Na lição da semana passada, aprendemos sobre duas outras reações que devemos ter diante
das provações:
Não confiar nas riquezas, que são frágeis e passageiras, mas, sim, em Deus, que é o
nosso pai e provedor;
Perseverar até o fim. Aquele que persevera e é aprovado será recompensado.
Compartilhe com o grupo como foi sua semana no que se refere aos desafios propostos: qual foi
sua avaliação quanto às suas reações frente às provações: você tem confiado em Deus ou em
seus próprios recursos? Você tem perseverado até o fim ou desistido no meio do caminho?
Introdução:
Na lição de hoje, encerraremos o tema iniciado há duas semanas, abordando a quinta e última
reação que devemos ter frente às provações, a partir do que Tiago diz em sua epístola. Vamos
relembrar quais são as quatro primeiras?
Desenvolvimento do ensino:
É muito comum que, em momentos de provações, tenhamos nossa visão sobre Deus distorcida.
A escuridão e a neblina nos envolvem de tal maneira, que não conseguimos enxergar bem o que
está ao nosso redor. Jó passava por algo assim, quando disse: “Se tão-somente eu soubesse
onde encontrá-lo e como ir à sua habitação! (...) Mas, se vou para o oriente, lá ele não está; se
vou para o ocidente, não o encontro. Quando ele está em ação no norte, não o enxergo; quando
vai para o sul, nem sombra dele eu vejo!” (Jó 23.3,8,9 – NVI). O coração de Jó estava tão
atribulado, que ele passou a pensar que Deus não estava presente, ao seu lado, mas havia se
1. Você já se percebeu com uma visão distorcida a cerca de Deus em meio a uma
tribulação? Deus já lhe pareceu estar longe e desinteressado?
Escrevendo a cristãos que passamo por provações, Tiago ensina sobre a perspectiva correta
que se deve ter a cerca de Deus em momentos como esse. Dois pontos, quanto a isso, podem
ser destacados.
a. Deus nos prova, mas não nos tenta. Somos tentados pelo mal que habita em nós
Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado
pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta. Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria
cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz
o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte (Tg 1.13-15).
Até Tiago 1.12, o tema abordado pelo autor é provação. Entretanto, de repente, a palavra usada
passa a ser tentação. Estariam falando essas duas palavras da mesma coisa? Não. As palavras
gregas referentes a “provação” e “tentação” até são semelhantes, mas têm significados
diferentes. Provação diz respeito a aflições externas, enquanto que tentação fala de uma atração
interna pelo pecado. O que Tiago quer mostrar a seus leitores, nesse ponto, é que algumas
provações podem ser acompanhadas de tentações ou, até mesmo, que podemos transformar
provações em tentações ao agir de maneira imatura. Segundo Hernandes Dias Lopes, pastor
presbiteriano, isso pode se dar da seguinte maneira: “quando passamos por dificuldades, somos
tentados a questionar o amor e o poder de Deus. Então, Satanás oferece um caminho para
escaparmos das provas. Essa oportunidade é uma tentação” (Tiago, transformando provas em
triunfo; p. 25).
Outra importante diferença entre provação e tentação que precisa ser destacada é: as provações
são testes enviados por Deus com o objetivo de nos santificar e fortalecer; tentações são
armadilhas enviadas por Satanás para nos derrubar e enfraquecer. Por isso, conforme diz Tiago,
não se pode creditar uma tentação a Deus, ou seja, Deus não pode ser responsabilizado por
uma tentação ocorrida em meio a uma provação. Deus prova; Satanás tenta. Sendo assim,
quando formos provados por Deus e cairmos em uma tentação que surgir, não poderemos culpar
a Deus e, assim, nos desculparmos pela nossa queda.
Apesar de falarmos de Satanás como tentador no parágrafo acima, não é a ele que Tiago dá
destaque no texto. Conforme Tiago, existe um tentador que nos acompanha constantemente,
qual seja, um impulso para o mal que habita dentro de nós, a que ele chama de cobiça. Cobiça,
não necessariamente, se refere a um desejo mal e impuro. Todavia, se um desejo legítimo não
for controlado, ele pode se transformar em algo pecaminoso. A partir disso, pode-se dizer que
nem o diabo deve ser responsabilizado por nossas derrotas. Como mostra o episódio da queda
(cf. Gn 3), somos os grandes responsáveis pelas escolhas que fazemos.
A cobiça, segundo Tiago, é o primeiro de um processo de queda. Para ele, o pecado não é
Não vos enganeis, meus amados irmãos. Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do
alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de
mudança. Pois, segundo o seu querer, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que
fôssemos como que primícias das suas criaturas (Tg 1.16-18).
Tiago, neste contexto, está tão preocupado com a perspectiva dos seus irmãos atribulados a
cerca de Deus, que diz: “não se enganem, meus amados irmãos!”. Se Deus, por um lado, não
nos tenta, ou seja, não nos dá coisas más, por outro, também não se mantém neutro. O texto diz
que Ele é a fonte de todas as coisas boas que nós temos. E não apenas isso, mas que o seu
caráter benevolente é imutável. Jesus disse: “Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas
dádivas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que
lhe pedirem?” (Mt 7.11). Sendo assim, o cristão, além de não poder culpar e responsabilizar a
Deus por suas quedas e derrotas, tem que ter a consciência de que todo o bem que alcança lhe
é dado por Deus e que Ele quer nos dar boas coisas. Daí, conclui-se: com a provação, Deus não
deseja o mal a ninguém, mas, pelo contrário, o bem (esse será o tema da próxima lição). Para
Deus, conforme o versículo 18, nós somos as primícias das criaturas, ou seja, o que há de mais
importante na criação.
5. Você reconhece que tudo o que tem de bom lhe foi dado por Deus?
6. Você consegue perceber as boas intenções de Deus por trás das provações?
Conclusão e Desafios:
1. Provação diz respeito a aflições externas; tentação a uma atração interna pelo pecado;
2. As provações são testes enviados por Deus com o objetivo de nos santificar e fortalecer;
tentações são armadilhas enviadas por Satanás para nos derrubar e enfraquecer;
3. Somos tentados pela nossa cobiça. A cobiça nos leva ao pecado, o qual nos leva à morte;
4. Deus é a fonte de todo o bem que temos e o seu caráter benevolente é imutável.
Nesta próxima semana, medite no que você aprendeu e aplique à sua vida:
1. Nunca culpe a Deus por suas quedas e derrotas nas provações. Aliás, não culpe nem o
diabo. O responsável é você;
2. Esteja atento à cobiça que habita em você. A cobiça é que o leva ao pecado;
3. Nunca duvide do caráter benevolente e imutável de Deus.