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23/10/2018 Pacto de Varsóvia – Wikipédia, a enciclopédia livre

Pacto de Varsóvia
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
O  Pacto  de  Varsóvia  ou  Tratado  de  Varsóvia  foi  uma
aliança  militar  formada  em  14  de  maio  de  1955  pelos Pacto de Varsóvia
países socialistas do Leste Europeu e pela União Soviética,
países  estes  que  também  ficaram  conhecidos  como  bloco
do leste. O tratado correspondente foi firmado na capital
da  Polônia,  Varsóvia,  e  estabeleceu  o  alinhamento  dos
países  membros  com  Moscou,  estabelecendo  um
compromisso  de  ajuda  mútua  em  caso  de  agressões
militares  e  legalizando  na  prática  a  presença  de  milhões
de  militares  soviéticos  nos  países  do  leste  europeu  desde
1945. [1]

Emblema do Pacto de Varsóvia. 
O  organismo  militar  foi  alegadamente  instituído  em
No círculo, lê­se: "União da Paz e do Socialismo."
contraponto  à  OTAN  (Organização  do  Tratado  do
Atlântico  Norte),  organização  internacional  que  uniu  as
democracias  da  Europa  Ocidental  e  os  Estados  Unidos
para  a  prevenção  e  defesa  dos  países  membros  contra
eventuais ataques vindos do Leste Europeu

Os  países  que  fizeram  parte  do  Pacto  de  Varsóvia  eram
alguns  nos  quais  foram  instituídos  governos  socialistas Estados­membros estados: União Soviética, Polônia,
pela União Soviética, após a Segunda Guerra Mundial. Os Alemanha Oriental², Tchecoslováquia, Hungria, Romênia,
Bulgária, Albânia (até 1968).
membros  da  aliança  foram  a  União  Soviética,  Polónia,
República Democrática Alemã, Checoslováquia,  Hungria, Lema "Союз мира и социализма (russo) ­
Romênia,  Bulgária,  Albânia  (esta  última  retirou­se  em "união de paz e socialismo""
1968),  sendo  que  a  estrutura  militar  seguia  as  diretrizes Tipo Aliança militar
soviéticas. A Iugoslávia, por oposição do Marechal Tito, se Fundação 14 de maio de 1955
recusou a ingressar no bloco.
Extinção 1 de julho de 1991
Porém,  as  principais  ações  do  Pacto  foram  dentro  dos Sede Moscou,   União Soviética
países­membros para a repressão de revoltas internas. Em Membros  Bulgária
1956,  tropas  reprimiram  manifestações  populares  na
 Checoslováquia
Hungria  e  Polônia,  e  em  1968,  na  Tchecoslováquia,  na
 Alemanha Oriental
chamada  Primavera  de  Praga  que  pediam  a
 Hungria
descentralização parcial da economia e a democratização.
 Polónia
[2][3]
 Roménia
As  mudanças  no  cenário  geopolítico  da  Europa  Oriental  União Soviética
no  final  da  década  de  1980,  com  a  queda  dos  governos  Albânia (retirou­se em 1968)
socialistas, o fim do Muro de Berlim, o fim da Guerra Fria
e  a  crise  na  União Soviética  levaram  à  extinção  do  Pacto
em 31 de março de 1991. O fim do Pacto de Varsóvia representou, também, o fim da Guerra Fria.

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Seis  anos  depois,  a  OTAN  convida  a  República  Tcheca,  Hungria  e  Polônia  a  ingressarem  na  organização,
demonstrando uma nova configuração das forças militares na Europa pós­Guerra Fria.

Índice
Alcance
Organização
Armamento
Fim
Ver também
Referências
Ligações externas

Alcance
O  Tratado  de  Amizade,  Cooperação  e  Assistência  Mútua  ficou
conhecido como Pacto de Varsóvia,  a  cidade  em  que  foi  assinado  o
acordo  de  cooperação  militar  em  1955  pelos  países  do  Leste.
Concebido  sob  a  liderança  da  União  das  Repúblicas  Socialistas
Soviéticas,  o  seu  objetivo  declarado  era  combater  a  ameaça  da
Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), em particular o
rearmamento  da  Alemanha  Ocidental,  no  entanto,  o  principal
objetivo do pacto, consistiu na criação de um envelope jurídico, que
justificasse a presença de milhões de militares russos no território dos
países  que  tinham  sido  ocupados  pelas  tropas  do  exército  vermelho
na sequência da II guerra mundial. O rearmamento alemão, resultado
dos  acordos  de  Paris  levou  a  que  a  República  Federal  Alemã  tivesse
sido  autorizada  a  reorganizar  suas  forças  armadas  e  a  ingressar  na
A Guerra Fria (1945–90): OTAN vs. Pacto de OTAN.  Os  soviéticos  viram  isso  como  violação  do  status  de
Varsóvia, a relação de forças em 1973. neutralidade das duas Alemanhas, convencionado nos acordos entre
as duas superpotências no pós­Segunda Guerra. Isso juntamente com
o  bloqueio  soviético  contra  Berlim,  consumou  a  divisão  da  Alemanha  e  serviu  de  argumento  para  que  a  U.R.S.S.
prolongasse indefinidamente a presença das suas tropas nos países do leste europeu.

O  âmbito  de  aplicação  do  Pacto  de  Varsóvia,  que  abrange  todos  os  estados  socialistas  da  Europa  Oriental  (com
excepção da Iugoslávia que, apesar de tudo, teve uma grande influência), ou seja, Albânia, Bulgária, Checoslováquia,
Hungria, Polónia, República Democrática Alemã ou Alemanha Oriental, Romênia e União Soviética. Até 1962, a RPC
(República Popular da Coreia) foi associada como observador. O acordo foi assinado em Varsóvia em 14 de maio  de
1955, com Nikita Khrushchev, primeiro­secretário do Partido Comunista da União Soviética.

Os Estados do bloco do Leste mantinham antes da assinatura do tratado, uma estreita relação militar com a União
Soviética,  cujo  Exército  havia  permitido  sua  libertação  durante  a  Segunda  Guerra  Mundial,  assim  como  as  forças
britânicas  e  dos  Estados  Unidos  tinham  feito  na  Alemanha  Ocidental,  a  oeste  da  Áustria,  Bélgica,  Itália,  França  e
Grécia,  no  quadro  acordado  na  Conferência  de  Yalta.  A  profunda  influência  exercida  pela  União  Soviética  no  bloco
tinha sido percebida como um desafio às outras potências aliadas, que consideram a expansão do comunismo como
uma ameaça imediata para o domínio político e económico na Europa pelos Estados Unidos e governos capitalistas
europeus. A polarização entre a órbita dos Estados Unidos, que com a criação da OTAN quebrou a longa tradição de

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isolamento e os militares soviéticos seria o carácter determinante dos 45 anos da Guerra Fria (o nome dado ao conflito
militar travado pela União Soviética e Estados Unidos desde o final da II Guerra Mundial até à dissolução da primeira
em 1991).

Organização
Os  membros  do  Pacto  de  Varsóvia  concordaram,  em  termos  muito  semelhantes  aos  utilizados  pelo  Tratado  do
Atlântico Norte, a cooperação na manutenção da paz, a organização imediata em caso de ataque previsível (art. 3), a
defesa  mútua  se  um  membro  for  atacado  (art.  4.º),  e  o  estabelecimento  de  uma  pauta  conjunta  para  coordenar  os
esforços  nacionais  (art.  5).  Composta  por  onze  artigos  no  total,  o  Pacto  não  se  referiu  diretamente  ao  sistema  de
membros do governo, foi aberta a "todos os Estados", com a única exigência da humanidade dos outros signatários na
sua  admissão  (art.  9)  ­  e  estabeleceu  um  prazo  de  vinte  anos,  renovável,  e  revogou  a  liberdade  de  cada  Estado­
Membro. Foi assinado em quatro exemplares, um em russo, outra em alemão, um tcheco e um polonês.

A  comissão  política,  composto  por  chefes  de  governo  dos  países  membros  reuniam­se  anualmente  para  estabelecer
políticas e objetivos anuais. A maioria das negociações também contaram com a presença dos ministros da Defesa, os
chefes das forças armadas e membros dos Estados­Maiores de cada um deles. Além da comissão política, o Pacto de
Varsóvia tinham uma comissão militar consultiva, técnico e Pesquisa, do Conselho de Secretários de Defesa e Estado­
Maior Conjunto. Ivan Stepanovich Koniev foi seu primeiro comandante­em­chefe.

Embora  o  objetivo  declarado  da  Aliança,  para  evitar  a  eclosão  da  guerra  entre  os  Estados  Membros  e  as  potências
ocidentais, foi cumprida, e a ação militar nunca teve que ocorrer, alguns membros participaram de guerras ­ como o
Afeganistão,  seus  chefes  detinham  a  suprema  autoridade  sobre  o  exército,  marinhas  e  forças  aéreas  dos  Estados­
Membros, o poder militar que isso representou incluídos 6.200.000 soldados, 65 mil tanques, dois mil navios e 15 mil
aviões  de  combate,  mísseis  nucleares  instalados,  além  de  vários  Estados­Membros.  Em  tempos  de  paz,  apenas  as
forças atuando fora de seu país estavam sob o seu comando direto.

O Pacto de Varsóvia foi uma das muitas ferramentas desenvolvidas pelas superpotências em conflito como parte da
distribuição  de  forças,  desigual  em  favor  dos  norte­americanos,  estabelecidos  oficialmente  no  final  da  II  Guerra
Mundial.  Seus  limites  acordados  em  termos  gerais,  as  linhas  de  demarcação  acordado  nas  cimeiras  que  Roosevelt,
Churchill  e  Stalin  realizaram  entre  1943  e  1945,  com  poucas  dúvidas  sobre  o  território  alemão  e  o  austríaco  a  ser
resolvido no primeiro a divisão e à retirada de todas as forças do segundo.

A questão do campo Asiático foi parcialmente resolvido com a proclamação da República Popular da China ­ embora a
China iria participar somente como observadora até a sua ruptura com o governo soviético em 1968 ­ e E.U.A durante
a ocupação do Japão.

A estratégia soviética, como a dos E.U.A foi principalmente visando a
garantia de sua área de influência sem que isso levasse a um conflito
nuclear  aberto  com  o  adversário  e,  portanto,  resultou  em  um  nível
reduzido de atividade militar, mesmo dentro das fronteiras.

Em  1948,  a  Iugoslávia  do  Marechal  Tito  tinha  marcado  suas


divergências com Moscou, e do conflito diplomático entre a China e a
União  Soviética  durante  a  Guerra  da  Coreia  foram  destacados.  Na
verdade, a política externa de ambos os poderes foi mais ocupado em
tentar  aproveitar  a  crise  econômica  que  acreditavam  iminente,  a
T­72 com Blindagem reativa gravidade  levou  os  E.U.A.  para  desenvolver  o  Plano  Marshall  e  da
OTAN  como  um  meio  de  conter  a  revolução  social  comunista,  que
ameaçava tomar o poder em seus aliados europeus.

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A  força  do  governo  stalinista  de  rever  os  limites  fixados  pelo  acordo  de  Yalta  foi  baseada  unicamente  na  relativa
fraqueza militar da União Soviética, em comparação com as armas nucleares dos E.U.A, que permaneceu, mesmo com
o fim da guerra fria, até hoje com muitas bases e prisões secretas estabelecidas na Europa e na Ásia Menor.

Embora o clima político e liderança finlandesa, Tito não pôde incorporar a Iugoslávia, não pode aderir à Aliança, em
outros países a situação interna era mais complexa. Na Hungria, as dissensões internas do partido comunista local,
cujos estudantes protestavam contra a ação militar soviética em incidentes de Poznań, combinado com a insurreição
ultranacionalista de József Dudás levar à revolta, que foi reprimida pelas forças da Aliança.

Tem sido argumentado que o Pacto de Varsóvia foi, na prática, um instrumento de controle da União Soviética sobre
os  países  socialistas  da  Europa  Oriental  para  impedir  que  a  suas  lideranças  se  afastassem  de  Moscou  e  do
Comunismo.  Nalguns  casos,  na  verdade,  as  tentativas  dos  membros  para  deixar  o  Pacto  foram  esmagados
militarmente,  como  a  Revolução Húngara  de  1956:  em  outubro  daquele  ano,  o  Exército  Vermelho,  nos  termos  das
disposições  do  Pacto  de  Varsóvia  mobilizou  suas  tropas  na  Hungria,  e  terminou  com  uma  incipiente  revolta
anticomunista, apenas em duas semanas.

As  forças  do  Pacto  de  Varsóvia  foram  também  usadas  contra  alguns  dos  seus  membros,  como  em  1968,  durante  a
Primavera de Praga, quando elas invadiram a Checoslováquia para acabar com a flexibilização da reforma que estava
enfrentando  o  governo,  julgada  pela  U.R.S.S.,  como  tendendo  a  destruir  o  socialismo  tcheco.  A  chamada  Doutrina
Brejnev, que marcou a política externa militar da União Soviética na época, declarou: "Quando as forças que são hostis
ao  socialismo  tentar  alterar  o  desenvolvimento  de  algum  país  socialista  para  o  capitalismo,  tornam­se  não  só  um
problema do país em causa, mas um problema comum que afeta todos os países socialistas. " A Albânia se retirou da
aliança, em 1961, como resultado da separação do seu regime linha­dura pró chinês­soviético­stalinista, apoiada na
RPC (Coreia do Norte).

Armamento
A URSS repassou aos seus aliados do Pacto tecnologia e armamento
que fossem capazes de competir com os EUA e seus aliados, em caso
de uma Terceira Guerra Mundial na Europa. Possuía tanques T­72  e
T­80  que  rivalizavam  com  os  M60  Patton  e  M1  Abrams
respetivamente,  helicópteros  de  ataque  Mi­24  Hind  contra  os  AH­1
Cobra  e  AH­64  Apache,  aviões  caça­tanques  Sukhoi  Su­25  Frogfoot
contra os A­10 Thunderbolt II Warthog, caças MiG­29 e Sukhoi Su­27
contra os F­15 e F­16, rifles de assalto da família Kalashnikov contra
os da família Colt, RPGs contra M72 LAW, mísseis nucleares Foguete
SS­18 Satan, SS­N­1 e SS­25, contra os LGM­30 Minuteman, LGM­118
Submarino classe Typhoon Akula.
Peacekeeper, Trident II, os  mísseis  de  cruzeiro  Scud  contra  os  BGM­
109 Tomahawk, sistema antimísseis SA­15 Gauntlet contra o patriot,
submarinos nucleares Typhoon contra os da classe Ohio. O Pacto não tinha porta­aviões para competir com os EUA,
sendo o Almirante Kuznetsov terminado apenas depois do fim da URSS e do próprio Pacto de Varsóvia.

Fim
Embora a OTAN e o Pacto de Varsóvia não se tenham enfrentado em qualquer conflito armado direto, a Guerra Fria,
permaneceu ativa durante mais de 35 anos. Em dezembro de 1988, Mikhail Gorbachev,  líder  da  União  Soviética  na
época, anunciou a chamada Doutrina Sinatra, declarando que a Doutrina Brejnev seria abandonada e que os países da
Europa  Oriental  poderiam  fazer  o  que  entendessem  adequado.  Ou  seja,  poderiam  fazer  as  reformas  que  bem
entendessem e não teriam os países invadidos pelas tropas do Pacto caso quisessem escolher o sistema capitalista e
aderir à OTAN.

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A validade da doutrina Sinatra contribuiu para a aceleração das mudanças que varreram a Europa de Leste em 1989.
Os novos governos do leste eram menos propensos do que os anteriores para a manutenção do Pacto de Varsóvia, e em
janeiro de 1991, a Tchecoslováquia, Hungria e Polónia anunciaram que iriam se retirar em 1 de julho daquele ano. A
Bulgária se retirou em fevereiro, o Pacto foi dissolvido para todos os efeitos práticos. A solução oficial aceita pela União
Soviética, foi formalizada na reunião de Praga, em 1 de julho de 1991.  Durante  os  anos  seguintes  todos  os  soldados
soviéticos  estacionados  em  bases  militares  cedidas  pelos  governos  da  Alemanha  Oriental,  Polônia,  Hungria  e
Tchecoslováquia tiveram que se retirar e voltar para a Rússia, e alguns deles acabaram desempregados. Os políticos
russos conseguiram, entretanto, compensações financeiras pela perda das bases militares. Os tratados que deram esse
fim na presença militar soviética fora de suas fronteiras foram realizados por Gorbachev, e pagos com o dinheiro da
Alemanha Ocidental, entregue por Helmut Kohl.

Em 12 de março de 1999, República Checa, Hungria e Polônia, ex­membros do Pacto de Varsóvia, aderiram à OTAN.
Bulgária, Estónia, Letónia, Lituânia, Roménia, Eslováquia e Eslovénia fizeram­no em março de 2004, e em abril de
2009 a Croácia e a Albânia também aderiram à OTAN.

Ver também
Organização do Tratado de Segurança Coletiva
Organização do Tratado do Atlântico Norte
Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul

Referências
1. Roque, João, em DiárioUniversal.com ­ Pacto de Varsóvia (http://www.diario­universal.com/2007/05/aconteceu/o­p
acto­de­varsovia/) acessado a 12 de maio de 2009
2. Applebaum, Anne (2012). Pinguin Book, ed. "Iron Curtain, The Crushing of Eastern Europe 1944 ­ 1956". Great
Britain: [s.n.] pp. 485–489. ISBN 978­1­846­14662­6
3. Urban, George (1997). New Haven, ed. "My War within the Cold War". [S.l.: s.n.] pp. 12–13

Ligações externas
Deutsche Welle ­ 1955: Criado o Pacto de Varsóvia (http://www.dw­world.de/dw/article/0,,519362,00.html)

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