta e um
enfermeiro, no entanto, para cada sessão, um outro facilitador pode ser convidado para auxiliar
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na sua dinamização. Os facilitadores podem ter diversas formações de base, e.g., médico,
enfermeiro, fisioterapeuta, gerontólogo, psicólogo, nutricionista, técnico de serviço social, entre
outros. A presença de uma equipa multidisciplinar é considerada fundamental pois permite
responder de forma integrada às necessidades dos participantes.

1.6. RECURSOS MATERIAIS

Para as sessões é necessário proporcionar um ambiente adequado, que estimule a participação


e a interação do grupo, de forma a ocorrer a troca de experiências e perspetivas de forma
agradável.

Recomenda-se que todos, participantes e facilitadores, estejam sentados em círculo. Neste


sentido, é fundamental que as sessões ocorram numa sala ampla, de fácil acesso aos
participantes, que apresente as condições necessárias para a sua realização, nomeadamente a
comodidade, tranquilidade e silêncio.

Algum material é comum a todas as sessões: flipchart, marcadores, folhas brancas e canetas e
máquina de filmar. Outro material necessário, específico para cada sessão, é indicado ao longo
da descrição das mesmas.

Sugere-se a preparação e distribuição de folhetos informativos ao longo das sessões, uma vez
que permitem organizar a informação mais relevante de modo a ser revista posteriormente
pelos participantes. Em anexo a este manual, segue uma proposta de folhetos informativos. Na
primeira sessão pode fornecer-se a cada família uma capa que se destina ao arquivo dos
folhetos, a fim de constituir um manual com todas as orientações psicoeducativas do programa
de reabilitação respiratória. Para além do arquivo de folhetos, este manual possibilita aos

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participantes registar notas ao longo das sessões, assim como documentar as atividades
realizadas

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2. SESSÃO PSICOEDUCATIVA 1: A DOENÇA RESPIRATÓRIA
CRÓNICA E O ENVELHECIMENTO

2.1 OBJETIVOS E APRESENTAÇÃO DA SESSÃO

Esta sessão visa: i) apresentar os facilitadores (enfermeiro e/ou fisioterapeuta), o facilitador


convidado (médico) e os participantes, bem como a organização das sessões psicoeducativas; ii)
facultar informação sobre as doenças respiratórias crónicas e esclarecer eventuais dúvidas sobre
o tema; iii) apresentar as diferenças entre o envelhecimento normal e patológico estabelecendo
a ligação às doenças respiratórias crónicas; iv) debater o impacto das doenças respiratórias
crónicas na vida pessoal e familiar e v) expor o papel da Reabilitação Respiratória nas doenças
respiratórias crónicas. A duração prevista para a sessão é de 90 minutos.

2.2 MATERIAL

Para esta sessão são necessárias capas de arquivo, flipchart e marcadores.

2.3 CONTEÚDOS

A sessão aborda os seguintes conteúdos:

1. Apresentações (20 minutos);

2. Informação sobre a doença respiratória crónica e diferenças do envelhecimento normal (20


minutos – médico de medicina geral e familiar);

3. Impacto da doença respiratória crónica na vida pessoal e familiar (30 minutos – enfermeiro e
fisioterapeuta);

4. Papel da Reabilitação Respiratória na doença respiratória crónica (15 minutos –


fisioterapeuta);

5. Apresentação da tarefa de casa (5 minutos).


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2.3.1 APRESENTAÇÕES

As apresentações marcam o início da sessão. Em 20 minutos apresentam-se os facilitadores, o


facilitador convidado, os participantes e as sessões psicoeducativas, com uma breve descrição
do seu formato e principais objetivos. Um exemplo de uma dinâmica possível, para apresentar
o grupo e a fim de promover um ambiente de descontração, pode passar por uma breve
apresentação organizada por pares seguida da apresentação mútua do companheiro ao
restante grupo. Os facilitadores apresentam-se primeiro e convidam os participantes a fazer o
mesmo. Cada pessoa deve referir o seu nome e outra informação pessoal que queira partilhar
(e.g., idade, duração da doença, situação profissional, etc.).

O facilitador explica brevemente a organização das sessões, destacando o que é um grupo


psicoeducativo e o que o distingue de outras intervenções psicossociais, como os grupos de
suporte psicoterapêuticos ou grupos de ajuda mútua. Pode realçar-se que se trata de sessões
muito estruturadas com temas previamente determinados e que, de uma forma sintética, visam
fornecer ferramentas instrumentais e emocionais para facilitar a adaptação da família à doença
e promover o bem-estar e a qualidade de vida de todos.

Nesta sessão pode ser fornecida uma capa a cada participante. Esta capa deve acompanhar os
participantes ao longo das sessões. O facilitador deve explicar que a capa permite arquivar todos
os folhetos fornecidos nas sessões, assim como registar notas e documentar as atividades
realizadas ao longo do programa.

De seguida, é realizada a descrição geral da sessão, onde o facilitador menciona que será
fornecida alguma informação sobre as doenças respiratórias crónicas e as diferenças relativas
ao envelhecimento normal. Deve referir-se ainda que será abordado o impacto da doença na
vida pessoal e familiar bem como qual o papel da reabilitação respiratória na doença. Por fim,
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deve ser indicado que no final de cada sessão será destinada uma tarefa para ser realizada em
casa.

2.3.2. INFORMAÇÃO SOBRE A DOENÇA RESPIRATÓRIA CRÓNICA E DIFERENÇAS DO


ENVELHECIMENTO NORMAL

O médico convidado expõe alguma informação básica sobre as doenças respiratórias crónicas
(DRC), dando como exemplo a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), a Asma ou a Fibrose
pulmonar, e os participantes podem colocar questões e esclarecer as suas dúvidas. O objetivo
desta componente não é sobrecarregar o grupo com informação, mas sim criar uma
oportunidade para que, num contexto mais calmo e informal, os participantes possam colocar
e esclarecer as suas dúvidas em relação a alguma DRC. Assim, a informação pode contemplar a
etiologia, fatores de risco e tratamentos disponíveis (farmacológicos e não farmacológicos) para
uma ou duas doenças respiratórias crónicas, e.g., DPOC e Asma. Esta primeira parte tem uma
duração prevista de 15 minutos.

Começa-se por salientar que as DRC continuam a ser uma das principais causas de morbilidade
e mortalidade, cuja prevalência tem vindo a aumentar(5).

A DPOC representa uma das principais doenças respiratórias. Trata-se de uma condição de
saúde que é prevenível e tratável, com efeitos extrapulmonares significativos que podem
agravar o estado de saúde e qualidade de vida da pessoa. Caracteriza-se pela limitação do fluxo
aéreo que é geralmente progressiva e associada a uma resposta inflamatória anormal nas vias
aéreas ou no pulmão devido à inalação de partículas ou gases nocivos(6).

Outra das doenças que ocupa particular destaque neste grupo é a Asma, caracterizada pela
inflamação crónica das vias aéreas. Esta condição é reconhecida pela existência de um historial
clínico de sintomas respiratórios, tais como as sibilâncias, a dispneia, a sensação de aperto no
peito ou a tosse. Trata-se de uma doença complexa, cujos sintomas variam ao longo do tempo,
assim como a intensidade dos mesmos. Enquanto que durante a infância a distinção entre a
Asma e a DPOC é bastante clara, na fase adulta frequentemente coexistem(7).
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São vários os fatores de risco que surgem associados às DRC, entre eles podemos destacar o
tabagismo, a exposição passiva ao fumo, a exposição a poeiras e a poluição ambiental(6). Para
além destes, a prevalência das DRC, sobretudo a DPOC e Asma, está associada à idade e a fatores
socioeconómicos, que limitam, por exemplo, o acesso a cuidados de saúde(5, 6) (Capítulo I).

O diagnóstico diferencial entre as várias DRC assenta na avaliação conjunta dos sintomas, da
história familiar, dos potenciais fatores de risco e dos resultados dos exames complementares
de diagnóstico. A espirometria surge habitualmente como um dos exames de eleição no
diagnóstico e avaliação da severidade das DRC.

Nos restantes 5 minutos segue-se uma breve descrição do processo de envelhecimento e


respetivas alterações fisiológicas associadas. Pode ser discutida a evolução das DRC, i.e., o curso
esperado da DPOC ou da Asma.

Podem ser discutidos os aspetos do processo do envelhecimento que são transversais a


qualquer pessoa, salientando as alterações que ocorrem quer na estrutura quer na função dos
pulmões. Estes fatores intrínsecos relacionados com o envelhecimento podem, em certa parte,
justificar a elevada prevalência das DRC, sobretudo DPOC e Asma, em pessoas idosas(8-10).
Deve-se dar ênfase ao facto da deterioração do sistema musculosquelético ser superior nos
doentes com DRC, nos quais se constata uma redução ainda maior da tolerância ao esforço, bem
como da força muscular dos membros superiores e inferiores relativamente aos seus coetâneos
saudáveis(8, 11). Para além disso, verifica-se que o equilíbrio encontra-se igualmente mais
afetado nos idosos com DPOC(12), o que em conjunto com outros fatores extrínsecos como o
ambiente e meio envolvente(13), levam ao aumento do risco de quedas nesta população(14).

2.3.3. IMPACTO DA DOENÇA RESPIRATÓRIA CRÓNICA NA VIDA PESSOAL E FAMILIAR

Nesta parte da sessão pretende-se analisar o impacto das DRC na vida pessoal e familiar. A
atividade ocupa cerca de 30 minutos (5 minutos para introduzir o tema pelos facilitadores e
25 minutos para explorar esse impacto com os participantes).

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Nos primeiros 5 minutos deve referir-se que as DRC têm um grande impacto no funcionamento
e bem-estar da pessoa. As consequências específicas destas doenças, como a tosse,
expetoração, distúrbios do sono, alterações de apetite ou perda de peso e, particularmente, a
dificuldade em respirar e o cansaço requerem profundas alterações no estilo de vida da
pessoa(15). À medida que a DRC evolui para graus mais avançados, acresce a tendência para o
isolamento social surgindo geralmente sentimentos de culpa e estigmatização gerados pela
associação entre a doença e o consumo “voluntário” de tabaco ou de estilos de vida menos
saudáveis(16).

Segue-se uma breve explicação das emoções negativas que emergem da doença e que
afetam não só o doente mas toda a família, as quais podem ser debilitantes ao ponto de inibir o
normal funcionamento de cada elemento familiar e aumentar os níveis de ansiedade e
stress(17). É relevante enfatizar que, mesmo na presença de uma doença crónica, é geralmente
possível encontrar alguns aspetos gratificantes(18). Assim, deve pedir-se a cada
participante que pense no funcionamento da sua família, nas relações entre os vários
elementos, de forma a “encontrar” aspetos passíveis de serem valorizados (como, por exemplo,
maior união familiar).

Neste sentido, nos restantes 25 minutos, é pedido a cada participante que identifique, e
partilhe com o grupo, os aspetos negativos e positivos na sequência do diagnóstico da sua
doença respiratória crónica. Esta atividade destina-se a abordar a forma como o doente e a sua
família “acolheram” a doença, desenvolvendo-se a partir da partilha de histórias que tenham
marcado a vida de cada participante. Baseando-se nas partilhas dos aspetos positivos e
negativos, os facilitadores em conjunto com o grupo, exploram estratégias que possam ser
utilizadas de forma a lidar com os sentimentos negativos. Para finalizar esta atividade, o
facilitador resume o que foi dito pelos participantes.

2.3.4 PAPEL DA REABILITAÇÃO RESPIRATÓRIA

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Nos 15 minutos seguintes descrevem-se os objetivos e estrutura de um programa de
reabilitação respiratória. Estes programas tipicamente integram duas componentes, o treino de
exercício e o apoio psicoeducativo, e são normalmente realizados em grupo. O principal objetivo
dos programas é reabilitar as pessoas com DRC e ajudar toda a família a lidar melhor com a
doença.

As sessões de exercício físico consistem em controlo respiratório, desobstrução brônquica e


treino de exercício físico. Cada sessão tem as seguintes componentes: aquecimento e exercícios
de controlo respiratório/desobstrução brônquica, exercício aeróbio (e.g., caminhada ou
bicicleta), exercícios de força muscular, exercícios de equilíbrio e arrefecimento (incluindo
técnicas de relaxamento). Os programas de reabilitação respiratória duram geralmente entre 8
a 12 semanas, tendo uma frequência semanal de 2 a 3 vezes, durante 60 minutos. Estes
programas procuram aumentar a tolerância ao esforço, diminuir a sensação de falta de ar e o
cansaço no dia a dia e melhorar a qualidade de vida e o bem-estar da pessoa com DRC e sua
família. Desta forma, a pessoa sente-se melhor e mais capaz para realizar as suas atividades
diárias.

A segunda componente da reabilitação respiratória corresponde ao apoio psicoeducativo, cujo


objetivo geral é capacitar os participantes e familiares com estratégias instrumentais e
emocionais de forma a facilitar um ajustamento funcional e saudável à DRC. O
apoio psicoeducativo pode decorrer 1 vez a cada duas semanas, ao longo das 12 semanas, com
uma duração entre 60 a 90 minutos (Capítulo II).

2.3.5 TAREFA 1

Na última parte da sessão é pedido a cada participante que reflita sobre a informação que foi
facultada na componente educativa e que traga dúvidas e preocupações para a sessão seguinte.
Deve procurar-se que o convidado esteja novamente presente na segunda sessão para ajudar a
esclarecer eventuais dúvidas.

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3. SESSÃO PSICOEDUCATIVA 2: GESTÃO DOS SINTOMAS
RESPIRATÓRIOS

3.1 OBJETIVOS E APRESENTAÇÃO DA SESSÃO

A segunda sessão pretende ajudar o doente e a sua família a prevenir e a gerir eficazmente os
sintomas respiratórios resultantes das DRC. A sessão deve ter como facilitador um fisioterapeuta
e nos primeiros minutos pode contar com o médico que esteve presente na sessão anterior.

3.2 MATERIAL

Para esta sessão são necessários bocais descartáveis, flipchart e marcadores.

3.3 CONTEÚDOS

A sessão aborda os seguintes conteúdos:

1. Discussão da tarefa 1 (10 minutos);

2. Gestão dos sintomas respiratórios (75 minutos);

3. Apresentação da tarefa de casa (5 minutos).

3.3.1 DISCUSSÃO DA TAREFA 1

O facilitador explora a realização da tarefa solicitada na sessão anterior. Nos primeiros 10


minutos, o médico esclarece as dúvidas e preocupações que possam ter surgido acerca do tema
da componente educativa da sessão 1.

3.3.2 GESTÃO DOS SINTOMAS RESPIRATÓRIOS

Esta sessão pretende dar a conhecer técnicas de controlo respiratório, posições de alívio da
dispneia, técnicas de desobstrução brônquica e técnicas de conservação de energia.

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Nos primeiros 15 minutos o facilitador começa por questionar o grupo sobre os principais
sintomas sentidos no dia a dia. Para dinamizar e assegurar que todos os doentes intervêm na
discussão, o facilitador pode começar por “atirar” uma bola a um dos participantes, o qual por
sua vez, deverá dizer qual o sintoma que mais o afeta. Este processo de passagem de
bola/palavra deve repetir-se sucessivamente até que todos os doentes tenham exposto os seus
principais sintomas. A partir desta partilha é iniciada a discussão pelo grupo sobre o que é
possível fazer para melhor gerir os sintomas das DRC (e.g., dispneia, fadiga, expetoração, tosse).

Segue-se a subdivisão dos conteúdos a abordar em 2 partes: i) técnicas de controlo respiratório,


posições de alívio da dispneia e estratégias de conservação de energia e ii) técnicas de
desobstrução brônquica. Cada uma das partes dura aproximadamente 30 minutos.

De seguida, o facilitador refere que as técnicas de controlo respiratório permitem uma


respiração eficaz e o alívio dos sintomas, como a dispneia. Estas técnicas englobam a respiração
com os lábios semicerrados, dois exemplos de posturas de alívio da dispneia, as técnicas de
conservação de energia, e uma breve revisão da respiração diafragmática (já abordada nas
sessões de exercício) (19-21). A informação fornecida deve focar-se em quando e como realizar
estas técnicas (Capítulo III). O facilitador exemplifica alguma das técnicas acima mencionadas,
para que depois o grupo as reproduza.

Posteriormente, o facilitador com o objetivo de introduzir a desobstrução brônquica pode


recorrer à recriação de um cenário em que, por exemplo, o doente acorda de manhã com muita
expetoração e falta de ar. Apesar das tentativas de tosse por parte do doente, esta não é eficaz
e a expetoração perdura, agravando a sua sensação de falta de ar e aumentando o seu cansaço.
A partir deste panorama procura-se discutir com os participantes as possíveis estratégias a que
o referido doente pode recorrer. Idealmente, os participantes podem referir a respiração com
os lábios semicerrados, previamente debatida nesta sessão, e a partir daí o facilitador deve
prosseguir para a explicação de técnicas como o huffing, que surge como uma estratégia eficaz
de remoção de expetoração, sendo simultaneamente uma estratégia de poupança de energia
comparativamente à tosse. Outro dos exemplos que pode ser fornecido no sentido de facilitar
a tosse é o recurso ao uso de uma almofada. Conclui-se com a exemplificação do Ciclo Ativo das
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Técnicas de Respiração - ACBT(20, 21), que resulta da conjugação entre as técnicas de huffing,
inspiração máxima e controlo respiratório. É importante realçar que estas técnicas de
desobstrução brônquica permitem mobilizar a expetoração para as zonas superiores do tórax e
facilitam a sua eliminação(21). A expetoração, como habitualmente é espessa e viscosa,
bloqueia as vias respiratórias tornando a respiração mais difícil. Para além disso, a acumulação
de expetoração nos pulmões pode causar infeções respiratórias. As técnicas de desobstrução
brônquica devem ser demonstradas e praticadas para consolidar estes conhecimentos (Capítulo
III).

No final desta componente prática são esclarecidas as dúvidas do grupo relativamente à gestão
dos sintomas.

3.3.3 TAREFA 2

A tarefa desta sessão consiste em pedir aos participantes que reflitam sobre as várias técnicas
de respiração que foram ensinadas e treinadas. É pedido aos doentes que durante as duas
semanas que se seguem treinem em casa as diferentes técnicas aprendidas. Para além disso,
deverão tentar aplicar diferentes posições de alívio da dispneia sempre que necessário,
tentando perceber qual a posição que lhes proporciona maior alívio e conforto. É pedido aos
doentes que anotem a posição escolhida, para que na próxima sessão psicoeducativa possam
partilhar com os restantes colegas.

Solicita-se ainda aos doentes que tragam para a próxima sessão a medicação respiratória que
realizam diariamente ou em SOS, incluindo o oxigénio de longa duração, se utilizar.

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4. SESSÃO PSICOEDUCATIVA 3: MEDICAÇÃO E
OXIGENOTERAPIA

4.1 OBJETIVOS E APRESENTAÇÃO DA SESSÃO

Esta sessão visa facultar informação sobre a medicação utilizada no controlo dos sintomas das
DRC, identificando os principais medicamentos, incluindo o oxigénio; técnicas de administração
e a importância do cumprimento do regime terapêutico na gestão dos sintomas. A sessão deve
ter como facilitador um enfermeiro e sugere-se como convidado um médico. Pode também
considerar-se a participação de profissionais de saúde que prestem cuidados respiratórios
domiciliários, nomeadamente no âmbito da oxigenoterapia. Para além disso, sugere-se a
presença de um fisioterapeuta nos primeiros minutos a fim de discutir a tarefa da sessão
anterior.

4.2 MATERIAL

Para esta sessão são necessários exemplares de inaladores, sistemas de fornecimento de


oxigénio (e.g., garrafas de oxigénio, concentrador), flipchart e marcadores.

4.3 CONTEÚDOS

A sessão aborda os seguintes conteúdos:

1. Discussão da tarefa 2 (15 minutos);

2. Medicação e oxigenoterapia (65 minutos);

4. Apresentação da tarefa de casa (10 minutos).

4.3.1 DISCUSSÃO DA TAREFA 2

A sessão inicia-se com a discussão da tarefa da sessão anterior, onde o fisioterapeuta deve estar
presente a fim de esclarecer dúvidas. O facilitador deve explorar a tarefa e incentivar a partilha

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de experiências por parte do grupo. Deve-se perceber se os doentes realizaram as técnicas
respiratórias e posições de alívio da dispneia, como se sentiram e quais as dificuldades
percecionadas.

4.3.2 MEDICAÇÃO E OXIGENOTERAPIA

Esta componente tem uma duração aproximada de 65 minutos e visa fornecer informações
acerca da medicação existente para o controlo dos sintomas das DRC, especialmente da DPOC
e Asma. Recomenda-se o recurso a material exemplificativo específico, como exemplares de
inaladores para demonstração e folhetos ilustrativos (Capítulo IV).

Começa-se por referir que, no caso dos doentes com DPOC estável, a medicação tem como
objetivo controlar os sintomas e prevenir as exacerbações ou reduzir a intensidade das
mesmas(6). Por outro lado, os doentes com Asma devem estar medicados com fármacos de
utilização regular, que visam melhorar a função pulmonar. Os doentes com DRC devem também
ter à sua disposição fármacos aos quais possam recorrer em caso de SOS(7).

De seguida, são enumerados os principais fármacos existentes (anti-inflamatórios,


broncodilatadores, corticóides orais e inalatórios) e para cada um deles são brevemente
descritas as indicações terapêuticas e respetivas recomendações(6). Na DPOC os
broncodilatadores assumem um papel fundamental na prevenção e controlo dos sintomas,
sendo que frequentemente é preconizada a combinação de 2 tipos de fármacos (beta-agonistas
e anticolinérgicos)(6). Já os corticoides inalatórios, em baixas doses, são geralmente a
terapêutica aconselhada para o controlo da Asma, e quando necessário pode ser indicado o uso
adicional de broncodilatadores para alívio dos sintomas. Para além destes, devem ser abordados
nesta sessão as indicações e benefícios da oxigenoterapia de longa duração, uma vez que o
oxigénio é considerado um fármaco(22).

Seguidamente, os facilitadores questionam se os participantes trouxeram a medicação usada e


no caso de algum se ter esquecido, devem ser apresentados exemplares de diferentes fármacos
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pedindo aos mesmos que identifiquem qual usam, ou quais os que mais se assemelham aos
usados. Posteriormente, solicita-se aos participantes que partilhem como administram o
fármaco (incluindo a limpeza do dispositivo). Os facilitadores devem corrigir erros de
administração e demonstrar qual a forma mais correta. Este exercício é importante pois pode
aumentar o sentido de autoeficácia da pessoa com DRC e dos seus familiares e, ao mesmo
tempo, fomentar a adesão ao tratamento farmacológico(23). Devem ser abordadas as
diferentes formas de administração farmacológica, particularmente a técnica inalatória.

Relativamente à oxigenoterapia, podem-se demonstrar alguns sistemas de fornecimento de


oxigénio (gás comprimido, líquido e concentrador) e exemplificar a correta utilização dos
mesmos, descrevendo as principais precauções no seu manuseamento.

Terminada a atividade, pede-se ao grupo que partilhe as suas preocupações e dúvidas acerca do
tratamento farmacológico, particularmente o uso de oxigénio por estar associado a um grau
mais severo das DRC e a um grande estigma social. Cabe ao facilitador desmistificar
determinadas crenças, como por exemplo, a impossibilidade de viajar com oxigénio. Todas as
saídas, pequenas saídas (como ir ao supermercado) ou viagens longas (como visitar um país
estrangeiro), são seguras caso a pessoa tome as devidas precauções(6).

Deve ainda ser reforçada a importância do tratamento farmacológico na prevenção e controlo


dos sintomas, na redução da frequência e gravidade das exacerbações, e na melhoria da
condição da saúde e aumento da tolerância à atividade física(6).

4.3.3 TAREFA 3

Como tarefa para casa, os doentes, com a colaboração dos familiares, deverão elaborar uma
lista onde conste o nome de todos os medicamentos que usam, a hora de administração e a
dose. Para além disso, devem deixar um espaço para anotar as respetivas observações, que
serão posteriormente discutidas na próxima sessão. É facultado ainda um calendário semanal
para que os doentes que tenham dificuldade em recordar-se da medicação, possam elaborar
um registo diário que os ajude a criar uma rotina.

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Solicita-se ainda ao doente/família que tragam para a próxima sessão a medicação inalatória
usada.

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5. SESSÃO PSICOEDUCATIVA 4: EXACERBAÇÕES NAS DRC.
RECURSOS NA COMUNIDADE

5.1 OBJETIVOS E APRESENTAÇÃO DA SESSÃO

A quarta sessão contempla: i) reforço da técnica inalatória; ii) gestão dos sintomas respiratórios
em períodos de exacerbação e iii) recursos na comunidade. Esta sessão deve ter como facilitador
um fisioterapeuta e pode ter como facilitador convidado um enfermeiro. Para abordar o tema
dos Recursos na Comunidade, sugere-se como convidado um técnico de serviço social.

5.2 MATERIAL

Para esta sessão são necessários: medicação inalatória, flipchart, marcadores.

5.3 CONTEÚDOS

A sessão aborda os seguintes conteúdos:

1. Discussão da tarefa 3 (10 minutos);

2. Reforço da técnica inalatória (15 minutos);

3. Exacerbações nas DRC (35 minutos);

4. Recursos na comunidade (25 minutos);

5. Apresentação da tarefa de casa (5 minutos).

5.3.1 DISCUSSÃO DA TAREFA 3

A sessão é iniciada com a discussão da tarefa da semana anterior. Pede-se aos participantes que
apresentem a lista da medicação elaborada e o respetivo calendário semanal preenchido.
Questiona-se acerca de eventuais dúvidas com o preenchimento do mesmo.

5.3.2 REFORÇO DA TÉCNICA INALATÓRIA


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Durante 15 minutos é reforçada a técnica inalatória. Pode começar-se com a demonstração
voluntária de um participante, na qual o grupo analisa a realização da mesma, com a correção
dos respetivos erros e estratégias a fim de otimizar a execução da mesma. A terapia
farmacológica por via inalatória tem sido recomendada para prevenir as exacerbações das
DRC(6). A técnica inalatória depende da capacidade inspiratória do indivíduo(24). Contudo, na
presença de exacerbações, esta capacidade encontra-se diminuída(24). Desta forma, para uma
melhor efetividade de absorção do inalador, torna-se importante treinar esta técnica para
assegurar o uso correto dos inaladores (6, 24-26). Este treino deve ser efetuado dizendo ao
doente para inalar “tão profunda e rapidamente quanto conseguir”(24), seguido de uma breve
apneia teleinspiratória, contudo alguns medicamentos apresentam técnicas inalatórias
específicas(27).

Neste momento, pede-se aos participantes que utilizem a sua medicação inalatória para que os
facilitadores possam supervisionar esta técnica e, caso necessário, reforçar o treino da mesma.

5.3.3 EXACERBAÇÕES NAS DRC

Os facilitadores iniciam o tema com um pequeno “teatro” onde demonstram um exemplo de


um comportamento durante uma exacerbação respiratória, e quais as estratégias para
prevenir/controlar os sintomas durante uma exacerbação (aproximadamente 5 minutos).

Seguidamente, inicia-se uma discussão com o grupo (10 minutos), na qual os participantes são
questionados sobre o que estava a acontecer, e se já passaram por uma situação semelhante.
São ainda discutidos os principais erros cometidos neste comportamento e, procura-se em
conjunto pensar nas ações mais corretas a realizar nestas ocorrências. Por fim, sugere-se aos
doentes e respetivos familiares que reproduzam uma situação semelhante, onde incluam as
ações previamente referenciadas, de forma a colocarem em prática os conhecimentos
adquiridos.

Nos restantes 20 minutos, é explicado que apesar das DRC serem constituídas por diferentes
patologias, geralmente uma exacerbação apresenta sintomas semelhantes entre estas. Assim, é

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explicado que uma exacerbação consiste numa mudança do curso natural da doença,
caracterizada por sintomas como a dispneia, fadiga, tosse e/ou expetoração, que excedem as
variações normais e que levam à necessidade de alterar a medicação(6, 28). Além disso, na Asma
também podemos encontrar sintomas como a pieira (e.g. “chiadeira”) e a sensação de aperto
no peito(6, 28). As exacerbações são eventos importantes no curso da doença, uma vez que
aceleram o declínio da função pulmonar, afetam significativamente a qualidade de vida das
pessoas e estão associados a um aumento da mortalidade(6, 28). As exacerbações são muitas
vezes desencadeadas por infeções respiratórias, que constituem uma das principais causas de
hospitalização das DRC(6, 28). Muitas exacerbações não são reportadas aos profissionais de
saúde, frequentemente pela sua curta duração(6). Assim, é fundamental que todos os
elementos da família compreendam os sinais e sintomas de uma exacerbação de forma a
identificar facilmente um episódio de exacerbação e atuar de forma rápida e eficaz (Capítulo V).

De seguida, deve esclarecer-se que, dependendo da situação em que a pessoa com DRC se
encontra (estável, com agravamento de sintomas ou em perigo), as necessidades de recurso a
cuidados de saúde são diferentes (Tabela 1).

Tabela 1. Recomendações para o controlo de exacerbações de acordo com a gravidade da situação da pessoa.

Agravamento de
Estável Em perigo
sintomas

Administração da medicação
Adesão à terapia
SOS recomendada pelo A pessoa com DRC encontra-
farmacológica de acordo com
médico para o agravamento se em perigo quando sente
a prescrição médica;
dos sintomas; uma grande dificuldade em
Adoção de técnicas de respirar que não melhora
Adoção de estilos de vida controlo respiratório (e.g., com o tempo nem com a
saudáveis – dieta, exercício respiração com os lábios aplicação das medidas
físico e sono; semicerrados, respiração anteriores;
diafragmática);

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Monitorização dos sintomas
Adoção de posições de alívio
(e.g., observar a cor e odor da
de dispneia;
expetoração);

Realização de técnicas de
desobstrução brônquica
Utilização de técnicas de
(e.g., tosse, huffing e ciclo No caso de a pessoa
conservação de energia;
ativo das técnicas de apresentar um estado de de
respiração - ACBT); desorientação e discurso
Controlo de fatores de risco incoerente, deve ser
(e.g., agasalhar-se quando sai encaminhada para o hospital
Contacto com o SNS 24h para ou contactado o serviço de
de casa, evitar o contacto
o esclarecimento de dúvidas; urgência.
com pessoas constipadas,
etc.);

Ter cuidados de saúde (e.g., Contacto de alguém próximo


fazer a vacinação sazonal, da rede social da pessoa
consultar o médico (para dar suporte caso a
regularmente). situação se agrave).

Se houver necessidade, durante as recomendações para o controlo das exacerbações, pode


fazer-se uma breve revisão às técnicas de controlo respiratório, de conservação de energia, de
desobstrução brônquica e posições de alívio da dispneia.

5.3.3 RECURSOS NA COMUNIDADE

A presença do assistente social tem como intuito dar a conhecer os recursos disponíveis na
comunidade. Para além desta informação, este tema tem como objetivo fundamental
proporcionar às famílias a partilha e o esclarecimento de dúvidas.

O facilitador convidado deve dar a conhecer os serviços sociais e de saúde disponíveis para as
DRC, apoios financeiros, complementos e subsídios existentes, assim como facilitar a
informação sobre apoios domiciliários, associações e grupos de autoajuda (Capítulo VI).

5.3.4 TAREFA 4

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A tarefa desta sessão consiste em realizar uma atividade física que vá ao encontro das
preferências individuais do doente/família. Pede-se a cada doente/família que selecione uma
atividade física agradável e que planeie, anotando o dia, hora e local, da sua realização. Deve
incentivar-se os participantes a planear pelo menos uma atividade, mas reforçar a importância
de se criar uma rotina que contemple a prática diária de exercício físico uma vez que poderá
ajudar a prevenir exacerbações.

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6. SESSÃO PSICOEDUCATIVA 5: NUTRIÇÃO E SONO.
GESTÃO DO STRESS E ANSIEDADE

6.1. OBJETIVOS E APRESENTAÇÃO DA SESSÃO

A quinta sessão tem como objetivos: i) abordar a importância da nutrição e do sono na


promoção da saúde em geral e, em particular, nas DRC e ii) ajudar o doente e a família a lidar
com as emoções e situações decorrentes da doença e que causam ansiedade e stress. Esta
sessão pode contar com a colaboração de um nutricionista, enfermeiro, gerontólogo ou
psicólogo.

6.2 MATERIAL

Para a dinamização desta sessão são necessárias canetas, folhas, flipchart, marcadores,
cartolinas, cola, computador, CD’s de música relaxante e colunas.

6.3 CONTEÚDOS

A sessão aborda os seguintes conteúdos:

1. Discussão da tarefa 4 (10 minutos);

2. Nutrição (25 minutos);

3. Sono (15 minutos);

4. Gestão do stress e ansiedade (35 minutos);

5. Apresentação da tarefa de casa (5 minutos).

6.3.1 DISCUSSÃO DA TAREFA 4

A sessão inicia-se com a discussão da tarefa da sessão anterior. O facilitador deve explorar a
tarefa e incentivar a partilha de experiências por parte do grupo. Deve-se perceber qual foi a

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atividade física planeada por cada doente/família, se a executaram, como se sentiram e quais
as dificuldades percecionadas. De seguida, é apresentada a primeira componente da sessão.

6.3.2 NUTRIÇÃO

Esta sessão pretende promover a adoção de estilos de vida saudáveis, oferecendo algumas
estratégias para melhorar a dieta e o sono. É de ressalvar que as estratégias abordadas podem
ser utilizadas para beneficiar todas as pessoas – com ou sem DRC.

Inicia-se com um breve enquadramento de 5 minutos, onde os facilitadores começam por referir
que a adoção de estilos de vida saudáveis tem efeitos diretos e benéficos na saúde e qualidade
de vida. Neste contexto, deve discutir-se a importância de uma alimentação saudável
destacando que, para respirar, o corpo precisa de energia, que é conseguida através do consumo
de alimentos. Especificamente nos doentes com DPOC, o consumo energético aumenta
consideravelmente durante a realização de atividades da vida diária (35-45%) quando
comparados com pessoas saudáveis(29). Estes fenómenos acontecem porque, embora o
organismo necessite de mais energia, os ajustes na alimentação para suprir esta necessidade
não são realizados(30). Assim, a quantidade e a qualidade dos alimentos consumidos assumem
uma importância vital uma vez que as pessoas com DRC costumam apresentar alterações
significativas de peso, situando-se frequentemente entre os extremos: obesidade e malnutrição.
Relativamente à Asma, a obesidade é um fator de risco pelo que o controlo nutricional assume
também um papel de extrema importância(28). Por outro lado, em todas as DRC a obesidade
pode também estar associada à dispneia e agravamento dos sintomas(31), ou até mesmo
mimetizar alguns sintomas da Asma(28). No caso específico da Asma alérgica, os doentes devem
ser alertados para evitar o consumo de alimentos que lhes provoquem agravamento dos
sintomas(32).

Os facilitadores devem reforçar que uma dieta saudável está associada a um maior
armazenamento de energia e à melhoria da qualidade de vida e da capacidade física, prevenindo
infeções respiratórias.

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Após este enquadramento, é entregue uma folha e uma caneta a cada participante solicitando
que nela descrevam o que consomem habitualmente nas refeições principais (pequeno-almoço,
almoço, lanche, jantar). As respostas são partilhadas com o grupo e, ao mesmo tempo, o
facilitador identifica erros alimentares e oferece sugestões para uma dieta mais equilibrada. A
informação disponibilizada pelo facilitador pode ser complementada com folhetos sobre
sugestões e exemplos de ementas saudáveis (Capítulo VII). No final, os facilitadores e
participantes podem, em conjunto, construir uma ementa adequada para um dia. Esta atividade
tem a duração de cerca 20 minutos.

6.3.3 SONO

Durante 15 minutos, prossegue-se mencionando que nas DRC a qualidade do sono está muitas
vezes alterada(33, 34). Dormir bem é importante para todos, mas assume contornos
fundamentais nas DRC, uma vez que a tosse e as dificuldades respiratórias interrompem o sono
e impedem que este atinja a fase profunda, fazendo com que a pessoa se sinta mais cansada
durante o dia(35, 36). Pode também referir-se que todos nós, em algum momento,
apresentamos dificuldade em dormir e que não existe um padrão de sono igual para todos.

Sugere-se que cada participante pense na sua situação (Quantas horas em média dorme por
dia? Tem dificuldades em dormir? Em que alturas dorme melhor? Quais as posições que adota?
O que faz para o ajudar a dormir?) e que sugira alternativas para melhorar a sua qualidade de
sono. Após a partilha com o grupo, os facilitadores apresentam algumas técnicas que podem ser
adotadas durante o dia que podem reduzir a ansiedade e conservar energia (Capítulo VII).

6.3.4 GESTÃO DO STRESS E ANSIEDADE

Esta componente visa ajudar os doentes e/ou a família a identificar os fatores de stress e
compreender as suas próprias reações, no sentido de desenvolverem estratégias para lidar com
as emoções e situações stressantes. No caso da pessoa com DRC, esta pode desenvolver
sintomas de ansiedade devido aos sintomas da doença, nomeadamente a dispneia (Capítulo
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VIII). O doente e/ou a família deve compreender o ciclo vicioso de dispneia-ansiedade e
identificar estratégias para o quebrar.

O facilitador começa com um enquadramento de 10 minutos, onde explica, de forma simples, o


que é o stress e as suas possíveis causas, pedindo a cada participante para refletir acerca das
repercussões do stress na sua vida (não só no contexto da doença, mas também em outros
contextos). É importante transmitir que a experiência de stress é normal e em doses moderadas
pode ser útil e adaptativo. No entanto, quando em demasia, o stress pode despertar ou mesmo
aumentar a dispneia na pessoa com DRC. No que diz respeito à família, o surgimento da doença
pode elevar os seus níveis de stress e daí a necessidade de encorajar as famílias a identificar e
partilhar estratégias de coping eficazes. Uma das estratégias de coping que se tem mostrado
eficaz é o relaxamento(37). Todos os participantes devem ser, por isso, capazes de compreender
os benefícios das técnicas de relaxamento e recorrer às mesmas, sempre que possível.

Após este enquadramento inicial, os participantes são convidados a praticar uma técnica de
relaxamento, nomeadamente o relaxamento cognitivo (Tabela 2)(37), e a expor os sentimentos
experienciados durante a realização da mesma (5 minutos).

Tabela 2. Descrição da atividade de relaxamento

Relaxamento cognitivo

Duração 20 minutos

Objetivo Aprender a entrar em contacto com os próprios estados emotivos

1. Os participantes mantêm as cadeiras em círculo e coloca-se uma música


Instruções
relaxante. O facilitador convida-os a procurarem uma posição confortável. Os
olhos podem estar fechados caso os participantes se sintam confortáveis.

2. O facilitador lê em voz calma e suave o seguinte texto: “Sinta-se confortável


e feche os olhos. Imagine-se numa montanha… sinta o calor… a erva que pisa é

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macia e suave…. O sol está a brilhar… e veja a sua luz a atravessar os ramos das
árvores…e a aquecer a sua pele! Possivelmente consegue sentir a frescura do
cheiro das árvores e flores… sinta o chilrear dos pássaros… como é tão
agradável...Imagine que está a dar um passeio por essa montanha…encontra
uma queda de água, com um grande lago…a luz do sol brilha nesse lago…
experimente tocar nessa água…fica surpreendido por essa água estar quente e
agradável.”

3. O facilitador concede ao grupo 3 minutos para se consciencializarem


novamente do seu corpo e ambiente que os rodeia. De seguida convida-os a
sair, muito calmamente, do estado de relaxamento: “Lentamente vai sentir os
seus pés a tocarem no chão… o seu corpo encostado na cadeira…Inspire lenta e
profundamente, renovando o seu corpo com energia... expire o ar lentamente,
libertando todo o stress. Quando estiver preparado pode abrir os olhos.”

4. De novo em situação de grupo, cada participante verbaliza as sensações


experienciadas e que dificuldades encontrou. Isto favorece o reconhecimento
dos próprios estados emotivos e a tomada de consciência dos mesmos através
do diálogo partilhado.

6.3.5 TAREFA 5

A tarefa desta sessão consiste em cada participante encontrar uma atividade que lhe
proporcione um momento de relaxamento. É de realçar que pode ser realizada uma atividade
do dia a dia (e.g., jardinagem) ou uma técnica de relaxamento, como a exemplificada na sessão,
desde que a pessoa sinta que a atividade lhe proporciona bem-estar. Além disso, é ainda
importante mencionar que o relaxamento pode ser realizado em qualquer lugar.

Pede-se aos participantes que, na próxima sessão, tragam os folhetos de todas as sessões
anteriores, bem como, a folha de monitorização do exercício/nº de passos, folha de registo da
medicação e os respetivos calendários, e por fim, os inaladores.
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É explicado que na próxima sessão irá ser realizado um almoço-convívio, que deverá ser
preparado por todos.

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7. SESSÃO PSICOEDUCATIVA 6: ESTILOS DE VIDA
SAUDÁVEIS: ATIVIDADE FÍSICA. PLANO DE AÇÃO

7.1 OBJETIVOS E APRESENTAÇÃO DA SESSÃO

A sexta sessão tem como objetivos: i) abordar a importância da atividade física na promoção da
saúde em geral e, em particular, nas DRC e ii) maximizar a autonomia e participação ativa da
família na gestão das DRC. A sessão deve ter como facilitador um fisioterapeuta.

7.2 MATERIAL

Para esta sessão são necessários: flipchart e marcadores.

7.3 CONTEÚDOS

A sessão aborda os seguintes conteúdos:

1. Discussão da tarefa 5 (10 minutos);

2. Atividade Física (30 minutos);

3. Plano de ação (50 minutos);

4. Almoço convívio.

7.3.1 DISCUSSÃO DA TAREFA 5

A sessão é iniciada com a discussão da tarefa da semana anterior. Os participantes devem


partilhar qual o relaxamento ou a atividade relaxante praticado/a e descrever o modo como se
sentiram durante a sua execução.

7.3.2 ATIVIDADE FÍSICA

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Esta sessão pretende promover a adoção de estilos de vida saudáveis, com enfoque nas
estratégias para melhorar a prática de atividade física. É de ressalvar que as estratégias
abordadas podem ser utilizadas para beneficiar todas as pessoas – com ou sem DRC.

Nesta componente (30 minutos), o facilitador deve reforçar que o exercício físico é essencial
para o bem-estar físico e mental de qualquer pessoa e, mesmo que realizado em pequenas
quantidades, a prática de exercício físico: reduz a dispneia, aumenta a força muscular, melhora
a capacidade funcional, previne o risco de quedas e melhora a qualidade de vida(38). Acresce
que a prática regular de exercício físico está associada à redução de doenças cardiovasculares,
obesidade, hipertensão, osteoporose, diabetes e cancro(38). Como tal, qualquer pessoa, com
ou sem DRC, deve manter uma rotina de exercício físico. Deve esclarecer-se que o início da
prática de exercício físico deve ser comunicado ao médico de referência (Capítulo IX).

Apesar da prática de exercício físico ser importante, deve ser explicado que a realização de
atividades da vida diária (como preparar refeições) ou atividades domésticas (como aspirar ou
jardinar) também implicam movimento e esforço, sendo simultaneamente úteis e saudáveis. Os
facilitadores entregam um documento informativo com exemplos de atividades diárias e a
energia que estas despendem, para os participantes terem uma referência. Deve incentivar-se
os participantes a reservar no mínimo 30 minutos diários para realizar exercício físico e/ou
atividades físicas. Durante a realização do exercício, devem conjugar-se as técnicas de controlo
respiratório previamente abordadas, de forma a diminuir os sintomas respiratórios
experienciados.

Após este enquadramento, os facilitadores podem pedir aos participantes que vejam as folhas
onde registam os passos diários ou os exercícios domiciliários e comparem os valores desde que
iniciaram o programa até ao dia desta sessão (tanto pode ser o número de passos, como o tempo
despendido para o exercício). É criada uma discussão, durante 15 minutos, entre os diferentes
participantes, sobre o que conseguiram, as dificuldades encontradas e as estratégias utilizadas.

7.3.3 PLANO DE AÇÃO

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Esta componente final tem a duração de 50 minutos, e inicia-se com a entrega da primeira
página do manual (preferencialmente, personalizada) e do índice aos participantes, de modo a
que o manual dos folhetos das sessões psicoeducativas fique completo. Encoraja-se todos os
participantes a continuar a consultar o manual no seu dia a dia, mesmo depois de participarem
no programa de reabilitação respiratória, para se irem recordando de alguns aspetos essenciais
na gestão da DRC. Deve enfatizar-se os contactos com a equipa de saúde.

O plano de ação pretende maximizar a autonomia e participação ativa da família na gestão das
DRC. A sessão parte com uma síntese de todo o conteúdo das sessões anteriores, realçando
pontos determinantes na gestão eficaz da doença. O facilitador deve explorar as diretrizes que
constituem o Plano de Ação nas DRC, de forma a ajudar o doente e a família a prevenir e a gerir
as exacerbações. Destas diretrizes constam as razões para seguir um plano de ação, os sintomas
habituais e as ações a serem tomadas para a condição de saúde permanecer estável, assim como
a importância de estabelecer uma lista de contactos. Relativamente ao controlo das
exacerbações, devem ser reforçadas as ações a tomar para prevenir e gerir diferentes situações
de exacerbação, i.e., quando não há melhoria ou deterioração de sintomas e em caso de perigo.

Neste sentido, devem ser revistas as técnicas de controlo respiratório, desobstrução brônquica,
conservação de energia, bem como, as posições de alívio da dispneia. Se os participantes
estiverem à vontade, pode pedir-se que cada elemento demonstre uma técnica para o restante
grupo. É importante voltar a reforçar a técnica inalatória e as estratégias para prevenção de
exacerbações.

Os facilitadores revêm a folha de registo de medicação e os respetivos calendários, perguntam


se houve alguma atualização da mesma e esclarecem eventuais dúvidas. Por fim, é facultada
uma folha de registo onde a família pode colocar os contactos da sua rede de suporte, e enunciar
os sintomas que surgem/intensificam quando o estado de saúde se agrava, de forma a prevenir
uma possível exacerbação. A família é encorajada a preencher esta folha de registo durante a
sessão e a continuar o preenchimento em casa.

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Segue-se um almoço-convívio que assinala o término do programa de reabilitação respiratória
e permite a ritualização do programa. Este almoço deve ser preparado por todos e, tem um
caráter informal e oportuno para a troca de contactos entre famílias, interação social e
descontração. Um dos facilitadores pode sugerir tirar uma foto de grupo para marcar o
momento. Esta pode ser enviada aos participantes alguns meses após o término do programa
com o intuito de suscitar recordações e satisfação pela participação.

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8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Brown NW, Edd L, Brown NW. Psychoeducational groups: Process and practice: Taylor &
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