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World of Metal
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Director
Fernando Ferreira
Colaboradores EDITORIAL
Miguel Correia
Sónia Ferreira
Carlos Magalhães Mundo Infindável
Cameraman Metálico
Carlos Lichman
Paulo Barros Desde o início, da génese da World Of Metal, o propósito era mostrar o quão vasto é
este mundo, muito mais para além do que o termo metal supõe. Quer o que está na base,
Luís Figueira
o que está para trás ou até o que supostamente é o futuro. Um projecto (cada vez mais)
Rosa Soares megalómano, por tentar açambarcar tanta coisa (boa) que nos surge todos os meses.
Sandra Santos O que faz sentido, perfeito sentido termos alguém como D.D. Verni na capa. Poderão
Lex Thunder pensar que é apenas um dos principais rostos da alma dos Overkill, sinónimo de thrash
Fátima Inácio metal mas desde os Bronx Casket Co., que Verni demonstrou ter muita mais música do
Paulo Aguiar que apenas o bom e velho thrash dos Overkill, algo que o seu primeiro álbum a solo,
Hélio Cristovão "Barricade", também revisto nesta edição, evidencia. Um mundo de influências que nos
mostra como este mundo está mesmo todo ligado.
Garage World
É esse o nosso principal objectivo. Sem tribos, sem separações, do AOR ao Grindcore,
Miguel Correia do White Metal ao Black Metal, o que interessa é mesmo a qualidade. Algo que
mcinbox@gmail.com podemos encontrar também nesta edição, desde Clif Magness e Amanda Sommerville
aos Coldbound e Beyond Creation e o assinalar (nunca tardio) da partida de Mark
Shelton, dos Manilla Road. Uma edição que nos mostra não só a variedade como a
Publicidade própria riqueza de qualidade.
Tiago Fidalgo - tiagofidalgo.wom@
gmail.com Numa vertente diferente, também destacamos a terceira edição do Oeste Underground
Fest, com três entrevistas em exclusivo (com Undersave, Warhammer e Serrabulho) e
Rosa Soares - worldofmetal.pub@ um guia musical para um evento que é sem dúvida de louvar, com todos os lucros a
gmail.com
irem directamente para os bombeiros voluntários da Malveira, prova de que não só este
Design mundo do metal é vasto como também consciente socialmente - algo que não se limita
apenas a letras escritas com intuito de entoar palavras de ordzem num qualquer festival.
Dina Barbosa
Não queremos dizer que este mundo do metal é um mundo perfeito. Que não existe
Tiago Fidalgo desunião, aqueles que têm por hábito deitar abaixo apenas porque sim. Nós também não
o somos e assumimos essas limitações, mas as mesmas só fazem com que queiramos
lutar ainda mais, como diz o nosso amigo D.D. Verni, montando barricadas para defender
aquilo que acreditamos ser correcto e valoroso. Este mundo do metal não é um acaso do
destino que nasceu na transição da década de sessenta para a de setenta. Este mundo do
metal está aqui para ficar. E nós com ele.
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Indice
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Sempre A Partir
Vamos falar de algo extra-musical. Vamos falar de algo como... a terra é plana. Parece parvo, não é? Mais do
que parecer, é. É parvo que neste momento da história humana, e sabendo que a ignorância é um dado adquirido
para muitos, que possamos estar a debater se a terra ou não plana. A debater... alguns a falar e outros a contestar.
Felizmente não é um debate alargado, sinal de que a coisa ainda não espalhou de forma preocupante mas por aquilo
que tenho visto, para lá tem andado. E provavelmente, depois destas linhas estarão a pensar o mesmo que pensei
assim que vou falar disto - "isto é mesmo uma questão?". É, é mesmo uma questão, mas nem é essa a questão, a
principal. A principal é mesmo a ignorância, de duas formas.
De um lado temos a ignorância que renega tudo o que sabemos ciêntifico, alegando, à laia de teoria da conspiração,
de que estamos todos num estúdio gigantesco, plano, e que tudo é orquestrado como parte de uma experiência
ciêntifica. Não existe espaço, não existe lua e não existe sol. Também não existem estrelas. Não existe Pólo Norte,
não existe Pólo Sul, não existe noite e não existe dia (óbvio, não existindo Sol e Lua). Os argumentos apresentandos
são do mais parvo ignorante possível até alguns bastante plausíveis.
Do outro lado temos a ignorância de que defende aquilo que acredita ser verdade, mas sem ter propriamente os
argumentos ciêntificos para contradizer as barbaridades mal ou bem fundamentadas (há de tudo). Por vezes parece
que se está a discutir religião ou até mesmo cores - esta cor é melhor, o meu deus é mais real que o teu e coisas
assim. E a ignorância dos argumentos de defesa do modelo que todos conhecemos e nos é ensinado é tão gritanto
como aquela dos argumentos da terra plana.
É isso que assusta. E não digo isto, mais uma vez, do alto do meu poleiro, a dizer que são todos estúpidos menos
eu. Não, são todos estúpidos e eu também. A nossa cultura geral e ciêntifica é tão básica em alguns assuntos que
perante um assunto que achamos tão simples como dizer se a terra é plana ou não - e atenção, com isto voltamos à
idade média - acabamos a debater crenças sem conseguir dar argumentos. Claro, uns dão argumentos estapafúrdios
e metem lá pelo meio uns termos técnicos que ninguém se não um cientista percebe e os outros partem para o
insulto fácil sem propriamente tentar desmantelar os argumentos falaciosos.
Visto de fora e com alguma distância, é impossível não fazermos o paralelo com as discussões da inquisição e da
igreja contra esses hereges que diziam que a terra era redonda e que isso ia contra os ensinamentos retrógrados da
Santa Igreja. De Deus até. As reacções que tenho visto por parte daqueles que defendem a terra redonda (até me
sinto parvo a dizer esta frase) chegam quase a lembrar esse fundamentalismo, do género "a terra é redonda porque
sim!"
Embora seja natural, acaba por ser bem representativo daquilo que nós somos. De como precisamos verdades
absolutas e construímos o nosso mundo ao redor e sustentadas nelas. E por isso reagimos com fundamentalismo
a quem apresenta ideias contrárias em vez de mostrarmos e provarmos através do conhecimento que eles estão
errados. Somos bem mais limitados do que aquilo que pensamos e basta vir alguém com uma ideia parva e
fundamentá-la (bem e mal, temos de tudo) que nós não sabemos como reagir a não ser através da intolerância.
Ainda temos um longo caminho a percorrer.
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Luís Balcinha
Para já é uma honra ser amigo deste verdadeiro headbanger da velha guarda.
O Balcinha foi um dos divulgadores do nosso som no Alentejo. Nos anos
80 fundou a fanzine fotocopiada Último Massacre e editou vários números
que ainda por aí andam em colecções de heavy-metal. O Balcinha tinha
um defeito, abusava da cerveja e ficou conhecido por dizer que preferia ser
um bébado conhecido, do que um alcoólico anónimo. Era presença assídua
nos concertos em Cascais, até que num concerto de Ratos de Porão em
Almada lhe deram uma facada para lhe roubarem o bilhete... Não morreu
mas apanhou um susto e teve quase 2 anos sem vir à capital ver concertos.
Em Odemira tinha um circulo de amigos headbangers o Peixe, o Boi, o Viet,
o Prado e o Bernardo. A estes todos juntava-me eu e o João Moura e olha que equipa!
O Balcinha era amigo do Manú do Eddie's Bar e conseguiu entrevistar o Steve Harris, não sei como mas
conseguiu, eu estava lá e vi e há fotos disso. Fomos juntos ao Wacken e a história de ter mandado a bandeira
portuguesa à cara da Doro é verdadeira mas foi sem querer, foi aí que ele perdeu essa mitica bandeira. Em
tempos conseguiu abrir um bar em Almada, o Santuário mas durou pouco, depois foi no Barreiro, também com
vida efémera. Chegou a ter uma magazine METAL HEART mas durou pouco tempo, ainda colaborei em alguns
números.
Cheguei a ir com ele a Marrocos ver Moonspell, que
aventura das árabias. Muitas e muitas histórias que
metessem os Iron Maiden ou os UHF. Por isso o Luís deve
ser recordado por todos os headbangers portugueses como
um dos mais importantes que divulgou o nosso som nos
anos 80 e 90... Agora está práticamente retirado, dedicou-
se ao comércio e vive em Vila Nova de Milfontes. Se o
virem mandem-lhe um abraço!
CM Outubro 2018
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eNTREVISTA
De Birmingham, chega-nos o metal melódico, forte e rápido dos Valous. Com oito anos de existência,
os Valous caracterizam-se pela sua energia, tenacidade e paixão pela música, características que,
em palco, os transformam em verdadeiros "monstros", que dão tudo em cada actuação, como se
fosse a última. A atitude de Mat Shutt, vocalista, tira o fôlego a qualquer audiência, e foi com ele que
falámos sobre os Valous. Não ficámos sem fôlego, mas antes com vontade de os ver por cá.
Rosa Soares
Olá Mat! Muito obrigada que tinha recebido uma nos se iríamos encontrar tivamente a mais focada e
por nos dares esta proposta da empresa onde a pessoa certa. Ficámos pesada que já tivemos. Os
entrevista. Vamos trabalha, e que iria começar felizes quando o Lee nos riffs do Ben surpreendem e
começar pelo início em Maio, o que exigiria disse que os seus planos de complementam o incrível
deste ano, quando fomos muitas viagens e não lhe trabalho tinham mudado trabalho de guitarra do
surpreendidos com a vossa deixaria tempo para ensaiar e que ele não teria que sair Rig e, com o som pesado
procura de novo baterista. e fazer os concertos. Nós dos Valous. Nessa altura foi da bateria do Lee, faz com
O Lee Wincott iria deixar só queremos o bem dele e como ganharmos um novo que todo o som seja ainda
a banda, o que, felizmente entendemos os motivos, fogo, e na nossa tournée mais pesado, enquanto
não aconteceu. Mas os às vezes a vida tem que vir de Primavera (em Abril e permanece firme e melódico.
Valous chegaram a colocar em primeiro lugar. Mas, Maio), demos, o que eu diria (N.E. – infelizmente a banda
anúncio no Facebook. sendo a bateria, o elemento ser, os melhores concertos comunicou, posteriormente
Queres falar um pouco mais difícil de preencher, das nossas vidas. a esta entrevista, que Lee sai
disso? De que forma isso sabíamos que tínhamos um da banda devido a problemas
interferiu com o vosso problema. Continuámos a A formação da banda foi de saúde. Anunciaram
início de ano? fazer concertos e ao mesmo sofrendo alterações ao ainda que iriam pausar os
tempo fazíamos audições longo dos anos. Como concertos para procurarem
Para ser honesto, foi uma de bateristas, mas, não consideras a formação um substituto e voltarem em
situação muito inquietante conseguíamos encontrar o actual? força em 2019)
para nós, enquanto banda. O elemento certo para nós, e
Lee disse-nos, em Fevereiro, começámos a questionar- A formação actual é defini-
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O trabalho de composição é algo muito enérgicas, o que é devido, temas. Deixa-nos com um sabor
a que os Valous de se dedicam em grande parte, à tua atitude a pouco. Para quando o próximo
bastante: o vosso primeiro ano irreverente e comunicativa álbum?
de existência foi dedicado à (quase punk) em palco. O que
produção do primeiro album sentes quando estás em cima de Nós estamos prestes a fazer uma
“Rebirth”, em 2013 lançam “The um palco? pausa nos concertos para escrever
Things You Once Knew” com 11 material novo e esperamos retornar
temas originais, em 2014 fazem Como um grande fã de hard-rock
uma pausa para produzir aquele e metal há trinta anos, eu sempre na Primavera do próximo ano com
que é o vosso álbum conceptual quero tentar dar ao público o temas novos que irão compor
“The Devil’s Seven, e mesmo na que eu gosto de ver numa banda. nosso próximo EP ou, se tudo der
estrada, nunca param de escrever Eu gosto de me sentir parte de certo, se as novas músicas fluírem
e compor, tal como o prova o um grande espectáculo de rock, bem, um novo álbum completo.
lançamento, 2017, do EP “The energético, quando estou na
Four Last Things”. Para vocês, multidão e é isso que eu tento dar Oito anos de existência, dois
este processo de composição, aos nossos fãs. Durante o concerto, EP’s, dois LP’s, vários concertos
quase permanente, é essencial? quando estamos no palco, eu estou no Reino Unido e a estreia
completamente focado nas músicas internacional, em Espanha, este
Até hoje, as nossas músicas foram e no espectáculo, e quanto mais ano… Qual o balanço que fazem
criadas pelo nosso principal louca a plateia está, mais energia da vossa carreira?
compositor, o guitarrista Rig. nos dá para enlouquecer no palco.
Ele foi sempre um compositor Para mim, não há melhor sensação
poderoso, já antes dos Valous e, a do que estar vivo no palco e dar Nós sentimo-nos muito sortudos
verdade é que algumas das músicas tudo de mim. por ainda estarmos fortes ao
do nosso primeiro álbum já tinham fim de 8 anos, especialmente
sido escritas por ele, alguns anos quando tantas outras bandas que
antes. Ele escreve sempre que se
sente inspirado, e leva a ideia para o
"Para mim, não há começaram ao mesmo tempo
que nós, se separaram. Os Valous
estúdio quase totalmente formada,
para que os outros elementos
adicionem as suas partes. Com a
melhor sensação do sempre tiveram uma forte ética de
trabalho, adoramos sair para tocar
ao vivo sempre que podemos, e
nossa próxima pausa de estrada,
pretendemos tentar uma nova
abordagem, com o próximo lote de
que estar vivo no palco ainda nos entusiasmamos ao tocar,
tanto num pequeno espaço, como
músicas, com todos a improvisar
ideias a partir do zero, numa sala e dar tudo de mim." em grandes festivais.
Os ignorantes têm a opinião formada que o heavy metal caiu em desuso mas esses não estão bem a
par da realidade, pelo menos não como nós, que continuamos a ver o estilo a ser bem representado
no novo sangue que nos chega. A esse respeito, os nossos irmãos brasileiros dos Axes Connection
têm uma palavra a dizer. O seu álbum de estreia, "A Glimpse of Illumination" editado já no ano
passado é um grande álbum de heavy metal, com um conceito positivo que só o torna mais especial.
Sobre ele e sobre o poder da perseverança, falámos com Marcos Machado, guitarrista dos Axes
Connection que explicou que vislumbre de iluminação temos nós no heavy metal.
Fernando Ferreira
Bem vindos ao World positivos. Mesmo os aquilo que não vos mata, “A Glimpse Of Illu-
Of Metal. Os Axes comentários que não faz-vos mais fortes? mination” surge como
Connection e o vosso foram tão positivos um álbum maduro e nem
álbum, “A Glimpse Of tinham algum aspecto Eu diria que o facto soa a álbum de estreia.
Illumination” foram que nos destacou em de existir uma grande Acreditam ainda ter
boas surpresas no algum ponto. Se fosse para dificuldade pela ausên- espaço para continuar
ano passado. Como é citar uma região eu diria cia de meu falecido a evoluir ou o som que
que foram as reacções que São Paulo pelo show irmão Vitor que ajudou encontrámos aqui é já
recolhidas do vosso que fizemos na abertura a compor boa parte do a vossa identidade bem
álbum de estreia? Onde para os Corrosion Of repertório do álbum definida?
tiveram mais impacto, Conformity. acabou por se tornar um
têm noção? desafio a ser vencido. Eu Um álbum mostra uma
Os Axes Connection são devia isso a mim mesmo, parte do que podemos
Não criamos grandes compostos por músicos mas ao Vitor em especial. fazer mas não tudo.
expectativas e por isso experientes e com uma Era uma obrigação Acredito que temos ainda
ficamos muito satisfeitos história algo atribulada. honrar ele concretizando margem para evolução,
com todos os comentários É o típico caso de que esse trabalho. apesar de mostrar uma
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identidade mais Heavy Metal. bem representado mas de Onde conseguiram ir e onde
Temos algumas misturas e uma forma positiva. Havia planeiam ir?
elementos a disposição para uma idea já clara daquilo que
enriquecer o próximo álbum. pretendiam atingir? As dificuldades para fazermos
concertos têm sido imensas
O conceito lírico do álbum devido a crise de nosso país.
é bastante inspirador. Uma "Na capa, no geral, Estamos a procurar mesmo
mensagem de positivismo assim outros concertos. A
e de seguir em frente, em não tivemos críticas abertura para os Corrosion Of
direcção aos nossos sonhos, Conformity foi uma excelente
apesar das dificuldades positivas e aceitamos oportunidade para mostrar
demonstradas. Acredito que nosso som ao vivo e as críticas
por vezes a vida mostra-nos isso pois foi uma foram muito positivas. Onde for
a direcção a seguir, onde as possível queremos tocar.
dificuldades podem tanto escolha totalmente
demonstrar aquilo que é para O que podemos esperar do
seguir ou quando devemos nossa o caminho de ter futuro dos Axes Connection,
desistir. Nem sempre temos superada a barreira, nem sempre
essa clarividência e clareza de uma capa que fugisse fácil, do primeiro álbum? Estão
pensamento para reconhecer já a trabalhar em algo novo?
um e outro momento, mas por do convencional para o
vezes a iluminação apresenta- Estamos a começar a compor
se, tal como diz o título do estilo. " novas músicas com calma.
vosso álbum. Este conceito Esperamos dar continuidade
foi inspirado por tudo o que ao “A Glimpse Of Illumiation”
aconteceu ou foi algo que se Na capa, no geral, não tivemos adicionando novas misturas e
foi conjugando conforme as críticas positivas e aceitamos mantendo o Heavy Metal como
músicas foram surgindo? isso pois foi uma escolha total- identidade principal.
mente nossa o caminho de
O contexto de tudo que ter uma capa que fugisse do Estou curioso... vocês são
aconteceu com nosso irmão e convencional para o estilo. Uma todos músicos experientes com
a vontade de completar essa coisa bem clara que tínhamos carreiras noutros projectos e
etapa se tornaram um objetivo em mente é que a capa tinha que bandas... os Axes Connection são
a ser alcançado. Quase uma representar o sentimento e aura agora a vossa prioridade total?
missão. Apesar das diiculdades, que o álbum representavam para
tudo foi sendo vencido parte nós. Se o restante das pessoas Sim. Hoje, Axes Connection que
a parte. Nunca pensei em gostassem, estaria tudo certo, parecia um sonho inatingível é
desistir mesmo. Sempre achei e se não gostassem também. A uma realidade e prioridade para
que tudo que qcontecia estava ideia sempre foi baseada nas todos elementos da banda.
de certa forma conspirando a capas da Hipgnosis, capas que
nosso favor. Quanto ao título, tem uma cara mais anos setenta Quais são os vossos planos a
ele surgiu no meio do processo mesmo. Temos esses elementos curto-prazo? O que está neste
de composição, mas a clareza misturados em nossa música e momento na forja?
do que tinhamos que alcançar achamos que isso seria o melhor
sempre esteve presente desde caminho. Eu errei diversas No momento estamos ainda a
o início do projeto. No Brasil vezes a tentativa de fazer a capa tentar viabilizar o lançamento
quem faz música no estilo Heavy até que o Márcio(vocal e meu físico do álbum e continuar a
Metal e gêneros próximos faz irmão) assumiu essa tarefa e fazer mais concrtos e em especial
porque corre no sangue mesmo junto ao artista Aldo Marcondes compor desde já músicas para o
porque as dificuldades são conseguiram uma excelente próximo álbum.
imensas. capa.
www.facebook.com/axesconnection
Algo que também tem Tiveram alguma promoção www.twitter.com/axesconnection
impacto é a capa do vosso do álbum na estrada? Seja no www.soundcloud.com/axesconnection
álbum, onde o conceito está Brasil, seja no estrangeiro? www.instagram.com/axesconnection
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eNTREVISTA
eNTREVISTA
“Falar de Destinia é o mesmo que falar de Nozomu Wakai, guitarrista japonês amante das sonoridades
neo-clássicas que além de ter tocado com os Blizard, iniciou há quatro anos o seu próprio caminho.
“Metal Souls” é um dos grandes destaques do power metal desta segunda metade de 2018, contando com
um elenco de extrema qualidade e motivo para irmos falar com Nozomu, o ninja do metal.
Miguel Correia
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Olá Nozomu, muitos parabens Ritchie Blackmore. Depois, de distância entre ti e a música. Sou
por este álbum, uma grande acordo com a história do heavy sempre consciente disso para que
revelação… e por falar nisso, metal, fui muito influenciado possa contar a minha vida através
vamos começar por tentar por Dio, Whitesnake, Michael da música que toco na guitarra,
descobrir quem é Nozomu Waka Schenker, Ozzy Osbourne, ect. até do tom. Tenho algo mais que
e quem são os Destinia? Também ouvi muita variedade quero aconselhar, que é em japonês
dentro do próprio heavy metal, (character kanji) escrevemos a
Olá a todos, eu sou Nozomu Wakai, desde coisas da NWOBHM até ao palavra “música” como “gostar do
um guitarrista de heavy metal e chamado hair metal, AOR e por aí. som”. Penso que se continuar a
também um produtor de música. Sou feito da soma do que é a essência fazer música durante muito tempo,
Venho dos confins do extremo da década de oitenta. E ouvi grunge poderás passar por momentos
oriente, de Zipangu. Comecei o e todo o tipo de música alta mas difíceis mas lembra sempre da
projecto chamado Destinia porque senti que esses não se adequavam palavra “música”.
queria fazer a minha música ideal com o meu estilo musical. Como
de heavy metal. Eu poderia dizer guitarrista, Randy Rhoads, Uli Jon Vamos falar do teu álbum.
que Destinia é parte do que sou. Roth e Michael Schenker foram Confesso que eras um complete
a minha verdadeira inspiração. estranho para mim mas quando
Um virtuoso da guitarra, como vi a equipa de músicos que estava
é que começou o teu gosto pelo Acredito que a guitarra de Michael
Schenker é parte do seu corpo e a contigo foi uma forma de se
instrument? O que é querias destacarem de todos os outros
tocar quando começaste? sua música e fraseados musicais
falam da sua vida. Na realidade que tinha para analizar… Como
Tudo começou quando vi um sou um desenhador gráfico e é que conseguiste juntar esta
video do Ritchie Blackmore a faço algum do seu merchandise equipa.
esmagar uma guitarra em frente official, por isso nunca me deixo de Depois de lançar dois álbuns
à câmara. Antes disso não tinha impressionar sempre que o vejo a com os Destinia no Japão, eu
pensado em tornar-me um músico. tocar. queri lançar um álbum a nível
Estava a praticar desportos de luta mundial. Dessa forma para poder
para poder tornar-me um ninja criar a minha ideia de heavy
mas tive uma lesão grave uma vez
e fiquei bastante frustrado… então
"Para poder criar metal tive que colaborar com os
melhores músicos de sempre. Foi
converge toda a minha paixão para
o hard rock e heavy metal! Desde
a minha ideia de a minha primeira vez para tudo.
No espectáculo de reunião dos
então tenho estado fascinado com
o poder mágico destes dois géneros
heavy metal tive que Rainbow, eu ouvi a voz de Ronnie
Romero, e pensei logo que tinha de
e tenho-os sempre presentes, todos
os dias da minha vida. A principal colaborar com os escrever músicas para ele cantar,
então quando o Ronnie veio para o
razão pela qual toco guitarra é
porque queria dizer algo de mim melhores músicos de Japão com os Lords Of Black para
o festival Loud Park, eu arrisquei e
na história do hard rock e do heavy
metal e eu desejo brilhar como sempre." fiz-lhe uma oferta. Depois quando
estava a escrever as canções a
as estrelas de rock da década de imaginar como é que elas soariam
oitenta que eu mais admiro. com ele a cantar, surgiu-me a ideia
Sei que também escreves música Algum conselho para músicos de um conceito para o álbum que é
para jogos de video… wow, como mais novos que estão a começar “Classic Modern”, e que os músicos
é que isso aconteceu? agora? se encaixariam perfeitamente nele
seriam o Tommy e o Marco. É
Bem, aqui no Japão há uma Depois de ouvir muita música, difícil para eles aceitar uma oferta
enorme procura por guitarristas acredito que é importante destas de um novato como eu mas
de heavy metal para jogos de video encontrares o teu próprio caminho. não queria arrepender-me mais
e anime e na verdade alguma da Claro que praticar é importante, tarde de não ter tentato, então
sua qualidade de som é melhor mas também não preciso dizer arrisquei e fiz-lhes uma oferta. No
que muitas canções de bandas que existem por todo o mundo início queria que eles colaborassem
de heavy metal. Além disso, eu muitas técnicas e ensinamentos apenas numas músicas mas depois
próprio também gosto da música bons. Não penso que aprender de lhes mandar as demos, eles
que é usada em jogos de video e dos livros é mais importante do disseram-me que as músicas eram
nos animes. O momento em que que ganhar experiência de vida e muito boas então quiseram tocar
a história e a acção são ilustradas supercar desafois, que poderão ser em todas! Eu fiquei mesmo muito
com a minha guitarra, é o melhor tanto amor, hobbies ou qualquer honrado! Todavia haviam riscos
de sempre! coisa que seja, e depois poder e não foi fácil para um novato
expresser emoções dessas mesmas como eu trabalhar com membros
Que influências tens como experiências através de uma tão experientes e talentosos e
músico e guitarrista? guitarra e canalize-las para uma criar um álbum porque a minha
canção. Acredito que é importante forma de tocar guitarra e compor
Como já disse, tudo começou com o quanto consegues encurtar a seriam comparadas aos seus
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níveis. Felizmente notaste no meu que também é algo importante, o e estilos do metal da década de
trabalho árduo e parece que os trabalho de produtor. oitenta com melodias fortes. De
meus esforços foram muito bem facto eu apenas me apercebi do
recompensados! E trabalhar com eles todos? power metal e do estilo mais AOR
na voz e coros durante o decorrer
Ronnie Romero é um exemplo Bem, foi difícil manter-nos de da produção. Deve ser porque eu
sem dúvida de uma força de acordo com o estipulado mas gosto desse estilo de vozes. Houve
natureza, a sua voz fica be mem felizmente o processo de gravação momentos em que bandas como
qualquer lado. Foi fácil a questão foi suave e acabou cedo. No entanto, Dio e Whitesnake também tinha
dos horários entre o Ronnie e os devido a outros lançamentos que esse tipo de melodia, certo? Nunca
teus? cada membro tinha, o lançamento
de “Metal Souls” acabou por ser soou totalmente power metal nem
Foi difícil mas no final tudo correu adiado e tivemos mais tempo para AOR, mas as melodias eram tão
bem. Quando escrevi tanto as letras finalizer umas últimas negociações. impressionantes. Então eu peguei
como as melodias, tive sempre Então acabei por masterizar assim nessas melodias das década de
em mente a voz do Ronnie então como misturar tudo à última da oitenta e trouxe-as de volta para
gravar não ocupou muito tempo. hora. a música moderna através dos
Ele cantou de forma espantosa e Destinia.
fez alguns arranjos ligeiros como O tema-título arranca com Quem pensou na capa do álbum?
seria esperado que fizesse. o álbum e estabelece o tom.
“Metal Souls” é um álbum Também estou a trabalhar como
Claro, que em relação as restantes que vive algures entre o power director de arte e desenhador
músicos, a mesma questão… metal europeu e o AOR norte- gráfico, então fui eu próprio que fiz
complicado coordenar as a capa. Para mim a música e design
disponibilidades de todos? americano… é esta a linha
pensada em seguir desde sao a mesma coisa porque eu tento
O Tommy e o Marco estavam sempre ou simplesmente expresser aquilo que tenho dentro
bastante ocupados também, por de mim. É apenas um campo
aconteceu desta forma? diferente. Mas a música preenche
isso considerando que estava a
preparer todo o material deu- Foi feito dessa forma de forma a ambos os meus desejos ao mesmo
lhes tempo suficiente para as suas encaixar no conceito. Com “Classic tempo. Este artwork é um sinal
gravações de forma a que pudesse Modern” tinha como objective o melódico, um símbolo de hard
tocar sem problemas. Acredito som modern com as estruturas rock e heavy metal, mas também
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um sinal e respeito pelo Dio, um Ronnie, Marco e Tommy. Claro eles. Se isso acontecer, já sei quais
rugir a ascender pela chama. Se que estando a escrever músicas os músicos que iriam tocar comigo.
rodas a figura para a esquerda para eles, também é o meu dever Então para todos os metalheads
faz sentido que a parte onde a de avaliar e incorporar as ideias a ler esta entrevista, mal posso
mão está represente o inferno que os membross me dão. Desde esperar para vos conhecer todos
de Turkeministão. A montanha que mantenhas a mente aberta, nos meus concertos!
visível no fundo são os Pirinéus. vai acaba com um resultado mais
Um homem vive em espanha que variado e até mesmo melhor do Qual é o teu próximo passo.
atravessa por um poder mágico que que aquilo que poderias imaginar Primeiro desejo que o meu álbum
ascende do inferno e grita alto para no início. “Metal Souls” possa ser escutado
o mundo para lá das montanhas. por tantas pessoas quantas possíveis
“Oh, que coisa maravilhosa, rock Pensas que será possível ver esta
equipa numa digressão do “Metal e que elas me fiquem a conhecer.
é feito por tantas histórias!” Isto Esse é o grande próximo passo. É
é, aquilo que eu estava a pensar Souls”? Existem planos para isto?
por isso é que quero ouvir todas as
quando fiz “Metal Souls”. As bandasO primeiro concerto no Japão foi opiniões, boas e más. Quanto aos
progressivas estão habituadas a confirmad para o 21 de Janeiro meus planos para o resto deste ano,
seconder histórias no artwork. em 2019, em Tóquio. Penso que vou trabalhar como produtor para
Como é que fazes a música para existem muitas possibilidades para artistas japoneses e depois vou voar
cada um dos teus projectos, já que mais concertos. Mas no que toca a até Las Vegas para trabalhar num
eles diferem tanto musicalmente? uma digressão mundial, penso que projecto novo (que não Destinia)
seja difícil. Estou ainda a falar com com o Paul Shortino. Seria algo
É simples, independentemente o nosso agente mas gostaria de muito fixe podermos fazer muitos
do projecto, mantenho a mesma dar muitos concertos no próximo concertos com os Destinia e andar
abordagem. Como produtor ano… deve ser complicado em digressão por diferentes países!
sou responsável port razer ao de conciliar as agendas de todos, Vamos conhecer o future! Keep it
cimo o melhor das habilidade de estou a pensar contratar músicos Metal!
músicos maravilhosos como o de suporte e fazer a digressão com
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eNTREVISTA
eNTREVISTA
Aqui neste mundo do metal, nada fica exactamente morto e esquecido. Dito isto, tomámos contacto
com os Hellish War apesar do seu último álbum de originais ter sido lançado há já cinco anos. No
entanto a sua raça heavy metal é tão genuína que não poderíamos deixar de chegar a eles para
ficarmos a conhecê-los um pouco melhor. JR, baixista, foi quem nos recebeu e fez a ponte de
ligação entre Portugal e Brasil. Uma ponte feita de metal.
Fernando Ferreira
Bem vindos a este World na Alemanha. Sempre mais maduro e completo Para quando podemos
Of Metal. Esta é uma estivemos na luta e não é e merecia chegar a mais esperar o vosso próximo
boa oportunidade para nada fácil, ainda mais para ouvidos headbangers. trabalho? Estão a
vos apresentar (ou re- uma banda do Brasil. Mas trabalhar nele neste
apresentar) aos fãs de amamos o que fazemos e Em relação ao álbum momento?
metal portugueses. No isto é o que importa no “Keep It Hellish” foi
entanto, os Hellish War fim do dia. E se tivermos dito no momento Para 2019, com certeza!
não são uma banda pessoas a apoiar-nos, do lançamento que Estamos em fase de
propriamente nova, com então valeu tudo a pena! representava um início composição. Por enquanto
uma carreira com mais de um novo ciclo da temos umas três canções
de duas décadas. Como O vosso último álbum banda. De que forma? definidas e mais algumas
é que tem sido esta já data de 2013, acham ideias. Ainda não temos
que ainda vos representa Este é o primeiro album titulo para estas canções
caminhada dos Hellish com um novo vocalista. e nem para o album. Mas
War pela luta do metal? como banda neste
momento? Estivemos com o Roger estamos trabalhando
Estamos por aí há mais Hammer na formação por duro para isso. O plano é
de vinte anos. Temos Sim, totalmente. Rendeu mais de dez anos. Então gravar no final deste ano
três álbuns de estúdio bem, mas ainda achamos foi o inicio de um novo ou inicio de 2019.
e um ao vivo, gravado que merece mais ciclo, sim.
destaque. É nosso album “Keep It Hellish”, o
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vosso já mencionado último e os actuais?
trabalho, foi editado pela
editora Pure Steel Records, Definitivamente eram outros
que também reeditou os vossos tempos. Hoje os trabalhos de
álbuns anteriores. Esta ligação originais não têm mais tanto
ainda se mantém? espaço. Ainda pegamos o final
das editoras também, o que
Sim. Ainda se mantém. Mas hoje é impensável. Tudo hoje é
nossos contratos são por álbum. digital, online e é preciso lidar
Então assim que o novo album com isto. Entrar no dinamismo
for gravado, veremos se eles desta nova época.
terão interesse em lançá-lo ou,
talvez, analisar a proposta de Mais Informações:
outra editora. www.hellishwar.com.br
No Brasil por outro lado foi www.facebook.com/hellishwar
lançado pela Voice Music,
que também representa/ www.twitter.com/hellishwar
representou o melhor do metal
brasileiro. Ainda continuam w w w . y o u t u b e . c o m /
ligados a essa editora? hellishwarofficial
Chris Caffery começou a tocar guitarra aos onze anos e gravou a sua primeira demo-tape, aos catorze.
Com uma carreira musical invejável, da qual constam nomes como Trans-Siberian Orchestra, é aos
Savatage que o seu nome será sempre associado. Desde 2004 que se dedica a uma carreira a solo,
tendo recentemente, lançado o seu sexto álbum de estúdio - "The Jester's Court". E foi esse o mote
par a entrevista com Chris Caffery, onde se fala do novo trabalho, mas não só
Rosa Soares
18
Olá Chris, antes de mais, um Jester's Court. É o meu tempo para a tua carreira a solo revela um
muito obrigada por nos cederes crescer e aceitar responsabilidades, artista que se sabe reinventar,
um pouco do teu tempo. Sabemos controlar o meu reino. Também que tem uma identidade. Como
que andas bastante ocupado com podes olhar para isto politicamente te consegues distanciar do Chris
a promoção do teu novo álbum, se quisesses… actualmente, há dos Savatage e da Trans-Siberian
lançado no dia 27 de Julho. E é muitas personagens no mundo Orchestra?
por aí que vamos começar: ainda com grande poder, e que eu acho
com pouco tempo de vida, já muito divertidos. Não vou discutir Bem, às vezes os elementos estão
lemos boas reviews. Como é que política, vou ficar por aqui! lá. É algo a que é difícil fugir. É
está a ser a reacção dos fãs e do impossível não ser influenciado
público em geral? por pessoas como Jon e Criss
Olá! Muito obrigado pela " É impossível não Oliva ou Paul O'Neill. São mestres
no que fazem. É triste pensar que
entrevista! Até agora, os fãs, e o
público em geral, adoraram este CD. ser influenciado por dois deles são agora, anjos. Mas
a sua influência estará sempre
Adoraram as músicas, a artwork...
tudo. Houve algumas críticas com pessoas como Jon e presente em mim. Mas também
tenho muitas outras influências,
as já habituais as declarações sobre
"Não é Savatage" e "A tua voz não Criss Oliva ou Paul enquanto guitarrista, escritor,
cantor e músico. The Queen, os
é a do Jon". Já estou habituado. De
um modo geral, estou feliz com a O'Neill. São mestres Beatles, Sabbath, Prince, Dio,
Maiden e Priest, Jimmy Hendrix
maioria das reacções. e Stevie Ray ... a lista continua.
“The Jester’s Court” – o título do
no que fazem. É triste Eu não ouço muita música nova,
a não seu que eu esteja a passar
álbum e a sua própria artwork,
remete-nos para uma certa
pensar que dois deles por perto. Por isso, a minha alma
é, musicalmente, antiga. Tudo que
dualidade “brincalhona”, um
jogo, uma brincadeira simbólica
são agora, anjos." eu tento fazer é escrever músicas
divertidas. Aquelas com que eu
entre o bem e o mal, a diversão e me divirta, cantando e criando. Ou
a punição. Com é que tu defines Neste álbum, apesar de cantares, aquelas que expressam as minhas
este trabalho? fazeres coros e tocares vários emoções. Espero que as pessoas se
Eu tive uma carreira muito longa. instrumentos (guitarra, baixo possam conectar a essas emoções
Sou muito feliz por isso. Há mais e teclados), tem convidados quando ouvirem a música. Eu
de trintaanos que sou guitarrista de renome: Angus Clark, gosto de experimentar. Eu gosto de
profissional, cantor, artista. O meu Joel Hoekstra, Jane Mangini, usar muitas harmonias. Eu poderia
trabalho tem sido fazer as pessoas Tony Dickinson (Trans- fazer um disco como se tivesse,
rirem e sorrirem, terem alegria com Siberian Orchestra), Brian apenas 8 lápis de cor, mas eu tenho
a música que eu e minhas bandas Tichy (Whitesnake, Billy Idol), a caixa de 64 e gosto de os usar
criamos. Nesse "sorriso de bobo da Alessandro Del Veccio (Voodoo todos!
corte", às vezes, há muita dor, às Circle) e Lonnie Park. É quase
vezes há muita felicidade. Muitas uma super-banda. Queres falar O segundo tema do álbum é
vezes, não tive controlo sobre o um pouco do porquê destas “1989”, que nos remete para esses
escolhas? anos áureos da música rock. Não
que me deixava feliz ou triste… resisto a perguntar: quais as
Diferentes elementos con-trolaram A maioria são bons amigos. principais diferenças entre fazer
minha vida… Pessoalmente, Trabalhei com o Angus, o Joel, o música hoje e nos anos ’80?
financei-ramente, fisicamente… Tony e o Jane na Trans-Siberian
Aquele não era o meu tabuleiro de Orchestra. “Lost Tonite” é uma Bem, remete-nos para esse tempo
xadrez e eu não conseguia fazer os música que escrevi para o Paul não apenas musicalmente, mas
meus próprios movimentos. Com o O'Neill. Significa muito, para também pessoalmente. Eu tinha
tempo aprendi que não era apenas mim, ter alguns dos meus bons vinte anos de idade! Eu estava nos
o meu tabuleiro de xadrez, mas o amigos nessa música especial. Savatage e estávamos por toda a
meu próprio reino. Tens de assumir O Alessandro, conheci durante MTV. Eu estava em tournée pelo
o controlo da tua própria vida se as gravações de “Spirits of Fire”. mundo, tinha a minha própria
quiseres, realmente, ser feliz. Eu Brian fez meu último disco e eu, casa, carro novo, um barco num
também aprendi que nunca podes simplesmente, adorei a sua forma lago ... a vida era uma loucura
fazer toda a gente feliz - podes te de tocar bateria, e por isso o divertida. Não é que agora não seja,
matar a tentar. Então, agora tenho convidei novamente. Felizmente, mas naquela época eu vivia todos
algumas coisas por minha conta. ele estava disponível quando eu os dias como se fosse o último.
Ser vocalista é algo que me deixa precisei de terminar os temas. Sem consequências. Acordar,
emocionalmente feliz. Cantar faz- limpar o que ficou da noite
me muito feliz. Financeiramente Já ouvi o álbum e deixa-me dizer anterior e recomeçar. Foi uma fase
eu estou bem, o que me deixa que gostei bastante. Sons pesados, que durou cerca de 4 anos, onde
espaço para trabalhar mais na melódicos, riffs excelentes. todos os dias eram como Mardi
minha música e arte. Agora é o Apesar do teu percurso musical, Gras. Actualmente, não há nada de
19
errado em nos divertirmos.
Mas, pessoalmente, acho
que tomei algumas decisões
erradas. Essa música
apenas diz que quero viver
assim, novamente, mas da
forma correcta. Divertir-
me, mas responsavelmente,
e certificando-me de que
minhas decisões não são
guiadas por emoções ou
uma bebida qualquer que
esteja a beber naquele
momento!
Para quando uma reunião
dos Savatage?
Vocês sabem qual a
resposta, assim como eu,
infelizmente. Eu gostaria
de dizer amanhã! Mas não
posso. Espero que num
futuro próximo, possamos
ver a banda em palco
novamente. Eu acho que
existem tantos fãs que
adorariam ver isso! Não
apenas os que nos viram
há vinte anos, mas toda
uma nova geração de fãs de
música e metal.
Gravaste a tua primeira
demo tape aos catorze
anos… ao fim destes anos
todos, o que é que ainda
te motiva para fazeres
música?
Bruce Dickinson, Jon Oliva, Lou ter deixado os Savatage. Saí para
Digo sempre que é o eterno medo Graham, Steve Perry, Alice Cooper ir trabalhar com o meu irmão e
de um trabalho real! Mas, e agora ... para começar ... foi um erro de jovem. Eu podia
a sério, é exatamente o que eu amo ter ficado e feito as duas coisas.
fazer. É tudo que eu sempre fiz. Quais as melhores lembranças de Eu perdi os últimos três anos da
Eu tenho uma empresa de molhos toda a tua carreira? E as piores?
vida de Criss Oliva e aquelas duas
picantes, e tenho a Metalphant que As melhores lembranças são, tournées com ele. Coisas que
estão muito bem, e eu gosto dessas definitivamente, as primeiras nunca mais vou ter de volta. O
coisas. A Metalphant é inspirada tournées com Savatage. Na seu funeral e o de Paul O'Neill são
numa pequena mascote minha, verdade, qualquer tournée com as minhas piores memórias. Eu
chamada Wilbur, e vendo jóias, Savatage! Especialmente as sentirei a falta deles para sempre.
roupas, arte em vidro marinho, a actuações em festivais na Europa e
pessoas de todas as idades. Mas eu na América do Sul. Trans-Siberian Já tens datas para tocares “The
sou músico. É onde meu coração Orchestra a abrir para Garden. Jester’s Court” ao vivo? Irá haver
e a minha alma estão. Por isso Todas as tournées com a Trans- alguma digressão europeia?
não preciso, verdadeiramente, da Siberian Orchestra são divertidas,
motivação. O que eu preciso é de mas é um trabalho muito duro! Estou a discutir possibilidades
mais tempo! Nunca é o suficiente O horário é muito ocupado. Eu e assim que souber, divulgo.
para o que eu preciso de fazer! adorei as tournées “Beethovens Se vocês tiverem amigos que
Enquanto guitarrista e vocalista, Last Night”, da Trans-Siberian organizem festivais, digam-lhes
quais as tuas principais Orchestra, porque nós só tínhamos para me porem na fila!
influências? um espectáculo por dia e éramos,
novamente, a banda principal, que Fiquem tentos a www.chriscaffery.
Já abordei um pouco isso, mas é essencialmente Savatage sem com or www.facebook .com/
enquanto vocalista, Ronnie Dio, os vocalistas. As minhas piores chriscafferymusic, para saberem
Ray Gillen, Freddie Mercury, lembranças... eu nunca deveria todas as novidades!
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eNTREVISTA
eNTREVISTA
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eNTREVISTA
NTREVISTA
Os Black Mirrors foram paixão à primeira audição. Quando largos meses atrás ouvimos o
EP “Funky Queen” ficámos logo rendidos ao seu amor ao rock clássico e ao blues. “Look Into
The Black Mirror” é o álbum de estreia e não desiludiu, conseguindo superar não só o EP
como ainda estabelecer uma identidade própria que talvez estivesse a faltar nesse primeiro
lançamento. Pierre Lateur, o simpático guitarrista da banda belga falou-nos a fundo deste
espelhos negros do rock com a ajuda de Marcella Di Troia, a voz marcante do lado lá do
espelho.
Fernando Ferreira
Fotos - Mehdy Nasser
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Olá e bem vindos ao World E será que ao gravar o álbum de álbum, com grandes linhas
Of Metal. Primeiro álbum cá estreia, sentiram essa pressão vocais, não apenas grandes riffs.
fora, entrevista, trabalho de ou a experiência que já tinham Também conseguimos sentie
promoção e todas as coisas com o EP foi útil para que a presença do blues através de
inerentes a isso. Como tem sido agora fosse algo mais relaxado? todo o disco. Com músicas
esta fase após as gravações? Como é que sentiram o tempo como “Moonstone” ou “Inner
no estúdio? Reality”, deixamos falar as
Muito longa porque já nossas influências mais “trippy”
acabámos de gravar o álbum Tentamos sempre o processo e psicadélicas como Pink Floyd,
quase um ano atrás. Estamos criativo da promoção para nos The Doors, Radiohead e até
realmente ansiosos para sentirmos o mais livres possíveis Massive Attack. Claro que
mostrá-lo ao nosso público. e para evitar sentir alguma podemos dizer que o universo de
Mas tivemos muito ocupados pressão no que diz respeito a Josh Homme (Kyuss, QOSTA,
a preparar o lançamento do escrever canções. Pensamos Them Crooked Vultres, etc.)
álbum. Gravámos vídeos com que isso poderá mesmo poluir é uma das nossas influências
o nosso amigo Sébastien Van a nossa arte, misturar esses dois especialmente nos riffs de
Malleghem, fizemos entrevistas, processos. Por isso mesmo que guitarra e som. E também um
alguns concertos e também quisessemos ter um bom álbum pouco de Jack White também.
estamos já a criar músicas para no final das gravações, não
o segundo álbum. sentimos assim tanta pressão e a A forma como Marcella canta
atmosfera no estúdio foi mesmo dá uma vida extra às canções
Non stop! Depois do excelente excelente. Estivemos por nossa e torna-as bastante viciantes!
EP “Funky Queen” quais eram conta com o nosso engenheiro de A forma como soa é como se
as vossas expectativas para o som Ulysse Wathier. Gostámos fosse uma libertação, quase
álbum de estreia? Já sabiam muito de gravar este álbum. como uma canalização para
bem aquilo que queriam esse propósito. Houve um
atingir? conceito geral específico para
Esperamos que as pessoas que
nos têm seguido desde o início
"Led Zep, Jimi as letras do “Look Into The
Black Mirror”?
gostem do álbum tanto quanto
nós gostámos de o criar e gravar.
Hendrix e Janis Durante as sessões de gravação,
quando chegou a minha vez
Também queremos andar em
digressão o mais possível para Joplin são as de gravar a voz, eu criei um
pequeno santuário com as
partilhar a música com os
nossos fãs e promover o álbum. principais. Estão um vibrações que eu precisava
para me sentir inspirada e
No álbum mostram-nos uma
abordagem mais moderna pouco no ADN da na disposição correcta para
cada tema. Por exemplo, para
“Burning Warrior”, a canção
que afasta a tentação que são
uma banda retro. Alguma vez nossa banda." presta homenagem a todas
as nações nativas americanas
sentiram esse peso, do rótulo
“retro”? que lutram para manter a sua
terra sagrada e cultura. É uma
Uma parte de “Till the Land Wind Se tivesses que apontar alguns lembraça do massacre em
Bloes” e a parte mais bluesy no nomes como influências Wounded Knee, onde muitos
“Burning Warriors” faz com que maiores do “Look Into The deles morreram. Então eu criei
seja certo dizer que o álbum tem Black Mirror”, quais seriam? uma certa vibração na minha
um feeling mais moderno mas O comunicado de imprensa sala de estúdio para sentir-me
não o pensamos assim quando refere que o som mais típico inspirada, o meu pequeno altar
fizemos as músicas, realmente. do Josh Home vem à mente – e foi decorado com imagens deles,
Não queremos mesmo saber em realmente vem nalguns riffs... É como uma homenagem. Mas de
ser uma banda retro ou não, se a música dele uma influência? resto não houve um conceito
tocamos música rock, blues ou Led Zep, Jimi Hendrix e Janis geral para as letras. Eu escrevo
stoner... É mais sobre tocarmos Joplin são as principais. Estão um sobre todo tipo de coisas que me
a música que nos soa bem aos pouco no ADN da nossa banda. tocam profundamente durante
nossos ouvidos e almas. Por Temos estado a ouvir muito o processo de composição. Só
isso, não, não podemos dizer os The Hellacopters antes de quis ser o mais honesta quanto
que tenhamos sentido qualquer gravarmos. Eles influenciaram- possível.
peso acerca do rótulo “retro”. nos muito quando estavamos Vocês vão andar em digressão
a compor as canções para o
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pela Europa em apoio ao álbum. Algumas faixas já têm público ainda esteja lá, é muito
álbum? Onde esperam ir? quatro anos então já tivemos a difícil ter uma promoção maior
hipótese de as tocar ao vivo. Não como ter tempo de antena,
Sim, durante o Outono vamos separamos realmente o processo aparecer na TV... li uns poucos
andar em digressão pela Europa criativo e estarmos activos como dias atrás que na cerimónia dos
durante quase dois meses. A uma banda que toca concertos e Grammy este ano, o promotor
primeira digressão será com os gostamos de as testar ao vivo. do espectáculo nem se deu ao
Vintage Caravan e Wucon em Se sentirmos que o público e trabalho de transmitir a categoria
Outubro e depois vamos andar nós também estamos a gostar, “Melhor Música Rock... Não é o
outravez na estrada com os The mantemos a música. Caso estilo de música principal neste
Nightflight Orchestra de 22 de contrário, metemo-la de parte. momento. Mas nunca sabemos
Novembro até 23 de Dezembro. o dia da amanhã, a história em
Podes encontrar todos os Rock/Metal não tem o mesmo geral parece andar em círculos
detalhes nas nossas redes sociais poder comercialmente que teve e conforme estamos a falar
e no nosso website. alguns anos atrás mas parece sobre história, na década de
que criativamente é melhor cinquenta alguém disse a frase
Quais são as vossas expectativas que nunca. Como é que sente
quanto à recepção dos fãs aos a cena pesada hoje em dia? trágica “Rock está morto” com
novos temas ao vivo? o resultado que vimos durante
Acham que vai ficar tão grande as grandes décadas músicais
Poderá ser algo óbvio mas como era na década de setenta que tivemos da década de
esperamos mesmo que eles ou oitenta? sessenta até à de noventa. Então
gostem destas canções. Mal Sim, claro, é um pouco vamos ver o que vai acontecer,
podemos esperar para partilhar complicado hoje em dia fazer um mas de qualquer forma vamos
a música e energia com o nosso nome no género rock e heavy. continuar a tocar a música que
público. Mas para ser honesto, já Penso que seja porque existem gostamos e ir aos concertos para
as tocámos ao vivo, pelo menos mesmo muitas boas bandas por ver todos estes grandes músicos
a maior parte das músicas do aí hoje em dia e mesmo que o que ainda temos sorte de ter!
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"na cerimónia dos Grammy este ano, o promotor do espectáculo nem se
deu ao trabalho de transmitir a categoria “Melhor Música Rock... Não é
o estilo de música principal neste momento. Mas nunca sabemos o dia da
amanhã"
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eNTREVISTA
eNTREVISTA
eNTREVISTA
Miguel Correia
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Olá Amanda, bem-vinda à É o meu bebé e é algo com- que eu co-escrevi com meus
World Of Metal e começo por pletamente pessoal porque amigos ("Nocturna" e "Eternal
te perguntar sobre a estrada, escrevo as músicas e faço todos Spring"). Mas no fim, tenho
a tua jornada na música, as vocalizações (com excepção sempre a palavra final sobre o
recheada de participações do que Jorn Lande fez como que vai para o álbum. Como o
em projetos que foram bem convidado, é claro). A maioria Sander também fez a mistura do
sucedidos... do que eu escrevo é muito álbum... ia dando em doido com
autobiográfico, de alguma forma, isso! (risos)
Wow, olá e obrigado, eu é que e não é apenas a minha voz,
agradeço e sim, sem dúvida um eu também trabalho muito na E para além do Sander há
processo total de aprendizagem apresentação visual do álbum então mais participações?
constante, eu adoro esse lado de num todo. Eu gosto de ter um
colaborar com outros músicos, pacote completo e tudo tem um Meu marido, co-escreveu a
porque se aprende sempre algo significado para mim... maioria das músicas comigo,
novo, até sobre nós e claro de produzindo, tocou guitarra e
trabalhar ao lado de grandes baixo e msiturou o álbum; Andre
músicos. Borgman na bateria, que não é
E como a tua carreira começou "A maioria apenas um baterista fabuloso,
mas um músico fantástico em
do que eu
para o mundo da música? geral e um amigo de longa data
Acima de tudo de onde veio e ex-colega de banda do Sander
o gosto por esta área mais nos After Forever; Erik van
pesada, por assim dizer?
Olha, a minha carreira começou
escrevo é muito Ittersum nas teclas, que também
deu muito de si com os seus
autobiográfico, de
maravilhosos talentos nos álbuns
há muito tempo, quando eu era da HDK; Stefan Heileman
muito jovem. A música sempre trabalhou no lado visual das
foi importante na minha família
e eu simplesmente fui educada
com ela por todo o lado. Eu já
alguma forma" coisas, a fazer todas as fotos e
ilustrações; Yves Huts escreveu
"Eternal Spring" comigo e,
tocava covers em vários locais, finalmente, meus amigos de
desde muito cedo, talvez com sempre, Mark Burnash no baixo,
dez anos já o fazia e mais Primeiro surgiu "Alloy", um Paul Owsinski na guitarra e
tarde, por volta dos dezassete grande disco e agora "Tectonic", Ashley
já compunha as minhas músicas, outro grande disco...
como vês... Quando falas em Peacock que
música mais pesada, eu tenho Muito, muito obrigado! Nós escreveu"Nocturna". As pessoas
que falar que a colaboração começamos a escrever material que vocês escolhem devem ter
mais influente foi trabalhar nos novo logo depois de “Alloy”. a mesma visão musical? É um
HDK com o Sander Gommans, Como tudo estava a levar ponto obrigatório ou nem por
que se tornou meu marido muito algum tempo para simplesmente isso?
mais tarde! Ele foi realmente a acontecer, houve algumas
chave, o único que me levou músicas acabaram indo para Eles aceitaram acima de tudo
para escrever e executar metal e outros álbuns: o último Kiske porque lhes foi dada a imagem
até levou à criação dos Trillium. Somerville, por exemplo! Tanta completa para o que ia acontecer
coisa foi acontecendo, como o com todas as músicas. Eles
Trillium, esse foi então o meu casamento com o Sander o foram maravilhosos em aceitar
primeiro passo, mas daí para começo de uma família, aí senti o que queríamos e é exatamente
a em diante o que aconteceu? que iria precisar de mais tempo por isso que queríamos que eles
para terminar “Tectonic”. Esse fizessem parte desta criação.
Em 2010, depois que lançarmos tempo extra valeu mesmo a pena
o HDK "System Overload", eu porque fomos capazes de fazer Por que surge "Tectonic" como
estava a escrever mais músicas, tudo sozinhos da maneira que o título do álbum?
algo que estava a sair mais queríamos com as pessoas que Sou fã de coisas que têm diversos
sombrio e pesado e ao falar com escolhemos a dedo para tocar significados
o Sander sobre o rumo que as autobiográficos
os instrumentos adicionais. Sou e figurativos e este caso não
musicas estavam a levar, porque aqui a única a tomar as decisões é exceção. Claro que o mais
não tinha certeza se essas músicas sobre as coisas, embora o Sander óbvio é o termo geológico, que
poderiam até fazer parte de um certamente tenha muito crédito se relaciona com as diferentes
álbum solo e muito naturalmente e eu respeite e valorize muito camadas que todos temos debaixo
levou ao que é hoje o projeto as suas opiniões. Várias músicas de nossa superfície. Para mim,
Trillium. eram demos instrumentais que ele essas camadas foram mudando
O que diferencia Trillium dos me apresentou, outras começaram ao longo dos anos, certamente
teus outros projetos? como demos de piano-voz. Havia causando grandes mudanças
também duas músicas no álbum na minha vida. Nós sabemos
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de forma mais comum
da ligação à terminologia
geológica, mas a sua origem
é grega: "tekton" significa
"construtor". Em alemão,
"Tektonik" também tem o
seu lugar na poesia e na
arte, referindo-se à criação,
clarificação e combinação
de elementos construtivos,
mas também na arquitetura,
referindo-se à soma de
várias partes que se juntam
para formar uma nova
estrutura ou obra de arte.
Esse é o núcleo do que é
“Tectonic”. É, sobre como
todos os vários elementos
e mudanças se juntaram
para formar minha vida e,
portanto, também a minha
música, como ela é agora.
Não querendo ser mal
interpretado, mas todos nós
sabemos desde sempre que
este género musical é algo
tipicamente mas-culino,
mas, a verdade é que de há
uns anos a esta parte temos
assistido ao surgimento de
mulheres como vocalistas e
até bateristas, guitarristas,
testemunhado que o lado
feminino além da beleza
traz qualidade à música...
(Risos) As barreiras estão
finalmente a cair... sim, é
verdade. Mas ainda há um
longo caminho a percorrer.
Há certamente muitas coisas
ainda muito estereotipadas que
temos que superar enquanto
mulher, ho-nestamente, qual-
quer tipo de carreira e
particularmente na indústria
da música, especificamente
no género metal.
Psicologia versus música.
A música ganhou?
(Risos) Absolutamente, sem
dúvida...
Wow, sim, verdade, as crianças conscientização e promover a
Por falar nesta área , eu, para são nossos maiores tesouros pesquisa já é uma vitória.
além deste meu lado musical, porque são o futuro. Qualquer
também trabalho com algumas coisa que eu possa fazer para Como queres ser recordada ou
crianças autistas, eu partilho ajudar talvez seja muito, muito lembrada pelos teus fãs?
isto contigo, porque eu sei que pequena tendo em conta as reais Olha, como alguém muito
estiveste envolvida num projeto necessidades, mas estou muito genuína. Tudo o resto pouco
de angariação de fundos para feliz em poder contribuir. O importa...
crianças autistas por um longo autismo afeta tantas famílias
tempo... hoje e, de qualquer forma,
podermos ajudar a aumentar a
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"Há certamente muitas coisas ainda muito estereotipadas
que temos que superar enquanto mulher, honestamente,
qualquer tipo de carreira e particularmente na indústria
da música, especificamente no género metal."
35
eNTREVISTA
Os H.O.S.T. são uma banda portuense, nascida em 2016. Apesar e ser uma banda recente, os seus
membros são músicos experientes, conhecidos do público e vindos de outros projectos, tais como
Dove, Cycles, Head:Stoned, Dum, Unfolded Vision ou Feartstomb. De forma a sabermos um pouco
mais sobre os H.O.S.T., falámos com Augusto Peixoto, baterista bem conhecido no panorama do
metal nacional e com uma pequena participação de Gerrit Dries, vocalista da banda.
Rosa Soares
As Lizzies são a mais recente sensação do hard rock da nossa vizinha Espanha, país que
é sempre inspiração pela forma como o seu amor proporciona as condições ideais para
ser um viveiro de novas bandas. Não exactamente uma nova banda, mas este segundo
álbum, "On Thin Ice", poderá ser a apresentação perfeita para quem não apanhou o
álbum de estreia. Para ajudar também a facilitar as apresentações, fomos fazer a nossa
parte e falar com a Patricia, guitarrista do quase exclusivamente quarteto feminino.
Fernando Ferreira
Bem vinda ao nosso melhor em menos tempo. pressa no estúdio e foi Penso que tem mais poder,
World Of Metal. Depois Houve alguma dessa bastante stressante mas no soa mais fresco e como foi
de um grande álbum de pressão para este álbum? final correu tudo bem. a Elena que escreveu todas
estreia, estão de volta as letras, é tudo muito
Mais ou menos, sim. O que é que os fãs poderão
com “On Thin Ice”, o mais pessoal.
Trabalhámos arduamente esperar para este álbum,
Segundo que é lançado
nas novas canções e comparando com aquilo A experiência do álbum
agora em Outubro.
fomos resgatar velhos que “Good Luck”, o vosso de estreia fez com que
Normalmente o segundo
riffs e ideais do passado álbum de estreia, é? estas gravações fossem
álbum é um grande
que se tornaram em um pouco mais fáceis?
desafio porque, tal como “Good Luck” estava mais
novas músicas como
se costuma dizer, para situado no final da década Foram duas experiências
“World Eyes On Me” ou
o primeiro a banda tem de setenta ou de inícios da bastante diferentes.
“Playing With Death”. De
todo o tempo do mundo, de oitenta e o “On Thin Ice” Quando gravámos “Good
qualquer forma, tivemos
enquanto para o segundo mergulha completamente Luck” estavamos sempre
que finalizar uma série
existe pressão para fazer na década de oitenta. no estúdio e isso criou
de músicas completes à
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uma atmosfera diferente. Com esperança de ultrapassar aquilo música commercial, de dança
o “On Thin Ice”, fomos para o que atingimos com “Good Luck” ou hip hop.
estúdio apenas para tocar e isso e andar em digressão o máximo
Penso que aqui em Espanha
ajudou-nos a desligar um pouco possível.
passa-se o mesmo. Tens que
do processo.
Por falar nisso, quanto a tocar trabalhar mesmo muito para
O vosso som chama pelos bons ao vivo… eu não sei como é que chegares aos tops sendo
e velhos anos oitenta. Sentes foi com o “Good Luck” mas uma pequena banda, existe
que essa foi a melhor altura pensas que com “On Thin Ice muito marketing e trabalho
para a música em geral e o hard poderão andar em digressão promocional mas vale a pena!
rock em particular? pela Europa? E já agora,
Leva-nos ao início. Qual foi
estando aqui mesmo ao lado,
Os anos oitenta foram excelentes, a principal motivação para
esperamos que consigam vir a
foram os melhors momentos do começarem a banda e porquê o
Portugal também!
hard rock e heavy metal sem nome Lizzies – provavelmente
qualquer dúvida, e também Sim! Vamos começar pre- relacionado pelo facto de
excelente para a música pop! Mas cisamente uma digressão pela terem uma formação quase
hoje em dia podes ouvir bandas Europa agora em Outubro, totalmente feminina.
incríveis também, qualquer que com a banda sueca Hypnos!
Tudo começou anos atrás, era um
seja o estilo música que gostes. Infelizmente ainda não temos
Verão quente quando a Marina
datas para Portugal mas como
Ficaram surpreendidos pelo (baixista) e eu começámos a tocar
disse, queremos dar mais
sucesso de “Good Luck” nos em vez de sairmos e derretermos
concertos portanto vamos ter
tops espanhóis? Esse facto teve nas ruas. Quando aprendemos a
esperança que vos possamos ver
algum peso na escrita do novo tocar algumas canções, tocámos
em breve!
álbum? na escola e gostámos da sensação
de estarmos em cima do palco,
Claro, ficamos muito
surpreendidos e orgulhosos!.
Somos miúdos de Espanha, um
"Nem nos então decidimos continuar
nesta Aventura. Escolhemos o
nossos sonhos
nome “Lizzies” porque somos
país que pensa que a música é uma
obcecados com o filme “The
coisa menor, onde ser músico
Warriors” e de facto, a única
é visto como uma anedota do
que própriamente um trabalho mais selvagens gangue feminine eram as Lizzies
que davam porrada a toda a
sério, então é realmente muito
difícil chegar aos topos ainda acreditariamos gente!
para mais sendo iniciantes! Não
escrevemos músicas a pensar que isto pudesse Esperavas ter chegado a este
lugar em que estão agora?
nisto, apenas, compomos o que
gostamos. acontecer." Estabeleceram previamente
alguns objectivos a atingir?
Para muitos fãs de hard Nem nos nossos sonhos mais
rock, “On Thin Ice” será selvagens acreditariamos que
O facto de terem chegado à
provavelmente o primeiro isto pudesse acontecer. Eu penso
posição 16 nos tops espanhóis
contacto que vão ter com a que a nossa aspiração mais alta
será representative de que
vossa banda e som. Quais são era apenas tocar mais uma vez.
a Espanha está agora mais
as vossas expectativas, onde é (risos) E acredita em mim, nós
aberta ao hard rock do que no
que pensas que este álbum vos vimos isso como algo realmente
passado? Pergunto isto porque
vai levar? difícil. Não tínhamos realmente
aqui em Portugal havia uma
grandes objectivos, as coisas
Estamos tão satisfeitos com o altura em que o rock e o metal
apenas foram acontecendo.
resultado de “On Thin Ice”, eu eram mainstream mas hoje em
penso que soa cada vez mais dia é bastante underground,
poderoso e finalizado. Temos e tudo o que tens dos media é
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eNTREVISTA
Clif, antes de mais o nosso iam perguntando quando é é super talentoso, tocou tudo nos faz sentir cada
muito obrigado por esta que isto acontecia, tudo se guitarra elétrica em várias momento dessas mesmas
entrevista e é para nós uma proporcionou, cheguei aqui faixas também. Josh Freese músicas...
honra ver o teu nome nas sentindo que era o momento tocou bateria em uma faixa.
nossas páginas, poder trocar certo para o fazer... Preston Howard tocou o tubo Quando era mais jovem, fui
umas palavras contigo é Uilleann em uma faixa e o crescendo rodeado de sons
inspirador, mas vamos Uma das tuas facetas fabuloso Tommy Denander como os Beatles, Simon e
diretos ao brilhante "Lucky é a de seres um multi- tocou o solo de guitarra em Garfunkel, Joni Mitchell,
Dog", o teu novo disco, instrumentista. Aqui neste "Shout". Mozart e Beethoven. Sempre
naturalmente, perguntando disco percebo que quase fui muito atento a este lado
como surgiram todas estas todos os instrumentos são Como chega a inspiração das harmonias, das melodias
ideias? trabalhados por ti, certo? para a composição, pois em e até das letras de cada
cada música que se ouve, há música que ouvia, algo que
Ah, Muito obrigado! Olha, Pois, pois, eu toquei quase, muitos momentos que nos sempre me chegou à minha
naturalmente também a ideia quase todos os instrumentos. fazem voltar atrás e querer alma, desde muito cedo, e
foi surgindo, principalmente A programação da bateria ouvir novamente, grandes tudo isso me influenciou de
por muita insistência dos também foi obra minha, melodias, impressionantes, forma muito natural até aos
fans, sempre leais, que através programando cada uma fortes, por vezes dias de hoje, ainda influencia
das redes sociais e não só, me das batidas e gravei tudo. melancólicas, tudo resulta, e de que forma!
O meu filho Evan, que já
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Agora vou falar de alguém que a tudo um compositor para outros que é puro, muito puro AOR!
sei té muito especial, Robin Beck, músicos, falo de Steve Perry e Avril
ela surge neste disco num dueto Lavigne, por exemplo e não posso O Grammy que ganhaste como
contigo... deixar de lado "The Places You compositor/produtor, remonta ao
Find Love" que escreveste para início dos anos 80. Foi aí que as
Pois, pois, eu sou um fã de Robin Quincy Jones e que te deu o tão portas se abriram finalmente para
Beck, desde sempre, há muitos anos, ansiado Grammy. É mesmo muito Clif Magness?
e surgiu a ideia de ela fazer este dueto, e certamente há por aqui episódios/
falamos, pedi-lhe que escrevesse e Huum, não, não, mais uma vez,
histórias para contar. tudo volta a Quincy Jones. Em 1983,
gravasse e o resultado é a fantástica
faixa "Love Needs A Heart". Estou (Risos) Claro que sim. Por exemplo, Quincy contratou-me para a sua
muito, muito orgulhoso desta trabalhar com o Quincy Jones em editora. Eu chamei a atenção dele
colaboração, como deves imaginar, estúdio, como qualquer um pode através de uma demo de 4 músicas.
uma colaboração com o toque de imaginar, foi sensacional e muito Ao mesmo tempo, Quincy assinou
compositor e artista. educativo. Sempre que eu estava por com Jack Wagner um contrato de
perto dele, a ouvir as suas histórias gravação para a Qwest. Três das
The Beatles, percebi pela tua de vida, vendo-o a interagir com minhas músicas dessa demo foram
biografia que és um fan deles e já músicos e artistas, pensava sempre: gravadas para o álbum de estreia de
fizeste essa referência aqui como "É por isso que faço o que faço. Esse Jack. Glen Ballard e eu, juntamente
uma das tuas grandes influências, exemplo desse homem é o que me com David Pack, escrevemos "All I
mas a minha pergunta é até que inspira". Need" para o álbum que se tornou
ponto um músico do teu nível, com o hit # 1. Não ganhou um Grammy.
tanta experiência se deixa, vá lá, Uma música que escrevi com Glen
influenciar por todos os elementos Ballard, chamada "The Places You
musicais no momento de compor?
"Eu acho que é Find Love", ganhou um Grammy
pelo álbum "Back On The Block", de
muito importante
Olha, a resposta é simples, sim, como Quincy, em 1990.
eu já mencionei antes, eu era e ainda
sou fã dos Beatles. Tudo à volta das Bem no meio de tudo isso, o teu
composições deles, performances,
toda a experimentação musical,
sim, porque eles também o fizeram
agora, mais do talento ainda te levou à composição
de uma banda sonora de um filme
que te deu várias indicações para
apesar do sucesso, as harmonias.
Tudo sobre a música deles é uma que nunca, tornar os Globo de Ouro e um Oscar...
bem... o que te falta fazer mais?
inspiração, vai ser sempre e acaba
por estar presente porque, sou eu,
está tudo em mim!
o mundo num Fui muito abençoado, sem dúvida,
acima de tudo por ter ganho o que já
Os The Spirit surgiram como um estrondo recentemente. A banda lançou o seu álbum de estreia
um ano atrás pela Eternal Echoes, a própria editora da banda, e chamaram a atenção da toda
poderosa Nuclear Blast que reeditaram “Sounds From The Vortex” expondo o seu black metal
melódico a um público mais vasto. A nossa curiosade foi despertada e aqui está o resultado da
mesma, desfeita por M.T., frontman dos The Spirit.
Fernando Ferreira
Olá e bem vindos à World Of álbum em 2017. que gostaram bastante da nota que fosse
Metal. Tenho que começar nossa música. Eles entraram nele.
por perguntar como é que Como é que isso aconteceu, em contacto connosco e
é ver o vosso álbum a ser como é que se deu esse sim, ficámos definitivamente O vosso som é uma grande
reeditado pela Nuclear Blast contacto? surpreendidos por termos mistura entre o death e o
Records depois de menos sido abordados. black metal, lembrando-
Depois de termos gravado o nos às vezes dos grandes
de um ano ter lançado pela álbum entrámos em contacto
vossa própria editora? “Sounds From The Vortex Dissection, embora nos
com muitas editoras mas vai chegar a um público tragam a vossa própria
Estamos claro muito nem uma estava interessada. mais vasto que vai encará- identidade. É algo que
orgulhosos de que uma Então dizemos “que se foda, lo como um novo álbum. tiveram um cuidado extra,
editora como a Nuclear Blast isso não nos vai parar”. Como é que o encaram agora criarar a vossa própria
tenha reeditado o nosso Fundámos a nossa própria passado todo este tempo identidade?
álbum. Nunca nos veio à editor e lançámos o álbum desde o seu lançamento.
mente que uma editor tão em 2017 pela nossa própria Vêem-no ou sentem-nos de Copiar outra banda é a coisa
grande poderesse ter interesse conta. Um par de meses após forma diferente? mais estúpida que podes
em nós. É a razão pela qual o lançamento de “Sounds fazer. Claro que os The Spirit
nunca lhes enviámos uma From The Vortex” pela nossa Não, ainda estamos bastante são influênci-ados por outras
proposta quando lançámos o Eternal Echoes, a Nuclear Blast satisfeitos com as canções no bandas e mú-sicos que an-
ouviu falar de nós e parece álbum e eu não mudaria uma dam por aí, mas o truque é
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usar estes aspectos e misturá-los com o som dos The Spirit por todo o Em relação ao segundo álbum,
o seu próprio estilo, não interessa mundo. alguma coisa nova em mente para
qual é. o próximo álbum ou ainda é tempo
Ter apenas um álbum deve fazer de focar no “Sounds From The
Quem é que consideras ser a vossa com que seja mais fácil escolher Vortex”?
ou as vossas maiores influências? canções para tocar ao vivo –
provavelmente não terão tempo Já começámos no início de 2018
Em termos de música existem muita para tocar o álbum todo. Têm uma com a composição para o próximo
coisa que nos influencia. Rock, setlist fixa ou gostam de ir mudando álbum e agora já estamos a meio do
música clássica, heavy metal e muitos de concerto para concerto, para processo. Mas ainda vai levar mais
outros. E claro, black e death metal, manter a coisa interessante para tempo até termos algo.
especialmente da Escandinávia. Mas vós próprios.
a maior influência de todas é a vida Sendo uma banda consi-
em si. Definitivamente mudamos as setlist deravelmente recente, como é que
todas as vezes que toamos. Quando vês a actual cena de metal extremo?
Uma digressão com os Kataklysm e não conseguimos tocar uma Sentes que é melhor agora que foi
Hypocrisy e alguns festivais, parece música um dia porque não temos nos gloriosos anos noventa?
que foi uma forma excelente de tempo suficiente, vamos tocá-la no
começar a vossa estadia na Nuclear próximo dia e deixamos de parte Eu não sei se é melhor ou não, mas é
Blast Records. Desde que o álbum uma diferente. bastante diferente. O metal extremo
foi lançado no ano passado, eu da década de noventa tem mais alma
suponho que já tenham dado Além da digressão com os que o metal extremo que temos
alguns concertos de apoio ao álbum Kataklysm e Hypocrisy, vão ter hoje em dia. É a forma como as
mas fizeram alguma digressão mais planos para 2019? Têm já bandas escreve música e trabalham
propriamente dita para “Sounds alguma ideia onde poderão ir? no estúdio – a maior parte das
From The Vortex” produções que ouço das bandas
Sim, temos alguns planos básicos hoje em dia, não gosto delas de todo.
Não, até agora apenas tocámos um para 2019, mas ainda é muito cedo Há muito Pro-Tools, demasiado
punhado de concertos, eles foram para falar sobre isso. Por agora computador, demasiado “triggers”,
todos muito bons, mas para o futuro estamos a colocar todo o nosso foco defini-tivamente sinto falta da alma
vamos definitivamente aumentar a sobre a próxima digressão. na maior parte das bandas hoje em
nossa presença nos palcos e espalhar dia.
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eNTREVISTA
eNTREVISTA
“The Gale” foi um álbum que nos surpreendeu pela sua qualidade, estando inserido num género
(ou sub género) que não é propriamente fácil de se destacar – death/doom melódico. Falar
de Coldbound é o mesmo que falar de Pauli Souka – esta chegou a ser inclusivamente a sua
designação quando ainda era uma one-man band. Apesar de agora contar com uma formação
digna de uma banda, continua a ser o músico grego radicado actualmente na Suécia (apesar
desta banda ser finlandesa) que é o homem do leme e a alma dos Coldbound. Foi com ele que
falámos..
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Olá Pauli e bem vindo ao World primeira vez também, tive alguém que precisava de mudra e ajustar.
Of Metal. Excelente ter-te aqui, que não eu a fazer o artwork do Foi essa a principal razão para
principalmente agora que álbum (a Paulina Mendepona ter levado tanto tempo. Para que
lançaste, na minha opinião, o teu também o fez). conste, esta é uma situação que já
melhor trabalho de sempre. É o está resolvida e no nosso próximo
que sentes também? O vosso som no passado era mais álbum, com sorte, não se vai voltar
próximo do black metal do que a repetir.
Olá e muito obrigado pela é hoje em dia. Era algo que já
oportunidade de dar alguma tinhas pensado em fazer antes, Não é só no estilo que podemos
exposição ao meu próprio projecto. esta mudança, ou a composição ver e ouvir as mudanças no som
Signigica muito para mim. E fluiu desta forma? dos Coldbound como também a
respondendo à tua pergunta, sim, produção é superior a qualquer
eu penso que até agora é o trabalho Para ser honesto, graças aos recursos coisa que tenhas feito. Já vimos
dos Coldbound mais complete limitados e ao conhecimento que gravaste no teu estúdio
e também mais pessoal. É com limitado no que diz respeito à caseiro… achas que é a melhor
grande orgulho que posso dizer gravação, mistura e masterização, forma de trabalhar?
que depois de quase seis anos, apenas me era permitido compor
este é o som que mais se adequa um som cru e dissonante, perto É, definitivamente, na minha
a Coldbound e o som que tenho do black metal. Quando comecei opinião, a melhor forma de
lutado para obter todos estes anos. Coldbound eu tinha uma visão trabalhar e a maneira menos
totalmente diferente em relação à stressante de o fazer. Como já
Começaste como um projecto abordagem da música por parte da disse, esta é a minha opinião.
" no geral, este processo do álbum foi como mencionei, trabalho colectivo,
mais que qualquer um dos trabalhos anteriores. Pela primeira vez também,
tive alguém que não eu a fazer o artwork do álbum"
a solo – acho que lhe podemos banda. O som que imaginava era Algumas pessoas adora gravar
chamar isso – mas expandiste algo semelhante ao que podemos e misturar num estúdio contras
a tua formação em 2014. Para pessoas que possam emprestar
ouvir agora em “The Gale”. Mesmo
“The Gale”, podemos dizer que os seus ouvidos. Claro que é mais
assim ainda não está bem lá e tenho
tivemos um esforço de equipa ou rápido e eficaz e mais simples
esperança de com o próximo álbum
a música veio toda da tua cabeça? poder ficar ainda mais próximo gravar ou misturar com a ajuda
Ou coração? de outras pessoas, mas falar outra
com o som ideal que quero atingir.
vez em preferências pessoais, é
No “The Gale, o trabalho que Para este álbum, levaste mais algo que não conseguiria fazer tão
foi aplicado foi um produto de tempo a lançá-lo do que qualquer facilmente já que eu prefiro ter a
algo mais colectivo. Eu apenas outro. Foi por causa da mudança minha própria isolação enquanto
compus as canções e gravei todos do som que estamos a falar? componho a minha música, então
os instrumentos excepto numas poderá haver espaço para erros sem
poucas que deixei o Andras Sim, correcto. Foi também por qualquer risco. Claro que gusto de
Miklosvari dos Earthgrave para causa do novo som mas também graver com outras pessoas e é um
arranjar de acordo com a sua por algumas dificuldades técnicas processo completamente diferente
própria criativadade na parte no meu próprio estúdio, que tinha para mimmas no que diz respeito
dos teclados mais analógicos uma quantidade de memória RAM a graver, por agora, prefiro estar na
(Moog). Aparte disso, escrevi as limitada para podermos trabalhar minha solidão e tranquilidade no
letras de todas as canções mas na mistura. Assim, por acaso, só “espaço”.
deixei Paulina Medepona usar a poderia fazer a mistura numas
sua criatividade e imaginação na canções sem poder ouvir nos meus Apesar de não ser muito claro,
canção “The Eminent Light”. Mas monitors. Foi literalmente trabalhar sente-se que “The Gale” é uma
no geral, este processo do álbum no escuro. Estava a misturar, espécie de álbum conceptual. È
foi como mencionei, trabalho ajustar e mudar detalhes sem verdade? Tem aquele sentiment
colectivo, mais que qualquer um poder ouvir na hora as alterações. de melancholia apesar de poder
dos trabalhos anteriores. Pela Estava a exportar as canções dessa lançar uma luz de esperança no
forma e estava a anotar as coisas
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ouvinte… a graver “The Gale” na Primavera extrema?
em 2017 e consegui acabá-lo na
Exactamente. O conceito do álbum Primavera de 2018. A Primavera é A Moonlight Productions são
não é óbvio de todo até que ouças um mÊs mesmo criativo na minha também o meu “bebé”. A ideia da
todo. Essa foi a razão pela qual opinião. Moonlight Productions começou
queria consegui-lo sem rotulá-lo algures em 2015 enquanto lancei
como um álbum com um conceito Como já falámos, os Coldbound “Rites Of The Moonlight”, antes
ou identificá-lo com um artwork são a tua visão, apesar de teres mais de haver sequer Moonlight
realmente óbvio. O artwork que colaboradores agora que antes. Productions, eu tinha necessidade
decidimos em demonstrá-lo com Podemos dizer que os Coldbound de ter control absolute no meu
a Paulina é uma espécie de jogo são uma banda verdadeira ou é próprio trabalho e nas minhas
mental que o quem o vê pode ainda o teu projecto? Vão tocar próprias bandas. Até agora posso
decidir por si próprio/a se é algo alguns concertos para promover dizer que sim, toma muito tempo
calmo, raivoso, pacífico, alegre, “The Gale”? e esforço promover a tua própria
o que lhe quiseres chamar. Nos música mas a satisfação no vim é
nossos olhos é como um contraste Tive claro ofertas para tocar impagável no mínimo. É fantástico
emocional que vai através de uma concertos, no Reino Unido, controlar as tuas próprias vendas,
montanha russa. No fim, a única Alemanha, Finlândia e Suiça mas o teu próprio merchandise, e por
mensagem que quero passar do devido à natureza da banda, tive outras palavras, possuir poder
álbum é que “viver é um acto que rejeitá-las. Recentemente sobre todos os direitos de autor do
de coragem”. Qualquer pessoa é tive que começar o processo para teu próprio trabalho e produção.
livre para processsar o significado formar uma banda para tocar Neste momento, como Coldbound,
desta fase. É algo geral que poderá ao vivo e fazer um concerto não estou interssado em lançar
aplicar-se para algo muito pessoal exclusive nos finais de 2019, num através de uma editor, mesmo que
para todos nós. festival num recinto fechado em me procurassem para tal. Talvez no
"ainda por estes dias recebi contratos de bandas amigas para ver, ambos
de editoras Underground e eram os piores contratos que alguma vez li! So
much for the underground spirit…. "
Eu costumo dizer que há algo na Helsínquia, na Finlândia. Para future, com uma proposta mesmo
água na Finlândia, porque temos este propósito recrutámos alguns muito boa me for oferecida mas de
todas estas excelentes bandas a rapazes mesmo talentosos. Pasi momento, Moonlight Productions
lançar álbuns excelentes. Retiras Spillc, bem conhecido pela sua está a cumprir na perfeição as
muita inspiração da cena da longa carreira como o principal minhas expectativas.
Finlândia? compositor da banda finlandesa de
metal gótico Charon, vai estar nas Voltando um pouco atrás… se
Hum… eu culparia a natureza guitarras. Ainda vamos ter nomes “viver é um acto de coragem”,
neste caso. Apesar de eu estar a mais fantásticos à lista e vão ser suicídio é admitir derrota?
viver na Suécia neste momento, conhecidos em breve quando nos
não existe uma diferença assim sentirmos confiantes em relação Eu já atravessei esta situação e sei
tão grande com a Finlândia – ok, a isso. Este concerto(se é que vai bem como é estar à beira do abismo
adiciona umas montanhas e tira acontecer) vai ser filmado, não absolute de tudo. Quando um
uns lagos. Mas eu penso que todas como um lançamento DVD, mas ligeiro movimento poderá tirar-te
as disposições estão presentes e como material promocional. O a vida e a dor, mas também afogar
andam à volta da Natureza. Em tempo irá dizer, talvez será algo em tristeza aqueles que gostam
grande parte eu diria que a altura que soe bem o suficiente para se de ti ou com quem te preocupas.
mais depressive do ano é depois de tornar um bootleg oficial. (Risos) Eu falhei em fazê-lo. O suicídio
Fevereiro, a meio de Março – início é também um acto de coragem,
de Abril quando apenas chove e há “The Gale” está a ser distribuido requer tê-la para fazer mas
muito vento, mas a relva é ainda pela Moonlight Productions. É a também como todos sabemos, é
queimada devido ao Inverno tua própria editora, certo? Parece mais fácil acabar com tudo de uma
intense. Ainda parece negro e que concentras bastante esforços vez do que de facto construer algo.
triste. A não ser que não haja neve no marketing do álbum. Pensas Como os nossos salários mensais,
no Natal, é mesmo depressive e que há algo que não possas evitar trabalhamos muito para que
negro. Por exemplo, eu comecei hoje em dia, mesmo na música tenhamos aquele dinheiro mas de
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repente vemos algo que custa muito ouvir-nos uns aos outros mesmo contactos para alguém que precise
e depois acabamos por comprar. que não conheçamos as pessoas de falar, ele ou ela poderá sempre
Em apenas três segundos gastamos com quem estamos a falar, isto falar comoigo e isto poderá tornar
o dinheiro fruto do trabalho de poderá realmente fazer a diferença, as coisas um pouco melhores. Por
dois meses ou mais. Péssimo porque a questão neste momento agora eu posso ser apenas um
exemplo, eu sei, mas no final, criar é que NÃO estamos a ouvir os estranho, mas mais tarde poderei
– sobreviver é definitivamente um outros. Todos nós carregamos dois ser um amigo ou alguém que
acto de coragem. No painel do diferentes fardos e todos nós temos poderá realmente ouvir e estar
digipack do “The Gale”, eu escrevi algo a dizer, mas quando não temos presente. Só quero dizer obrigado
dois dois longos textos (verificar na ninguém com quem falar, então a por esta oportunidade, significa
imagem abaixo) acerca da minha conclusão da solidão poderá ser o mesmo muito para mim. Obrigado
forma de ver esta realidade. Sim, suicidio, o que neste caso poder ser pela vossa revista e equipaassim
estamos a viver tempos de ganacia, algo como um beco sem saída ou como obrigado pelos fantásticos
sim, estamos a viver tempos em simplesmente redenção. A luz ao amigos portugueses que me
que vivemos à pressa em com fundo do túnel. O que não passa de apoiaram em todo este caminho.
falta de empatia com os soutros e uma ilusão construídas em falsas Viver é um acto de coragem, nunca
deveriamos mesmo fazer algo a expectativas e medos. No final estamos sozinhos.
esse respeito. Vamos começar por desse mesmo painel coloco os meus
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Os Beyond Creation são uma daquelas bandas que admiramos abertamente. A
sua abordagem num género que se viu em risco de certa forma cair num beco
sem saída é sem dúvida uma lufada de ar fresco e o seu terceiro álbum era sem
dúvida bastante aguardado. No entanto nunca esperaríamos que “Algorythm”
fosse esta bomba de death metal progressivo e técnico que efectivamente
é. Mal pudemos conter o entusiasmo por falar com Simon Girard, o principal
estratega e revelar mais o que se passa por de trás do mundo dos algoritmos,
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além de dar um cheirinho sobre o concerto da banda no Porto.
Por: Fernando Ferreira
Fotos - Simon Gerard
51
”Claro que definitivamente podes notar que se trata de Beyond Creation
desde as primeiras notas mas o álbum contém muitas mais texturas,
dinâmicas e uma maior variedade em termos de estilos musicais.”
Olá e bem vindo à World Of Metal. sensação correcta de cada secção e realmente, colocar cores e textura diferentes,
Enorme prazer falar convosco já achei isso curioso porque isso levou- etc.. Para mim compor as orquestrações
que representam tudo aquilo que me a pensar como a tua zona de também foi um novo passo mesmo que eu
adoramos no death metal técnico. E conforto deve ter mudado desde que tenha compost a secção de “à Travers Le
é fantástico ver-vos regressar com um lançaste o primeiro álbum. Falando Temps Et L’Oubli” e antes disso, “The Aura”.
grande álbum como “Algorythm”. Eu mais concretamente da composição Eu sempre quis compor orquestrações. Eu
ei que é sempre um cliché perguntar de “Algorythm”, qual o foco para tinha a capacidade e tuda em mente mas
e responder isto mas este sente-se este conjunto de temas? E desde por alguma razão ou outra, nunca tive as
mesmo como o vosso melhor álbum que levou quatro anos para que ele ferramentas certas para o poder fazer de
de sempre. Calculo que concordes… fosse lançado, é uma indicação de um forma correcta, num disco professional.
cuidado extra para este álbum? Então finalmente decidi ter as ferramentas
Sim, claro que concordo. Quer dizer, todos os correctas, o tempo e encontrar os músicos
álbuns têm as suas sensações e ambiências O álbum todo realmente dá aos ouvintes certos para gravar as minhas composições e
próprias únicas mas “Algorythm” define uma perspectiva diferente, penso eu. Claro estou realmente satisfeito com os resultados.
onde estamos neste exacto momento como que definitivamente podes notar que se
músicos e no meu caso como compositor. Eu trata de Beyond Creation desde as primeiras É o primeiro álbum com o Hugo
gusto das sensações e dos novos elementos notas mas o álbum contém muitas mais Doyon-Karout no baixo. Quão grande
e sabe bem colocar algo musical mais texturas, dinâmicas e uma maior variedade foi o seu impacto no novo material?
“teatral”. Fios de histórias que te poem em termos de estilos musicais. Da parte
numa certa atmosfera como se estivesses a da banda, eu queria dar a cada músico O Hugo é mesmo um músico talentoso e
ver um filme. um lugar onde pudessemos todos sair da um gajo muito porreiro com o qual se pode
nossa zona de conforto a uma abrangência trabalhar. Ele tem o seu próprio estilo e
Tu disseste por altura da música “The maior. Experimentámos ao longo do álbum cores que realmente encaixam nos Beyond
Inversion” ter saído, que para essa todo mas eu compus “Binomial Structures” Creation e por isso ele fez um trabalho
faixa todos tiveram que sair da zona especialmente para isto. Tocar solos e excepcional neste novo álbum. Trabalhar
de conforto deles para apanhar a ambiências que nunca experimentámos com ele foi também algo muito eficiente,
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” Sempre gostei de bandas de metal que incorporasse orquestra nas
suas canções por exemplo, Septicflesh e Dimmu Borgir. ”
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A ideia que tinha para “Algorythm” no fi de tudo, tu entederes que existe um
Mais um aspecto excepcional da representa na sua maioria os temas líricos único e específico algoritmo que poderás
vossa música são as vossas letras, gerais do álbum porque os algoritmos são encontrar em todos e qualquer álbum
com o conceito a fazer-nos pensar um usados naturalmente em tudo. Quando dos Beyond Creation. A maior parte dos
pouco mais do que se poderia esperar olhas para a matemática mas também para temas líricos são acerca da forma como
na música extrema. É a mensagem tão o lado físico da coisa, natureza, animais interagimos uns com os outros, os impactos
importante quanto a música em si? e humanos todos nascem de algoritmos que as nossas palavras e decisões através
naturais e complexos. Se olharmos também do tema, ambiente e alguns dos principais
Obrigado! Fico contente por isso. Sim, para os padrões do quotidiano, a maior problemas que estamos a enfrentar através
absolutamente, por muito que a música parte dos humanos e animais encontram da nossa era actual. Eu gosto de criar letras
seja importante para mim para reflectir os equilíbrio em criar as suas próprias rotinas de uma forma filosófica porque a beleza da
meus sentimentos e personalidade, as letras o que é relatado de forma a escolher arte é aquilo que recebes na mensagem e
precisam de representar a minha visão de o algoritmo correcto. As coisas que podes interpretá-la da forma como melhor
vida e por isso falam de assuntos que me compramos e usamos também são criadas encaixa no teu mundo, na tua própria vida e
me são importantes. por usarmos quantidades especificas experiências. Existe também esta forma de
de materiais que tiveram de passar pelo escrever em que ele fala dos problemas mas
Terá “Algorythm” um conceito lírico processo dos algoritmos. Finalmente, como também tem tendência a puxar pelo lado
global ou foi apenas a escolha do as nossas músicas andam à volta de música, optimista porque existem sempre soluções
nome da faixa que melhor representa decidi mudra o “I” pelo “y” para o título para os nossos problemas. Problemas nunca
o vosso actual momento? do álbum devido à composição musical duram para sempre, apenas precisas de
ser um processo de evolução constant e agir e acietar a mudança da situação que
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”por muito que a música seja importante para mim para reflectir os meus
sentimentos e personalidade, as letras precisam de representar a minha
visão de vida e por isso falam de assuntos que me me são importantes.”
tu ou nós estamos. O Kevin escreveu dois Quando eu encontrei esta obra feita por positivas.
textos para este álbum que são acerca da Tierno Beuregard, pensei imediatamente
aastrologia, o efeito que teve nas nossas que era uma boa capa. Todos ficámos Já sabemos que têm confirmados um
civilizações e a segunda é mais sobre mesmo impressionados e excitados quando concerto em Portugal, no Porto. O que
uma história fictional que nos fala sobre a vimos porque não poderia ser uma melhor poderão os fãs portugueses esperar
organismos alterados geneticamente e as representação do novo álbum. deste concerto? Quantas canções de
consequências de criar tecnologias que “Algorythm” poderão os vossos fãs
possam ultrapassar os humanos. Quais são as vossas expectativas para ver no concerto do Porto?
a recepção destas canções pelos fãs?
A vossas capas também são belas Decidimos para esta primeira digressão
peças de arte para vislumbrar, embora Estamos mesmo confiantes com este do “Algorythm” tocar o álbum novo por
desta vez pareça ser algo um pouco novo álbum! Eu penso mesmo que é mais inteiro e claro alguns dos pontos mais
mais enigmático. Como é que isso se melódico e fácil de digerir como um todo. Ao importantes dos outros dois anteriores. Isto
liga à canção e ao álbum em si? mesmo tempo, contém muitos detalhes e será algo fantástico e único, que só vais ter
elementos que o vão fazer mais interessante uma hipótese para ver na tua vida. Tocar
Quisemos que o visual fosse um pouco mesmo depois de muitas audições. A arte todo o novo material com um espectáculo
diferente dauqilo que já tinhamos feito é subjective então vamos esperar para ver e conceito visual completamente novos.
antes. Algo mais refinado, misterioso e mas penso que os nosso fãs vão adorá- Vamos definitivamente ter todos um
que representasse algum tipo de futuro lo e vamos chegar certamente a novas excelente momento e estamos ansiosos por
e que se encaixasse na ambiência geral pessoas com este álbum. Já recebemos vos ver a todos!
da música e dos temas líricos do álbum. muitos comentários excelentes e vibrações
55
Falar de D.D. Verni, é simples, é fácil, quem não o conhece? um musico old school, que
se deu a conhecer ao mundo do metal através dos Overkill, e que agora se prepara
para lançar, por um lado, para nós fãs, inesperado, mas de certa forma também
ansiado, álbum solo. Tal acontecimento tem lugar na Mighty Music e DD não deixa
os seus créditos por mãos alheias, metal, punk, rock clássico, de Queen a Green
Day, D.D. vai deixar o seu legado com este fabuloso trabalho. Por lá vamos poder
ouvi Jeff Loomis (Arch Enemy), Angus Clark (Trans-siberian Orchestra), Jeff Waters
(Annihilator), Bruce Franklin (Trouble), Mike Romeo (Symphony X), Mike Orlando
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(Adrenalin Mob), Steve Leonard (Almost Queen) e Andre "Virus" Karkos (Dope), que
também contribuiu com as linhas de guitarra rítmica. A completar o grupo está o
ex-baterista dos Overkill, Ron Lipnicki. O disco foi misturado e masterizado por
Chris "Zuess" Harris (Rob Zumbi, Queensrÿche, Hatebreed).
A World Of Metal agradece a todo o staff da Mighty Music por nos facilitar esta
entrevista e da qual damos natural destaque e honras de capa e a novidade que o
ano de 2019 vai trazer um novo disco dos Overkill.
Por: Miguel Correia / Fotos por Glenn Buttler
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”No meu último disco dos Bronx Casket Co eu fiz todas as linhas de
guitarra e baixo e voz e foi divertido, mas eu sabia que não queria fazer
tudo sozinho outra vez.”
D.D., antes de mais obrigado pela digna de um músico como tu. Foi fácil um solo, ou no caso do Virus ele fez todas as
entrevista e tenho que te dizer juntar todas estes músicos à volta do guitarras rítmicas do disco e fez um trabalho
que ao ouvir “Fire Up” fiquei super teu trabalho? arrasador!
entusiasmado com o que poderia
estar em “Barricade” e que mais tarde No meu último disco dos Bronx Casket Co E é claro que temos que passar por
vim a confirmar estar perante um eu fiz todas as linhas de guitarra e baixo e aqui, como surgiu a ideia de um álbum
excelente trabalho ao fazer a audição voz e foi divertido, mas eu sabia que não solo?
completa, mas, como tu descreves queria fazer tudo sozinho outra vez. Então,
este disco? desta vez eu andava a pensar com quem Eu não tinha bem a certeza se ia ser um
poderia contar, foi quando a minha esposa álbum solo, eu estava apenas a trabalhar
Obrigado, mesmo muito obrigado. Bem, o sugeriu que ligasse para todas essas pessoas em músicas e a juntar as peças, pensei
disco é muito diversificado, então existem que estão creditadas, mesmo que eu não que poderia ser outro álbum dos Bronx
algumas músicas que são mais agressivas as conhecesse, então eu apenas estendi a Casket Co, realmente não sabia que isto
como por exemplo “Fire Up”, mas, a verdade mão a tentar perceber se elas podiam ou ia acontecer. A determinada altura percebi
é que para mim é difícil de o descrever...é até queriam entrar nisso, e olha foi assim, que definitivamente elas não eram a cara
mesmo muito diversificado musicalmente. tudo deu certo. E um por um todos eles dos Bronx Casket, então, deu nisto, um disco
A lista de colaborações é extensa e estavam animados e dispostos a mandar solo. Eu até pensei em apenas fazer outra
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banda, mas, senti que fazer isto como um dia inteiro, e no fim do dia, entras no teu sempre a escrever, tento diferentes coisas
projeto solo fosse mais apropriado. carro, aumentas o som o máximo possível que nem sempre se encaixam em uma
e tens aquela sensação... sempre divertida! categoria especifica, então eu sinto a
"Fire Up" é um aviso para a necessidade de lidar e criar outras coisas,
navegação? Vamos manter os limites, Este projecto é uma maneira de dar até para serem lançadas.
nada para baixar os nossos braços? asas à tua criatividade musical fora
dos Overkill e dos The Bronx Casket Certamente nenhum desses caminhos,
Não, na verdade não, “Fire Up” foi apenas Co? Overkill e The Bronx Casket Co vai
um abraçar do lado agressivo da uma sofrer com o teu álbum solo, mas
personalidade. Algumas pessoas são Sim, Provavelmente. Eu amo fazer músicas como vai ser a divulgação...há alguma
realmente suaves, o que é bom, mas todos e trabalhar num estúdio, estou sempre a coisa pensada?
nós temos um lado agressivo e é bom nos fazer isso, a trabalhar em alguma coisa. O disco vai ser lançado em outubro. Estamos
abrirmos e deixar isso acontecer… para Neste momento, tem sido um sonho meu, a falar sobre a possibilidade de fazer alguns
simplesmente “Fire Up”, é algo como ir há muito, muito tempo, fazer um álbum shows e quem nos poderia acompanhar
em frente… Essa é uma das grandes coisas tipo big band / swing, então actualmente enquanto banda, o que poderia ser divertido.
sobre a música Rock e Metal, é exactamente estou a trabalhar nisso. Eu também escrevi Estamos a trabalhar para fazer um vídeo,
isso que fazes, podes ser um contabilista o e trabalhei em para um musical, eu estou então há muitas coisas a e para acontecer!
59
”Olha, em primeira mão, estamos a preparar riffs para o novo disco dos
Overkill. ”
já tem algum tempo de vida... acima de faz, se sentes tudo isso, então continua…
O setlist consistirá inteiramente de tudo eu adoro como algumas bandas se não… então devemos experimentar algo
músicas dos teus trabalhos solo ou combinam músicas pesadas com linhas de novo, nunca é tarde!
incluirá músicas dos Overkill? vocais realmente pesadas. No passado, era
geralmente um ou outro caso onde isso Não sendo o foco principal desta
Não sei ao certo, não sei mesmo... só quero acontecia! entrevista, mas tenho que perguntar,
que seja divertido, poderão surgir algumas e os Overkill, em que fase estão da
músicas dos Bronx Casket Co, talvez Quando se trata de falar de gigantes carreira, o que está a ser feito?
algumas covers, mas nada dos Overkill. da cena metal, estás lá em cima lado
a lado com todos eles. Após tantos Olha, em primeira mão, estamos a preparar
2018 está repleta de lançamentos anos de estrada, estúdio, de trabalho, riffs para o novo disco dos Overkill. Depois,
excelentes e, naturalmente, os nomes sentes que o ciclo está a chegar ao temos alguns festivais em julho e nossa
com os quais cresci não desapontaram. fim? primeira viagem à Índia, lá está, acima
O que achas dessa nova geração de de tudo sentir o prazer a diversão e isso
bandas? Huum, quer dizer, eu acho que vamos certamente irá ser divertido. Vamos ver se lá
sentindo que estamos mais perto do fim para fevereiro / março de 2019 teremos um
Sem dúvida, é engraçado que as novas do que do começo, mas enquanto nos novo disco...
bandas que eu ando a ouvir eu já as formos divertindo, esse deve ser o seu ponto
descobri para aí há uns 10 anos atrás! (risos) de referência. Se fores um atleta, ou um Uma palavra para os fãs?
Por exemplo, eu comecei a ouvir os Five advogado, ou o que quer que seja… a idade Como sempre .... FIRE UP MOTHERFUCKER!
Finger Death Punch, para mim continuam nunca poderá ser um obstáculo, ou quantos
como uma banda nova, mas na realidade, anos, etc… Diversão, paixão pelo que se
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61
eNTREVISTA
Confesso que esta possibilidade surgiu na hora certa e digo isto porque a World Of Metal
preparava-se para nesta edição fazer uma homenagem simbólica a Mark Shelton e quando
nos foi proposto falar com David T. Chastain sobre umas demos nem pensamos duas vezes...
Agradecemos assim ao David e ao pessoal da Pure Steel, pela celeridade com que tudo se
resolveu.
Miguel Correia
David, trocar algumas não conhecer o artista. seu último concerto e era para essas sessões.
palavras com um ídolo Mark deixou um legado habitual falarmos. Quando Queres contar como
de sempre, é algo que impressionante e a sua vida me contaram o que tinha tudo aconteceu? Como
mexe connosco, mas neste tem de ser celebrada. Ele era acontecido eu não acreditei, foi trabalhar com Mark
momento a importância algo especial... fiquei sem palavras, fui Shelton?
sai reforçada tendo em logo confirmar tudo,
atenção os motivos que Sabes, enquanto fã, sempre liguei para o pessoal da Eu não me lembro
nos fazem estar aqui, uma que vejo partir um idolo, banda... A vida é algo fugaz. exactamente porque e como
vez que temos preparado fico sempre apreensivo, Qualquer um de nós pode começou, mas imagino que
um pequeno tributo para o como dizes fica o legado, morrer nos próximos cinco foi algo assim: eu escrevo
Mark Shelton, outro ídolo, mas a verdade é que somos minutos. Ninguém sabe, muita música, passo para
que infelizmente, para sempre confrontados com simplesmente ninguém outros vocalistas para ver
o mundo da música nos uma realidade, de que sabe… É fácil dizer "viva como eles podem trabalhar
deixou muito cedo... um dia, tudo acaba, pelo cada dia como se fosse o seu com elas. Certamente na
menos fisicamente. O que último", mas é realmente altura enviei ao Mark a
Pois, infelizmente, e nós sentes quando te chegam verdade. Pode ser o seu primeira faixa "The Edge
também pretendemos de esse tipo de noticias? último. of Sanity" e quando ele
uma forma ou de outra a devolveu, fiquei muito
dar a conhecer o trabalho Neste caso, fiquei Eu sei que a Leviathan impressionado com o
do Mark para pessoas que extremamente chocado. Eu Records assinou com os trabalho dele. Então, no
não privaram com ele e tinha falado com o Mark Manilla Road em 1988... ano seguinte, enviei o
para outro que podem até um dia ou dois antes de foi quando tudo começou restante do material para
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Partilhaste muito com o
Mark, como o descreves?
Um dos melhores artistas
de todos os tempos do
metal mundial. Um grande
compositor, letrista,
guitarrista e vocalista.
Algumas pessoas não
gostavam da sua voz,
da forma de ele cantar,
mas, também algumas
pessoas não gostam da voz
de Geddy Lee... Para se
destacar, tens de ter algo
único, neste caso, uma voz
única, mesmo que algumas
pessoas não "entendam".
No entanto, acho que a
coisa que mais admirei em
Mark foi sua letra, a sua
forma muito inteligente de
escrever. Ele foi para além
do padrão era quase como
uma lição de história. Ele
pode não ser tão conhecido
ele. Eu sempre gostei muito dessas gravado isso num grande estúdio
como alguém como o Ozzy, mas
faixas, mas nós dois sempre e no início deste ano eu andava
ele certamente era mais talentoso
estivemos muito ocupados com a pensar falar com o Stian
do que muitas das chamadas Super
nossa(s) outra(s) banda(s). Nós Kristoffersen para colocar ali umas
Estrelas do Metal!
temos montanhas de material que linhas de bateria sobre a música.
gravamos que nunca foi lançado, Infelizmente não conseguimos Para além deste material há mais
então, decidimos guardar tudo encontrar as fitas onde cada coisas reservadas?
num portfolio musical. A minha instrumento e vocais foram
banda Zanister gravou "The Edge gravados. Eu acredito que isso foi Na verdade, por volta do ano de
of Sanity" no nosso primeiro gravado num banal gravador de 2000, uma das minhas gravadoras,
álbum e eu me lembro de como 4 pistas! Eu remasterizei as faixas a Diginet Music, tinha uma série
essa música realmente soou, foi para traze-las aos níveis atuais para o Guitar Master. Mark gravou
óptima. Trabalhar com Mark? de áudio, mas havia muito que um álbum do Guitar Masters
Bem, eu sempre tive profundo poderia ser feito. Enquanto as e foi lançado naquela altura.
respeito pelo trabalho dele, as suas pessoas estiverem cientes de que Conversamos várias vezes sobre a
letras, as melodias e sua voz única. essas são apenas demos... Ao ouvir hipótese de lançar uma reedição,
"The Edge of Sanity" pela primeira mas, nunca foi concretizado,
Essas gravações mostram como vez, eu sabia que é uma música nem cheguei a saber a verdadeira
é possível harmonizar diferentes incrível e muito especial. Essa é intenção dele sobre isso... Nenhum
estilos, Chastain e Manilla Road, definitivamente uma das minhas de nós fazia ideia de que isto
diferentes elementos que criam dez melhores faixas que já gravei iria terminar assim, existem
algo único. Combinar diferentes em todas e quaisquer bandas. Então provavelmente algumas cópias do
estilos musicais até é fácil, afinal quando ouvi "Fields of Sorrow" fui original circulando por aí, mas
existe um ponto em comum...o novamente derrubado com o que eu gostaria de poder remasterizá-
amor pela música! Mark tinha gravado. Sem palavras, lo novamente. No momento, não
Sim, concordo. É uma mistura de por fim "Orpheus Descending" pretendo relançá-lo, a menos que
coisas que o tornam realmente levou algum tempo para escrever alguém próximo a ele me diga que
e gravar. ele definitivamente queria fazer
único. Eu gostaria que tivéssemos isso.
63
Tributo Mark Shelton
O impacto do desaparecimento de Mark Shelton vai-se fazer sentir por muitos anos, mesmo não tendo
atingido o sucesso comercial que muitos dos seus pares. A sua simplicidade e o seu amor ao heavy metal
ficarão sempre na nossa memória, tal como, claro, a sua música. Pedimos a opinião a duas pessoas da
nossa cena que tiveram a felicidade de privar com ele e optámos, excepcionalmente colocar ambas em
português em inglês de forma a que essas palavras cheguem mais longe, como a música e a memória de
Mark merecem. Ficamos então com João Tann (dos Ironsword) e Bruno Miguel Jorge (dos Rock 'N' Raw
Estúdios e Metal Keeper Fest)
PT: ENG:
Os Manilla Road sempre tiveram um papel muito Manilla Road have always played a very important
importante na minha vida desde que os ouvi pela role in my life since I first heard them in the late 1980s.
primeira vez em finais dos anos 80. Sempre vi o I have always seen Mark Shelton as an idol, a legend,
Mark Shelton como um ídolo, uma lenda, um génio a musical genius. I can not share a memory because
musical. Não consigo partilhar uma memória pois they are countless. We had a friendship of more than
são inúmeras. Tínhamos uma amizade de mais de 15 years and I will never forget the moments we spent
15 anos e jamais irei esquecer os momentos que together. The day I first met Mark Shelton in Athens
passámos juntos. O dia que conheci pessoalmente o and saw them live for the first time along with the
Mark Shelton em Atenas e os vi ao vivo pela primeira birth of my daughter were the happiest days of my
vez, juntamente com o nascimento da minha filha, life. As a fan, I became a friend and I came to respect
foram os dias mais felizes da minha vida. De fã passei him even more because he was an incredible human
a amigo e passei a respeitá-lo ainda mais pois era being. He had a great sense of humor. We used to play
um ser humano incrível. Tinha um grande sentido de often because he said that maybe I was his adopted
humor. Brincávamos muitas vezes pelo facto de ele son.
dizer que se calhar eu era o filho adoptivo dele.
Manilla Road were the band with which we
Os Manilla Road foram a banda com que nós IRONSWORD, most times shared the stage. It was
IRONSWORD, mais vezes partilhámos o palco. Foi an honor to have Mark Shelton as a special guest
uma honra, ter o Mark Shelton como convidado singing some songs from our 3rd album, "Overlords
especial, a cantar comigo algumas músicas do nosso of Chaos". I lost a brother, a true friend. I can only
3º álbum “Overlords of Chaos”. Perdi um irmão, um thank you for everything!
verdadeiro amigo. Só lhe posso agradecer por tudo!
João Tann (Ironsword)
João Tann (Ironsword)
64
PT: ENG:
No passado dia 27 de Julho perdemos o pai do Heavy Last July 27 we lost the father of the Epic Heavy
Metal Épico, Mark "The Shark" Shelton. Para além Metal, Mark "The Shark" Shelton. Apart from the
do talento musical que se perdeu, perdemos um dos musical talent that was lost, we lost one of the best
melhores seres humanos que eu tive o prazer de human beings I've ever had the pleasure of meeting.
conhecer.
There are countless stories told by the four corners of
São inúmeras as histórias contadas pelos quatro the world about his simple and humble personality,
cantos do mundo sobre a sua personalidade simples his true friendship and pleasure in knowing and
e humilde, da sua verdadeira amizade e prazer que discovering people and their lives. He was really
tinha em conhecer e descobrir as pessoas e as suas worried about that. We could see that in the thousands
vidas. Ele preocupava-se mesmo com isso. Pudemos messages of regret, with photos taken with Mark.
ver isso nas milhares mensagens de pesar, com fotos He never refused a picture, an autograph, a good
tiradas junto do Mark. Ele nunca recusava uma foto, conversation and a good time. For the band "there
um autografo, uma boa conversa e convivio. Para were no fans, but a huge family," as Brian Patrick
a banda "não existiam fãs, mas sim uma enorme confessed to me one day after Mark's death.
família", como me confessou o Brian Patrick um dia
após a morte do Mark. My friendship with the Manilla Road starts with
João Tann, who shows me the band in a deeper
A minha amizade com os Manilla Road começa com way. Then appear the concerts that they did here
o João Tann, que me mostra a banda de forma mais and the friendship continued with the innumerable
profunda. Aparecem os concertos que fizeram por cá conversations that we have been maintaining. It was
e a amizade continuou com as inúmeras conversas easy to send a video of a few rehearsals, birthday
que fomos mantendo. Era fácil enviarem um vídeo congratulations, or simple conversation to ask how
de uns minuto de ensaio, felicitações de aniversário, things were. They are all incredibly kindly, from
ou simples conversa a perguntar como estavam as former bassist Joshua, to Phil (crazy about European
coisas. Todos eles são incríveis muito afáveis, Já football and Portuguese Black Metal), the amusing
desde o antigo baixista Joshua, ao Phil (louco por Neudi and the commander Brian with the vices still
futebol europeu e Black Metal português), o divertido of the times of roadie of the band. In all notes Mark
Neudi, o comandante Brian com os vicios ainda dos Shelton's influence on his humble behavior as a band.
tempos de roadie da banda. Em todos nota-se a
influencia do Mark Shelton no seu comportamento I showed them Sintra, stayed for a few nights in a
humilde como banda. family house that I have in that area ... They saw the
Atlantic from Cabo da Roca ... I remember well the
Mostrei-lhes Sintra, pernoitaram algumas noites deep conversations I had with Mark, we talked about
numa casa de família que tenho naquela zona... Viram family, about music , the world, lifestyles ... he was
o Atlântico a partir do Cabo da Roca... Lembro-me simply a simple and affable person, always polite,
bem das profundas conversas que tive com o Mark, entertaining and finally he was the father of the Epic
falamos de família, de música, do mundo, de estilos Heavy Metal with a legion of fans spread all over the
de vida... era simplesmente uma pessoa simples world ... Until forever, my friend.
e afável, sempre educado, divertido e por fim era
também o pai do Heavy Metal Épico com uma legião Bruno Miguel Jorge (Rock 'N' Raw estúdios)
de fãs espalhada pelo mundo inteiro... Até sempre
amigo.
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O Oeste Undergrand Fest é uma
iniciativa, e não nos cansamos FEar The Lord-17h:15 Karbonsoul-18h:45
de o dizer, que deveria ser
apoiada e até copiada até à
exaustão. O nosso som sagrado
poderá ainda ser um género
marginal, poderá falar de
temáticas violentas e de coisas
desagradáveis, umas fantasia,
outras verdadeiras ainda mais
feias que a fantasia, mas não
há um espírito de união tão
forte como aquele que existe no
seio da comunidade metaleira,
principalmente quando com-
parado com outros géneros
musicais. Esta é uma iniciativa
com a qual temos todo o orgulho
de apoiar e de sermos media
partners. Quantas mais pessoas O hardcore marca a presença Inicialmente seriam os Rencor
embarcarem e apoiarem nesta novamente no Oeste, desta a ocupar este espaço mas com
viagem, mais satisfeitos ficamos vez com os Fear The Lord, uma a sua desistência, o espaço
porque há poucas instituições banda nova que já tivemos vazio não poderia ser ocupado
em Portugal que mereçam tanto oportunidade de ver ao vivo e de forma mais valorosa. Os
como os bombeiros. que demonstra ter um grande Karbonsoul são um dos grandes
potencial. O novo sangue a valores nacionais do death metal
chegar ao Oeste Underground. e sempre uma boa escolha para
Para que saibam o que vos qualquer cartaz.
esperam, deixamos aqui o nosso
já mítico guia musical que vos vai
guiar por todas as bandas que Undersave-18h:00
vão passar pela terceira edição
do Oeste Underground Fest. Warhammer-19h:30
Oppidum Mortuum-16h:30
É inegável que os Hourswill são Se formos falar de thrash metal, Uma das últimas bandas da
uma das grandes propostas de teremos obrigatoriamente de noite foi também a primeira a
heavy metal progressivo que falar dos Prayers Of Sanity. Do ser confirmada. Falamos dos
temos e o segundo álbum da Algarve chega-nos uma das britânicos Repulsive Vision que
banda comprova isso mesmo melhores propostas lusitanos do lançaram no ano passado o seu
embora todos já o soubessemos. género, um power-trio imbatível álbum de estreia "Look Past The
Longe de ser uma banda que e com capacidade para trazer Gore And See The Art". Espera-
deixa os seus méritos em disco, toneladas de energia. Será se death metal old school e em
em palco são uma força a ter possível alguém ficar quieto. doses generosas.
em conta com capacidade para
prender o público graças a uma
enorme presença de palco.
Analepsy-22h40 Serrabulho-00h:30
Gaerea-21h:00
Há a ideia errada de que um Outro peso pesado entre as A noite acabará em beleza
cartaz constituído maioritaria- bandas novas da música com a já esperada festa que é
mente por bandas portuguesas extrema: Analepsy. Aclamados uma actuação por parte dos
é menor mas essa ideia tacanha um pouco por todo o lado, a sua Serrabulho. Grindcore sempre
e retrógrada já há muito perdeu música é tão desafiante quanto com boa disposição, humor
o sentido - se é que alguma vez brutal e os seus concertos são nonsense e claro, muito, mas
teve - principalmente quando é demonstrações de bom gosto e muito, grindcore que açambarca
tão evidente que bandas como de exuberância técnica dentro uma série de outros estilos e
os Gaerea que poderão dar em do brutal death metal. Antecipa- referências a estilos musicais. O
qualquer momento bater-se se uma actuação memorável, final apoteótico que um festiva
lado a lado com qualquer outra como é, aliás, hábito por parte como o Oeste Underground
proposta internacional. Espera- da banda. merece.
se negritude e intensidades
épicas.
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70
Para mim, falar de undersave é recuar até aos tempos do novo sangue na música
extrema. Os tempos em que os Moonspell já eram uma referência e toda uma série
de novas bandas e novos valores despertavam na música extrema nacional que
tornaram o nosso underground do início do milénio tão interessante quanto
qualquer outro de qualquer outra parte do mundo. Os Undersave fazem parte
dessas memórias e a riqueza desses tempos também pertence a si. Ainda activos
e com um novo álbum cá fora que vão poder mostrar no Oeste Underground.
Falámos com nuno Braz, vocalista/guitarrista e membro fundador dos
Undersave.
Fernando Ferreira
71
eNTREVISTA
Olá pessoal e bem-vindos ao que encontraram ao longo que nos satisfaça. Sim, deixaram a impressão deles
World Of Metal. Já fazia falta deste tempo para chegar actualmente a formação está na composição, afinal quatro
uma boa dose de death metal ao segundo álbum? Como sólida e com alguns objectivos cabeças doentes funcionam
bruto e desafiante como é que chegaram aos novos delineados para o futuro! pior do que apenas uma não
o que os Undersave já nos membros e a formação é?
habituaram. Sabe a quê este actual está bem sólida? Este é um trabalho bem
“Sadistic Iterations... Tales intrincado e denso, mesmo Os trabalhos de produção
of Mental Rearrangement”, Exacto, todos os nossos ex- para um álbum de death foram repartidos, pelo
a vitória? membros estão mortos!! É metal. E nota-se como uma menos pela informação
claro que todas as mudanças evolução daquilo que vocês que temos, por três locais
Boas! Nunca é bem vitória, de formação acabaram já tinham demonstrado nos diferentes. Podem-nos falar
mas sim passámos por por atrasar o processo de lançamentos anteriores. Foi mais do processo em si e do
inúmeros obstáculos até o composição e implicaram um trabalho espontâneo ou vosso feedback em relação
álbum estar cá fora, se não for tempo de adaptação dos foi mais pensado, cerebral? ao mesmo, se é uma fórmula
assim também não é normal. novos membros à banda E o impacto nele dos novos a repetir?
Quando lançarmos um e vice-versa. No entanto, membros em termos de
álbum com sabor a vitória a introdução deles acabou composição? Sim, a bateria foi gravada
vamos arrumar as botas e por ser bastante fácil, pois no Brugo Sound Studio e
acabou tudo! já existia uma relação Os nossos trabalhos são tudo o resto foi gravado na
próxima com a banda e sempre bastante pensados e nossa sala de ensaio. Esta foi
Estes seis anos que separaram todos tinham experiência de “cerebrais”, afinal tivemos 6 a fórmula que encontrámos
os vossos dois álbuns foram outros projectos. A principal anos para fazer exactamente para ter a optimização tempo
marcados por algumas dificuldade para chegar ao aquilo que queríamos! Trata- de estúdio/qualidade nas
mudanças de formação – segundo álbum foi mesmo se da evolução normal da captações do álbum. Todo
apenas o Nuno é o elemento a composição, demoramos banda, com isto não digo que o processo ficou novamente
sobrevivente. Foram essas sempre bastante tempo até seja melhor ou pior do que a cargo do Paulo Vieira que
as principais dificuldades conseguirmos fazer algo antes. Os novos membros após as captações misturou
72
próximo ano vamos
tentar tocar fora de
Portugal/Espanha
onde já tocámos
bastantes vezes…
São uma das
atracções da ter-
ceira edição do Oeste
Underground.
O que é que
podemos esperar
do alinhamento?
Foco no “Sadistic
Iterations... Tales
of Mental Rear-
rangement” ou um
pouco de tudo o que
já fizeram?
No Oeste vamos
apresentar algumas
músicas do novo
álbum e tocar
e masterizou no seu estúdio! Sim, que querem transmitir, além da algumas músicas
vamos repetir esta fórmula, gravar música? Pergunto isto porque para antigas! Temos algumas músicas
no nosso próprio estúdio diminui algumas bandas de death metal, longas pelo que vai ser difícil tocar
bastante a pressão do processo! acabam por se focar e dar mais tudo aquilo que queremos!
importância ao lado musical...
“Sadistic Iterations... Tales of O death metal em Portugal, está
Mental Rearrangement” é lançado No nosso caso temos uma bem e recomenda-se?
pela Chaos Records, uma editora mensagem para transmitir, mesmo
mexicana. Como é que chegaram que muitas vezes veja pouco clara. O Em termos de bandas sim em termos
até eles? Foi a vossa primeira principal objectivo é pôr as pessoas de público nem por isso. Portugal
escolha? imaginar e a identificarem-se com os sempre teve boas bandas em todos
letras, tentarem transpor o que estão os subgéneros do metal, no entanto
Não, mas das editoras que se a ler para a sua própria realidade. É as bandas não conseguem chegar
mostraram disponíveis para verdade que muitas bandas, de metal lá fora. Nunca percebi bem este
lançar o álbum a Chaos Records no geral, têm conceitos líricos fracos fenómeno,
foi aquela que nos pareceu mais mas que mesmo assim conseguem
indicada. Eles têm bandas com que Uma pergunta provocante... hoje
fazer boa música. Para mim,
nos identificamos p.e. Question, em dia, dá-se mais valor à imagem
enquanto membro de uma banda
Decomposed, Eskhanton, Pyre, do que à música? Até mesmo
é necessário tentar ao máximo
Cenotaph, Denial… O facto de ser na música extrema, achas que é
conjugar a música com boas letras e
uma editora mexicana vai ajudar sintomático hoje em dia?
conceito!
a divulgar bastante a banda por
Acho que quase sempre foi assim,
um país/continente onde somos Este segundo álbum vai levar-
mas hoje em dia existe bastante
praticamente desconhecidos e onde vos mais vezes ao palco? Que
facilidade em “promover” a imagem
existe um culto bastante forte em divulgação esperam fazer em
devido às inúmeras redes sociais…
torno da música extrema. termos de concertos para a
muitas das bandas acabam por se
promoção dele?
Os vossos conceitos líricos são tudo tornar em marcas e descontextualizar
menos óbvios e acabam por ser tão Já temos algumas datas realizadas a própria música. Os anzois estão
elaborados como as músicas em si. e muitas outras confirmadas, lançados, força!
Qual é a importância, para vós, das basicamente até ao final do ano vamos
vossas letras? Há uma mensagem ter datas em Portugal e Espanha, no
73
74
Os Warhammer são uma das propostas internacionais do Oeste underground
que recomendamos. Donos de um som thrash metal que tanto bebe na nova
escola como na velha e lhe junta muitas mais outras influências, o entusiasmo
e a energia são vísiveis nos seus dois trabalhos como acreditamos que será no
palco da Malveira no próximo dia 3 de Novembro. Fomos falar com Hercules
Giotis, guitarrista e vocalista do power trio conhecido como warhammer
Fernando Ferreira
75
eNTREVISTA
Olá e bem vindo ao World Of Podemos sentir essa matureidade para tentar algo foi lançado pela editora
Metal! “At The Threshold Of evolução da estreia para diferente e se queres a minha norte-americana Sliptrick
Eternity” ainda está fresco este, principalmente no que opinião tivemos e temos o Records? Como é que se
na nossa memória. Como é falaste, na variedade. Foi conhecimento para escrever deu o contacto com eles?
que o vez agora que já anda algo que tiveram intenção música melhor. Por isso, a Tiveram outras ofertas? E
por aí há já uns tempos? de seguir desde o início ou resposta à tua pergunta é SIM, qual a avaliação do trabalho
apenas fluiu dessa forma? quisemos esta diversividade e deles até agora?
Muito obrigado por esta esta mudança.
entrevista, é uma honra por Como já mencionei antes, Quando acabámos as
nós. O nosso segundo álbum o nosso primeiro álbum era Quais foram as reacções que gravações do álbum que
foi lançado a 2 de Novembro de thrash metal e quando tiveste até agora com o novo aconteceram nos estúdios
de 2017 pela Sliptrick Records estávamosem estúdio, álbum? Made In Hell em Atenas,
e podemos dizer que passado sabiamos o que queriamos estávamos à procura de uma
um ano que estamos ainda fazer. Podemos dizer que A maior parte das pessoas editora que fosse lançar o
muito satisfeitos com ele o segundo álbum foi uma gostam do segundo álbum nosso álbum. Mandámos
porque é um álbum diferente experiência pela diversividade porque o conseguem ouvir muitas biografias e quase
do primeiro, “Mass Burial”, como disseste. Quisemos mais facilmente que o após um mês recebemos
e teve muito mais sucesso. tocar algo diferente. Aparte primeiro. Por outro lado, uma resposta por parte da
Muias pessoas acham este da grande diferença de os nossos amigos mais Sliptrick que diziam que
álbum mais interessante idades, quer dizer, quando próximos preferem “Mass tinham achado a nossa
devido à mistura dos vários gravámos o nosso primeiro Burial” porque é mais música interessante e que
géneros de metal. Podemos álbum “Mass Burial”, eramos extremo e é puro thrash metal gostariam de colaborar
ouvir vários tipos, do heavy, quase crianças com 16 e mas de qualquer forma os connosco. Depois falámos
thrash ao black e death 17 anos de idade e quando comentários são todos bons e dos detalhes e finalmente
melódico e essa variedade é gravámos “At The Threshold positivos. demos mãos. Em relação à
na nossa opinião a chave para Of Eternity” quatro anos Como já disseste, “At The segunda questão, não tivemos
o sucesso. mais tarde já tinhamos a Thresold Of Eternity” mais ofertas porque somos
76
desconhecidos. (risos). muito importantes e
Agora acerca da avaliação, neste ponto quero dar os
até agora não posso dizer parabéns ao meu irmão
nada claro acerca das Miguel Bastos pela decisão
vendas porque só vamos de organizar algo assim.
receber informação delas Em relação à segunda
no final do ano. A única parte da tua questão,
coisa que posso dizer é que acredito firmemente que a
as vendas vão muito bem música metal ou a música
nos países Bálticos e na em geral pode conseguir
Europa Central. Não tenho muitas coisas. Não te
informação até agora da esqueças que apesar de
Ásia e dos Estados Unidos. ainda não sabemos quanto tempo de nós, metalheads, sermos
Em relação a digressões, foram palvo vamos ter. Vamos dar o nosso uma comunidade pequena e se
capazes de promover o novo álbum melhor para todos os nossos irmãos juntarmos energias em voluntariado
portugueses. por exemplo, podemos atingir
fora do país? muitos objectivos. Neste momento o
Para promover o nosso segundo Eu penso que esta é a vossa festival Oeste é dedicado a ajudar e
álbum, organizámos a nossa primeira vez em Portugal, quais apoiar os bombeiros, talvez daqui a
segunda digressão que teve lugar em são as vossas expectativas daquilo uns anos alguém vá precisar do apoio
2016. Tocámos na Bulgária, Sérvia, que vão encontrar? da nossa comunicade metaleira. Por
Croácia, República Checa, Polónia, Sim, será a nossa primeira vez em isso a resposta é sim, metal tem o
Holanda, Bélgica e, claro, Grécia. Portugal e não vou esconder que poder para desempenhar um papel
A digressão foi uma experiência estou muito excitado e muito feliz maior quando é necessário.
maravilhosa mas encontrámos por isso. Ficaríamos muito felizes se Como é que é a cena grega de metal
muitas dficuldades. Fizemos a volta tivessemos sala cheia de metalheads. hoje em dia? Como é que a crise a
pela Europa de comboio devido ao Precisamos deles para que possamos afectou?
nosso baixo orçamento e também demolir o palco juntos.
tivemos um concerto cancelado em A verdade é que não temos qualquer
França e dois em Espanha porque Os fãs portugueses e gregos relação com a cena de metal grega.
tivemos problemas com os bilhetes são muito semelhantes, (risos) Não queremos saber. SE
do comboio... No geral podemos muito apaixoanos pelo metal. queres a minha opinião, as bandas
dizer que foi a viagem da nossa vida, Infelizmente tivemos outras de metal gregas são muito talentosas
conhecemos grandes pessoas, só semelhanças, como a crise mas o problema é que a maior parte
fizemos amigos e divertimo-nos à económica, corrupção, fogos... das bandas não tem a mentalidade
grande. O que é que pensas na iniciativa correcta – e isto é a minha opinião
como o Oeste Underground que pessoal. Temos grandes bandas
Vocês são um dos grandes tem como objectivo apoiar os como Rotting Christ, Septic Flesh
destaques da trceira edição do bombeiros? É uma forma de nos e Suicidal Angels, estou certo que
Oeste Underground, podes dizer envolvermos mais na mudança os conheces, mas acredita em mim,
aos nossos leitores, fãs de thrash do estado das coisas, apoiar quem sem serem eles, existem muitas
metal que possam naõ vos conhecer precisa de mais apoio? Terá o metal bandas gregas de metal boas. Não
daquilo que podem esperar do esse poder apesar da imagem que penso que a crise tenha afectado a
vosso concerto? as pessoas de fora têm dele? cena metal. O problema é mesmo a
Estamos a planear um grande Talvez a maioria de vós tenha ouvido mentalidade grega, como dissse, e o
concerto para os nossos irmãos falar do Verão na Grécia. Muias grande problema foi termos nascidos
em Portugal. Não temos surpresas pessoas perderam as suas vidas lá. (risos) Quer dizer muitas bandas
mas prometemos um concerto devido aos fogos e infelizmente este têm sonhos e o dinheiro para fazer as
inesquecível onde vamos incluir tipo de coisa aproxima ambos os coisas mas não têm muitas hipóteses
canções do nosso primeiro e claro países, Grécia e Portugal, sei que para fazer aqui o quer que seja. Tens
do nosso segundo álbum. Vamos também tiveram o mesmo tipo de que fazer as coisas no estrangeiro se
tentar tocar tudo o que temos, o problemas como nós. Iniciativas quiseres atingir os teus objectivos
primeiro e segundo álbum, mas como o Oeste Underground são para a tua banda.
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Serrabulho é muito mais do que uma receita tradicional da gastronomia
portuguesa. É muito mais do que toneladas de material de ouro para uma série
de comédia. É até muito mais do que apenas party grindcore. É tudo isso junto e
muito mais. Celebração em forma de metal extremo que ninguém esperaria que
acontecesse. Eles vão fechar o Oeste Underground Fest e por isso uma banda
incontornável para este especial. Guilhermino Martins (baixo e voz) e Paulo
Ventura (guitarra e voz) tiveram a amabilidade de nos receberem numa altura
que trabalham no seu terceiro álbum de originais.
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Olá pessoal e bem vindos ao experiências/acontecimentos (risos) banda, mas também em termos
nosso World Of Metal. Estão que ocorrem nessas altura e isso do processo criativo e interação
neste momento a gravar o ajudou muito quando finalmente entre os membros. Nesse sentido,
vosso terceiro álbum. Quão entrámos em estúdio. trabalhámos bem na composição e
adiantado está o processo? na forma como o álbum do princípio
Há aquele mito (por vezes ao fim se conjuga. Chegarmos ao
Guilhermino: Olá Fernando! O novo com sentido, outras nem por fim de 5 anos com esta formação e
disco está todo gravado e, neste isso) em que o terceiro álbum com três álbuns, um 7’’ e mais de
momento, estou a misturá-lo nos é “aquele” que define o resto 150 concertos deixa-nos contentes,
Blind & Lost Studios. Até ao final da carreira de uma banda. É mas super entusiasmados com o
de Setembro deve estar pronto e algo que teve algum impacto futuro!
seguir para a editora. Se o processo na composição e agora neste
de composição foi lento, uma vez preciso momento em que estão O humor é uma das vossas
que tivemos sucessivos apelos para a finalizá-lo? principais armas de arremesso,
concertos (não pareciam terminar, seja na vossa música
na verdade, o que é bom), já a Guilhermino: Eu acho que este álbum propriamente dita, como nas
gravação foi bastante rápida. Para vai ser o mais “Serrabulho” dos três. actuações, portanto, e estou
tal contribuiu também o facto de Depois de tantos concertos, de tantas agora a extrapolar, acabam
já termos uma pré-produção que viagens de carro e avião, de tantas por ter trabalho a dobrar
fomos aprimorando, à medida que histórias, estórias, acontecimentos, porque não só têm que se
íamos criando as novas canções. peripécias, momentos hilariantes; preocupar em ter música forte
Paulo: Viva Fernando e World of depois de percebermos o que como também de encontrar
Metal! Bem…praticamente o Gui melhor resulta ao vivo, acredito as melhores piadas, gags,
já disse tudo (risos). Basicamente que o nosso sentido composicional trocadilhos e por aí fora. E que
gostávamos que o álbum tivesse nunca esteve tão apurado. Esse foi também resistam ao teste do
saído mais cedo, nos primeiros o verdadeiro impacto, não qualquer tempo e uso, devido à velha
meses deste ano, mas se por um tipo de pressão externa, até porque,questão do efeito desgastador
lado tivemos bastantes concertos felizmente, nesta banda, as coisas que uma piada tem após ser
ao longo dos último 2 anos e estão blindadas ao ponto de não contada demasiadas vezes. É
meio e o final de 2017 também deixarmos que (quase) nada interfiraalgo que vos consome algum
foi brutal, impedindo-nos de estar com o nosso modus operandi. tempo na hora de compôr, essa
juntos, em estúdio, a trabalhar nas preocupação ou ela nem sequer
novas músicas e ideias, por outro Paulo: Acho que falo por todos se coloca?
lado, durante esse mesmo período, da banda: em nenhum momento
o álbum foi tomando forma, cada sentimos que o terceiro álbum podia Guilhermino: Aí é que está. A
vez que estávamos juntos, em ser o “amaldiçoado”. Vimo-lo mais temática, as piadas, o lado irónico
estrada, em concertos e através de como a nossa consolidação enquanto e humorístico de Serrabulho nunca
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é pensado! Tudo o que vês em não só. por isso queremos partilhar com o
concerto, todas as piadas incluídas público! E envolve-lo na experiência
nos temas, são fruto de experiências Guilhermino: Em termos criativos é muito importante, por forma a que
vivenciadas. A inspiração vem do não há, de facto, limites. O Star as pessoas possam experienciar as
que presenciamos e não de um Whores (segundo álbum) tem um sensações que vivemos, em palco.
brainstorming colectivo, na procura tema ("Peidinho Ron Ron") com Além do que o Gui diz, também
de algo que funcione. Isso não seria crianças a cantar -, já começámos não alimentamos o chamado “diz
nada genuíno! um concerto no Teatro de Vila Real que disse”, definitivamente não faz
com uma versão acústica da "Quero parte de nós e isso também se deve
Paulo: Nesse aspecto todos nós Cagar e Não Posso", rebaptizada às nossas raízes.
somos pessoas divertidas e bem- de "Quero Obrar e Não Posso"
dispostas. Acho que, quem já privou (está no Youtube), na tournée do Hoje em dia ainda faz sentido
connosco, sabe o que quero dizer primeiro disco – "Ass Troubles" a separação de tribos que se
(risos). Facilmente conseguimos ter – mudámos de farda de palco em verificava mais décadas atrás?
ideias ou retira-las daquilo que nos TODOS os concertos, uma vez em Para vós, como banda, é-vos
rodeia, de uma forma natural. Liègue (Bélgica), o público arrastou indiferente tocarem com uma
um sofá desde o backstage até ao banda de heavy metal como
Em relação ao álbum, já tem palco (também está no Youtube), com uma de black metal?
título que possam revelar? já terminámos um concerto no
País Basco a tocar na rua (temos Guilhermino: Nós temos tocado
Guilhermino: O título do novo sistema wireless e apenas o Ivan com bandas de espectros
disco é Porntugal (Portuguese ficou dentro do Clube a tocar, por diametralmente opostos e nunca
Vagitarian Gastronomy) e todo razões óbvias), com o público a tivemos qualquer problema. Aliás,
o álbum é dedicado aos velhos moshar freneticamente cá fora e do ponto de vista pessoal, os
costumes (gastronómicos e não os transeuntes espantados com ambientes onde mais gosto de tocar,
o que ali se passava. E isto sem
só) do nosso país, particularmente são os “aparentemente” avessos a
da nossa região – Trás-os-Montespensar muito, porque a quantidade música extrema. É engraçado ver
de momentos imprevisíveis em
e Alto Douro -, que tem tanto para como o público – que por vezes, não
ser explorado/contado/celebrado/cada um dos nossos concertos é é o “nosso” - se transfigura.
sentido. assustadoramente – no bom sentido Quando a divisões estilísticas, não
– grande. Em termos musicais não podíamos estar mais distantes
A forma como encaro os há limites, definitivamente. dessas discussões.
Serrabulho é como algo sem
limites, algo reforçado pelas Paulo: Serrabulho é o que viste no Paulo: Separação haverá sempre,
actuações que tive o prazer Vagos! Somos assim, perante uma mas jamais faremos parte dela.
de ver vossas, principalmente audiência grande ou pequena, Nos últimos anos isso tem mudado,
a última, no Vagos Metal Fest. quer no meio onde estamos mais mesmo antes de sermos Serrabulho
É efectivamente assim? Existe inseridos ou onde possamos ser começámos a aperceber-nos de
alguma barreira, alguma mais “estranhos”. A essência de que o rumo estava a mudar e ainda
linha traçada no chão em Serrabulho começa na pré-produção bem! Já tocámos com bandas
que dizem entre vós “daqui das músicas novas e estende-se para diferentes e, dessa forma, chegámos
não passamos”? Em termos o estúdio, mas não faria sentido a outro público, que podia não
musicais (estilisticamente) mas para nós que ela ficasse por aí, estar num evento digamos “de
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"Separação haverá sempre, mas jamais faremos parte dela.”
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uma só tribo” (risos). A título de interessa-nos o que podemos São um dos grandes destaques
exemplo, já actuámos no Festival conseguir fazer e retirar desse do cartaz da terceira edição
Sardinha de Ferro (2013), com uma determinado local ao actuar! Eu por Oeste Underground. Podem
vertente mais virada para o Black mim falo (risos), quando estou em adiantar-nos sobre aquilo que
Metal, no Milhões de Festa (2014), palco sinto-me sempre à vontade, podemos esperar do vosso
bem conhecido por ser eclético com boa energia, com alegria concerto? Vamos poder ouvir
e abordando primordialmente contagiante e em interação com temas novos?
o universo indie/alternativo, no os restantes elementos, que acaba
Vinho, Folar e Rock’n’ Roll (2018) por provocar a mesma reacção no Guilhermino: Será a nossa segunda
uma espécie de mini-Woodstook público, mesmo quando este não é participação no Oeste Underground
transmontano, de ambiente familiar o “nosso” (risos). e temos as melhores recordações da
e sem rede no telemóvel, onde o primeira edição do festival. Fomos
rock experimental reina, ou, por fim, Para este álbum, vão fazer excepcionalmente bem tratados
no Soundville, um festival recente, alguma digressão alargada em e lembro-me perfeitamente dos
mais artístico e pedagógico, virado nome próprio? Existem planos Bombeiros locais terem ficado loucos
para a sustentabilidade ecológica. nesse sentido? com o nosso concerto. Estamos com
óptimas expectativas para este ano e
Falando ainda de concertos, o Guilhermino: O objectivo é dar bem já vamos tocar alguns temas novos,
contexto onde vos vemos mais mais do que os 101º concertos que como a "Dingleberry Ice Cream" ou
é de festivais. Acaba por ser demos até agora. Nós dedicamos a "Pito Sem Penas".
onde se sentem mais à vontade, muito tempo aos discos e queremos
reforçando o ambiente de que fiquem com o som definido e Paulo: Da nossa parte, o público
festa? apurado mas, no fundo, os álbuns já sabe com o que contar! E nós
são uma desculpa para voltarmos também contamos sempre com ele,
Guilhermino: Tendo a discordar. à “estrada” (de onde, na realidade, faz parte “disto”, até pelo apoio que
O concerto de Vagos foi o 100ª não chegámos a sair, daí o Star recebemos desde o primeiro minuto.
da digressão do Star Whores, que Whores já datar de 2015). Como sempre, o Oeste tem uma
passou por 14 países, ao longo magia diferente, por estar associado
de mais de 2 anos. Se é verdade Paulo: Sim, 2019 por si só já vai à causa dos Bombeiros, à vontade
que tocámos em muitos festivais, ser uma digressão (risos)! Estamos e o esforço que estes Homens têm
também actuámos em vários Clubes, neste momento com algumas datas todos os dias! Mas, nessa noite,
Associações, Bares por essa Europa fechadas em alguns festivais e outros vamos dar o nosso melhor para
fora. Na verdade, o ambiente de espaços, alguns convites de bandas que eles possam ter umas horas
festa é conseguido em qualquer para tours e estamos a trabalhar descontraídas e se possam divertir,
local, seja o pequeníssimo (mas para que uma maior promoção e não só com as bandas, mas também
honroso) TreBARuna, em Lamego, divulgação do "Porntugal" possa com o público. Contamos com vocês
ou o In Flammen Open Air, em ocorrer, não só cá mas lá fora todos, sintam-se à vontade para
Torgau (Alemanha). também. A seu tempo as novidades fazer parte da nossa/vossa grande
vão ser anunciadas. festa!….e preparem-se para os
Paulo: Quando somos contactados, novos temas (risos)!
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Garage World
Os Looking For It, são a banda deste mês aqui do Garage. Predominantemente de som punk, com influências
de nomes como os Blink-182, Sum 41, Good Charlotte, Allister, The Offspring e New Found Glory, começaram
a dar os primeiros passos em 2009 formada por André Gouveia (bateria), Diogo Melo (guitarra) e Miguel
Antunes (guitarra).
Bem antes de mais bem-vindos à rúbrica Garage Foi então que ao fim de uns meses começou a saga da
World, e naturalmente devemos começar por onde procura de elementos para preencher essas vagas. A
todos os que por aqui passam começam. Quem são ideia do projeto sempre foi assumida e focada no Pop
os Looking For It? Como começou todo o projeto Punk daqueles anos dourados e cantado em inglês.
da vossa banda? O cantar em português foi logo à partida posto de
parte pois em Portugal o género naquela altura
Os Looking For It são compostos por 5 elementos. tinha poucos ouvintes ao contrário de outros países,
André Gouveia na bateria, Fábio Fiúza na guitarra, e sentíamos que o inglês adequava-se melhor a este
José Trindade na voz, Miguel Barrera na guitarra e estilo de música.
Miguel Brites no baixo. Somos uma banda de Pop
Punk com grandes influências da sonoridade que E como surgiu o nome Looking For It?
existia neste género musical no final dos anos 90,
inícios de 2000. Bandas como Blink-182, Sum 41, Como qualquer banda que começa, é sempre uma
Green Day ou New Found Glory fazem parte do som utopia arranjar um nome. Algo que soe bem e que
que nos caracteriza. O projeto começou em 2009, tenha algum significado para os membros. Quando
com o André Gouveia (bateria) após terminar o seu o André criou o projeto com o Miguel Antunes e o
percurso no anterior projeto em que fazia parte na Diogo, já tinha dois nomes para o projeto, ambos
cena do Hardcore, e a convidar dois amigos, Miguel com significado. Looking For It acabou por ser o
Antunes (guitarra) e Diogo Melo (baixo e voz) para escolhido por ter múltiplos significados. Looking For
formar um projeto de Pop Punk. No inicio a ideia It, à procura de, ou seja, à procura da felicidade, de
era ser um “power trio”, mas após alguns ensaios tornar os sonhos realidade, do som “perfeito”. E
sentiu-se a necessidade de ter mais uma guitarra e tal como o nome indica, não tem um fim temporal
alguém que pudesse focar-se exclusivamente na voz. definido, o que significa que estaremos sempre à
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procura desses objetivos, dessa satisfação querendo na altura o Zé (vocalista), que não é propriamente
mais e mais e mais. introvertido, nem falava nas horas antes do concerto.
Foi até hoje o nosso único concerto num Festival, e
Percebo pela vossa Bio que houve para aí umas consideramos que foi uma experiência única pela
mudanças de line up. O que levou a isso? oportunidade de tocar num palco daquela dimensão.
Mesmo que tenha sido um concerto longe da
As várias mudanças de line up aconteceram perfeição em termos técnicos, divertimo-nos imenso.
por diversas razões. Tivemos diversos membros Tivemos também a oportunidade de conhecer os The
até chegarmos à formação atual. Bastantes até. Ramblers, uma excelente banda de blues portuguesa.
Uns saíram por acharem que o projeto não era Este foi mais um aspeto positivo da nossa estreia em
o que tinham em mente, uns saíram por falta de palcos. No entanto, o melhor para nós foi mesmo o
compromisso e outros por não terem aquilo que o feedback que recebemos após o concerto, e que nos
projeto precisava. De 2009 a 2015 foram vários anos deu força e motivação para continuarmos até hoje.
até o projeto assentar, demasiados anos, mas como
se diz “mais vale tarde que nunca”, pode-se dizer O primeiro EP da banda, “It’s All About It!”...
que fizemos jus ao nome da banda ao não desistir e tudo à vossa volta é mesmo como o título deste EP
abandonar o projeto (risos). refere, assim tudo simples?
Reportando ao ano de 2015, como sentiram a (Risos) Não. Nem sei se podemos dizer “antes
estreia no Glória ao Rock? fosse”, porque assim isto não teria piada, se tudo
fosse perfeito. O nome do EP está relacionado
A nossa estreia foi um momento que todos recordamos sobretudo com os tempos mais simples, mas da nossa
com imenso carinho, apesar do nervosismo que infância / adolescência. Os 5 membros têm algo
na altura sentimos. Nesta fase, éramos apenas 3 em comum, que é o facto de já ouvirmos este estilo
membros a tempo inteiro (André, José e Miguel desde essa altura. “It’s All About It!” invoca festa,
Barrera), pelo que contámos com a ajuda de um diversão, juventude, emoções à flor da pele. É essa a
guitarrista adicional - o Cris (Cristopher Hunstock). mensagem que queremos passar no EP, mesmo que
Recordo-me perfeitamente que fizemos o percurso de tenhamos crescido e as nossas vidas tenham mudado.
carro de Lisboa até à Glória do Ribatejo a tremer, e As responsabilidades surgem, mas a escolha de nos
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mantermos jovens é sempre nossa. Em suma, olhando à vossa volta como vocês
veem a cena musical nacional? Acham que há
Como aconteceu a gravação do EP? oportunidades e espaço para todos?
A gravação do EP foi dividida em várias fases. Temos de reconhecer que a cena musical underground,
Algumas partes começaram ainda a ser gravadas em e em específico os estilos Pop Punk e Punk Rock
2015, antes da entrada dos membros Miguel Brites em Portugal estão muito mais parados do que há
e Fábio Fiúza. A parte da gravação “física”, das uma década atrás, por exemplo. É interessante ver,
guitarras, baterias, baixo (com o apoio do Tiago no entanto, que bandas importantes como os Tara
Candeias) e voz foi feita no Rockpit Studios, onde Perdida, Fitacola, e até mesmo os Fonzie estão
também ensaiamos desde 2012. Na música Down to a regressar em força, o que pode representar uma
Memories, contámos igualmente com a presença do grande oportunidade para nós e outras bandas.
vocalista Poli (Devil In Me, Sam Alone). Seguiu-se Queríamos destacar alguns nomes também, por nos
a edição, feita pelo André Gouveia (baterista) com terem ajudado no nosso caminho e pelo potencial
o apoio do Nuno Caldas (Rockpit Studios, Desire) e que têm de carregar a “cena” nos tempos correntes:
posteriormente o processo de mistura e masterização, Artigo 21, Viralata, Lazy Generation, To All My
a cargo do Marco Cipriano. Tivemos ainda o apoio Friends, Rivertied e Suspeitos do Costume são
do Samuel Lucas no artwork deste trabalho. Embora presentes e futuras referências. O espaço também se
tenha sido um processo exigente, ficámos muito ganha e num meio mais pequeno como o Punk temos
satisfeitos com o resultado final. de nos ajudar mutuamente para o conseguir.
Como vocês organizam o vosso processo de Qual o momento mais marcante até ao momento?
composição?
Gostávamos de realçar não um, mas dois momentos:
O processo de composição geralmente conta com O lançamento do EP e o concerto de Apresentação,
intervenientes diferentes. Todos acrescentámos um ambos em Abril deste ano. Não esperávamos,
pouco do nosso cunho pessoal às músicas, seja em sobretudo neste último, ter um acolhimento e uma
letras, ideias para partes instrumentais, ou mesmo afluência tão grande. Por tudo o que o processo
na estruturação das músicas. No entanto, as músicas representou para nós, e por ser um sonho comum aos
tipicamente começam por ser feitas com base numa 5 desde muito jovens, foi realmente gratificante poder
ideia (de riff, de bateria, ou de letra) e desenvolvidas ouvir o “fruto” de tanto trabalho e apresentá-lo ao
por todos a partir desse “spark” inicial. Deixamos público. O futuro passa por…Gravar um álbum em
as nossas influências, sobretudo de bandas Pop Punk 2019, sendo que já existe material a ser trabalhado
mais tradicionais (Blink 182, Sum 41, Green Day), com esse intuito. E claro, por dar mais concertos
mas também de atos menos conhecidos (Amber e obter maior visibilidade em Portugal, para abrir
Pacific, Allister) trabalhar para atingirmos um as portas a outros países e quiçá a grandes palcos
resultado que nos satisfaça. mundiais!
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Por Carlos Lichman
Lembras-te do motivo de começar a tocar um instrumento? O que te inspirou a montar uma banda? Tudo começa
neste mundo da música com um sonho e não existe melhor escola para a formação de músicos profissionais do
que o tempo e a experiência que ganhamos na estrada. Todos pensaram em ser rock stars e infelizmente isso é
para poucos. Contudo, nada te impede de viver de música. Exactamente, ter dinheiro com o mundo da música
sem precisar ter outro emprego. Mas temos outras perguntas ao decidirmos viver de música. Sabe como
viver de música? Estás disposto a fazer coisas que não te agradam muito? Bem, a segunda resposta somente
tu que estás a ler este artigo vais poder responder, pois para a primeira eu tenho uma serie de caminhos para
poder viver de forma honesta e próspera no mundo da música. Separei 11 caminhos muito bons para viveres
de música. Lembre: viver de música envolve principalmente em ter uma visão e postura profissional. Estes
11 caminhos naturalmente só podem ser aplicados em determinados níveis de evolução da sua carreira. Um
músico iniciante não poderá aplicar muitos no começo de sua caminhada no mundo da música, mas acredito
que serve de um guia.
11 caminhos para fazer dinheiro no mundo da música:
1 - Apresentações: Tocar em pubs, casas noturnas, casamentos, eventos empresariais, festas de aniversário, etc.
2 - Licenciar a tua música: Isso permite que ganhes dinheiro de forma contínua (através de royalties) ao fazer
o trabalho apenas uma vez. Tendo a tua música em programas de TV, rádio, cinema e anúncios.
3 - Aulas de música: Dar aulas pode-se tornar algo extremamente lucrativo. Podendo fazer 6 ou mais dígitos
por ano. Naturalmente, como base neste ponto deves ter conhecimento musical e paciência com os estudantes.
4 - Venda de produtos: Mesmo com a queda de vendas de CDs, DVDs ainda existem pessoas que compram
material de bandas que costumam dar concertos. Naturalmente, a venda de produtos on-line é uma realidade
que a banda/artista deve investir seu tempo como a venda de MP3s e a criação de e-books com a transcrição
das músicas de cada trabalho.
5 - Venda de merchandise: Bandas de rock/metal sempre investiram muito no visual, na sua identificação
visual que de streetwear passou a artigo de coleccionador. Tshirts, bonés, canecas, copos, tudo o que é possível
colocar o logo da banda. Neste ponto acredito que a imaginação da banda/artista seja valiosa.
6 - Criação de grupo de afiliados: Como clube de fãs. Incentiva as pessoas a seguir seu trabalho e em troca
oferece vantagens como: descontos em concertos, "meet and greet" gratuito, produtos que não são vendidos
em concerto mas são dados para os afiliados.
7 - Venda de backstage pass: Muitos fãs da banda pagaram um valor a mais para ter uma vista diferenciada do
concerto. Uma vista de cima do palco e não no meio da plateia.
8 - Venda de bilhetes para afterparty: Isso é um diferencial que poucas bandas investem ou tem condições de
fazer. Após o concerto, fazer uma festa, um momento de aproximar os fãs da banda criando um vinculo a mais
do que apenas ir assistir um concerto e voltar para casa.
9 - Bilhetes VIP: Este tipo de bilhete é diferente do backstage pass e do meet and greet. Neste caso, as pessoas
compra um bilhete que lhes dá o direito de entrar antes e poder ficar mais próximos do palco ou até mesmo
não ficar na fila para entrar no local do concerto. O bilhete VIP dá direito a entrada directa.
10 - Patrocínios: Neste caso criar laços com empresas de instrumentos musicais com as quais te identificas e
desta forma ganhar uma percentagem sobre a venda deste produtos quando algum fã comprar.
11 - Afiliação de marketing: No próprio site da banda/artista criar uma ligaões para produtos de empresas
afiliadas. Vendes produtos diferenciados mesmo que não uses estes produtos e assim ganhas uma
percentagem.
Com este artigo, espero ter ajudado. Mostrar que é possível viver de música mesmo sem ser um rock star!
Até o próximo artigo!
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Por Luís Figueira
Thank You
Este mês escolhi falar sobre a Thank You, que é o bónus track da edição japonesa do Let´s Raise Hell.
O título por si só, é uma homenagem a uma das melhores bandas de sempre e que me tem marcado muito ao
longo da minha vida, que são os Led Zeppelin.
É claro que o título não foi escolhido ao acaso. Muitas vezes dou comigo a pensar que estamos numa fase em
que muitos dos nossos ídolos estão infelizmente a desaparecer, que os músicos das bandas que eu e muitos
de vocês gostam, estão nos sessenta/setenta anos e que por vários motivos que não interessa agora (dava para
discutir durante vários dias) não temos muitos músicos de referência. Dou por mim a pensar onde é que andará
o próximo David Coverdale, o próximo Lemmy ou até mesmo o próximo Ozzy.
Não existem (na minha humilde opinião) músicos que tenham a atitude que os “velhinhos” tinham. É claro que
vão aparecendo alguns pequenos génios e estou-me a lembrar agora assim de repente de dois guitarristas de
gerações mais recentes (se bem que um mais recente do que o outro) que é o Doug Aldrich (dos Dead Daisies)
e o Richie Faulkner (dos Judas Priest) que ainda vão levando o estandarte do Rock N´Roll bem alto.
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por J.A. (Decayed)
Nada mais lógico que esta estrada até ao Vagos Metal Fest que iniciámos meses atrás terminasse com as
palavras da organização, mais concretamente, com Ivo Salgado da Amazing Events. Antes de passar às
palavras do Ivo, tenho apenas que referir que foi um enorme prazer que desbravámos ao longo destes meses
este caminho, através das palavras de quem viveu, vive e faz questão de continuar a viver o espírito de
Vagos, algo que é superior a nomes e a guerras, algo que encontrou uma segunda encarnação que não tem
parado de crescer e que continuará sem dúvida. O sucesso até pode ser medido em números, pessoas, lucros,
perdas, mas o espírito de Vagos, esse... não tem palavras. Sente-se. Todos os anos, em Agosto.
O Espirito de Vagos
por Ivo Salgado (Amazing Events)
As minhas primeiras memórias do Nunca irei esquecer o primeiro concerto
Underground português são de 1986 e do longe de casa, do outro lado do rio... Cova
anúncio que os Black Cross fizeram para da Piedade... Thanatos da Holanda com os
a RTP. O som que se ouvia lá no fundo da Massacre e Thormenthor a abrir... aquele
mensagem, parecia interessante. Demorei ambiente era algo que nunca tinha visto.
2 anos até conseguir a demo deles. Aquilo,
na altura, soava muito bem. Era o inicio do Em relação a ter uma banda, era muito
meu percurso no mundo do Metal e aquela complicado. Os instrumentos eram caros e
agressividade toda, era mesmo o que eu raros. Pessoas que gostassem do som e que
procurava. quisessem tocar eram difíceis de encontrar.
Não haviam tantos concertos o que fazia com
Depois foram os Massacre, The Coven, que a adesão fosse maior. Para gravar algo,
Thormenthor, Brain Dead, que sempre era difícil arranjar um estúdio que entendesse
foram a minha banda favorita da cena o som. Isso foi só em 1991 e em Almada. Os
nacional. Em 1988 comecei a entrar no que do Norte também tinham um estúdio. Hoje
se fazia por cá e descobri muita banda que em dia... pode-se gravar um álbum em casa.
gostava e que ainda hoje gosto. Foi também
a altura em que comecei a entrar em contacto As coisas eram muito diferentes naquela
com as fanzines, que eram muito úteis para altura, o ambiente era muito mais violento,
descobrir bandas novas. Comecei a frequentar mas ao mesmo tempo, os públicos eram
os primeiros concertos que se organizavam na melhores, participavam mais no concerto.
minha zona. Aí, foi entrar em contacto com Agora temos melhores condições. Perdem-se
mais gente que gostava do mesmo e cada vez umas coisas, ganham-se outras.
a adquirir mais som através do tape-trading.
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Nada mais lógico que esta estrada até ao Vagos Metal Fest que iniciámos meses atrás terminasse com as
palavras da organização, mais concretamente, com Ivo Salgado da Amazing Events. Antes de passar às
palavras do Ivo, tenho apenas que referir que foi um enorme prazer que desbravámos ao longo destes meses
este caminho, através das palavras de quem viveu, vive e faz questão de continuar a viver o espírito de
Vagos, algo que é superior a nomes e a guerras, algo que encontrou uma segunda encarnação que não tem
parado de crescer e que continuará sem dúvida. O sucesso até pode ser medido em números, pessoas, lucros,
perdas, mas o espírito de Vagos, esse... não tem palavras. Sente-se. Todos os anos, em Agosto.
Acabamos com o melhor. Tudo é mau nesta capa, onde até o logo
da banda soa manhoso, depois o título "Metal Tit"... e a sua ligação
à capa, onde vemos uma mama blindada, com rodas (ou bolas, não
dá para perceber muito bem) a passear pela terra, num desenho
que parece ter feito no guardanapo de um restaurante enquanto se
esperava pelo almoço. Lindo.
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Top 20 1968
VAN MORRISON THE BEATLES
“Astral Weeks” "The Beatles"
Warner Bros. Apple
Ignorado na época Um dos grandes álbuns da carreira
e des-valorizado
pelo próprio dos The Beatles, um trabalho de culto
Van Morrison, e representativo da sua diversividade
"As-tral Weeks",
como muitos musical, algo que fez com que a crítica
destes álbuns na altura ficasse dividida. Esse facto
apresentados não impediu que fosse um enorme êxito
nestas listas de
tops, acabou por de vendas e que passados anos fosse
ganhar um estatuto de culto que lhe trouxe considerado um dos melhores álbuns
a devida justiça com o passar dos anos.
Misturar folk, jazz e ainda uma forma muito de sempre. Foi aqui também que eram
diferente de criar letras faz com que este seja evidentes os sinais de cisão no meio da banda, já que Yoko Ono
um álbum a conhecer.
estava sempre por perto, uma presença que o resto dos membros
(e equipa de produção) sentiram como intrusiva.
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PINK FLOYD VELVET UNDERGROUND
"Saucerful Of Secrets" "White Light / White Heat"
EMI Columbia Records Verve Records
O segundo O segun-
álbum dos do e último
Floyd é o álbum dos
único que Velvet Under-
conta com a ground pas-
participação sou quase
tanto de Syd desper-
Barrett co- cebido da
mo de David atenção
Gilmour e da crítica
como tal, é da época,
um álbum principal-
de transição do rock psicadélico em direcção mente devido à sua sonoridade e, sobretudo,
a algo mais progressivo. "Set The Controls aos temas líricos demasiado avançados
To The Heart Of The Sun" é um hino e o tema e transgressivos para a época e para o
BIG BROTHER AND THE HOLDING COMPANY
título uma viagem a fazer. conformismo pop. Com os anos, acabou por
se tornar uma peça de culto, não chegando "Cheap Thrills"
a suplantar, no entanto, o primeiro.
Columbia Records
OS MUTANTES CREAM
“Os Mutantes” “Wheels Of Fire”
Polydor Reaction Records
Falar dos Álbum duplo
Mutantes e num formato
deste álbum que se viu
SILVER APPLES
de estreia é de vez em “Silver Apples”
o mesmo quando na Kapp Records
que falar de década de
todo o hard sessenta: Álbum de estreia de uma das bandas
rock e metal um disco mais avançadas no seu tempo.
que surgiu com temas
no Brasil de estúdio
Os Silver Apples foram um dos
nas décadas e outro primeiros grupos a incorporar a
seguintes. com temas música electrónica numa linguagem
Rock psica- registado ao
délico com influências óbvias daquilo que se vivo. Não só foi o primeiro álbum duplo a atingir
rock - aqui maioritariamente rock
fazia tanto nos E.U.A. como na Inglaterra assim o estatuto de platina como também tem um dos psicadélico. Um tesouro que
como pedaços importantes da própria cultura clássicos indiscutíveis do rock pesado - "White receomendamos conhecer para os
musical brasileira, sem falar no experimentalismo Room". O álbum ao vivo conta apenas com quatro
em termos de técnicas de estúdio. Uma obra temas, quatro longos temas que são uma boa
amantes da música mais experimental.
incontornável. representação do poder do trio em cima de um palco.
97
DR. JOHN THE KINKS
“Gris-Gris” “The Kinks Are The Village Green Preservation Society”
98
Reviews do mes
[9/10] Fernando Ferreira [7.5/10] Fernando Ferreira [9/10] Fernando Ferreira 101
CATAYA CIRCLES COLD NIGHT FOR ALLIGATORS
“Firn” “The Last One” “Fervor”
Moment Of Collapse Records Season Of Mist Long Branch Records
Já dissemos que Da Austrália chegam- Os dinamarqueses Cold
somos fanáticos por nos os Circles que Night For Alligators
música instrumental conseguem ser são um dos bons
certo? E que apesar uma luz no meio exemplos de como
das limitações que toda de algum desalento
a cena pós-qualquer- que poderá haver o progressivo é um
coisa possa ter, que em relação à música dos géneros que mais
continuamos a gostar moderna. A banda se adapta a qualquer
dessa estética. Como junta sensibilidades estilo e género musical.
tal, não deverá constituir nenhuma surpresa progressivas com um peso próprio de coisas Neste caso temos o metalcore. As ambiências
o facto de termos ficados completamente mais modernas, mais djenty e o resultado é que a banda já é conhecida de apresentar
fascinados com este segundo álbum dos fantástico. Um álbum fresco que se apresenta continuam bem presentes e conjuga-a com
Cataya. E sim, toca em todos os botões do sempre com novas coisas a mostrar em
pós-rock, usando o seu jogo de construção cada uma das audições que lhes dedicamos. uma dose de peso. Por vezes sentimos o
lenta de climaxes emocionais. E depois? estes Mais do que querer parecer modernos, os peso do déjà vú, não negamos, mas ainda
quatro longos temas são a prova viva de que Circles soam essenciais em cada uma das assim é um álbum que vai crescendo sem
quando se foca em temas e não em fórmulas, músicas que nos trazem, principalmente grandes dificuldades conforme lhes formos
quando a música tem alma, a mesma vai ter pela voz de Ben Rechter, melódica e cheia dedicando atenção, apreciando cada vez
sempre qualidade. É inevitável. de profundidade. A Austrália cada vez com mais a sua dualidade - sem ela, também
argumentos mais fortes.
seria banal.
104 [10/10] Miguel Correia [10/10] Miguel Correia [7.7/10] Fernando Ferreira
EXLIBRIS FALCUN FALLEN LEGION
“Innertia” “Kingdom Come” “Downfall”
Edição de Autor Eat Metal Records Edição de Autor
Bem esta fase de Se vos dissessem que As sonoridades mais
reviews está repleta em Calcutá na India, há complexas do me-
de precocidades, claro
que muitos de vocês uma banda de heavy talcore/deathcore
não podem perceber se metal que tem power e conseguem cativar-
eu não deixa a dica de speed suficientes para nos por, pelo menos,
tentarem perceber que
trabalho fiz nestes dois fazer corar de vergonha tentarem fugir ao ób-
últimos idas, para isso, muita coisa que por cá vio. Os Fallen Legion
basta procurar as reviews anda, que me diriam conseguem fazer isso
que estão assinadas por mim...agora tem lugar vocês? Pois é, os Falcun são indianos e com alguma facilidade, no entanto, tivemos
na audição os polacos EXLIBRIS é uma banda
de Power Metal melódico, formada em 2003, mantém á distancia qualquer comparação com algumas dificuldades em interiorizar estes
em Varsóvia. "Innertia" é o seu quarto álbum de mitos de bollywood. Típico som dos idos 80’s seis temas. Caótico e espásmico mas ao
estúdio e começa com uma abertura, que nos com vozes e temas que fazem lembrar Iron mesmo tempo conservando (ou tentando
convida para uma jornada mística pelo espaço e
pelo tempo seguida por "Harmony of Spheres", Maiden, banda que rapidamente se percebe conservar) alguma melodia que acaba por
que nos leva exatamente ao que a introdução motiva o que os Falcun criam. Não sendo ir cativando aqui e ali. Ainda assim, o tema
prometeu. Tem uma mistura perfeita de heavy uma masterpiece cumpre serviços mínimos. onde tudo isto funciona perfeitamente é na
metal clássico e estilos modernos do mesmo
género, com uma notável injeção de elementos "New Skin" que fecha o EP e que conta com
de power metal. Daqui em diante a jornada é de a voz e teclados de Lindsay Schoolcraft dos
elevado grau e deixa água na boca para o futuro Cradle Of Filth.
da banda... Quero mais...muito mais!
[8.4/10] Fernando Ferreira [6.5/10] Fernando Ferreira [8/10] Fernando Ferreira 105
GODDESS OF FATE GRAVE DIGGER Grzegorz
“Spiral Orchard Part 1” “The Living Dead” “33”
Edição de Autor Napalm Records Helltag
Embora já não seja de Por vezes falamos de Grzegorz Olszowka é
todo estranho termos forma menos eloquente um produtor que muitas
hoje em dia bandas a das bandas que tentaram vezes foi premiado pe-
chegar-nos da Indonésia, na década de oitenta lo seu trabalho com
não deixa de ser curioso
que nos chegue uma alcançar o sucesso a outros artistas. Agora
proposta de death me- todo o custo e que deram ele decide lançar-se a
tal que tanto deve ao com os burros na água solo e o resultado é
progressivo como ao de forma épica. Os Grave bem curioso. De uma
death metal melódico - na realidade, para ser Digger (tal como os Merciful Fate e os Twisted forma positiva. Não só é composto por uma
sincero, talvez deva mais ao primeiro género. Sister) tentaram e falharam, acabando e voltando sonoridade assente em sintetizadores (muitas
E apesar de algumas limitações sonoras e depois anos mais tarde no underground e vezes a lembrar Ulver na sua fase electrónica ou
de ideias que talvez precisassem de alguma
maturação, o resultado final é bem positivo. sendo uma das forças poderosas da nova até Depeche Mode) como em certas ocasiões
Longe de ser óbvio, este é um álbum que nos cena power metal que surgiu - embora do descamba em ataques violentos que de forma
indica que os Goddess Of Fate têm potencial caso deles, o power era mesmo power e não estranha, resulta muito bem. O video "I've Lost
para surpreender ainda mais no futuro. propriamente melodias alegres. Desde então My Friends To Cocain" que tem andado a fazer
já passaram mais de duas décadas (o tempo furor é um bom exemplo do seu poder já que
voa), com o grande sucesso a ser atingido com essa é uma das músicas mais poderosas. Essa
os álbuns conceptuais e com essa fórmula a e a versão lúgubre do êxito de Kim Wilde, "Kids
desgastar-se um pouco mas com os níveis In America". Excelente surpresa.
de qualidade a nunca baixarem muito abaixo
do desejável, apesar de associarmos cada
[7.8/10] Fernando Ferreira época ao estilo de guitarristas que estiveram [8.6/10] Fernando Ferreira
presentes. Inesperadamente a banda regressa
com "The Living Dead" pouco mais de um ano
GRINDING REACTION do "Healed By Metal" que não foi o álbum que
HANGARVAIN
“O Caos Será A Tua Herança” se esperava, pelo que estava desconfiado “Roots And Returns”
Massacre
Edição deRecords
Autor Pure Steel Records quanto à sua qualidade. É bom que sempre que Massacre
Volcano Records
Records Pure Steel Records
Os Grinding Reaction estou de pé atrás, os resultados provem que Um som blues, cheio de
são uma das bandas não havia razões para receio. Principalmente estilo, cheio de groove
mais destacadas da ce- por haver uma exuberância nas guitarras que
e melodias. “Roots And
na hardcore brasileira. nos leva a pensar que esta é uma banda que
Returns” é assim, um
O seu som é forte e merece mesmo ter dois guitarristas - algo que
poderoso onde as se notará mais ao vivo. Mas isso sou só eu - disco elegante, blues
influências hardcore nota positiva para a referência a várias melodias e rock anos 70 com
juntam-se a um espírito de temas conhecido como "Hey Joe" (na "Insane vocais bem enérgicos
metal mais cru. O resultado é entusiasmante Pain") popularizada por Jimi Hendrix e na "Over e musculados. Para
e nestas dezasseis faixas temos muitos The Hills And Far Away" (na "Shadow Of The que não pensem que escrevi pouco, com
motivos para olharmos para eles de forma Warrior") de Gary Moore. Em relação a "The muita pena minha esta cena era só um Ep...
mais atenta. Tenho que referir que o facto de
cantarem em português é um bónus. Para Living Dead" a banda prova que não precisa quero mais!
quem acha que o português (com ou sem de ter um álbum conceptual para trazer boa
sotaque) não é língua que resulte na música música e este é um excelente exemplo. Grandes
pesada, talvez isto os faça mudar de ideias. temas, que se complementam neste álbum e
um resultado final bem melhor do que o já
mencionado álbum anterior. O coveiro continua
a ter o toque de classe de sempre.
106 [8.6/10] Fernando Ferreira [10/10] Miguel Correia [8.8/10] Miguel Correia
HELLIXXIR HER DESPAIR I, ASSASSIN
“A Dull Light Around” “Mournography” “I, Assassin”
Music-Records Edição de Autor Edição de Autor
O início bucólico de Já por diversas vezes Outra curiosidade
"Blood Writings", a falei do impacto que musical, quando
primeira faixa deste tem a sobrexposição e percebi que estava
"A Dull Light Around" sobrexploração de certos perante outro
depressa dá lugar a géneros. O metal gótico trabalho do lendário
um gutural bruto e é um excelente exemplo guitarrista austríaco
poderoso e a guitarradas disso, tendo sido um filão Klaus Schubert, fiquei
pesadonas, quer nos ansioso para ver o que
a explorar cerca de vinte
riffs quer nos solos ali estava. Ele juntou
rasgantes. À primeira vista/audição, não é anos atrás e que depois uma linha de convidados impressionantes
algo de propriamente novo. Aliás, até vai na acabou por esmorecer. Os Her Despair são um neste lançamento, “Commander Of Pain”.
direcção contrária. Trata-se de um certo espírito dos que tais que remetem exactamente para esse Nomes como Don Airey, Jennifer Batten,
old school quer na música extrema quer até no momento no tempo (e para outros anteriores, já Ewald Sunny Pfleger, Gery Moder e muitos
metal mais tradicional, duas frentes que acabam que nos lembram também os The Sisters Of Mercy outros surgem ao longo deste disco
por jogar em conjugação. A banda francesa já por momentos) no entanto, numa altura em que executando músicas especificamente escritas
tem quase vinte anos de carreira mas a sua não sofremos dessa sobrexposição, é para nós para cada um dos vocalistas escolhidos. Jeff
carreira tem sido bastante discreta, pelo que fácil discernir da sua qualidade e este EP está com Scott Soto, Marc Storace, Mike Vescera, Walt
este compilação poderá ajudar a contrariar uma qualidade por tema bem acima da média. Stuefer, Dan McCafferty, Carl Sentence e
isso. Temos faixas ao vivo e alguns temas Produção bem poderosa em cinco temas catchy Doogie White são os mestres de cerimónia
extra, onde é revelada a nova formação que como tudo, até mesmo o mais épico e compassado e se por um lado há momentos bem
se encontra a trabalhar de momento no seu conseguidos, por outro ficam algumas faixas
"In The Arms Of A Sadist" que encerra o disco.
terceiro álbum de originais. Boas indicações, que deveriam ter sido repensadas, uma vez
esperemos pelo álbum. Recomendadíssimo. alguns deles, não tirando mérito a nenhum,
não encaixam na ideia musical criada.
[6.7/10] Fernando Ferreira [8.8/10] Fernando Ferreira [8/10] Fernando Ferreira
ICE NINE KILLS IGNIS INNER AXIS
“The Silver Scream” “Sic Transit Gloria Mundi” “We Live By The Steel”
Fearless Records Edição de Autor Fastball Music
[9/10] Fernando Ferreira [9.3/10] Fernando Ferreira [8.9/10] Fernando Ferreira 107
JACK13'S PANZERCROW KEN MODE KENÒS
“Nightmare Returns” “Loved” “Pest”
82 Records Season Of Mist My Kingdom Music
Não é muito comum Para quem não reparou, Somos um bocado
passarem por estas Kill Everyone Now Mode hipócritas. Muitas vezes
páginas trabalhos de é um nome mais que nos juntamos ao coro
horror punk mas ainda apropriado para a música que diz "os rótulos, esses
bem que quando passam caótica e barulhenta que malandros, usados pelos
é da qualidade deste a banda anda a fazer poderes vingentes das
"Nightmare Returns" há quase vinte anos. editoras e dos mass
que poderia até ser mais Lembram-se da barulheira
horror hardcore do que que os Nirvana faziam media (esses jornalistas,
propriamente punk pela no "In Utero" e de como escravos dos sistema)
forma como nos trazem melodias contagiantes essa barulheira tinha influências de outras bandas e que só servem para enganar e/ou para
e feitas para serem cantadas em conjunto com da cena alternativa que andava na luta há quase atrair o povo incauto. No entanto, assim que
uma multidão ávida por hinos. Para quem não uma década? Há muito disso aqui, desse caos, olhámos para o termo "Death Metal Progressivo",
sabe, Jack13 é o frontman dos Scarecrow e os dessa raiva, dessa irreverência, só por dizer que pensámos imediatamente "oba, oba, coisa boa".
Panzercrow são o seu projecto a solo, onde além aqui mais do que rock alternativo e noise, temos E efectivamente é uma coisa boa, embora o
do já mencionado feeling hardcore temos também metal, hardcore e noise misturados todos no rótulo nos tenha despistado um pouco, já que a
um pouco de ambiência movida a sintetizadores mesmo tacho. Não é um álbum fácil de ouvir (nem exuberância técnica da banda italiana é evidente.
que acaba por trazer a variedade necessária para mesmo na hipnótica e alucinante "The Illusion Of Se calhar o rótulo mais apropriado é mesmo
termos uma boa dinâmica. Interessante. Dignity" com aquele que parece ser um saxofone death metal técnico, mas o progressivo não fica
a acrescentar ainda mais loucura à coisa) mas longe da verdade. Apesar de deitarem álbuns
também não é fácil deixar de o ouvir. Voltamos cá para fora de forma irregular, a qualidade faz
a ele sem saber muito bem como ou porquê. com que aguardemos com expectativa como é
Por falar nisso, vamos lá para ais uma voltinha? com este "Pest". Recomendadíssimo.
LORDS OF THE TRIDENT Mortis e Master “Herc” Hercule Schlazeuger MADDER MORTEM
se juntam para ensaiar os seus amplificadores
“Shadows from the Past” “Marrow”
estão tao altos que até os Manowar já lá
Junko Johnson Records Dark Essence Records
foram bater à porta a pedir para baixarem
Quando recebi este os volumes. Caríssimos, o resto da viagem, Os Madder Mortem,
disco confesso que da última vez que nos
façam-na vocês, prometo que vai valer a visitaram, tanto em Lisboa
fiquei logo a pensar, pena! Este sétimo registo destes americanos como no Porto, deram
olha mais uns novos é composto por uma alucinante viagem por concertos de arrepiar
profetas que se propõe mesmo. Já tínhamos pre-
onze excecionais temas do mais puro metal sente a sua qualidade no
a espalhar o evangelho que tenho ouvido. Brilhante a todos os entanto, a forma como
segundo NWOBHM. O níveis, Shadows From the Past é um disco transportaram as suas
segundo pensamento indispensável em qualquer colecção. ALL músicas para cima do
foi, bonito só cá estão os temas e as letras, palco fez com que olhássemos para eles de uma
HAIL THE LORDS!! forma completamente diferente. Com essa passagem
nada de info da label sobre quem são e de ainda bem fresca na memória, "Marrow" tem um
onde vem… e lá fui eu cuscar quem são os impacto mais vívido do que teria normalmente.
Lords of the Trident, já completamente cheio Embora a categoria de metal progressivo continue
a ser aquela que mais se adequa, temos que admitir
de pré-conceitos desta ciência não exacta que há por aqui algo mais. Não diria desconhecido
que é a “review do disco”. Como sou um mas algo não tão claro e é esse algo que nos
gajo que prefere fontes a agua engarrafada conquista e transporta para outro lugar. Grande
segui directamente para o site da banda e lá parte desse algo é sem dúvida a emotividade da voz
de Agnete M. Kirkevaag, fantástica como sempre.
entrei neste mundo de lordes povoado por Diverso e dinâmico mas também exigente, este é
fantasmas do passado. Reza a lenda que um álbum que tem tudo para passar despercebido
quando os Lordes Fang VonWrathenstein, e conquistar-nos anos mais tarde. Porquê esperar
se podemos começar já?
Baron Taurean Helleshaar, Asian Metal, Pontifex
[10/10] Carlos Magalhães [8.6/10] Fernando Ferreira 109
MAGNÉTICA MANIAXE MANIMAL
“Homo Sapiens Brasiliensis” “Canticles Of Corruption” “Purgatorio”
Edição de Autor Hellfire Records AFM Records
O título do álbum é Thraaaaaaaaaaaaaaash! Os suecos Manimal,
brilhante. Por vezes Já tinha saudades do arrasam com
vemos com cada per- nosso grito de guerra, “Purgatorio”, o terceiro
principalmente quando ele do seu catálogo e acre-
sonagem ao nosso
surge quando há mesmos ditem, trata-se de um
redor que parece que sentimento para isso. E
é um ramo aparte (ou excelente disco, cheio de
com os australianos e fortes elementos power
perdido) da evolução Maniaxe sentimento
humana, pelo que o metal. O foco da banda
para soltar estes gritos
produziu uma quantidade de musicas que
impacto do título faz todo o sentido. Este de guerra não faltam mesmo. Um álbum de estreia
é sempre algo que revela duas coisas - limitações certamente irão ficar nos nossos ouvidos por
primeiro álbum da banda é fantástico. Sem muito e muito tempo, seguindo e respeitando
grandes expectativas e contemplações, temos e o talento em bruto. Em menor ou maior medida
é por estes dois impactos que um álbum faz a aquela que é a orientação musical. É um daqueles
malhas de rock musculado e poderoso e que disco que ouvimos e voltamos a faze-lo só pelo
diferença ou não. "Canticles Of Corruption" não
nos trazem um groove irresistível cantado demonstra limitações técnicas nem de composição gosto de “saborear” novamente cada segundo de
em português, que recomendamos que - a banda toca thrash metal bruto e duro, old audição. Espero que o reconhecimento da banda
se conheça. A banda entretanto, depois school - e o talento em bruto está mesmo aqui seja feito, porque a avaliar pelos lançamentos
do lançamento deste álbum, passou por todo. Claro que queremos ouvir mais, e que há os Manimal estão no caminho certo, pois a
mudanças no alinhamento e encontram-se muito por onde evoluir. Mas começar assim... é evolução musical é bem visível. É um disco
a trabalhar já no segundo álbum. Ficamos começar com uns bons metros de avanço! para desfrutar muitas vezes! Fantástico!
a aguardar.
MAYA METAL ALLEGIANCE mais uma série de nomes mas mais que
isso, temas mais abertos e dinâmicos no
“Egophilia” “Volume II - Power Drunk Majesty”
seu conjunto. Não deixa de ser a impressão
Edição de Autor Nuclear Blast Records
que estamos perante uma manta de retalhos,
Novo álbum dos brasi- Rapaziada, lembram- agora ainda mais por termos mais heavy metal
leiros Maya é uma se daquela sensação pelo meio, mas tomara todas as mantas de
surpresa muito agradável. quando surgiu o
A banda não só apresenta
retalhos pudessem contar com nomes como
primeiro filme dos Blitz Ellsworth, Max Cavalera, Johan Hegg
um álbum conceptual
sobre o ego, tal como "Mercenários", em que ou um surpreendente Trevor Strnad dos
o próprio título indica, Sylvester Stallone sur- The Black Dahlia Murder ou a Floor Jansen
como nos traz o melhor gia junto a uma série pela forma como conseguem tornar temas
conjunto de música que de lendas do cinema de ainda mais viciantes - isto já sem falar da
alguma vez fez. Melhor e diverso. Temos rock acção da década de oitenta e noventa? Do participação de Joe Satriani e Andreas Kisser.
pesado, por vezes a beirar mesmo o hard rock, género "isto é mesmo possível?" Foi mais Inevitável para quem gosta de thrash e heavy
funk com arranjos a apontar noutras direcções ou menos a sensação que tivemos com a
mais díspares. E tudo isto aliado a grandes temas
metal. Inevitável e obrigatório!
materialização em disco do projecto Metal
que nos prendem ao longo de mais de setenta
minutos, onde também temos intros e interlúdios Allegiance, que juntava David Ellefson, Mike
a intercalar os temas. Apesar disto poderá cortar Portnoy e Alex Skolnick instigados por Mark
um pouco o ritmo da coisa, este é um álbum à Menghi, o nome menos marcante do quarteto
antiga (apesar de soar bastante moderno) em mas o grande visionário da coisa. Depois de
que, tal como um filme, é para ser apreciado do terem usado uma série de vocalistas de topo
início ao fim. E soa fantástico assim. no primeiro álbum, este segundo apresenta
[8.4/10] Fernando Ferreira [8.5/10] Fernando Ferreira [6.8/10] Fernando Ferreira 111
NEEK NICK OLIVERI ONKEL TOM
“Words I Shouldn't Have” “N.O. Hits At All Vol. 5” “Bier Ernst”
Mateo Sound Heavy Psych Sounds Records Steamhammer/SPV
O trip hop é um bicho Ainda há pouco tem- Às vezes a vida dá voltas
estranho. Principalmente po falámos de Nick engraçadas. Quando tu
tens uma banda, que
para quem tem aço a Oliveri a propósito do por acaso até é uma
correr nas veias. No en- quarto volume e aqui das mais influentes de
tanto, volta e meia, o aço é está o quinto. Verdade todo um género, e depois
consegues ter sucesso (o
receptivo a receber estes seja dita, não ficamos sucesso que nunca tiveste
desvios. Este poderá muito impressionados com essa tua banda) com
ser potencialmente um anteriormente, quer um projecto paralelo feito
desses caso, no entanto muito dependerá pela pluridade de estilos que torna a coisa para a brincadeira, é coisa para te poder irritar.
Bem, neste caso a banda é Sodom e o projecto que
da disposição. Depois de um dia de trabalho algo dispersa quer pela qualidade das músicas depois ganhou cada vez mais importância é Onkel
e para desligar o cérebro, estas batidas e em si. Com um feeling punk de rock garagem Tom, ao qual confesso que nunca achei grande
ambiências electrónicas aliadas a uma voz numas, noutras mais acústica, mas sempre piada, principalmente por cantarem exclusivamente
em alemão. Provavelmente a minha reacção
com alguns efeitos poderá ser precisamente com aquela raça que lhe é característica. é semelhante a um alemão a ouvir os nossos
aquilo que precisamos para relaxar até ao Consta que este é o volume final - coisa para Comme Restus: as piadas passam todas ao
país dos sonhos. No entanto, como contra- vinte minutos - o que nos daria a sensação lado. No entanto, musicalmente a coisa soa bem,
indicações, recomendamos cautela porque o que se calhar o melhor era mesmo juntar bem melhor daquilo que me lembrava. Não vou
exagerar e dizer que este é um álbum que me
resultado poderá ser precisamente o inverso. todos os volumes de forma a ter algo mais vai ficar na memória ou que é um dos trabalhos
sólido. De outra forma soa um pouco coxo. do ano mas é bem melhor do que o esperado.
Merece louvor por isso.
114 [9.3/10] Fernando Ferreira [10/10] Miguel Correia [8.3/10] Fernando Ferreira
THE DEVILS THE GHOST AND THE MACHINE THE RADIO SUN
“We Are The Devils” “Red Rain Tires” “Beautiful Strange”
Sangue Frio Records Noise Appeal Records Pride & Joy Music
[8.7/10] Fernando Ferreira [9.5/10] Fernando Ferreira [7/10] Miguel Correia 115
UNREQVITED V/A V/A
“Mosaic I - L'Amour Et L'Ardeur” “Dance ForYour Life - Rare Finnish Disco & Funk 1976-1986”
“Satan In Love”
Northern Silence Productions Svart Records Svart Records
Não existem grandes Apesar da Finlândia ter E agora, algo comple-
informações destes estado sempre asso- tamente diferente. Esta
compilação é um tributo
Unrequvited, além ciada ao rock, havia à música pop movida a
de que têm um nome uma cena disco no sintetizadores vinda da
que faz com que nos underground bastante Finlândia. Consta que
na década de oitenta a
engasguemos a cada forte, desde a década maior parte das músicas
vez que o tentamos de setenta até à década que passavam nas dis-
pronunciar. Apesar de oitenta. E a exemplo cotecas finlandesas eram
de não ser música instrumental quase que da outra compilação irmã, que também estrangeiras já que o equipamento necessário para
fazer esse tipo de música era demasiado caro e
poderia funcionar como tal, já que a voz tratámos nesta edição, o que temos aqui afastava um pouco os músicos, ainda assim havia
acaba por ser usada como apenas mais um é uma série de raridades que poderão não uma interessante cena underground que tentava
instrumento que ajuda a estabelecer o mood interessar (provavelmente) ao nosso leitor emular os sons que surgiam dos êxitos vindos de
fora com o material mais humilde que continham.
melódico e melancólico. Existe a tentação comum mas que aqueles que quando se Vale pela curiosidade e pela factor histórico.
de dizermos que toca black metal mas é apanham sozinhos em casa, instalam a Musicalmente acreditamos que só mesmo os
tão uplifting (apesar da melancolia a roçar bola de espelhos e metem-se a dançar em que têm guilty pleasures com a pop da década
a depressão) que faz com que tenhamos de frente ao espelho, esta compilação é mais de oitenta e setenta que poderão encontrar valor,
que efectivamente existe.
olhar para isto com outros olhos. Ouvidos. que apropriada. Quanto a todos os outros,
Seja o que for, é bom e ainda que não entre provavelmente não será o que vos interessa.
à primeira, intriga-nos o suficiente para nos
manter presos.
[8.6/10] Fernando Ferreira [6/10] Fernando Ferreira [6/10] Fernando Ferreira
116 [6/10] Fernando Ferreira [10/10] Miguel Correia [9.2/10] Fernando Ferreira
VULCAIN WARLEGGION WILD
“Vinyle” “Warleggion” “Sin Piedad”
Season Of Mist Edição de Autor Fighter Records
118
album do mêes
20 D.D. Verni 14 Carpe Noctem 08 Satan
“Barricade” “Vitrun" “Cruel Magic”
Mighty Music Code666 Records Metal Blade Records
The Skull
19 Axxis 13 Soulfly 07
“Monster Hero” “Ritual” “The Endless Road Turns”
Phonotraxx Publishing Nuclear Blast Records Tee Pee Records
120 [8/10] Miguel Correia [9/10] Fernando Ferreira [6.5/10] Fernando Ferreira
BRUTALLIAN CARNIFEX CATCHLIGHT
“Blow On The Eye” “Pathological Rites” “Amaryllis”
Edição de Autor Xtreem Music Edição de Autor
Que grande som! Para Não, não são esses Carnifex. Ainda bem que existem
Só para separar as águas.
quem espera que os Este são finlandeses e já as reedições. Ao ritmo
preconceitos e que ao foram com a porca há muito que temos actualmente,
ouvir uma banda de tempo. No entanto, como seria impossível
recordar é viver, temos aqui
uma região ou país é este "Pathological Rites que apanharmos tudo o
ouvir todas, então vai reúne tudo o que a banda já que merece apanhado
lançou e ainda um extra. Este - verdade seja dita,
ficar muito admirado tipo de coisas nem sempre
por ouvir os Brutallian. é interessante e vale mais pela utilidade histórica que por vezes também
Ao contrário do que o nome indica, o que deve ser preservada, algo que seria legítimo para esta apanhamos coisas que não merecem ser
compilação mas a verdade é que a música aqui contida
temos aqui nesta estreia discográfica de 2015 sustenta-se a ela própria. temos a demo "Decadence" apanhadas - e álbuns como esta estreia dos
é um poderoso álbum de heavy/thrash/power de 1991, o split-demo com os Festerday do mesmo franceses Catchlight de 2016 poderiam muito
metal de acordo com a lei tradicional, com ano e a terceira demo de 1993, tudo com um som bem passar-nos ao lado. Temos um rock
primitivo da altura mas que em nada prejudica o poder
grandes riffs, um competente trabalho da das músicas - tirando a bateria estupidamente alta na progressivo que tanto poderá ser chamado
guitarra solo e uma voz soberba. É daqueles mistura da terceira demo. Pelo contrário, o death metal de alternativo como de pós-qualquer coisa.
algo técnico (a lembrar um pouco os primórdios dos Não interessa realmente o quê, nem as óbvias
sons que nos remetem imediatamente até aos Sentenced, não tão épicos) tem um poder considerável
momentos em que estavamos a descobrir o e e esta é uma compilação que recomendamos para influências de Tool nalguns momentos, o
metal tradicional anos atrás. Uma associação todos os coleccionadores interessados em death metal. que interessa é mesmo a forma como este
O extra é um tema, "Fresh Flesh", que não chegou a
perfeita e que faz todo o sentido perante o ser lançado, registado num ensaio, com um som trabalho, agora remastereizado e com nova
que se pode ouvir. previsivelmente mau mas ainda assim interessante. arte a acompanhar a música, bate e mexe
Resumindo, é para comprar! com as nossas emoções. Grande álbum!
[8.8/10] Fernando Ferreira
[8.5/10] Fernando Ferreira [9/10] Fernando Ferreira
[8.3/10] Fernando Ferreira [7/10] Fernando Ferreira [6.1/10] Fernando Ferreira 121
MYSTIC CIRCLE OPPROBRIUM ROYAL HUNT
“Kriegsgötter II” “Supernatural Death” “Land Of Broken Hearts”
Last Episode Brutal Records NorthPoint Productions
Nunca achei os Mystic Ainda ficamos confuso Não é difícil perceber o
Circle nada de especial. com estas reedições encanto dos Royal Hunt.
Surgiram numa altura em todas do campo dos Nem porque razão o Japão
que o black metal movido Opprobrium / Incubus. sempre foi o seu mercado
a teclados com aspirações Ora temos a designação mais frutuoso. A banda
melódicas e sinfónicas dos Opprobrium na capa pega na melodia típica do
eram mais procurados de discos lançados como hard rock FM e junta-lhe
que sardinhas nas festas Incubus - relembramos um toque neoclássico,
dos santos. O grande
destaque vai claramente que a banda teve que em grande parte devido
para a música que abre este MCD (na altura em que mudar de designação ao talento enorme de
ainda haviam MCDs e não apenas EPs), a cover de por causa dos outros Incubus... os manhosos - André Andersen, eterno mastermind da banda
Bathory do clássico épico "One Rode To Asa Bay". ora temos o logo antigo dos Incubus novamente dinamarquesa, sem esquecer o art rock ou rock
As duas músicas originais são algo genéricas e as reeditados com a indicação de que se trata progressivo que dão a tonalidade final à sua paleta
duas covers seguintes (um medley dos Acheron e os Opprobium. Sabemos que se trata tudo do de cores. Esta reedição do seu primeiro álbum
a "Circle Of The Tyrants" dos Celtic Frost) também mesmo pessoal mas por vezes nem sabemos talvez não tenha capacidade de atrair novos fãs,
não acrescentam muito. Não deixa de ser curiosa a o que devemos chamar às coisas. Tirando isto mas aqueles que já o são definitivamente não
mensagem da banda, a endereçar o álbum para os do caminho, o que fica é um álbum clássico do vão dizer que não a ouvir este álbum clássico
seus apoiantes desde a década de noventa e também death metal norte-americano, numa altura em remasterizado ainda por cima numa pacote de
a salientar que metal é metal e que continuam com que o mesmo era apenas um pouco mais que luxo com booklet expandido tendo fotos raras, a
esperança que exista mais respeito. Obviamente há aqui thrash metal vitaminado. Remasterizado, com história do álbum escrita pelo próprio Andersen,
alguma bagagem e é uma mensagem endereçada para dois temas bónus, é material que não deixa de assim como quatro faixas bonus, sendo que uma
alguém que desconhecemos. A banda viria a acabar ser um clássico intemporal, independentemente delas é inédita tendo sida restaurada (regravada).
sem ter o impacto das bandas que homenageiam. do nome ou logo que aparece na capa. Obrigatório para os fãs e para os que querem ficar
a conhecer como é fazer rock/metal progressivo
de classe superior.
[6/10] Fernando Ferreira
[9/10] Fernando Ferreira [8/10] Fernando Ferreira
SHELOB'S LAIR SKEPTICISM THE OUTSIDER
“Nightfall In Heaven” “Stormcrowfleet” “The Outsider”
Northern Silence Productions Svart Records Edição de Autor
Reedição da demo, O que dizer de uma das The Outsider' é não só o
única, dos Shelob's grandes estreias de sempre título do albúm de estreia
do funeral doom? Estas como a designação do autor
Lair, de 2001, ou viagens na Máquina do deste projecto. Trata-se de
seja, daquela altura Tempo são das melhores uma one-man band oriunda
no tempo em que coisinhas de sempre, que do México que depois
começava a ser uma nos permitem visitar deste já lançou o albúm
tendência parva ter- períodos da história ou 'Orchestral Renditions from
ignorados ou celebrados. the Unknown' em 2017 e
mos bandas a ir buscar "Stormcrowfleet" pertence o EP 'Ancient Beast of the
inspiração para se à segunda categoria ainda que seja uma obra que Apocalypse' em 2018. Auto descreve-se como um
baptizarem ao "Senhor dos Anéis" de J.R.R. carece da aclamação globalizada que achamos que compositor e executante de música perturbada para
Tolkien. Não é que não fosse uma tendência merece, mas isso já são exigências da nossa parte. pessoas perturbadas.... Na verdade confesso que
parva antes, mas era mais refinado. Bem, em Bem, como já é sabido, para quem não conhece fiquei um pouco! Traz-nos um death metal sinfónico
o álbum ou a banda, o funeral doom não é coisa único, progressivo, avantgarde, experimental, apesar
termos sonoros, é black metal cru, ainda que imediata mas este trabalho poderá ser um daqueles de influências notórias (Therion, Septicflesh, Carach
com bastante melodia nas guitarras. A banda que desafia essa condição já que o seu som, ainda que Angren,...) com vozes convidadas em algumas músicas.
não lançou mais nada para além desta demo incorporando toda a lentidão e peso do género, traz- Instrumentos e arranjos orquestrais de qualidade
e não é também algo que estivesse a fazer nos um brilho, para além da melancolia depressiva. É assim como a produção. No entanto a variedade
muita falta, sinceramente, no entanto, não um daqueles álbuns que nos encanta sem sabermos é tanta que chega realmente a ser perturbadora no
bem porquê mas que vamos descobrindo ao longo sentido de não se conseguir perceber o que se está
deixa de ter uma qualidade que surpreende do tempo. Grandioso e majestoso mas ao mesmo a ouvir de música para música. Iremos ouvir os
por se ter mantido intacta ao longo destes tempo atento aos detalhes e aos sentimentos que trabalhos seguintes na esperança de tenha seguido
quase vinte anos. desperta. É simplesmente... um Daqueles. o velho ditado de que 'menos é mais'!
122 [8/10] Carlos Magalhães [6/10] Miguel Correia [9.5/10] Fernando Ferreira
et
cr
Se
pe
Ta
Vamos dar início a esta rúbrica que visa explorar o maravilhoso
mundo das cassetes. Sei o que vão dizer, é coisa do passado.
Poderia argumentar que a cassete é o novo vinil, ou então que
a cassete é o vinil dos pobres. Seja como for, a cassete sempre
esteve presente, antes da indústria se ter concentrado no formato
do CD e depois. até mesmo depois de ter aparecido o mp3 e
de ter substituído nos hábitos da música móvel o Walkman
e o Discman. No entanto a cassete continuou um formato
apetecível pelo underground. Mais uma vez a música extrema
a continuar mostrar o futuro. Não é de prever que a cassete vá Temos o código de download do álbum no bandcamp, temos
ter o mesmo impacto comercial que o vinil tem actualmente um artwork fantástico e ainda duas edições à escolha, em
mas sem dúvida que temos assistido a um aumento de edições, branco ou em castanho, que foi a que escolhi. O som é de
algumas exclusivamem neste formato. Esta rubrica visa então de grande qualidade, como já tinhamos concluído na nossa
explorar todos os meses novos e e velhos lançamentos que review e esta versão em cassete é uma grande alternativa para
glorificam a toda-poderosa, ainda que humilde cassete. Vamos quem quer entrar pelo mundo das cassetes. (8.8 /10)
passear pela minha colecção pessoal e por algumas novidades
que nos forem chegando. No campo das novidades
(pelo menos para nós) temos
Este mês vamos focar-nos nos lançamentos mais recentes da os Axia, que nos trazem o
Larvae Records, uma pack fantástico que por vinte euros seu álbum de estreia com um
traz-nos quatro lançamentos de quatro bandas nacionais. Dois
death/grindcore bem cativante
deles já aqui revistos mas que vamos falar sobre as edições
e viciante. Composto por
em cassete.
músicos experientes do
género extremo (membros de
Holocausto Canibal, Colosso, Under Fetid Corpses e The
Ominous Circle, entre outros) este álbum é sem dúvida um
dos grandes trabalhos de 2018. (9/10)
123
WOM Live Report
XX Flames Of Humanart - Humanart,
Balmog, Anifernyen
Metalpoint, Porto -01.09.18
Texto Paulo Aguiar | Fotos Fátima Inácio | Agradecimentos: Dark Age Productions e Humanart
Os Humanart para assinalar o seu vigésimo aniversário, Daniel Lucas, os riffs venenosos e precisão técnica dos
realizou no passado dia 1 de Setembro no Metalpoint a XX restantes compensou a ausência de movimento. Um
Flames Of Humanart e convidou para a festa os espanhóis regresso fulgurante e repleto de fúria dos Anifernyen.
Balmog e os conterrâneos Anifernyen, quinteto que após
um longo hiato teve a honra de abrir, já a hora tardia da
noite.
Balmog
Anifernyen O calor na sala era elevado... mas aos primeiros sons
produzidos pelos três cavaleiros do apocalipse vindos da
Com renovada formação, a banda de Santo Tirso Galiza... a audiência rapidamente regressou. Falso alarme...
apostou mostrar neste evento o novo material a incluir apenas um pequeno teste, mas deu para perceber que o
no trabalho que editarão em breve. Os originais "Tyrant" espírito do Black Metal consegue tomar as mais variadas
e "Foreshadowing" revelaram-se uma excelente entrada formas... um ambiente negro apenas iluminado por velas
e uma boa demonstração do novo fôlego na composição revelou os Balmog. Sem piedade, "Eating The Descendant",
e dimensão musical a trilhar, agora por: Daniel Lucas, deu o mote para a primeira fase do alinhamento, centrado
Luís Ferreira, Diogo Malheiro, Hugo Almeida e Ricardo no último álbum "Vacvvm" de 2018. Formados em 2003,
Vieira. "Wormwiod", "Graveborn" e "Voleur D'Ames" inúmeras passagens pelo nosso país e uma maturidade
antecederam, o hino "Scarlet Winter", o único tema do Ep adquirida nas variadas presenças em palcos de diferentes
de 2008 intitulado "The Pledge Of Chaos". "Christendoom" países, este reconhecido trio da cena Black Metal
e "Neverlight" completaram uma perfeita sintonia entre underground continuou violentamente com: "Hodegetria",
melodia e violência. Destaque para o carisma do vocalista "Vigil Of The Blends", "Come To The Pulpit" e "Gignesthai"
124
- estas duas últimas das minhas preferidas. Por esta altura Revelations" de "Hymn Obscura" foram as excepções. "The
o clima criado pelo calor, pouca luz, os fumos ocasionais Beginning" e "Serpent With Black Wings" como abertura
e a voz demoníaca de Balc -cuja face mal se via no meio revelaram um som equilibrado, intrincado e poderoso
do cabelo - transportou-nos para um pequeno verdadeiro das guitarras de JJ e Fareal completada na perfeição pelo
Inferno, onde o baixista Morg completamente possuído misterioso missionário Leyak no baixo e Njiord na bateria.
não parou um instante. Absolutamente intenso! A segunda
fase desta devastação incluiu três temas de "Svmma Fide"
de 2015: "Der Fluche", "Hoshek" e "Ascetic Penitence" aos
quais todos acabaram rendidos a tamanha dose de puro
Black Metal. Fiquei curioso e com enorme vontade de ver
a banda em outras condições. Espectacular!
Humanart
As linhas vocais agressivas e por vezes selvagens atingia-nos
como punhais as entranhas sem contemplação. Ao quarto
tema surgiu a surpresa, o novo, "Underground Slut" original
do álbum que se encontra na forja, com o título "(Further)
Humanart Into The Depths", com edição prevista para Janeiro de 2019.
Um aperitivo que me deixou impressionado e ansioso por
Determinados a tornar especial a noite do seu vigésimo mais... Os hinos "The Darkest Light", "Lines Of Knowledge",
aniversário, os Humanart de JJ e nova formação, e "1143" não podiam faltar e foram o ponto alto da noite,
ofereceram durante uma hora a razão da sua consistência tal como os solos arrebatadores de JJ, a alma do grupo. Um
e admiração conquistada pela dignidade criativa mantida set perfeito de Death/Black Metal de uma banda de grande
ao longo da sua já rica história iniciada em 1998. impacto e merecido destaque no Metal Lusitano. Parabéns!
Apoiada maioritariamente no álbum "Lightbringer" de ...venha o novo trabalho e novos desafios.
2014, "Imortal Dream" de "Fóssil", "Loss..." e "Years Of
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Rock In Amadora
Parque Zambujal, Alfragide - 08.09.18
Texto por Fernando Ferreira | Fotos por Sónia Ferreira | Agradecimentos: Rock In Amadora
O Rock In Amadora já tem uma boa tradição de tunidade (e honra) de acompanhar, tendo sido uma das
proporcionar uma festa anual e esta sétima edição não foi nossas primeiras convidadas para a rubrica da nossa
excepção, com quatro excelentes nomes da nossa música, revista, Garage World, e sendo já esta a terceira ocasião
cada um com o seu estilo muito distinto. O intuito do que temos de vê-los actuar: os Dogma. E começa a ser um
festival é desde o início de homenagear a rica tradição lugar comum, vê-los a actuar e sentir que estão cada vez
musical do concelho da Amadora e em conjunto com mais coesos e fortes em cima de um palco. Temas como
a Associação Amadora Passado Presente e a Junta de "Criação" e "A Rosa"(nossos favoritos) batem cada vez
Freguesia de Alfragide materializam não só esse objectivo com um impacto avassalador, embora tenhamos notado
como também têm os pés assentes no presente e no futuro que o público talvez estivesse um pouco mais apático -
e é graças a iniciativas destas que isso acontece. reconhecemos também que o seu som não é propriamente
imediato embora a sua beleza seja inquestionável.
Infelizmente não conseguimos chegar a tempo da actuação
dos Contrasenso que tão boa impressão já nos tinham
deixado no Casaínhos no início do mês, mas deu para
notar o grande impacto e animação que provocaram no
público que se encontrava lá. A eles as nossas desculpas,
que merecem a nossa (ou de quem quer que seja) devida
atenção, um dos grandes nomes do punk/rock nacional.
Dogma
Não só fomos levados ao mundo de metáforas dos Dogma
(presente no álbum de estreia "Reditum", um dos nossos
álbuns do ano de 2017), ilustrado de forma perfeita pela
dupla de vocalistas Isabel e Gonçalo, como também fomos
presenteados pela também a excelente versão de "A Vaca
de Fogo", original dos Madredeus, que foi "Dogmatizada"
Dogma da melhor forma. A finalizar ficou a já inevitável "Anjo
Caído" que ficou também marcada como sendo a última
A banda que se seguiu foi uma que temos tido a opor- música tocada pela banda com Rui Nunes na bateria. Uma
126
despedida mais que apropriada. na Amadora (de onde a banda é originária, excepção feita
a Leonel Silva que vem da Margem Sul) ou em qualquer
outra parte do mundo.
Hourswill
Tínhamos uma enorme curiosidade para vermos
finalmente os Hourswill. Não só foram responsáveis por
um dos melhores álbuns de metal progressivo de 2017,
"Harm Full Embrace", como também são um dos nomes
nacionais dos quais temos tido muito bom feedback em
relação aos seus concertos. Bem, pudemos comprovar
pessoalmente que esses relatos não são exagerados. Sendo
o primeiro trabalho com Leonel Silva - que esteve sempre
muito comunicativo e divertido nas vezes em que se dirigiu
ao público - o mesmo surge perfeitamente integrado Corvos
na banda, não levando sequer a pensar que não seria o
vocalista original. Tiago Flores foi o mestre de cerimónias que conduziu o
público até ao mundo muito próprio dos Corvos, mundo
esse que incluiu também os Nirvana (com a "Smells Like
Teen Spirit"), U2 (com a "Sunday Bloody Sunday" - que Tiago
confessou que havia por parte da banda planos para fazer
um álbum inteiramente dedicado à banda irlandesa mas
que por motivos de dificuldades burocráticas, o álbum teve
que ficar na gaveta) e, claro, Xutos & Pontapés, banda que
foi o primeiro foco dos Corvos ("À Minha Maneira" e já em
regime de encore "Homem do Leme/Tudo Para Ti Maria"
e "Contentores") e que encerrou com chave de ouro uma
actuação forte.
Hourswill
A banda tocou o já referido último álbum de originais quase
na íntegra com Leonel a explicar o sentido de cada um dos
temas sempre com grande sentido de humor, algo que não
só fez com que entrássemos ainda mais no seu mundo com
que a música fosse sentida ainda com mais intensidade -
música essa que é representativa do melhor que se pode
fazer com a mistura do heavy metal com o progressivo. Seja
Rock In Amadora
Dawnrider
e com contornos até um pouco bluesy. Esta jovem banda que já conta
com dois trabalhos longa duração, mostrou bem porque é que são
considerados uma das grandes promessas deste género musical, no
final da actuação ficou a saber a pouco.
Foi com muito agrado que quando chegámos ao recinto do Silveira O calor infernal que se fazia sentir dentro da pequena sala condizia
Rock Fest nos deparámos logo com uma boa mole humana. O ambiente com a energia que foi deitada cá para fora. Apesar disso, o público
familiar e de convívio era o que esperávamos encontrar, algo que nos faz parecia estar algo tímido inicialmente mas foi incapaz de resistir ao
sentir logo imediatamente em casa - apesar de sermos parceiros oficiais, bailarico thrash provocado por temas como "All Against" e "Feed The
a nossa posição coloca-nos sempre do lado de lá, dos fãs ou não fosse Machine" - tema título ao novo EP com saída apontada para 29 de
este um projecto de fãs para fãs. Não só um espaço onde existem bons Setembro. Ainda pudemos também ouvir "Strip You To The Bone",
concertos mas principalmente onde se encontram (e reencontram) (o single de avanço do já mencionado EP). A propósito destes dois
amigos de longa data. E quando falamos em longos concertos, não temas, podemos dizer que ao vivo são sem dúvida um destaque, e que
estamos a exagerar. Tivemos cinco deles, verdadeiramente épicos. também nos deixam excelentes indicações para o futuro criativo da
Vamos dissecar cada uma delas e tentar transmitir o espírito vivido banda. Uma verdadeira festa thrash com uma banda que aos poucos
embora saibamos que em alguns casos... o melhor é mesmo estar lá. deixa de ser uma promessa e começa a ser confirmação. De certeza
que conquistou mais alguns fãs.
All Against
A animação musical começou com os All Against cujo início da Inner Blast
actuação atrasou substancialmente, tendo o soundcheck demorado
algum tempo. Apesar da demora, o pessoal estava entretido na A segunda banda a subir ao palco do Silveira era substancialmente
conversa, pelo que não havia muita impaciência pelo início. E se diferente. Já tivemos bastantes oportunidades de ver os Inner Blast
houve alguém que ficou mais aborrecido, o poder que a banda ao vivo mas esta foi a primeira vez que o fizemos com a banda em
lisboeta espalhou pelo palco do Silveira Rock Fest assim que formato quarteto, já sem a teclista Mónica, que já não faz parte da
começaram a tocar. definitivamente compensou. A banda tem formação. Com alguma curiosidade fomos surpreendidos de forma
efectuado um trabalho sólido de evolução e em cima do palco é uma agradável à rendição da banda a temas como "Darkest Hour" e "Wings
máquina trituradora temível. "Rise And Fall" e "Silver Bullet" trataram Of Freedom" que apesar de soarem mais crus por um lado, soam mais
logo de fazer as apresentações para quem não sabia ao que vinha. urgentes e pesadões, com a guitarra a ter o papel principal tanto nas
130
melodias como na agressividade, um pouco à semelhança do papel da e subiam para o palco, ficando a "dançar" por alguns momentos. Isso
voz de Liliana, que esteve especialmente sólida na sua abordagem às aliado a malhões como "Grand Union", "Jaws" e "Semigod" é uma
músicas. Não sabemos se esta formação será para manter mas se for, mistura explosiva que só poderá dar bons resultados. E efectivamente
o impacto da sua música ao vivo definitivamente não se perde. Uma deu. Como tem sido hábito, "Juggernaut" foi o grande destaque
grande actuação apoiada sobretudo no último álbum, "Prophecy" e com "Semigod", "Stagefires", "Nails" e "Stagefires" que proporcionou
que superou as nossas expectativas, conseguindo agradar a todos, um crowdsurf a Tiago, como despedida. Um concerto para ficar na
mesmo com um calor digno dos infernos, como Liliana a certa altura história do Silveira.
referiu. Ficamos (ainda mais) curiosos em relação ao futuro dos Inner
Blast.
The Temple
Prayers Of Sanity O calor já tinha atenuado mas ainda faltavam os The Temple para
finalizar o cartaz, eles que são uma das bandas históricas do nosso
Se o calor até agora não tinha dado tréguas, e sabendo que eram os underground, apesar de contarem ainda com três álbuns, com
Prayers of Sanity os senhores que se seguiam, só fez antecipar mais algumas diferenças assinaláveis entre si. Curiosamente, em cima do
uma nova frente de ar escaldante para bafejar o Silveira. Preciosos palco, essas diferenças passam quase despercebidas, muito graças à
os momentos cá fora, onde estava bem mais fresco e agradável e que enorme experiência e classe da banda. No entanto, apesar dessa classe
serviram de preparação para o festim thrash metal que lá dentro teria e experiência, o concerto não fluiu da melhor forma devido a duas
lugar. A banda algarvia encontrou inicialmente alguns percalços quebras de luz (e havendo alguns problemas no som da guitarra de
técnicos, com um falso arranque no primeiro tema, "Dead Alive" onde Tiago Menaia posteriormente) - algo que a banda tentou contornar
a guitarra de Tião falhou. Nada que impedisse a festa tivesse lugar. E e conseguiu na nossa opinião, mantendo a energia e os níveis de
que festa! Circle pits com fartura, praticamente obrigados ao som de entusiasmo bem elevados.
grandes malhas da banda algarvia focando sobretudo o último álbum
"Face Of The Unknown", embora também tivessem apresentado
alguns destaques dos anteriores "Confrontations" (com o tema-título,
que provocou um reboliço a condizer com a temperatura, ou seja,
infernal, e com a "The End Of All") e "Religion Blindness" (também
com o tema-título, que segundo Tião, a ser como tudo começou, e a
Evil May Die"). A média de intensidade dos concertos estava bem alta
e a raça dos Prayers Of Sanity ajudou muito a esse resultado assim
como as fortes reacções positivas que provocaram.
The Temple
Claro que malhões como "Fightbull" (que teve direito a wall of death)
e "War Dance" a isso ajudam - este último é sempre arrepiante, pela
forma como a percussão toma o centro das atenções e todos os
membros (excepção feita ao baixista Pedro Marques) rodeiam-se à
volta da bateria, apesar de, neste caso, o espaço ser bem apertado para
tal. Um espírito fantástico, de festa a que foram acrescidos o grande
Dollar Llama clássico da música rock nacional, "Budapeste" dos Mão Morta, com
uma roupagem bem mais pesada e moderna. A banda esteve toda no
Três bandas, três grandes concertos. Com os Dollar Llama a serem os seu melhor mas uma palavra tem de ser dada ao animal de palco que
próximos no alinhamento, não haviam muitas dúvidas em relação ao é João Luís, sempre muito comunicativo com o público e expressivo
que iríamos ter. Já os vimos em palcos maiores, já os vimos em palcos a cantar, aquilo que mostra que vale a pena sairmos de casa, para
mais pequenos, e o resultado foi sempre um actuação cheia de poder vermos bandas que vibram e que nos fazem vibrar com a sua música
e bastante suor, por parte da banda e do público. O que se teve no que é tudo menos algo descartável. Os The Temple despediram-se
Silveira Rockfest não foi excepção. Com um som cheio de músculo, com "Millionaire", e fecharam em grande mais um Silveira Rock Fest
não seria expectável a forma como o público reagiria ao stoner/ que poderá ser pequeno de dimensões mas é gigante de alma. Onde a
southern rock/metal da banda: constantes circle pits e até stage-divings música e a festa falam sempre mais alto, o suficiente para ficar gravado
a partir do palco - poderá não parecer algo digno de nota, mas tendo na nossa memória por uns bons anos. Nota ainda para o trabalho
em conta que o palco estava apenas a um degrau de altura da plateia, incansável dos Rock'N'Raw Estúdios que trataram do som e tentaram
não deixou de ser algo interessante de verificar. Tiago Simões esteve colmatar e superar todas as dificuldades que foram existindo. O
o dínamo habitual, indo muitas vezes cantar para o meio da plateia, sucesso do Silveira também a eles é devido.
sempre a incentivar o público - alguns nem precisavam de incentivo
131
Casaínhos Fest 2018
Campo de Futebol S.C. Casaínhos, Loures - 01.09.2018
Texto por Fernando Ferreira | Fotos por Sónia Ferreira | Agradecimentos: Casaínhos Fest
Embora só tenhamos conhecido oficialmente o Casaínhos Fest na se cansaram de agradecer pela oportunidade de estarem presentes no
anterior edição, ficámos imediatamente apaixonados pelo espírito de Casaínhos assim como pela organização dar oportunidade às bandas
união entre as várias sonoridades da música pesada, onde todas têm pequenas de se mostrarem. Somos da mesma opinião.
lugar e onde todas têm o mesmo nível de reacção entusiástica - algo
que nos revemos bastante já que esse é o objectivo primordial da World
Of Metal. Quando chegámos ao recinto encontrámos os Ramp e fazer
soundcheck - algo que estranhámos já que a banda seria a que estava
encarregada de fechar a noite. Terminaram apesar de haver algumas
arestas a limar, mas por restrições de tempo decidiram terminar para
permitir que a primeira banda iniciasse a preparação da sua actuação.
O calor que se fazia sentir era abrasador e não dava vontade nenhuma
de estar ao sol - e nesta altura e em todas as próximas actuações
enquanto o sol estava forte, o público de Casaínhos dividia-se em
dois: os corajosos que se chegavam à frente para curtir a música mais
perto do palco e os outros que não se arriscavam a estar debaixo do
sol abrasador. Confesso que estava neste último grupo, até porque as
condições oferecidas são excelentes para podermos desempenhar o
nosso trabalho.
Contrasenso
O punk rock é um género que sempre encontrou espaço no cartaz
do Casaínhos e ainda bem que assim é já que o que se faz cá em
Portugal bate-se de igual para igual em relação a qualquer outra
banda de qualquer outro país. Um bom exemplos disso mesmo são
os Contrasenso, que apesar de não se desviarem muito (ou nada)
dos lugares comuns do punk rock, o seu som não cansa e nunca
deixa de ter um grande impacto para quem gosta de peso e melodia,
tudo cantado em português - pelo menos na maior parte das vezes.
Com um som bem poderoso - sem os problemas de feedback que
os Takeback! tiveram um pouco anteriormente - temas como "Sem
Desculpas" e "Passo A Passo" caíram mesmo bem e fizeram com que
muitos desafiassem o sol para ir sentir a banda mais de perto. Apetecia
mesmo, tal como depois ir refrescar com uma imperial gelada.
Takeback! Aos poucos o recinto ia enchendo naquela que seria, na nossa opinião
e apesar de não termos acesso a números oficiais, a edição mais
Os Takeback! seriam a primeira banda no alinhamento, que iriam concorrida de sempre em termos de público. O cartaz tinha qualidade
subir ao palco perante o sol abrasador que se fazia sentir - ainda para mais que suficiente para isso mesmo. E por falar em qualidade,
mais quando ele está a bater de frente. Eles foram os vencedores da pudemos apreciar de seguida à estreia dos Infraktor no Casaínhos
terceira edição do concurso de bandas que se realizou pela terceira vez que tornou o ambiente ainda mais escaldante com o seu thrash metal
no Old Rock & Blues em São João da Madeira e estavam nitidamente vitaminado, que deixou tão boa impressão com "Exhaust" o seu
a aproveitar cada momento desta oportunidade. Donos de uma álbum de estreia lançado no início deste ano pela Rastilho Records.
sonoridade que se move pelo hardcore, é fácil notar que a banda ainda O mesmo aconteceu no palco do Casaínhos, não ajudando em nada
precisa de amadurecer mais e de se libertar do elemento genérico que ao calor que se fazia sentido - no entanto isso não serviu de desculpa
transpareceu na sua actuação. Apesar deste facto, energia foi o que não para que as primeiras movimentações a sério entre o público não
faltou durante a cerca de meia hora em que estiveram no palco. Não acontecessem. "Son Of A Butcher", "Ferocious Intent" e o tema-título
132
Infraktor Backflip
do já mencionado álbum de estreia foram alguns dos destaques de ouvirmos os seus lançamentos editados pela Hell Xis Records.
assim como a comemoração no final do concerto em frente ao palco Esperemos que não tenhamos que recolher apenas a ela porque esta
do aniversário do vocalista Hugo Silva. Haverá lá forma melhor de energia fazem-nos muita falta.
comemorar um aniversário senão num ambiente fantástico destes?
Viralata
Artigo 21
Por falar em animais de palco, os Viralata foram os que se seguiram,
Voltando ao punk rock, vieram os Artigo 21, que demonstraram eles que incorporam na perfeição aquele espírito presentes algures
novamente como este som quando bem tratado é difícil de bater. E entre o punk e rock da virada da década de oitenta para a década de
de som bem tratado percebem bem a banda lisboeta, que deu um noventa. A banda ao vivo dispensa apresentações e já é garantia de
espectáculo explosivo. Cantando sempre em português, os Artigo diversão pela forma como os teus temas, autênticos hinos, conseguem
21 poderão ser um valor relativamente recente do punk nacional, cativar todo o público sem grandes dificuldades. Não só isso mas é
mas são um valor acrescentado, sem dúvida. "Contradição", "Utopia" também impressionante como esses mesmos hinos ficam na memória
(dedicada a Diogo, vocalista dos Steal Your Crown que se encontra a muito tempo após ter acabado a sua actuação, exemplo vívido com os
atravessar uma fase complicada e termos de saúde) e "Máscara" não já incontornáveis "E Vai Um Copo", "F.A.M.E.L." que tanta animação
deram margens para descansos para a animação e diversão em frente causam sempre que são tocados, sem esquecer outros como "Zé
ao palco, neste regresso ao festival três anos depois.. Também não Ninguém", "Lúcio Fernando" ou "Ivone", tema que já não tocavam há
faltaram os agradecimentos ao Tiago Fresco e a toda a organização já algum tempo. Uma banda que faz sempre a diferença pela positiva
pelo ambiente construído e pela forma se tem conseguido manter este seja em que cartaz for.
espírito de festa união, sem esquecer, claro, o apoio à cena nacional.
Ainda partilharam o palco com Joel da Infected Records, a actual
editora da banda, para o tema "Mudança" em jeitos de agradecimento
na contínua aposta na banda que confessou estar fora de cena dos
últimos tempos para preparar o lançamento do próximo álbum,
chegando a tocar inclusivamente alguns temas novos, bem recebidos
pelo público.
Heavenwood
Não interessa quanto tempo passe entre álbuns, actuações, as
circunstâncias e/ou os palcos em que os encontramos, Heavenwood
é sempre um destaque. Pessoalmente foi uma das bandas que me
acompanhou quando estava a descobrir a música extrema aquando
do lançamento do seu álbum de estreia, o mítico "Diva", e como tal
é sempre aguardada com enorme expectativa. Apesar de terem sido
Hills Have Eyes prejudicados por questões técnicas (também tiveram um soundcheck
demorado, incrementando ainda mais o atraso que se fazia sentir), as
Os Hills Have Eyes foram os próximos e também tal como Rasgo, expectativas não foram defraudadas. A banda do Porto que contou
tiveram um soundcheck bastante demorado, começando a ser mais com Miguel Inglês dos Equaleft como vocalista (devido à ausência
notório de qua havia um problema técnico cada vez mais difícil de do país de Ernesto Guerra), iniciou em grande com "The Arcadia
suplantar, algo visível sobretudo no primeiro tema da banda de Setúbal, Order" que, por mais vezes que a oiçamos não deixamos de ficar
134
impressionados com o seu poder cinematográfico. Devido a alguns
problemas com o baixo de André Matos, só quase no final da canção
é que o som do mesmo pode ser apreciado. Também a voz de Ricardo
Dias também praticamente não se conseguiu ouvir na "The Empress",
um dos grandes momentos do mais recente trabalho da banda, "The
Tarot Of The Bohemians". Apesar das dificuldades técnicas que
poderiam esmorecer outros, os Heavenwood não fraquejaram na
sua entrega, terminando o concerto com um saudoso mas sempre
recebido, "Frithiof's Saga" do já mencionado "Diva".
Ramp
seu respeito. Um final que não foi o melhor, no ano em que a banda
completa trinta anos de existência no metal.
Vamos directos ao assunto. O que se passou no RCA esta datas, em Lisboa e no dia anterior no Hard Club, Porto. Na
noite foi uma grande lição de metal. "We are not one of noite de Lisboa, contámos com talento português para abrir
those bands who you pay 25€ and leave after 56 minutes", as portas do Inferno, com a presença e devastação dos Aura
diria Alan Averill ‘Nemtheanga’ lá pelo meio do concerto, e Decayed. Comecemos.
anunciando mais umas cenas ‘old school’ e metal à séria. Já
lá chegamos. Os Aura têm andado envolvidos em certo secretismo, que
antecedeu o lançamento do seu trabalho de estreia: o muito recente
São 9h da noite, e é daqueles dias em que a fila já chega à EP "Hamartia", editado pela Larvae Records, Julho de 2018.
esquina da rua, mesmo antes de abrirem as portas do RCA. Agora chegou o momento. O primeiro concerto de apresentação
É noite de festa grande! O mote deste concerto é a Warm Up foi em Vigo, depois Porto, agora Lisboa. Em 2 meses voltam
Session para o festival Under The Doom, trazido pelas mãos ao Porto, Metalpoint para abrir o Concerto "The Apostoles
da Notredame Productions, que acontecerá em Dezembro e of Eternal Fire", organizado pelos Ominous Circle. E já têm
já é muito badalado por todos, tal é o cartaz e a expetativa. um punhado de concertos agendados numa tour nos EUA.
Desta feita, celebram-se agora dois concertos, encabeçados Way to go!
pelos Primordial, que cá vieram em exclusivo para estas duas
Por tudo isto, e depois de ouvir e repetir o EP, estava muito
curioso para os ver ao vivo. Situação: casa meio cheia, muita
fila ainda à porta, os Aura começavam a tocar. Apresentaram
o EP. Campos melódicos rasgados por visceral gritaria vinda
de uma masmorra dos confins do abismo, o som é muito
cru mas muito audível, e se atuação foi curta em tempo,
foi grande em intensidade. A voz a esmagar que aparece
com a batida após as partes ambientais assinalam o poder,
o desespero a brutalidade deste black metal. Foi uma boa
introdução, que só peca por ter a condição de banda de
abertura e uma casa ainda a meio que se estava a compor.
Acho que muitos fãs de metal clássico facilmente se identificam
com a música dos Aura. Podem verificar o “Hamartia” na
página de bandcamp da banda Aura e editora Larvae Records.
01 - 40 Anos do Punk - Kilimanjaro, Stone Dead - Theatro 12- The Soft Moon - RCA Club, Lisboa 31 - 25 anos Darkside- Sacred Sin - RCA Club, Lisboa
Circo, Braga 12- The Zanibar Aliens - Titanic Sur Mer, Lisboa 31- Mata Ratos, Mordaça, Fonte - Academia Recreativa
02 e 03 - V Festival Portalegre - Altarados, In Vein, 12- Emma Ruth Rundle, Jaye Jayle - Musicbox, Lisboa Linda-A-Velha
Thirdsphere, [In Mute], Modulator, Forja, Impera, 12 e 13 - Bairrada Metal Fest - Grog, Desire, Simbiose,
Primal Attack, Fallcie, Symbiotic Project - CAE Bizarra Locomotiva, GodVlad, Terror Empire, Diesel
Portalegre, Portalegre Humm! - Club De Ancas, Aveiro Novembro
03 - Acid Mothers Temple - Musicbox, Lisboa 13 - Raging Planet Showcase 2018 - Desalmado, Besta, 02 - The Vintage Caravan, Wucan, Black Mirrors -
Surra - Musicbox, Lisboa Hard Club, Porto
04 - Porto Deathfest 4 - Necrot, Grindead, Biolence,
Aischrolatry - Metalpoint, Porto 13 - Pé de Ladrão Fest - Trinta & Um, Simbiose, Dokuga, 02 - The Voynich Code, Fallcie - Drac, Figueira da Foz
04 - Megamoshiberian tour Porto Thrash Attack - S.D.I., Bad!, Vürmo, Systemik Violence, Without Face, 02 e 03 - V Festival Portalegre Core - Altarados, In
Reaktion - Woodstock 69 Rock Bar, Porto M.E.D.O. - A062, Caldas da Rainha Vein, Thirdsphere, [IN MUTE], Modulator, Forja,
13 - The Soft Moon - Hard Club, Porto Impera, Primal Attack, Fallcie, Symbiotic Project -
04 - Miasthenia - Rrusstyk Bar, Olhão
Cae Portalegre, Portalegre
05 - Cracked Bones - Cine-Incrível Alma Danada, Almada 13 - Neuropsy, Happy Farm, The Blood Of Tyrants -
Metalpoint, Porto 03 - Oeste Underground Fest - Serrabulho, Repulsive
05 - Serrabulho, F'rrugem - A9, Santarém Vision, Analepsy, Prayers Of Sanity, GAEREA,
05 - Apresentação oficial "O Baile Dos Teus Medos" - 13- Pé de Ladrão Fest - Trinta & Um, Simbiose, Dokuga, Hourswill, Warhammer, Karbonsoul, Undersave, Fear
Amarte - Theatro Club, Lisboa Bad!, Vürmo, Systemik Violence, Without Face, The Lord, Oppidum Mortuum - Pavilhão do Multiusos da
M.E.D.O. - A062, Caldas da Rainha Malveira, Malveira
04, 05 e 06 - Faro Alternativo - Cloudleaf, M.E.D.O., Thrash
Wall, BadWeather, G.I.G.G.Y., Trinta e Um, HochiminH, 13- Soul Rising Fest - Nine O Nine, Inner Blast, Scarmind, 03 - Alvalade Arise - Bizarra Locomotiva, Destroyers
Anarchicks, Reality Slap, Steal Your Crown, Pull The Blame Zeus, Witness My Fall, The Temple, Revenge Of Of All, Midnight Priest, F.P.M., Mordaça, Systemik
Trigger, Urubu, The Parkinsons, Blowfuse, Besta, The Fallen - Salão de Festas da Incrível Almadense, Almada Violence, Pull The Trigger, Toxikull, All Against - Cae
Prayers Of Sanity, Revolution Within, Desalmado, 13- Apresentação EP "Lost In Emptiness - Eyze, Desert Portalegre, Portalegre
Contra Corrente - Associação Recreativa e Cultural de Mammooth, Two Pirates And A Dead Ship - Texas Bar, 03 - Riverside - Lisboa Ao Vivo, Lisboa
Músicos, Faro Leiria
03 - Sound Bay Fest - The Vintage Caravan, Wucan,
05 e 06 - Festival Bardoada e Ajcoi - The Parkinsons, 19 - Shutter Down - Hard Rock Café, Porto Black Mirrors, Her Name Was Fire, Parfar, The Crazy
Iberia, Dapunk Sportif, Revolution Within, Besta, 19- Apresentação do álbum "Crimes Against Humanity" e Left Experience - RCA Club, Lisboa
Tales For The Unspoken, The Year, Nowhere To Be "Return To Primordial Stillness" - Irae, Black Howling - RCA 04 - Tremonti, The Raven Age, Disconnected - Lisboa
Found, Since Today, Decreto 77, Desalmado, Bizarra Club, Lisboa Ao Vivo, Lisboa
Locomotiva, Simbiose, Reality Slap, Serrabulho,
20 - 11th Dimension, Regius, Needle - Metalpoint, Porto 10 - Mythic Sunship, Destroyers Of All, Akroasis - Fora
Grankapo, Kandia, Hochiminh, Pântano, Challenge,
Cigarette Vagina, Diabolical Mental State - Pinhal Novo 20 - Annihilation, Grog, Burn Damage - Cave Avenida, de Rebanho, Viseu
Viana Do Castelo 10 - Sirenia, Triosphere - RCA Club, Lisboa
06 - Not Dead Yet Fest - Necrot, Grog, Derrame,
Autopsya, Bowelism - Stairway Club, Cascais 20- Vehement Pre Release Show - New Mecanica, Legacy 10 - Beyond Creation, Gorod, Entheos, Brought By
Of Cynthia - Gasoline Associação Cultural e Desportiva, Pain - Hard Club, Portugal
06 - Process Of Guilt, Löbo - Side B Rocks, Alenquer
Barreiro
06 - Miasthenia, Sadistic Overkill - Metalpoint, Porto 16 - Mosher Fest - Chapter 7 - Bizarra Locomotiva,
21 - Annihilation, Grog, Burn Damage - Metalpoint, Porto Teethgrinder, Grog, Midnight Priest, Prayers Of
06 - Música na Aldeia 2018 - Quinteto Explosivo, Dollar
23 - Damien Jurado, Sean Riley - Musicbox, Lisboa Sanity, Web, Gaerea, Toxikull, Redepmtus, Cruelist -
Llama, Impera, Mournkind - Casa do Povo de São Miguel
24 - Julie Doiron - Sabotage Club, Lisboa Massas Club, Coimbra
do Rio Torto, Abrantes
24 - Mão Morta, Author & Punisher - Musicbox, Lisboa 10 - The Coathangers - Sabotage Club, Lisboa
06 - Sublime Torture Fest XI - Dr. Gore, Dead Meat,
Grog, Raw Decimating Brutality, Nasty Surgeons, 26 - Iceage, Terebentina - Hard Club, Porto 23 - Wire - Hard Club, Porto
Undersave, Black Alley Lobotomy, Lvnae Lvmen e 26 - Sworn Enemy, Terror Empire, Challenge - RCA 24 - Wire - RCA Club, Lisboa
The Halfzeimers - Quelha do Barrocal, Castelo Branco Club, Lisboa 24, 24 e 25 - Lisbon Tattoo Rock Fest - Bizarra Locomotiva,
06 - After Party / Heavy Metal Portugal - O Documentário - 27 - Cartaxo Metal Fest III - Cruz de Ferro, Dead Meat, Hills Have Eyes, Sheer Terror, Patrulha do Purgatório,
Equaleft, Blame Zeus - Kraken, Rock Pirate Pub, Santo Undersave, Destroyers of All, Thrashwall - Centro V8Wankers, Son Of Cain, Anarchicks - Altice Arena -
Tirso Cultural do Cartaxo, Cartaxo Sala Tejo, Lisboa
06 - Anarchicks, Cranky Geeks - Marginália Bar, Portimão 27 - Road Fest - Blame Zeus, Revenge Of The Fallen - 30 - Invicta Requiem Mass IV - Obskuritatem, Mons
06 - Rock dos Romanos - Henriette B, Lulas Belhas, Moto Clube Alverca, Alverca Veneris, Vetala, Holocausto Em Chamas, Voëmmr,
Shady Gringos, Tales For The Unspoken, The Dukes Master's Voice, Void Prayer, Nidernes, Tormentu -
27 - Attick Demons, H.O.S.T. - Metalpoint, Porto
Of Speed, The Temple, Secret Chord - Condeixa-a-velha, Metalpoint, Porto
Coimbra 27 - Yob, Wiegedood - Hard Club, Porto
10 - Lisbon Tattoo Rock Fest Warm up Shows - Marky 27 - Dogma - Hail Rock Club, Queluz
Ramone's Blitzkrieg, Decreto 77 - RCA Club, Lisboa 29 - Bob Wayne - Stairway Club, Cascais Dezembro
11 - Lisbon Tatoot Rock Fest Warm Up Shows - Marky 31 - Halloweenie Night - Serrabulho, Wicked, Voyance, 07 e 08 - Under The Doom - Arcturus, Sólstafir,
Ramone's Blitzkrieg, Decreto 77 - Hard Club, Porto Akroasis - Hard Bar, Oliveira do Bairro Draconian, Shining, While Heaven Wept, Antimatter,
The Wounded, Sinistro, Desire, Collapse Of Light,
11- Emma Ruth Rundle, Jaye Jayle - Passos Manuel, 31 - 16 Anos Quiet Riot Bar - Attick Demons, Pântano -
Wyatt E., Ocanwake - Lisboa Ao Vivo, Lisboa
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