Anda di halaman 1dari 34

15/09/2017 A quatro mãos : Arquitetura Moderna Brasileira, 1978-82 | mdc .

revista de arquitetura e urbanismo

mdc . revista de arquitetura e urbanismo

A quatro mãos : Arquitetura Moderna Brasileira, 1978-82


Publicado em 29/03/2011 por Danilo Matoso

Sylvia Ficher | Marlene Milan Acayaba

To show our simple skill,


That is the true beginning of our end.

Shakespeare, A midsummer-night’s dream

Para a Sylvia e a Marlene rememorar, depois de tantos anos, como foi escrito o Arquitetura Moderna Brasileira é
uma viagem. Mas uma viagem que nada se compara àquela que fizeram pelo Brasil no verão de 1979…

O nosso livro se propunha traçar um panorama da arquitetura brasileira desde as suas primeiras manifestações
modernistas na década de 1920 até aquele momento, ou seja, fins da década de 1970. Poucos sabem, mas foi
escrito originalmente em inglês, para integrar o International Handbook of Contemporary Developments in
Architecture, manual organizado por Warren Sanderson – então professor de história da arte na Faculty of Fine
Arts da Concordia University, em Montreal, 1
sobre a produção arquitetônica após a 2ª Guerra Mundial. Nas
palavras de seu organizador:

The volume is to be a work of reference primarily. It will be sold especially to libraries around the
world. Each essay should serve at least two functions: first, an introduction to the contemporary
architectures of countries around the world, and: second, a summary of developments in each in the
areas of architectural design, technology, planning, education, and the profession itself as a whole. It
will be used, we expect, both by specialists and the general public. References to specific buildings,
projects, and architects, with the dates during which each was accomplished, or worked, should be
built into the narratives; and an emphasis upon design should be maintained. 2

O alentado volume, publicado em 1981, iria corresponder ao propósito de Sanderson e ao pomposo título. Trata-se
de uma útil obra de referência, abordando trinta e dois países. Pela ordem dos capítulos: Argentina, Austrália,
Áustria, Bélgica, Bolívia, Brasil, Canadá, Chile, China, Colômbia, Cuba, Tchecoslováquia (hoje dividida…),
Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha Ocidental (ela ainda existia), Grã-Bretanha, Grécia, Hungria, Israel,
Itália, Japão, México, Holanda, Noruega, Polônia, África do Sul, Suécia, Turquia, União Soviética (e ela também!),
Estados Unidos e Venezuela. 3 Painel este introduzido por seis excelentes ensaios: Trends in Contemporary
Architecture, de Warren Sanderson; Architectural Theory and Criticism since 1945, de Bruno Zevi; Technology
and Architectural Design, de Robert W. White; Preservation, Restoration, and Conservation, de Robert
Bruegmann; Urban Planning in Europe since 1945, de Adolf Ciborowski; e Urban and Regional Planning in South
America, de José M. F. Pastor.

Mas parece que tanta pomposidade lhe custou em popularidade. Findou por passar quase desapercebido, não é
fácil encontrá-lo citado na historiografia. 4 Injusto infortúnio crítico, há alguns dias estava à venda usado por 45
centavos de libra em um site inglês 5 e por umas 1.500 rúpias em um site indiano. 6 Na William Stout Architectural
Books, em San Francisco, é levado mais a sério: estava à venda por 75 dólares. 7
Curiosa é sua situação nos
https://mdc.arq.br/2011/03/29/a-quatro-maos-arquitetura-moderna-brasileira-1978-82/ 1/34
15/09/2017 A quatro mãos : Arquitetura Moderna Brasileira, 1978-82 | mdc . revista de arquitetura e urbanismo

grandes sites especializados. No AbeBooks, lá sua sorte oscila entre extremos: usado vale de US$ 3.79 a US$
242.34. 8 Na Amazon pode ser encontrado novo por US$ 64.95, usado por preços variando de US$ 0.01 a US$ 175.
47. 9

Eis a gênese do Arquitetura Moderna Brasileira, o capítulo sobre o Brasil, ou melhor, “Brazil”, do Handbook.
Tudo muito canhestro e mal articulado, coisa de principiante, porém fruto de uma excepcional amizade, escrito
com a despreocupação da mocidade.

Do que a Marlene se lembra

Em 1975 eu me inscrevi na pós-graduação da FAU/USP com o objetivo de fazer um estudo sobre as residências de
vanguarda em São Paulo. Pouco depois a Maria Helena Flynn me falou de uma tese de doutorado sobre
arquitetura contemporânea brasileira, defendida na França por Yves Bruand.

Por intermédio de minha irmã Betty Milan, que vivia lá, o professor Bruand gentilmente me cedeu um exemplar.
Li com o maior interesse, sobretudo porque nunca havia visto nada igual no nosso universo. O sujeito era
paleógrafo e, a partir de publicações em revistas, transformava tudo em lâminas de estudo. Foi isto que me deu a
ideia de como faria a pesquisa sobre as casas, usando como referência o que havia sido publicado sobre elas.

Nesse meio tempo, em 1978 reencontrei a Sylvia no curso de especialização em patrimônio que eu estava
assistindo na FAU. Uma noite, convidadas para jantar com nossa colega e amiga Marta Dora Grostein,
conversamos durante horas sobre os nossos interesses, que coincidiam, uma vez que ambas gostaríamos de nos
dedicar à história da arquitetura.

Nos dias seguintes, ela me convidou para escrevermos um artigo sobre arquitetura moderna no Brasil, a ser
incluído em um livro que seria publicado nos Estados Unidos. Respondi que seria ótimo, mas que talvez
pudéssemos fazer uma tentativa antes para ver como funcionaria a nossa parceria. Naquele momento, o Instituto
Roberto Simonsen havia aberto um concurso, o Prêmio Henrique Mindlin. Para ele escrevemos o “Arquitetura
Brasileira: tendências atuais”, ensaio que recebeu menção honrosa. 10
E o prêmio foi para quem? Para a Ruth
Verde Zein e o marido dela, o José Luiz Telles dos Santos!!

A experiência mostrara que poderíamos trabalhar juntas, embora escrever a quatro mãos nem sempre seja fácil.
Mas como as duas estavam se iniciando nas lides acadêmicas, uma dava força para outra, e rapidamente nos
disciplinamos para realizar os estudos necessários.

Do que a Sylvia se lembra

Para mim, tudo começou em Nova York. Em Nova York e em maio ou junho de 1978, não lembro bem dos
detalhes. Eu havia concluído o mestrado na Columbia e estava para voltar, sem saber muito bem o que me
esperava por aqui. Recordo muito vagamente ter conhecido uma pesquisadora que estava preparando um livro
sobre arte latino-americana ou algo assim, e que houve uma conversa sobre uma possível participação minha no
projeto. E só!!

Por essa época chegou uma carta – ou talvez tenha sido um telefonema – do Carlos Lemos, contando que o meu
professor James Fitch iria a São Paulo para dar um curso na FAU, e me convidando para ser a sua assistente. 11

Aceitei na hora, era algo de concreto para fazer na volta…

Já em São Paulo, recebo outra carta – datada de 5 de julho de 1978, o que estabelece cientificamente o início da
novela – de um tal professor Warren Sanderson, explicando que está organizando um livro e que a Dra. Joyce
Bailey – deve ser a tal pesquisadora, mas juro que o nome não me traz nada à memória – havia me indicado como

https://mdc.arq.br/2011/03/29/a-quatro-maos-arquitetura-moderna-brasileira-1978-82/ 2/34
15/09/2017 A quatro mãos : Arquitetura Moderna Brasileira, 1978-82 | mdc . revista de arquitetura e urbanismo

alguém que poderia, por sua vez, indicar pesquisadores daqui para preparar um capítulo sobre arquitetura
brasileira. 12

Evidentemente, pensei logo em me oferecer para escrever o capítulo. Contudo, a tarefa estava muito além da
minha competência, precisava achar alguém para trabalhar comigo. Tudo clicou naquela conversa com a Marlene
no apartamento da Marta Dora. Da conversa com a Marlene me lembro como se fosse hoje, nossos interesses e
dúvidas eram parecidos. Tinha encontrado a parceira ideal! Tanto que pouco depois liguei para ela e a convidei
para fazermos o trabalho juntas.

Ela topou, tomei coragem e em seguida respondi ao Sanderson sobre a nossa disponibilidade. 13
E não é que ele
aceitou!?!

I am glad to have an opportunity to answer you now, positively. Welcome to our group of
collaborators… I understand that you will be writing our chapter on “Architecture in Brazil since
1945” together with your colleague, Marlene Acayaba. 14

Foi a Marlene que veio com essa conversa do Prêmio Henrique Mindlin. Eu queria começar o quanto antes o
nosso artigo, o prazo era apertado para duas diletantes. Mas todo mundo sabe que a Marlene não pede, manda…

Atacando o Brazil

Havia chegado a hora de partimos para o “Brazil”, isso por volta de outubro ou novembro de 1978. Começávamos
a vislumbrar uma estrutura básica; a encomenda era sobre o período posterior a 1945, e nos parecia que esse
recorte não se ajustava ao caso brasileiro. Aqui a guerra não significara uma ruptura de igual ordem daquela que
ocorrera na Europa e nos Estados Unidos. Pelo contrário, fora a guerra e a conturbada década que a precedeu que,
em parte, haviam permitido que a produção brasileira preenchesse o vácuo criado no cenário arquitetônico
internacional.

E assim, o ensaio foi pensado em três momentos. Um primeiro trataria dos contatos iniciais dos brasileiros com o
movimento moderno europeu até Brasília, período quando havia uma linguagem arquitetônica fértil e unitária,
embasada num racionalismo de viés corbusieriano, porém com resultados muito próprios. Inescapavelmente um
segundo momento seria dedicado a Brasília, do concurso à inauguração. Um terceiro tentaria entender algo que
vinha sendo rotulado de “após Brasília”, 15
marcado por mudanças estéticas e diversidades de linguagem cuja
lógica talvez pudesse ser entendida nos seus contextos regionais.

Logo percebemos que escrever as duas primeiras partes não ia ser problemático. Complicado mesmo era o tal
após-calipso brasiliense, de 1960 em diante! Como resolver o impasse? Íamos ter que estudar… Começando pelo
que vivenciávamos de primeira mão: São Paulo. Aí, diante da nossa ignorância e da ausência de publicações sobre
a produção mais recente, seguimos o palpite da Marlene: sair a campo, viajar pelo Brasil, conversar com os
arquitetos das cidades mais importantes, visitar as suas obras, verificar de primeira mão o que estava
acontecendo.

Para saber quem procurar em cada lugar, a Marlene apelou para o Joaquim Guedes e a Sylvia para o Miguel
Pereira. Em perspectiva, fica difícil justificar a ausência de algumas cidades, em especial Belo Horizonte. Talvez
não tenhamos ido a BH porque nos parecera que a cidade fora suficientemente contemplada com Pampulha, ou
porque não sabíamos quem procurar lá, ou porque estávamos dando preferência a cidades a beira-mar ou ainda
porque sequer nos ocorreu ir até lá. 16

Ainda conseguimos nos lembrar do apoio da Cristina Toledo Pizza e do Luiz Paulo Conde, no Rio, da Cristina Jucá
e do Vital Pessoa de Melo, no Recife, e do Luciano Guimarães, em Fortaleza. Porém, à medida que íamos

https://mdc.arq.br/2011/03/29/a-quatro-maos-arquitetura-moderna-brasileira-1978-82/ 3/34
15/09/2017 A quatro mãos : Arquitetura Moderna Brasileira, 1978-82 | mdc . revista de arquitetura e urbanismo

avançando em nossa peregrinação, fomos encontrando outros arquitetos que nos davam dicas sobre o que era
entendido como relevante no seu meio, cujos nomes infelizmente não mais recordamos.

São Paulo

São Paulo fazia parte do nosso dia-a-dia. Quase que bastava relatar o que sabíamos pelo simples fato de
pertencemos ao seu meio profissional. Os arquitetos e obras citados simplesmente refletem o que era mais
comentado naquele tempo na nossa roda. Apenas pudemos dar uma atenção maior à arquitetura residencial; nas
palavras da Marlene:

Como eu já estava juntando material para o mestrado sobre as residências, nós utilizamos os
projetos que eram consenso para todos nós: a casa do Paulo no Butantã, a casa do Guedes no
Pacaembu etc. Incluímos a minha casa, projeto do Marcos, e a “bola”, que o Eduardo Longo estava
então fazendo com suas próprias mãos.

Os arquitetos e obras citados simplesmente refletem o que era mais comentado naquele tempo na nossa roda; pela
ordem no livro:

Lina Bo Bardi: Museu de Arte de São Paulo

João Batista Artigas: FAU/USP, Residências Olga Baeta e Mendonça, Ginásios de Itanhaém e Guarulhos,
Casa de Barcos do Clube Santa Paula, Estação Rodoviária de Jaú, Escola Conesp em Vicente de Carvalho

Paulo Mendes da Rocha: Clube Paulistano, Residência do arquiteto no Butantã, Pavilhão de Osaka, Museu
de Arte Contemporânea da USP

Joaquim Guedes Sobrinho: Residências Cunha Lima, Dalton Toledo e Sergio Ferreira, Tribunal de Itapira,
17
planos diretores para Carajás e Caraíba

Carlos Millan: Residências Nadyr de Oliveira e Roberto Millan

Fabio Penteado: Sociedade Harmonia de Tênis

Sergio Ferro e Rodrigo Lefèvre: Residência em Cotia

Marcos Acayaba: Residência do arquiteto

Eduardo Longo: Residência do arquiteto

Pedro Paulo de Mello Saraiva e Miguel Juliano: Edifício 5ª Avenida

Rino Levi e Roberto Cerqueira Cesar: Banco Itaú

João Batista Artigas, Fabio Penteado e Paulo Mendes da Rocha: Conjunto Habitacional Cecap em
Guarulhos

Abrahão Sanovicz: Conjunto Habitacional Cecap em Jundiaí

Rio de Janeiro

Nos primeiros meses de 1979 pegamos um avião em Congonhas e descemos no Santos Dumont, onde a Cristina
Toledo Piza, nossa colega da FAU, nos aguardava para nos hospedar e socorrer. Éramos tão inexperientes que

https://mdc.arq.br/2011/03/29/a-quatro-maos-arquitetura-moderna-brasileira-1978-82/ 4/34
15/09/2017 A quatro mãos : Arquitetura Moderna Brasileira, 1978-82 | mdc . revista de arquitetura e urbanismo

sequer levamos um gravador ou uma máquina fotográfica.

Nosso outro guia foi o Luiz Paulo Conde, quem nos levou para passear, mostrando aqui e acolá alguns edifícios
que havia projetado, mas preocupado sobretudo em nos mostrar a cidade. Um encontro especial foi com o
saudoso Joca Serran, com quem mantivemos uma longa conversa em algum barzinho de Ipanema. Outro dia
fomos visitar o Zanine, que estava construindo umas casas belíssimas com estrutura de madeira numa área
próxima da Floresta da Tijuca. E fomos ao bairro do Joá, onde descobrimos a arquitetura dos irmãos Menescal.

Surpresa maior foram os escritórios, um mais bonito que o outro, todos com vistas para aquela paisagem única.
Além disso, os cariocas tinham muitos projetos em outras cidades. Enquanto que os paulistas ficavam mais
restritos ao seu estado; e seus escritórios eram bem mais sem graça… O ritmo desses encontros era
completamente diferente do nosso. Quando tentamos marcar uma entrevista matinal com o Sérgio Bernardes, ele
nos recomendou que antes fossemos à praia, tomássemos um bom banho de mar, para no fim da tarde visitá-lo
em seu lindo escritório na Barra, de frente para o mar, claro!

A viagem já estava surtindo efeito. Tomávamos consciência de quão pouco sabíamos. Afora aqueles arquitetos
mais ativos nas reuniões do IAB nacional, praticamente não conhecíamos ninguém além dos paulistas, boa parte
deles os nossos próprios professores. Só fizemos algumas breves anotações das entrevistas, encantadas com
aqueles arquitetos tão diferentes, homens da corte, teatrais… Era verão, quando o Rio se prepara para o carnaval e
reluz na sua expressão máxima. Fazíamos a lição de casa, mas como nos divertimos…

Por tudo isso, a seleção carioca foi bem mais variada, indo de nomes consagrados a outros mais jovens. Ousava
mesmo incluir um Zanine, a quem poucos então aceitavam como arquiteto, apesar do seu imenso talento.

Jorge Machado Moreira: Residência Antonio Ceppas e projetos no Fundão: Hospital de Clínicas,
Faculdade Nacional de Arquitetura, Escola Nacional de Engenharia e Instituto de Puericultura

MMM Roberto: Pavilhão Lowndes, Edifícios Marquês de Herval e Souza Cruz, Centro de Exposições da
Bahia

Henrique Mindlin: Edifício Avenida Central

Helio Ribas Marinho e Marcos Konder: Monumento aos Mortos da 2ª Guerra Mundial

Sergio Bernardes: Pavilhão do Brasil em Bruxelas, Residência do arquiteto, Hotel de Manaus, Instituto
Brasileiro do Café

Ricardo e Roberto Menescal: Clube Costa Brava e Condomínio Joatinga, ambos no Joá

Paulo Casé: Edifício de apartamentos na Lagoa Rodrigo de Freitas, Edifício Estrela de Ipanema

José Zanine Caldas: Condomínio Portinho de Massarú

Luis Paulo Conde: Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Oscar Niemeyer: Israel: Cidade no Negev, Universidade de Haifa e Residência Rothschild; França: Partido
Comunista Francês, Centro Espiritual dos Dominicanos em Sainte Baume e Bolsa de Bobigny, ZACs (áreas a
urbanizar) de Grasse, Dieppe e Villejuif; Argélia: Mesquita, Centro Cívico de Argel, Universidade Constantine
e Parque Ecológico; Itália: Editora Mondadori em Milão e Fata Engineering em Turim; Rio de Janeiro: Hotel
Nacional; São Paulo, Centrais Elétricas do Estado de São Paulo.

https://mdc.arq.br/2011/03/29/a-quatro-maos-arquitetura-moderna-brasileira-1978-82/ 5/34
15/09/2017 A quatro mãos : Arquitetura Moderna Brasileira, 1978-82 | mdc . revista de arquitetura e urbanismo

Manaus

Foi em seu escritório no Rio que conhecemos Severiano Mário Porto, cujo premiado projeto para a residência
Schuster, então há pouco publicado na Projeto, tinha nos encantado. Ao vivo e a cores, foi bem depois que
Marlene e Marcos foram a Manaus e visitaram suas obras. Naquela altura já eram bons amigos, haviam se
encontrado na Bienal de Buenos Aires em 1986, quando Severiano ganhou o Grande Prêmio e Marcos, o Cubo de
Bronze.

Severiano Mario Porto: Sede administrativa da Portobrás, Superintendência da Zona Livre de Manaus,
Campus da Universidade do Amazonas, Residência do arquiteto e Residência Robert Schuster em Tarumã-Açu

Salvador

A seguir veio Salvador, e aí a coisa ficou ainda mais lenta, o calor mais intenso. Estávamos hospedadas no
Pelourinho, naquele mesmo hotel onde havíamos ficado durante o Congresso de História da Arquitetura, em 1975.
E aproveitamos para curtir o centro histórico, para nós bem mais interessante que a arquitetura baiana mais
recente.

Se nos lembramos corretamente, nosso primeiro contato foi com o arquiteto Assis Reis, por indicação do Guedes.
Ele nos recebeu super bem e uns jovens arquitetos de seu escritório nos levaram para conhecer suas obras. Foi ele
quem nos falou do projeto do Lelé para o centro administrativo da Bahia. Fomos visitá-lo: era um imenso canteiro
de obras; prontos apenas a igreja e o pavilhão de exposições. Confessemos, Salvador não foi tão empolgante como
o Rio e nossas escolhas ficaram – não sabemos mais porquê – excessivamente restritas, muita gente interessante
ficou de fora.

Francisco Assis Reis: Ginásio Humanístico de Pojuca, Centro Comunitário Batista, Hospital Geral de
Canela, Companhia Hidroelétrica do São Francisco, Centro Médico Albert Schweitzer, Residência José Paixão
em Itapoã

João Filgueiras Lima: Centro Administrativo do Estado da Bahia: Secretaria, Centro de Exposição e Igreja

Recife

No Recife, depois de muita dificuldade para encontrar um lugar para nos hospedar – era férias, a cidade estava
lotada –, conseguimos um quarto em uma casa particular em Boa Viagem. Já estávamos pegando o jeito, ficando
espertas, e logo nos pusemos a telefonar para a lista que tínhamos obtido graças à Cristina Jucá, uma ótima
indicação do Miguel. Quando tentamos os primeiros contatos descobrimos, desconsoladas, que estava todo
mundo fora, passando a temporada de verão na praia, seja lá o que isso signifique para quem mora em uma cidade
litorânea… Depois de muito esforço, conseguimos convencer alguns arquitetos a nos receber na semana seguinte.
Nada a fazer, seguimos a receita do Sergio Bernardes: banhos de mar e longas caminhadas por Boa Viagem.

Até aproveitamos para dar uma espiada naqueles prédios de apartamentos tão bem construídos da beira mar, a
maioria deles – descobrimos depois – projeto do Borsoi. Próximo à casa onde estávamos hospedadas havia um
prédio muito diferente, de planta curva e bem mais alto, talvez o Edifício Holiday, famoso treme-treme local.
Nesse meio tempo, também encontramos o Regis, um amigo da Sylvia de São Paulo, que havia montado um
laboratório no centro histórico, próximo ao Capibaribe, para fazer a restauração das peças de ferro e cerâmica
recolhidas dos destroços de um galeão que havia naufragado por lá no século dezessete. Os detalhes de que a gente
lembra…

O primeiro arquiteto que nos recebeu foi o Vital Pessoa de Melo, quem nos mostrou a cidade e nos deu uma ideia
geral do que os arquitetos estavam realizando. Na sequência, estivemos com o Borsoi. Ele nos deu uma entrevista

https://mdc.arq.br/2011/03/29/a-quatro-maos-arquitetura-moderna-brasileira-1978-82/ 6/34
15/09/2017 A quatro mãos : Arquitetura Moderna Brasileira, 1978-82 | mdc . revista de arquitetura e urbanismo

muito boa, cândida mesmo, contando sobre os reveses da experiência do Cajueiro Seco, e explicou que, no
momento, estava se dedicando mais a projetar, em parceria com sua esposa, a arquiteta Janete Costa, vários
prédios de apartamentos de luxo em Boa Viagem. Quem nos levou para conhecer vários desses prédios – um
melhor que o outro, todos com soluções hábeis para aproveitar a brisa do mar na ventilação interior – foi o seu
filho, Marco Antonio Borsoi, então se iniciando na profissão.

Houve um jantar na casa dos arquitetos Clementina Duarte e Armando de Holanda, num bairro mais afastado.
Este foi, sem duvida, o encontro mais fascinante de toda a viagem: o Armando nos seduziu, era um idealista e
estava muito perturbado com o estrago que a construção do Porto de Suape iria fazer no Cabo de Santo Agostinho,
local histórico de grande beleza, e nas praias próximas, como Gaibu. Com ele visitamos justamente o Cabo, onde o
Armando estava ousando erigir um monumento de protesto. Atenção, era 1979 e o porto era uma daquelas obras
megalomaníacas da ditadura, causando terríveis danos ambientais sem que ninguém pudesse chiar, exatamente
como iria acontecer alguns anos depois quando destruíram Sete Quedas para construir Itaipu. Armando nos levou
também ao Parque Nacional dos Guararapes, para o qual havia projetado uma série de equipamentos seguindo os
preceitos que havia exposto em seu livro Roteiro para construir no Nordeste, um trabalho inspirador
recentemente reeditado. 18

Conhecemos outros profissionais interessantes, como o Reinaldo Esteves, o Jório Cruz e o Élvio Polito. A imagem
que ficou desses arquitetos do Recife é que eram cultos e sofisticados, muitos deles com formação na França ou na
Inglaterra. Todavia foram poucos cujas obras citamos.

Delfim Amorim: Edifícios Santa Rita e Acaiaca

Acácio Gil Borsoi: Residência Clovis Rolim, Cajueiro Seco, Fórum de Teresina, sede do Ministério da
Fazenda em Fortaleza

Armando de Holanda: Parque Nacional dos Guararapes e Monumento Rodoviário de Garanhuns

Fortaleza

Aqui as duas amigas se separam. Marlene volta para São Paulo e Sylvia segue para Fortaleza. Agora quem relata é
ela, reclamando que não tem a memória da Marlene e nem a sua veia poética.

Graças à amizade dos tempos do curso de especialização em patrimônio de 1974, entrei em contato com o colega
Luciano Guimarães, outro guia incansável. Mais uma vez um acolhimento caloroso e a descoberta de um ambiente
profissional afinado. Tanto que, em retrospecto, a seleção parece ter sido bem equilibrada.

Liberal de Castro eu conhecia, fora meu professor justamente em 1974. Igualmente o Neudson e o Campello,
arquitetos atuantes no IAB que já havia encontrado em São Paulo. Novidade foi conhecer arquitetos mais jovens,
preocupados em realizar obras adequadas ao clima e empregando materiais locais. Como a Nícia – quem
reencontraria logo depois em Brasília, pois começamos juntas a dar aula na UnB em 1982 –, que me levou para
visitar algumas das suas casas. Ou o Nelson Serra e o José Alberto, que me falaram da bela experiência de Morada
Nova. E um personagem inesperado: Fausto Nilo, arquiteto dublê de compositor, parceiro letrista do Morais
Moreira em todos aqueles frevos maravilhosos! Paradoxalmente, a sua arquitetura ia na direção oposta, menos
regional e mais influenciada pelo brutalismo dos paulistas.

José Liberal de Castro: atuação no Sphan

Neudson Braga: Banco do Estado do Ceará e Centro de Hemoterapia

Neudson Braga e José Liberal de Castro: Campus da Universidade Federal do Ceará

https://mdc.arq.br/2011/03/29/a-quatro-maos-arquitetura-moderna-brasileira-1978-82/ 7/34
15/09/2017 A quatro mãos : Arquitetura Moderna Brasileira, 1978-82 | mdc . revista de arquitetura e urbanismo

Nícia Bormann: várias residências

Gerhard Bormann: sedes do Banco do Nordeste em João Pessoa e Natal, Estádio de Fortaleza e residências

Roberto Castelo e José Furtado: Assembléia de Fortaleza

Paulo Cardoso: agências do Banco do Nordeste, Residência do arquiteto

Nelson Serra e José Alberto de Almeida: Morada Nova

Curitiba

Para fechar o percurso, a Sylvia vai a Curitiba, onde se encontra com o Jaime Lerner, o qual descreve em detalhe o
processo de planejamento da cidade e lhe dá um conjunto enorme de publicações sobre suas ações como prefeito,
o qual ela guarda até hoje com carinho…. Deve ter sido preguiça dela, em nossa seleção apenas citamos a dupla
Luiz Forte e José Maria Gandolfi e nos concentramos nos aspectos urbanísticos.

Jorge Wilheim: Plano Diretor de Curitiba

Jaime Lerner: desenvolvimento do Plano Diretor de Curitiba no Instituto de Planejamento de Curitiba,


IPUC

Porto Alegre e Brasília

Não dava para continuar viajando e ainda faltava muita coisa. Jamais teríamos dado conta do serviço se, para
cobrir as principais lacunas, o Miguel não tivesse nos ajudado com Porto Alegre e Brasília. Se a seleção de Porto
Alegre foi boa, o crédito é dele; se erramos feio, assumimos a culpa.

Demétrio Ribeiro: apenas citado

Edgar Graeff: Planos diretores para Caxias, Alvorada do Norte e Uruaçu, Residência para o Ministro de
Minas e Energia em Brasília, Hotel Laje de Pedra

Carlos Fayet, Claudio Luiz Araujo, Moacir M. Marques e Miguel Alves Pereira: Refinaria
Pasqualini

Carlos Fayet e Claudio Luiz Araujo: Ceasa de Porto Alegre

Miguel Alves Pereira: Ginásio Concórdia

O mesmo quanto a Brasília:

Universidade de Brasília

Oscar Niemeyer e João Filgueiras Lima: Instituto Central de Ciências

João Filgueiras Lima: Laboratórios do Departamento de Engenharia e Conjunto Residencial da Colina

Leo Bonfim e Alberto Xavier: Alojamento de Estudantes

Paulo Zimbres: Reitoria

José Galbinski e Miguel Pereira: Biblioteca Central

https://mdc.arq.br/2011/03/29/a-quatro-maos-arquitetura-moderna-brasileira-1978-82/ 8/34
15/09/2017 A quatro mãos : Arquitetura Moderna Brasileira, 1978-82 | mdc . revista de arquitetura e urbanismo

Jose Galbinski: Restaurante Universitário

Ricardo Farret e Paulo Zimbres: Centro Esportivo

Maurício Roberto: Banco da Amazônia

Alcides da Rocha Miranda: Banco Nacional de Desenvolvimento

Pedro Paulo de Mello Saraiva e Paulo Mendes da Rocha: Confederação Nacional da Indústria

Sergio Souza Lima: Superquadra do Itamaraty 19

Ícaro Castro Mello: Centro Esportivo e Ginásio

Pedro Paulo de Mello Saraiva, Sergio Ficher e Henrique Cambiaghi: Escola Fazendária

João Filgueiras Lima: Hospital de Taguatinga e Edifício Camargo Correia

Frente à frente com o Brazil

A viagem fora frutífera; havíamos encontrado arquiteturas diversas, resultado da geografia e do clima, da cultura
local e seu tipo de vida, dos materiais empregados… Porém todas inescapavelmente modernas, todas
reconhecíveis pelo gene comum, todas direta ou indiretamente fruto da difusão do modernismo pelo país.

Encerrada a farra dos passeios, chegara a temida hora da redação. Seja lá o que se ache delas, escrever as duas
primeiras partes não foi problemático. Simplesmente recontamos a versão heróica que nos havia sido transmitida
pela tradição oral das aulas de história da FAU, em especial aquelas do Eduardo Kneese de Mello. Versão essa que
ia “desde o começo”, ou seja, o Warchavchik, passando pelo Corbusier no Brasil, o Ministério e o fenômeno
Niemeyer, fechando em Brasília. 20
Para evitar maiores gafes, nos valemos da magra historiografia nacional de
então e de um trabalho praticamente desconhecido por aqui, a tese de doutorado de Yves Bruand – atenção, não o
livro, este só sairia em 1981, a tese de 1973. 21
Fontes essas, todas, que não fugiam em muito daquela versão
heróica. Para maior precisão, nos apoiamos em informações coletadas nas revistas de arquitetura. Naqueles
primitivos tempos sem catálogos online, um auxiliar indispensável foi o Índice da Arquitetura Brasileira, aquele
que vai de 1950 a 1970. 22

Redigidas essas três partes, incluímos à guisa de conclusão uma sumária revisão da literatura, alinhavando os
títulos mais influentes – lapso indesculpável, entre outros, é a ausência do livro do Lemos, Arquitetura Brasileira,
lançado naquele ano de 1979. 23
E uma mais sumária ainda tentativa de discussão de um processo de
regionalização que nos parecia estar em curso. Metidas, ousávamos até prever o regionalismo crítico. 24

O após Brasília: 1960-1979

Foi a terceira parte que exigiu bem mais das autoras. A nosso ver, é nela que reside algum interesse que –
porventura – o Arquitetura Moderna possa ter hoje. Como aborda o período posterior àquele abrangido pela tal
versão heróica, naquele momento era ainda terra ignota, território não mapeado – à exceção justamente do
capítulo “Os tempos recentes” do livro do Lemos, que bestamente não consultamos.

É nela que tivemos que fazer a nossa própria escolha de arquitetos mais expressivos e obras mais representativas
– o who’s who e what’s what da Sylvia e da Marlene. Inúmeros desses arquitetos, apesar de muito conhecidos,
renomados mesmo à época, eles não haviam sido até então objeto de qualquer referência na crônica da profissão,

https://mdc.arq.br/2011/03/29/a-quatro-maos-arquitetura-moderna-brasileira-1978-82/ 9/34
15/09/2017 A quatro mãos : Arquitetura Moderna Brasileira, 1978-82 | mdc . revista de arquitetura e urbanismo

como o Zanine, o Borsoi, o Assis Reis, o Lelé, o Zimbres, ou o Conde. É verdade também que outros que citamos
nunca mais foram lembrados…

Apesar da arbitrariedade da escolha – qual seja, as nossas preferências, o nosso gosto pessoal e, por que não, até
mesmo as nossas simpatias e antipatias –, o que mais nos surpreende em tal seleção, aqui e agora, é a sua
permanência. Essa mesma seleção continua sendo repetida até hoje – quase ipsis litteris – em trabalhos
historiográficos. Ela como que se tornou uma continuação da velha versão heróica. Acerto de julgamento ou mera
coincidência, nada além de casualidade? Pior, talvez um vicioso e viciado efeito de teoria?

Acabando com o Brazil

Mal traduzido para o inglês, em algum momento em 1979 enviamos para o Sanderson aquele que seria apenas o
primeiro esboço do “Brazil”. 25
Ele, numa demonstração de extremo profissionalismo, meses depois devolveu o
texto com o inglês todo revisto, 26 acompanhado de uma longíssima carta na qual malhava o trabalho do começou
ao fim, em particular a terceira parte, aquela em que mais havíamos caprichado. Só para dar o tom, aí vai um dos
trechos mais duros:

I have worked long and very hard on your contribution… I am sorry that I cannot accept the second
part (after the discussion of Brasilia) even as it now stands in my revision. There are simply too
many very incomplete discussions in it…Ask yourselves just what are the major trends in Brasil’s
architecture… and decide whether they are clear from your chapter (and they are really not clear to
me). 27

Porém restava uma esperança:

I am sure that your chapter as it stands has all the “raw material” necessary for an excellent chapter,
but it requires more shaping now.

A paulada vinha acompanhada de uma lista de questões a serem esclarecidas – vinte e seis para sermos precisas.
Foi graças às suas críticas e perguntas oportunas que pudemos perceber como o nosso trabalho era fraco,
amadorístico. Mãos à obra, perguntas divididas entre Marlene e Sylvia, finalmente surgiu um texto, ou melhor um
copião. Trechos em inglês, trechos em português…

A tradução definitiva foi feita por ninguém menos do que o Dr. Paulo Emílio Vanzolini, então diretor do Museu de
Zoologia da USP. A Sylvia já o conhecia e, na maior cara de pau, pediu que nos ajudasse. E ele não se restringiu a
fazer uma tradução. Trabalhavam à noite em seu gabinete no museu, ele traduzindo e afinando o texto, ela
anotando tudo. De noite correções, de dia datilografia do trabalho da noite anterior, isto por uns 10 dias… É a ele
que devemos o que de bom tem a redação do “Brazil”.

https://mdc.arq.br/2011/03/29/a-quatro-maos-arquitetura-moderna-brasileira-1978-82/ 10/34
15/09/2017 A quatro mãos : Arquitetura Moderna Brasileira, 1978-82 | mdc . revista de arquitetura e urbanismo

Por fim, havia um texto se não brilhante, pelo menos correto e em bom inglês, que enviamos em maio de 1980.

Please find enclosed the final rewrite of our chapter… We were helped in the translation by Dr. Paulo
Vanzolini (Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo) and would like to have this fact
acknowledged somewhere in the article – we thank Dr. Vanzolini for his patient and careful reading
of the chapter. 28

Apesar das ácidas críticas anteriores, o Sanderson findou por aceitá-lo, conforme nos informou a 2 de outubro:

Your manuscript is part of the Handbook indeed and is now in production at the Greenwood Press.
Forgive me for not writing sooner and thanks for a good chapter. 29

O enredo continuou ainda por algum tempo, por conta de ilustrações e detalhes menores. Em novembro de 1981 o
Handbook estava pronto, confirmando o que nos informara Sanderson em sua última correspondência:

Production of the book is on schedule and we should see the finished volume of some six hundred to
seven hundred double-columned text pages [de fato, 623 páginas] with two hundred and fifty
illustrations published by November of this year (Nov 20th). 30

Encucado, pesquisado e escrito entre 4 de setembro de 1978 e 14 de maio de 1980, o “Brazil” estava publicado!!

Enfim o Arquitetura Moderna

Um serviço que dera tanto trabalho, que não era de todo ruim e que poderia servir como uma primeira leitura
para os estudantes, não um manual no padrão do Bruand, algo mais singelo, porém chegando até a década
posterior à sua tese. Que tal publicá-lo?

Neste ato final as datas não vão ser tão precisas, deve ter ido de fins de 1980 a inícios de 1981. Feita a tradução,
sim, a tradução de algo que nunca existira integralmente em português, selecionamos as ilustrações e montamos
um “manuscrito”, algo tosco considerando os recursos digitais de hoje. 31 E o editor? A opção era óbvia… O Vicente
Weissenbach topou, convidamos o Miguel para escrever a introdução.

https://mdc.arq.br/2011/03/29/a-quatro-maos-arquitetura-moderna-brasileira-1978-82/ 11/34
15/09/2017 A quatro mãos : Arquitetura Moderna Brasileira, 1978-82 | mdc . revista de arquitetura e urbanismo

Tudo parecia encaminhado…


Que nada, o Vicente não gostou
da conclusão. Mais trabalho,
mais uma conclusão que, em
retrospecto, também tem,
entre outras, uma falha grave:
o fato de não termos
incorporado a ela justamente a
conclusão em inglês, aquela
com o rapidíssimo balanço da historiografia. Dada a dificuldade de acesso, aí vai o melhor trecho:

The study of contemporary Brazilian architecture suffers from the lack of historical texts. Brazil
Builds (1943), Henrique Midlin’s books (1943, 1956), several articles by Lucio Costa, all written
before 1960, and some scattered essays by architects have only recently been substantially
augmented by Yves Bruand’s L’Architecture contemporaine au Brésil, a doctoral thesis published in
1973, exhaustively covering the field from 1900 to 1968. These important sources are complemented
by architectural journals of a usually short or intermittent life in which there has been a notable
absence of criticism and an exaggeratedly high valuation of architectural output. Perhaps in part this
may be explained by the fact that Brazilian law does not clearly define the architect’s profession
which overlaps with the civil engineer’s. Another contributing factor to this situation may well be
that the cultural activity we know as architecture, after giving Brazil some international renown
during the 1940s and 1950s, came to be viewed with suspicion during the 1960s concurrently with
certain internal political changes. 32

Mesmo assim, descontadas as limitações das fontes e das autoras, ambas as conclusão, do “Brazil” e do
Arquitetura Moderna, ainda interessam como documento de época. Inclusive, trazem esboçada uma primeira
abordagem de algumas questões que só nas últimas duas décadas têm sido objeto de maior reflexão de nossa
parte, historiadores e críticos de arquitetura, como a conflituosa relação entre o internacionalismo do movimento
moderno e o desejo de afirmação de uma cultura nacional. Como então escrevemos:

Através da incorporação de uma teoria arquitetônica, que se propunha com validade internacional,
foi possível a coexistência das duas aspirações contraditórias – a adequação da arte e da arquitetura
brasileiras [a]os estágios mais avançados da produção européia e a superação da dependência
cultural. 33

Em 1982 seria a vez do Arquitetura Moderna ser publicado! Quando o vimos, uma grata surpresa: não só uma
elegante programação visual como tudinho fora desvairadamente ilustrado, coisa que jamais havíamos imaginado

https://mdc.arq.br/2011/03/29/a-quatro-maos-arquitetura-moderna-brasileira-1978-82/ 12/34
15/09/2017 A quatro mãos : Arquitetura Moderna Brasileira, 1978-82 | mdc . revista de arquitetura e urbanismo

que seria feita e da qual não tivéramos conhecimento. Contribuição ímpar do Hugo Segawa, que repetira o nosso
roteiro e foi muito além, lá onde não havíamos ido, fotografando todas as obras citadas. Contribuição ímpar, sim;
afinal várias delas estavam sendo publicadas pela primeira vez.

O lançamento foi a 7 de dezembro na loja da Oca, na Faria Lima, cedida por seu dono, cujo nome não recordamos.
Graças à prodigalidade do Vicente, era tanta bebida que a noite de autógrafos só poderia ser um sucesso!!

Mais imagens do lançamento do livro na galeria abaixo

Algo mais do que recordações

How shall we beguile the lazy time


If not with some delight?

Shakespeare, A midsummer-night’s dream

Tantas estórias meio esquecidas, vem o convite da Ruth para participarmos da sua sessão temática naquele que foi
o primeiro evento da longamente ansiada Anparq. 34 Valeu o reencontro com quem fomos. E o reencontro com um
Arquitetura Moderna até que algo valorizado, hoje vendendo por até cem reais, e como livro raro… 35

Porém tudo isso é folclore. A quatro mãos novamente, voltemos à carta do Sanderson de dezembro de 1979. Há
nela um comentário curioso:

I knew that developments in your country were very important, but now from your contribution I
realize that even I had underestimated just how important they were in our filed.

Tal constatação ecoaria na sua introdução do Handbook, “Trends in Contemporary Architecture”:

South America had been made well aware of the new style of buildings by Le Corbusier himself
during his lecture tour of the continent in 1929. architects in Argentina, Brazil, and Uruguay were
especially receptive to his ideas, and in 1936 he was invited to Brazil as a consultant for what became
a landmark of modern architecture in South America, the Ministry of Education and Health building
in Rio de Janeiro (1936-1943). This had effects not only during the forties in South America but also
in the fifties in the Republic of South Africa where the Meat Board Building in Pretoria (1951) by
Stauch and Partners is related to it, according to I. Prinsloo. 36

I. Prinsloo? Ora, o autor do capítulo sobre a África do Sul do Handbook, quem nos brinda com uma inesperada
assertiva:

The local experience with the International Style had not been entirely satisfactory due to technical
failure and public rejection, and architects actively sought other modes of designing in the postwar
period. At this time a new set of diverse influences entered the field; the influence of Scandinavian
work, the gentler brick architecture of persons such as Dudok (both under the rubric of New
Empiricism), and the recent work done in Brazil and made known to South Africans by the

https://mdc.arq.br/2011/03/29/a-quatro-maos-arquitetura-moderna-brasileira-1978-82/ 13/34
15/09/2017 A quatro mãos : Arquitetura Moderna Brasileira, 1978-82 | mdc . revista de arquitetura e urbanismo

publication of Brazil Builds (Goodwin, 1943) with photographs by Kidder Smith. The Brazilian work
in particular had a wide and pervasive influence, especially in Pretoria with its hot climate, and on a
group of architects who were culturally particularly receptive to a new, non-European architecture.
The capital city of the country was the center of those pressures which sought to develop a particular
South African identity and, in building, Brazilian models seemed more appropriate than European
ones. The influence was mainly two fold: that relating to vernacular building, that is, seeing that
vernacular building could provide a legitimate point of departure for modern building; and that
relating to building form as such, in particular lessons from the Ministry of Education and Health
Building, Rio de Janeiro (Lucio Costa and others, with Le Corbusier, 1942). The brise-soleil, the use
of pilotis, and the use of a regular frame to contain the other elements, were particularly emulated.
The Meat Board Building, Pretoria (Stauch and Partners, 1951), is a good example of the application
of these ideas and the fact that the Institute of South African Architects gave an Award of Merit to it
signifies the importance attributed to these ideas. 37

Mais imagens na galeria abaixo

Essas leituras, lá no longínquo 1981, foram extremamente sugestivas. Nenhuma novidade então encontrar
comentários – elogiosos ou abertamente adversos, tanto faz – sobra arquitetura brasileira nos principais manuais
estrangeiros sobre o modernismo – hoje rotulados de “textos canônicos”, o que só faz reforçar a versão heróica
eurocêntrica. Veja-se o Hitchcock (1958), o Benevolo (1960) e, bem depois, o Tafuri e Dal Co (1976) e o Frampton
(1980). Fora do nosso limite temporal, Curtis (1982) tampouco têm algo diferente a dizer deste ponto de vista.

Em trabalhos publicados até aquela época, raramente havíamos nos deparado com informações tão embasadas
como aquelas do Prinsloo sobre o impacto da arquitetura brasileira – leia-se, carioca – no exterior.

Oscar Niemeyer, vá lá que seja. Ainda que, apesar de toda a fama, ele tenha sido sempre injustiçado quando se
trata de ressaltar a sua ascendência sobre outros arquitetos mundo afora. Lá pra trás, considere-se a sua óbvia e
raramente apontada influência nas mais importantes realizações de Wallace Harrison. 38
Nos tempos atuais, só
não vê quem não quer a maniera niemeyeriana refletida na obra dos mais incensados arquitetos do star system
arquitetônico, como Santiago Calatrava ou Christian de Portzamparc. Mesmo que não economizem elogios,
destes, apenas Zaha Hadid parece prestar a devida vênia e reconhecer a dívida. 39

Já o Brazil builds em circulação em Pretoria nas década de 1940? E o Ministério modelar e fazendo escola por lá?
Até mesmo o nativismo sendo reverenciado e objeto de reflexão??!?!

Uma relativa exceção encontra-se em um dos tais canônicos. No último capítulo do seu Outline, “From the end of
the First World War to the present day”, Nikolaus Pevsner, apesar de não afirmar categoricamente uma primazia
do modernismo brasileiro de 1945 em diante, cita-o extensivamente – como sempre um pouco de Reidy e muito
de Niemeyer –, para exemplificar tanto o que vê de positivo como de negativo na produção arquitetônica da
época. 40

Ao discutir a difusão do International style, por duas vezes Pevsner se refere ao Brasil em primeiro lugar: With
this the barrier of the Second World War is passed. The war meant to many countries – though not to all –

https://mdc.arq.br/2011/03/29/a-quatro-maos-arquitetura-moderna-brasileira-1978-82/ 14/34
15/09/2017 A quatro mãos : Arquitetura Moderna Brasileira, 1978-82 | mdc . revista de arquitetura e urbanismo

another break of five years and more. Brazil had built what she liked…; ou Fifty years after its creation [the
style of the twentieth century] it has its outposts nearly everywhere… He [the critic] has to visit Brazil without
any doubt… 41 Paradoxalmente, após censurar enfaticamente o que denomina the revolt from reason dos cariocas,
as realizações que escolhe para elogiar como “racionais” são o conjunto da ONU e a Lever House, ambos com
óbvia pitada de carioquice. Adiante, outro exemplo elogiado por seu caráter pitoresco é o conjunto residencial
Roehampton (1952), em Alton West, Londres, bastante próximo do Parque Guinle (1949-1954) e mais ainda da
posterior superquadra brasiliense. 42

Bem mais explícitos e efetivos, na literatura estrangeira vêm à mente Percy Johnson-Marshall e Marcus Whiffen
como autores que haviam, até então, dado crédito aos brasileiros por inspirarem arquitetos estrangeiros, por seu
impacto no cenário internacional no segundo pós-guerra. E isto em dois países centrais, Estados Unidos e
Inglaterra. Já a Europa continental nunca se manifestou, sempre passou batida pelo assunto.

Referindo-se à Lever House, em Nova York, Johnson-Marshall escreve:

This superb design by architects Skidmore, Owens and Merrill for Messrs Lever was a pioneer in the
form of commercial office buildings… A simple vertical form, larger but of approximately the same
shape as the Ministry of Education building at Rio, was placed over a low platform consisting of a
two-storey hollow square with most of the ground floor left open. Compared with almost any other
building in Manhattan (except the U.N. Building) the public gain was very great. It was this building
that we made our prototype for the Barbican scheme in London, proposing a number of tall blocks
with low slabs, the latter being joined by bridges to form a complete upper level pedestrian system.43

Em outras palavras, bom mesmo em Manhattan só a Lever e a ONU – ambos filhotes do Ministério. Idem para a
reurbanização do Barbican, em Londres…

Whiffen é peremptório. No capítulo “The New Formalism” de seu livro American Architecture since 1780, após
citar obras de Philip Johnson, Minoru Yamasaki e Edward D. Stone, afirma:

The architects of the New Formalism are unashamed in their pursuit of delight…And it is to Stone,
more than any other single architect, to whom we owe the return of the arch, though the inverted
arcade, so popular with the designers of banks and real estate offices, has its source outside the
United States in Oscar Niemeyer’s presidential palace in the new capital of Brazil. 44

Comentário bem exemplificado por um bizarro projeto de E. Stewart Williams (1909-2005), arquiteto mais
conhecido como autor da casa de Frank Sinatra em Palm Springs…

Tudo isso nos levara a pensar que havia ali uma pista que valeria a pena investigar. 45 Entretanto nossos caminhos
seguiram outros rumos, assumimos outras responsabilidades e tal curiosidade findou um tanto abandonada em
algum canto da memória. Uma reflexão que sempre quiséramos aprofundar e à qual só agora, trinta anos depois,
retomamos para matar a saudade.

Helmut Stauch e o Meat Board Building

Muito preliminarmente, restringimo-nos a uma muito superficial varredura na web. Começando pela Stauch and
Partners. Surpresa: a firma, criada em 1943, ainda existe, denominada Stauch Vorster Architects, e – até onde se
pode confiar em uma fonte da internet e sem data… –, é o maior escritório de arquitetura da África do Sul e está
incluída entre os duzentos maiores do mundo. 46

O próximo passo foi saber algo sobre o seu fundador, Helmut Wilhelm Ernest Stauch. Nascido em 1910 em
Eisenach, Alemanha, sobre os inícios de sua trajetória profissional vale notar que estudou na Technische

https://mdc.arq.br/2011/03/29/a-quatro-maos-arquitetura-moderna-brasileira-1978-82/ 15/34
15/09/2017 A quatro mãos : Arquitetura Moderna Brasileira, 1978-82 | mdc . revista de arquitetura e urbanismo

Hochschule de Berlim – onde foi aluno do Neuffert; começou a fazer projetos na África do Sul em 1928 – país
onde seu pai enriquecera graças à descoberta de jazidas de diamantes; talvez tenha estagiado com Gropius e
Breuer. Por volta de 1935 se transferiu definitivamente para Pretoria, lá falecendo em 1970. 47

Por uma antiga colaboradora sua, Shelagh Suzanne Nation (1985), somos informadas que:

About a year after Wepener joined him [1948], he went on a boat trip to Rio de Janeiro with the
main intention of meeting Oscar Niemeyer and seeing his work… His visit to Niemeyer surprised
him in many ways. Although he had a deep admiration for the South American architect, Niemeyer’s
disregard for such practicalities as whether or not the roof leaked came as a shock to Stauch. But
Niemeyer’s emphasis on aesthetic values appears to have appealed to him strongly; it was to a large
extend dominant in his own architectural philosophy.

When, shortly after his trip, he was commissioned for the Meat Board Building, the Niemeyer
influence was clear. His design for this building aroused a great deal of interest. Writing on the
architecture of Johannesburg and environs, Nikolaus Pevsner discussed the lagging behind (in
architectural character) of public buildings in general and went on to say: “As for the public
buildings a similar change is perhaps imminent. There is at least one extremely encouraging case. To
design the new building for the National Meat Board a private architect H W E Stauch, was
commissioned (telegraphic address: Bauhaus, Pretoria), and the result is excellent… (The
Architectural Review, June, 1953). At least seven leading architectural magazines published full
articles on the building, students in South Africa made a point of visiting it and its impact continued
for years. 48

Adiante voltaremos ao artigo de Pevsner, fonte importantíssima recorrentemente citada e que pode ser consultada
na biblioteca da FAU/USP. Quanto ao próprio prédio, um site nos permitiu visualizá-lo pela primeira vez,
entender melhor a sua denominação original: National Meat Board Building, e saber a atual: Nipilar House. 49

Mais imagens na galeria abaixo

Norman Eaton

Estava aberta a estação de caça! Fuçando, fuçando, encontramos outra informação empolgante: em Pretoria a
influência do racionalismo carioca havia se manifestado ainda antes, na década de 1940, e isto em projetos de
outros arquitetos. Como Norman Musgrave Eaton (1902-1966) que:

… was commissioned in 1944 to design the Ministry of Transport Building… The design of the Ministry of
Transport Building was to be the first Modern Civic building in South Africa and also the first which was
directly influenced by the new Brazilian architecture, owing much to the Rio de Janeiro Ministry of Health
and Education. 50

https://mdc.arq.br/2011/03/29/a-quatro-maos-arquitetura-moderna-brasileira-1978-82/ 16/34
15/09/2017 A quatro mãos : Arquitetura Moderna Brasileira, 1978-82 | mdc . revista de arquitetura e urbanismo

Além desse prédio – do qual não encontramos ainda uma imagem –, achamos referências relevantes a mais dois
projetos seus. O Netherlands Bank, no qual entra em cena até Burle Marx!

Designed in 1953 the Netherlands bank was a summary of the Brazilian notions used in the Ministry
of Transport building. Vertical hardwood louvers were used on the western façade of the building as
solar shading towards the harsh afternoon sun. On his travels to Brazil, Eaton met with Roberto
Burle Marx (acclaimed Brazilian landscape architect) who inspired him to make use of a roof
garden… 51

E o Pretoria Wachthuis, cuja data não encontramos. Se olharmos distraidamente a sua foto, podemos nos
confundir e achar que fica aqui, no Flamengo, no Rio, ou em Higienópolis, em São Paulo.

Also the Pretoria Wachthuis (police administration building) owes much to the Brazilian influence – the use
of an arcade paved in marble mosaic murals that are linked by a sweeping double stairway to the upper
level, the introduction of brise soleil on the façade and elegant steel helical stairs in the double volumes of the
ground level shops. 52

Mais imagens na galeria abaixo

Ampliando o território

Os indícios estavam se acumulando, a investigação estava passando de factível a factual. 53


Continuando a
escarafunchar, fomos nos deparando com várias referências à influência carioca em Pretoria, como um artigo
mais recente do Prinsloo (1995), “South African syntheses – architecture”, trabalho que traz um amplo panorama
da arquitetura sul-africana do século 17 até o presente. 54

Previsivelmente, cita Pevsner o seu little Brazil ao discutir a segunda onda modernista, justamente aquela que
aqui nos interessa. Mesmo antes de ler o artigo de Pevsner – “Johannesburg: the development of a contemporary
vernacular in the Transvaal” – somos obrigadas a retificar o acima dito e reconhecer: agora temos um canônico
inequivocamente identificando uma difusão do racionalismo carioca na África do Sul no momento mesmo em que
ela estava ocorrendo. Após sua leitura, somos obrigadas também a retificar o nosso foco, uma vez que Pevsner
discorre mais sobre o que acontecia em Johannesburg e pouco nos diz sobre Pretoria – refere-se apenas a Eaton e
Stauch, e isso en passant. Assim, ele nos obriga a considerar a preeminência de Johanesburgo em nossa pesquisa:

I doubt if there is any other city in any other part of the Commonwealth which can offer the eye so
consistent and convincing a vision of the style of to-day… But the undeniable fact remains: the
unknown existence of a Little Brazil in the Transvaal.

All this new blocks of flats in Johannesburg are modern… Moreover, they are all of the same sub-
species of modern: with reinforced concrete frames and brick panels; plastered partly in pale
colours… They have horizontal windows, recessed or rectangularly projecting balconies, and
somewhere or other projecting frames.

https://mdc.arq.br/2011/03/29/a-quatro-maos-arquitetura-moderna-brasileira-1978-82/ 17/34
15/09/2017 A quatro mãos : Arquitetura Moderna Brasileira, 1978-82 | mdc . revista de arquitetura e urbanismo

The projecting frame is the hallmark of Johannesburg at this time. It reached town with Rex
Martienssen’s own house… The motif has been used by architects in England before the war more
frequently than in other countries. Maxwell Fry, Lubetkin, F. R. S. Yorke and Goldfinger all have
occasionally made use of it between 1935 and 1939… The popularity of the motif may well be due to
its wide acceptance by Brazil and the sudden fame won by Brazilian buildings, thanks to Mr. Kidder
Smith’s gloriously illustrated Brazil Builds of 1943. There examples abound, by Niemeyer, the
Robertos and so on. Whether Johannesburg swallowed it whole, thanks to Martienssen’s house or
Brazil Builds, I cannot say. Anyway, it is ubiquitous now. 55

E também a considerar uma longa lista de arquitetos para estudo, como o próprio Martienssen e seus sócios John
Fassler e Bernard Cooke – e mais Cowin e Ellis; H. H. Le Roith; Philip Karp; S. A. Abramovitch; Hanson, Tomkin
e Finkelstein; Bernard Janks; W. G. McIntosh; G. Candiotes; Stegman, Orpen e Porter.

Contudo, quanto Pevsner trata de arquitetura residencial, nos exemplos que mostra as influências não são mais
tão cariocas, predominando um gosto wrightiano por telhados de pouca inclinação e largos beirais e paredes cegas
de pedra não aparelhada. Tanto que uma das casas ilustradas, a residência Gershater, de Le Roith, traz à mente
nada mais, nada menos, do que residência Lacaze, projeto de 1941 de Vilanova Artigas.

Há ainda nuances políticas que não devem ser desconsideradas. Veja-se o artigo “The New Futurists”, de Ivor
Chipkin, que aponta uma relação entre a adoção da arquitetura moderna na África do Sul – tendo como modelo a
brasileira – e a legitimação de um governo de direita, o que nos recorda justamente o que aconteceu por aqui com
Getulio Vargas:

The Futurists thus split between those that eventually became Fascists and those that became
Communists. Indeed, this was precisely the ambivalence of the Modern Movement. Casa del Fascio ,
designed by Giuseppi Terragni and built in 1936, sometimes described as “the landmark of modern
European architecture” (Zevi, pp. 70-74) was commissioned by none other then Benito Mussolini to
celebrate and house the Italian Fascist Party! At roughly the same time Le Corbusier was in Moscow
doing the headquarters for the Pravda newspaper. Closer to home, we will see the apartheid
government invoke Modern Movement architecture to make their own claims to modernity. See, for
example, the Meat Board Building done by Helmut Stauch in 1952. 56

Ampliando ainda mais o território, um artigo de Roger C. Fisher, “Africa: Southern and Central Africa” – talvez
verbete de uma Encyclopedia of 20th Century architecture 57 – dirige nosso olhar para outros países africanos, em
especial aqueles de colonização portuguesa:

In the years directly following World War II, Expressionist modernism became popular on the
subcontinent, fired by the “Brazil Builds” exhibition (1943) and the subsequent publication of the
same name. Graduates from the architectural schools of the Witwatersrand and Pretoria
(established 1943) had a particular affinity for the style, and the highveld became a “Little Brazil,” a
style term used by [Clive] Chipkin (1993) and derived from Pevsner’s (1953) observation that
Johannesburg was “a little Brazil within the Commonwealth”. The appellation has expanded to all

https://mdc.arq.br/2011/03/29/a-quatro-maos-arquitetura-moderna-brasileira-1978-82/ 18/34
15/09/2017 A quatro mãos : Arquitetura Moderna Brasileira, 1978-82 | mdc . revista de arquitetura e urbanismo

southern African architecture of the 1950s and 1960s that reflects Brazilian influence. The idiom is
most flamboyant in the then-Portuguese colonies of Angola and Mozambique, particularly in
Lorenço Marques (now Maputo), with Pancho Guedes being its distinguished exponent. 58

Pancho Guedes

Entra em cena agora mais um personagem, Amâncio d’Alpoim Miranda “Pancho” Guedes (1925), artista
fascinante e, este sim, autêntico regionalista crítico.

Pancho Guedes – born in Lisbon in 1925, grew up in Lourenço Marques, Mozambique, and studied
in South Africa, where he discovered painting and the intensity of the Mexican muralists. He
graduated in Architecture at the University of Witwatersrand, in Johannesburg (1953), getting
academic recognition by Escola de Belas-Artes do Porto (Oporto School of Fine Arts) the following
year. His architectural work mainly focuses on Lourenço Marques (now Maputo), where he
developed an original style that would later be called Stiloguedes, disclosing influences ranging from
the paintings of Picasso to his friend Malangatana’s, from a dreamlike Freudian universe to African
sculpture, mixed with an expression characterised by a “Dadaist” disposition, fostered by his
friendship with Tristan Tzara. 59

Sua riquíssima obra, de uma variedade extrema, não admite classificações simplórias, como bem demonstra um
passeio pelo seu Vitruvius Mozambicanus. 60
Além disso, a nossa informação é muito tênue e, portanto,
insuficiente para incluí-lo com segurança no rol dos arquitetos influenciados pelo modernismo carioca:

…while he admired Le Corbusier’s commitment to painting and the forms of his buildings, he was
not attracted to the machine aesthetic of the ‘International Style’… His Latin temperament
responded more to the freer sculptural expressive forms of Brazilian architects like Alfonso Reidy
and Oscar Niemeyer, the Mexican Juan O’Gorman, the work of Frank Lloyd Wright, the buildings of
Antonio Gaudí, and his own growing response to African… 61

Ao cabo, encontramos apenas dois dentre os seus projetos que poderiam quiçá ser adequadamente entendidos
como resultado de uma tal inclinação, o prédio de apartamentos e lojas Maxaquene e a Padaria Saipal, ambos em
Maputo, mas nem sabemos suas datas.

Pancho Guedes de há muito tem relações com o Brasil, tendo participado da Bienal de São Paulo em 1961, com o
projeto de um prédio de apartamentos deliciosamente denominado “Leão que Ri”, ao que parece uma de suas
obras mais conhecidas. 62
Há pouco nos deu o ar da sua graça ao participar da 7ª Bienal de Arquitetura de São
Paulo, integrando a exposição “Europa, Arquitetura em Emissão”, representação oficial portuguesa. 63

Mais imagens na galeria abaixo

As colônias portuguesas na África e Lisboa?

https://mdc.arq.br/2011/03/29/a-quatro-maos-arquitetura-moderna-brasileira-1978-82/ 19/34
15/09/2017 A quatro mãos : Arquitetura Moderna Brasileira, 1978-82 | mdc . revista de arquitetura e urbanismo

Nessa mudança de delimitação e rumo, considerar as colônias portuguesas parte da trama levanta mais
interrogações. Temos agora várias alternativas para os vetores da difusão diagnosticada. Será que a inspiração
para essas arquiteturas veio diretamente do Rio, ou lá aportou via Johanesburgo e Pretoria, ou via Portugal? Ou,
ainda, será que chegou simultaneamente lá e em Portugal?

Peraí, como é que Portugal está entrando nessa estória? Simplesmente porque em Lisboa há um número
significativo de edificações que também trazem a mesma impressão digital carioca. Como o conjunto de quatro
prédios de apartamentos à avenida Infante Santo, sobre o qual nada sabemos, mas cujas fotos apóiam a sugestão.

Mais imagens na galeria abaixo

Harry Seidler

As pistas não param por aí. O Marcos Acayaba entrou na roda, nos contando que o vienense Harry Seidler (1923-
2006) estagiou por certo tempo no escritório de Niemeyer, no Rio. Isto foi em 1948; no ano seguinte mudou-se
para a Austrália, onde iria se tornar profissional de grande renome. Antes, estudou arquitetura no Canadá e nos
Estados Unidos – lá, cursou Harvard, onde foi aluno de Gropius; foi assistente de Albers no Black Mountain
College e de Aalto no MIT; e trabalhou com Breuer em Nova York.

E depois de ter circulado nessa incrível roda de vanguarda, escolhe Niemeyer para guru!! Fato confirmado por
Kenneth Frampton:

Surely one of the most vital aspects of Harry’s civic architecture was the important expressive role to
be played by structural engineering in the generation of his form as is very evident in such works as
the Navy Weapons Workshop on Garden Island, Sydney of 1985 and the Hong Kong Club in
downtown Hong Kong, completed one year before, with its 17 metre span column free spaces. One
might think of all of these works as amounting to a kind of isostatic baroque feeding partly off the
joint legacy of Oscar Niemeyer and Marcel Breuer, with whom Seidler had briefly worked in the late
40s, and off the work of Pier Luigi Nervi, who was a perennial presence in Seidler’s architecture via
his top assistant Mario Desideri, who was the engineer for many of Harry’s buildings from the mid-
60s onwards. 64

Sem maiores comentários, uma visita ao site da Harry Seidler and Associates – http://www.seidler.net.au/ –
permite verificar como a maniera niemeyeriana foi uma constante ao longo da sua carreira.

https://mdc.arq.br/2011/03/29/a-quatro-maos-arquitetura-moderna-brasileira-1978-82/ 20/34
15/09/2017 A quatro mãos : Arquitetura Moderna Brasileira, 1978-82 | mdc . revista de arquitetura e urbanismo

Mais imagens na galeria abaixo

Morris Lapidus

O Marcos tomou gosto; entusiasmado, chamou nossa atenção para outro arquiteto de grande sucesso, Morris
Lapidus (1902-2001).

The Lapidus store designs of the 1930’s and 40’s were groundbreaking in their expansive use of
glass, focused lighting, intriguing plans, innovative signing, theatrical impact and timelessness. He
was a fearless designer, who was regularly mocked by his more “sophisticated” colleagues as a
“schlock meister”, but nevertheless continues to have a significant impact on the world of
commercial design. 65

Mas a fama internacional veio mesmo com o seu Fontainebleau Hotel, em Miami, projetado justamente três anos
depois de sua visita a Niemeyer. Conforme contou em uma entrevista:

JC: As far as yours hotels are concerned, don’t you think you have a colleague in this kind of
architecture in Oscar Niemeyer?

ML: I didn’t mention him? He had a great influence. I went to Brazil in 1949, and, of course, the one
man I had to see was Oscar Niemeyer, because he was a man who was doing things the way I
thought they should be done.

HK: He had the wavy lines, undulating walls.

ML: Yes, all of that. But you must remember that, in 1949, I was still very unsure of myself, didn’t
think of myself as an architect doing anything worthwhile: only stores and offices. But I had watched
Niemeyer and, actually, in 1949, he wasn’t firmly established yet. He had designed Pampulha. I
spent more than half a day with him in his office, and then we spent an evening together at his
home. We talked and talked a great deal, and I am sure that his influence must be there pretty
strongly. However I found his influence only in the architectural shell. His interiors were quite
barren. He had no feelings for interiors. They meant nothing to him. He wanted sculptural
architecture like Le Corbusier, his great teacher. 66

E hoje, quando o individualismo romântico está de volta às paradas de sucesso, o estilo de Lapidus – visto por
muitos e por um longo tempo como um tanto brega – volta a ser objeto de encômios:

What Lapidus did, among other things, was to combine elements of Modernism from Le Corbusier,
Niemeyer, and Mendelsohn with local precedent to create a new building type—the American resort
hotel. 67

https://mdc.arq.br/2011/03/29/a-quatro-maos-arquitetura-moderna-brasileira-1978-82/ 21/34
15/09/2017 A quatro mãos : Arquitetura Moderna Brasileira, 1978-82 | mdc . revista de arquitetura e urbanismo

Mais imagens na galeria abaixo

Quem se habilita?

The actors are at hand;


and by their show, you shall know all,
that you are like to know.

Shakespeare, A midsummer-night’s dream

Fechando esta dupla viagem – pelo Arquitetura Moderna e pelo ciberespaço –, o que fica óbvio é a profunda
diferença entre o que é pesquisa na década de 1970 e hoje em dia. Para a primeira delas tivemos que ir de cidade
em cidade, localizar pessoas, dar telefonemas, fazer entrevistas e anotar conversas, visitar obras e mais obras, vez
ou outra conseguindo algum material impresso ou fotografias, sem contar datilografar cartas e levá-las no
correio…

Já nesta brincadeira de agora, valemo-nos quase que apenas da internet. Bendita e maldita internet! Salvo um
serendipitoso passeio por Lisboa, nem saímos de casa, a investigação mal começou – não examinamos outras
fontes primárias que não fotos de alguns prédios – e já temos fortes indícios de que há uma pesquisa promissora
pela frente.

De imediato, apresentam-se dois caminhos em nada excludentes.

Por um lado, dedicar-se a esse opulento veio, considerando como já explorado por outros autores: o impacto e
influência, seja da arquitetura brasileira em geral, seja em particular aquela carioca dos irmãos Roberto, de
Affonso Eduardo Reidy ou de Oscar Niemeyer, no exterior nas décadas de 1940 a 1960. Por outro, enveredar por
uma reflexão de ordem metodológica sobre quais critérios e parâmetros adotar no cotejo e validação de fontes,
agora que temos a web e seus imensos recursos para obter informações – tantas informações que podem nos
fascinar e, enfeitiçados, fazer-nos incorrer em graves equívocos.

E não é que o Andrey Schlee já está aproveitando suas férias em Punta del Este para se candidatar. Olha só o que
ele encontrou por lá!!

Quem mais se habilita?

https://mdc.arq.br/2011/03/29/a-quatro-maos-arquitetura-moderna-brasileira-1978-82/ 22/34
15/09/2017 A quatro mãos : Arquitetura Moderna Brasileira, 1978-82 | mdc . revista de arquitetura e urbanismo

galeria

https://mdc.arq.br/2011/03/29/a-quatro-maos-arquitetura-moderna-brasileira-1978-82/ 23/34
15/09/2017 A quatro mãos : Arquitetura Moderna Brasileira, 1978-82 | mdc . revista de arquitetura e urbanismo

https://mdc.arq.br/2011/03/29/a-quatro-maos-arquitetura-moderna-brasileira-1978-82/ 24/34
15/09/2017 A quatro mãos : Arquitetura Moderna Brasileira, 1978-82 | mdc . revista de arquitetura e urbanismo

notas

* Este artigo é uma versão revista e bastante ampliada do trabalho de mesmo título apresentado no simpósio
temático “Panoramas da Arquitetura Brasileira Moderna e Contemporânea”, organizado por Ruth Verde Zein no
1º Encontro Nacional da Anparq, realizado em 2010 no Rio de Janeiro, e publicado em seus anais. Na sua
elaboração então e agora, contamos com o apoio do acadêmico Luiz Eduardo Araújo.

1 Informações atualizadas na net sobre Sanderson são escassas, quase nil. Segundo o seu currículo no Handbook,
ele lecionou história da arquitetura medieval e moderna em várias universidades de diferentes países. Publicou
vários artigos em revistas especializadas e, entre outros, os livros: Frühmittelalterlichen Krypten von St. Maximin

https://mdc.arq.br/2011/03/29/a-quatro-maos-arquitetura-moderna-brasileira-1978-82/ 25/34
15/09/2017 A quatro mãos : Arquitetura Moderna Brasileira, 1978-82 | mdc . revista de arquitetura e urbanismo

in Trier (1968); Frank Lloyd Wright festival: Oak Park (1969); e Monastic reform in Lorraine and the
architecture of the outer crypt, 950-1100 (1971)

2 Correspondência de Sanderson a Sylvia, 5 jul. 1978.

3 De seus autores, à época conhecíamos de nome apenas Yves Bruand, responsável pelo capítulo “France”, e
Elizabeth D. Harris, pelos capítulos “Argentina” e “Venezuela”.

4 Busca sumária nos catálogos online de algumas das mais importantes bibliotecas universitárias brasileiras levou
a apenas um exemplar na Escola de Engenharia de São Carlos.

5 http://www.eurospanbookstore.com/display.asp?k=9780861720255&

6 http://www.bookadda.com/product/international-handbook-contemporary-warren-sanderson/p-97803132
14394-313214395

7 http://www.stoutbooks.com/cgi-bin/stoutbooks.cgi/86108

8 http://www.abebooks.com/servlet/SearchResults?an=Sanderson%2C+Warren&sortby=17&sts=t&x=46&

9 http://www.amazon.com/gp/offer-listing/0313214395/ref=olp_sort_p?ie=UTF8&shipPromoFilter=0&sort=
price&me=&seller=&condition=used

10 Acayaba e Ficher, 1978. A Sylvia era amiga do Vicente Wissenbach, que ela conhecia do Bar do Zé, na Maria
Antônia, e do escritório do Artigas, porque ele era cunhado do Alfredo Paesani. Então, isto facilitou a publicação
daquele nosso primeiro artigo na revista Projeto.

11 Trata-se do Curso de Especialização em Patrimônio Ambiental Urbano, no qual o professor Fitch ofereceu em
agosto daquele ano uma disciplina cujo conteúdo está publicado em Preservação do patrimônio arquitetônico
(São Paulo, FAU/USP, 1981).

12 Correspondência citada de Sanderson, de 1978. O prazo que ele otimistamente estabelecia era março de 1979.

13 Não conseguimos encontrar essa carta, mas a resposta de Sanderson esclarece este importantíssimo detalhe: 4
de setembro de 1978.

14 Correspondência de Sanderson a Sylvia, 18 set. 1978.

15 Expressão “oficializada” no título dos três volumes contendo depoimentos de onze arquitetos publicados pelo
IA/RJ naquele ano de 1978.

16 Este inadequado comentário tenta responder a pertinente indagação de Danilo Matoso Macedo.

17 Erroneamente grafado Itabira no livro.

18 Holanda, 1976. Cada uma de nós ganhou um exemplar; o da Sylvia foi emprestado para o Vicente quando
estavam preparando o Arquitetura Moderna e sumiu…

19 Aqui uma injustiça indesculpável: a omissão da Mayumi Souza Lima.

20 O segundo capítulo, grafado corretamente no manuscrito como “Brasília 1956-60”, no livro apareceu como
“Brasília 1856-60”.

https://mdc.arq.br/2011/03/29/a-quatro-maos-arquitetura-moderna-brasileira-1978-82/ 26/34
15/09/2017 A quatro mãos : Arquitetura Moderna Brasileira, 1978-82 | mdc . revista de arquitetura e urbanismo

21 Triste indicador daquela magreza, nossa bibliografia indicava 28 títulos entre livros e artigos e mais 10
periódicos.

22 Costa e Castilho (orgs.), 1974. Os demais volumes viriam muito depois, já nos anos 80.

23 A Sylvia, então, nem tem desculpa. Ela ganhou o seu exemplar do próprio Lemos e a dedicatória entrega
quando: 25 de setembro de 1979.

24 Ver Tzonis e Lefaivre, 1981 e 1985; e Frampton, 1983.

25 Mais uma data imprecisa; contudo temos uma carta do Sanderson, de 25 de maio, informando o recebimento.

26 Infelizmente não guardamos a sua versão corrigida.

27 Correspondência de Sanderson a Sylvia, 1 dez. 1979.

28 Correspondência de Marlene e Sylvia ao Sanderson, 14 maio 1980. Nossa solicitação foi aceita, constando lá na
primeira página do “Brazil”: The invaluable assistance of Dr. Paolo [sic] Vanzolini of the Museu de Zoologia,
Universidade de São Paulo, with the English translation as well as his patient and careful reading of this
chapter are most gratefully acknowledged by the authors.

29 Correspondência de Sanderson a Sylvia, 2 out. 1980.

30 Correspondência de Sanderson a Sylvia, 31 ago. 1981.

31 É esta origem em um texto “escrito para estrangeiros” que explica aquelas frases de apresentação de cada
cidade, falando de sua localização e clima, algo que talvez devêssemos ter cortado no livro…

32 Acayaba e Ficher, 1981, p. 171. Datando a sua elaboração e mostrando como a autocensura funciona, note-se o
eufemismo com que, na última frase, nos referimos à ditadura.

33 Ficher e Acayaba, 1982, p. 114.

34 Ou AnPark, segundo os consumistas de arquitetura e afins.

35 http://www.estantevirtual.com.br/rarissimuslibris/Sylvia-Ficher-Marlene-Milan-Acayaba-Arquitetura-Mo
derna-Brasileira-33716408

36 Sanderson, 1981, p. 4.

37 Prinsloo, 1981, p. 454.

38 Isto apesar de ser de amplo conhecimento que Harrison era bastante familiarizado com o estilo de Niemeyer,
tendo sido o responsável pelo detalhamento do projeto da ONU (1947-53). Veja-se, de sua autoria, o Lincoln
Center (1959-78), em Nova York, ou o Centro Administrativo do Estado de Nova York (1965-78), em Albany.

39 Mostafavi, 2001, p.34.

40 Revisto várias vezes, a primeira edição do Outline é de 1943. Aqui usamos a sétima edição, de 1963. É nela que
aparece talvez pela primeira o capítulo em pauta (pp. 404-35). “Talvez” porque examinamos a quinta edição, de
1957 – na qual o conteúdo do capítulo aparece de forma ainda embrionária, porém não tivemos acesso à sexta
edição, de 1960, para o necessário cotejo.

https://mdc.arq.br/2011/03/29/a-quatro-maos-arquitetura-moderna-brasileira-1978-82/ 27/34
15/09/2017 A quatro mãos : Arquitetura Moderna Brasileira, 1978-82 | mdc . revista de arquitetura e urbanismo

41 Pevsner, 1963, pp. 419 e 421. É possível, inclusive, inferir que Pevsner culpa o Brasil pelos descaminhos
estéticos na obra de Le Corbusier – em direção ao que considera “irracionalismo”. Após criticar a frivolidade da
arquitetura brasileira, ao falar da Pampulha e do Pedregulho – Brazil is the country in which the fascination and
the dangers of the mid-century irresponsibility appears most concentratedly –, conclui que Le Corbusier …
visited Brazil, and its conceivable that the country had the effect on him of forcing into the open the irrational
traits of his character… Mas teria sido ele, Corbu, quem teria contagiado os brasileiros: he then passed on his
impulsive enthusiasm to his young admirers (pp. 426-29).

42 Idem, pp. 429-35.

43 Johnson-Marshall, 1966, p. 80.

44 Whiffen, 1976 (1ª ed.: 1969), pp. 256-62.

45 Na linha sugerida por Carlo Ginzburg em “Sinais: raízes de um paradigma indiciário” (in Ginzburg, 1989, pp.
143-79).

46 http://www.emporis.com/application/?nav=company&lng=3&id=103193. Infelizmente o site da própria não é


muito informativo: http://www.svarchitects.com/

47 http://www.artefacts.co.za/main/Buildings/arch_bottom_left.php?archid=1614

48 Nation, 1985, p. 67. http://upetd.up.ac.za/thesis/available/etd-12092008-085230/unrestricted/04chap


ter6.pdf.

49 The Meat Industries control Board was brought into being to regulate the distribution of meat throughout
South Africa and to monitor prices… Hoje abriga, entre outros, a ong National Institute for Public Interest Law
and Research. http://wiki.up.ac.za/index.php?title=ABLEWIKI:NipilarHouse

50 Jooste, 2007, p. 83. http://upetd.up.ac.za/thesis/available/etd-11192007-123037/unrestricted/05chapter


5.pdf

51 Idem, p. 84. Este prédio também recebeu a Menção de Mérito do South African Institute of Architects.

52 Idem, p. 85.

53 Para nos apropriar da expressão empregada no Houaiss para exemplificar o uso de “factual”.

54 http://findarticles.com/p/articles/mi_m3575/is_n1177_v197/ai_16788119/?tag=content;col1

55 Pevsner, 1953, pp. 381-82.

56 http://wiserweb.wits.ac.za/PDF%20Files/wirs%20-%20chipkin2.pdf. O texto não tem data, mas por sua


bibliografia é de 2002 ou posterior. E deve-se atentar para o fato de que há dois Chipkin: este Ivor e um Clive,
ambos com trabalhos nesse campo.

57 Sennott (ed.), 2004.

58 http://www.bookrags.com/tandf/africa-southern-and-central-africa-tf/. Também sem data, mas por sua


bibliografia é de 2000 ou posterior.

59 http://www.davidkrutprojectscapetown.com/uncategorized/pancho-guedes-dvd/

https://mdc.arq.br/2011/03/29/a-quatro-maos-arquitetura-moderna-brasileira-1978-82/ 28/34
15/09/2017 A quatro mãos : Arquitetura Moderna Brasileira, 1978-82 | mdc . revista de arquitetura e urbanismo

60 Guedes, 1985 (?), http://www.guedes.info/contfram.htm

61 http://www.guedes.info/abcontfram.htm.

62 http://alexandrepomar.typepad.com/alexandre_pomar/pancho-guedes/

63 Na companhia de, entre outros, Álvaro Siza, Eduardo Souto de Moura, Fernando Távora e Nuno Portas.
http://www.dgartes.pt/sao_paulo_2007/index.htm

64 Frampton, 2006; http://www.seidler.net.au/.

65 Morris Lapidus, Pioneer of Store Design, June 3rd, 2010; http://storedesign.tumblr.com/day/2010/06/03.

66 Cook e Klotz, 1973, pp. 174-75.

67 Friedman, 2000; http://www.gsd.harvard.edu/research/publications/hdm/back/11friedman.html

referências bibliográficas

ACAYABA, Marlene Milan e FICHER, Sylvia. Arquitetura Brasileira: tendências atuais. Projeto 16, pp. 23-30, nov.
1979.

____. Brazil. In SANDERSON, Warren (org.). International Handbook of Contemporary Developments in


Architecture. Westport, CONN.: Greenwood Press, 1981.

BENEVOLO, Leonardo. Storia dell’Architettura Moderna. Bari: Laterza, 1960.

BRUAND, Yves. L’Architecture Contemporaine au Brésil. Lille: Services de Reproduction de Theses, Université
de Lille III, 1973.

CHIPKIN, Ivor. The New Futurists. http://wiserweb.wits.ac.za/PDF%20Files/wirs%20-%20chipkin2.pdf

COOK, John W. e KLOTZ, Heinrich. Conversations with architects. New York: Praeger 1973.

COSTA, Eunice e CASTILHO, Maria Stella (orgs.). Índice de arquitetura brasileira : 1950-70. São Paulo,
FAU/USP, 1974.

CURTIS, William J R. Modern Architecture since 1900. Oxford: Phaidon, 1982.

FICHER, Sylvia e ACAYABA, Marlene Milan. Arquitetura moderna brasileira. São Paulo: Projeto, 1982.

FISHER, Roger C. Africa: Southern And Central Africa, http://www.bookrags.com/tandf/africa-southern-and -


central-africa-tf/

FITCH, James M. Preservação do patrimônio arquitetônico. São Paulo: FAU/USP, 1981

FRAMPTON, Kenneth. Modern Architecture : A Critical History. New York: Oxford University Press, 1980.

____. Reflections on Harry Seidler. Architecture Australia, maio/jun. 2006. http://www.seidler.net.au/

____. Toward a Critical Regionalism: Six Points for an Architecture of Resistance. In: FOSTER, Hal (org.). The
Anti-aesthetic : Essays on Postmodern Culture. Port Townsend, WASH: Bay Press, 1983.
https://mdc.arq.br/2011/03/29/a-quatro-maos-arquitetura-moderna-brasileira-1978-82/ 29/34
15/09/2017 A quatro mãos : Arquitetura Moderna Brasileira, 1978-82 | mdc . revista de arquitetura e urbanismo

FRIEDMAN, Alice T. The Luxury of Lapidus: Glamour, Class, and Architecture in Miami Beach. Harvard Design
Magazine, Number 11, Summer 2000. http://www.gsd.harvard.edu/research/publications/hdm/back/11
friedman.html

GINZBURG, Carlo. Mitos, emblemas, sinais. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.

GOODWIN, Philip L. Brazil builds. Architecture new and old, 1952-1942. New York: The Museum of Modern Art,
1943.

GUEDES, Pancho. Vitruvius Mozambicanus. [Arquitectura Portuguesa, jul. 1985?], http://www.guedes.info/


contfram.htm

MOSTAFAVI, Mohsen. Landscape as plan [a conversation with Zaha Hadid]. El croquis 103, pp. 6-35, dez./jan.
2001.

HITCHCOCK, Henry-Russell. Architecture : nineteenth and twentieth centuries. Harmondsworth, Middlesex:


Penguin, 1958.

HOLANDA, Armando de. Roteiro para construir no Nordeste. Recife: Universidade Federal de Pernambuco,
1976.

INSTITUTO DE ARQUITETOS DO BRASIL / RJ. Arquitetura brasileira após Brasília / Depoimentos. Rio de
Janeiro: 1978. 3 v.

JOHNSON-MARSHALL, Percy. Rebuilding Cities. Chicago: Aldine, 1966.

JOOSTE, Marc Charles. Can you see the music? MTV base music television production centre. Pretoria: Master of
Architecture, University of Pretoria, 2007.

http://upetd.up.ac.za/thesis/available/etd-11192007-123037/

LEMOS, Carlos Alberto Cerqueira. Arquitetura Brasileira. São Paulo: Melhoramentos e Edusp, 1979.

NATION, Shelagh Suzanne. The background, architectural philosophy and work of Helmut Wilhelm Ernest
Stauch. Pretoria: Master of Architecture, University of Pretoria, 1985.

http://upetd.up.ac.za/thesis/available/etd-12092008-085230/

PEVSNER, Nikolaus. Johannesburg: the development of a contemporary vernacular in the Transvaal.


Architectural Review, 113, pp. 361-382, June 1953.

____. An Outline of European Architecture. Harmondsworth: Penguin, 1957 (5ª ed. revista) e 1963 (7ª ed.
revista); 1ª ed.: 1943.

PRINSLOO, Ivor. Republic of South Africa. In SANDERSON, Warren (org.). International Handbook of
Contemporary Developments in Architecture. Westport, CONN.: Greenwood Press, 1981.

____. South African syntheses – architecture. The Architectural Review, march 1995.

http://findarticles.com/p/articles/mi_m3575/is_n1177_v197/ai_16788119/?tag=content;col1

https://mdc.arq.br/2011/03/29/a-quatro-maos-arquitetura-moderna-brasileira-1978-82/ 30/34
15/09/2017 A quatro mãos : Arquitetura Moderna Brasileira, 1978-82 | mdc . revista de arquitetura e urbanismo

SANDERSON, Warren. Frank Lloyd Wright festival: Oak Park. Oak Park, Ill.: Oak Park-River Forest Chamber of
Commerce, 1969.

____. Frühmittelalterlichen Krypten von St. Maximin in Trier. Trier: Paulinus, 1968.

____. Monastic reform in Lorraine and the architecture of the outer crypt, 950-1100. Philadelphia: American
Philosophical Society, 1971.

____. Trends in Contemporary Architecture. In SANDERSON, Warren (ed.). International Handbook of


Contemporary Developments in Architecture. Westport, CONN.: Greenwood Press, 1981.

____ (ed.). International Handbook of Contemporary Developments in Architecture. Westport, CONN.:


Greenwood Press, 1981.

SENNOTT, R. Stephen (ed.). Encyclopedia of 20th Century architecture. New York : Fitzroy Dearborn, 2004.

TAFURI, Manfredo; DAL CO, Francesco. Archittetura contemporanea. Milano: Electa, 1976.

TZONIS, Alexander e LEFRAIVE, Liane. Atelier 66 : The Architecture of Dimitris and Suzana Antonakakis. New
York : Rizzoli, 1985.

____. The Grid and the Pathway; the Work of D. and S. Antonakakis. Architecture in Greece 15, 1981.

WHIFFEN, Marcus. American Architecture since 1780. Cambridge, MASS: The MIT Press, 1969.

correspondências

Warren Sanderson a Sylvia Ficher, Trier, Alemanha, 5 jul. 1978.

Warren Sanderson a Sylvia Ficher, Montreal, 18 set. 1978.

Warren Sanderson a Sylvia Ficher, Montreal, 25 maio 1979.

Warren Sanderson a Sylvia Ficher, Montreal, 1 dez. 1979.

Marlene Milan Acayaba e Sylvia Ficher a Warren Sanderson, São Paulo, 14 maio 1980.

Warren Sanderson a Sylvia Ficher, Montreal, 2 out. 1980.

Warren Sanderson a Sylvia Ficher, Champlain, NY, 31 ago. 1981.

sites

http://alexandrepomar.typepad.com/alexandre_pomar/pancho-guedes/

http://storedesign.tumblr.com/day/2010/06/03.

http://wiki.up.ac.za/index.php?title=ABLEWIKI:NipilarHouse

http://www.abebooks.com/servlet/SearchResults?an=Sanderson%2C+Warren&sortby=17&sts=t&x=46&y=13;
consultado em 20/11/2010.

https://mdc.arq.br/2011/03/29/a-quatro-maos-arquitetura-moderna-brasileira-1978-82/ 31/34
15/09/2017 A quatro mãos : Arquitetura Moderna Brasileira, 1978-82 | mdc . revista de arquitetura e urbanismo

http://www.amazon.com/gp/offer-listing/0313214395/ref=olp_sort_p?ie=UTF8&shipPromoFilter=0&sort=
price&me=&seller=&condition=used; consultado em 20/11/2010.

http://www.artefacts.co.za/main/Buildings/arch_bottom_left.php?archid=1614

http://www.bookadda.com/product/international-handbook-contemporary-warren-sanderson/p-97803132
14394-313214395; consultado em 20/11/2010.

http://www.davidkrutprojectscapetown.com/uncategorized/pancho-guedes-dvd/

http://www.dgartes.pt/sao_paulo_2007/index.htm

http://www.emporis.com/application/?nav=company&lng=3&id=103193.

http://www.estantevirtual.com.br/rarissimuslibris/Sylvia-Ficher-Marlene-Milan-Acayaba-Arquitetura-Moder
na-Brasileira-33716408; consultado em 20/11/2010.

http://www.eurospanbookstore.com/display.asp?k=9780861720255&; consultado em 20/11/2010.

http://www.guedes.info/abcontfram.htm

http://www.stoutbooks.com/cgi-bin/stoutbooks.cgi/86108; consultado em 20/11/2010.

http://www.svarchitects.com/

Sylvia Ficher
Doutora em história pela FFLC/USP, com pós-doutorado em sociologia na École des Hautes Etudes en Sciences
Sociales (Paris), e professora da FAU/UnB. É autora de Arquitetura Moderna Brasileira (1982), com Marlene
Milan Acayaba; GuiArquitetura de Brasília (2000), com Geraldo Nogueira Batista; Os Arquitetos da Poli (2005),
agraciado com o Prêmio Clio, da Academia Paulistana de História; e Guia de obras de Oscar Niemeyer: Brasília
50 anos (2010), com Andrey Schlee. sficher@unb.br

Marlene Milan Acayaba


Doutora pela FAU/USP, dirigiu o Museu da Casa Brasileira de 1995 a 2002. É autora de Arquitetura Moderna
Brasileira (1982), com Sylvia Ficher; Residências em São Paulo: 1947-1975 (1987); Branco & Preto: uma história
de design brasileiro (1994) e 11º ao 15º Prêmio Design Museu da Casa Brasileira (2001). Coordenou a publicação
de Equipamentos, usos e costumes da casa brasileira (2002) e Museu da Casa Brasileira (2002).
marlene.acayaba@uol.com.br e http://marleneacayaba.blogspot.com.

Colaboração editorial: Débora Andrade

https://mdc.arq.br/2011/03/29/a-quatro-maos-arquitetura-moderna-brasileira-1978-82/ 32/34
15/09/2017 A quatro mãos : Arquitetura Moderna Brasileira, 1978-82 | mdc . revista de arquitetura e urbanismo
Anúncios

Compartilhe isto:

    18

 Curtir
Um blogueiro curtiu disso.

Relacionado

Panoramas da Arquitetura Brasileira Architettura Contemporanea : Brasile - A construção de um campo historiográfico


Em "Danilo Matoso" arquitetura brasileira entre 1957 e 2007 Em "Abilio Guerra"
Em "Ensaio e pesquisa"

Sobre Danilo Matoso


Arquiteto e Urbanista Brasília - DF
Ver todas as mensagens por Danilo Matoso →

Esse post foi publicado em Ensaio e pesquisa, Marlene Milan Acayaba, Série Panoramas da Arquitetura Brasileira, Sylvia Ficher e marcado Arquitetura Brasileira, Arquitetura
Moderna Brasileira, História da Arquitetura, I ENANPARQ, Influências da arquitetura carioca, International Handbook of Contemporary Developments in Architecture, Teoria da
Arquitetura, Warren Sanderson. Guardar link permanente.

Uma resposta para A quatro mãos : Arquitetura Moderna Brasileira, 1978-82

Pedro Guedes disse:


29/05/2011 às 09:35

I have just read the article “A quatro mãos : Arquitetura Moderna Brasileira, 1978-82”.
I am the son of Pancho Guedes who practiced in Mocambique, exhibited at the Bienal de S Paulo in 1961.
In 2009, I curated a major retrospective exhibition of his work at the Museu Coleccao Berardo at the Centro Cultural de
Belem in Lisbon.
I have recently uploaded the complete catalogue of the PANCHO GUEDES – VITRUVIUS MOZAMBICANUS exhibition with
images and drawings of Pancho’s buildings, sculpture paintings and drawings. This material is available at:

http://espace.library.uq.edu.au/view/UQ:196173

I am currently a Senior Lecturer in Architecture at the University of Queensland in Australia.


In addition to Harry Seidler, there were other architects in Australia who were heavily influenced by the work of Brazilian
colleagues before the mid 1970s. James Birrell, in particular, working in Queensland was able to resonate with the spirit of
brazilian architecture in our sub-tropical climate. There were others.
The South African connection with Brazil is treated at some length in a chapter: Gus Gerneke “From Brazil to Pretoria” in:
Roger Fisher & Schalk Leroux with Estelle Mare – Architecture of the Transvaal, Pretoria: University of South Africa, 1998,
pp. 196-229.
I do hope that greater exposure is given to the Architectures outside Europe, North America and Japan.

https://mdc.arq.br/2011/03/29/a-quatro-maos-arquitetura-moderna-brasileira-1978-82/ 33/34
15/09/2017 A quatro mãos : Arquitetura Moderna Brasileira, 1978-82 | mdc . revista de arquitetura e urbanismo

mdc . revista de arquitetura e urbanismo


Blog no WordPress.com.

https://mdc.arq.br/2011/03/29/a-quatro-maos-arquitetura-moderna-brasileira-1978-82/ 34/34

Anda mungkin juga menyukai