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Técnico Legislativo II

Edital nº 01 / 2017
CARREIRAS

TRF
Sumário

Português – Prof. Carlos Zambeli . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5


Redação – Prof. Carlos Zambeli . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 149
Raciocínio Lógico – Prof. Edgar Abreu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 161
Direito Constitucional – Prof. André Vieira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 253
Direito Constitucional – Profª Tatiana Marcello . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 389
Direito Administrativo – Profª Tatiana Marcello . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 437
Legislação Específica – Prof. André Vieira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 499

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Português

Professor Carlos Zambeli

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Português
Aula XX

ACENTUAÇÃO

Regras de acentuação

1. Proparoxítonas – todas as proparoxítonas recebem acento.


•• lâmpada – rápido – córrego – rígido – pânico

2. Paroxítonas – são acentuadas as paroxítonas terminadas em:

a) DITONGO CRESCENTE (seguidas ou não de “s”)


•• sábio – régua – farmácia – espontâneo – mágoa

b) Ã, ÃS, ÃO, ÃOS


•• ímã – órfãs – órgão – bênçãos

c) EI, EIS
•• jóquei – pônei – fósseis – úteis

d) I, IS
•• táxi – biquíni – lápis – júri – íris

e) ON, OM, ONS


•• Nélson – próton – nêutrons

f) L, N, R, X, PS
•• sensível – hífen – caráter – tórax – bíceps

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g) UM, UNS, US
•• ônus, álbum, médiuns

ATENÇÃO: NÃO se acentuam os vocábulos paroxítonos terminados em EM, ENS e

ditongo aberto: item, homem, itens, hifens, homens, assembleia, heroico, ideia, jiboia,

paleozoico, paranoia, onomatopeia.

3. Oxítonas – são acentuadas as oxítonas terminadas em: A, E, O (seguidas


ou não de “s”), EM, ENS, ditongo aberto
•• sofá – café – cipó – você – porém – herói – chapéu – anéis

4. Hiato – acentuam-se o I e o U tônicos, quando formam sílabas sozinhos


ou com “s” e vêm precedidos de vogal.
•• saída – faísca – feiúra – uísque – influí – reúne – egoísta – destruí-lo – baú – Quarai – juízes

OBSERVAÇÕES:
Não se acentuam o I e o U quando seguidos de NH: rainha, bainha, ladainha.
Não se acentuam o I e o U quando formarem sílabas com outra letra que não seja “s”:
cairmos, juiz, ruim, defini-lo.
Não se acentuam o I e o U quando formarem ditongo: gratuito, fluido, fortuito, intuito.

ATENÇÃO:
As palavras paroxítonas que têm i ou u tônicos precedidos por ditongos não são mais
acentuadas. Desta forma, agora escreve-se feiura, baiuca, boiuno, cauila.
Essa regra não vale quando se trata de palavras oxítonas; nesses casos, o acento
permanece. Assim, continua correto Piauí, teiús, tuiuiú.

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Português – Acentuação Gráfica – Prof. Carlos Zambeli

5. Hiatos EE e OO
Foram eliminados os acentos circunflexos nos hiatos OO / EE:
•• oo – enjoo, perdoo, magoo, voo, abençoo

•• ee – creem, deem, leem, releem, veem, preveem

6. Trema
O trema foi abolido de todas as palavras da língua portuguesa.

Porém, o trema é mantido em nomes próprios estrangeiros e suas derivações, como Bündchen,

Schönberg, Müller e mülleriano, por exemplo.

7. Acento diferencial – diferencia a intensidade de alguns vocábulos com


relação a seus homógrafos átonos.
•• Pôr (verbo) / por (preposição)

•• Pôde (pret. perf. ind.) / pode (pres. ind.)

8. Verbos ter e vir

eles têm, Ele vem aqui; eles vêm aqui.


na terceira pessoa do plural do presente do indicativo
eles vêm Eles têm sede; ela tem sede.

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Português

FORMAÇÃO DE PALAVRAS

Estrutura e formação de palavras. Famílias de palavras.

FAMÍLIA DE PALAVRAS = Palavras que possuem o mesmo radical. (cognatas)


RADICAL ou RAIZ = é o sentido básico de uma palavra.
AFIXOS = são acrescentados a um radical. São subdivididos em prefixos e sufixos.

Derivação
Processo de formar palavras no qual a nova palavra é derivada de outra, chamada de primitiva.
Classificamos em 6 maneiras:

1. Derivação Prefixal

Acréscimo de um prefixo à palavra já existente.


desfazer, impaciente, prever
2. Derivação Sufixal

Acréscimo de um sufixo à palavra já existente.


realmente, folhagem, amoroso, marítimo, dedilhar.

3. Derivação Prefixal e Sufixal


Ocorre um prefixo e um sufixo são acrescentados à palavra primitiva de forma independente,
ou seja, mesmo sem a presença de um dos afixos a palavra continua tendo significado.

deslealmente, descumprimento, infelizmente.

4 Derivação Parassintética
Ocorre quando um prefixo e um sufixo são acrescentados à palavra primitiva de forma
dependente, ou seja, os dois afixos não podem se separar, devendo ser usados ao mesmo
tempo, pois sem um deles a palavra não se reveste de nenhum significado.
anoitecer, acorrentado, desalmado, engordar.

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5. Derivação Regressiva / deverbal.
Perda de elemento de uma palavra já existente. Ocorre, geralmente, de um verbo para
substantivo abstrato.
Conversar – conversa Perder – perda Falar – fala

6. Derivação Imprópria.
A derivação imprópria, mudança de classe ou conversão ocorre quando a palavra, pertencente
a uma classe, é usada como fazendo parte de outra.
Maria Tereza queria uma camiseta rosa.

Composição

Justaposição Aglutinação
•• Pode hífen •• Não pode hífen
•• Não há perda fonética •• Há perda fonética
Fidalgo (filho de algo),
malmequer, beija-flor, segunda-feira,
aguardente (água  ardente),
passatempo, maria-chuteira.
pernalta (perna alta).
Redução ou abreviação Sigla
Refrigerante – refri FCC
Cerveja – ceva OMS
Patrícia - Pati PT
Estrangeirismo ou empréstimo linguístico Onomatopeia
•• Toc , Toc – bater da porta
•• Marketing
•• Hmm - pensamento
•• Shopping
•• Ha Ha Ha!– riso
•• Smartphone
•• Atchim! - espirro

1. Usando o processo de sufixação, forme substantivos abstratos dos seguintes adjetivos:


a) infeliz –
b) gentil –
c) cruel –
d) covarde –
e) lento –
f) valente –
g) hábil –

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Português – Formação de Palavras – Prof. Carlos Zambeli

2. Indique o processo de formação utilizado nas palavras abaixo.


a) desgraça –
b) pernilongo –
c) tranquilamente –
d) endoidecer –
e) surdez –
f) show –
g) a censura –
h) envergonhar –
i) tevê –
j) anormalidade –
l) deter –
m) peixaria –
n) livro-texto –

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Português

ORTOGRAFIA

Os Porquês

1. Por que
Por qual motivo / Por qual razão / O motivo pelo qual / Pela qual

•• Por que não me disse a verdade?

•• Gostaria de saber por que não me disse a verdade.

•• As causas por que discuti com ele são sérias demais.

2. por quê = por que


Mas sempre bate em algum sinal de pontuação!

•• Você não veio por quê?

•• Não sei por quê.

•• Por quê? Você sabe bem por quê!

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3. porque = pois
•• Ele foi embora, porque foi demitido daqui.

•• Não vá, porque você é útil aqui.

4. porquê = substantivo
Usado com artigos, pronomes adjetivos ou numerais.

•• Ele sabe o porquê de tudo isso.

Este porquê é um substantivo.

Quantos porquês existem na Língua Portuguesa?

Existem quatro porquês.

HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS

Homônimos
Vocábulos que se pronunciam da mesma forma, e que diferem no sentido.
•• Homônimos perfeitos: vocábulos com pronúncia e grafia idênticas (homófonos e
homógrafos).
São: 3ª p. p. do verbo ser.
•• Eles são inteligentes.

São: sadio.
•• O menino, felizmente, está são.

São: forma reduzida de santo.


•• São José é meu santo protetor.

Eu cedo essa cadeira para minha professora!

Eu nunca acordo cedo!

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Português – Ortografia – Prof. Carlos Zambeli

•• Homônimos imperfeitos: vocábulos com pronúncia igual (homófonos), mas com grafia
diferente (heterógrafos).
Cessão: ato de ceder, cedência
Seção: corte, subdivisão, parte de um todo
Sessão: Espaço de tempo em que se realiza uma reunião

Parônimos
Vocábulos ou expressões que apresentam semelhança de grafia e pronúncia, mas que diferem
no sentido.
Cavaleiro: homem a cavalo
Cavalheiro: homem gentil

Acender: pôr fogo a


Ascender: elevar-se, subir

Acessório: pertences de qualquer instrumento; que não é principal


Assessório: diz respeito a assistente, adjunto ou assessor

Caçado: apanhado na caça


Cassado: anulado

Censo: recenseamento
Senso: juízo

Cerra: do verbo cerrar (fechar)


Serra: instrumento cortante; montanha; do v. serrar (cortar)

Descrição: ato de descrever


Discrição: qualidade de discreto

Descriminar: inocentar
Discriminar: distinguir, diferenciar

Emergir: sair de onde estava mergulhado


Imergir: mergulhar

Emigração: ato de emigrar


Imigração: ato de imigrar

Eminente: excelente
Iminente: sobranceiro; que está por acontecer

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Empossar: dar posse
Empoçar: formar poça

Espectador: o que observa um ato


Expectador: o que tem expectativa

Flagrante: evidente
Fragrante: perfumado

Incipiente: que está em começo, iniciante


Insipiente: ignorante

Mandado: ordem judicial


Mandato: período de permanência em cargo

Ratificar: confirmar
Retificar: corrigir

Tacha: tipo de prego; defeito; mancha moralTaxa - imposto


Tachar: censurar, notar defeito em; pôr prego emTaxar - determinar a taxa de

Tráfego: trânsito
Tráfico: negócio ilícito

Acento: inflexão de voz, tom de voz, acento


Assento: base, lugar de sentar-se

Concerto: sessão musical; harmonia


Conserto: remendo, reparação

Deferir: atender, conceder


Diferir: ser diferente, distinguir, divergir, discordar

Acerca de: Sobre, a respeito de.


Falarei acerca de vocês.
A cerca de: A uma distância aproximada de.
Mora a cerca de dez quadras do centro da cidade.
Há cerca de: Faz aproximadamente.
Trabalha há cerca de cinco anos

Ao encontro de: a favor, para junto de. Ir ao encontro dos anseios do povo.
De encontro a: contra. As medidas vêm de encontro aos interesses do povo.

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Português – Ortografia – Prof. Carlos Zambeli

ACORDO ORTOGRÁFICO

Mudanças no alfabeto

O alfabeto passa a ter 26 letras. Foram reintroduzidas as letras k, w e y.


[...] J K L [...] V W X Y Z.

Usadas em
a) em símbolos de unidades de medida: km (quilômetro)/kg (quilograma)...
b) em nomes próprios de lugares originários de outras línguas e seus derivados: Kuwait,
kuwaitiano…
c) em nomes próprios de pessoas e seus derivados: Darwin, darwinismo...
d) podem ser usadas em palavras estrangeiras de uso corrente: sexy, show, download,
megabyte…

Trema

Não se usa mais o trema, que permanece apenas nas palavras estrangeiras e em suas derivadas.
antiguidade / sequência / consequência /
frequência / tranquilo / cinquenta!

Uso do hífen

Sempre se usa o hífen diante de h:


•• sub-habitação / proto-história / sobre-humano / anti-higiênico / super-homem...

Prefixo Palavra REGRA


última letra igual à primeira letra SEPARA

•• contra-ataque / semi-interno / anti-inflamatório / micro-ondas / inter-racial / sub-


bibliotecário/ super-romântico/ inter-regional
Obs. 1: com o prefixo sub-, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r: sub-região,
sub-raça.

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Prefixo Palavra REGRA
última letra diferente da primeira letra JUNTAR

•• antieducativo / autoescola / infraestrutura / socioeconômico/ semiárido / agroexportador


/ semianalfabeto / coautor / subúmido
Obs. 2: O prefixo co- aglutina-se com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por o:
coordenar.

Prefixo Palavra REGRA


terminado em vogal começar por R ou S JUNTAR E DOBRAR ESSAS LETRAS

•• autossuficiente / contrarregra / cosseno / semirrígida / ultrassom microssistema / minissaia


/antissocial / semissubmersa / macrorregião /antirrábica / neorrealismo / semirreta /
biorritmo / antirrugas
Com os prefixos circum- e pan-, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal.
•• circum-navegação / pan-americano
Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró e vice usa-se sempre o hífen.
•• ex-aluno / sem-terra / além-túmulo / aquém-mar / recém-casado / pós-graduação / pré-
vestibular / pró-euro / vice-rei

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Português

CLASSES DE PALAVRAS (MORFOLOGIA) / FLEXÃO NOMINAL E VERBAL

A morfologia está agrupada em dez classes, denominadas classes de palavras ou classes


gramaticais.
São elas: Substantivo, Artigo, Adjetivo, Numeral, Pronome, Verbo, Advérbio, Preposição,
Conjunção e Interjeição.

Substantivo (nome)
Tudo o que existe é ser e cada ser tem um nome. Substantivo é a classe gramatical de palavras
variáveis, as quais denominam os seres. Além de objetos, pessoas e fenômenos, os substantivos
também nomeiam:
•• lugares: Brasil, Rio de Janeiro...
•• sentimentos: amor, ciúmes ...
•• estados: alegria, fome...
•• qualidades: agilidade, sinceridade...
•• ações: corrida, leitura...

Destaque zambeliano
Concretos:
os que indicam elementos reais ou imaginários com existência própria, independentes
dois sentimentos ou julgamentos do ser humano.
•• Deus, fada, espírito, mesa, pedra.

Abstratos:
os que nomeiam entes que só existem na consciência humana, indicam atos,
qualidades e sentimentos.
•• vida (estado), beleza (qualidade), felicidade (sentimento), esforço (ação).

•• Dor, saudade, beijo, pontapé, chute, resolução, resposta

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Sobrecomuns
Quando um só gênero se refere a homem ou mulher.a criança, o monstro, a vítima, o
anjo.
Comuns de dois gêneros
Quando uma só forma existe para se referir a indivíduos dos dois sexos.
•• o artista, a artista, o dentista, a dentista...

Artigo

Artigo é a palavra que, vindo antes de um substantivo, indica se ele está sendo empregado de
maneira definida ou indefinida. Além disso, o artigo indica, ao mesmo tempo, o gênero e o
número dos substantivos.

Detalhe zambeliano 1
Substantivação!
•• Os milhões foram desviados dos cofres públicos.

•• Não aceito um não de você.

Detalhe zambeliano 2
Artigo facultativo diante de nomes próprios.
•• Cláudia não veio. / A Cláudia não veio.

Detalhe zambeliano 3
Artigo facultativo diante dos pronomes possessivos.
•• Nossa banca é fácil.

•• A Nossa banca é fácil.

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Português – Emprego das Classes de Palavras/Morfologia – Prof. Carlos Zambeli

Adjetivo

Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou característica do ser e se "encaixa"


diretamente ao lado de um substantivo.
•• O querido médico nunca chega no horário!

•• O aluno concurseiro estuda com o melhor curso.

Morfossintaxe do Adjetivo:
O adjetivo exerce sempre funções sintáticas relativas aos substantivos, atuando como adjunto
adnominal ou como predicativo (do sujeito ou do objeto).

Detalhe zambeliano!
•• Os concurseiros dedicados estudam comigo.

•• Os concurseiros são dedicados.

Locução adjetiva
•• Carne de porco (suína)
•• Curso de tarde (vespertino)
•• Energia do vento (eólica)
•• Arsenal de guerra (bélico)

Pronome

Pessoais
•• a 1ª pessoa: aquele que fala (eu, nós), o locutor;
•• a 2ª pessoa: aquele com quem se fala (tu, vós) o locutário;
•• a 3ª pessoa: aquele de quem se fala (ele, ela, eles, elas), o assunto ou referente.
As palavras EU, TU, ELE, NÓS, VÓS, ELES são pronomes pessoais. São denominados desta forma
por terem a característica de substituírem os nomes, ou seja, os substantivos.

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•• Vou imprimir uma apostila da Casa do concurseiro para dar no dia da inscrição da Ana.

•• Vou imprimir uma apostila da Casa do concurseiro para dar no dia da inscrição dela.

Os pronomes pessoais classificam-se em retos e oblíquos, de acordo com a função que


desempenham na oração.
RETOS: assumem na oração as funções de sujeito ou predicativo do sujeito.
OBLÍQUOS: assumem as funções de complementos, como o objeto direto, o objeto indireto, o
agente da passiva, o complemento nominal.

“Não sei, apenas cativou-me. Então, tu tornas-te eternamente responsável por aquilo que
cativa. Tu podes ser igual a todos outros no mundo, mas para mim serás único.”

Indefinidos
Algum material pode me ajudar. (afirmativo)
Material algum pode me ajudar. (negativo).
Outros pronomes indefinidos:
tudo, todo (toda, todos, todas), algo, alguém, algum (alguma, alguns, algumas), nada, ninguém,
nenhum (nenhuma, nenhuns, nenhumas), certo (certa, certos, certas), qualquer (quaisquer), o
mesmo (a mesma, os mesmos, as mesmas),outrem, outro (outra, outros, outras), cada, vários
(várias).

Demonstrativos
Este, esta, isto – perto do falante.
ESPAÇO � Esse, essa, isso – perto do ouvinte.
Aquele, aquela, aquilo – longe dos dois.
Este, esta, isto – presente/futuro
TEMPO � Esse, essa, isso – passado breve
Aquele, aquela, aquilo – passado distante
Este, esta, isto – vai ser dito
DISCURSO �
Esse, essa, isso – já foi dito
RETOMADA
Edgar e Zambeli são dois dos professores da Casa do Concurseiro. Este ensina Português;
aquele, Matemática.

Possessivos
•• Aqui está a minha carteira. Cadê a sua?

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Verbos

As formas nominais do verbo são o gerúndio, infinitivo e particípio. Não apresentam flexão de
tempo e modo, perdendo desta maneira algumas das características principais dos verbos.

Tempo e Modo
As marcas de tempo verbal situam o evento do qual se fala com relação ao momento em que se
fala. Em português, usamos três tempos verbais: presente, passado e futuro.
Os modos verbais, relacionados aos tempos verbais, destinam-se a atribuir expressões
de certeza, de possibilidade, de hipótese ou de ordem ao nosso discurso. Essas formas são
indicativo, subjuntivo e imperativo.
O modo indicativo possui seis tempos verbais: presente; pretérito perfeito, pretérito imperfeito
e pretérito mais-que-perfeito; futuro do presente e futuro do pretérito.
O modo subjuntivo divide-se em três tempos verbais: presente, pretérito imperfeito e futuro.
O modo imperativo apresenta-se no presente e pode ser afirmativo ou negativo.

Advérbio

É a classe gramatical das palavras que modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio.
É a palavra invariável que indica as circunstâncias em que ocorre a ação verbal.

•• Ela reflete muito sobre acordar cedo!

•• Ela nunca pensa muito pouco!

•• Ela é muito charmosa.

O advérbio pode ser representado por duas ou mais palavras: locução adverbial (à direita,
à esquerda, à frente, à vontade, em vão, por acaso, frente a frente, de maneira alguma, de
manhã, de súbito, de propósito, de repente...)
•• Lugar: longe, junto, acima, atrás…
•• Tempo: breve, cedo, já, dentro, ainda…
•• Modo: bem, mal, melhor, pior, devagar, (usa, muitas vezes, o sufixo-mente).
•• Negação: não, tampouco, absolutamente…
•• Dúvida: quiçá, talvez, provavelmente, possivelmente…
•• Intensidade: muito, pouco, bastante, mais, demais, tão…
•• Afirmação: sim, certamente, realmente, efetivamente…

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Preposição
Preposição é uma palavra invariável que liga dois elementos da oração, subordinando o segundo
ao primeiro, ou seja, o regente e o regido.
Regência verbal: Entregamos aos alunos nossas apostilas no site.

Regência nominal: Somos favoráveis ao debate.

Zambeli, quais são as preposições?


a – ante – até – após – com – contra – de – desde – em – entre – para – per – perante –
por – sem – sob – sobre – trás.

•• Lugar: Estivemos em Londres.


•• Origem: Essas uvas vieram da Argentina.
•• Causa: Ele morreu, por cair de um guindaste.
•• Assunto: Conversamos muito sobre política.
•• Meio: Fui de bicicleta ontem.
•• Posse: O carro é de Edison.
•• Matéria: Comprei pão de leite.
•• Oposição: Corinthians contra Palmeiras.
•• Conteúdo: Esse copo é de vinho.
•• Fim ou finalidade: Ele veio para ficar.
•• Instrumento: Você escreveu a lápis.
•• Companhia: Sairemos com amigos.
•• Modo: nas próximas eleições votarei em branco.

Conjunções
Conjunção é a palavra invariável que liga duas orações ou dois termos semelhantes
de uma mesma oração.
As conjunções podem ser classificadas em coordenativas e subordinativas
•• Edgar tropeçou e torceu o pé.

•• Espero que você seja estudiosa.

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No primeiro caso temos duas orações independentes, já que separadamente elas têm sentido
completo: período é composto por coordenação.
No segundo caso, uma oração depende sintaticamente da outra. O verbo “espero” fica sem
sentido se não há complemento.
Coordenadas – aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas, explicativas.
Subordinadas – concessivas, conformativas, causais, consecutivas, comparativas, condicionais,
temporais, finais, proporcionais.

Curiosidade
Das conjunções adversativas, "mas" deve ser empregada sempre no início da oração:
as outras (porém, todavia, contudo, etc.) podem vir no início ou no meio.
Ninguém respondeu a pergunta, mas os alunos sabiam a resposta.

Ninguém respondeu a pergunta; os alunos, porém, sabiam a resposta

Numeral
Cardinais: indicam contagem, medida. É o número básico. Ex.: cinco, dois, duzentos mil
Ordinais: indicam a ordem ou lugar do ser numa série dada. Ex.: primeiro, segundo, centésimo
Fracionários: indicam parte de um inteiro, ou seja, a divisão. Ex.: meio, terço, três quintos
Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação dos seres, indicando quantas vezes a
quantidade foi aumentada. Ex.: dobro, triplo, quíntuplo, etc.

Interjeição

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Classifique a classe gramatical das palavras destacadas (substantivo, adjetivo, advérbio)
A cerveja que desce redondo.

A cerveja que eu bebo gelada.

André Vieira é um professor exigente.

O bom da aula é o ensinamento que fica para nós.

Carlos está no meio da sala.

Leu meia página da matéria.

Aquelas jovens são meio nervosas.

Ela estuda muito.

Não faltam pessoas bonitas aqui.

O bonito desta janela é o visual.

Vi um bonito filme brasileiro.

O brasileiro não desiste nunca.

A população brasileira reclama muito de tudo.

O crescimento populacional está diminuindo no Brasil.


Número de matrimônios cresce, mas gaúchos estão entre os que menos casam no país.

Classifique as palavras destacadas, usando este código


1. numeral
2. artigo indefinido
a) ( ) Um dia farei um concurso fácil!
b) ( ) Tu queres uma ou duas provas de Português?
c) ( ) Uma aluna apenas é capaz de enviar os emails.
d) ( ) Zambeli só conseguiu fazer uma prova?
e) ( ) Não tenho muitas canetas. Então pegue só uma para você!
f) ( ) Ontem uma professora procurou por você.
g) ( ) Escrevi um artigo extenso para o jornal!
h) ( ) você tem apenas um namorado né?

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Português – Emprego das Classes de Palavras/Morfologia – Prof. Carlos Zambeli

Preencha as lacunas com os pronomes demonstrativos adequados:


a) A grande verdade é ___________: foi o Zambeli o mentor do plano.
b) Embora tenha sido o melhor plano, ele nunca admitiu _________ fato.
c) Ninguém conseguiu provar sua culpa, diante _____________, o júri teve de absolvê-lo.
d) Assisti à aula de Português aqui no curso. Uma aula _________ é indispensável para mim!
e) Por que você nunca lava _________ mãos?
f) Ana, traga ____________ material que está aí do seu lado.
g) Ana, ajude-me a carregar _______ sacolas aqui.

Classifique a classe gramatical das palavras numeradas no texto extraído do jornal


Zero Hora.
Ciência mostra que estar só pode trazer benefícios, mas também prejudicar a saúde física e
mental
As (1) pessoas preferem sofrer a ficar sozinhas e desconectadas(2), mesmo que por poucos
minutos. Foi isso(3) que mostrou um recente(4) estudo realizado por pesquisadores(5) da
Universidade de(6) Virginia, nos Estados Unidos, e publicado este(7) mês na revista científica(8)
"Science". Colocados sozinhos em uma sala(9), os voluntários do experimento deveriam passar
15 minutos sem fazer(10) nada, longe de seus(11) celulares e qualquer outro estímulo, imersos
em seus pensamentos. Mas(12), caso quisessem, bastava apertar um botão(13) e tomariam
um choque(14) elétrico(15).
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
14.
15.

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Português

SINTAXE DA ORAÇÃO (ANÁLISE SINTÁTICA)

Frase: é o enunciado com sentido completo, capaz de fazer uma comunicação. Na frase é
facultativo o uso do verbo.
Oração: é o enunciado com sentido que se estrutura com base em um verbo.
Período: é a oração composta por um ou mais verbos.

SUJEITO
É o ser da oração ou a quem o verbo se refere e sobre o qual se faz uma declaração.
Que (me) é que?
“Teus sinais me confundem da cabeça aos pés, mas por dentro eu te devoro.” (Djavan)

Existem aqui bons alunos, boas apostilas e exemplares professores.

Discutiu-se esse assunto na aula de Português da Casa.

Casos especiais
Sujeito indeterminado – quando não se quer ou não se pode identificar claramente a quem o
predicado da oração se refere. Observe que há uma referência imprecisa ao sujeito. Ocorre
a) Com o verbo na 3ª pessoa do plural, desde que o sujeito não tenha sido identificado
anteriormente.
Falaram sobre esse assunto no bar do curso.

“Um dia me disseram que as nuvens não eram de algodão.”

b) Com o verbo na 3ª pessoa do singular. (VI, VTI, VL) + SE


Precisa-se de muita atenção durante a aula.

Dorme-se muito bem neste hotel.

“Fica-se muito louco quando apaixonado.” (Freud)

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Inexistente (oração sem sujeito) – ocorre quando há verbos impessoais na
oração.

Fenômeno da natureza
Venta forte no litoral cearense!

Deve chover nesta madrugada.

Haver - no sentido de existir, ocorrer, ou indicando tempo decorrido.


"Não haverá borboletas se a vida não passar por longas e silenciosas metamorfoses.” (Rubem
Alves)

Havia muitas coisas estranhas naquele lugar.

Deve haver bons concursos neste mês.

Devem existir bons concursos neste mês.

Fazer – indicando temperatura, fenômeno da natureza, tempo.


Faz 18ºC em Porto Alegre hoje.

Deve fazer 40ºC amanhã em Recife.

Fez calor ontem na cidade.

Faz 3 anos que eu trabalho na Casa do Concurseiro.

Está fazendo 10 meses que nós nos vimos aqui.

Ser
É impessoal quando se refere a Horário, Data e Distância. A concordância será feita com o
predicativo.
Hoje são 29 de abril.

Hoje é dia 29 de abril.

Eram dezessete horas em Brasília.

Daqui até Porto Alegre são 229 km.

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Português – Sintaxe da Oração (Análise Sintática) – Prof. Carlos Zambeli

Sujeito Oracional
Estudar para concursos é muito cansativo.
É necessário que vocês estudem em casa.

“Parecia que era minha aquela solidão.”

Praticar exercícios frequentemente é bom para a saúde.

Seria interessante se você estudasse pela Casa.

TRANSITIVIDADE VERBAL

1. Verbo Intransitivo (VI) – verbo que não exige complemento.


“O poeta pena quando cai o pano, e o pano cai.” (Teatro Mágico)

“Meu coração já não bate nem apanha. ” (Arnaldo Antunes)

2. Verbo Transitivo Direto (VTD) – verbo que precisa de complemento sem preposição.
“O Eduardo sugeriu uma lanchonete, mas a Mônica queria ver o filme do Godard.” (Legião Urbana)

“Por onde andei enquanto você me procurava?” (Nando Reis)

3. Verbo Transitivo Indireto (VTI) – verbo que precisa de complemento com preposição.
"Cuida de mim, enquanto não me esqueço de você“ (Teatro Mágico)

“Acreditar por um instante em tudo que existe.” (Legião)

4. Verbo Transitivo Direto e Indireto (VTDI) – precisa de 2 complementos. (OD e OI)


“A Mônica explicava ao Eduardo coisas sobre o céu, a terra, a água e o ar.” (Legião)

“Plantei uma flor no coração dela, e ela me deu um sorriso trazendo paz.” (Natiruts)

5. Verbo de Ligação (VL) – não indicam ação.


Esses verbos fazem a ligação entre 2 termos: o sujeito e suas características. Estas características
são chamadas de predicativo do sujeito.
“O sonho é a realização de um desejo.” (Freud) ser, viver, acha, encontrar, fazer,
Tu estás cansado agora? parecer, estar, continuar, ficar,
permanecer, andar, tornar, virar

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ADJUNTO ADVERBIAL
É o termo da oração que indica uma circunstância (dando ideia de tempo, instrumento, lugar,
causa, dúvida, modo, intensidade, finalidade, ...). O adjunto adverbial é o termo que modifica o
sentido de um verbo, de um adjetivo, de um advérbio.

Advérbio X Adjunto Adverbial


Hoje eu prometo a você uma taça de vinho na minha casa alegremente!
Ontem assisti à aula do Zambeli na sala confortavelmente

APOSTO X VOCATIVO
Aposto é um termo acessório da oração que se liga a um substantivo, tal como o adjunto
adnominal, mas que, no entanto sempre aparecerá com a função de explicá-lo, aparecendo de
forma isolada por pontuação.
Vocativo é o único termo isolado dentro da oração, pois não se liga ao verbo nem ao nome.
Não faz parte do sujeito nem do predicado. A função do vocativo é chamar o receptor a que se
está dirigindo. É marcado por sinal de pontuação.
Edgar, o professor de matemática, também sabe muito bem Português!

Sempre me disseram duas coisas: estude e divirta-se.

“Não chore, meu amor, tudo vai melhorar” (Natiruts)

Adjunto adnominal é o termo que caracteriza e/ou define um substantivo. As classes de


palavras que podem desempenhar a função de adjunto adnominal são adjetivo, artigos,
pronomes, numerais, locução adjetiva. Portanto se trata de um termo de valor adjetivo que
modificara o nome ao qual se refere.
Artigo – O preço do arroz subiu.
Adjetivos – A política empresarial deve ser o grande debate no seminário.
Pronome – Algumas pessoas pediram essas dicas.
Numeral – Dez alunos dedicados fizeram o nosso simulado.
Locução adjetiva – A aula de Português sempre nos emociona muito!

Complemento Nominal
É o termo preposicionado que completa o sentido de um nome (adjetivo, substantivo ou
advérbio).

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Português – Sintaxe da Oração (Análise Sintática) – Prof. Carlos Zambeli

Temos necessidade de ajuda.

Estamos confiantes na vitória.

OBS.: o complemento nominal pode ser representado por um pronome oblíquo.


Aquela atitude lhe era prejudicial.

Distinção entre Adjunto Adnominal e Complemento Nominal


a) Somente os substantivos podem ser acompanhados de adjuntos adnominais; já os
complementos nominais podem ligar-se a substantivos, adjetivos e advérbios. Logo, o
termo ligado por preposição a um adjetivo ou a um advérbio só pode ser complemento
nominal.
b) O complemento nominal equivale a um complemento verbal, ou seja, só se relaciona a
substantivos cujos significados transitam. Portanto, seu valor é passivo, é sobre ele que
recai a ação. O adjunto adnominal tem sempre valor ativo.

CN Adjunto Adnominal
Sempre preposicionado; Nem sempre preposicionado;
Completa substantivo, adjetivo ou advérbio; Refere-se a substantivo abstrato ou concreto;
Sentido passivo. Sentido ativo.

A vila aguarda a construção da escola.

A autora fez uma mudança de cenário.

Observamos o crescimento da economia.

Assaltaram a loja de brinquedos.

Sujeito X Objeto Direto


Existiram algumas reclamações nesta semana.

Ouvi algumas reclamações nesta semana.

Bastam três gostas do remédio.

Tomaram três gostas do remédio.

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Objeto Direto X Objeto Indireto
Gostamos de todas as matérias!

Estudamos todas as matérias!

Assisti aos vídeos no sábado.

Vi os vídeos no sábado.

Objeto Indireto X Complemento Nominal


O livro resistiu ao tempo.

O livro ofereceu resistência ao tempo.

Tenho necessidade de algum tempo livre.

Necessito de algum tempo livre.

Predicativo do sujeito X Adjunto Adverbial


Eu estava nervoso.

Eu estava na rua.

Edgar anda rápido.

Edgar anda estressado.

Classifique os elementos sublinhados das orações abaixo.


a) O aluno voltou da prova.

b) Fatos impressionantes relatou-nos aquele professor.

c) O professor do curso ofereceu-lhe um lugar melhor na sala.

d) Procurei-a por toda a cidade.

e) “Assaltaram a gramática, assassinaram a lógica...”

f) Talvez ainda haja questões difíceis.

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Português – Sintaxe da Oração (Análise Sintática) – Prof. Carlos Zambeli

g) Taxa de homicídio cresce em 15 anos no país.

h) A prova foi interessante.

i) Hotel oferece promoções aos clientes.

j) Contei-lhe uma historia verdadeira!

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Português
Português

CONCORDÂNCIA VERBAL

Regra geral
O verbo concorda com o núcleo do sujeito em número e pessoa.
“A renúncia progressiva dos instintos parece ser um dos fundamentos do desenvolvimento da
civilização humana.” (Freud)
Os concurseiros dedicados adoram esta matéria nas provas.
•• As alunas dedicadas estudaram esse assunto complicado ontem.

1. Se
a) Pronome apassivador – o verbo (VTD ou VTDI) concordará com o sujeito passivo.
•• Compraram-se alguns salgadinhos para a festa.
•• Estuda-se esse assunto na aula.
•• Exigem-se referências do candidato.
•• Emplacam-se os carros novos em três dias.
•• Entregou-se um brinde aos alunos durante o intervalo.

b) Índice de indeterminação do sujeito – o verbo


•• (VL, VI ou VTI) não terá sujeito claro! Terá um sujeito indeterminado.
•• Não se confia em pessoas que não estudam.
•• Necessita-se, no decorrer do curso, de uma boa revisão.
•• Assistiu-se a todas as cenas da novela no capítulo final.

2. Pronome de tratamento
O verbo fica sempre na 3ª pessoa (= ele/eles).
•• Vossa Excelência merece nossa estima. Sua obra é reconhecida por todos.

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3. Haver
No sentido de “existir ou ocorrer” ou indicando “tempo” ficará na terceira pessoa do singular. É
impessoal, ou seja, não possui sujeito.
•• Nesta sala, há bons e maus alunos.
•• Avisaram agora que a sala está desarrumada porque houve um simulado antes.
•• Há pessoas que não valorizam a vida.
•• Deve haver aprovações desde curso.
•• Devem existir aprovações desde curso.

4. Fazer
Quando indica “tempo”, “temperatura” ou “fenômenos da natureza”, também é impessoal e
deverá ficar na terceira pessoa do singular.
•• Faz 3 dias que vi essa aula no site do curso.
•• Fez 35 graus em Recife!
•• Faz frio na serra gaúcha.
•• Deve fazer 15 dias já que enviei o material.

5. Expressões partitivas ou fracionárias


Verbo no singular ou no plural (parte de, uma porção de, o grosso de, metade de, a maioria de,
a maior parte de, grande parte de...)
•• A maioria das pessoas aceita/ aceitam os problemas sociais.
•• Um terço dos candidatos errou/ erraram aquela questão.

6. Mais de um
O verbo permanece no singular:
•• Mais de um aluno da Casa passou neste concurso.

Se expressão aparecer repetida ou associada a um verbo que exprime reciprocidade, o verbo


deverá ficar no plural:
•• Mais de um deputado, mais de um vereador reclamaram dessa campanha.
•• Mais de um jogador se abraçaram após a partida.

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Português – Concordância Verbal e Nominal – Prof. Carlos Zambeli

7. Que x Quem
QUE: se o sujeito for o pronome relativo que, o verbo concorda com o antecedente do pronome
relativo.
•• Fui eu que falei. (eu falei) Fomos nós que falamos. (nós falamos)

QUEM: se o sujeito for o pronome relativo quem, o verbo ficará na terceira pessoa do singular
ou concordará com o antecedente do pronome (pouco usado).
•• Fui eu quem falei/ falou. Fomos nós quem falamos/falou.

1. É preciso que se _________ os acertos do preço e se ___________ as regras para não _____
mal-entendidos. ( faça – façam/ fixe – fixem/ existir – existirem)

2. Não ________ confusões no casamento. (poderia haver – poderiam haver)

3. _________de convidados indesejados. (Trata-se – Tratam-se)

4. As madrinhas acreditam que _______convidados interessantes, mas sabem que _______


alguns casados. (exista – existam / podem haver – pode haver)

5. ______vários dias que não se ________casamentos aqui; ________ alguma coisa estranha
no local. (faz – fazem/ realiza – realizam/ deve haver – devem haver)

6. Não ______ emoções que ______esse momento. (existe – existem/ traduza – traduzam)

7. ______ problemas durante o Buffet. (aconteceu – aconteceram)

8. Quando se _____ de casamentos, onde se _______trajes especiais, não _____ tantos


custos para os convidados.(trata – tratam/ exige – exigem/ deve haver – devem haver)

9. _____ às 22h a janta, mas quase não______ convidados.


(Iniciou-se – Iniciaram-se/ havia – haviam)

10. No Facebook, ______fotos bizarras e ______muitas informações inúteis. (publica-se –


publicam-se / compartilha-se – compartilham-se)

11. Convém que se ______nos problemas do casamento e que não se ____ partido da sogra.
(pense – pensem / tome – tomem)

12. Naquele dia, _____________37º C na festa. (fez – fizeram)

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13. __________aos bêbados todo auxílio. (prestou-se – prestaram-se)

14. Não se ____ boas festas de casamento como antigamente. (faz – fazem)

15. No Sul, _______ invernos de congelar. (faz – fazem)

16. É preciso que se ____ aos vídeos e que se ______ os recados.


(assista – assistam / leia – leiam)

17. Convém que se ________ às ordens da sogra e que se _________ os prometidos. (obedeça
– obedeçam / cumpra – cumpram)

18. As acusações do ex-namorado _____ os convidados às lágrimas. (levou / levaram)

19. Uma pesquisa de psicólogos especializados _______ que a maioria dos casamentos não se
_______ depois de 2 anos. (revelou / revelaram – mantém / mantêm)

20. A maior parte dos maridos _____ pela esposa durante as partidas de futebol.
(é provocada / são provocados)

21. Mais de uma esposa ___________ dos maridos. (reclama – reclamam)

Concordância Nominal

Regra geral
Os artigos, os pronomes, os numerais e os adjetivos concordam com o substantivo a que eles
se referem.

Casos especiais
Adjetivo + substantivos de gênero diferente: concordância com o termo mais próximo.
•• Aquele professor ensina complicadas regras e conteúdos.
complicados conteúdos e regras.
•• Notei caídas as camisas e os prendedores.
•• Notei caída a camisa e os prendedores.
•• Notei caído o prendedor e a camisa.

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Português – Concordância Verbal e Nominal – Prof. Carlos Zambeli

Substantivos de gêneros diferentes + adjetivo: concordância com o termo mais próximo ou uso
do masculino plural.
•• A Casa do Concurseiro anunciou a professora e o funcionário homenageado.
•• A Casa do Concurseiro anunciou a professora e o funcionário homenageados.
•• A Casa do Concurseiro anunciou o funcionário e a professora homenageada.

3. Anexo
•• Seguem anexos os valores do orçamento.
•• As receitas anexas devem conter comprovante.

4. Obrigado – adjetivo
•• “Muito obrigada”, disse a nova funcionária pública!

5. Só
•• “O impossível é só questão de opinião e disso os loucos sabem, só os loucos sabem.”
(Chorão)
•• “Eu estava só, sozinho! Mais solitário que um paulistano, que um canastrão na hora
que cai o pano”
•• “Bateu de frente é só tiro, porrada e bomba.” (Valesca Popozuda)

Observação!
A locução adverbial a sós é invariável.

6. Bastante
Adjetivo = vários, muitos
Advérbio = muito, suficiente
•• Entregaram bastantes problemas nesta repartição.
•• Trabalhei bastante.
•• Tenho bastantes razões para estudar na Casa do Concurseiro!

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7. TODO, TODA – qualquer
•• TODO O , TODA A – inteiro
•• “Todo verbo é livre para ser direto ou indireto.” (Teatro Mágico)
•• Todo o investimento deve ser aplicado nesta empresa.

8. É bom, é necessário, é proibido, é permitido


Com determinante = variável
Sem determinante = invariável
•• Vitamina C é bom para saúde.
•• É necessária aquela dica na véspera da prova.
•• Neste local, é proibido entrada de pessoas estranhas.
•• Neste local, é proibida a entrada de pessoas estranhas.

9. Meio
Adjetivo = metade
Advérbio = mais ou menos
•• Comprei meio quilo de picanha.
•• Isso pesa meia tonelada.
•• O clima estava meio tenso.
•• Ana estava meio chateada.

10. Menos e Alerta


Sempre invariáveis
•• Meus professores estão sempre alerta.
•• Tayane tem menos bonecas que sua amiga.

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Português – Concordância Verbal e Nominal – Prof. Carlos Zambeli

1. Complete as lacunas com a opção mais adequada:


a) É _________ (proibido OU proibida) conversa durante a aula.
b) É _________ (proibido OU proibida) a conversa durante a aula.
c) Não é ______ (permitido OU permitida) a afixação de propagandas.
d) Saída a qualquer hora, neste curso, não é _____ (permitido OU permitida).
e) No curso, bebida não é _____ (permitido OU permitida).
f) Crise econômica não é ____ (bom OU boa) para o governo.
g) Bebeu um litro e ________ (meio OU meia) de cachaça.
h) Respondeu tudo com __________ (meio OU meias) palavras.
i) Minha colega ficou ___________ (meio OU meia) angustiada.
j) Ana estava ___________ (meio OU meia) estressada depois da prova.
k) Nesta turma há alunos _________ (meio OU meios) irrequietos.
l) Eles comeram ______________ (bastante OU bastantes).
m) Os alunos saíram da prova _________ (bastante OU bastantes) cansados.
n) Já temos provas _______ (bastante OU bastantes) para incriminá-lo.
o) Os alunos ficam _____ (só OU sós).

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Português

REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL

A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre os verbos e os termos que os
complementam (objetos diretos e objetos indiretos) ou as circunstâncias (adjuntos adverbiais).
Um verbo pode assumir valor semântico diferente com a simples mudança ou retirada de uma
preposição.

Verbos Intransitivos

Os verbos intransitivos não possuem complemento. São verbos significativos, capazes de


constituir o predicado sozinhos. Sua semântica é completa.
•• O balão subiu.
•• O cão desapareceu desde ontem.
•• Aquela geleira derreteu no inverno passado.

Verbos Transitivos Diretos

Os verbos transitivos diretos são complementados por objetos diretos. Isso significa que não
exigem preposição para o estabelecimento da relação de regência.
•• Zambeli comprou livros nesta loja.
•• Pedro ama, nesta loja, as promoções de inverno.

Verbos Transitivos Indiretos

Os verbos transitivos indiretos são complementados por objetos indiretos. Isso significa que
esses verbos exigem uma preposição para o estabelecimento da relação de regência.
•• Edgar Abreu necessita de férias nesta semana.
•• Pedro confia em Kátia sempre!

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Verbos Transitivos Diretos ou Indiretos

Há verbos que admitem duas construções: uma transitiva direta, outra indireta, sem que isso
implique modificações de sentido. Ou seja, possuem dois complementos: um OD e um OI.
•• Tereza ofereceu livros a Zambeli.
•• O professor emprestou aos alunos desta turma alguns livros novos.

Verbos de Ligação

Esse tipo de verbo tem a função de ligar o sujeito a um estado, a uma característica. A
característica atribuída ao sujeito por intermédio do verbo de ligação chama-se predicativo do
sujeito.
Uma maneira prática de se identificar o verbo de ligação é exclui-lo da oração e observar se
nesta continua a existir uma unidade significativa: Minha professora está atrasada. → Minha
professora atrasada.
São, habitualmente, verbos de ligação: ser, estar, ficar, parecer, permanecer, continuar, tornar-
se, achar-se, acabar...

Pronome relativo

QUE:
Retoma pessoas ou coisas.

•• André Vieira, que me ensinou Constitucional, é uma grande professor!

•• Os arquivos das provas de que preciso estão no meu email.

•• O colega em que confio é o Dudan.

Função sintática dos pronomes relativos

Sujeito
•• Os professores que se prepararam para a aula foram bem avaliados.

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Português – Regência Nominal e Verbal – Prof. Carlos Zambeli

Objeto direto

•• Chegaram as apostilas que comprei no site.

Objeto indireto

•• Aqui há tudo de que você precisa para o concurso.

Complemento nominal

•• São muitas aprovações de que a Casa do Concurseiro é capaz.

Predicativo do sujeito

•• Reconheço a grande mulher que você é.

Agente da passiva

•• Aquela é a turma do curso por que foste homenageado?

Adjunto adverbial

•• Este é o curso em que trabalho de segunda a sábado!

QUEM:
Só retoma pessoas. Um detalhe importante: sempre antecedido por preposição.

•• A professora em quem tu acreditas pode te ajudar.

•• O amigo de quem Pedro precisará não está em casa.

•• O colega a quem encontrei no concurso foi aprovado.

O QUAL:
Existe flexão de gênero e de número: OS QUAIS, A QUAL, O QUAL, AS QUAIS.

•• O chocolate de que gosto está em falta.

•• O chocolate do qual gosto está em falta.

•• A paixão por que lutarei.

•• A paixão pela qual lutarei.

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•• A prova a que me refiro foi anulada.

•• A prova à qual me refiro foi anulada.

CUJO:
Indica uma ideia de posse. Concorda sempre com o ser possuído.

•• A prova cujo assunto eu não sei será amanhã!

•• A professora com cuja crítica concordo estava me orientando.

•• A namorada a cujos pedidos obedeço sempre me abraça forte.

ONDE:
Só retoma lugar. Sinônimo de EM QUE

•• O país aonde viajarei é perto daqui.

•• O problema em que estou metido pode ser resolvido ainda hoje.

•• O lugar onde deixo meu carro fica próximo daqui.

Assistir
VTD: ajudar, dar assistência:

•• O policial não assistiu as vítimas durante a prova = O policial não as assistiu...

•• O conselho tutelar assiste todas as crianças.

VTI: ver, olhar, presenciar (prep. A obrigatória):

•• Assistimos ao vídeo no youtube = Assistimos a ele.

•• O filme a que eu assisti chama-se “ Intocáveis”.

Pagar e Perdoar
VTD: OD – coisa:

•• Pagou a conta.

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Português – Regência Nominal e Verbal – Prof. Carlos Zambeli

VTI: OI – A alguém:

•• Pagou ao garçom.

VTDI: alguma COISA A ALGUÉM:

•• Pagou a dívida ao banco.

•• Pagamos ao garçom as contas da mesa.

Querer
VTD – desejar, almejar:

•• Eu quero esta vaga para mim.

VTI – estimar, querer bem, gostar:

•• Quero muito aos meus amigos.

•• Quero a você, querida!

Implicar
VTD: acarretar, ter consequência

•• Passar no concurso implica sacrifícios.

•• Essas medidas econômicas implicarão mudanças na minha vida.

VTI: ter birra, implicância

•• Ela sempre implica com meus amigos!

Preferir
VTDI: exige a prep. A = X a Y

•• Prefiro concursos federais a concursos estaduais.

Ir, Voltar, Chegar


Usamos as preposições A ou DE ou PARA com esses verbos.

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•• Chegamos a casa.

•• Foste ao curso.

Esquecer-se, Lembrar-se: VTI (DE)


Esquecer, Lembrar: VTD
•• Eu nunca me esqueci de você!

•• Esqueça aquilo.

•• O aluno cujo nome nunca lembro foi aprovado.

•• O aluno de cujo nome nunca me lembro foi aprovado.

Aspirar
VTD – respirar

•• Naquele lugar, ele aspirou o perfume dela.

•• O cheiro que aspiramos era do gás!

VTI – desejar, pretender

•• Alexandre aspira ao sucesso nos concursos!

•• O cargo a que todos aspiram está neste concurso.

Obedecer/ desobedecer
VTI = prep. A

•• Zambeli nunca obedece ao sinal de trânsito.

Constar
(A) No sentido de “ser composto de”, constrói-se com a preposição DE:

•• A prova do concurso constará de trinta questões objetivas.

(B) No sentido de “estar incluído, registrado”, constrói-se com a preposição EM:

•• Seu nome consta na lista de aprovados do concurso!

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Português – Regência Nominal e Verbal – Prof. Carlos Zambeli

Visar
VTD – quando significa “mirar”

•• O atirador visou o alvo certo!

VTD – quando significa “assinar”

•• Você já visou o chegue?

VTI – quando significar “ almejar, ter por objetivo”

•• Visamos ao sucesso no vestibular de verão!

•• A vaga a que todos visam está desocupada.

Proceder
VTI (a) – iniciar, dar andamento.

•• Logo procederemos à reunião.

VTI (de) – originar-se.

•• Ele procede de boa família.

VI – ter lógica.

•• Teus argumentos não procedem.

Usufruir – VTD
•• Usufrua os benefícios da fama!

Namorar – VTD
•• Namoro Ana há cinco anos!

Simpatizar/ antipatizar – VTI


•• Eu simpatizei com ela.

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Regência Nominal

É o nome da relação existente entre um substantivo, adjetivo ou advérbio transitivos e seu


respectivo complemento nominal. Essa relação é sempre intermediada por uma preposição.
Deve-se considerar que muitos nomes seguem exatamente a mesma regência dos verbos
correspondentes. Conhecer o regime de um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime
dos nomes cognatos. Por exemplo, obedecer e os nomes correspondentes: todos regem
complementos introduzidos pela preposição a: obedecer a algo/a alguém; obediência a algo/a
alguém; obediente a algo/a alguém; obedientemente a algo/a alguém.

admiração a, por horror a


atentado a, contra impaciência com
aversão a, para, por medo a, de
bacharel em, doutor em obediência a
capacidade de, para ojeriza a, por
devoção a, para com, por proeminência sobre
dúvida acerca de, em, sobre respeito a, com, para com, por

Distinção entre Adjunto Adnominal e Complemento Nominal


a) Somente os substantivos podem ser acompanhados de adjuntos adnominais; já os
complementos nominais podem ligar-se a substantivos, adjetivos e advérbios. Logo, o ermo
ligado por preposição a um adjetivo ou a um advérbio só pode ser complemento nominal.

b) O complemento nominal equivale a um complemento verbal, ou seja, só se relaciona a


substantivos cujos significados transitam. Portanto, seu valor é passivo, é sobre ele que
recai a ação. O adjunto adnominal tem sempre valor ativo.

•• A vila aguarda a construção da escola.

•• A autor fez uma mudança de cenário.

•• Observamos o crescimento da economia.

•• Assaltaram a loja de brinquedos.

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Português
Português

PONTUAÇÃO

Emprego da vírgula

Na ordem direta da oração (sujeito + verbo + complemento(s) + adjunto adverbial), NÃO use
vírgula entre os termos. Isso só ocorrerá ao se deslocarem o predicativo ou o adjunto adverbial.
•• “Não boto bomba em banca de jornal.” (Renato Russo)

•• Os jornais informaram aos leitores os últimos concursos.

Dica zambeliana = Não se separam por vírgula:

•• predicado de sujeito = Ocorrem, alguns protestos no centro!

•• objeto de verbo = Enviamos, ao grupo, todas as questões.

•• adjunto adnominal de nome = A questão, de Português, está comentada no site!

Entre os termos da oração

1. para separar itens de uma série (Enumeração)

•• “O que era sonho se tornou realidade de pouco em pouco a gente foi erguendo o nosso

próprio trem, nossa Jerusalém, nosso mundo, nosso carrossel.” (Jeneci)

•• Hoje, enfrentamos muitos problemas. Alguns criados por nós em consequência de diferen-
ças ideológicas, religiosas, raciais, econômicas.

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2. para assinalar supressão de um verbo.
•• Ela almeja aprovação; eu, nomeação.

3. para separar o adjunto adverbial deslocado.


•• “No meio do caminho, tinha uma pedra. Tinha uma pedra no meio do caminho.”
(Carlos Drummond de Andrade)

•• “Na centralização administrativa, o Estado atua diretamente por meio de seus órgãos, ou
seja, das unidades que são meras repartições interiores de sua pessoa e que, por isso, dele
não se distinguem”.

•• A mentira é, muita vezes, tão involuntária como a respiração. (Machado de Assis)

Obs.: Se o adjunto adverbial for pequeno, a utilização da vírgula não é necessária, a não ser que
se queira enfatizar a informação nele contida.

•• “Hoje eu tenho uma proposta: a gente se embola e perde a linha a noite toda.” (Ludmilla)

4. para separar o aposto.


•• “Pois eu vou fazer uma prece prá Deus, nosso Senhor, prá chuva parar de molhar o meu
divino amor...” (Jorge Ben)

•• O FGTS, conta vinculada ou poupança forçada, é um direito dos trabalhadores rurais e


urbanos que está expresso no artigo 7º da Constituição Federal, a Carta Magna.

5. para separar o vocativo.


•• “É, morena, tá tudo bem, sereno é quem tem a paz de estar em par com Deus.” (Marcelo Camelo)

6. para separar expressões explicativas, retificativas, continuativas, conclusivas ou


enfáticas (aliás, além disso, com efeito, enfim, isto é, em suma, ou seja, ou melhor,
por exemplo, etc).
•• “A vida, enfim, vivida de manhã quando tenho você.” (Vanguart)

•• Com efeito, o caminho de um concurseiro é longo e árduo. Por exemplo, grande parte do seu
tempo livre é dedicada a estudos, ou seja, a vida social pode ficar um pouco comprometida,
ou melhor, abandonada. Além disso, é necessário disciplina e esforço, mas, enfim, vale a

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Português – Pontuação – Prof. Carlos Zambeli

pena: o concurseiro pode alcançar estabilidade financeira, isto é, jamais conhecer a palavra
desemprego, em suma, o sonho de todos.

Entre as orações

1. para separar orações coordenadas assindéticas.

•• ” O girino é o peixinho do sapo, o silêncio é o começo do papo, o bigode é a antena do gato,

o cavalo é o pasto do carrapato, o cabrito é o cordeiro da cabra, o pescoço é a barriga da

cobra.” (Arnaldo Antunes)

•• “Não fique pela metade, vá em frente, minha amiga, destrua a razão desse beco sem saída.”
(Engenheiros do Hawaii)

2. As orações coordenadas devem sempre ser separadas por vírgula. Orações


coordenadas são as que indicam adição (e, nem, mas também), alternância (ou, ou ...
ou, ora ... ora), adversidade (mas, porém, contudo...), conclusão (logo, portanto...) e
explicação (porque, pois).
•• Estudar para concursos é coisa séria entretanto as pessoas, muitas vezes, levam na
brincadeira.

•• Estou sem celular, portanto não estarei respondendo no whats!

3. para separar orações coordenadas sindéticas ligadas por “e”, desde que os
sujeitos sejam diferentes.
•• “De repente, a dor de esperar terminou, e o amor veio enfim.” (Tim Maia)

•• “A verdadeira felicidade é impossível sem verdadeira saúde, e a verdadeira saúde é


impossível sem um rigoroso controle da gula.” (Mahatma Gandhi)

4. para separar orações adverbiais, especialmente quando forem longas.


•• Em determinado momento, todos se retiraram, apesar de não terem terminado a prova.

•• “A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida.” (Vinícius de Moraes)

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5. para separar orações adverbiais antepostas à principal ou intercaladas, tanto
desenvolvidas quanto reduzidas.
•• Como não tinha muito tempo para estudar em casa, aproveitava bem a aula.

•• Começaremos, assim que todos os alunos chegarem, a trabalhar.

6. Orações subordinadas adjetivas


Podem ser:
a) Restritivas – delimitam o sentido do substantivo antecedente (sem vírgula). Encerram uma
qualidade que não é inerente ao substantivo.

•• “Com a chuva molhando o seu corpo lindo que eu vou abraçar”. (Jorge Ben)

•• “E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam
escutar a música.” (Friedrich Nietzsche)

•• “ Eu tenho meus amigos que só aparecem quando eu bebo.” (Vanguart)

b) Explicativas – explicações ou afirmações adicionais ao antecedente já definido plenamente


(com vírgula). Encerram uma qualidade inerente ao substantivo.

•• O Decreto nº 1.171/1994, que aprova o Código de Ética Profissional do servidor público civil
do Poder Executivo Federal, determina que a função pública deve ser tida como exercício
profissional e, portanto, se integra na vida particular de cada servidor público.

•• Os alunos, que são esforçados, conseguem obter um bom resultado nos concursos.

•• As mulheres, que lidam com muitas coisas ao mesmo tempo, desenvolvem proveitosas
habilidades.

Emprego do Ponto-e-Vírgula

1. para separar orações que contenham várias enumerações já separadas por vírgula
ou que encerrem comparações e contrastes.

•• “Há cinco coisas neste mundo que ninguém pode realizar: primeira, evitar a velhice,
quando se está envelhecendo; segunda, evitar a doença, quando o corpo é predisposto à
enfermidade; terceira, não morrer quando o corpo deve morrer; quarta, negar a dissolução,

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Português – Pontuação – Prof. Carlos Zambeli

quando, de fato, há a dissolução do corpo; quinta, negar a extinção, quando tudo deve
extinguir-se.” (Buda)

•• “Deus, para a felicidade do homem, inventou a fé e o amor; o Diabo, invejoso, fez o homem
confundir fé com religião e amor com casamento.” (Machado de Assis)

2. para separar orações em que as conjunções adversativas ou conclusivas estejam


deslocadas.
•• “A carne é boa; não creio, porém, que valha a de um camundongo, mas camundongo é que
não há aqui.” (Machado de Assis)

•• Vamos terminar este namoro; considere-se, portanto, livre deste compromisso.

3. para alongar a pausa de conjunções adversativas (mas, porém, contudo, todavia,


entretanto, etc.), substituindo, assim, a vírgula.
•• Gostaria de estudar hoje; todavia, só chegarei perto dos livros amanhã.

Emprego dos Dois-Pontos

1. para anunciar uma citação.


•• Já dizia Freud: “Poderíamos ser melhores, se não quiséssemos ser tão bons.”

2. para anunciar uma enumeração, um aposto, uma explicação, uma consequência


ou um esclarecimento.
•• “O uísque é o melhor amigo do homem: é um cachorro engarrafado.” (Vinícius de Moraes)

•• Os alunos vieram à aula e trouxeram algumas coisas: apostila, canetas e muita vontade.

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Português

TEMPOS E MODOS VERBAIS – VERBOS

Tempos verbais do Indicativo

1. Presente – é empregado para expressar um fato que ocorre no momento em que se fala;
para expressar algo frequente, habitual; para expressar um fato passado, geralmente
nos textos jornalísticos e literários (nesse caso, trata-se de um presente que substitui o
pretérito).
“Não vejo mais você faz tanto tempo. Que vontade que eu sinto de olhar em seus olhos, ganhar
seus abraços. É verdade, eu não minto.” (Caetano Veloso)
“Eu sei que um outro deve estar falando ao seu ouvido palavras de amor.” (Roberto Carlos)

2. Pretérito Perfeito – revela um fato concluído, iniciado e terminado no passado.


“Pra você guardei o amor que nunca soube dar. O amor que tive e vi sem me deixar sentir sem
conseguir provar.” (Nando Reis)
“Ela parou, olhou, sorriu, me deu um beijo e foi embora.” (Natiruts)

3. Pretérito Imperfeito – pode expressar um fato no passado, mas não concluído ou uma ação
que era habitual, que se repetia no passado.
“Quando criança só pensava em ser bandido, ainda mais quando com um tiro de soldado o pai
morreu. Era o terror da sertania onde morava...” (Legião)

4. Pretérito mais-que-perfeito – expressa um fato ocorrido no passado, antes de outro


também passado.
“E se lembrou de quando era uma criança e de tudo o que vivera até ali.” (Legião)
Eu já reservara a passagem, quando ele desistiu da viagem.

5. Futuro do presente – indica um fato que vai ou não ocorrer após o momento em que se
fala.
“Verás que um filho teu não foge à luta”. (Hino Nacional)
Os professores comentarão a prova depois do concurso.

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6. Futuro do pretérito – expressar um fato futuro em relação a um fato passado, habitualmente
apresentado como condição. Pode indicar também dúvida, incerteza.
“Estranho seria se eu não me apaixonasse por você.”
“Eu aceitaria a vida como ela é, viajaria a prazo pro inferno, eu tomaria banho gelado no
inverno.” (Frejat)

Tempos verbais do Subjuntivo

1. Presente – expressa um fato atual exprimindo possibilidade, um fato hipotético


Espero que o André Vieira faça um churrasco.

Talvez eu volte com você.


Só quero que ela retorne para mim.

2. Pretérito imperfeito – expressa um fato passado dependente de outro fato passado.

“Mas se eu ficasse ao seu lado de nada adiantaria. Se eu fosse um cara diferente sabe lá como
eu seria.” (Engenheiros)

3. Futuro – indica uma ação hipotética que poderá ocorrer no futuro. Expressa um fato futuro
relacionado a outro fato futuro.

Se eu fizer 18 acertos, passarei.


Se vocês se concentrarem, a aula termina mais cedo!
Disse-me que fará quando puder.
“Quando o segundo sol chegar...” (Nando Reis)

Cuidado com eles!

Ter – tiver – Se ela mantiver a calma, passará!

Ver – vir – Quando ela vir a bagunça, ficará brava!

Vir – vier – Se isso lhe convier, será interessante!

Pôr – puser – Se você dispuser de tempo, faça o curso.

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Português – Tempos e Modos Verbais/ verbos – Prof. Carlos Zambeli

Imperativo

Presente do IMPERATIVO Presente do IMPERATIVO


indicativo AFIRMATIVO Subjuntivo NEGATIVO
EU QUE EU NÃO
TU QUE TU NÃO
ELE QUE ELE NÃO
NÓS QUE NÓS NÃO
VÓS QUE VÓS NÃO
ELES QUE ELES NÃO

1. EU

2. Ele = você
Eles = vocês

3. Presente do indicativo = tu e vós – S = Imperativo Afirmativo

4. Presente do subjuntivo (Que) – completa o restante da tabela.

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Exercícios

1. Complete
a) Ele ____________ no debate. Porém, eu não _____________ (intervir – pretérito perfeito)
b) Se eles não ___________ o contrato, não haveria negócio. (manter)
c) Se o convite me _____________, aceitarei. (convir)
d) Se o convite me _____________, aceitaria. (convir)
e) Quando eles __________ o convite, tomarei a decisão. (propor)
f) Se eu ____________ de tempo, aceitarei a proposta. (dispor)
g) Se eu ______________ de tempo, aceitaria a proposta. (dispor)
h) Se elas __________ minhas pretensões, faremos o acordo. (satisfazer)
i Ainda bem que tu _________ a tempo. (intervir – pretérito perfeito)
j) Quem se ____________ de votar deverá comparecer ao TRE. (abster – futuro do subjuntivo)
k) Quando eles __________ a conta, perceberão o erro. (refazer)
l) Se eles _______________ a conta, perceberiam o erro. (refazer)
m) Quando não te ____________, assinaremos o contrato. (opor)
n) Se eu ___________ rico, haveria de ajudá-lo. (ser )
o) Espero que você _______ mais atenção a nós. (dar )
p) Se ele ________________ no caso, poderia resolver o problema. (intervir)
q) Eu não __________ nesta cadeirinha! ( caber – presente indicativo)
r) Se nós ____________ sair, poderíamos. (querer)
s) Quando ela ___________ o namorado com outra, vai ficar uma fera! (ver – futuro do
subjuntivo)
t) e ela __________ aqui com o namorado, poderá se hospedar aqui. (vir – futuro do subj.)

2. Complete as lacunas com a forma do imperativo mais adequada:


a) Por favor, ___________ à minha sala, preciso falar com você. (vir)
b) __________ para nós. Participe do nosso programa. (ligar)
c) __________ agora os documentos que lhe pedimos hoje. (enviar)
d) __________ a sua boca e ________ quieto. (calar e ficar)
e) _______ até o guichê 5 para receber a sua ficha de inscrição. (ir)
f) _______ a sua casa e _______ o dinheiro num fundo. (vender e pôr)
g) _______ o seu trabalho e ________ os resultados. (fazer e ver)
h) Vossa Excelência está muito nervoso. _________ calma. (ter)
i) Só me resta lhe dizer uma coisa: ________ feliz. (ser)

3. Complete
a) Já lhe avisei! ____________ esse objeto com cuidado. (pegar)
b) Já te avisei! _____________ esse objeto com cuidado. (pegar)
c) Vocês aí! ________________ com mais entusiasmo. (cantar)

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Português

VOZES VERBAIS

Voz é a forma assumida pelo verbo para indicar a relação entre ele e seu sujeito.
Escrevi uma redação!
Fui atropelado pela moto!
Para passar uma oração da voz ativa para a voz analítica, é necessário que haja objeto direto,
pois esse termo será o sujeito da voz passiva.

Voz Ativa

O professor abriu a gramática.


Na frase acima, o professor pratica a ação expressa pelo verbo. É um sujeito agente. A gramática
recebe a ação expressa pelo verbo. É um objeto direto.

Voz Passiva

A voz passiva é marcada principalmente pela circunstância de que o sujeito passa a sofrer a
ação. Como é construída tanto com o auxílio verbo ser (passiva analítica ou com auxiliar), como
com o pronome se (passiva sintética ou pronominal), suas nuances de emprego textual devem
ser observadas com atenção.
A rua foi interditada pelos manifestantes.
A rua sofre a ação expressa pelo verbo. Trata-se de um sujeito paciente. Os manifestantes é o
elemento que pratica a ação de interditar. É o agente da passiva.

A voz passiva pode ser:


Analítica: formada pelo verbo ser + o particípio do verbo principal.
Sintética ou pronominal: formada pelo verbo principal na 3a. pessoa, seguido do pronome se.

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Passiva Analítica

As questões serão elaboradas pelos professores do curso.


•• Os candidatos devem ser apresentados, neste dia, pelos seus partidos.
Obs.: Os verbos TER, HAVER e POSSUIR, a despeito de exigirem objeto direto, NÃO podem ser
apassivados.

TRANSFORMAÇÃO DA ATIVA PARA A PASSIVA ANALÍTICA


•• objeto direto – sujeito
•• SER no tempo do verbo + particípio
•• sujeito – agente da passiva
•• A passiva analítica SEMPRE terá um verbo a mais que a ativa.
Os nossos colegas podem estudar a gramática nesta aula!

O detalhe está aqui ó!


O segredo está no verbo SER, pois ele terá o tempo e o modo do verbo principal! O principal vai
ficar no particípio (invariável)

Eu fiz a redação. (pretérito perfeito do indicativo)


A redação foi feita por mim.
Ana fará a redação. (futuro do presente do indicativo)
A redação será feita por Ana.
Eu escrevia uma redação. (pretérito imperfeito do indicativo)
Uma redação era escrita por mim.

Passiva Sintética

Formada por um verbo transitivo na terceira pessoa (singular ou plural, concorda com o sujeito)
mais o pronome apassivador se:
Consertam-se aparelhos elétricos.

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Português – Vozes Verbais – Prof. Carlos Zambeli

TRANSFORMAÇÃO DA ATIVA PARA A PASSIVA SINTÉTICA


•• verbo no mesmo tempo e modo que na ativa + se
•• objeto direto – sujeito paciente
•• O número de verbos é o mesmo que na ativa.
•• na voz passiva sintética nunca há agente da passiva.
•• o sujeito fica posposto ao verbo.

Escreveram as notícias no site!


Escreveram-se as notícias no site!
Viram-se todos os jogos neste final de semana.
Exigem-se referências.
Plastificam-se documentos.
Entregou-se uma flor à mulher.

Voz Reflexiva

Ele se penteou. Eu me afastei constrangido.


O sujeito pratica e recebe a ação verbal, ou seja, ele é, ao mesmo tempo, o agente e o paciente
da ação.
Passe as frases a seguir de uma voz para a outra.

1. Os voluntários promoveram campanhas de donativos.

2. A Gripe Suína e a Febre Amarela ceifam milhares de vida.

3. O governo liberou os recursos em vinte dias.

4. A experiência ensina-nos muitas coisas.

5 Eu já lhes dei todas as questões da prova.

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6. Todos o consideravam honesto.

7. Quem pagará esses prejuízos?

8. Sem o povo, o Chile não reconstruiria a cidade.

9. O crime da família foi julgado também pelo povo.

10. A polícia pode ser corrompida pelo povo facilmente.

Exemplos de questão

1. Só não é possível a voz passiva em:


a) Os brasileiros defendem a idéia de uma democracia social.
b) Conflitos sociais não transpõem os abismos estratificados.
c) Esse abismo não conduz a conflitos tendentes à transposição dos estragos sociais.
d) Os privilegiados ignoram ou ocultam as mazelas sociais.
e) Os brasileiros raramente percebem os profundos abismos cruciais a seu desenvolvimento.

2. Talvez o governo adote outras medidas de combate à inflação.


Mudando a oração acima para a voz passiva, sem alterar tempo e modo do verbo, obtém-se a
forma verbal:
a) são adotadas
b) fossem adotadas
c) sejam adotadas
d) seja adotada
e) será adotada.

Gabarito: 1. C 2. C

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Português

IDENTIFICAÇÃO DA IDEIA CENTRAL

Trata-se de realizar “compreensão” de textos, ou seja, estabelecer relações com os


componentes envolvidos em dado enunciado, a fim de que se estabeleçam a apreensão e a
compreensão por parte do leitor.

Interpretar x Compreender

INTERPRETAR é COMPREENDER é
•• Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, •• Intelecção, entendimento, percepção
inferir. do que está escrito.
•• APARECE ASSIM NA PROVA •• APARECE ASSIM NA PROVA
•• Através do texto, infere-se que... •• é sugerido pelo autor que
•• É possível deduzir que... •• De acordo com o texto, é correta ou
•• O autor permite concluir que errada a afirmação
•• Qual é a intenção do autor ao afirmar •• O narrador afirma
que

Procedimentos

Enunciados Possíveis
“Qual é a ideia central do texto?”
“O texto se volta, principalmente, para”

Observação de
1. Fonte bibliográfica;
2. Autor;
3. Título;
4. Identificação do “tópico frasal”;
5. Identificação de termos de aparecimento frequente (comprovação do tópico);
6. Procura, nas alternativas, das palavras-chave destacadas no texto.

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EXEMPLIFICANDO
Banho de mar é energizante?
Embora não existam comprovações científicas, muitos especialistas acreditam que os banhos
de mar tragam benefícios à saúde. “A água marinha, composta por mais de 80 elementos
químicos, alivia principalmente as tensões musculares, graças à presença de sódio em sua
composição, por isso pode ser considerada energizante”, afirma a terapeuta Magnólia Prado de
Araújo, da Clínica Kyron Advanced Medical Center, de São Paulo. “Além disso, as ondas do mar
fazem uma massagem no corpo que estimula a circulação sanguínea periférica e isso provoca
aumento da oxigenação das células”, diz Magnólia.
Existe até um tratamento, chamado talassoterapia (do grego thalasso, que significa mar), surgido
em meados do século IX na Grécia, que usa a água do mar como seu principal ingrediente.
Graças à presença de cálcio, zinco, silício e magnésio, a água do mar é usada para tratar doenças
como artrite, osteoporose e reumatismo. Já o sal marinho, rico em cloreto de sódio, potássio e
magnésio, tem propriedades cicatrizantes e antissépticas. Todo esse conhecimento, no entanto,
carece de embasamento científico. “Não conheço nenhum trabalho que trate desse tema com
seriedade, mas intuitivamente creio que o banho de mar gera uma sensação de melhora e
bem-estar”, diz a química Rosalinda Montoni, do Instituto Oceanográfico da USP.
Revista Vida Simples.

1. Fonte bibliográfica: revista periódica de circulação nacional. O próprio nome da revista –


Vida Simples – indica o ponto de vista dos artigos nela veiculados.
2. O fato de o texto não ser assinado permite-nos concluir que se trata de um EDITORIAL
(texto opinativo) ou de uma NOTÍCIA (texto informativo).
3. O fato de o título do texto ser uma pergunta permite-nos concluir que o texto constitui-se
em uma resposta (geralmente, nos primeiros períodos).
4. Identificação do tópico frasal: percebido, via de regra, no 1º e no 2º períodos, por meio das
palavras-chave (expressões substantivas e verbais): não existam / comprovações científicas /
especialistas acreditam / banhos de mar / benefícios à saúde.
5. Identificação de termos cujo aparecimento frequente denuncia determinado enfoque
do assunto: água marinha / alivia tensões musculares / pode ser considerada energizante /
terapeuta / ondas do mar / estimula a circulação sanguínea / aumento da oxigenação das células
/ talassoterapia / água do mar / tratar doenças / conhecimento / carece de embasamento
científico.

1. Qual é a ideia central do texto acima?


a) Os depoimentos científicos sobre as propriedades terapêuticas do banho de mar são
contraditórios.
b) Molhar-se com água salgada é energizante, mas há necessidade de cuidados com infecções.
c) O banho de mar tem uma série de propriedades terapêuticas, que não têm comprovação
científica.
d) Os trabalhos científicos sobre as propriedades medicinais do banho de mar têm publicações
respeitadas no meio científico.
e) A água do mar é composta por vários elementos químicos e bactérias que atuam no sistema
nervoso.

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Português – Identificação da Ideia Central – Prof. Carlos Zambeli

Conclusão
1. Ideia central = palavra-chave 1º e 2º períodos.

2. Comprovação = campo lexical.

3. Resposta correta = a mais completa


(alternativa com maior número de palavras-chave destacadas no texto).

Campo Lexical

Conjunto de palavras que pertencem a uma mesma área de conhecimento.


Exemplo:
•• Medicina: estetoscópio, cirurgia, esterilização, medicação
•• Concurso, prova, gabarito, resultado, candidato, gabarito

EXEMPLIFICANDO
Trecho do discurso do primeiro-ministro britânico, Tony Blair, pronunciado quando da
declaração de guerra ao regime Talibã.
“Essa atrocidade (o atentado de 11/09, em NY) foi um ataque contra todos nós, contra pessoas
de todas e nenhuma religião. Sabemos que a Al-Qaeda ameaça a Europa, incluindo a Grã-
Bretanha, e qualquer nação que não compartilhe de seu fanatismo. Foi um ataque à vida e aos
meios de vida. As empresa aéreas, o turismo e outras indústrias foram afetadas, e a confiança
econômica sofreu, afetando empregos e negócios britânicos. Nossa prosperidade e padrão de
vida requerem uma resposta aos ataques terroristas.”

2. Nessa declaração, destacaram-se principalmente os interesses de ordem


a) moral.
b) militar.
c) jurídica.
d) religiosa.
e) econômica.

Gabarito: 1. C 2. E

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Português

ESTRATÉGIA LINGUÍSTICA

Que que é isso?


Genericamente, estratégias textuais, linguísticas e discursivas seriam "táticas", "escolhas" do
falante/ escritor com relação ao modo como ele se utiliza da linguagem. 
As estratégias textuais dizem respeito especificamente à construção do texto – oral ou escrito
–, considerando que o texto é uma tessitura de linguagem que se enquadra em determinada
esfera e gênero, que detém sentido para o falante e para o interlocutor, e que depende de
certas características (como coesão e coerência) para ser adequadamente construído e
apropriadamente chamado de texto.
As estratégias linguísticas estão mais diretamente ligadas à linguagem em sua acepção
estruturalista/formalista: léxico, sintaxe, prosódia. As estratégias discursivas dizem respeito à
linguagem enquanto discurso, ou seja, interação, envolvendo sujeitos, contexto, condições de
produção.

(Gazeta do Povo, online. 05.03.2009)

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1. Palavras Desconhecidas = Paráfrases e Campo Semântico

Paráfrase é a reescritura do texto, mantendo-se o mesmo significado, sem prejuízo do sentido


original.
A paráfrase pode ser construída por várias formas:
•• substituição de locuções por palavras;
•• uso de sinônimos;
•• mudança de discurso direto por indireto e vice-versa;
•• conversão da voz ativa para a passiva;
•• emprego de antonomásias ou perífrases (Machado de Assis = O bruxo do Cosme Velho; o
povo lusitano = portugueses).

EXEMPLIFICANDO

1. Como o “interior” é uma região mais ampla e tem população rarefeita, a expressão “se
dissemina” está sendo empregada com o sentido de “se atenua”, “se dissolve”.
Como regra, a epidemia começa nos grandes centros e se dissemina pelo interior. A incidência
nem sempre é crescente; a mudança de fatores ambientais pode interferir em sua escalada.
( ) Certo ( ) Errado

Epidemia: manifestação muito numerosa de qualquer fato ou conduta; proliferação generalizada.


Disseminar: espalhar(-se), difundir(-se), propagar(-se).

2. Supondo que a palavra “eclético” seja desconhecida para o leitor, a melhor estratégia de que
ele pode valer-se para tentar detectar o seu significado será
O sucesso deveu-se ao caráter eclético de sua administração. Pouco se lhe dava que lhe
exigissem sua opinião. Sua atitude consistia sempre em tomar uma posição escolhida entre as
diversas formas de conduta ou opinião manifestadas por seus assessores.
a) aproximá-la de outras palavras da língua portuguesa que tenham a mesma terminação
como “político” e “dinâmico”.
b) considerá-la como qualificação de profissionais que atuam na administração de alguma
empresa.
c) associá-la às palavras “sucesso” e “caráter”, de forma a desvendar o seu sentido correto,
“que ofusca, que obscurece os demais”.
d) observar o contexto sintático em que ela ocorre, ou seja, trata-se de um adjunto adnominal.
e) atentar para a paráfrase feita no segundo período.

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Português – Estratégia Linguística – Prof. Carlos Zambeli

2. Observação de palavras de cunho categórico: Advérbios & Artigos

3. Seria mantida a coerência entre as ideias do texto caso o segundo período sintático fosse
introduzido com a expressão Desse modo, em lugar de “De modo geral”
Na verdade, o que hoje definimos como democracia só foi possível em sociedades de tipo
capitalista, mas não necessariamente de mercado. De modo geral, a democratização das
sociedades impõe limites ao mercado, assim como desigualdades sociais em geral não
contribuem para a fixação de uma tradição democrática.
( ) Certo ( ) Errado

4. Por meio da afirmativa destacada, o autor


Os ecos da Revolução do Porto haviam chegado ao Brasil e bastaram algumas semanas para
inflamar os ânimos dos brasileiros e portugueses que cercavam a corte. Na manhã de 26 de
fevereiro, uma multidão exigia a presença do rei no centro do Rio de Janeiro e a assinatura
da Constituição liberal. Ao ouvir as notícias, a alguns quilômetros dali, D. João mandou fechar
todas as janelas do palácio São Cristóvão, como fazia em noites de trovoadas.
a) exprime uma opinião pessoal taxativa a respeito da atitude do rei diante da iminência da
Revolução do Porto.
b) critica de modo inflexível a atitude do rei, que, acuado, passa o poder para as mãos do
filho. de modo inflexível – loc. adverbial
c) demonstra que o rei era dono de uma personalidade intempestiva, que se assemelhava a
uma chuva forte.
d) sugere, de modo indireto, que o rei havia se alarmado com a informação recebida.
e) utiliza-se de ironia para induzir o leitor à conclusão de que seria mais do que justo depor o
rei. mais do que justo – expressão adverbial

5. Do fragmento Foi o outro grande poeta chileno, infere-se que houve apenas dois grandes
poetas no Chile.
Há cem anos nasceu o poeta mais popular de língua espanhola, com uma obra cuja força
lírica supera todos os seus defeitos. Sem dúvida, há um “problema Pablo Neruda”. Foi o outro
grande poeta chileno, seu contemporâneo Nicanor Parra (depois de passar toda uma longa vida
injustamente à sombra de Neruda), quem o formulou com maliciosa concisão.
( ) Certo ( ) Errado

6. Assinale a opção correta.


Mas, como toda novidade, a nanociência está assustando. Afinal, um material com
características incríveis poderia também causar danos incalculáveis ao homem ou ao meio
ambiente. No mês passado, um grupo de ativistas americanos tirou a roupa para protestar
contra calças nanotecnológicas que seriam superpoluentes.
a) Coisas novas costumam provocar medo nas pessoas.
b) Produtos criados pela nanotecnologia só apresentam pontos positivos.
c) Os danos ao meio ambiente são provocados pela nanotecnologia.
d) Os ativistas mostraram que as calças nanotecnológicas provocam poluição.

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3. Marcadores Linguísticos
•• expressões que indicam soma ou alternância: não só... mas também, ou, etc.;
•• expressões de acréscimo, de progressão, de continuidade ou de inclusão: até, além disso,
desde, etc.;
•• preposições: até (inclusão ou limite), com (companhia ou matéria), de (diversas relações:
tempo, lugar, causa, etc.), desde (tempo, lugar, etc.), entre (intervalo, relação, etc.), para
(lugar, destinatário, etc.), etc.;
•• Exemplos matemáticos: lançado do alto / lançado para o alto; números de 12 a 25 /
números entre 12 e 25.

EXEMPLIFICANDO
7. Assinale a alternativa que encontra suporte no texto.
Profetas do possível
Até que ponto é possível prever o futuro? Desde a Antiguidade, o desafio de antecipar o dia de
amanhã tem sido o ganha-pão dos bruxos, dos místicos e dos adivinhos. Ainda hoje, quando
o planeta passa por mudanças cada vez mais rápidas e imprevisíveis, há quem acredite que 
é possível dominar as incertezas da existência por  meio das cartas do tarô e da posição dos
astros. Esse tipo de profecia nada tem a ver com a Ciência. Os cientistas também apontam seus
olhos para o futuro, todavia de uma maneira diferente. Eles avaliam o estágio do  saber de
sua própria época para projetar as descobertas que se podem esperar. Observam a natureza
para reinventá-la a serviço do homem.
Superinteressante
a) O articulador “até” indica o limite de previsibilidade do futuro.
b) A partir da Antiguidade, prever a sorte passou a ser a ocupação de místicos de toda ordem.
c) Profecias e Ciência são absolutamente incompatíveis.
d) Além das cartas de tarô e da posição dos astros, os crédulos atuais buscam saber o futuro
por meio da consulta a bruxos.
e) Os cientistas não só observam a natureza – como o fazem os místicos –, mas também
buscam moldá-la às necessidades humanas, considerando o estágio atual do conhecimento.
Gabarito: 1. E 2. E 3. E 4. D 5. C 6. A 7. E

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Português – Estratégia Linguística – Prof. Carlos Zambeli

Estratégia linguística 2 (agora vai)

1. Observação de palavras de cunho categórico:

•• Tempos verbais
•• Expressões restritivas
•• Expressões totalizantes
•• Expressões enfáticas

Tempos Verbais

1. É irrelevante que entrem na faculdade, que ganhem muito ou pouco dinheiro, que sejam bem-
sucedidos na profissão.
O emprego das formas verbais grifadas acima denota
Os pais de hoje costumam dizer que importante é que os filhos sejam felizes. É uma tendência
que se impôs ao influxo das teses libertárias dos anos 1960. É irrelevante que entrem na
faculdade, que ganhem muito ou pouco dinheiro, que sejam bem-sucedidos na profissão.
O que espero, eis a resposta correta, é que sejam felizes. Ora, felicidade é coisa grandiosa. É
esperar, no mínimo, que o filho sinta prazer nas pequenas coisas da vida. Se não for suficiente,
que consiga cumprir todos os desejos e ambições que venha a abrigar. Se ainda for pouco, que
atinja o enlevo místico dos santos. Não dá para preencher caderno de encargos mais cruel para
a pobre criança.
a) hipótese passível de realização.
b) fato real e definido no tempo.
c) condição de realização de um fato.
d) finalidade das ações apontadas no segmento.
e) temporalidade que situa as ações no passado.

2. Provoca-se incoerência textual e perde-se a noção de continuidade da ação ao se substituir a


expressão verbal vem produzindo por tem produzido.
Na verdade, a integração da economia mundial — apontada pelas nações ricas e seus prepostos
como alternativa única — vem produzindo, de um lado, a globalização da pobreza e, de outro,
uma acumulação de capitais jamais vista na história, o que permite aos grandes grupos
empresariais e financeiros atuar em escala mundial, maximizando oportunidades e lucros.
( ) Certo ( ) Errado

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Expressões Restritivas

3. Depreende-se da argumentação do texto que o autor considera as instituições como as únicas


“características fixas” aceitáveis de “democracia”.
Na verdade, o que hoje definimos como democracia só foi possível em sociedades de tipo ca-
pitalista, mas não necessariamente de mercado. De modo geral, a democratização das socie-
dades impõe limites ao mercado, assim como desigualdades sociais em geral não contribuem
para a fixação de uma tradição democrática. Penso que temos de refletir um pouco a respeito
do que significa democracia. Para mim, não se trata de um regime com características fixas,
mas de um processo que, apesar de constituir formas institucionais, não se esgota nelas. [...]
Renato Lessa. Democracia em debate. In: Revista Cult, n.º 137, ano 12, jul./2009, p. 57 (com
adaptações).

( ) Certo ( ) Errado

4. Considerado corretamente o trecho, o segmento grifado em A colonização do imaginário não


busca nem uma coisa nem outra deve ser assim entendido:
Posterior, e mais recente, foi a tentativa, por parte de alguns historiadores, de abandonar uma
visão eurocêntrica da “conquista” da América, dedicando-se a retraçá-la a partir do ponto de
vista dos “vencidos”, enquanto outros continuaram a reconstituir histórias da instalação de
sociedades europeias em solo americano. Antropólogos, por sua vez, buscaram nos documentos
produzidos no período colonial informações sobre os mundos indígenas demolidos pela
colonização. A colonização do imaginário não busca nem uma coisa nem outra.
(Adaptado de PERRONE-MOISÉS, Beatriz, Prefácio à edição brasileira de GRUZINSKI, Serge, A
colonização do imaginário: sociedades indígenas e ocidentalização no México espanhol
(séculos XVI-XVIII)).

a) não tenta investigar nem o eurocentrismo, como o faria um historiador, nem a presença
das sociedades europeias em solo americano, como o faria um antropólogo.
b) não quer reconstituir nada do que ocorreu em solo americano, visto que recentemente
certos historiadores, ao contrário de outros, tentam contar a história do descobrimento da
América do modo como foi visto pelos nativos.
c) não pretende retraçar nenhum perfil − dos vencidos ou dos vencedores − nem a trajetória
dos europeus na conquista da América.
d) não busca continuar a tradição de pesquisar a estrutura dos mundos indígenas e do mundo
europeu, nem mesmo o universo dos colonizadores da América.
e) não se concentra nem na construção de uma sociedade europeia na colônia − quer
observada do ponto de vista do colonizador, quer do ponto de vista dos nativos −, nem no
resgate dos mundos indígenas.

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Expressões Totalizantes

5. De acordo com o texto, no tratamento da questão da biodiversidade no Planeta,


A biodiversidade diz respeito tanto a genes, espécies, ecossistemas como a funções e coloca
problemas de gestão muito diferenciados. É carregada de normas de valor. Proteger a
biodiversidade pode significar:
•• a eliminação da ação humana, como é a proposta da ecologia radical;
•• a proteção das populações cujos sistemas de produção e de cultura repousam num dado
ecossistema;
•• a defesa dos interesses comerciais de firmas que utilizam a biodiversidade como matéria
prima, para produzir mercadorias.
a) o principal desafio é conhecer todos os problemas dos ecossistemas.
b) os direitos e os interesses comerciais dos produtores devem ser defendidos,
independentemente do equilíbrio ecológico.
c) deve-se valorizar o equilíbrio do ambiente, ignorando-se os conflitos gerados pelo uso da
terra e de seus recursos.
d) o enfoque ecológico é mais importante do que o social, pois as necessidades das populações
não devem constituir preocupação para ninguém.
e) há diferentes visões em jogo, tanto as que consideram aspectos ecológicos, quanto as que
levam em conta aspectos sociais e econômicos.

6. A argumentação do texto desenvolve-se no sentido de se compreender a razão por que


Quando alguém ouve que existem tantas espécies de plantas no mundo, a primeira reação
poderia ser: certamente, com todas essas espécies silvestres na Terra, qualquer área com um
clima favorável deve ter tido espécies em número mais do que suficiente para fornecer muitos
candidatos ao desenvolvimento agrícola.
Mas então verificamos que a grande maioria das plantas selvagens não é adequada por
motivos óbvios: elas servem apenas como madeira, não produzem frutas comestíveis e suas
folhas e raízes também não servem como alimento. Das 200.000 espécies de plantas selvagens,
somente alguns milhares são comidos por humanos e apenas algumas centenas dessas são mais
ou menos domesticadas. Dessas várias centenas de culturas, a maioria fornece suplementos
secundários para nossa dieta e não teriam sido suficientes para sustentar o surgimento de
civilizações. Apenas uma dúzia de espécies representa mais de 80% do total mundial anual
de todas as culturas no mundo moderno. Essas exceções são os cereais trigo, milho, arroz,
cevada e sorgo; o legume soja; as raízes e os tubérculos batata, mandioca e batata-doce; fontes
de açúcar como a cana-de-açúcar e a beterraba; e a fruta banana. Somente os cultivos de
cereais respondem atualmente por mais da metade das calorias consumidas pelas populações
humanas do mundo.
Com tão poucas culturas importantes, todas elas domesticadas milhares de anos atrás, é menos
surpreendente que muitas áreas no mundo não tenham nenhuma planta selvagem de grande
potencial. Nossa incapacidade de domesticar uma única planta nova que produza alimento nos
tempos modernos sugere que os antigos podem ter explorado praticamente todas as plantas
selvagens aproveitáveis e domesticado aquelas que valiam a pena.
(Jared Diamond. Armas, germes e aço)

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a) existiria uma dúzia de exceções dentre todas as espécies de plantas selvagens que seriam
monopólio das grandes civilizações.
b) tão poucas dentre as 200.000 espécies de plantas selvagens são utilizadas como alimento
pelos homens em todo o planeta.
c) algumas áreas da Terra mostraram-se mais propícias ao desenvolvimento agrícola, que
teria possibilitado o surgimento de civilizações.
d) a maior parte das plantas é utilizada apenas como madeira pelos homens e não lhes fornece
alimento com suas frutas e raízes.
e) tantas áreas no mundo não possuem nenhuma planta selvagem de grande potencial para
permitir um maior desenvolvimento de sua população.

Expressões Enfáticas
7. A afirmativa correta, em relação ao texto, é
Será a felicidade necessária?
Felicidade é uma palavra pesada. Alegria é leve, mas felicidade é pesada. Diante da pergunta
"Você é feliz?", dois fardos são lançados às costas do inquirido. O primeiro é procurar uma
definição para felicidade, o que equivale a rastrear uma escala que pode ir da simples satisfação
de gozar de boa saúde até a conquista da bem-aventurança. O segundo é examinar-se, em
busca de uma resposta.
Nesse processo, depara-se com armadilhas. Caso se tenha ganhado um aumento no emprego
no dia anterior, o mundo parecerá belo e justo; caso se esteja com dor de dente, parecerá feio
e perverso. Mas a dor de dente vai passar, assim como a euforia pelo aumento de salário, e se
há algo imprescindível, na difícil conceituação de felicidade, é o caráter de permanência. Uma
resposta consequente exige colocar na balança a experiência passada, o estado presente e a
expectativa futura. Dá trabalho, e a conclusão pode não ser clara.
Os pais de hoje costumam dizer que importante é que os filhos sejam felizes. É uma tendência
que se impôs ao influxo das teses libertárias dos anos 1960. É irrelevante que entrem na
faculdade, que ganhem muito ou pouco dinheiro, que sejam bem-sucedidos na profissão.
O que espero, eis a resposta correta, é que sejam felizes. Ora, felicidade é coisa grandiosa. É
esperar, no mínimo, que o filho sinta prazer nas pequenas coisas da vida. Se não for suficiente,
que consiga cumprir todos os desejos e ambições que venha a abrigar. Se ainda for pouco, que
atinja o enlevo místico dos santos. Não dá para preencher caderno de encargos mais cruel para
a pobre criança.
(Trecho do artigo de Roberto Pompeu de Toledo. Veja. 24 de março de 2010, p. 142)
a) A expectativa de muitos, ao colocarem a felicidade acima de quaisquer outras situações da
vida diária, leva à frustração diante dos pequenos sucessos que são regularmente obtidos,
como, por exemplo, no emprego.
b) Sentir-se alegre por haver conquistado algo pode significar a mais completa felicidade, se
houver uma determinação, aprendida desde a infância, de sentir-se feliz com as pequenas
coisas da vida.
c) As dificuldades que em geral são encontradas na rotina diária levam à percepção de que a
alegria é um sentimento muitas vezes superior àquilo que se supõe, habitualmente, tratar-
se de felicidade absoluta.

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Português – Estratégia Linguística – Prof. Carlos Zambeli

d) A possibilidade de que mais pessoas venham a sentir-se felizes decorre de uma educação
voltada para a simplicidade de vida, sem esperar grandes realizações, que acabam levando
apenas a frustrações.
e) Uma resposta provável à questão colocada como título do texto remete à constatação de
que felicidade é um estado difícil de ser alcançado, a partir da própria complexidade de
conceituação daquilo que se acredita ser a felicidade.

Geralmente, a alternativa correta (ou a mais viável) é construída por meio de palavras e de
expressões “abertas”, isto é, que apontam para “possibilidades”, “hipóteses”: provavelmente,
é possível, futuro do pretérito do indicativo, modo subjuntivo, futuro do pretérito (-ria) etc.

EXEMPLIFICANDO

8. Acerca do texto, são feitas as seguintes afirmações:


No Brasil colonial, os portugueses e suas autoridades evitaram a concentração de escravos de
uma mesma etnia nas propriedades e nos navios negreiros.
Essa política, a multiplicidade linguística dos negros e as hostilidades recíprocas que trouxeram
da África dificultaram a formação de grupos solidários que retivessem o patrimônio cultural
africano, incluindo-se aí a preservação das línguas.
Porém alguns senhores aceitaram as práticas culturais africanas – e indígenas – como um mal
necessário à manutenção dos escravos. Pelo imperativo de convertê-los ao catolicismo, alguns
clérigos aprenderam as línguas africanas [...]. Outras pessoas, por se envolverem com o tráfico
negreiro [...], devem igualmente ter-se familiarizado com as línguas dos negros.
I – os portugueses impediram totalmente a concentração de escravos da mesma etnia nas
propriedades e nos navios negreiros.
II – a política dos portugueses foi ineficiente, pois apenas a multiplicidade cultural dos negros,
de fato, impediu a formação de núcleos solidários.
III – Apesar do empenho dos portugueses, a cultura africana teve penetração entre alguns
senhores e clérigos. Cada um, é bem verdade, tinha objetivos específicos para tanto.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.

9. Considere as afirmações feitas acerca do texto:


Macaco Esperto
Chimpanzés, bonobos e gorilas possuem uma função cerebral relacionada à fala que se pensava
exclusiva do ser humano. Isso sugere que a evolução da estrutura cerebral da fala começou
antes de primatas e humanos tomarem caminhos distintos na linha da evolução. O mais perto
que os primatas chegaram foi gesticular com a mão direita ao emitir grunhidos.

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I – de acordo com o segundo período, a evolução da estrutura cerebral da fala está diretamente
relacionada ao fato de esta ser atribuída tão somente aos humanos.
II – os seres cujos caminhos tornaram-se distintos durante o processo evolutivo possuem
ambos função cerebral relacionada à fala.
III – a estrutura cerebral dos primatas e dos humanos, em relação à fala, teria um ponto em
comum.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.

Gabarito: 1. A 2. E 3. E 4. E 5. E 6. C 7. E 8. C 9. D

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Português

INFERÊNCIA

Que que é isso?


INFERÊNCIA – ideias implícitas, sugeridas, que podem ser depreendidas a partir da leitura do
texto, de certas palavras ou expressões contidas na frase.
Enunciados – “Infere-se”, Deduz-se”, “Depreende-se”,
Uma inferência incorreta é conhecida como uma falácia.

Observe a seguinte frase:


Fiz faculdade, mas aprendi algumas coisas.

O autor transmite 2 informações de maneira explícita:


a) que ele frequentou um curso superior;
b) que ele aprendeu algumas coisas.

www.acasadoconcurseiro.com.br 83
Ao ligar as duas informações por meio de “mas”, comunica também, de modo implícito, sua
crítica ao ensino superior, pois a frase transmite a ideia de que nas faculdades não se aprende
muita coisa.
Além das informações explicitamente enunciadas, existem outras que se encontram
subentendidas ou pressupostas. Para realizar uma leitura eficiente, o leitor deve captar tanto
os dados explícitos quanto os implícitos.

1. “O tempo continua ensolarado”,


Comunica-se, de maneira explícita, que, no momento da fala, faz sol, mas, ao mesmo tempo, o
verbo “continuar” permite inferir que, antes, já fazia sol.

2. “Pedro deixou de fumar”


Afirma-se explicitamente que, no momento da fala, Pedro não fuma. O verbo “deixar”, todavia,
transmite a informação implícita de que Pedro fumava antes.

1. A leitura atenta da charge só não nos permite depreender que


a) é possível interpretar a fala de Stock de duas maneiras.
b) Wood revela ter-se comportado ilicitamente.
c) há vinte anos, a sociedade era mais permissiva.
d) as atividades de Wood eram limitadas.
e) levando-se em conta os padrões morais de nossa sociedade, uma das formas de entender a
fala de Stock provoca riso no leitor.

2. Observe a frase que segue:


É preciso construir mísseis nucleares para defender o Ocidente de um ataque norte-coreano.
Sobre ela, são feitas as seguintes afirmações:
I – O conteúdo explícito afirma que há necessidade da construção de mísseis, com a finalidade
de defesa contra o ataque norte-coreano.
II – O pressuposto, isto é, o dado que não se põe em discussão é o de que os norte-coreanos
pretendem atacar o Ocidente.
III – O pressuposto, isto é, o dado que não se põe em discussão é o de que a negociação com os
norte-coreanos é o único meio de dissuadi-los de um ataque ao Ocidente.

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Português – Inferência – Prof. Carlos Zambeli

Quais estão corretas?


a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e III.
d) Apenas I e II.
e) I, II e III.

Inferência Verbal X Não-verbal

Os pressupostos são marcados, nas frases, por meio de vários indicadores linguísticos como
a) certos advérbios:
Os convidados ainda não chegaram à recepção.

Pressuposto: Os convidados já deviam ter chegado ou os convidados chegarão mais tarde.

b) certos verbos:
O desvio de verbas tornou-se público.

Pressuposto: O desvio não era público antes.

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c) as orações adjetivas explicativas (isoladas por vírgulas):
Os políticos, que só querem defender seus interesses, ignoram o povo.

Pressuposto: Todos os políticos defendem tão somente seus interesses.

d) expressões adjetivas:
Os partidos “de fachada” acabarão com a democracia no Brasil.

Pressuposto: Existem partidos “de fachada” no Brasil.

Costuma-se acreditar que , quando se relatam dados da realidade, não pode haver nisso
subjetividade alguma e que relatos desse tipo merecem a nossa confiança porque são reflexos
da neutralidade do produtor do texto e de sua preocupação com a verdade objetiva dos fatos.
Mas não é bem assim. Mesmo relatando dados objetivos, o produtor do texto pode ser
tendencioso e ele, mesmo sem estar mentindo, insinua seu julgamento pessoal pela seleção
dos fatos que está reproduzindo ou pelo destaque maior que confere a certos pormenores. A
essa escolha dos fatos e à ênfase atribuída acertos tipos de pormenores dá-se o nome de viés.

3. Infere-se do texto que


a) o ato de informar pode ser manipulado em função da defesa de interesses pessoais de
quem escreve.
b) a ausência de viés compromete a carga de veracidade de dados da realidade.
c) a atitude de neutralidade é meio indispensável para a boa aceitação de uma notícia.
d) o escritor tendencioso põe em risco sua posição perante o público.
e) o bom escritor tem em mira a verdade objetiva dos fatos. 

4. Infere-se ainda o texto que


a) uma mensagem será tanto mais aceita quanto maior for a imparcialidade do escritor.
b) o escritor, fingindo neutralidade, será mais capaz de interessar o leitor.
c) o interesse da leitura centraliza-se na análise dos pormenores relatados.
d) o viés introduz uma nota de humor na transmissão de uma mensagem.
e) o leitor deve procurar reconhecer todo tipo de viés naquilo que lê.

Gabarito: 1. C 2. D 3. A 4. A

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Português

ANÁLISE DE ALTERNATIVAS/ITENS

COMPREENSÃO DE TEXTOS

Estabelecimento de relações entre os componentes envolvidos em dado enunciado. Assinalar


a resposta correta consiste em encontrar, no texto, as afirmações feitas nas alternativas, e vice-
versa.

PROCEDIMENTOS DE APREENSÃO DO TEXTO


1. Leitura da fonte bibliográfica;
2. leitura do título;
3. leitura do enunciado;
4. leitura das afirmativas;
5. destaque das palavras-chave das afirmativas;
6. procura, no texto, das palavras-chave destacadas nas alternativas.

Será a felicidade necessária? (2)


Felicidade é uma palavra pesada. Alegria é leve, mas felicidade é pesada. Diante da
pergunta "Você é feliz?", dois fardos são lançados às costas do inquirido. O primeiro é
procurar uma definição para felicidade, o que equivale a rastrear uma escala que pode ir
da simples satisfação de gozar de boa saúde até a conquista da bem-aventurança. O
segundo é examinar-se, em busca de uma resposta.
Nesse processo, depara-se com armadilhas. Caso se tenha ganhado um aumento no
emprego no dia anterior, o mundo parecerá belo e justo; caso se esteja com dor de dente,
parecerá feio e perverso. Mas a dor de dente vai passar, assim como a euforia pelo aumento
de salário, e se há algo imprescindível, na difícil conceituação de felicidade, é o caráter de
(6) permanência. Uma resposta consequente exige colocar na balança a experiência passada,
o estado presente e a expectativa futura. Dá trabalho, e a conclusão pode não ser clara.
Os pais de hoje costumam dizer que importante é que os filhos sejam felizes. É uma
tendência que se impôs ao influxo das teses libertárias dos anos 1960. É irrelevante que
entrem na faculdade, que ganhem muito ou pouco dinheiro, que sejam bem-sucedidos na
profissão. O que espero, eis a resposta correta, é que sejam felizes. Ora, felicidade é coisa
grandiosa. É esperar, no mínimo, que o filho sinta prazer nas pequenas coisas da vida. Se
não for suficiente, que consiga cumprir todos os desejos e ambições que venha a abrigar.
Se ainda for pouco, que atinja o enlevo místico dos santos. Não dá para preencher caderno
de encargos mais cruel para a pobre criança.
(Trecho do artigo de Roberto Pompeu de Toledo. Veja. 24 de março de 2010, p. 142) (1)

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(1) Observação da fonte bibliográfica: o conhecimento prévio de quem escreveu o texto
constitui-se numa estratégia de compreensão, visto que facilita a identificação da intenção
textual. Ao reconhecermos o autor do texto – Roberto Pompeu de Toledo, importante jornalista
brasileiro, cuja trajetória se marca pelo fato de escrever matérias especiais para importantes
veículos e comunicação – bem como o veículo de publicação – Veja –, podemos afirmar que se
trata de um artigo.
(2) Observação do título: o título pode constituir o menor resumo possível de um texto. Por
meio dele, certas vezes, identificamos a ideia central do texto, sendo possível, pois, descartar
afirmações feitas em determinadas alternativas. O título em questão – Será a felicidade
necessária? –, somado ao fato de nomear um artigo, permite-nos inferir que o texto será uma
resposta a tal questionamento, a qual evidenciará o ponto de vista do autor.

1. De acordo com o texto, (3)


•• Devido à expressão “De acordo com”, podemos afirmar que se trata, tão somente, de
compreender o texto.
•• Outras expressões possíveis: “Segundo o texto”, “Conforme o texto”, “Encontra suporte no
texto”, ...
Assim sendo,
Compreensão do texto: RESPOSTA CORRETA = paráfrase MAIS COMPLETA daquilo que foi
afirmado no texto.
Paráfrase: versão de um texto, geralmente mais extensa e explicativa, cujo objetivo é torná-lo
mais fácil ao entendimento.

1. De acordo com o texto,


a) a realização pessoal que geralmente faz parte da vida humana, como o sucesso no trabalho,
costuma ser percebida como sinal de plena felicidade.
b) as atribuições sofridas podem comprometer o sentimento de felicidade, pois superam os
benefícios de conquistas eventuais.
c) o sentimento de felicidade é relativo, porque pode vir atrelado a circunstâncias diversas da
vida, ao mesmo tempo que deve apresentar constância.
d) as condições da vida moderna tornam quase impossível a alguma pessoa sentir-se feliz,
devido às rotineiras situações da vida.
e) muitos pais se mostram despreparados para fazer com que seus filhos planejem sua vida
no sentido de que sejam, realmente, pessoas felizes.

Convite à Filosofia
Quando acompanhamos a história das ideias éticas, desde a Antiguidade clássica até nossos
dias, podemos perceber que, em seu centro, encontra-se o problema da violência e dos meios
para evitá-la, diminuí-la, controlá-la.
Diferentes formações sociais e culturais instituíram conjuntos de valores éticos como padrões
de conduta, de relações intersubjetivas e interpessoais, de comportamentos sociais que
pudessem garantir a integridade física e psíquica de seus membros e a conservação do grupo
social.

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Português – Análise de Alternativas/Itens – Prof. Carlos Zambeli

Evidentemente, as várias culturas e sociedades não definiram nem definem a violência da


mesma maneira, mas, ao contrário, dão-lhe conteúdos diferentes, segundo os tempos e os
lugares. No entanto, malgrado as diferenças, certos aspectos da violência são percebidos da
mesma maneira, formando o fundo comum contra o qual os valores éticos são erguidos.
Marilena Chauí. In: Internet: <www2.uol.com.br/aprendiz> (com adaptações).

Julgue o item a seguir.


Conclui-se a partir da leitura do texto que, apesar de diferenças culturais e sociais, é por
meio dos valores éticos estabelecidos em cada sociedade que se conserva o grupo social e se
protegem seus membros contra a violência.
( x ) Certo ( ) Errado
2º parágrafo

Conclusão
Resposta correta = a mais completa (alternativa com maior número de palavras-chave
encontradas no texto).
Optar pela alternativa mais completa, quando duas parecerem corretas.

EXEMPLIFICANDO
Centenas de cães e gatos são colocados para adoção mensalmente em Porto Alegre.
Cerca de 450 animais de estimação, entre cães e gatos, aguardam um novo dono em Porto
Alegre. Trata-se do contingente de animais perdidos, abandonados ou nascidos nas ruas
e entregues ao Gabea (Grupo de Apoio ao Bem-Estar Animal) e ao CCZ (Centro de Controle
de Zoonose), órgão ligado à Secretaria Municipal de Saúde. Destes, cerca de 120 animais são
adotados. Os outros continuam na espera por um lar.
O Sul. (adaptado)

Conforme o texto,
a) em Porto Alegre, cães e gatos são abandonados pelos seus donos. (3)
b) animais de estimação, entre eles cães e gatos nascidos nas ruas, são entregues ao Gabea.
(4)
c) um contingente de animais de estimação – entre eles cães e gatos – nasce nas ruas,
perdem-se de seus donos ou são por eles abandonados nas ruas de Porto Alegre. (6)
d) o CCZ propicia a adoção dos animais abandonados nas ruas de Porto Alegre. (4)
e) 120 animais de estimação são adotados mensalmente em Porto Alegre. (3)

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ANÁLISE DE ALTERNATIVAS/ITENS
Parte II

ERROS COMUNS COMPREENSÃO DE TEXTOS


O primeiro passo para acertar é entender o que está sendo pedido no enunciado e o que dizem
as alternativas ou itens. Algumas questões dão "pistas" no próprio enunciado. Assim sendo, é
fundamental "decodificar" os verbos que nele e nas alternativas se encontram.
Alguns verbos utilizados nos enunciados
•• Afirmar: certificar, comprovar, declarar.
•• Explicar: expor, justificar, expressar, significar.
•• Caracterizar: distinguir, destacar as particularidades.
•• Consistir: ser, equivaler, traduzir-se por (determinada coisa), ser feito, formado ou
composto de.
•• Associar: estabelecer uma correspondência entre duas coisas, unir-se, agregar.
•• Justificar: provar, demonstrar, argumentar, explicar.
•• Comparar: relacionar (coisas animadas ou inanimadas, concretas ou abstratas, da mesma
natureza ou que apresentem similitudes) para procurar as relações de semelhança ou de
disparidade que entre elas existam; aproximar dois ou mais itens de espécie ou de natureza
diferente, mostrando entre eles um ponto de analogia ou semelhança.
•• Relacionar: fazer comparação, conexão, ligação.
•• Definir: revelar, estabelecer limites, indicar a significação precisa de, retratar, conceituar,
explicar o significado.
•• Diferenciar: fazer ou estabelecer distinção entre, reconhecer as diferenças.
•• Identificar: distinguir os traços característicos de; reconhecer; permitir a identificação,
tornar conhecido.
•• Classificar: distribuir em classes e nos respectivos grupos, de acordo com um sistema ou
método de classificação; determinar a classe, ordem, família, gênero e espécie; pôr em
determinada ordem, arrumar (coleções, documentos etc.).
•• Referir-se: fazer menção, reportar-se, aludir-se.
•• Determinar: precisar, indicar (algo) a partir de uma análise, de uma medida, de uma
avaliação; definir.
•• Citar: transcrever, referir ou mencionar como autoridade ou exemplo ou em apoio do que
se afirma.
•• Indicar: fazer com que, por meio de gestos, sinais, símbolos, algo ou alguém seja visto;
assinalar, designar, mostrar.
•• Deduzir: concluir (algo) pelo raciocínio; inferir.
•• Inferir: concluir, deduzir.
•• Equivaler: ser idêntico no peso, na força, no valor etc.
•• Propor: submeter (algo) à apreciação (de alguém); oferecer como opção; apresentar,
sugerir.
•• Depreender: alcançar clareza intelectual a respeito de; entender, perceber, compreender;
tirar por conclusão, chegar à conclusão de; inferir, deduzir.
•• Aludir: fazer rápida menção a; referir-se.
(Fonte: dicionário Houaiss)

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Português – Análise de Alternativas/Itens – Prof. Carlos Zambeli

ERROS COMUNS COMPREENSÃO DE TEXTOS

EXTRAPOLAÇÃO
Ocorre quando o leitor sai do contexto, acrescentando ideias que não estão no texto,
normalmente porque já conhecia o assunto devido à sua bagagem cultural.

PRECONCEITOS

EXEMPLIFICANDO
8Canudo pela Internet
O ensino a distância avança e já existem mais de 30 mil cursos oferecidos na rede, de graduação
e pós-graduação até economia doméstica.
Passados nove anos de sua graduação em filosofia, a professora Ida Thon, 54 anos, enfiou na
cabeça que deveria voltar a estudar. Por conta do trabalho no Museu Nacional do Calçado,
na cidade gaúcha de Novo Hamburgo, onde mora, resolveu ter noções de museologia. Mas
para isso deveria contornar uma enorme dificuldade: o curso mais próximo ficava a 1.200
quilômetros de distância, em São Paulo.

1. Assinale a alternativa cuja afirmação não encontra suporte no texto.


a) A solução encontrada por Ida lançou mão das novas tecnologias educacionais.
b) O problema enfrentado por Ida, bem como a solução por ela encontrada, faz parte da
realidade de muitas pessoas no Brasil.
c) A Educação a Distância já é uma realidade brasileira.
d) O ensino oferecido pela web abrange uma vasta gama de possibilidades, buscando atender
a variadas tendências intelectuais.
e) Os cursos oferecidos pela web não podem ser considerados de grande importância, tendo
em vista não contemplarem a modalidade presencial e abordarem tão somente aspectos
triviais do conhecimento.

REDUÇÃO
É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um ou outro aspecto, esquecendo-se de
que o texto é um conjunto de ideias.

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EXEMPLIFICANDO

Bichos para a Saúde


Está nas livrarias a obra O poder curativo dos bichos. Os autores, Marty Becker e Daniel Morton,
descrevem casos bem-sucedidos de pessoas que derrotaram doenças ou aprenderam a viver
melhor graças à ajuda de algum animalzinho. Cães, gatos e cavalos estão entre os bichos
citados.
(ISTO É)

2. De acordo com o texto,


a) pessoas que têm animais de estimação são menos afeitas a contrair doenças.
b) a convivência entre seres humanos e animais pode contribuir para a cura de males físicos
daqueles.
c) indivíduos que têm cães e gatos levam uma existência mais prazerosa.
d) apenas cães, gatos e cavalos são capazes de auxiliar o ser humano durante uma
enfermidade.
e) pessoas bem-sucedidas costumam ter animais de estimação.
(A) EXTRAPOLAÇÃO: contrair doenças ≠ derrotar doenças.
(C) REDUÇÃO: cães e gatos < animalzinho.
(D) REDUÇÃO: cães, gatos e cavalos < animalzinho.
(E) EXTRAPOLAÇÃO: pessoas bem-sucedidas > casos bem-sucedidos de pessoas que derrotaram
doenças.

CONTRADIÇÃO
É comum as alternativas apresentarem ideias contrárias às do texto, fazendo o candidato
chegar a conclusões equivocadas, de modo a errar a questão.
Só contradiga o autor se isso for solicitado no comando da questão.
Exemplo: “Indique a alternativa que apresenta ideia contrária à do texto”.

EXEMPLIFICANDO
O que podemos experimentar de mais belo é o mistério. Ele é a fonte de toda a arte e ciência
verdadeira. Aquele que for alheio a essa emoção, aquele que não se detém a admirar as colinas,
sentindo-se cheio de surpresa, esse já está, por assim dizer, morto e tem os olhos extintos. O
que fez nascer a religião foi essa vivência do misterioso – embora mesclado de terror. Saber
que existe algo insondável, sentir a presença de algo profundamente racional e radiantemente
belo, algo que compreenderemos apenas em forma muito rudimentar – é esta a experiência
que constitui a atitude genuinamente religiosa. Neste sentido, e unicamente neste sentido,
pertenço aos homens profundamente religiosos.
(Albert Einstein – Como vejo o mundo)

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Português – Análise de Alternativas/Itens – Prof. Carlos Zambeli

3. O texto afirma que a experiência do mistério é um elemento importante para a arte, não para a
ciência.

( x ) Certo ( ) Errado

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Português

COMPREENSÃO GRAMATICAL DO TEXTO

Estabelecimento de relações entre os aspectos semânticos e gramaticais envolvidos em dado


anunciado.
Procedimentos

1. Leitura do enunciado e das alternativas;

2. identificação do aspecto gramatical apontado no enunciado e/ou na alternativa

3. Aplicação das técnicas de compreensão, inferência e vocabulário.


Os Pais de hoje constumam dizer que importante é que os filhos sejam felizes. [...] É irrelevante
que entrem na faculdade, que ganhem muito ou pouco dinheiro, que sejam bem-sucedidos
na profissão. O que espero, eis a resposta correta, é que sejam felizes. Ora felicdade é coisa
grandiosa. É esperar, no mínimo, que o filho sinta prazer nas pequenas coisas da vida. Se não
for suficiente, que consiga cumprir todos os desejos e ambições que venham a abrigar. Se ainda
for pouco, que atinja o enlevo místico dos santos. Não dá para preencher caderno de encargos
mais cruel para a pobre criança
ORA:
Advérbio = nesta ocasião; AGORA; A lei, ora apresentada, proíbe a venda de armas.
Conjunção = Ou... ou...: Ora ria, ora chorava. / Entretanto, mas: Eu ofereci ajuda; ora, orgulhosa
como é, nem aceitou.
Interjeição = manifesta surpresa, ironia, irritação etc.

1. O que espero, eis a resposta correta, é que sejam felizes. Ora, felicidade é coisa grandiosa. Com
a palavra grifada, o autor
a) retoma o mesmo sentido do que foi anteriormente afirmado.
b) exprime reserva em relação à opinião exposta na afirmativa anterior.
c) coloca uma alternativa possível para a afirmativa feita anteriormente.
d) determina uma situação em que se realiza a probabilidade antes considerada.
e) estabelece algumas condições necessárias para a efetivação do que se afirma.

2. Por que, enfim, tantas reservas em relação ao consumo? O primeiro foco de explicação para essa
antipatia reside no fato de que nossa economia fechada sempre encurralou os consumidores
no país. A falta de um leque efetivo de opções de compra tem deixado os consumidores à

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mercê dos produtores no Brasil. Não por acaso, os apologistas do consumo entre nós têm
sido basicamente aqueles que podem exercer seu inchado poder de compra sem tomar
conhecimento das fronteiras nacionais. O resto da população, mantida em situação vulnerável,
ignora os benefícios de uma economia baseada no consumo.
A expressão “Não por acaso”, ao iniciar o período, indica
a) justificativa.
b) ênfase.
c) indagação.
d) concessão.
e) finalidade.

3. (FCC) A Companhia das Índias Orientais − a primeira grande companhia de ações do mundo,
criada em 1602 − foi a mãe das multinacionais contemporâneas.
O segmento isolado pelos travessões constitui, no contexto, comentário que
a) busca restringir o âmbito de ação de uma antiga empresa de comércio.
b) especifica as qualidades empresariais de uma companhia de comércio.
c) contém informações de sentido explicativo, referentes à empresa citada.
d) enumera as razões do sucesso atribuído a essa antiga empresa.
e) enfatiza, pela repetição, as vantagens oferecidas pela empresa.

4. (FCC) A gênese da música do Rio Grande do Sul também pode ser vista como reflexo dessa
multiplicidade de referências. Há influências diretas do continente europeu, e isso se mistura à
valiosa contribuição do canto e do batuque africano, mesmo tendo sido perseguido, vigiado,
quase segregado.
O segmento destacado deve ser entendido, considerando-se o contexto, como
a) uma condição favorável à permanência da música popular de origem africana.
b) uma observação que valoriza a persistente contribuição africana para a música brasileira.
c) restrição ao sentido do que vem sendo exposto sobre a música popular brasileira.
d) a causa que justifica a permanência da música de origem africana no Brasil.
e) as consequências da presença dos escravos e sua influência na música popular brasileira.

5. A média universal do Índice de Desenvolvimento Humano aumentou 18% desde 1990. Mas
a melhora estatística está longe de animar os autores do Relatório de 2010. [...] O cenário
apresentado pelo Relatório não é animador. [...] Os padrões de produção e consumo atuais são
considerados inadequados. Embora não queira apresentar receitas prontas, o Relatório traça
caminhos possíveis. Entre eles, o reconhecimento da ação pública na regulação da economia
para proteger grupos mais vulneráveis. Outro aspecto ressaltado é a necessidade de considerar
pobreza, crescimento e desigualdade como temas interligados. "Crescimento rápido não
deve ser o único objetivo político, porque ignora a distribuição do rendimento e negligencia a
sustentabilidade do crescimento", informa o texto.
O trecho colocado entre aspas indica que se trata de
a) comentário pessoal do autor do texto sobre dados do Relatório.
a) insistência na correção dos dados apresentados pelo Relatório.
c) repetição desnecessária de informação já citada no texto.

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Português – Compreensão Gramatical do Texto – Prof. Carlos Zambeli

d) transcrição exata do que consta no texto do Relatório de 2010.


e) resumo do assunto principal constante do Relatório de 2010.

6. O sonho de voar alimenta o imaginário do homem desde que ele surgiu sobre a Terra. A inveja
dos pássaros e as lendas de homens alados, como Dédalo e Ícaro (considerado o primeiro mártir
da aviação), levaram a um sem-número de experiências, a maioria fatal.
(considerado o primeiro mártir da aviação) Os parênteses isolam
a) citação fiel de outro autor.
b) comentário explicativo.
c) informação repetitiva.
d) retificação necessária.
e) enumeração de fatos.

5. (FCC) Diariamente tomamos decisões (comprar uma gravata, vender um apartamento, demitir
um funcionário, poupar para uma viagem, ter um filho, derrubar ou plantar uma árvore),
ponderando custos e benefícios.
O segmento entre parênteses constitui
a) transcrição de um diálogo, que altera o foco principal do que vem sendo exposto.
b) constatação de situações habituais, com o mesmo valor de mercado, vivenciadas pelas
pessoas.
c) reprodução exata das palavras do jornalista americano citado no texto, referentes à rotina
diária das pessoas.
d) interrupção intencional do desenvolvimento das ideias, para acrescentar informações
alheias ao assunto abordado.
e) sequência explicativa, que enumera as eventuais decisões que podem ser tomadas
diariamente pelas pessoas.

Gabarito: 1. B 2. A 3. C 4. B 5. D 6. B 7. E

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Português

DENOTAÇÃO X CONOTAÇÃO

O signo linguístico (a palavra) é constituído pelo significante – parte perceptível, constituída de


sons – e pelo significado (conteúdo) – a parte inteligível, o conceito. Por isto, numa palavra que
ouvimos, percebemos um conjunto de sons (o significante), que nos faz lembrar um conceito (o
significado).
Denotação: resultado da união entre o significante e o significado, ou entre o plano da
expressão e o plano do conteúdo.
Conotação: resultado do acréscimo de outros significados paralelos ao significado de base da
palavra, isto é, outro plano de conteúdo pode ser combinado com o plano da expressão. Esse
outro plano de conteúdo reveste-se de impressões, valores afetivos e sociais, negativos ou
positivos, reações psíquicas que um signo evoca.
Assim,
Denotação é a significação objetiva da palavra – valor referencial; é a palavra em "estado de
dicionário”
Conotação é a significação subjetiva da palavra; ocorre quando a palavra evoca outras
realidades devido às associações que ela provoca.

DENOTAÇÃO CONOTAÇÃO
palavra com significação restrita palavra com significação ampla
palavra com sentido comum do dicionário palavra cujos sentidos extrapolam o sentido comum
palavra usada de modo automatizado palavra usada de modo criativo
linguagem comum linguagem rica e expressiva

EXEMPLIFICANDO
Para exemplificar esses dois conceitos, eis a palavra cão:
sentido denotativo quando designar o animal mamífero quadrúpede canino;
sentido conotativo quando expressar o desprezo que desperta em nós uma pessoa de mau
caráter ou extremamente servil.
(Othon M.Garcia)

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Um detalhe!
As aspas podem indicar que uma palavra está sendo empregada diferentemente do
seu sentido do dicionário!
Eu sempre “namorei” meus livros!
A “bateria” do meu filho não termina nunca! Esse menino não dorme.

Música “Dois rios”, de Samuel Rosa, Lô Borges e Nando Reis.


“O sol é o pé e a mão
O sol é a mãe e o pai
Dissolve a escuridão
O sol se põe se vai
E após se pôr
O sol renasce no Japão”

1. Assinale o segmento em que NÃO foram usadas palavras em sentido figurado.


a) Lendo o futuro no passado dos políticos.
b) As fontes é que iam beber em seus ouvidos.
c) Eram 75 linhas que jorravam na máquina de escrever com regularidade mecânica.
d) Antes do meio-dia, a tarefa estava pronta.
e) Era capaz de cortar palavras com a elegância de um golpe de florete.

2. Marque a alternativa cuja frase apresenta palavra(s) empregada(s) em sentido conotativo:


a) O homem procura novos caminhos na tentativa de fixar suas raízes.
b) “Mas lá, no ano dois mil, tudo pode acontecer. Hoje, não.”
c) “... os planejadores fizeram dele a meta e o ponto de partida.”
d) “Pode estabelecer regras que conduzam a um viver tranquilo ...”
e) “Evidentemente, (...) as transformações serão mais rápidas.”

Sinônimos X Antônimos

A semântica é a parte da linguística que estuda o significado das palavras, a parte significativa
do discurso. Cada palavra tem seu significado específico, porém podemos estabelecer relações
entre os significados das palavras, assemelhando-as umas às outras ou diferenciando-as
segundo seus significados.

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Português – Conotação e Denotação – Prof. Carlos Zambeli

Sinônimos
Palavras que possuem significados iguais ou semelhantes.

A bruxa prendeu os irmãos.

A feiticeira prendeu os irmãos.

Porém os sinônimos podem ser


•• perfeitos: significado absolutamente igual, o que não é muito frequente.
Ex.: morte = falecimento / idoso = ancião
•• imperfeitos: o significado das palavras é apenas semelhante.
Ex.: belo - formoso/ adorar – amar / fobia - receio

Antônimos
Palavras que possuem significados opostos, contrários. Pode originar-se do acréscimo de
um prefixo de sentido oposto ou negativo.
Exemplos: 
mal X bem
ausência X presença
fraco X forte
claro X escuro
subir X descer
cheio X vazio
possível X impossível
simpático X antipático

3. A palavra que pode substituir, sem prejuízo do sentido, “obviamente”, é


Julgo que os homens que fazem a política externa do Brasil, no Itamaraty, são excessivamente
pragmáticos. Tiveram sempre vida fácil, vêm da elite brasileira e nunca participaram, eles
próprios, em combates contra a ditadura, contra o colonialismo. Obviamente não têm a
sensibilidade de muitos outros países ou diplomatas que conheço.
a) Necessariamente
b) Realmente
c) Justificadamente
d) Evidentemente
e) Comprovadamente

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4. O texto se estrutura a partir de antíteses, ou seja, emprego de palavras ou expressões de sentido
contrário. O par de palavras ou expressões que não apresentam no texto essa propriedade
antitética é
Toda saudade é a presença da ausência
de alguém, de algum lugar, de algo enfim
Súbito o não toma forma de sim
como se a escuridão se pusesse a luzir
Da própria ausência de luz
o clarão se produz,
o sol na solidão.
Toda saudade é um capuz transparente
que veda e ao mesmo tempo traz a visão do que não se pode ver
porque se deixou pra trás
mas que se guardou no coração.
(Gilberto Gil)

a) presença / ausência
b) não / sim
c) ausência de luz / clarão
d) sol / solidão
e) que veda / traz a visão

Gabarito: 1. D 2. A 3. D 4. D

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Português

ELEMENTOS REFERENCIAIS

Estabelecem uma relação de sentido no texto, formando um elo coesivo entre o que está
dentro do texto e fora dele também. À retomada feita para trás dá-se o nome de anáfora e a
referência feita para a frente recebe o nome de catáfora.
Observe:

1. Carlos mora com a tia. Ele faz faculdade de Direito.


Ele – retomada de Carlos = anáfora.

2. Carlos ganhou um cachorro. O cachorro chama-se Lulu.


“Um cachorro”, informação para a frente = “o cachorro” = catáfora.

Mecanismos

1. REPETIÇÃO
“Oito pessoas morreram (cinco passageiros de uma mesma família e dois tripulantes, além
de uma mulher que teve ataque cardíaco) na queda de um avião bimotor Aero Commander,
da empresa J. Caetano, da cidade de Maringá (PR). O avião prefixo PTI-EE caiu sobre quatro
sobrados da Rua Andaquara.”
A palavra AVIÃO foi repetida, principalmente por ele ter sido o veículo envolvido no acidente,
que é a notícia propriamente dita.

2. REPETIÇÃO PARCIAL
“Estavam no avião o empresário Silvio Name Júnior [...] Gabriela Gimenes Ribeiro e o marido
dela, João Izidoro de Andrade. Andrade é conhecido na região como um dos maiores
compradores de cabeças de gado do Sul do país.”
Na retomada de nomes de pessoas, a repetição parcial é o mais comum mecanismo coesivo.
Costuma-se, uma vez citado o nome completo de alguém, repetir somente o seu sobrenome.

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1. A sequência em negrito (globalização do olho da rua. É a globalização do bico. É a globalização
do dane-se.) caracteriza a globalização a partir da desestruturação do mundo do trabalho. Do
ponto de vista dos recursos da linguagem é correto afirmar que, no contexto, ocorre uma
a) gradação, com a suavização das dificuldades.
b) contradição, entre os modos de sobrevivência do desempregado.
c) ênfase, com a intensificação da afirmativa inicial.
d) retificação, pela correção gradual das informações iniciais.

e) exemplificação, pelo relato de situações específicas.

3. ELIPSE
É a omissão de um termo que pode ser facilmente deduzido pelo contexto.
“Três pessoas que estavam nas casas atingidas pelo avião ficaram feridas. Elas não sofreram
ferimentos graves. Apenas escoriações e queimaduras.”
Na verdade, foram omitidos, no trecho sublinhado, o sujeito (As três pessoas) e um verbo
(sofreram): (As três pessoas sofreram apenas escoriações e queimaduras).

2. Aproveitei os feriados da semana passada para curtir algumas releituras que há muito vinha
adiando. [...] Com chuva, o Rio é uma cidade como outra qualquer: não se tem muita coisa a
fazer. [...] O melhor mesmo é aproveitar o tempo ― que de repente fica enorme e custa a passar
― revisitar os primeiros deslumbramentos, buscando no passado um aumento de pressão nas
caldeiras fatigadas que poderão me levar adiante. [...] Leituras antigas, de um tempo em que
estava longe a ideia de um dia escrever um livro. Bem verdade que, às vezes, vinha a tentação
de botar para fora alguma coisa.
I – As expressões “releituras”, “revisitar” e “Leituras antigas” deixam claro que os livros que o
narrador pretende ler já foram obras lidas por ele no passado.
II – Nas expressões “há muito” e “Bem verdade”, pode-se depreender a elipse do substantivo
“tempo” e do verbo flexionado “É”.
III – É possível inferir uma relação de causa e consequência entre as orações conectadas pelos
dois-pontos.
Quais afirmativas estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) I, II e III.

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Português – Elementos Referenciais – Prof. Carlos Zambeli

4. PRONOMES
A função gramatical do pronome é justamente a de substituir ou acompanhar um nome. Ele
pode, ainda, retomar toda uma frase ou toda a ideia contida em um parágrafo ou no texto todo.
“Estavam no avião Márcio Artur Lerro Ribeiro, seus filhos Márcio Rocha Ribeiro Neto e Gabriela
Gimenes Ribeiro; e o marido dela, João Izidoro de Andrade.”

O pronome possessivo seus retoma Márcio Artur Lerro Ribeiro; o pronome pessoal (d)ela
retoma Gabriela Gimenes Ribeiro.

3. “... que lhe permitem que veja a origem de todos os seres e de todas as coisas para que possa
transmiti-las aos ouvintes”.
Em transmiti-las, -las é pronome que substitui
a) a origem de todos os seres.
b) todas as coisas.
c) aos ouvintes.
d) todos os seres.

Pronomes Demonstrativos
ESSE = assunto antecedente.
“A seca é presença marcante no Sul. Esse fenômeno é atribuído a ‘El Niña’.”

ESTE = assunto posterior.


“O problema é este: não há possibilidade de reposição das peças.”

ESTE = antecedente mais próximo


AQUELE = antecedente mais distante
“Jogaram Inter e Grêmio: este perdeu; aquele ganhou.”

4. "Um relatório da Associação Nacional de Jornais revelou que, nos últimos doze meses, foram
registrados no Brasil 31 casos de violação à liberdade de imprensa. Destes, dezesseis são
decorrentes de sentença judicial - em geral, proferida por juízes de primeira instância.”
Nesse segmento do texto, o pronome demonstrativo sublinhado se refere a
a) relatórios.
b) jornais.
c) meses.
d) casos.
e) atentados.

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5. ADVÉRBIOS
Palavras que exprimem circunstâncias, principalmente as de lugar, tempo, modo, causa...
“Em São Paulo, não houve problemas. Lá, os operários não aderiram à greve.”

5. Considere as afirmativas que seguem.


I. O advérbio já, indicativo de tempo, atribui à frase o sentido de mudança.
II. Entende-se pela frase da charge que a população de idosos atingiu um patamar inédito no
país.
III. Observando a imagem, tem-se que a fila de velhinhos esperando um lugar no banco sugere
o aumento de idosos no país.
Está correto o que se afirma em
a) I apenas.
b) II apenas.
c) I e II apenas.
d) II e III apenas.
e) I, II e III.

6. EPÍTETOS
Palavras ou grupos de palavras que, ao mesmo tempo que se referem a um elemento do texto,
qualificam-no.

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Português – Elementos Referenciais – Prof. Carlos Zambeli

“Edson Arantes de Nascimento gostou do desempenho do Brasil. Para o ex-Ministro dos


Esportes, a seleção...”

6. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) é o melhor exemplo de que a reforma do Poder Judiciário
não está estagnada. Dez anos atrás, época em que ainda se discutia a criação do conselho, ao
qual cabia o epíteto “órgão de controle externo do Judiciário”, a existência de um órgão nesses
moldes, para controlar a atuação do Poder Judiciário, gerava polêmica.
O vocábulo “epíteto” introduz uma expressão que qualifica e explica a função do CNJ.
( ) Certo ( ) Errado

7. NOMES DEVERBAIS
São derivados de verbos e retomam a ação expressa por eles. Servem, ainda, como um resumo
dos argumentos já utilizados.
“Uma fila de centenas de veículos paralisou o trânsito da Avenida Assis Brasil, como sinal de
protesto contra o aumento dos impostos. A paralisação foi a maneira encontrada...”

7. Assinale a alternativa cuja frase apresenta uma retomada deverbal.


a) E naquela casinha que eu havia feito, naquela habitação simples, ficava meu reino.
b) Mas como foi o negócio da Fazenda do Taquaral, lugar em que se escondiam os corruptores?
c) Ao comprar o sítio do Mané Labrego, realizou um grande sonho; tal compra redundaria em
sua independência.
d) O que ele quer lá, na fazenda Grota Funda?

Gabarito: 1. C 2. E 3. B 4. D 5. E 6. Certo 7. C

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Mecanismos

PRIORIDADE-RELEVÂNCIA
Ex.: Em primeiro lugar, Antes de mais nada, Primeiramente, Finalmente...

SEMELHANÇA, COMPARAÇÃO, CONFORMIDADE


Ex.: igualmente, da mesma forma, de acordo com, segundo, conforme, tal qual, tanto quanto,
como, assim como...
O PAVÃO
Eu considerei a glória de um pavão ostentando o esplendor de suas cores; é um luxo imperial.
Mas andei lendo livros, e descobri que aquelas cores todas não existem na pena do pavão.
Não há pigmentos. O que há são minúsculas bolhas d’água em que a luz se fragmenta como
em um prisma. O pavão é um arco-íris de plumas. Eu considerei que este é o luxo do grande
artista, atingir o máximo de matizes com um mínimo de elementos. De água e luz ele faz seu
esplendor; seu grande mistério é a simplicidade. Considerei, por fim, que assim é o amor, oh!
minha amada; de tudo que suscita e esplende e estremece e delira em mim existem apenas
meus olhos recebendo a luz de teu olhar. Ele me cobre de glória e me faz magnífico.
Rubem Braga

1. No trecho da crônica de Rubem Braga, os elementos coesivos produzem a textualidade que


sustenta o desenvolvimento de uma determinada temática. Com base nos princípios linguísticos
da coesão e da coerência, pode-se afirmar que
a) na passagem, “Mas andei lendo livros”, o emprego do gerúndio indica uma relação de
proporcionalidade.
b) o pronome demonstrativo “este” (Eu considerei que este é o luxo do grande artista, atingir o
máximo de matizes com um mínimo de elementos.) exemplifica um caso de coesão anafórica,
pois seu referente textual vem expresso no parágrafo seguinte.
c) o articulador temporal “por fim” (Considerei, por fim, que assim é o amor, oh! minha amada)
assinala, no desenvolvimento do texto, a ordem segundo a qual o assunto está sendo abordado.
d) a expressão “Oh! minha amada” é um termo resumitivo que articula a coerência entre a
beleza do pavão e a simplicidade do amor.
e) o pronome pessoal “ele”(existem apenas meus olhos recebendo a luz de teu olhar. Ele me
cobre de glória e me faz magnífico.), na progressão textual, faz uma referência ambígua a
“pavão”.

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Português – Elementos Referenciais – Prof. Carlos Zambeli

2. “Por outro lado, sua eficiência macroeconômica deixa muito a desejar, menos pela incapacidade
das instituições do que pela persistência de incentivos adversos ao crescimento.”
Em “do que pela”, a eliminação de “do” prejudica a correção sintática do período.
( ) Certo ( ) Errado

CONDIÇÃO, HIPÓTESE
Ex.: se, caso, desde que...

ADIÇÃO, CONTINUAÇÃO
Ex.: Além disso, ainda por cima, também, não só...mas também ...

DÚVIDA
Ex.: talvez, provavelmente, possivelmente...

CERTEZA, ÊNFASE
Ex.: certamente, inquestionavelmente, sem dúvida, inegavelmente, com certeza...

FINALIDADE
Ex.: a fim de, com o propósito de, para que...

3. Em ...fruto não só do novo acesso da população ao automóvel, mas também da necessidade


de maior número de viagens..., os termos em destaque estabelecem relação de
a) explicação.
b) oposição.
c) alternância.
d) conclusão.
e) adição.

4. O trecho em que a preposição em negrito introduz a mesma noção da preposição destacada


em “Na luta para melhorar” é
a) O jogador com o boné correu.
b) A equipe de que falo é aquela.
c) A busca por recordes move o atleta.
d) A atitude do diretor foi contra a comissão.
e) Ele andou até a casa do treinador.

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ESCLARECIMENTO
Ex.: por exemplo, isto é, quer dizer...

RESUMO, CONCLUSÃO
Ex.: em suma, em síntese, enfim, portanto, dessa forma, dessa maneira, logo, então...

CAUSA, CONSEQUÊNCIA, EXPLICAÇÃO


Ex.: por conseguinte, por isso, por causa de, em virtude de, assim, porque, pois, já que, uma vez
que, visto que, de tal forma que...

CONTRASTE, OPOSIÇÃO, RESTRIÇÃO, RESSALVA


Ex.: pelo contrário, salvo, exceto, mas, contudo, todavia, entretanto, no entanto, embora,
apesar de, ainda que, mesmo que, se bem que...

5. “Machado pode ser considerado, no contexto histórico em que surgiu, um espanto e um


milagre, mas o que me encanta de forma mais particular é o fato de que ele estava, o tempo
todo, pregando peças nos leitores e nele mesmo.”
Foi assim que o mais importante crítico literário do mundo, o norte-americano Harold Bloom,
77, classificou Machado de Assis quando elencou, em Gênio — Os 100 Autores Mais Criativos
da História da Literatura, os melhores escritores do mundo segundo seus critérios e gosto
particular.
No segundo parágrafo do texto, a conjunção portanto poderia substituir o termo “assim”, sem
prejuízo para a coesão e a coerência textuais.
( ) Certo ( ) Errado

6. Mariza saiu de casa atrasada e perdeu o ônibus. As duas orações do período estão unidas pela
palavra “e”, que, além de indicar adição, introduz a ideia de
a) Oposição.
b) Condição.
c) Consequência.
d) Comparação.
e) União.

7. “A ação da polícia ocorre em um ambiente de incertezas, ou seja, o policial, quando sai para a
rua, não sabe o que vai encontrar diretamente;”.
A expressão sublinhada indica a presença de uma

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Português – Elementos Referenciais – Prof. Carlos Zambeli

a) retificação.
b) conclusão.
c) oposição.
d) explicação.
e) enumeração.

8. No anúncio publicitário, a substituição do elemento coesivo “para” pelo elemento coesivo


“porque” evidencia

a) a importância da liberdade como causa e não como finalidade.


b) a concepção de que a liberdade aumenta à proporção que lutamos por ela.
c) uma reflexão sobre a busca de liberdade como a principal finalidade da vida.
d) a liberdade como uma consequência de uma ação planejada com fins definidos.
e) a necessidade de compreender a liberdade como uma consequência de objetivos claros

Gabarito: 1. C 2. Errado 3. E 4. C 5. Errado 6. C 7. D 8. A

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Português

POLISSEMIA E FIGURAS DE LINGUAGEM

Polissemia

Polissemia significa (poli = muitos; semia = significado) “muitos sentidos”. Contudo, assim que
se insere no contexto, a palavra perde seu caráter polissêmico e assume significado específico,
isto é, significado contextual.
Os vários significados de uma palavra, em geral, têm um traço em comum. A cada um deles dá-
se o nome de acepção.
•• A cabeça une-se ao tronco pelo pescoço.

•• Ele é o cabeça da rebelião.

•• Edgar Abreu tem boa cabeça.

Contexto!
O contexto determina a acepção de dada palavra polissêmica. Palavras como “flor”, “cabeça”,
“linha”, “ponto”, “pena”, entre outras, assumem, em variados contextos, novas acepções.

CONTEXTO ACEPÇÃO
Adoro flor vermelha! parte de uma planta
“Última flor do Lácio” descendente
Vagava à flor da água. superfície
Ela é uma flor de pessoa. amável
Ele não é flor que se cheire. indigno, falso
Está na flor da idade. juventude

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1. O efeito de sentido da charge é provocado pela combinação de informações visuais e recursos
linguísticos. No contexto da ilustração, a frase proferida recorre à
a) polissemia, ou seja, aos múltiplos sentidos da expressão “rede social” para transmitir a
ideia que pretende veicular.
b) ironia para conferir um novo significado ao termo “outra coisa”.
c) homonímia para opor, a partir do advérbio de lugar, o espaço da população pobre e o
espaço da população rica.
d) personificação para opor o mundo real pobre ao mundo virtual rico.
e) antonímia para comparar a rede mundial de computadores com a rede caseira de descanso
da família.

Exemplos:
•• Edgar ocupa um alto posto na Casa. = cargo

•• Abasteci o carro no posto da estrada. = posto de gasolina.

•• Os eventos eram de graça. = gratuitos

•• Aquela mulher era uma graça. = beleza.

•• Os fiéis agradecem a graça recebida. = auxílio divino

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Português – Polissemia e Figuras de Linguagem – Prof. Carlos Zambeli

Figuras De Linguagem

São recursos que tornam mais expressivas as mensagens. Subdividem-se em


•• figuras de som,
•• figuras de construção,
•• figuras de pensamento,
•• figuras de palavras.

Algumas Figuras de

Som
Aliteração: consiste na repetição ordenada de mesmos sons consonantais.
•• “Esperando, parada, pregada na pedra do porto.”

•• “Que o teu afeto me afetou é fato agora faça-me um favor...”

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Onomatópéia: consiste na reprodução de um som ou ruído natural.
•• “Não se ouvia mais que o plic-plic-plic da agulha no pano.” (Machado de Assis)

Construção
Elipse: consiste na omissão de um termo facilmente identificável pelo contexto.
•• “Em nossa vida, apenas desencontros.”

•• No curso, aprovações e mais aprovações!

Zeugma: consiste na elipse de um termo que já apareceu antes.


•• Ele prefere cinema; eu, teatro. (omissão de prefiro)

Pleonasmo: consiste numa redundância cuja finalidade é reforçar a mensagem.


•• “E rir meu riso e derramar meu pranto.”

•• O resultado da eleição, é importante anunciá-lo logo.

O pleonasmo vicioso – ao contrário do literário – é indesejável.


•• hemorragia de sangue.

2. Pleonasmo é uma figura de linguagem que tem como marca a repetição de palavras ou de
expressões, aparentemente desnecessárias, para enfatizar uma ideia. No entanto, alguns
pleonasmos são considerados “vícios de linguagem” por informarem uma obviedade e não
desempenharem função expressiva no enunciado. Considerando essa afirmação, assinale a
alternativa em que há exemplo de pleonasmo vicioso.
a) “E então abriu a torneira: a água espalhou-se”
b) “O jeito era ir comprar um pão na padaria.”
c) “Matá-la, não ia; não, não faria isso.”
d) “Traíra é duro de morrer, nunca vi um peixe assim.”
e) “Tirou para fora os outros peixes: lambaris, chorões, piaus...”

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Pensamento
Antítese: consiste na  aproximação de termos contrários, de palavras que se opõem pelo
sentido.
“Nasce o Sol, e não dura mais que um dia
Depois da Luz se segue à noite escura
Em tristes sombras morre a formosura
Em contínuas tristezas, a alegria.”

•• “Já estou cheio de me sentir vazio.” (Renato Russo)

Ironia: apresenta um termo em sentido oposto ao usual; efeito crítico ou humorístico.


•• “A excelente dona Inácia era mestra na arte de judiar crianças”.

3. No trecho "...dão um jeito de mudar o mínimo para continuar mandando o máximo", a figura
de linguagem presente é chamada
a) Metáfora.
b) Hipérbole.
c) Hipérbato.
d) Anáfora.
e) Antítese.

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Hipérbato: inversão ou deslocamento de palavras ou orações dentro de um período.
"Ouviram do Ipiranga as margens plácidas

De um povo heroico o brado retumbante."

Anáfora: repetição de uma ou mais palavras no início de frases ou versos consecutivos.


“Tende piedade, Senhor, de todas mulheres
Quem ninguém mais merece tanto amor
Que ninguém mais deseja tanto a poesia
Que ninguém mais precisa de tanta alegria.”
(Vinícius de Moraes)

Eufemismo: consiste na tentativa de suavizar expressão grosseira ou desagradável.


•• “Quando a indesejada das gentes chegar” (morte).”

•• “O problema não é você, sou eu.”

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Português – Polissemia e Figuras de Linguagem – Prof. Carlos Zambeli

Hipérbole: consiste em exagerar uma ideia com finalidade enfática.


•• “Pela lente do amor/Vejo tudo crescer/Vejo a vida mil vezes melhor”. (Gilberto Gil)

•• “Roseana Sarney (PMDB) aproveitou ontem o clima de campanha, na posse do secretariado,


para anunciar um mar de promessas.”

Prosopopeia ou personificação: consiste em atribuir a seres inanimados qualidades ou


características que são próprias de seres animados.

Em um belo céu de anil,


os urubus, fazendo ronda,
discutem, em mesa redonda,
os destinos do Brasil.

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Palavras
Metáfora: A metáfora implica, pois, uma comparação em que o conectivo comparativo fica
subentendido.
“Meninas são bruxas e fadas,
Palhaço é um homem todo pintado de piadas!
Céu azul é o telhado do mundo inteiro,
Sonho é uma coisa que fica dentro do meu travesseiro!”
(Teatro Mágico)

Catacrese: Na falta de um termo específico para designar conceito ou objeto, toma-se outro
por empréstimo. Devido ao uso contínuo, não mais se percebe que ele está sendo empregado
em sentido figurado.
•• O pé da mesa estava quebrado.

•• Não deixe de colocar dois dentes de alho na comida.

•• Quando embarquei no avião, fui dominado pelo o medo.

•• A cabeça do prego está torta.

Gabarito: 1. A 2. E 3. E

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Português

TIPOLOGIA TEXTUAL

O que é isso?
É a forma como um texto se apresenta. As tipologias existentes são: narração, descrição,
dissertação, exposição, argumentação, informação e injunção.

Narração
Modalidade na qual se contam um ou mais fatos – fictício ou não - que ocorreram em
determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Há uma relação de anterioridade
e posterioridade. O tempo verbal predominante é o passado.
Exemplo:
COMPRAR REVISTA
Parou, hesitante; em frente à banca de jornais. Examinou as capas das revistas, uma por uma.
Tirou do bolso o recorte, consultou-o. Não, não estava incluída na relação de títulos, levantada
por ordem alfabética. Mas quem sabe havia relação suplementar, feita na véspera? Na dúvida,
achou conveniente estudar a cara do jornaleiro. Era a mesma de sempre. Mas a talvez ocultasse
alguma coisa, sob a aparência habitual. O jornaleiro olhou para ele, sem transmitir informação
especial no olhar, além do reconhecimento do freguês. Peço? Perguntou a si mesmo. Ou é
melhor sondar a barra?”
Carlos Drummond de Andrade

A primeira vez que vi o mar eu não estava sozinho. Estava no meio de um bando enorme de
meninos. Nós tínhamos viajado para ver o mar. No meio de nós havia apenas um menino que
já o tinha visto. Ele nos contava que havia três espécies de mar: o mar mesmo, a maré, que é
menor que o mar, e a marola, que é menor que a maré. Logo a gente fazia ideia de um lago
enorme e duas lagoas. Mas o menino explicava que não. O mar entrava pela maré e a maré
entrava pela marola. A marola vinha e voltava. A maré enchia e vazava. O mar às vezes tinha
espuma e às vezes não tinha. Isso perturbava ainda mais a imagem. Três lagoas mexendo,
esvaziando e enchendo, com uns rios no meio, às vezes uma porção de espumas, tudo isso
muito salgado, azul, com ventos.
Fomos ver o mar. Era de manhã, fazia sol. De repente houve um grito: o mar! Era qualquer
coisa de largo, de inesperado. Estava bem verde perto da terra, e mais longe estava azul. Nós
todos gritamos, numa gritaria infernal, e saímos correndo para o lado do mar. As ondas batiam
nas pedras e jogavam espuma que brilhava ao sol. Ondas grandes, cheias, que explodiam com
barulho. Ficamos ali parados, com a respiração apressada, vendo o mar...
(Fragmento de crônica de Rubem Braga, Mar, Santos, julho, 1938)

www.acasadoconcurseiro.com.br 121
1. O texto é construído por meio de
a) perfeito encadeamento entre os dois parágrafos: as explicações sobre o mar, no primeiro,
harmonizam-se com sua visão extasiada, no segundo.
b) violenta ruptura entre os dois parágrafos: o primeiro alonga-se em explicações sobre o mar
que não têm qualquer relação com o que é narrado no segundo.
c) procedimentos narrativos diversos correspondentes aos dois parágrafos: no primeiro, o
narrador é o autor da crônica; no segundo, ele dá voz ao menino que já vira o mar.
d) contraste entre os dois parágrafos: as frustradas explicações sobre o mar para quem nunca
o vira, no primeiro, são seguidas pela arrebatada visão do mar, no segundo.
e) inversão entre a ordem dos acontecimentos em relação aos dois parágrafos: o que é
narrado no primeiro só teria ocorrido depois do que se narra no segundo.

Descrição

É a modalidade na qual se apontam as características que compõem determinado objeto,


pessoa, ambiente ou paisagem. A classe de palavras mais utilizada nessa produção é o adjetivo.
Exemplos:
“Sua estatura era alta, e seu corpo, esbelto. A pele morena refletia o sol dos trópicos. Os olhos
negros e amendoados espalhavam a luz interior de sua alegria de viver e jovialidade. Os traços
bem desenhados compunham uma fisionomia calma, que mais parecia uma pintura.”

Quase todo mundo conhece os riscos de se ter os documentos usados de forma indevida por
outra pessoa, depois de tê-los perdido ou de ter sido vítima de assalto. Mas um sistema que
começou a ser implantado na Bahia pode resolver o problema em todo o país. A tecnologia
usada atualmente para a emissão de carteiras de identidade na Bahia pode evitar esse tipo de
transtorno. A foto digital, impressa no documento, dificulta adulterações. A principal novidade
do sistema é o envio imediato das impressões digitais, por computador, para o banco de dados
da Polícia Federal em Brasília. Dessa forma, elas podem ser comparadas com as de outros
brasileiros e estrangeiros cadastrados. Se tudo estiver em ordem, o documento é entregue em
cinco dias. Ao ser retirada a carteira, as digitais são conferidas novamente.
Internet: <www.g1.globo.com> (com adaptações).

2. O texto, predominantemente descritivo, apresenta detalhes do funcionamento do sistema de


identificação que deve ser implantado em todo o Brasil.
( ) Certo ( ) Errado

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Português – Tipologia Textual – Prof. Carlos Zambeli

Dissertação

A dissertação é um texto que analisa, interpreta, explica e avalia dados da realidade. Esse tipo
textual requer um pouco de reflexão, pois as opiniões sobre os fatos e a postura crítica em
relação ao que se discute têm grande importância.
O texto dissertativo é temático, pois trata de análises e interpretações; o tempo explorado é
o presente no seu valor atemporal; é constituído por uma introdução onde o assunto a ser
discutido é apresentado, seguido por uma argumentação que caracteriza o ponto de vista do
autor sobre o assunto em evidência e, por último, sua conclusão.

Redes sociais: o uso exige cautela


Uma característica inerente às sociedades humanas é sempre buscar novas maneiras de se
comunicar: cartas, telegramas e telefonemas são apenas alguns dos vários exemplos de meios
comunicativos que o homem desenvolveu com base nessa perspectiva. E, atualmente, o mais
recente e talvez o mais fascinante desses meios, são as redes virtuais, consagradas pelo uso,
que se tornam cada vez mais comuns...

Exposição

Apresenta informações sobre assuntos, expõe ideias, explica e avalia e reflete Não faz defesa
de uma ideia, pois tal procedimento é característico do texto dissertativo. O texto expositivo
apenas revela ideias sobre um determinado assunto. Por meio da mescla entre texto expositivo
e narrativo, obtém-se o que conhecemos por relato.
Ex.: aula, relato de experiências, etc.

Em todo o continente americano, a colonização europeia teve efeito devastador. Atingidos pelas
armas, e mais ainda pelas epidemias e por políticas de sujeição e transformação que afetavam
os mínimos aspectos de suas vidas, os povos indígenas trataram de criar sentido em meio à
devastação. Nas primeiras décadas do século XVII, índios norte-americanos comparavam a uma
demolição aquilo que os missionários jesuítas viam como “transformação de suas vidas pagãs e
bárbaras em uma vida civilizada e cristã.”

Argumentação

Modalidade na qual se expõem ideias gerais, seguidas da apresentação de argumentos que


as defendam e comprovem, persuadam o leitor, convencendo-o de aceitar uma ideia imposta
pelo texto. É o tipo textual mais presente em manifestos e cartas abertas, e quando também
mostra fatos para embasar a argumentação, se torna um texto dissertativo-argumentativo.

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“Perguntamo-nos qual é o valor da vida humana.Alguns setores da sociedade acreditam que
a vida do criminoso não tem o mesmo valor da vida das pessoas honestas. O problema é que
o criminoso pensa do mesmo modo: se a vida dele não vale nada, por que a vida do dono da
carteira deve ter algum valor? Se provavelmente estará morto antes dos trinta anos de idade
(como várias pesquisas comprovam), por que se preocupar em não matar o proprietário do
automóvel que ele vai roubar?”
Andréa Buoro et al. Violência urbana – dilemas e desafios. São Paulo: Atual, 1999, p. 26 (com
adaptações).

O riso é tão universal como a seriedade; ele abarca a totalidade do universo, toda a sociedade,
a história, a concepção de mundo. É uma verdade que se diz sobre o mundo, que se estende a
todas as coisas e à qual nada escapa. É, de alguma maneira, o aspecto festivo do mundo inteiro,
em todos os seus níveis, uma espécie de segunda revelação do mundo.

3. Embora o texto seja essencialmente argumentativo, seu autor se vale de estruturas narrativas
para reforçar suas opiniões.
( ) Certo ( ) Errado

Informação
O texto informativo corresponde aquelas manifestações textuais cujo emissor (escritor) expõe
brevemente um tema, fatos ou circunstâncias a um receptor (leitor). Em outras palavras,
representam as produções textuais objetivas, normalmente em prosa, com linguagem clara e
direta (linguagem denotativa), que tem como objetivo principal transmitir informação sobre
algo, isento de duplas interpretações.
Assim, os textos informativos, diferente dos poéticos ou literários (que utilizam da linguagem
conotativa), servem para conhecer de maneira breve informações sobre determinado tema,
apresentando dados e referências, sem interferência de subjetividade, desde sentimentos,
sensações, apreciações do autor ou opiniões. O autor dos textos informativos é um transmissor
que se preocupa em relatar informações da maneira mais objetiva e verossímil.

Injuntivo/Instrucional
Indica como realizar uma ação. Também é utilizado para predizer acontecimentos e
comportamentos. Utiliza linguagem objetiva e simples. Os verbos são, na sua maioria,
empregados no modo imperativo, porém nota-se também o uso do infinitivo e o uso do futuro
do presente do modo indicativo.
Ex.: Previsões do tempo, receitas culinárias, manuais, leis, bula de remédio, convenções, regras
e eventos.

Gabarito: 1. D 2. E 3. E

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Português
Aula XX

GÊNERO TEXTUAL

É o nome que se dá às diferentes formas de linguagem empregadas nos textos. Estas formas
podem ser mais formais ou mais informais, e até se mesclarem em um mesmo texto, porém
este será nomeado com o gênero que prevalecer!
Os gêneros textuais estão intimamente ligados à nossa situação cotidiana. Eles existem como
mecanismo de organização das atividades sociocomunicativas do dia a dia. Sendo assim,
gêneros textuais são tipos especificos de textos de qualquer natureza, literários ou não-
literários, cujas modalidades discursivas são como formas de organizar a linguagem.

Editorial

É um tipo de texto utilizado na imprensa, especialmente em jornais e revistas, que tem por
objetivo informar, mas sem obrigação de ser neutro, indiferente.
A objetividade e imparcialidade não são características dessa tipologia textual, já que o redator
demonstra a opinião do jornal sobre o assunto narrado.
Os acontecimentos são relatados sob a subjetividade do repórter, de maneira que evidencie
a posição da empresa que está por trás do canal de comunicação, pois os editoriais não são
assinados por ninguém.
Assim, podemos dizer que o editorial é um texto mais opinativo do que informativo.
Ele possui um fato e uma opinião. O fato informa o que aconteceu e a opinião transmite a
interpretação do que aconteceu.

O alto preço do etanol


A imagem de modernidade e inovação que o Brasil projetou internacionalmente em razão do
uso combustível do etanol é incompatível com as condições desumanas a que são submetidos
de modo geral os cortadores de cana, que têm uma vida útil de trabalho comparável à dos
escravos, como indica pesquisa da Unesp divulgada hoje pela Folha.[...]
Folha de São Paulo

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1. O título do texto refere-se
a) ao reflexo do custo da terceirização da colheita da cana no preço do etanol.
b) aos problemas ambientais resultantes da expansão da cultura de cana.
c) aos preços não competitivos do etanol brasileiro no mercado internacional.
d) às precárias condições de trabalho dos trabalhadores rurais na colheita da cana.
e) ao aumento dos lucros obtidos pelos empresários que investem na produção da cana.

2. Podemos citar como características do editorial


a) Imparcialidade na informação;
b) Excesso de narração;
c) Objetividade na informação
d) Dissertativo, crítico e informativo no desenvolvimento do texto
e) poético, rítmico e emocional.

Artigos

São os mais comuns. São textos autorais – assinados –, cuja opinião é de inteira responsabilidade
de quem o escreveu. Seu objetivo é o de persuadir o leitor.
É um texto dissertativo que apresenta argumentos sobre o assunto abordado, portanto, o
escritor além de expor seu ponto de vista, deve sustentá-lo através de informações coerentes e
admissíveis.

3. Leia o texto e considere as afirmações.


“Antes de mais nada, acho que querer ser milionário não é um bom objetivo na vida. Meu único
conselho é: ache aquilo que você realmente ama fazer. Exerça atividade pela qual você tem
paixão. É dessa forma que temos as melhores chances de sucesso. Se você faz algo de que não
gosta, dificilmente será bom. Não há sentido em ter uma profissão somente pelo dinheiro.”
DELL, Michael. O Mago do Computador. In: Veja

I – Depreende-se, pela leitura do texto, que querer ser milionário é ruim, pois esse desejo
impossibilita o homem de amar o trabalho.
II – Para o autor, as chances de sucesso em uma profissão dependem da paixão com que ela é
exercida.
III – É consenso atribuir-se o sucesso à paixão pela atividade que se realiza.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e III.
e) Apenas II e III.

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Português – Gêneros Textuais – Prof. Carlos Zambeli

Notícias

Podemos perfeitamente identificar características narrativas, o fato ocorrido que se deu


em um determinado momento e em um determinado lugar, envolvendo determinadas
personagens. Características do lugar, bem como dos personagens envolvidos são, muitas
vezes, minuciosamente descritos. São autorais, apesar de nem sempre serem assinadas. Seu
objetivo é tão somente o de informar, não o de convencer.

Obra-prima de Leonardo da Vinci e uma das mais admiradas telas jamais pintadas, devido, em
parte, ao sorriso enigmático da moça retratada, a “Mona Lisa” está se deteriorando. O grito de
alarme foi dado pelo Museu do Louvre, em Paris, que anunciou que o quadro passará por uma
detalhada avaliação técnica com o objetivo de determinar o porquê do estrago. O fino suporte
de madeira sobre o qual o retrato foi pintado sofreu uma deformação desde que especialistas
em conservação examinaram a pintura pela última vez, diz o Museu do Louvre numa declaração
por escrito.
Fonte: http://www.italiaoggi.com.br (acessado em 13/11/07)

Crônica
Fotografia do cotidiano, realizada por olhos particulares. Geralmente, o cronista apropria-se de
um fato atual do cotidiano, para, posteriormente, tecer críticas ao status quo, baseadas quase
exclusivamente em seu ponto de vista. A linguagem desse tipo de texto é predominantemente
coloquial.

Características da crônica
•• Narração curta;
•• Descreve fatos da vida cotidiana;
•• Pode ter caráter humorístico, crítico, satírico e/ou irônico;
•• Possui personagens comuns;
•• Segue um tempo cronológico determinado;
•• Uso da oralidade na escrita e do coloquialismo na fala das personagens;
•• Linguagem simples.

Dia desses resolvi fazer um teste proposto por um site da internet. O nome do teste era
tentador: “O que Freud diria de você”. Uau. Respondi a todas as perguntas e o resultado foi o
seguinte: “Os acontecimentos da sua infância a marcaram até os doze anos, depois disso você
buscou conhecimento intelectual para seu amadurecimento”. Perfeito! Foi exatamente o que
aconteceu comigo. Fiquei radiante: eu havia realizado uma consulta paranormal com o pai da
psicanálise, e ele acertou na mosca.
MEDEIROS, M. Doidas e Santas. Porto Alegre, 2008 (adaptado).

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4. Quanto às influências que a internet pode exercer sobre os usuários, a autora expressa uma
reação irônica no trecho “Fiquei radiante: eu havia realizado uma consulta paranormal com o
pai da psicanálise”.
( ) Certo ( ) Errado

Ensaio
É um texto literário breve, situado entre o poético e o didático, expondo ideias, críticas e
reflexões éticas e filosóficas a respeito de certo tema. É menos formal. Consiste também
na defesa de um ponto de vista pessoal e subjetivo sobre um tema (humanístico, filosófico,
político, social, cultural, moral, comportamental, literário, religioso, etc.), sem que se paute em
formalidades.
O ensaio assume a forma livre e assistemática sem um estilo definido. Por essa razão, um
filósofo espanhol o definiu como "a ciência sem prova explícita".

“Entre os primatas, o aumento da densidade populacional não conduz necessariamente


à violência desenfreada. Diante da redução do espaço físico, criamos leis mais fortes para
controlar os impulsos individuais e impedir a barbárie. Tal estratégia de sobrevivência tem
lógica evolucionista: descendemos de ancestrais que tiveram sucesso na defesa da integridade
de seus grupos; os incapazes de fazê-lo não deixaram descendentes. Definitivamente, não
somos como os ratos.”
Dráuzio Varella.

5. Como a escolha de estruturas gramaticais pode evidenciar informações pressupostas e


significações implícitas, o emprego da forma verbal em primeira pessoa — “criamos” — autoriza
a inferência de que os seres humanos pertencem à ordem dos primatas.
( ) Certo ( ) Errado

Texto Literário
É uma construção textual de acordo com as normas da literatura, com objetivos e
características próprias, como linguagem elaborada de forma a causar emoções no leitor. Uma
das características distintivas dos textos literário é a sua função poética, em que é possível
constatar ritmo e musicalidade, organização específica das palavras e um elevado nível de
criatividade.

Madrugada na aldeia
Madrugada na aldeia nervosa, com as glicínias escorrendo orvalho, os figos prateados de
orvalho, as uvas multiplicadas em orvalho, as últimas uvas miraculosas.
O silêncio está sentado pelos corredores, encostado às paredes grossas, de sentinela.
E em cada quarto os cobertores peludos envolvem o sono: poderosos animais benfazejos,
encarnados e negros.

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Português – Gêneros Textuais – Prof. Carlos Zambeli

Antes que um sol luarento dissolva as frias vidraças, e o calor da cozinha perfume a casa
com lembrança das árvores ardendo, a velhinha do leite de cabra desce as pedras da rua
antiquíssima, antiquíssima, e o pescador oferece aos recém-acordados os translúcidos peixes,
que ainda se movem, procurando o rio.
(Cecília Meireles. Mar absoluto, in Poesia completa.

6. Considere as afirmativas seguintes:


I – O assunto do poema reflete simplicidade de vida, coerentemente com o título.
II – Predominam nos versos elementos descritivos da realidade.
III – Há no poema clara oposição entre o frio silencioso da madrugada e o sol que surge e traz o
calor do dia.
Está correto o que consta em
a) I, II e III.
b) I, apenas.
c) III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I e II, apenas.

Peça Publicitária

Modo específico de apresentar informação sobre produto, marca, empresa, ideia ou política,
visando a influenciar a atitude de uma audiência em relação a uma causa, posição ou atuação.
A propaganda comercial é chamada, também, de publicidade. Ao contrário da busca de
imparcialidade na comunicação, a propaganda apresenta informações com o objetivo principal
de influenciar o leitor ou ouvinte. Para tal, frequentemente, apresenta os fatos seletivamente
(possibilitando a mentira por omissão) para encorajar determinadas conclusões, ou usa
mensagens exageradas para produzir uma resposta emocional e não racional à informação
apresentada Costuma ser estruturado por meio de frases curtas e em ordem direta, utilizando
elementos não verbais para reforçar a mensagem.

7. O anúncio publicitário a seguir é uma campanha de um adoçante, que tem como seu slogan a
frase “Mude sua embalagem”.
A palavra “embalagem”, presente no slogan da campanha, é altamente expressiva e substitui a
palavra
a) vida.
b) corpo.
c) jeito.
d) história.
e) postura.

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Piada

Dito ou pequena história espirituosa e/ou engraçada.

8. “Dois amigos conversam quando passa uma mulher e cumprimenta um deles, que fala:
Eu devo muito a essa mulher...
Por quê? Ela é sua protetora?
Não, ela é a costureira da minha esposa.”
Na piada acima, o efeito de humor
a) deve-se, principalmente, à situação constrangedora em que ficou um dos amigos quando a
mulher o cumprimentou.
b) constrói-se pela resposta inesperada de um dos amigos, revelando que não havia entendido
o teor da pergunta do outro.
c) é provocado pela associação entre uma mulher e minha esposa, sugerindo ilegítimo
relacionamento amoroso.
d) firma-se no aproveitamento de distintos sentidos de uma mesma expressão linguística,
devo muito.
e) é produzido prioritariamente pela pergunta do amigo, em que se nota o emprego malicioso
da expressão sua protetora.

Gráficos e Tabelas

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Português – Gêneros Textuais – Prof. Carlos Zambeli

9. Analisando as informações contidas no gráfico, é correto afirmar que


a) a taxa de analfabetismo entre as pessoas de 15 anos ou mais manteve-se a mesma em
todas as regiões do país desde 2000.
b) o número de analfabetos entre as pessoas de 15 anos ou mais diminuiu entre a população
brasileira em geral nas últimas décadas.
c) a região Centro-oeste é a que vem apresentando, nos últimos vinte anos, o menor número
de analfabetos entre as pessoas de 15 anos ou mais.
d) em comparação com o ano de 1991, pode-se dizer que, no Nordeste, em 2010, o número
de analfabetos entre as pessoas de 15 anos ou mais aumentou.

Charge
É um estilo de ilustração que tem por finalidade satirizar algum acontecimento atual com
uma ou mais personagens envolvidas. A palavra é de origem francesa e significa carga, ou
seja, exagera traços do caráter de alguém ou de algo para torná-lo burlesco. Apesar de ser
confundida com cartum, é considerada totalmente diferente: ao contrário da charge, que tece
uma crítica contundente, o cartum retrata situações mais corriqueiras da sociedade. Mais do
que um simples desenho, a charge é uma crítica político-social mediante o artista expressa
graficamente sua visão sobre determinadas situações cotidianas por meio do humor e da sátira.

10. A relação entre o conjunto da charge e a frase “Brasil tem 25 milhões de telefones celulares”
fica clara porque a imagem e a fala do personagem sugerem o(a)
a) sentimento de vigilância permanente.
b) aperfeiçoamento dos aparelhos celulares.
c) inadequação do uso do telefone.
d) popularização do acesso à telefonia móvel.
e) facilidade de comunicação entre as pessoas.

www.acasadoconcurseiro.com.br 131
QUADRINHOS

Hipergênero, que agrega diferentes outros gêneros, cada um com suas peculiaridades.

11. A mãe identifica no discurso do menino


a) contradição
b) crueldade
c) tristeza
d) generosidade
e) acerto

Gabarito: 1. D 2. D 3. B 4. C 5. C 6. E 7. B 8. D 9. B 10. D 11. A

132 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português

CONFRONTO E RECONHECIMENTO DE FRASES CORRETAS E INCORRETAS

Análise de períodos considerando-se:


•• Coesão
•• Coerência
•• Clareza
•• Correção

Coesão
A coesão textual refere-se à microestrutura de um texto. Ela ocorre por meio de relações
semânticas e gramaticais.
No caso de textos que utilizam linguagem verbal e não verbal (publicidade, por exemplo), a
coesão ocorre também por meio da utilização de
•• cores
•• formas geométricas
•• fontes
•• logomarcas
•• etc

Nessa peça, a Jovem Pan busca vender sua cobertura da Copa do


Mundo de futebol, mas em nenhum momento usa essa palavra.
Contudo, os elementos coesivos remetem a esse esporte.

Moldura = bolas
de futebol

Cantos =
local de
escanteio +
bola

Fontes ≈ ideograma oriental Vermelho = alusão ao Oriente

www.acasadoconcurseiro.com.br 133
O pai e seu filhinho de 5 anos caminham por uma calçada.
Repentinamente, o garoto vê uma sorveteria e fala:
– Pai, eu já sarei do resfriado, né?
– Você não vai tomar sorvete! – responde o pai.

A resposta do pai não corresponde coesivamente à pergunta do filho, mas nem por isso é
incoerente. Depreende-se que o pai conhecia o objetivo do filho.

Anáfora
Retoma algo que já foi dito antes!
Edgar é um excelente professor. Ele trabalha aqui na Casa do Concurseiro, ensinando
Conhecimentos Bancários. Essa matéria é muito relevante para concursos nacionais.

Catáfora
O termo ou expressão que faz referência a um termo subsequente, estabelecendo com ele uma
relação não autônoma, portanto, dependente. 
A Tereza olhou-o e disse: – Edgar, você está cansado?

Coerência

Na situação comunicativa, é o que dá sentido ao texto.

Fatores de Coerência
•• encadeamento
•• conhecimento da linguagem utilizada
•• equilíbrio entre o número de informações novas e a reiteração delas
•• possibilidade de inferência
•• aceitabilidade
•• intertextualidade

134 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Confronto e Reconhecimento de Frases Corretas e Incorretas – Prof. Carlos Zambeli

http://www.wbrasil.com.br/wcampanhas/index.asp – Acesso em 22 nda agosto de 2005 – uso didático da peça

Fonte: http://www.meioemensagem.com.br/projmmdir/home_portfolio.jsp - Acesso em 17 de setembro de 2005


- uso didático da peça.

www.acasadoconcurseiro.com.br 135
É fácil de notar se quando falta coerência a um texto.

“Havia um menino muito magro que vendia amendoins numa esquina de uma das avenidas de
São Paulo. Ele era tão fraquinho, que mal podia carregar a cesta em que estavam os pacotinhos
de amendoim. Um dia, na esquina em que ficava, um motorista, que vinha em alta velocidade,
perdeu a direção. O carro capotou e ficou de rodas para o ar. O menino não pensou duas vezes.
Correu para o carro e tirou de lá o motorista, que era um homem corpulento. Carregou o até a
calçada, parou um carro e levou o homem para o hospital. Assim, salvou lhe a vida.”
(Platão & Fiorin)

Vícios De Linguagem

São palavras ou construções que deturpam, desvirtuam, ou dificultam a manifestação do


pensamento, seja pelo desconhecimento das normas cultas, seja pelo descuido do emissor.

BARBARISMO
Desvio na grafia, na pronúncia ou na flexão de uma palavra. Divide-se em
Cacografia – má grafia ou má flexão de uma palavra: flexa – em vez de flecha / deteu – em vez
de deteve.
Cacoépia – erro de pronúncia: marvado – em vez de malvado.
Silabada – erro de pronúncia quanto à acentuação tônica das palavras: púdico – em vez de
pudico / rúbrica – em vez de rubrica.
Estrangeirismo – emprego desnecessário de palavras estrangeiras, quando elas já foram
aportuguesadas: stress – em vez de estresse.

SOLECISMO
É qualquer erro de sintaxe. Pode ser
•• de concordância: Haviam muitos erros – em vez de Havia ...
•• de regência: Assistimos o filme – em vez de Assistimos ao filme.
•• de colocação: Escreverei-te logo – em vez de Escrever-te-ei...

AMBIGUIDADE OU ANFIBOLOGIA
Duplo sentido que ocorre em função da má construção da frase:
Carlos disse ao colega que seu irmão morreu. (irmão de quem?)

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Português – Confronto e Reconhecimento de Frases Corretas e Incorretas – Prof. Carlos Zambeli

ECO
Repetição de uma vogal formando rima:
O irmão do alemão prendeu a mão no fogão.

CACOFONIA
Som estranho que surge da união de sílabas diferentes, pela proximidade de duas palavras:
Ela tinha dezoito anos. (latinha)

NEOLOGISMO (palavra nova)


É o emprego de palavras que não passaram ainda para o corpo do idioma:
Devido ao apoiamento ao projeto, deram início às obras.

GERUNDISMO
Locução verbal na qual o verbo principal apresenta-se no gerúndio. Seu uso no português
brasileiro é recente, é considerado por muitos como vício de linguagem, uma vez que seu uso é
demasiadamente impreciso:
“A senhora pode estar respondendo algumas perguntas?”

“Nós vamos estar repassando o problema para a equipe técnica.”

“A senhora vai estar pagando uma taxa de reparo....”

1. Está clara e correta a redação do seguinte comentário sobre o texto:


a) Peter Burke não compartilha com a tese que os românticos viam o fenômeno da invenção
como um atributo de apenas gênios isolados.
b) Na visão de um historiador, não há feito isolado, como invenção absoluta, que
independessem de outros fatos concorrentes a ela.
c) Embora aparentemente se oponha quanto ao sentido, tradição e invenção se mesclam
como um fator de progresso extremamente inventivo.
d) Não há dúvida quanto a períodos históricos aonde ocorra especial desenvolvimento
inventivo, sejam nas artes, sejam na tecnologia.
e) Faz parte do senso comum acreditar, ainda hoje, que toda e qualquer grande invenção
decorre do talento pessoal de um gênio.

Gabarito: 1. E

www.acasadoconcurseiro.com.br 137
Português

FUNÇÕES DA LINGUAGEM

São várias as funções da linguagem, dependendo da intenção do falante e das circunstâncias


em que ocorre a comunicação. A adequada utilização dessas funções permitirá que ocorra o
perfeito entendimento da mensagem pretendida.

6
contexto
5
referente
1 4
emissor, 7 receptor
destinador canal de comunicação ou
ou remetente destinatário
3
mensagem

2
código

O linguista russo Roman Jakobson caracterizou seis funções da linguagem. Cada uma delas está
estreitamente ligada a um dos seis elementos que compõem o ato de comunicação.

Referente
FUNÇÃO REFERENCIAL

Mensagem
FUNÇÃO POÉTICA
Emissor Receptor
FUNÇÃO FUNÇÃO
EXPRESSIVA Canal de Comunicação CONATIVA
FUNÇÃO FÁTICA

Código
FUNÇÃO METALINGUÍSTICA

www.acasadoconcurseiro.com.br 139
Emissor: o que emite a mensagem.
Receptor: o que recebe a mensagem.
Mensagem: o conjunto de informações transmitidas.
Código: a combinação de signos utilizados na transmissão de uma mensagem. A comunicação
só se concretizará, se o receptor souber decodificar a mensagem.
Canal de Comunicação: veículo por meio do qual a mensagem é transmitida (TV, rádio, jornal,
revista...)
Contexto: a situação a que a mensagem se refere, também chamado de referente.
O emissor, ao transmitir uma mensagem, sempre tem um objetivo: informar algo, ou
demonstrar seus sentimentos, ou convencer alguém a fazer algo, etc; consequentemente, a
linguagem passa a ter uma função, que são as seguintes:
•• Função Referencial
•• Função Metalinguística
•• Função Conativa
•• Função Fática
•• Função Emotiva
•• Função Poética
Numa mensagem, é muito difícil encontrarmos uma única dessas funções isolada. O que ocorre,
normalmente, é a superposição de várias delas.
Função referencial – busca transmitir informações objetivas, a fim de informar o receptor.
Predomina nos textos de caráter científico, didático e jornalístico.
Exemplo: Pesquisas já demonstraram que o universo vocabular de nossos estudantes, mesmo
de nível universitário, é pobre.

Função emotiva ou expressiva – exterioriza emoções, opiniões, avaliações, utilizando a 1ª


pessoa (eu). Aparece nas cartas, na poesia lírica, nas músicas sentimentais, nas opiniões e
avaliações. Predomina o elemento emocional sobre o lógico.
Exemplo: Tendo passado já sete dias sem a ver, se acentuava vivamente em mim o desejo de
estar outra vez com ela, beber-lhe o olhar e o sorriso, sentir-lhe o timbre da voz ou a graça dos
gestos.
(Cyro dos Anjos – “Abdias”)

Função conativa ou apelativa – visa a influir no comportamento do receptor, persuadi-


lo, seduzi-lo. Utiliza vocativo, verbos no imperativo e ocorre, principalmente, em textos de
propaganda.
Exemplo: O filtro “purex” é indispensável para a saúde de sua família. Procure hoje mesmo o
nosso revendedor autorizado.

140 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Funções da Linguagem – Prof. Carlos Zambeli

Função fática – tem por objetivo prolongar o contato com o receptor. Utiliza interjeições,
repetições, expressões sem valor semântico e, quando escrita, faz uso de recursos gráficos
como diferentes tipos de letras e variadas diagramações. É usada na linguagem coloquial,
especialmente nos diálogos.

•• POIS É...
•• ENTÃO... É melhor você
•• É FOGO. começar a ler
•• Ô. o Estadão.
•• NEM FALE.

Função poética – privilegia o imprevisto, a inovação, a criatividade. Produz no leitor ou no


ouvinte surpresa e prazer estético. Predomina na poesia, mas pode aparecer em textos
publicitários, jornalísticos, nas crônicas, etc. Nela, aparecem as figuras de linguagem, a
conotação.
Exemplo:
“De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento”
Vinícius de Moraes

Função metalinguística – quando a linguagem procura explicar a si mesma, definindo ou


analisando o próprio código que utiliza. É empregada nos textos em que se explica o uso da
palavra, como nos dicionários, nos poemas que falam da própria poesia, nas canções que falam
de outras canções ou de como se fazem canções.
Exemplo: Literatura é ficção, é a forma de expressão mediante a qual o artista recria a realidade.

EXEMPLIFICANDO
O princípio de que o Estado necessita de instrumentos para agir com rapidez em situações
de emergência está inscrito no arcabouço jurídico brasileiro desde a primeira Constituição,
de 1824, dois anos após a Independência, ainda no Império. A figura do decreto-lei, sempre
à disposição do Poder Executivo, ficou marcada no regime militar, quando a caneta dos
generais foi acionada a torto e a direito, ao largo do Congresso, cujos poderes eram sufocados
pela ditadura. Com a redemocratização, sacramentada pela Constituição de 1988, sepultou-
se o decreto-lei, mas não o seu espírito, reencarnado na medida provisória. Não se discute
a importância de o Poder Executivo contar com dispositivos legais que permitam ao governo
baixar normas, sem o crivo imediato do Congresso, que preencham os requisitos da “relevância
e urgência”. O problema está na dosagem, que, se exagerada, como ocorre atualmente, sufoca
o Poder Legislativo.
O Globo, 19/3/2008 ( com adaptações)

www.acasadoconcurseiro.com.br 141
1. A função da linguagem predominante no texto é
a) metalinguística.
b) poética.
c) expressiva.
d) apelativa.
e) referencial.

2. Há correspondência entre ELEMENTO do processo de comunicação e FUNÇÃO da linguagem


em
a) emissor – poética.
b) destinatário – emotiva.
c) contexto – referencial.
d) código – fática.
e) canal – metalinguística.

3. O texto abaixo utiliza uma linguagem emotiva, que pode ser comprovada especialmente na
opção pela subjetividade voltada para o narrador.
“Então, aproveite bem o seu dia. Extraia dele todos os bons sentimentos possíveis. Não deixe
nada para depois. Diga o que tem para dizer. Demonstre. Seja você mesmo. Não guarde lixo
dentro de casa. Nem jogue seu lixo no ambiente. Não cultive amarguras e sofrimentos. Prefira
o sorriso. Dê risada de tudo, de si mesmo. Não adie alegrias nem contentamentos nem sabores
bons. Seja feliz. Hoje. Amanhã é uma ilusão. Ontem é uma lembrança. Só existe o hoje.”
( ) Certo ( ) Errado

4. HISTÓRIA MANJADA
GALÃ CANASTRÃO
TIROS E PERSEGUIÇÕES
EFEITOS GRATUITOS
MAIS TIROS E PERSEGUIÇÕES
FINAL PREVISÍVEL
Conheça outro jeito de fazer cinema.
Cine Conhecimento.
No canal PLUS.
Além de exibir filmes de diversos países, o programa traz análises, comentários, curiosidades e
detalhes da produção. Não perca! Tem sempre um bom filme para você!
(Revista Monet)

Pelos sentidos e pelas estruturas linguísticas do texto, é correto concluir que o emprego de
“Conheça” e “Não perca” indica que a função da linguagem predominante no texto é a
a) metalinguística.
b) poética.
c) conativa.
d) expressiva.

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Português – Funções da Linguagem – Prof. Carlos Zambeli

5. No slogan CELULAR: Não Fale no Trânsito, uma característica da função conativa da linguagem
é
a) a objetividade da informação transmitida.
b) a manutenção da sintonia entre a STTU e o público-alvo.
c) o esclarecimento da linguagem pela própria linguagem
d) o emprego do verbo no modo imperativo

6. Entre os recursos expressivos empregados no texto, destaca-se a


Cidade Grande
Que beleza, Montes Claros.
Como cresceu Montes Claros.
Quanta indústria em Montes Claros.
Montes Claros cresceu tanto,
prima-rica do Rio de Janeiro,
que já tem cinco favelas
por enquanto, e mais promete.
(Carlos Drummond de Andrade)

a) metalinguagem, que consiste em fazer a linguagem referir-se à própria linguagem.


b) intertextualidade, na qual o texto retoma e reelabora outros textos.
c) ironia, que consiste em se dizer o contrário do que se pensa, com intenção crítica.
d) denotação, caracterizada pelo uso das palavras em seu sentido próprio e objetivo.
e) prosopopeia, que consiste em personificar coisas inanimadas, atribuindo-lhes vida.

Gabarito: 1. E 2. C 3. E 4. D 5. E 6. C

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Português

VARIAÇÃO LINGUÍSTICA

Tanto a língua escrita quanto a oral apresentam variações condicionadas por diversos fatores:
regionais, sociais, intelectuais etc.
A língua escrita obedece a normas gramaticais e será sempre diferente da língua oral, mais
espontânea, solta, livre, visto que acompanhada de mímica e entonação, que preenchem
importantes papéis significativos. Mais sujeita a falhas, a linguagem empregada coloquialmente
difere substancialmente do padrão culto.

1. A Linguagem Culta Formal ou Padrão

É aquela ensinada nas escolas e serve de veículo às ciências em que se apresenta com
terminologia especial. Caracteriza-se pela obediência às normas gramaticais. Mais comumente
usada na linguagem escrita e literária, reflete prestígio social e cultural. É mais artificial, mais
estável, menos sujeita a variações.

2. A Linguagem Culta Informal ou Coloquial

É aquela usada espontânea e fluentemente pelo povo. Mostra-se quase sempre rebelde
à norma gramatical e é carregada de vícios de linguagem (solecismo - erros de regência e
concordância; barbarismo - erros de pronúncia, grafia e flexão; ambiguidade; cacofonia;
pleonasmo), expressões vulgares, gírias e preferência pela coordenação, que ressalta o caráter
oral e popular da língua.

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1. Com frequência, a transgressão à norma culta constitui uma marca do registro coloquial da
língua. Nesses casos, parece existir, de um lado, a norma culta e, de outro, a “norma” coloquial
– e esta muitas vezes se impõe socialmente, em detrimento da primeira. Um exemplo de
transgressão à norma culta acontece numa das alternativas abaixo. Assinale-a.
a) Nós éramos cinco e brigávamos muito…
b) estrada lamacenta que o governo não conservava…
c) Miguel fazia muita falta, embora cada um de nós trouxesse na pele a marca de sua
autoridade.
d) Você assustou ele falando alto.
e) Se um de nós ia para o colégio, os outros ficavam tristes.

3. Linguagem Popular ou Vulgar


Existe uma linguagem popular ou vulgar, segundo Dino Preti, “ligada aos grupos extremamente
incultos, aos analfabetos”, aos que têm pouco ou nenhum contato com a instrução formal. Na
linguagem vulgar, multiplicam-se estruturas como “nóis vai, ele fica”, “eu di um beijo nela”,
“Vamo i no mercado”, “Tu vai í cum nóis”.
Saudosa Maloca
Peguemo todas nossas coisas
E fumo pro meio da rua
Preciá a demolição
Que tristeza que nóis sentia
Cada tauba que caía
Duía no coração
Mato Grosso quis gritá
Mais em cima eu falei:
Os home tá c’a razão,
Nóis arranja otro lugá.
Só se conformemo quando o Joca falô:
“Deus dá o frio conforme o cobertô”.
BARBOSA, Adoniran. In: Demônios da Garoa - Trem das 11. CD 903179209-2, Continental-Warner Music Brasil, 1995.

2. Considere as afirmações.
I – A letra de “Saudosa Maloca” pode ser considerada como realização de uma “linguagem
artística” do poeta, estabelecida com base na sobreposição de elementos do uso popular ao
uso culto.
II – Uma dessas sobreposições é o emprego do pronome oblíquo de terceira pessoa “se” em
lugar de “nos” (Só se conformemo), diferentemente do que prescreve a norma culta.
III – A letra de “Saudosa Maloca” apresenta linguagem inovadora, visto que, sem abandonar a
linguagem formal, dirige-se diretamente ao leitor.
Estão corretas
a) apenas I.
b) apenas II.
c) apenas III.

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Português – Variação Linguística – Prof. Carlos Zambeli

d) apenas I e II.
e) I, II e III.

4. Gíria
A gíria relaciona-se ao cotidiano de certos grupos sociais. Esses grupos utilizam a gíria como
meio de expressão do cotidiano, para que as mensagens sejam decodificadas apenas pelo
próprio grupo. Assim, a gíria é criada por determinados segmentos da comunidade social que
divulgam o palavreado para outros grupos até chegar à mídia. Os meios de comunicação de
massa, como a televisão e o rádio, propagam os novos vocábulos; às vezes, também inventam
alguns. A gíria que circula pode acabar incorporada pela língua oficial, permanecer no
vocabulário de pequenos grupos ou cair em desuso.

3. Nas orações a seguir, as gírias sublinhadas podem ser substituídas por sinônimos.
“… e beijava tudo que era mulher que passasse dando sopa.”
“… o Papa de araque…”
“… numa homenagem também aos salgueirenses que, no Carnaval de 1967, entraram pelo
cano.”
Indique que opção equivale, do ponto de vista do sentido, a essas expressões.
a) distraidamente, falso, saíram-se mal.
b) reclamando, falso, obstruíram-se.
c) distraidamente, esperto, saíram-se vitoriosos.
d) reclamando, falso, deram-se mal.
e) distraidamente, esperto, obstruíram-se.

5. Linguagem Regional
Regionalismos ou falares locais são variações geográficas do uso da língua padrão, quanto
às construções gramaticais, empregos de certas palavras e expressões e do ponto de vista
fonológico. Há, no Brasil, por exemplo, falares amazônico, nordestino, baiano, fluminense,
mineiro, sulino.
Leia o texto a seguir e responda à questão.
“Explico ao senhor: o diabo vige dentro do homem, os crespos do homem — ou é o homem
arruinado, ou o homem dos avessos. Solto, por si, cidadão, é que não tem diabo nenhum.
Nenhum! — é o que digo. O senhor aprova? Me declare tudo, franco — é alta mercê que me
faz: e pedir posso, encarecido. Este caso — por estúrdio que me vejam — é de minha certa
importância. Tomara não fosse... Mas, não diga que o senhor, assisado e instruído, que acredita
na pessoa dele?! Não? Lhe agradeço! Sua alta opinião compõe minha valia. Já sabia, esperava
por ela — já o campo!
Ah, a gente, na velhice, carece de ter uma aragem de descanso. Lhe agradeço. Tem diabo
nenhum. Nem espírito. Nunca vi. Alguém devia de ver, então era eu mesmo, este vosso
servidor. Fosse lhe contar... Bem, o diabo regula seu estado preto, nas criaturas, nas mulheres,
nos homens. Até: nas crianças — eu digo. Pois não é o ditado: “menino — trem do diabo”? E

www.acasadoconcurseiro.com.br 147
nos usos, nas plantas, nas águas, na terra, no vento... Estrumes... O diabo na rua, no meio do
redemunho... “
(Guimarães Rosa. Grande Sertão: Veredas.)

4. O texto de Guimarães Rosa mostra uma forma peculiar de escrita, denunciada pelos recursos
linguísticos empregados pelo escritor. Entre as características do texto, está
a) o emprego da linguagem culta, na voz do narrador, e o da linguagem regional, na voz da
personagem.
b) a recriação da fala regional no vocabulário, na sintaxe e na melodia da frase.
c) o emprego da linguagem regional predominantemente no campo do vocabulário.
d) a apresentação da língua do sertão fiel à fala do sertanejo.
e) o uso da linguagem culta, sem regionalismos, mas com novas construções sintáticas e
rítmicas.

6. Linguagem das Mídias Eletrônicas


São dois os principais motivos da simplificação e da abreviação de palavras entre quem usa
a internet e costuma mandar mensagens: o primeiro, a facilidade de se escrever de modo
simplificado, e o segundo, a pressa. Esta, por sua vez, está ligada a outras duas razões: a
economia e o desejo de reproduzir virtualmente o ritmo de uma conversa oral.

Boa tarde, amigão,


Como vc está interessado em trabalhar nesta empresa, e somente poderá o fazer por meio
de concurso público, deve acessar o link Concursos, em www.fepese.org.br. Assim, tu tens
informação não apenas a respeito do concurso da CASAN, mas tb de outros que aquela
fundação coordena.
Abraços.
Manoel

5. Assinale a alternativa correta, quanto a esse tipo de correspondência.


a) Nesse tipo de correspondência o termo “amigão” é permitido, desde que realmente haja
amizade entre quem a envia e quem a recebe.
b) Nesse tipo de correspondência, são aceitáveis abreviaturas como vc e tb, comuns em
e-mails entre amigos.
c) Está correto o emprego de pessoas gramaticais diferentes: vc (você) está interessado e tu
tens; considerar isso erro gramatical é preconceito linguístico.
d) Em “somente poderá o fazer” há erro no emprego do pronome oblíquo; a correspondência
empresarial, mesmo sob a forma eletrônica, obedece à norma culta da língua.

Gabarito: 1. D 2. D 3. A 4. B 5. D

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Redação

Professor Carlos Zambeli

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Redação

10 DICAS PARA COMEÇAR!

1. A redação não é um texto construído por um monte de frases, é, sim, um enredo semântico
a que dados o nome de textualidade (coesão).
Por exemplo: Escreva a redação. Coloque-a sobre a mesa depois de pronta.
Essas frases possuem coesão?
Sim, pois tratam do mesmo assunto! Além disso temos o pronome “a” recuperando a palavra
“redação”.

Pedi um refrigerante. O refrigerante, porém, não estava gelado. (com coesão)

Pedi um refrigerante. Um refrigerante, porém, não estava gelado. (sem coesão)

2. Quais os tipos de erro de coesão?


a) Uso inadequado do conectivo:
Preposição: “Este governo diminuiu o salário dos professores e eliminou conteúdos importantes
no desenvolvimento de todos os estudantes.”

Pronome Relativo: “As crianças que as mães são presentes se caracterizam pela disciplina.”

Conjunção: “Aumentar a passagem, para muitas pessoas, é fundamental para qualificar o


serviço. Portanto, se as pessoas não aceitam essa verdade, devem protestar sem violência.”

b) Redundância:
Entende-se por redundância a repetição desnecessária ou exagerada da palavra, ideia ou
expressão. Quanto mais redundante for o texto mais fica provado que o candidato não tem
repertório suficiente para escrever uma boa redação.
Exemplos:
“Nesta semana, eu ganhei um brinde grátis da Casa do Concurseiro.”

“O projeto não foi aprovado, porque não houve consenso geral.”

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c) Ambiguidade:
Esse problema ocorre quando algo que está sendo dito admite mais de um sentido,
comprometendo a compreensão do conteúdo. Isso pode provocar dúvidas no leitor e levá-lo a
conclusões equivocadas na interpretação do texto.
Ex: “A mãe discutia com a filha sentada no sofá!”
Como resolver?
Opção 1 _________________________________________________

Opção 2 _________________________________________________

3. Como estruturar a minha redação, Zambeli?


Existem vários modelos de redação. No texto expositivo-argumentativo, vamos trabalhar
com introdução, 2 desenvolvimentos e conclusão. A chave para começar essas 3 estruturas é
caprichar no tópico frasal. No texto descritivo, a análise do ser ou do produto pode ser objetiva
ou subjetiva. No texto narrativo, a organização na sequência de fatos é o grande segredo. Já
no texto instrucional (prescritivo), a base se faz como se estivéssemos orientando algo a fazer,
construir, vender algo.

4. O que é o trópico frasal?


Esse item resume o conteúdo do parágrafo. Ele enuncia a ideia a ser desenvolvida. Esse trópico
frasal deve ser claro, detalhado e específico.

5. Erro de clareza:
“Para passar em um concurso, devemos saber como fazer isso.”

“Estudar é importante.”

“Ver Big Brother é prejudicial.”

Como consertar?
O sonho de ser concursado exige muito estudo por parte dos candidatos.

O estudo desenvolve no aluno o domínio do assunto e permite a reflexão crítica.

Programas considerados fúteis podem entreter as pessoas e fazê-las perder o foco de seus reais
objetivos.

152 www.acasadoconcurseiro.com.br
Redação – Prof. Carlos Zambeli

6. Essa divisão do texto em três parte faz o que exatamente?


A introdução estabelece o objetivo e a ideia central do texto, ela é a promessa do debate.
O desenvolvimento explana a ideia central, é onde ficam os argumentos para sustentar sua
opinião. A conclusão sintetiza seu conteúdo.

7. O que é a falta de unidade de um texto?


A falta de unidade decorre da “emoção” na analise de um argumento em detrimento do outro.
Assim o texto não fica uniforme e o corretor pode interpretar como uma bela manha para
completar as linhas!

8. Como fugir da ausência de coerência?


Não seja repetitivo, aborde o tópico no mesmo parágrafo de desenvolvimento, não aborde um
assunto sem um encadeamento progressivo, não comece a conclusão por nexos adversativos.

9. Como manter a coesão no texto?


Use sinônimos, capriche na escolha dos nexos, seja simples no vocabulário, etc.

10. O que são frases siamesas?


São duas frase completas, escritas como se fossem uma apenas. Essas frase unem o que não
deveria estar junto.
Exemplo:
Errado: “ Quis fazer o curso de redação do Zambeli e do Cássio acho sempre importante estudar
mais.”

Certo: “ Quis fazer o curso de redação do Zambeli e do Cássio, pois acho sempre importante
estudar mais.”

10 detalhes da estrutura para um texto argumentativo!

1. A dica da introdução
Uma boa introdução é aquela que informa o que será trabalhado. Sabe o que é necessário para
ficar legal? Informar o tema e as partes em que este tema foi dividido (exatamente na ordem
como vão aparecer no decorrer do texto.)

www.acasadoconcurseiro.com.br 153
2) Tipos de introduções problemáticas
a) Introduções vagas:
Esse tipo de introdução apresenta de forma vaga ou indiretamente o assunto do texto.

“Esse tema realmente é complicado.”

“Esse produto do Banco do Brasil é tão incrível quanto o da Caixa.”

b) Introduções prolixas:
vá direto ao que interessa! Exagerar nas explicações pode gerar dúvidas no leitor!

c) Introduções abruptas:
calmaaaaaaaaaaa! Não precisa ir tão direto ao ponto! Seu leitor precisa conhecer o assunto
com uma boa explanação. Seu leitor precisa ter o roteiro adequado para começar a ler seu
texto.

3. Resumo da introdução!
Não exagere no tamanho e não comece a argumentar ainda!

Busque apresentar o tema, delimitar o assunto e deixe claro o seu posicionamento.

4 Modelos de Introdução
a) Declaratória:
Você expõe o sugerido pela banca, usando as suas palavras! Não se esqueça de que você deve
delimitar a abordagem do assunto.
Qual o problema dessa?
___________________________________________________

b) Perguntas:
Só pergunte se você tiver a resposta para desenvolver depois! Não pense em fazer a introdução
toda com pergunta, mas é um bom recurso para iniciar.
Qual o problema dessa?
___________________________________________________

154 www.acasadoconcurseiro.com.br
Redação – Prof. Carlos Zambeli

c) Hipóteses:
Você supõe algumas formas de abordar e as fará no desenvolvimento do texto.
Qual o problema dessa?
___________________________________________________

d) Histórica:
Você compara algo do passado com a problemática do tema de redação. Apresenta uma
trajetória histórica para reforçar sua tese.
Qual o problema dessa?
___________________________________________________

e) Comparação
Você compara fatos, países, casos, problemas, enfim, apresenta sua ideia deixando claro que
nada é tão novidade assim.
Qual o problema dessa?
___________________________________________________

f) Citação
Você abre o texto com as palavras de uma autoridade no tema em questão.
Qual o problema dessa?
___________________________________________________

5. Zambeli, posso começar como esse texto?


•• Ao contrário do que muitos pensam...
•• Muito se discute a importância de...
•• Apesar de muitos acreditarem que...
•• Pode-se afirmar que, em razão de/ devido a
•• É indiscutível que...

6. E o desenvolvimento?
É a base do seu texto! Aqui ficam suas ideias principais. Vamos trabalhar com dois
desenvolvimentos (D1 e D2).
No D1, pode-se desdobrar o tema, detalhar, analisar, demonstrar!
No D2, apresentaremos nossos argumentos a favor ou contra. De que maneira? Demonstrando,
confrontando a validade dos nossos argumentos. Apresentando ordenada, clara e
convictamente.
Neles, devemos usar todo nosso poder de convencimento!

www.acasadoconcurseiro.com.br 155
7. Como desenvolver?
a) Hipóteses:
Você apresenta hipóteses para dar as soluções! Apresenta prováveis resultados. Assim,
demonstra dominar o assunto e ter interesse por ele.

b) Causa e Consequência:
Você analisa o que leva ao problema e apresenta suas consequências!

c) Exemplificação:
Você mostra, na prática, como seus argumentos são bons! Mas cuidado!!!! Exemplificar demais
pode transformar sua dissertação em narração! Os exemplos deve ser concretos, importantes
para a sociedade.

8. Como argumentar?
O que escrever? Para que escrever? Como escrever? Para que lado puxar? Essas perguntas
podem ajudá-lo a argumentar com mais precisão, sem se perder em detalhes desnecessários.

Observe: palavras- frases; frases-parágrafos; parágrafos-texto! Simples? Então fique fiel ao


tema, evidencie sentido e associe à realidade!
•• Argumente com algo de valor universal, ou com dados estatísticos, ou com a opinião de
uma autoridade, ou com uma breve narrativa!

9. Como ligar um desenvolvimento no outro?


D1
•• É preciso frisar também...

•• É necessário, primeiramente, considerar/lembrar/ater-se...

D2
•• Nota-se, por outro lado, que...

•• Não se pode esquecer...

•• Além disso...

•• Outro fator importante é...

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Redação – Prof. Carlos Zambeli

10. Concluindo então? Ufa!


A conclusão não é apenas uma recapitulação do que foi trabalhado. Deixe claro o caminho que
você seguiu para chegar até ali. Nesse momento tão fundamental, admite-se um fato novo,
uma ideia, um argumento, mas não se esqueça da estrutura: tema – tese – solução.
Essa parte deve ser breve, no entanto, não use apenas um período. Para concluir use: portanto,
logo, dessa forma, definitivamente...

10 detalhes tão pequenos! Mas...

1. Registro equivocado!
•• Só que – prefira mas, porém...
•• Ter – cuide se for o sentido de “haver”.
•• A gente – prefira “nós”
•• Fazer com que – Essas injustiças fazem com que as pessoas desacreditem no sistema./
Essas injustiças fazem as pessoas desacreditarem no sistema.

2. Problemas de Semântica!
•• Redundância e obviedade: Há dois meses atrás./ Eu penso.../ No mundo em que vivemos...
•• Sentido amplo demais: A crise da educação é uma coisa enorme!
•• Uso de gírias: Após resolver esse detalhe, a vida ficou um barato!

3. Lugar-comum
•• de mão beijada, depois de um longo e tenebroso inverno, desbaratada a quadrilha, de
vento em popa...
•• agradável surpresa, amarga decepção, calor escaldante, calorosa recepção, carreira
meteórica, cartada decisiva, chuvas torrenciais, corpo escultural, crítica construtiva
•• “se cada um fizer a sua parte...”, “é preciso lembrar que dinheiro não traz felicidade...”, “as
pessoas saem de casa sem saber se voltarão...”

4. Expressões comuns!
•• Em princípio – antes de mais nada, em tese.
•• A princípio – no início, no começo.
•• Possuir – só no sentido de posse, propriedade. “Edgar possui um carro velho.”/ “Edgar
desfruta de uma boa condição de vida.”

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•• Na medida em que – = porque
•• À medida que – = proporção
•• A meu ver – não use “ao meu ver”.
•• Em frente de/ diante de – não use “frente a”

5. Gerúndio (-ndo) – ação continua


•• Suas atitudes acabam gerando intrigas. (errado)
•• Suas atitudes geram intrigas. (certo)

6. Pontuação
•• Dois-pontos: usa-se para explicações, consequências.
•• Aspas: servem para indicar estes casos: palavras estrangeiras, ironia, transcrições textuais,
neologismos, títulos.

7. Paralelismo
•• Engano no paralelismo nas comparações:
“Falar com pessoas é mais fácil do que a conversa do dia a dia.” (errado)

“Falar com pessoas é mais fácil do que conversar no dia a dia.” (certo)

•• Falso paralelismo de sentido:


“Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis.”

•• Falso paralelismo morfológico:


“Essas crises se devem a mágoas, humilhações, ressentimentos e a agressores que
insistentemente o humilhavam na empresa.”

•• Falso paralelismo sintático:


“A preservação dessa consciência representa não só um dever de cidadania e é para que a
ordem seja mantida.”

8. Emprego dos nexos


•• Este,esta,isto = vai ser dito / esse, essa, isso = já foi dito
•• Onde = lugar parado! Na redação, use “em que”

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Redação – Prof. Carlos Zambeli

•• Mesmo(a) = não retoma palavras ou expressões. Use ele(a)


•• Prefira entretanto, contudo, todavia, não obstante no lugar de mas e porém.

9. Dúvidas comuns!
Letra: utilize tamanho regular. Não importa a letras, apenas diferencie maiúscula de minúscula.
Retificações: (excessões) exceções
•• Linhas: veja o edital! Obedeça à indicação!

10. Ortografia nova ou antiga?


Leia o edital!!!!!

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Raciocínio Lógico

Professor Edgar Abreu

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Raciocínio Lógico

PROPOSIÇÃO

PROPOSIÇÃO SIMPLES

Um argumento é uma sequência de proposições na qual uma delas é a conclusão e as demais


são premissas. As premissas justificam a conclusão.
Proposição: Toda frase que você consiga atribuir um valor lógico é proposição, ou seja, frases
que podem ser verdadeiras ou falsas.

Exemplos:

1) Ed é feliz.

2) João estuda.

3) Zambeli é desdentado

Não são proposições frases onde você


não consegue julgar, se é verdadeira
ou falsa, por exemplo:

1) Vai estudar?

2) Mas que legal!

Sentença: Nem sempre permite julgar se é verdadeiro ou falso. Pode não ter valor lógico.

Frases interrogativas, no imperativo, exclamativas e com sujeito indeterminado, não


são proposições.

www.acasadoconcurseiro.com.br 163
Sentenças Abertas: São sentenças nas quais não podemos determinar o sujeito. Uma forma
simples de identificá-las é o fato de que não podem ser nem Verdadeiras nem Falsas. Essas
sentenças também não são proposições
Aquele cantor é famoso.
A + B + C = 60.
Ela viajou.

QUESTÃO COMENTADA
(Cespe – Banco do Brasil – 2007) Na lista de frases apresentadas a seguir, há exatamente três
proposições.
I – “A frase dentro destas aspas é uma mentira.”
II – A expressão X + Y é positiva.
III – O valor de
IV – Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira.
V – O que é isto?
Solução:
Item I: Não é possível atribuir um único valor lógico para esta sentença, já que se considerar
que é verdadeiro, teremos uma resposta falsa (mentira) e vice-versa. Logo não é proposição.
Item II: Como se trata de uma sentença aberta, onde não estão definidos os valores de X e Y,
logo também não é proposição.
Item III: Como a expressão matemática não contém variável, logo é uma proposição,
conseguimos atribuir um valor lógico, que neste caso seria falso.
Item IV: Uma simples proposição, já que conseguimos atribuir um único valor lógico.
Item V: Como trata-se de uma interrogativa, logo não é possível atribuir valor lógico, assim não
é proposição.
Conclusão: Errado, pois existem apenas 2 proposições, Item III e IV.

PROPOSIÇÕES COMPOSTAS

Proposição Composta é a união de proposições simples por meio de um conector lógico. Este
conector irá ser decisivo para o valor lógico da expressão.
Proposições podem ser ligadas entre si por meio de conectivos lógicos. Conectores que criam
novas sentenças mudando ou não seu valor lógico (Verdadeiro ou Falso).
Uma proposição simples possui apenas dois valores lógicos, verdadeiro ou falso.

164 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico – Proposição – Prof. Edgar Abreu

Já proposições compostas terão mais do que 2 possibilidades distintas de combinações dos


seus valores lógicos, conforme demonstrado no exemplo abaixo:
Consideramos as duas proposições abaixo, “chove” e “faz frio”
Chove e faz frio.

Cada proposição existe duas possibilidades distintas, falsa ou verdadeira, numa sentença
composta teremos mais de duas possibilidades.

E se caso essa sentença ganhasse outra proposição, totalizando agora 3 proposições em uma
única sentença:
Chove e faz frio e estudo.

A sentença composta terá outras possibilidades,

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PARA GABARITAR
É possível identificar quantas possibilidades distintas teremos de acordo com o número
de proposição em que a sentença apresentar. Para isso devemos apenas elevar o
numero 2 a quantidade de proposição, conforme o raciocínio abaixo:

Proposições Possibilidades
1 2
2 4
3 8
n
n 2

QUESTÃO COMENTADA
(CESPE – Banco do Brasil – 2007) A proposição simbólica P Ʌ Q V R possui, no máximo,
4 avaliações.
Solução:
Como a sentença possui 3 proposições distintas (P, Q e R), logo a quantidade de
avaliações será dada por:
2proposições = 23= 8
Resposta: Errado, pois teremos um total de 8 avaliações.

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Raciocínio Lógico – Proposição – Prof. Edgar Abreu

Slides – Proposição

Prova:  UESPI  -­‐  2014  -­‐  PC-­‐PI  -­‐  Escrivão  de  Polícia  Civil  
 
Assinale,   dentre   as   alterna>vas   a   seguir,   aquela   que   NÃO  
caracteriza  uma  proposição.  
 
 a)  107  -­‐  1  é  divisível  por  5  
 b)  Sócrates  é  estudioso.  
 c)  3  -­‐  1  >  1  
 d)  
 e)  Este  é  um  número  primo.  

 Prova:  CESPE  -­‐  2014  -­‐  MEC  -­‐  Todos  os  Cargos  
 
Considerando  a  proposição  P:  “Nos  processos  sele?vos,  se  o  candidato  for  
pós-­‐graduado   ou   souber   falar   inglês,   mas   apresentar   deficiências   em  
língua   portuguesa,   essas   deficiências   não   serão   toleradas”,   julgue   os   itens  
seguintes  acerca  da  lógica  sentencial.  
 
 
A  tabela  verdade  associada  à  proposição  P  possui  mais  de  20  linhas  
 
(      )  Certo    (      )Errado  

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Prova:  CESPE  -­‐  2013  -­‐  SEGER-­‐ES  -­‐  Analista  Execu<vo    
 
Um  provérbio  chinês  diz  que:  
 
P1:  Se  o  seu  problema  não  tem  solução,  então  não  é  preciso  se  preocupar  com  ele,  
pois  nada  que  você  fizer  o  resolverá.  
P2:  Se  o  seu  problema  tem  solução,  então  não  é  preciso  se  preocupar  com  ele,  pois  
ele  logo  se  resolverá.  
 
O   número   de   linhas   da   tabela   verdade   correspondente   à   proposição   P2   do   texto  
apresentado  é  igual  a  
 a)  24.  
 b)  4.  
 c)  8.  
 d)  12.  
 e)  16.  

Prova:  CESPE  -­‐  2011  -­‐  MEC  -­‐  Todos  os  Cargos  
 
Considerando   as   proposições   simples   P,   Q   e   R,   julgue   os  
próximos   itens,   acerca   de   tabelas-­‐verdade   e   lógica  
proposicional.  
 
A  tabela-­‐verdade  da  proposição  (¬PVQ)→(R∧Q)V(¬R∧P)  tem  8  
linhas.  
(      )  Certo    (      )  Errado  
 
 
 

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Raciocínio Lógico

NEGAÇÃO SIMPLES

1. Éder é Feio.
Como negamos essa frase?

Para quem, também disse: “Éder é bonito”, errou. Negar uma proposição não significa dizer o
oposto, mas sim escrever todos os casos possíveis diferentes do que está sugerido.
“Éder NÃO é feio.”
A negação de uma proposição é uma nova proposição que é verdadeira se a primeira for falsa e
é falsa se a primeira for verdadeira

PARA GABARITAR
Para negar uma sentença acrescentamos o não, sem mudar a estrutura da frase.

2. Maria Rita não é louca.


Negação: “Maria Rita é louca.”
Para negar uma negação excluímos o não

Simbologia: Assim como na matemática representamos valores desconhecidos por x, y, z... Na


lógica também simbolizamos frases por letras. Exemplo:

Proposição: Z
Para simbolizar a negação usaremos ~ ou ¬.
Negação: Éder não é feio.
Simbologia: ~ Z.

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Proposição: ~ A
Negação: Aline é louca.
Simbologia: ~ (~A)= A

p= Thiago Machado gosta de matemática.


~p = Thiago Machado não gosta de matemática.
Caso eu queira negar que Thiago Machado não gosta de matemática a frase voltaria para a
proposição “p”, Thiago Machado gosta de matemática”.
~p = Thiago Machado não gosta de matemática.
~(~p) = Não é verdade que Thiago Machado não gosta de matemática.
ou
~(~p) = Thiago Machado gosta de matemática.

EXCEÇÕES
Cuidado, em casos que só existirem duas possibilidades, se aceita como negação o
"contrário", alternando assim a proposição inicial. Exemplo:
p: João será aprovado no concurso.
~p: João será reprovado no concurso
q: O deputado foi julgado como inocente no esquema "lava-jato".
~q: O deputado foi julgado como culpado no esquema "lava jato".

170 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico

CONECTIVOS LÓGICOS

Um conectivo lógico (também chamado de operador lógico) é um símbolo ou palavra usado para
conectar duas ou mais sentenças (tanto na linguagem formal quanto na linguagem natural) de
uma maneira gramaticalmente válida, de modo que o sentido da sentença composta produzida
dependa apenas das sentenças originais.
Muitas das proposições que encontramos na prática podem ser consideradas como construídas
a partir de uma, ou mais, proposições mais simples por utilização de uns instrumentos lógicos,
a que se costuma dar o nome de conectivos, de tal modo que o valor de verdade da proposição
inicial fica determinado pelos valores de verdade da ou das, proposições mais simples que
contribuíram para a sua formação.
Os principais conectivos lógicos são:
I – "e" (conjunção).
II – "ou" (disjunção).
III – "se...então" (implicação).
IV – "se e somente se" (equivalência).

CONJUNÇÃO – “E”
Proposições compostas ligadas entre si pelo conectivo “e”.
Simbolicamente, esse conectivo pode ser representado por “^”.
Exemplo:
Chove e faz frio
Tabela verdade: Tabela verdade é uma forma de analisarmos a frase de acordo com suas
possibilidades, o que aconteceria se cada caso acontecesse.

Exemplo:
Fui aprovado no concurso da PF e Serei aprovado no concurso da PRF
Proposição 1: Fui aprovado no concurso da PF.
Proposição 2: Serei aprovado no concurso da PRF.
Conetivo: e.

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Vamos chamar a primeira proposição de “p” a segunda de “q” e o conetivo de “^”.
Assim podemos representar a “frase” acima da seguinte forma: p^q.
Vamos preencher a tabela abaixo com as seguintes hipóteses:
H1:
p: Não fui aprovado no concurso da PF.
q: Serei aprovado no concurso da PRF.

H2:
p: Fui aprovado no concurso da PF.
q: Não serei aprovado no concurso da PRF.

H3:
p: Não fui aprovado no concurso da PF.
q: Não serei aprovado no concurso da PRF.

H4:
p: Fui aprovado no concurso da PF.
q: Serei aprovado no concurso da PRF.
Tabela Verdade: Aqui vamos analisar o resultado da sentença como um todo, considerando
cada uma das hipóteses acima.

p q P^Q
H1 F V F
H2 V F F
H3 F F F
H4 V V V

Conclusão

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Raciocínio Lógico – Conectivo E (Conjunção) – Prof. Edgar Abreu

Slides – Conectivo E (Conjunção)

1. Prova: CESPE - 2014 - TJ-SE - Técnico Judiciário

Julgue o item que se segue, relacionado à lógica proposicional.

A sentença “O reitor declarou estar contente com as políticas relacionadas


à educação superior adotadas pelo governo de seu país e com os rumos
atuais do movimento estudantil” é uma proposição lógica simples.
( ) Certo ( ) Errado

2. Prova: FCC - 2009 - TJ-SE Técnico Judiciário

Considere as seguintes premissas:

p : Trabalhar é saudável
q : O cigarro mata.

A afirmação "Trabalhar não é saudável" ou "o cigarro mata" é FALSA se


a) p é falsa e ~q é falsa.
b) p é falsa e q é falsa.
c) p e q são verdadeiras.
d) p é verdadeira e q é falsa.
e) ~p é verdadeira e q é falsa.

Gabarito: 1. Errado 2. D

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Raciocínio Lógico

DISJUNÇÃO – “OU”

Recebe o nome de disjunção toda a proposição composta em que as partes estejam unidas
pelo conectivo ou. Simbolicamente, representaremos esse conectivo por “v”.
Exemplo:
Estudo para o concurso ou assisto o Big Brother.
Proposição 1: Estudo para o concurso.
Proposição 2: assisto o Big Brother.
Conetivo: ou.
Vamos chamar a primeira proposição de “p” a segunda de “q” e o conetivo de “v”.
Assim podemos representar a sentença acima da seguinte forma: p v q.
Vamos preencher a tabela abaixo com as seguintes hipóteses:

H1:
p: Estudo para o concurso.
q: assisto o Futebol.
H2:
p: Não Estudo para o concurso.
q: assisto o Futebol.

H3:
p: Estudo para o concurso.
q: Não assisto o Futebol...

H4:
p: Não Estudo para o concurso.
q: Não assisto o Futebol.

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Tabela Verdade:

p q PvQ
H1 V V V
H2 F V V
H3 V F V
H4 F F F

176 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico

DISJUNÇÃO EXCLUSIVA – “OU...OU”

Recebe o nome de disjunção exclusiva toda a proposição composta em que as partes estejam
unidas pelo conectivo ou “primeira proposição” ou “segunda proposição”. Simbolicamente,
representaremos esse conectivo por “v”.
Exemplo:
Ou vou a praia ou estudo para o concurso.
Proposição 1: Vou a Praia.
Proposição 2: estudo para o concurso.
Conetivo: ou.
Vamos chamar a primeira proposição de “p” a segunda de “q” e o conetivo de " v "
Assim podemos representar a sentença acima da seguinte forma: p v q
Vamos preencher a tabela abaixo com as seguintes hipóteses:

H1:
p: Vou à praia.
q: estudo para o concurso do Banco do Brasil.

H2:
p: Não Vou à praia.
q: estudo para o concurso do Banco do Brasil.

H3:
p: Vou à praia.
q: Não estudo para o concurso do Banco do Brasil.

H4:
p: Não Vou à praia.
q: Não estudo para o concursodo Banco do Brasil.

www.acasadoconcurseiro.com.br 177
Tabela Verdade:

p q PvQ
H1 V V F
H2 F V V
H3 V F V
H4 F F F

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Raciocínio Lógico

CONDICIONAL – “SE...ENTÃO...”

Recebe o nome de condicional toda proposição composta em que as partes estejam unidas
pelo conectivo Se... então, simbolicamente representaremos esse conectivo por “→”.

Em alguns casos o condicional é apresentado com uma vírgula substituindo a palavra “então”,
ficando a sentença com a seguinte característica: Se proposição 1, proposição 2.

Exemplo: “Se estudo, então sou aprovado”.

Proposição 1: estudo (Condição Suficiente).

Proposição 2: sou aprovado (Condição Necessária).

Conetivo: se... então.

Vamos chamar a primeira proposição de “p” a segunda de “q” e o conetivo de “→”

Assim podemos representar a “frase” acima da seguinte forma: p → q

Agora vamos preencher a tabela abaixo com as seguintes hipóteses:

H1:
p: estudo.
q: sou aprovado.

H2:
p: Não estudo.
q: sou aprovado.

H3:
p: Não estudo.
q: Não sou aprovado.

H4:
p: estudo.
q: Não sou aprovado.

www.acasadoconcurseiro.com.br 179
p q P→Q
H1 V V V

H2 F V V
H3 F F V
H4 V F F

A tabela verdade do condicional é a mais cobrada em provas de concurso público.


A primeira proposição, que compõe uma condicional, chamamos de condição suficiente da
sentença e a segunda é a condição necessária.
No exemplo anterior temos:
• Estudo é condição necessária para ser aprovado.
• Ser aprovado é condição suficiente para estudar.

180 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico

BICONDICIONAL – “... SE SOMENTE SE ...”

Recebe o nome de bicondicional toda proposição composta em que as partes estejam unidas
pelo conectivo ... se somente se ... Simbolicamente, representaremos esse conectivo por “ ↔”.
Portanto, se temos a sentença:
Exemplo: “Maria compra o sapato se e somente se o sapato combina com a bolsa”.
Proposição 1: Maria compra o sapato.
Proposição 2: O sapato combina com a bolsa.
Conetivo: se e somente se.
Vamos chamar a primeira proposição de “p” a segunda de “q” e o conetivo de “↔”.
Assim podemos representar a “frase” acima da seguinte forma: p ↔ q.
Vamos preencher a tabela abaixo com as seguintes hipóteses:

H1:
p: Maria compra o sapato.
q: O sapato não combina com a bolsa.

H2:
p: Maria não compra o sapato.
q: O sapato combina com a bolsa.

H3:
p: Maria compra o sapato.
q: O sapato combina com a bolsa.

H4:
p: Maria não compra o sapato.
q: O sapato não combina com a bolsa.

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p q P↔Q
H1 V F F
H2 F V F
H3 V V V
H4 F F V

O bicondicional só será verdadeiro quando ambas as proposições


possuírem o mesmo valor lógico, ou quando as duas forem verdadeiras
ou as duas proposições forem falsas.

Uma proposição bicondicional pode ser escrita como duas condicionais, é como se tivéssemos
duas implicações, uma seta da esquerda para direita e outra seta da direita para esquerda,
conforme exemplo abaixo:

Neste caso, transformamos um bicondicional em duas condicionais conectadas por uma


conjunção. Estas sentenças são equivalentes, ou seja, possuem o mesmo valor lógico.

PARA GABARITAR

SENTENÇA LÓGICA VERDADEIROS SE... FALSO SE...


p∧q p e q são, ambos, verdade um dos dois for falso

p∨q um dos dois for verdade ambos, são falsos

p→q nos demais casos que não for falso p=Veq=F

p↔q p e q tiverem valores lógicos iguais p e q tiverem valores


lógicos diferentes

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Raciocínio Lógico – Conectivo “se e somente se” (Bicondicional) – Prof. Edgar Abreu

Slides – Conectivo “se e somente se” (Bicondicional)

1. Prova: FJG - RIO - 2014 - Câmara Municipal -RJ - Analista

P Q ~Q↔P
V V F
V F x
F V y
F F z

Os valores lógicos que devem substituir x, y e z são, respectivamente:

a) V, F e F
b) F, V e V
c) F, F e F
d) V, V e F

2. Prova: CESPE - 2012 - Banco da Amazônia - Técnico Científico

Com base nessa situação, julgue os itens seguintes.

A especificação E pode ser simbolicamente representada por A↔[B∨C], em que A, B e


C sejam proposições adequadas e os símbolos ↔ e ∨ representem, respectivamente,
a bicondicional e a disjunção.

( ) Certo ( ) Errado

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3. Prova: CESPE - 2012 - TC-DF - Auditor de Controle Externo

Com a finalidade de reduzir as despesas mensais com energia elétrica na sua


repartição, o gestor mandou instalar, nas áreas de circulação, sensores de presença e
de claridade natural que atendem à seguinte especificação:

P: A luz permanece acesa se, e somente se, há movimento e não há claridade natural
suficiente no recinto.

Acerca dessa situação, julgue os itens seguintes.

A especificação P pode ser corretamente representada por p ↔ (q Λ r ), em que p, q e


r correspondem a proposições adequadas e os símbolos ↔ e Λ representam,
respectivamente, a bicondicional e a conjunção

( ) Certo ( ) Errado

Gabarito: 1. D 2. Certo 3. Certo

184 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico

TAUTOLOGIA

Uma proposição composta formada por duas ou mais proposições p, q, r, ... será dita uma
Tautologia se ela for sempre verdadeira, independentemente dos valores lógicos das
proposições p, q, r, ... que a compõem.
Exemplo:
Grêmio cai para segunda divisão ou o Grêmio não cai para segunda divisão.
Vamos chamar a primeira proposição de “p” a segunda de “~p” e o conetivo de “v”.
Assim podemos representar a sentença acima da seguinte forma: p v ~p.
Agora vamos construir as hipóteses:

H1:
p: Grêmio cai para segunda divisão.
~p: Grêmio não cai para segunda divisão.

H2:
p: Grêmio não cai para segunda divisão.
~p: Grêmio cai para segunda divisão.

p ~p p v ~p
H1 V F V
H2 F V V

Como os valores lógicos encontrados foram todos verdadeiros, logo temos uma TAUTOLOGIA!
Exemplo 2, verificamos se a sentença abaixo é uma tautologia:
Se João é alto, então João é alto ou Guilherme é gordo.
p = João é alto.
�p→pvq
q = Guilherme é gordo.

www.acasadoconcurseiro.com.br 185
Agora vamos construir a tabela verdade da sentença anterior:

p q pvq p→pvq
H1 V F V V
H2 F V V V
H3 F V V V
H4 F F F V

Como para todas as combinações possíveis, sempre o valor lógico da sentença será verdadeiro,
logo temos uma tautologia.

186 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico – Tautologia – Prof. Edgar Abreu

Slides – Tautologia

1. Prova: Uespi - 2014 - PC-PI - Escrivão de Polícia Civil

Um enunciado é uma tautologia quando não puder ser falso, um


exemplo é:

a) Está fazendo sol e não está fazendo sol.


b) Está fazendo sol.
c) Se está fazendo sol, então não está fazendo sol.
d) não está fazendo sol.
e) Está fazendo sol ou não está fazendo sol.

2. Prova: Cespe - 2014 - TJ-SE - Técnico Judiciário

Julgue os próximos itens, considerando os conectivos lógicos usuais


¬, ∧, ∨, →, ↔ e que P, Q e R representam proposições lógicas simples.

A proposição 𝑃 → 𝑄 ∧ 𝑅 ↔ ¬𝑃 ∨ 𝑄 ∧ ¬𝑃 ∨ 𝑅 é
uma tautologia.

( ) Certo ( ) Errado

Gabarito: 1. E 2. C

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Raciocínio Lógico

CONTRADIÇÃO

Uma proposição composta formada por duas ou mais proposições p, q, r, ... será dita uma
contradição se ela for sempre falsa, independentemente dos valores lógicos das proposições p,
q, r, ... que a compõem.
Exemplo: Lula é o presidente do Brasil e Lula não é o presidente do Brasil.
Vamos chamar a primeira proposição de “p” a segunda de “~p” e o conetivo de “^”.
Assim podemos representar a “frase” acima da seguinte forma: p ^ ~p.

p ~p p ^ ~p
H1 V F F
H2 F V F

Logo temos uma CONTRADIÇÃO!

PARA GABARITAR
•• Sempre verdadeiro = Tautologia
•• Sempre Falso = Contradição
•• Verdadeiro e Falso = Contigência

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Raciocínio Lógico

NEGAÇÃO DE UMA PROPOSIÇÃO COMPOSTA

Agora vamos aprender a negar proposições compostas, para isto devemos considerar que:
Para negarmos uma proposição conjunta devemos utilizar a propriedade distributiva, similar
aquela utilizada em álgebra na matemática.

NEGAÇÃO DE UMA DISJUNÇÃO.

Negar uma sentença composta é apenas escrever quando esta sentença assume o valor lógico
de falso, lembrando as nossas tabelas verdade construídas anteriormente.
Para uma disjunção ser falsa (negação) a primeira e a segunda proposição tem que ser falsas,
conforme a tabela verdade abaixo, hipótese 4:

p q P∨Q
H1 V V V
H2 F V V
H3 V F V
H4 F F F

Assim concluímos que para negar uma sentença do tipo P v Q, basta negar a primeira (falso) E
negar a segunda (falso), logo a negação da disjunção (ou) é uma conjunção (e).
Exemplo 1:
1. Estudo ou trabalho.
p = estudo.
� P∨Q
q = trabalho
Conectivo = ∨
Vamos agora negar essa proposição composta por uma disjunção.
∼ (p ∨ q) = ∼ p ∧ ∼ q
Não estudo e não trabalho.

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Para negar uma proposição composta por uma disjunção, nós negamos a primeira proposição,
negamos a segunda e trocamos “ou” por “e”.
Exemplo 2:
Não estudo ou sou aprovado.
p = estudo
q = sou aprovado � ∼p∨q
~p = não estudo
Conectivo: “∨”
Vamos agora negar essa proposição composta por uma disjunção.
∼ (∼ p ∨ q) = p ∧ ∼ q
Lembrando que negar uma negação é uma afirmação e que trocamos “ou” por “e” e negamos
a afirmativa.
Estudo e não sou aprovado.

NEGAÇÃO DE UMA CONJUNÇÃO.

Vimos no capítulo de negação simples que a negação de uma negação é uma afirmação, ou
seja, quando eu nego duas vezes uma mesma sentença, encontro uma equivalência.
Vimos que a negação da disjunção é uma conjunção, logo a negação da conjunção será uma
disjunção.
Para negar uma proposição composta por uma conjunção, nós devemos negamos a primeira
proposição e depois negarmos a segunda e trocamos “e” por “ou”.
Exemplo 1:
Vou a praia e não sou apanhado.
p = vou a praia.
�p∧∼q
q = não sou apanhado
Conectivo = ∧
Vamos agora negar essa proposição composta por uma conjunção.
Não vou à praia ou sou apanhado.

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Raciocínio Lógico – Negação da conjunção e disjunção inclusiva (Lei de Morgan) – Prof. Edgar Abreu

PARA GABARITAR
Vejamos abaixo mais exemplo de negações de conjunção e disjunção:
~(p v q) = ~(p) ~(v) ~(q) = (~p ˄ ~q)
~(~p v q) = ~(~p) ~(v) ~(q) = (p ˄ ~q)
~(p˄~q) = ~(p) ~(˄) ~(~q) = (~p v q)
~(~p˄ ~q) = ~(~p) ~(˄) ~(~q) = (p v q)

1. Prova: CESPE – 2008 - TRT 5ª Região(BA) - Téc. Judiciário


Na linguagem falada ou escrita, o elemento primitivo é a sentença, ou proposição simples, formada basicamente
por um sujeito e um predicado. Nessas considerações, estão incluídas apenas as proposições afirmativas ou
negativas, excluindo, portanto, as proposições interrogativas, exclamativas etc. Só são consideradas proposições
aquelas sentenças bem definidas, isto é, aquelas sobre as quais pode decidir serem verdadeiras (V) ou falsas (F).
Toda proposição tem um valor lógico, ou uma valoração, V ou F, excluindo-se qualquer outro. As proposições serão
designadas por letras maiúsculas A, B, C etc. A partir de determinadas proposições, denominadas proposições
simples, são formadas novas proposições, empregando-se os conectivos “e”, indicado por v, “ou”, indicado por w,
“se ... então”, indicado por ÷, “se ... e somente se”, indicado por ø. A relação AøB significa que (A÷B) v (B÷A).
Emprega-se também o modificador “não”, indicado por ¬. Se A e B são duas proposições, constroem-se as
“tabelas-verdade”, como as mostradas abaixo, das proposições compostas formadas utilizando-se dos conectivos e
modificadores citados — a coluna correspondente a determinada proposição composta é a tabelaverdade daquela
proposição.
A B R
V V F
V F F
F V F
F F V

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Há expressões às quais não se pode atribuir um valor lógico V ou F, por exemplo: “Ele é juiz do TRT da 5.ª
Região”, ou “x + 3 = 9”. O sujeito é uma variável que pode ser substituído por um elemento arbitrário,
transformando a expressão em uma proposição que pode ser valorada como V ou F. Expressões dessa forma
são denominadas sentenças abertas, ou funções proposicionais. Pode-se passar de uma sentença aberta a
uma proposição por meio dos quantificadores “qualquer que seja”, ou “para todo”, indicado por oe, e
“existe”, indicado por ›. Por exemplo: a proposição (oex)(x 0 R)(x + 3 = 9) é valorada como F, enquanto a
proposição (›x)(x 0 R)(x + 3 = 9) é valorada como V. Uma proposição composta que apresenta em sua
tabelaverdade somente V, independentemente das valorações das proposições que a compõem, é
denominada logicamente verdadeira ou tautologia. Por exemplo, independentemente das valorações V ou F
de uma proposição A, todos os elementos da tabela-verdade da proposição Aw(¬A) são V, isto é, Aw(¬A) é
uma tautologia.
Considerando as informações do texto e a proposição P: "Mário pratica natação e judô", julgue os itens seguintes.

A negação da proposição P é a proposição R: “Mário não pratica natação nem judô”, cuja tabela-
verdade é a apresentada ao lado.

Certo Errado

2. Prova: FCC - 2014 - AL-PE - Agente Legislativo

A negação da frase “Ele não é artista, nem jogador de futebol” é


equivalente a:

a) ele é artista ou jogador de futebol.


b) ele é artista ou não é jogador de futebol.
c) não é certo que ele seja artista e jogador de futebol.
d) ele é artista e jogador de futebol.
e) ele não é artista ou não é jogador de futebol.

Gabarito: 1. E 2. A

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Raciocínio Lógico

NEGAÇÃO DE UMA CONDICIONAL

Conforme citamos anteriormente, negar uma proposição composta é escrever a(s) linha(s) em
que a tabela verdade tem como resultado “falso”.
Sabemos que uma condicional só será falsa, quando a primeira proposição for verdadeira “e” a
segunda for falsa.
Assim para negarmos uma sentença composta com condicional, basta repetir a primeira
proposição (primeira verdadeira), substituir o conetivo “se...então” por “e” e negar a segunda
proposição (segunda falsa).
Vejamos um exemplo:

1. Se bebo então sou feliz.


p = bebo.
�p→q
q = sou feliz.
Conectivo = →

Negação de uma condicional.


~ (p → q) = p ∧ ~ q
Resposta: Bebo e não sou feliz.

2. Se não estudo então não sou aprovado.


p = estudo.
~p = não estudo.
� ~p→~q
q = sou aprovado.
~q = não sou aprovado
Conectivo = →

Negando: ~ (~ p → ~ q)= ~ p ∧ q
Resposta: Não estudo e sou aprovado.

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3. Se estudo então sou aprovado ou o curso não é ruim.
p = estudo.
q = sou aprovado.
� p→q∨~r
r = curso é ruim.
~r = curso não é ruim.
Negando, ~ (p →q ∨ ~ r).
Negamos a condicional, mantém a primeira e negamos a segunda proposição, como a
segunda proposição é uma disjunção, negamos a disjunção, usando suas regras (negar as duas
proposições trocando “ou” por “e”).
~ (p →q ∨ ~ r)=p ∧ ~ (q ∨ ~ r)=p ∧ ~ q ∧r.
Estudo e não sou aprovado e o curso é ruim.

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Raciocínio Lógico

NEGAÇÃO DE UMA BICONDICIONAL

Existe duas maneiras de negar uma bicondicional. Uma é a trivial onde apenas substituímos o
conetivo “bicondiciona” pela “disjunção exclusiva”, conforme exemplo abaixo:
Sentença: Estudo se e somente se não vou à praia.
p = estudo.
q = vou à praia. � ~[ p ↔ ~ q ] = [ p � ~ q ]
~ q = não vou à praia
Conectivo = ↔
Logo sua negação será: Ou Estudo ou não vou à praia.
A segunda maneira de negar uma bicondicional é utilizando a propriedade de equivalência e
negando as duas condicionais, ida e volta, temos então que negar uma conjunção composta
por duas condicionais.
Negamos a primeira condicional ou negamos a segunda, usando a regra da condicional em
cada uma delas.
Exemplo 1:
Estudo se e somente se não vou à praia.
p = estudo.
q = vou à praia. � p ↔ ~ q = [ p → ~ q ] Ʌ [ ~ q → p]
~ q = não vou à praia
Conectivo = ↔
Uma bicondicional são duas condicionais, ida e volta.
Negando,

~ (p ↔ ~ q) = ~ [[p → ~ q] Ʌ [~ q → p]] =
~ [p ↔ ~ q] � ~ [~ q → p ]
p Ʌ q � ~ q Ʌ ~ p.
Estudo e vou à praia ou não vou à praia e não estudo.

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Raciocínio Lógico

EQUIVALÊNCIA DE UMA CONDICIONAL

Vamos descobrir qual a sentença equivalente a uma condicional, negando duas vezes a mesma
sentença.
Exemplo: Se estudo sozinho então sou autodidata.
Simbolizando temos:

p = estudo sozinho
�p → q
p = sou autodidata
conectivo = →

Simbolicamente: p → q
Vamos negar, ~ [ p →q ] = p ∧ ~ q
Agora vamos negar a negação para encontrarmos uma equivalência.
Negamos a negação da condicional ~ [p ∧ ~ q] = ~ p ∨ q

Solução: Não estudo sozinho ou sou autodidata.

Mas será mesmo que estas proposições, p → q e ~ p ∨ q são mesmo equivalentes? Veremos
através da tabela verdade.

p Q ~p p→q ~pvq
V V F V V
V F F F F
F V V V V
F F V V V

www.acasadoconcurseiro.com.br 199
Perceba na tabela verdade que p → q e ~ p ∨ q tem o mesmo valor lógico, assim essas duas
proposições são equivalentes.
Exemplo 2: Vamos encontrar uma proposição equivalente a sentença “Se sou gremista então
não sou feliz.”

p = Sou gremista.
q = Sou feliz. �p→~q
~ q = Não sou feliz.

Negação: ~ [ p → ~ q ] = p ∧ q
Sou gremista e sou feliz.
Equivalência: negação da negação.

~[p→~q]=p∧q
~[p∧q]=p∨~q
Logo, Não sou gremista ou não sou feliz é uma sentença equivalente.

Exemplo 3: Agora procuramos uma sentença equivalente a “Canto ou não estudo.”

c = Canto.
e = Estudo .� c ∨ ~ e
~ e = Não estudo.

Negação: ~ [ c ∨ ~ e ] = ~ c ∧ e
Equivalência: Negar a negação: ~ [ ~ c ∧ e ] = c ∨ ~ e
Voltamos para a mesma proposição, tem algo errado, teremos que buscar alternativa. Vamos
lá:
Vamos para a regra de equivalência de uma condicional.

p→q=~p∨q , podemos mudar a ordem da igualdade.

~p∨q=p→q
Veja que o valor lógico de p mudou e q continuou com o mesmo valor lógico.
Usando a regra acima vamos transformar a proposição inicial composta de uma disjunção em
numa condicional.
c∨~e=p→q
Para chegar à condicional, mudo o valor lógico de p,

200 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico – Equivalência de uma Condicional e Disjunção Inclusiva – Prof. Edgar Abreu

Troco “ou” por “se...então” e mantenho o valor lógico de q, ficando


Se não canto então não estudo.
Exemplo 4: Estudo ou não sou aprovado. Qual a sentença equivalente?

e = Estudo.
a = Sou aprovado. �e∨~a
~ a = Não sou aprovado.

Dica: quando for “ou” a equivalência sempre será “se...então”.


Assim, temos que transformar “ou” em “se...então”. Mas como?
p → q = ~ p ∨ q (equivalentes), vamos inverter.

~p∨q=p→q
Inverte o primeiro e mantém o segundo, trocando “ou” por “se...então”, transferimos isso para
nossa proposição.

e∨~a=~e→~a

Trocamos “e” por “~ e”, mantemos “~ a” e trocamos " ∨" por " →".
Logo, Se não estudo então não sou aprovado.
Não podemos esquecer que “ou” é comutativo, assim a opção de resposta pode estar trocada,
então atente nisto, ao invés de e ∨ ~ a pode ser ~ a ∨ e , assim a resposta ficaria:
Se sou aprovado então estudo.
Quaisquer das respostas estarão certas, então muita atenção!

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Raciocínio Lógico

CONTRAPOSITIVA

Utilizamos como exemplo a sentença abaixo:


Se estudo lógica então sou aprovado
p = estudo lógica.
�p→q
q = sou aprovado.

Vamos primeiro negar esta sentença:

�(p →q) = p Ʌ � q
Lembrando da tabela verdade da conjunção “e”, notamos que a mesma é comutativa, ou seja,
se alterarmos a ordem das premissas o valor lógico da sentença não será alterado. Assim vamos
reescrever a sentença encontrada na negação, alterando o valor lógico das proposições.
p Ʌ � q = �q Ʌ p
Agora vamos negar mais uma vez para encontrar uma equivalência da primeira proposição.

�(�q Ʌ p) ↔ � q � � p
Agora vamos utilizar a regra de equivalência que aprendemos anteriormente.
Regra:
p→q↔� p�q
Em nosso exemplo temos:
q� p↔ q→ p
� � �
Logo encontramos uma outra equivalência para a nossa sentença inicial.
Esta outra equivalência chamamos de contrapositiva e é muito fácil de encontrar, basta
comutar as proposições (trocar a ordem) e negar ambas.
p→q=� q→� p
Exemplo 2: Encontrar a contrapositiva (equivalente) da proposição “Se estudo muito então
minha cabeça dói”
p = estudo muito.
� p → q
q = minha cabeça dói.

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Encontramos a contrapositiva, invertendo e negando ambas proposições.
p→q=� q→� p
Logo temos que: Se minha cabeça não dói então não estudo muito.

PARA GABARITAR
EQUIVALÊNCIA 1: p → q = p � q

EQUIVALÊNCIA 2: p → q = q → p (contrapositiva)
� �

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Raciocínio Lógico – Equivalência Contrapositiva – Prof. Edgar Abreu

Slides – Equivalência Contrapositiva

'

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Raciocínio Lógico

EQUIVALÊNCIA BICONDICIONAL E CONDICIONAL

Recebe o nome de bicondicional toda proposição composta em que as partes estejam unidas
pelo conectivo ... se somente se... Simbolicamente, representaremos esse conectivo por “ ↔ ”.
Portanto, se temos a sentença:
Exemplo: “Estudo se e somente se sou aprovado”
Proposição 1: Estudo.
Proposição 2: Sou aprovado.
Conetivo: se e somente se.
Vamos chamar a primeira proposição de “p” a segunda de “q” e o conetivo de “ ↔ ”
Assim podemos representar a “frase” acima da seguinte forma: p ↔ q
Sua tabela verdade é:

p q p↔q
H1 V F F
H2 F V F
H3 V V V
H4 F F V

Uma proposição bicondicional pode ser escrita como duas condicionais, é como se tivéssemos
duas implicações, uma seta da esquerda para direita e outra seta da direita para esquerda,
conforme exemplo abaixo:

Neste caso, transformamos um bicondicional em duas condicionais conectadas por uma


conjunção. Estas sentenças são equivalentes, ou seja, possuem o mesmo valor lógico.

p q p→q p←q (p → q) Ʌ (p ← q) p↔q


V V V V V V
F F V V V V
F V V F F F
V F F V F F

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Raciocínio Lógico

QUANTIFICADORES LÓGICOS

Chama-se argumento a afirmação de que um grupo de proposições iniciais redunda em uma


outra proposição final, que será conseqüência das primeiras. Estudaremos aqui apenas os
argumentos que podemos resolver por diagrama, contendo as expressões: Todo, algum,
nenhum ou outras similares.
Um argumento válido tem obrigatoriamente a conclusão como consequência das premissas.
Assim, quando um argumento é válido, a conjunção das premissas verdadeiras implica
logicamente a conclusão.
Exemplo: Considere o silogismo abaixo:

1. Todo aluno da Casa do Concurseiro é aprovado.

2. Algum aprovado é funcionário da defensoria.


Conclusão:
Existem alunos da casa que são funcionários da defensoria.
Para concluir se um silogismo é verdadeiro ou não, devemos construir conjuntos com as
premissas dadas. Para isso devemos considerar todos os casos possíveis, limitando a escrever
apenas o que a proposição afirma.

Pelo exemplo acima vimos que nem sempre a conclusão acima é verdadeira, veja que quando
ele afirma que “existem alunos da casa que são funcionários da defensoria”, ele está dizendo
que sempre isso vai acontecer, mas vimos por esse diagrama que nem sempre acontece.

www.acasadoconcurseiro.com.br 209
Nesse diagrama isso acontece, mas pelo dito na conclusão, sempre vai existir, e vimos que não,
logo a conclusão é falsa.
No mesmo exemplo, se a conclusão fosse:
“Existem funcionários da defensoria que não são alunos da casa”.
Qualquer diagrama que fizermos (de acordo com as premissas) essa conclusão será verdadeira,
tanto no diagrama 1 quanto no diagrama 2, sempre vai ter alguém de fora do desenho.
Logo, teríamos um silogismo!
Silogismo é uma palavra cujo significado é o de cálculo. Etimologicamente, silogismo significa
“reunir com o pensamento” e foi empregado pela primeira vez por Platão (429-348 a.C.). Aqui
o sentido adotado é o de um raciocínio no qual, a partir de proposições iniciais, conclui-se uma
proposição final. Aristóteles (384-346 a.C.) utilizou tal palavra para designar um argumento
composto por duas premissas e uma conclusão.

ALGUM

Vamos representar graficamente as premissas que contenham a expressão “algum”.


São considerados sinônimos de algum as expressões: existe(m), há pelo menos um ou qualquer
outra similar.
Analise o desenho abaixo, que representa o conjunto dos A e B. O que podemos inferir a partir
do desenho?

Conclusões:
Existem elementos em A que são B.
Existem elementos em B que são A.
Existem elementos A que não são B.
Existem elementos B que não estão em A.

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Raciocínio Lógico – Quantificadores Lógicos: Todo, Nenhum e Existe – Prof. Edgar Abreu

NENHUM

Vejamos agora as premissas que contém a expressão nenhum ou outro termo equivalente.
Analise o desenho abaixo, que representa o conjunto dos A e B. O que podemos inferir a partir
do desenho?

Conclusões:
Nenhum A é B.
Nenhum B é A.

TODO

Vamos representar graficamente as premissas que contenham a expressão “todo”.


Pode ser utilizado como sinônimo de todo a expressão “qualquer um” ou outra similar.
Analise o desenho abaixo, que representa o conjunto dos A e B. O que podemos inferir a partir
do desenho?

Conclusão:
Todo A é B.
Alguns elementos de B é A ou existem B que são A.

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Prova: FGV - 2014 - AL-BA - Téc.Nível Médio

Afirma-se que: “Toda pessoa gorda come muito”.

É correto concluir que:

a) se uma pessoa come muito, então é gorda.


b) se uma pessoa não é gorda, então não come muito.
c) se uma pessoa não come muito, então não é gorda.
d) existe uma pessoa gorda que não come muito.
e) não existe pessoa que coma muito e não seja gorda.

Gabarito: 1. C

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Raciocínio Lógico

NEGAÇÃO DE TODO, ALGUM E NENHUM

As Proposições da forma Algum A é B estabelecem que o conjunto A tem pelo menos um


elemento em comum com o conjunto B.
As Proposições da forma Todo A é B estabelecem que o conjunto A é um subconjunto de B.
Note que não podemos concluir que A = B, pois não sabemos se todo B é A.
Como negamos estas Proposições:
Exemplos:

1. Toda mulher é friorenta.


Negação: Alguma mulher não é friorenta

2. Algum aluno da casa será aprovado.


Negação: Nenhum aluno da casa vai ser aprovado.

3. Nenhum gremista é campeão.


Negação: Pelo menos um gremista é campeão.

4. Todos os estudantes não trabalham


Negação: Algum estudante trabalha.

PARA GABARITAR

Cuide os sinônimos como por exemplo, existem, algum e etc.

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1. Prova: Instituto AOCP – 2014 – UFGD – Analista
de Tecnologia da Informação

Assinale a alternativa que apresenta a negação de “Todos


os pães são recheados”.

a) Existem pães que não são recheados.


b) Nenhum pão é recheado.
c) Apenas um pão é recheado.
d) Pelo menos um pão é recheado.
e) Nenhuma das alternativas.

2. Prova: FJG-RIO – 2014 – Câmara Municipal do Rio de Janeiro –


Analista Legislativo

Seja a seguinte proposição: “existem pessoas que não acordam cedo e


comem demais no almoço”.

A negação dessa proposição está corretamente indicada na seguinte


alternativa:

a) Todas as pessoas acordam cedo ou não comem demais no almoço.


b) Não existem pessoas que comem demais no almoço.
c) Não existem pessoas que acordam cedo.
d) Todas as pessoas que não acordam cedo comem demais no almoço.

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Raciocínio Lógico – Negação Todo, Nenhum e Existe – Prof. Edgar Abreu

3. Prova: CESPE – 2014 – Câmara dos Deputados –


Técnico Legislativo

Considerando que P seja a proposição “Se o bem é público, então


não é de ninguém”, julgue os itens subsequentes.

A negação da proposição P está corretamente expressa por “O


bem é público e é de todos”.

( ) Certo ( ) Errado

4. Prova: FGV - 2013 – TJ/AM - Analista Judiciário - Serviço Social

José afirmou: “— Todos os jogadores de futebol que não são ricos jogam
no Brasil ou jogam mal“.

Assinale a alternativa que indica a sentença que representa a negação do que


José afirmou:

a) Nenhum jogador de futebol que não é rico joga no Brasil ou joga mal.
b) Todos os jogadores de futebol que não jogam no Brasil e não jogam mal.
c) Algum jogador de futebol que não é rico não joga no Brasil e não joga mal.
d) Algum jogador de futebol é rico mas joga no Brasil ou joga mal.
e) Nenhum jogador de futebol que é rico joga no Brasil ou joga mal.

Gabarito: 1. A 2. A 3. Errado 4. C

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Raciocínio Lógico

SILOGISMO
Silogismo Categórico é uma forma de raciocínio lógico na qual há duas premissas e uma
conclusão distinta destas premissas, sendo todas proposições categóricas ou singulares.
Existem casos onde teremos mais de duas premissas.
Devemos sempre considerar as premissas como verdadeira e tentar descobrir o valor lógico de
cada uma das proposições, com objetivo de identificar se a conclusão é ou não verdadeira.
Sempre que possível devemos começar nossa linha de raciocínio por uma proposição simples
ou se for composta conectada pela conjunção “e”.
Abaixo um exemplo de como resolver uma questão envolvendo silogismo.

QUESTÃO COMENTADA
(FCC: BACEN - 2006) Um argumento é composto pelas seguintes premissas:
I – Se as metas de inflação não são reais, então a crise econômica não demorará a
ser superada.
II – Se as metas de inflação são reais, então os superávits primários não serão
fantasioso.
III – Os superávits serão fantasiosos.
Para que o argumento seja válido, a conclusão deve ser:
a) A crise econômica não demorará a ser superada.
b) As metas de inflação são irreais ou os superávits serão fantasiosos.
c) As metas de inflação são irreais e os superávits são fantasiosos.
d) Os superávits econômicos serão fantasiosos.
e) As metas de inflação não são irreais e a crise econômica não demorará a ser
superada.
Solução:
Devemos considerar as premissas como verdadeiras e tentar descobrir o valor
lógico de cada uma das proposições.
Passo 1: Do português para os símbolos lógicos.

I – Se as metas de inflação não são reais, então a crise econômica não demorará a ser superada
~ P →~ Q

II – Se as metas de inflação são reais, então os superávits primários não serão fantasiosos.

~ P →~ R

III – Os superávits serão fantasiosos.

Passo 2: Considere as premissas como verdade.

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PREMISSA 1 PREMISSA 2 PREMISSA 3
VERDADE VERDADE VERDADE
~P→~Q ~P→~R R
Não é possível determinar Não é possível determinar
o valor lógico de P e Q, já o valor lógico de P e Q, já
que existem 3 possibilidades que existem 3 possibilidades CONCLUSÃO: R=V
distintas que torna o distintas que torna o
condicional verdadeiro. condicional verdadeiro.

Passo 3: Substitui a premissa 3 em 2 e analise.


•• Como na premissa 3 vimos que R é V logo ~ R = F.
•• Como P é uma proposição, o mesmo pode ser F ou V.

Vamos testar:

P → ~R P → ~R
F F F V F
V F V F F

Como a premissa 2 é verdade e caso a proposição P tenha valor V teremos uma


premissa falsa, logo chegamos a conclusão que P = F.
Passo 3: Substitui a premissa 2 em 1 e analise.
•• Como na premissa 2 vimos que P é F logo ~ P = V.
•• Como Q é uma proposição, o mesmo pode ser F ou V.
•• Analisando o condicional temos:
~P → ~Q
V V V
V F F
Logo ~ Q = V, assim Q = F
Passo 4: Traduzir as conclusões para o português.
Premissa 1: P = F
•• as metas de inflação não são reais.
Premissa 2: Q = F
•• crise econômica não demorará a ser superada.

Conclusão: Alternativa A

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Raciocínio Lógico – Argumento Com Proposições Válido (Silogismo) – Prof. Edgar Abreu

Slides

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Raciocínio Lógico – Argumento Com Proposições Válido (Silogismo) – Prof. Edgar Abreu

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Raciocínio Lógico

ARGUMENTO COM QUANTIFICADORES VÁLIDO – SILOGISMO

QUESTÃO COMENTADA
FCC: TCE-SP – 2010
Considere as seguintes afirmações:
I – Todo escriturário deve ter noções de Matemática.
II – Alguns funcionários do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo são escriturários.
Se as duas afirmações são verdadeiras, então é correto afirmar que:
a) Todo funcionário do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo deve ter noções de
Matemática.
b) Se Joaquim tem noções de Matemática, então ele é escriturário.
c) Se Joaquim é funcionário do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, então ele é
escriturário.
d) Se Joaquim é escriturário, então ele é funcionário do Tribunal de Contas do Estado de São
Paulo.
e) Alguns funcionários do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo podem não ter noções
de Matemática.

Resolução:
Primeiramente vamos representar a primeira premissa.
I – Todo escriturário deve ter noções de Matemática.

II – Alguns funcionários do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo são escriturários.

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Vejamos uma hipótese para a segunda premissa.

Vamos considerar agora a possibilidade de todos os funcionários terem noções de Matemática,


ficamos agora com duas possibilidades distintas.

Analisamos agora as alternativas:


Alternativa A: Todo funcionário do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo deve ter noções
de Matemática

Solução:

Observe que o nosso símbolo representa um funcionário do TCE que não possui noção de
matemática. Logo a conclusão é precipitada.

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Raciocínio Lógico – Argumento com Quantificadores Válidos (Silogismo) – Prof. Edgar Abreu

Alternativa B: Se Joaquim tem noções de Matemática, então ele é escriturário.

Solução:

O ponto em destaque representa alguém que possui noção de matemática, porém não é
escriturário, logo a conclusão é precipitada e está errada.

Alternativa C: Se Joaquim é funcionário do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, então


ele é escriturário.

Solução:

O ponto em destaque representa alguém que possui é funcionário do TCE, porém não é
escriturário, logo a conclusão é precipitada e está errada.

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Alternativa D: Se Joaquim é escriturário, então ele é funcionário do Tribunal de Contas do
Estado de São Paulo.

Solução:

O ponto em destaque representa alguém que é escriturário, porém não é funcionário do TCE,
logo a conclusão é precipitada e está alternativa está errada.

Alternativa E: Alguns funcionários do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo podem não
ter noções de Matemática.

Solução:

O ponto em destaque representa um funcionário do TCE que não tem noção de matemática,
como a questão afirma que “podem”, logo está correta.

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Raciocínio Lógico – Argumento com Quantificadores Válidos (Silogismo) – Prof. Edgar Abreu

Prova: IESES - 2014 - IGP-SC - Auxiliar Pericial – Criminalístico

Considere que as seguintes frases são verdadeiras e assinale a alternativa


correta:

- Algum policial é alto;


- Todo policial é educado.

a) Todo policial educado é alto.


b) Algum policial alto não é educado.
c) Algum policial não educado é alto.
d) Algum policial educado é alto.

Prova: FDRH - 2008 - IGP-RS - Papiloscopista Policial

Considere os argumentos abaixo:

I – Todos os gatos são pretos.


Alguns animais pretos mordem.
Logo, alguns gatos mordem.

II – Se 11 é um número primo, então, 8 não é um número par.


Ora 8 é um número par, portanto, 11 não é um número primo.

III – Todos os X são Y.


Todos os Z são Y.
Alguns X estão quebrados.
Logo, alguns Y estão quebrados.

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Quais são válidos?

a) Apenas o I.
b) Apenas o II.
c) Apenas o III.
d) Apenas o II e o III.
e) O I, o II e o III.

Gabarito: 1. D 2. D

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Raciocínio Lógico

CÓDIGOS E ANAGRAMAS

1. (Prova: FCC – 2014 - TJ-AP – Analista Judiciário) Bruno criou um código secreto para se
comunicar por escrito com seus amigos. A tabela mostra algumas palavras traduzidas para esse
código.

A palavra MEL, no código de Bruno, seria traduzida como:


a) LDK.
b) NFM.
c) LFK.
d) NDM.
e) OGN.

2. (Prova: FCC – 2012 – PREF. São Paulo-SP – Auditor Fiscal) Considere a multiplicação abaixo, em
que letras iguais representam o mesmo dígito e o resultado é um número de 5 algarismos.

A soma (S + O + M + A + R) é igual a:
a) 33.
b) 31.
c) 29.
d) 27.
e) 25.

Gabarito: 1. D 2. D

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Raciocínio Lógico

QUESTÕES DE RESTO DE UMA DIVISÃO

São comuns as questões de raciocínio lógico que envolva resto de uma divisão. Normalmente
essas questões abordam assuntos relacionados a calendário, múltiplo ou divisores ou qualquer
outra sequência que seja cíclica.
Estas questões são resolvidas todas de forma semelhante, vejamos os exemplos abaixo:

QUESTÃO COMENTADA 1
CESGRANRIO: CAPES – 2008
Em um certo ano, o mês de abril termina em um domingo. É possível determinar o próximo
mês a terminar em um domingo?
a) Sim, será o mês de setembro do mesmo ano.
b) Sim, será o mês de outubro do mesmo ano.
c) Sim, será o mês de dezembro do mesmo ano.
d) Sim, será o mês de janeiro do ano seguinte.
e) Não se pode determinar porque não se sabe se o ano seguinte é bissexto ou não.
Solução:
Sabendo que o mês de Abril possui 30 dias, logo sabemos que dia 30 de abril foi um domingo.
Vamos identificar quantos dias teremos até o último dia de cada mês, assim verificamos se esta
distância é múltipla de 7, já que a semana tem 7 dias e os domingos acontecerão sempre um
número múltiplo de 7 após o dia 30 de Abril:

QUANT. DIAS DO
MÊS DIAS ATÉ 30/04 MÚLTIPLO DE 7
MÊS
MAIO 31 31 NÃO
JUNHO 30 61 NÃO
JULHO 31 92 NÃO
AGOSTO 31 123 NÃO
SETEMBRO 30 153 NÃO
OUTUBRO 31 184 NÃO
NOVEMBRO 30 214 NÃO
DEZEMBRO 31 245 SIM (245/7 = 35)
Solução será dia 31 de Dezembro do mesmo ano, alternativa C.

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QUESTÃO COMENTADA 2
FCC: TST – 2012
Pedro é um atleta que se exercita diariamente. Seu treinador orientou-o a fazer flexões de
braço com a frequência indicada na tabela abaixo:

Dia da semana Número de flexões


2ª e 5ª feiras 40
3ª e 6ª feiras 10
4ª feiras 20
Sábados 30
Domingos nenhuma

No dia de seu aniversário, Pedro fez 20 flexões de braço. No dia do aniversário de sua namorada,
260 dias depois do seu, Pedro:
a) não fez flexão.
b) fez 10 flexões.
c) fez 20 flexões.
d) fez 30 flexões.
e) fez 40 flexões.

Solução:
Com Pedro fez 20 flexões em seu aniversário, logo concluímos que caiu em uma quarta-feira.
Devemos descobrir qual o dia da semana será após 260 dias. Primeiramente vamos descobrir
quantas semanas se passaram até este dia, dividindo 260 por 7, já que uma semana tem 7 dias.
260 = 37 (resto 1)
7
Assim sabemos que se passaram 37 semanas e mais um dia.
Como ele fez aniversário na quarta, se somarmos 1 dia temos quinta-feira e o total de flexões
para este dia será de 40, segundo a tabela. Alternativa E

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Raciocínio Lógico – Problemas Cíclicos/Calendário e Datas – Prof. Edgar Abreu

Prova: FCC - 2014 - AL-PE - Agente Legislativo

O dia 04 de março de 2014 foi uma terça-feira. Sendo assim, é


correto afirmar que o dia 04 de março de 2015 será:

a) segunda-feira.
b) quarta-feira.
c) quinta-feira.
d) domingo.
e) terça-feira.

Prova: FCC - 2013 - TRT - 5ª Região (BA) - Analista Judiciário

Um ano bissexto possui 366 dias, o que significa que ele é composto por
52 semanas completas mais 2 dias. Se em um determinado ano bissexto
o dia 1º de janeiro caiu em um sábado, então o dia 31 de dezembro cairá
em:

a) um sábado.
b) um domingo.
c) uma 2ª feira.
d) uma 3ª feira.
e) uma 4ª feira.

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Prova(s): FCC - 2013 - DPE-RS - Técnico de Apoio Especializado
Em uma montadora, são pintados, a partir do início de um turno de
produção, 68 carros a cada hora, de acordo com a seguinte sequência de
cores: os 33 primeiros são pintados de prata, os 20 seguintes de preto, os
próximos 8 de branco, os 5 seguintes de azul e os 2 últimos de vermelho.
A cada hora de funcionamento, essa sequência se repete.

Dessa forma, o 530º carro pintado em um turno de produção terá a cor:

a) prata.
b) preta.
c) branca.
d) azul.
e) vermelha.

Gabarito: 1. B 2. B 3. C

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Raciocínio Lógico

PROBLEMAS DE MÍNIMO E MÁXIMO

1. Prova: FCC - 2012 - TJ-RJ - Analista Judiciário

A câmara municipal de uma cidade é composta por 21 vereadores, sendo


10 do partido A, 6 do partido B e 5 do partido C. A cada semestre, são
sorteados n vereadores, que têm os gastos de seus gabinetes auditados
por uma comissão independente. Para que se garanta que, em todo
semestre, pelo menos um vereador de cada partido seja necessariamente
sorteado, o valor de n deve ser, no mínimo,

a) 11.
b) 10.
c) 17.
d) 16.
e) 14.

2. Prova: FCC - 2009 - SEFAZ-SP - Agente Fiscal de Rendas - Prova 1

Numa cidade existem 10 milhões de pessoas. Nenhuma delas possui mais do


que 200 mil fios de cabelo. Com esses dados, é correto afirmar que,
necessariamente,

a) existem nessa cidade duas pessoas com o mesmo número de fios de cabelo.
b) existem nessa cidade pessoas sem nenhum fio de cabelo.
c) existem nessa cidade duas pessoas com quantidades diferentes de fios de
cabelo.
d) o número médio de fios de cabelo por habitante dessa cidade é maior do que
100 mil.
e) somando-se os números de fios de cabelo de todas as pessoas dessa cidade
obtém-se 2 × 1012.

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3. Prova: FCC - 2014 - TRT - 16ª REGIÃO (MA) - Analista Judiciário

Em uma floresta com 1002 árvores, cada árvore tem de 900 a 1900 folhas.
De acordo apenas com essa informação, é correto afirmar que,
necessariamente,

a) ao menos duas árvores dessa floresta têm o mesmo número de folhas.


b) apenas duas árvores dessa floresta têm o mesmo número de folhas.
c) a diferença de folhas entre duas árvores dessa floresta não pode ser
maior do que 900.
d) não há árvores com o mesmo número de folhas nessa floresta.
e) a média de folhas por árvore nessa floresta é de 1400.

Gabarito: 1. C 2. A 3. A

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Raciocínio Lógico

PROBLEMAS ENVOLVENDO FUTEBOL

1. (Prova: FCC – 2014 - TRT 2ª Região (SP) – Técnico Judiciário) Um jogo de vôlei entre duas equipes
é ganho por aquela que primeiro vencer três sets, podendo o placar terminar em 3 a 0, 3 a 1 ou
3 a 2. Cada set é ganho pela equipe que atingir 25 pontos, com uma diferença mínima de dois
pontos a seu favor. Em caso de igualdade 24 a 24, o jogo continua até haver uma diferença de
dois pontos (26 a 24, 27 a 25, e assim por diante). Em caso de igualdade de sets 2 a 2, o quinto
e decisivo set é jogado até os 15 pontos, também devendo haver uma diferença mínima de dois
pontos. Dessa forma, uma equipe pode perder um jogo de vôlei mesmo fazendo mais pontos
do que a equipe adversária, considerando-se a soma dos pontos de todos os sets da partida. O
número total de pontos da equipe derrotada pode superar o da equipe vencedora, em até:
a) 47 pontos.
b) 44 pontos.
c) 50 pontos.
d) 19 pontos.
e) 25 pontos.

2. (Prova: SHDIAS – 2014 – CEASA-Campinas – Assistente Administrativo) No basquete, uma cesta


pode valer 1, 2, ou 3 pontos, Na partida final do campeonato, Leonardo fez 5 cestas, em um
total de 11 pontos. Nesse caso, não é possível que Leonardo tenha feito exatamente:
a) Uma cesta de 1 ponto.
b) Quatro cestas de 2 pontos.
c) Três cestas de 3 pontos.
d) Três cestas de 2 pontos.

3. (Prova: CESPE – 2014 – SUFRAMA – Nível Superior) Em um campeonato de futebol, a pontuação


acumulada de um time é a soma dos pontos obtidos em cada jogo disputado. Por jogo, cada
time ganha três pontos por vitória, um ponto por empate e nenhum ponto em caso de derrota.
Com base nessas informações, julgue o item seguinte.
Nesse campeonato, os critérios de desempate maior número de vitórias e menor número de
derrotas são equivalentes.
( ) CERTO
( ) ERRADO

Gabarito: 1. B 2. D 3. Errado

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Raciocínio Lógico

PROBLEMAS COM DIREÇÃO E SENTIDO

1. (Prova: FCC – 2014 – METRÔ-SP – Técnico de Sistemas Metroviários) M, N, O e P são quatro


cidades próximas umas das outras. A cidade M está ao sul da cidade N. A cidade O está à leste
da cidade M. Se a cidade P está à sudoeste da cidade O, então N está a:
a) noroeste de P.
b) nordeste de P.
c) norte de P.
d) sudeste de P.
e) sudoeste de P.

2. (Prova: FCC – 2014 – SABESP – Tecnólogo) Partindo de um ponto inicial A, Laura caminhou 4 km
para leste, 2 km para sul, 3 km para leste, 6 km para norte, 6 km para oeste e, finalmente, 1 km
para sul, chegando no ponto B. Artur partiu do mesmo ponto A de Laura percorrendo X km para
norte e 1 km para a direção Y, chegando no mesmo ponto B em que Laura chegou. Sendo Y uma
das quatro direções da rosa dos ventos (norte, sul, leste ou oeste), X e Y são, respectivamente,
a) 6 e sul.
b) 2 e norte.
c) 4 e oeste.
d) 3 e leste.
e) 4 e leste.

3. (Prova: FCC – 2014 – TRF 3ª Região – Técnico Judiciário) Partindo do ponto A, um automóvel
percorreu 4,5 km no sentido Leste; percorreu 2,7 km no sentido Sul; percorreu 7,1 km no
sentido Leste; percorreu 3,4 km no sentido Norte; percorreu 8,7 km no sentido Oeste; percorreu
4,8 km no sentido Norte; percorreu 5,4 km no sentido Oeste; per- correu 7,2 km no sentido
Sul, percorreu 0,7 km no sentido Leste; percorreu 5,9 km no sentido Sul; percorreu 1,8 km no
sentido Leste e parou. A distância entre o ponto em que o automóvel parou e o ponto A, inicial,
é igual a :
a) 7,6 km.
b) 14,1 km.
c) 13,4 km.
d) 5,4 km.
e) 0,4 km.

Gabarito: 1. C 2. D 3. A

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Raciocínio Lógico

QUESTÕES ENVOLVENDO SEQUÊNCIA DE NÚMEROS

É comum aparecer em provas de concurso questões envolvendo sequências de números, onde


o candidato terá que descobrir a “lógica” da sequência para solucionar o problema.
A verdade é que não existe uma regra de resolução destas questões, cada sequência é diferente
das demais, depende da lógica que o autor está cobrando.
O que vamos aprender neste capítulo é a resolver algumas das sequências que já foram
cobradas em concursos anteriores, este tipo de questão, só existe uma única maneira de
aprender a resolver, fazendo!

QUESTÃO COMENTADA
FCC: BACEN – 2006
No quadriculado seguinte os números foram colocados nas células obedecendo a um
determinado padrão.

16 34 27 X
13 19 28 42
29 15 55 66

Seguindo esse padrão, o número X deve ser tal que:


a) X > 100
b) 90 < X < 100
c) 80 < X < 90
d) 70 < X < 80
e) X < 70

Solução:
Quando a sequencia se apresenta em tabelas, similares a esta, procure sempre encontrar uma
lógica nas linhas ou nas colunas. A lógica da sequencia desta questão está na relação da linha
três com as linhas 1 e 2.
A linha 3 é a soma das linhas 1 e 2 quando a coluna for impar e a subtração das linhas 1 e 2
quando a coluna for par, note:

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Coluna 1: 16 + 13 = 29
Coluna 2: 34 - 19 = 15
Coluna 3: 27 + 28 = 55
Logo a coluna 4, que é par, teremos uma subtração:
x – 42 = 66 => x = 66 + 42 = 108
Alternativa A

QUESTÃO COMENTADA 2
FCC : TRT – 2011
Na sequência de operações seguinte, os produtos obtidos obedecem a determinado padrão.
1x1=1
11 x 11 = 121
111 x 111 = 12.321
1.111 x 1111 = 1.234.321
11.111 x 11.111 = 123.454.321
Assim sendo, é correto afirmar que, ao se efetuar 111 111 111 × 111 111 111, obtém-se um
número cuja soma dos algarismos está compreendida entre:
a) 85 e 100.
b) 70 e 85.
c) 55 e 70.
d) 40 e 55.
e) 25 e 40.

Solução:
Note que o termo centra do resultado da multiplicação é sempre a quantidade de número 1
que estamos multiplicando, conforme destacado na tabela abaixo:

1x1 1
11 x 11 121
111 x 111 12. 321
1. 111 x 1. 111 1. 234. 321
11. 111 x 11. 111 123. 454. 321

Perceba também que o resultado da multiplicação é formado por um número que começa com
1 e vai até a quantidade de números 1 que tem a multiplicação e depois começa a reduzir até o
número 1 de volta.

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Raciocínio Lógico – Números – Prof. Edgar Abreu

Logo a multiplicação de 111 111 111 × 111 111 111 temos 9 números 1, assim o resultado
certamente será composto pelo número 12345678 9 87654321. Agora basta apenas somar os
algarismos e encontra como resposta o número 81, alternativa B.

QUESTÃO COMENTADA 3
CESGRANRIO: TCE/RO – 2007
O sistema binário de numeração, só se utilizam os algarismos 0 e 1. Os números naturais,
normalmente representados na base decimal, podem ser também escritos na base binária
como mostrado:

DECIMAL BINÁRIO
0 0
1 1
2 10
3 11
4 100
5 101
6 110
7 111

De acordo com esse padrão lógico, o número 15 na base decimal, ao ser representado na base
binária, corresponderá a:
a) 1000
b) 1010
c) 1100
d) 1111
e) 10000

Solução:
No sistema decimal que conhecemos, cada vez que conhecemos, a cada 10 de uma casa
decimal forma-se outra casa decimal. Exemplo: 10 unidades é igual uma dezena, 10 dezenas é
igual a uma centena e assim sucessivamente.
Já no sistema binário, a lógica é a mesma, porém a cada 2 unidades iremos formar uma nova
casa decimal. Assim para transformar um número decimal em binário, basta dividirmos este
número sucessivamente por dois e analisar sempre o resto, conforme exemplo abaixo.
Transformando 6 em binário:
6 / 2 = 3 (resto zero, logo zero irá ocupar primeira casa binária).

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3 / 2 = 1 (resto 1, logo o 1 do resto irá ocupar a segunda casa binária enquanto o 1 quociente da
divisão irá ocupar a terceira casa binária).
Resultado: 110
Para saber se está certo, basta resolver a seguinte multiplicação:
110 = 1 x 2² + 1 x 2¹ + 0 x 20 = 4 + 2 + 0 = 6
Utilizando esta linha de raciocínio temos que:
15 / 2 = 7 (resto 1)
7 / 2 = 3 (resto 1)
3 / 2 = 1 (resto 1)
Logo o número será 1111, Alternativa D

1. Prova: IDECAN - 2014 - AGU - Agente Administrativo

Observe a sequência: 49, 64, 81, 100, ...

Qual será o sétimo termo?

a) 144.
b) 169.
c) 196.
d) 225.
e) 256.

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Raciocínio Lógico – Números – Prof. Edgar Abreu

2. Prova: Instituto AOCP - 2014 - UFGD - Analista Administrativo

A sequência a seguir apresenta um padrão:

1; 8; 15; 22; ...

Qual é o quinto termo desta sequência?

a) 27.
b) 28.
c) 29.
d) 30.
e) 31.

3. Prova: FCC - 2010 - TCE-SP - Auxiliar da Fiscalização Financeira

Considere que os números inteiros e positivos que aparecem no


quadro abaixo foram dispostos segundo determinado critério.

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3. Completando corretamente esse quadro de acordo
com tal critério, a soma dos números que estão
faltando é:

a) maior que 19.


b) 19.
c) 16.
d) 14.
e) menor que 14.

4. Prova: FCC - 2014 - TRF - 4ª REGIÃO – Analista


Judiciário – Informática

A sequência numérica 1, 7, 8, 3, 4, 1, 7, 8, 3, 4, 1, 7, 8, 3, 4, 1, ..., cujos


dezesseis primeiros termos estão explicitados, segue o mesmo padrão de
formação infinitamente. A soma dos primeiros 999 termos dessa
sequência é igual a:

a) 4596.
b) 22954.
c) 4995.
d) 22996.
e) 5746.

Gabarito: 1. B 2. C 3. A 4. A

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Raciocínio Lógico

1. Prova: FCC – 2014 – TRT 16ª REGIÃO (AM)– Téc. Judiciário

Considere as figuras abaixo:

Seguindo o mesmo padrão de formação das dez primeiras


figuras dessa sequência, a décima primeira figura é:

a)

b)

c)

d)

e)

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2. Prova: FCC – 2012 – TST – Téc. Judiciário
Marina possui um jogo de montar composto por várias peças quadradas,
todas de mesmo tamanho. A única forma de juntar duas peças é unindo-as
de modo que elas fiquem com um único lado em comum. Juntando-se três
dessas peças, é possível formar apenas dois tipos diferentes de figuras,
mostradas abaixo.

Note que as duas figuras podem aparecer em


diferentes posições, o que não caracteriza
novos tipos de figuras. O número de tipos
diferentes de figuras que podem ser formados
juntando-se quatro dessas peças é igual a

a) 4.
b) 5.
c) 6.
d) 7.
e) 8.

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Raciocínio Lógico – Imagens e Figuras – Prof. Edgar Abreu

3. Prova: FCC – 2012 – TRT – Analista Judiciário

Partindo de um quadriculado n × n formado por palitos de


fósforo, em que n é um número ímpar maior ou igual a 3, é
possível, retirando alguns palitos, obter um “X” composto por
2n-1 quadrados. As figuras a seguir mostram como obter esse
“X” para quadriculados 3 × 3 e 5 × 5.

Seguindo o mesmo padrão dos exemplos acima,


partindo de um quadriculado 9 × 9, o total de
palitos que deverão ser retirados para obter o
“X” é igual a

a) 64.
b) 96.
c) 112.
d) 144.
e) 168.

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Gabarito

1. B 2. B 3. C

250 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico

LETRAS

1. (Prova: CEPERJ – 2014 – RIOPREVIDÊNCIA – Assistente Previdenciário) Observe atentamente a


sequência a seguir:
ABCDEEDCBAABCDE...
A centésima primeira letra nessa sequência será:
a) A
b) B
c) C
d) D
e) E

2. (Prova: FCC – 2014 – TJ-AP – Técnico Judiciário) Cada termo da sequência a seguir é formado
por seis vogais:
(AAAEEI; EEEIIO; IIIOOU; OOOUUA; UUUAAE; AAAEEI; EEEIIO; . . . )
Mantido o mesmo padrão de formação da sequência, se forem escritos os 12º, 24º, 36º e 45º
termos, o número de vezes que a vogal U será escrita nesses termos é igual a
a) 1
b) 6
c) 5
d) 2
e) 3

3. Prova: FCC – 2014 – TRT 19ª Região (AL) – Técnico Judiciário


Gabriel descobriu pastas antigas arquivadas cronologicamente, organizadas e etiquetadas na
seguinte sequência:
07_55A; 07_55B; 08_55A; 09_55A; 09_55B; 09_55C;
09_55D; 09_55E; 10_55A; 10_55B; 11_55A; 12_55A;
12_55B; 12_55C; 01_56A; 01_56B; 02_56A; 02_56B;
03_56A; xx_xxx; yy_yyy; zz_zzz; 04_56B.
Sabendo-se que as etiquetas xx_xxx; yy_yyy; zz_zzz representam que o código foi encoberto,
a etiqueta com as letras yy_yyy deveria, para manter o mesmo padrão das demais, conter o
código

www.acasadoconcurseiro.com.br 251
a) 03_56C.
b) 04_57C
c) 04_56C.
d) 03_56B.
e) 04_56ª.

Gabarito: 1. A 2. C 3. A

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Direito Constitucional

Professor André Vieira

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Direito Constitucional
Aula XX

FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO

Autoridade Comum Responsabilidade

Senadores STF SF

Dep. Federais STF CD

Dep. Estaduais TJ AL

Dep. Distritais TJ CL

Vereadores 1ª instância CV

Salvo

Quando as constituições estaduais estabelecerem o TJ

TÍTULO IV
Da Organização dos Poderes
CAPÍTULO I
DO PODER LEGISLATIVO
Seção I
DO CONGRESSO NACIONAL
Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal.
Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de quatro anos.
Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo sistema
proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal.
§ 1º O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo Distrito Federal,
será estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população, procedendo-se aos ajustes
necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha
menos de oito ou mais de setenta Deputados. (Vide Lei Complementar nº 78, de 1993)
§ 2º Cada Território elegerá quatro Deputados.
Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos
segundo o princípio majoritário.
§ 1º Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores, com mandato de oito anos.
§ 2º A representação de cada Estado e do Distrito Federal será renovada de quatro em quatro
anos, alternadamente, por um e dois terços.
§ 3º Cada Senador será eleito com dois suplentes.
Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa e de suas
Comissões serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros.

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Poder Legislativo

Quem exerce Congresso Nacional

Composição CD e SF

Legislatura 4 anos

Comparação
entre as casas CD SF

Mandato 4 anos 8 anos

Legislatura 1 2

Sessão 4 8
Legislativa
Período
Legislativo 8 16

Reeleição Sim Sim

Renovação x 1/3 por 2/3

Sistema de Proporcional Majoritário


eleição

Número total 513 81

Número mínimo 8 x

Número máximo 70 x

Número 4 x
(territórios)

Suplentes x 2 por senador

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Direito Constitucional – Do Congresso Nacional (Art. 044 a 047) – Prof. André Vieira

COMPOSIÇÃO dos SENADORES – DEPUTADOS FEDERAIS − ESTADUAIS e DISTRITAIS

UF Senadores Deputados Federais Deputados Estaduais


ACRE 3 8 24
ALAGOAS 3 9 27
AMAPÁ 3 8 24
AMAZONAS 3 8 24
BAHIA 3 39 63
CEARÁ 3 22 46
DISTRITO FEDERAL 3 8 24 (Dep. Distritais)
ESPÍRITO SANTO 3 10 30
GOIÁS 3 17 41
MARANHÃO 3 18 42
MATO GROSSO 3 8 24
MATO GROSSO DO SUL 3 8 24
MINAS GERAIS 3 53 77
PARÁ 3 17 41
PARAÍBA 3 12 36
PARANÁ 3 30 54
PERNAMBUCO 3 25 49
PIAUÍ 3 10 30
RIO DE JANEIRO 3 46 70
RIO GRANDE DO NORTE 3 8 24
RIO GRANDE DO SUL 3 31 55
RONDÔNIA 3 8 24
RORAIMA 3 8 24
SANTA CATARINA 3 16 40
SÃO PAULO 3 70 94
SERGIPE 3 8 24
TOCANTINS 3 8 24
BRASIL 81 513 1.059

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REGRA DO ART. 27
O número de Deputados à Assembleia Legislativa corresponderá ao TRIPLO da representação
do Estado na Câmara dos Deputados [...]

1ª REGRA
Toma como parâmetro o número = nº de
mínimo de (8 A 12) X 3 DEPUTADOS
DEPUTADOS FEDERAIS ESTADUAIS

ACRE = 8 X3 24

ALAGOAS = 9 X3 27

ESPÍRITO SANTO = 10 X3 30

(NENHUM ESTADO COM 11) X x

PARAÍBA = 12 X3 36

2ª REGRA
Toma como parâmetro o número = nº de
DEPUTADOS FEDERAIS + 24 DEPUTADOS
ACIMA de 12 ESTADUAIS

RGS = 31 + 24 55

SP = 70 +24 94

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Direito Constitucional – Do Congresso Nacional (Art. 044 a 047) – Prof. André Vieira

Como se materializam as competências do CONGRESSO NACIONAL e das casas legislativas:

Espécie
Artigo Competência Particularidade
normativa

48 Cabe ao CN C/S LO

Competência
49 S/S DL
exclusiva CN

51 Competência S/S Resolução


privativa CD

Competência
52 S/S Resolução
privativa SF

LEI ORDINÁRIA
Observação Com sanção

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Direito Constitucional
Aula XX

Seção II
 DAS ATRIBUIÇÕES DO CONGRESSO NACIONAL

Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta
para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União,
especialmente sobre:

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I − sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas;

II − plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de crédito, dívida


pública e emissões de curso forçado;

PPA

Emissão de Diretrizes
curso forçado orçamentárias

Dívida Orçamento
pública anual

Operações
de crédito

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Direito Constitucional – Das Atribuições do Congresso Nacional (Art. 048 a 050) – Prof. André Vieira

III − FIXAÇÃO E MODIFICAÇÃO DO EFETIVO DAS FORÇAS ARMADAS;

IV − planos e programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento;

www.acasadoconcurseiro.com.br 263
V − LIMITES DO TERRITÓRIO NACIONAL, espaço aéreo e marítimo e bens do domínio da União;

VI − incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de TERRITÓRIOS ou ESTADOS,


`

ouvidas as respectivas Assembleias Legislativas;

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Direito Constitucional – Das Atribuições do Congresso Nacional (Art. 048 a 050) – Prof. André Vieira

VII − transferência temporária da SEDE do GOVERNO FEDERAL;

Cuidado!

Sede do
Governo Federal

  

VIII − concessão de anistia;

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IX − organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública da
União e dos Territórios e organização judiciária e do Ministério Público do Distrito Federal;

X − criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas, observado o que


estabelece o art. 84, VI, b;

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Direito Constitucional – Das Atribuições do Congresso Nacional (Art. 048 a 050) – Prof. André Vieira

XI − CRIAÇÃO E EXTINÇÃO de Ministérios e órgãos da administração pública;

XII − TELECOMUNICAÇÕES E RADIODIFUSÃO;

Cuidado!
Não confundir com o art. 49, XII

www.acasadoconcurseiro.com.br 267
XIII − matéria financeira, cambial e monetária, instituições financeiras e suas operações;

XIV − MOEDA, seus limites de emissão, e montante da dívida mobiliária federal.

268 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Das Atribuições do Congresso Nacional (Art. 048 a 050) – Prof. André Vieira

XV − fixação do SUBSÍDIO dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, observado o que


dispõem os arts. 39, § 4º; 150, II; 153, III; e 153, § 2º, I.

Cuidado!

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O S
N H
C U
A S
E R
E S
ÇÕ
TA
ANO

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www.acasadoconcurseiro.com.br 271
272 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Das Atribuições do Congresso Nacional (Art. 048 a 050) – Prof. André Vieira

Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:

DECRETO LEGISLATIVO

Observação Sem sanção

VERBOS

I − resolver definitivamente sobre TRATADOS, ACORDOS ou ATOS INTERNACIONAIS que


acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;

II − autorizar o Presidente da República a DECLARAR GUERRA, A CELEBRAR A PAZ, a permitir


que FORÇAS ESTRANGEIRAS transitem pelo território nacional ou nele permaneçam
temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei complementar;

www.acasadoconcurseiro.com.br 273
III − autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem do País,
quando a ausência exceder a quinze dias;

IV − aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio, ou suspender


qualquer uma dessas medidas;

274 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Das Atribuições do Congresso Nacional (Art. 048 a 050) – Prof. André Vieira

V − sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos
limites de delegação legislativa;

SUSTAR
EXORBITEM
VI − mudar TEMPORARIAMENTE SUA SEDE;

Cuidado!

“Temporariamente”

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SUBSÍDIOS
VII − fixar idêntico subsídio para os VIII − fixar os subsídios do Presidente e do
Deputados Federais e os Senadores, Vice-Presidente da República e dos Ministros
observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, de Estado, observado o que dispõem os arts.
§ 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;

276 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Das Atribuições do Congresso Nacional (Art. 048 a 050) – Prof. André Vieira

IX − julgar anualmente as CONTAS prestadas pelo PRESIDENTE DA REPÚBLICA e apreciar os


relatórios sobre a execução dos planos de governo;

X − fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder


Executivo, incluídos os da administração indireta;

   

www.acasadoconcurseiro.com.br 277
XI − zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição normativa dos
outros Poderes;

XII − apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de rádio e televisão;

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Direito Constitucional – Das Atribuições do Congresso Nacional (Art. 048 a 050) – Prof. André Vieira

XIII − escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União;

2   
XIV − aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades nucleares;

www.acasadoconcurseiro.com.br 279
XV − autorizar REFERENDO e convocar PLEBISCITO;

XVI − autorizar, em TERRAS INDÍGENAS, a exploração e o aproveitamento de RECURSOS


HÍDRICOS e a pesquisa e lavra de riquezas minerais;

280 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Das Atribuições do Congresso Nacional (Art. 048 a 050) – Prof. André Vieira

XVII − aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas com área superior a
dois mil e quinhentos hectares.

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O S
N H
C U
A S
E R
E S
ÇÕ
TA
ANO

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Direito Constitucional – Das Atribuições do Congresso Nacional (Art. 048 a 050) – Prof. André Vieira

Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões, poderão
convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presi-
dência da República para prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto previamente de-
terminado, importando crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada.
§ 1º Os Ministros de Estado poderão comparecer ao Senado Federal, à Câmara dos Deputados,
ou a qualquer de suas Comissões, por sua iniciativa e mediante entendimentos com a Mesa
respectiva, para expor assunto de relevância de seu Ministério.
§ 2º As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão encaminhar pedidos
escritos de informações a Ministros de Estado ou a qualquer das pessoas referidas no caput
deste artigo, importando em crime de responsabilidade a recusa, ou o não − atendimento, no
prazo de trinta dias, bem como a prestação de informações falsas.

RESOLUÇÃO

Observação Sem sanção

www.acasadoconcurseiro.com.br 285
Direito Constitucional

Seção III
DA CÂMARA DOS DEPUTADOS
Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:
I − autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra
o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado;

www.acasadoconcurseiro.com.br 287
II − proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao
Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa;

III − elaborar seu regimento interno;


IV − dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou
extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação
da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes
orçamentárias;
V − eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.

288 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional

Seção IV
DO SENADO FEDERAL
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:

RESOLUÇÃO

Observação Sem sanção

I − processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes


de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da
Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos
com aqueles;
II − processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros
do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público,
o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de
responsabilidade;

www.acasadoconcurseiro.com.br 289
III − aprovar previamente, por VOTO SECRETO, após ARGUIÇÃO PÚBLICA, a escolha de:

VOTO SECRETO
ARGUIÇÃO PÚBLICA

a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição;


b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República;
c) Governador de Território;
d) Presidente e diretores do banco central;
e) Procurador-Geral da República;
f) titulares de outros cargos que a lei determinar;
IV − aprovar previamente, por VOTO SECRETO, após arguição em SESSÃO SECRETA, a escolha
dos chefes de missão diplomática de caráter permanente;

VOTO SECRETO
SESSÃO SECRETA

V − autorizar OPERAÇÕES EXTERNAS DE NATUREZA FINANCEIRA, de interesse da União, dos


Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;

VI − fixar, por proposta do Presidente da República, LIMITES GLOBAIS para o MONTANTE DA


DÍVIDA consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

VII − dispor sobre LIMITES GLOBAIS e condições para as OPERAÇÕES DE CRÉDITO EXTERNO
E INTERNO da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e
demais entidades controladas pelo Poder Público federal;

VIII − dispor sobre limites e condições para a CONCESSÃO DE GARANTIA da União em


OPERAÇÕES DE CRÉDITO EXTERNO E INTERNO;

IX − estabelecer LIMITES GLOBAIS e condições para o MONTANTE DA DÍVIDA MOBILIÁRIA


dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

290 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Do Senado Federal (Art. 052) – Prof. André Vieira

X − suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão


definitiva do Supremo Tribunal Federal;
XI − aprovar, por maioria absoluta e por VOTO SECRETO, a exoneração, de ofício, do Procurador-
Geral da República antes do término de seu mandato;

VOTO SECRETO

XII − elaborar seu regimento interno;


XIII − dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou
extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação
da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes
orçamentárias;
XIV − eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.

XV − avaliar periodicamente a funcionalidade do SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL, em sua


estrutura e seus componentes, e o DESEMPENHO DAS ADMINISTRAÇÕES TRIBUTÁRIAS da
União, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios.

Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o do
Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois
terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o
exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.

Key code

Palavras que lembram dinheiro

VI

VII

VIII

IX

XV

www.acasadoconcurseiro.com.br 291
IMAGENS KEY CODE

DÍVIDA MOBILIÁRIA

292 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional

Seção V
DOS DEPUTADOS E DOS SENADORES
Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas
opiniões, palavras e votos.

TIPO DE IMUNIDADE MATERIAL

§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento


perante o Supremo Tribunal Federal.

Real

Imunidade Substantiva
material
Freedom of speech

Civil

Decorre Inviolabilidade e

Penal

Por quaisquer Opiniões Palavras Votos

Prerrogativa Função parlamentar

Absoluta ou relativa?

Relativa. Exige conduta que tenha relação com exercício


do mandato parlamentar

www.acasadoconcurseiro.com.br 293
Prerrogativa de Foro

Momento Órgão Julgador

Expedição do diploma STF

§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser


presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro
de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros,
resolva sobre a prisão.

TIPO DE IMUNIDADE FORMAL

Imunidade processual
Imunidade
formal Imunidade adjetiva

Freedom from arrest


§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação,
o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político
nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar
o andamento da ação.

Recebida a denúncia / Crime ocorrido após a diplomação


STF # Dará ciência à casa respectiva

Iniciativa
Partido político nela representado

Tipo de aprovação
M.A.

Sustação do processo
Até a decisão final

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Direito Constitucional – Dos Deputados e dos Senadores (Art.053 a 056) – Prof. André Vieira

Imunidades

Art.29, VIII

x( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Pres. da República
Deputado Federal

IM

Governador
Senadores

Estaduais

Vereador
Distritais

Prefeito
Deputados
IF

( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
x

x
§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de
quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora.

Pedido de sustação

Quem aprecia

Casa respectiva

Prazo

Improrrogável de 45 dias

Momento

Momento do seu recebimento pela mesa diretora

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§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato.

Sustação do processo

Consequência

Suspende a prescrição

Prazo

Enquanto durar o mandato

§ 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações


recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes
confiaram ou deles receberam informações.

Limitação ao Poder de Testemunhar

Não são obrigados,


mas também não estão impedidos.

§ 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embora militares e ainda


que em tempo de guerra, dependerá de prévia licença da Casa respectiva.

Incorporação as Forças Armadas

Condição Prévia licença da casa respectiva.

296 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Dos Deputados e dos Senadores (Art.053 a 056) – Prof. André Vieira

§ 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de sítio, só


podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da Casa respectiva, nos
casos de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com
a execução da medida.

Imunidade em período de Estado de Sítio

Tipo de aprovação

Subsiste

Suspensa

Mas poderão ser suspensas

Condição

Voto de 2/3 membros da casa respectiva

Considerações

www.acasadoconcurseiro.com.br 297
INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS
DOS PARLAMENTARES
As incompatibilidades e os impedimentos constituem vedações impostas aos congressistas.
Em outras palavras, dizem respeito às normas que impedem o congressista de exercer certas
ocupações ou de praticar certos atos cumulativamente com seu mandato. Elas poderão ser:

54, I, b Diploma

Funcional

54, II, b Posse

Negocial Contratual 54, I, a

Diploma

Política 54, II, d Posse

54, II, a Posse

Profissional

54, II, c Posse

298 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Dos Deputados e dos Senadores (Art.053 a 056) – Prof. André Vieira

Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão:


I − desde a EXPEDIÇÃO DO DIPLOMA:

a) FIRMAR ou MANTER CONTRATO com pessoa jurídica


de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade
de economia mista ou empresa concessionária de serviço
público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas
uniformes;

Negocial

Observação: O Parlamentar poderá, entretanto, prestar serviço VOLUNTÁRIO às entidades


constantes da alínea a do inciso I do art. 54 da CF, o que pode ser uma forma de manter
atividades que lhe sejam convenientes, seja profissional, seja politicamente.

b) ACEITAR ou EXERCER CARGO, FUNÇÃO ou EMPREGO


REMUNERADO, inclusive os de que sejam demissíveis ad
nutum, nas entidades constantes da alínea anterior;

Funcional

www.acasadoconcurseiro.com.br 299
Observe atentamente quem são pessoas jurídicas de direito público interno bem como as
pessoas jurídicas de direito público externo.
II − DESDE A POSSE:
a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de
contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada;

Profissional

b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis ad nutum, nas entidades referidas no
inciso I, a;

Funcional

c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o inciso I, a;

Profissional

d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.

Política

300 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Dos Deputados e dos Senadores (Art.053 a 056) – Prof. André Vieira

Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:


I − que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior;
II − cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;
VI − que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.

Perda do Mandato

Quem decide

CD ou SF

Tipo de aprovação

M.A.

Provocação

Respectiva mesa

ou

Partido político representado no CN

Assegurada

Ampla defesa
`

§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados
ou pelo Senado Federal, por maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de
partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.

www.acasadoconcurseiro.com.br 301
III − que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias
da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada;
IV − que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
V − quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta Constituição;

Perda do Mandato

Quem declara

Mesa da casa respectiva

Forma

Ofício ou Provocação

Legitimados

Qq de seus membros

Partido político representado no CN

Assegurada

Ampla defesa

§ 3º Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela Mesa da Casa respectiva,
de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político
representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.

Art. 55. Infringência incompatibilidade


Cassação Art. 55 II – Quebra de decoro parlamentar
de mandato
Art. 55 VI – Condenação criminal trans. julgado
mandato
Perda de

Art. 55 III – Ausência na legislatura 1/3 sessões


Extinção
Art. 55 VI – Perda direitos políticos
de mandato
Art. 55 V – Decretação pela Justiça Eleitoral

302 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Dos Deputados e dos Senadores (Art.053 a 056) – Prof. André Vieira

§ 1º É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no regimento interno,
o abuso das prerrogativas asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a percepção de
vantagens indevidas.

Fato / Caracterização
Quebra de decoro parlamentar: A Casos definidos no RI
B Abuso de prerrogativas

§ 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa levar à perda do


mandato, nos termos deste artigo, terá seus efeitos suspensos até as deliberações finais de que
tratam os §§ 2º e 3º.

Renúncia / Implicação

Não impedirá o prosseguimento do processo

1. CASSAÇÃO: Mediante processo próprio, nas hipóteses dos art. 55, I, II e VI, por voto secreto
da maioria absoluta;
2. EXTINÇÃO: Decurso da legislatura, morte, renúncia, desinteresse (ausência), perda ou
suspensão dos direitos políticos.

Competências para decidir sobre a perda do mandato

Autoridade Perda do mandato Comum

Deputado Federal CD STF

Senadores SF STF

www.acasadoconcurseiro.com.br 303
O art. 56, I se mostra uma exceção ao princípio da incompatibilidade.

Art. 56. Não perderá o mandato o Deputado ou Senador:


I − investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário de Estado,
do Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão diplomática
temporária;

Cuidado Prefeitura de Capital

Secretário Ministro
de Estado de Estado

CMDC Governador
Território de Território

Secretário Secretário
de DF de Território

§ 3º Na hipótese do inciso I, o Deputado ou Senador poderá optar pela remuneração do


mandato.

304 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Dos Deputados e dos Senadores (Art.053 a 056) – Prof. André Vieira

II − licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou para tratar, sem remuneração, de
interesse particular, desde que, neste caso, o afastamento não ultrapasse cento e vinte dias por
sessão legislativa.

Licenciado

Por motivo de doença Assunto particular

Bolso Bolso
Remunerado Sem remuneração

Prazo Prazo
Indeterminado Máximo 120 dias por SL

§ 1º O suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura em funções previstas neste
artigo ou de licença superior a cento e vinte dias.

Convocação

Suplente no caso de vaga

Deverá ocorrer de forma imediata

Decorrência de encargo indicado no inciso I

Idem

Licença inferior a 120 dias

Não há necessidade de convocação

Licença superior a 120 dias

Deverá ocorrer de forma imediata

www.acasadoconcurseiro.com.br 305
§ 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á eleição para preenchê-la se faltarem
mais de quinze meses para o término do mandato.

Suplente

Não havendo suplente e sendo o Não havendo suplente e sendo o


prazo para o fim do mandato prazo para o fim do mandato
menor de 15 meses. maior de 15 meses.

Vaga aberta Necessidade


de eleição

Considerações

306 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional

Seção VI
DAS REUNIÕES

SESSÃO LEGISLATIVA
Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de
julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro.

SESSÃO EXTRAORDINÁRIA

1º/02 Inauguração da sessão legislativa

o
02/02 a 17/07 1 período

A sessão legislativa não será interrompida


(LDO)
sem aprovação do projeto de LDO

(RECESSO) 18 de julho a 30 de julho

o
01/08 a 22/12 2 período

(RECESSO) 23 de dezembro a 30 de janeiro

www.acasadoconcurseiro.com.br 307
§ 1º As reuniões marcadas para essas datas serão transferidas para o primeiro dia útil
subsequente, quando recaírem em sábados, domingos ou feriados:

Sábado Domingo Feriado

Transferência 1o dia útil

§ 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes
orçamentárias.

SESSÃO CONJUNTA
§ 3º Além de outros casos previstos nesta Constituição, a Câmara dos Deputados e o Senado
Federal reunir-se-ão em sessão conjunta para:
I − inaugurar a sessão legislativa;
II − elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns às duas Casas;
III − receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da República;
IV − conhecer do veto e sobre ele deliberar.

308 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Das Reuniões (Art. 057) – Prof. André Vieira

SESSÃO PREPARATÓRIA
§ 4º Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir de 1º de fevereiro, no
primeiro ano da legislatura, para a posse de seus membros e eleição das respectivas Mesas, para
mandato de 2 (dois) anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente
subsequente.

Finalidades

A Posse de seus membros e eleição das respectivas mesas

B Eleição das mesas

Data
1o de fevereiro

Mandato Recondução
2 anos Vedada # quando p/ o mesmo cargo

§ 5º A Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo Presidente do Senado Federal,


e os demais cargos serão exercidos, alternadamente, pelos ocupantes de cargos
equivalentes na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
COMPOSIÇÃO DA MESA DO CONGRESSO NACIONAL

Presidente SF

1o vice-presidente CD

2o vice-presidente SF

1o secretário CD

2o secretário SF

3o secretário CD

4o secretário SF

www.acasadoconcurseiro.com.br 309
CONVOCAÇÃO EXTRAORDINÁRIA
§ 6º A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-se-á:
I − pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado de defesa ou de
intervenção federal, de pedido de autorização para a decretação de estado de sítio e para o
compromisso e a posse do Presidente e do Vice-Presidente da República;

Legitimado Presidente do SF

Casos

Decretação E.D.

Decretação I.F.

Pedido de autorização para a decretação de E.S.

310 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Das Reuniões (Art. 057) – Prof. André Vieira

II − pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado


Federal ou a requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas, em caso de urgência
ou interesse público relevante, em todas as hipóteses deste inciso com a aprovação da maioria
absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional.

Legitimados

Presidente da República

Presidente da CD

Presidente da SF

A requerimento da maioria dos


membros de ambas as casas do CN

Casos

Urgência ou Int. Púb. relevante

Tipo de aprovação M.A.

De quem

De cada uma das casas do CN

www.acasadoconcurseiro.com.br 311
§ 7º Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente deliberará sobre
a matéria para a qual foi convocado, ressalvada a hipótese do § 8º deste artigo, vedado o
pagamento de parcela indenizatória, em razão da convocação.

Matéria a ser discutida


Matéria pela qual foi convocada

Jeton
Vedado o pagamento de parcela indenizatória

§ 8º Havendo medidas provisórias em vigor na data de convocação extraordinária do Congresso


Nacional, serão elas automaticamente incluídas na pauta da convocação.

Inclusão

Serão as MP automaticamente incluídas

Objetivo
Destrancar pauta

312 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional

Seção VII
DAS COMISSÕES
Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão COMISSÕES PERMANENTES E TEMPORÁRIAS,
constituídas na forma e com as atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de que
resultar sua criação.
§ 1º Na constituição das Mesas e de cada Comissão, é assegurada, tanto quanto possível, a
representação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da
respectiva Casa.

Constituição das mesas e de cada comissão

Devo levar em conta, tanto quanto possível, a representação proporcional

COMISSÃO TEMÁTICA / PERMANENTE


§ 2º Às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe:
I − discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a competência do
Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos membros da Casa;
II − realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil;
III − convocar Ministros de Estado para prestar informações sobre assuntos inerentes a suas
atribuições;
IV − receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa contra atos
ou omissões das autoridades ou entidades públicas;
V − solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;
VI − apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento e
sobre eles emitir parecer.

Comissões

Discutem os temas propostos nos projetos de lei.


Ex.: Violência à mulher.

Deu origem à Lei Maria da Penha.

www.acasadoconcurseiro.com.br 313
COMISSÕES PARLAMENTAR DE INQUÉRITO / TEMPORÁRIA
§ 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das
autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão
criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente,
mediante requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado
e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público,
para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.

Comissão Parlamentar de Inquérito

O que pode

Tanto as diligências, audiências externas e convocações de depoimentos


devem ser aprovadas pelo plenário da CPI, em atenção ao princípio de
colegialidade. Para realizar os seus trabalhos a CPI tem os mesmos
poderes de investigação de uma autoridade judicial, podendo, portanto,
através de decisão fundamentada de seu plenário:
1. Quebrar sigilo bancário, fiscal e de dados (inclusive dados telefônicos)
2. Requisitar informações e documentos sigilosos diretamente às
instituições financeiras ou através do BACEN ou CVM, desde que
previamente aprovadas pelo Plenário da CD, do Senado ou de suas
respectivas CPIs (art. 4o, §1o, da LC 105);
3. Ouvir testemunhas, sob pena de condução coercitiva;
4. Ouvir investigados ou indiciados.

O que não pode

Todavia, os poderes das CPIs não são idênticos aos dos magistrados,
já que estes últimos tem alguns poderes assegurados na Constituição
que não são outorgados às Comissões Parlamentares tendo em vista o
entendimento do STF (MS 23.452) de que tais poderes são reservados
pela constituição apenas aos magistrados. Assim, a CPI não pode:
1. Determinar de indisponibilidade de bens do investigado;
2. Decretar a prisão preventiva (pode decretar prisão só em flagrante);
3. Determinar o afastamento de cargo ou função púbica durante a
investigação;
4. Decretar busca e apreensão domiciliar de documentos.

314 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Das Comissões (Art. 058) – Prof. André Vieira

COMISSÃO REPRESENTATIVA / TEMPORÁRIA


§ 4º Durante o recesso, haverá uma Comissão representativa do Congresso Nacional, eleita
por suas Casas na última sessão ordinária do período legislativo, com atribuições definidas
no regimento comum, cuja composição reproduzirá, quanto possível, a proporcionalidade da
representação partidária.

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ANO

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Direito Constitucional

Seção VIII
DO PROCESSO LEGISLATIVO
Subseção I
DISPOSIÇÃO GERAL
Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:

COM SANÇÃO
ESPÉCIES NORMATIVAS ARTIGOS _______________
SEM SANÇÃO

I − EMENDAS À CONSTITUIÇÃO; 60 S/S

II − LEIS COMPLEMENTARES; 61 C/S

III − LEIS ORDINÁRIAS; 61 C/S

IV − LEIS DELEGADAS; 68 S/S

V − MEDIDAS PROVISÓRIAS; 62 S/S

VI − DECRETOS LEGISLATIVOS; 49 S/S

VII − RESOLUÇÕES. 51/52 S/S

Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação,


alteração e consolidação das leis.

www.acasadoconcurseiro.com.br 317
Direito Constitucional

60 MEDIDA
EMENDA APROVISÓRIA
CONSTITUIÇÃO

Observação

Subseção II
DA EMENDA À CONSTITUIÇÃO
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
I − de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal;
II − do Presidente da República;
III − de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação,
manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.

Iniciativa

Incisos II
III

§ 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de


defesa ou de estado de sítio.

Limitação

Se justifica em razão da instabilidade.

www.acasadoconcurseiro.com.br 319
§ 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos,
considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos
membros.

Limitação

Quanto ao aspecto processual

§ 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do


Senado Federal, com o respectivo número de ordem.
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I − a forma federativa de Estado;
II − o voto direto, secreto, universal e periódico;
III − a separação dos Poderes;
IV − os direitos e garantias individuais.

Limitação

Quanto à matéria

§ 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode
ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.

320 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional

Observação

61 MEDIDA PROVISÓRIA
LEI COMPLEMENTAR

61
62 MEDIDA PROVISÓRIA
LEI ORDINÁRIA

Observação

Subseção III
DAS LEIS
Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da
Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República,
ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos
cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição.

Iniciativa
A CD
MEMBRO OU COMISSÃO B SF
PRESIDENTE DA REPÚBLICA C CN
STF
Caput 61
TRIBUNAIS SUPERIORES
PGR
CIDADÃOS

www.acasadoconcurseiro.com.br 321
§ 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:
I − fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;
II − disponham sobre:
a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica ou
aumento de sua remuneração;
b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, serviços públicos
e pessoal da administração dos Territórios;
c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de cargos,
estabilidade e aposentadoria;
d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como normas
gerais para a organização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos Estados, do Distrito
Federal e dos Territórios;
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o disposto
no art. 84, VI
f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos, promoções,
estabilidade, remuneração, reforma e transferência para a reserva.
§ 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de
projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo
menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um
deles.

322 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Do Processo Legislativo - Das Leis (Art. 061 a 069) – Prof. André Vieira

62 MEDIDA
MEDIDAPROVISÓRIA
PROVISÓRIA

Observação

Art. 62. Em caso de RELEVÂNCIA e URGÊNCIA, o Presidente da República poderá adotar medidas
provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.

Iniciativa

Presidente da República

§ 1º É VEDADA a edição de medidas provisórias sobre matéria:


I − relativa a:
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral;
b) direito penal, processual penal e processual civil;
c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus
membros;
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e
suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º;
II − que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo
financeiro;
III − reservada a lei complementar;

www.acasadoconcurseiro.com.br 323
IV − já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção
ou veto do Presidente da República.
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos
nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver
sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada.

Não pode ser objeto de MEDIDA PROVISÓRIA:

Relativas a nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos


e direito eleitoral;
Relativas a direito penal, processual penal e processual civil;
Relativas a organização do Poder Judiciário e do Ministério Público
a carreira e garantia de seus membros;
Relativas a planos plurianuais, diretrizes e orçamentárias, orçamentos e
créditos adicionais e suplementares, ressalvada o disposto no art. 167, §, 3º;
Matéria que vise a detenção ou sequestro de bens de poupança popular ou
qualquer outro ativo financeiro;
↗ Matéria reservada a Lei Complementar;
Matéria já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo CN e pendente de
COMPARAR

sanção ou veto do Presidente da República.

Não pode ser DELEGADAS:



Matéria de competência exclusiva do CN;
Matéria de competência privativa da CD / SF;
Matéria reservada a Lei Complementar;
Legislação sobre organização do Poder Judiciário e do Ministério Público
a carreira e garantia de seus membros;
Legislação nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;
Legislação sobre planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.

§ 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão eficácia, desde a


edição, se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos termos
do § 7º, uma vez por igual período, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto
legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes.
§ 4º O prazo a que se refere o § 3º contar-se-á da publicação da medida provisória, suspendendo-
se durante os períodos de recesso do Congresso Nacional.

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Direito Constitucional – Do Processo Legislativo - Das Leis (Art. 061 a 069) – Prof. André Vieira

MP

Prazo Prorrogação
60 dias + 60 dias

Total Exceção
120 dias Recesso

§ 5º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o mérito das
medidas provisórias dependerá de juízo prévio sobre o atendimento de seus pressupostos
constitucionais.
§ 6º Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias contados de sua
publicação, entrará em REGIME DE URGÊNCIA, subsequentemente, em cada uma das Casas
do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais
deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando.

REGIME DE URGÊNCIA

Prazo Consequência
Até 45 dias Sobrestamento

www.acasadoconcurseiro.com.br 325
§ 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de medida provisória que, no
prazo de sessenta dias, contado de sua publicação, não tiver a sua votação encerrada nas duas
Casas do Congresso Nacional.
§ 8º As medidas provisórias terão sua votação iniciada na Câmara dos Deputados.

§ 9º Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores examinar as medidas provisórias e


sobre elas emitir parecer, antes de serem apreciadas, em sessão separada, pelo plenário de
cada uma das Casas do Congresso Nacional.

§ 10. É vedada a REEDIÇÃO, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido
rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo.
§ 11. NÃO editado o DECRETO LEGISLATIVO a que se refere o § 3º até sessenta dias após a
rejeição ou perda de eficácia de medida provisória, as relações jurídicas constituídas e
decorrentes de atos praticados durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas.
§ 12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto original da medida provisória,
esta manter-se-á integralmente em vigor até que seja sancionado ou vetado o projeto.

326 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Do Processo Legislativo - Das Leis (Art. 061 a 069) – Prof. André Vieira

Art. 63. Não será admitido aumento da despesa prevista:


I − nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da República, ressalvado o disposto no art.
166, § 3º e § 4º;
II − nos projetos sobre organização dos serviços administrativos da Câmara dos Deputados, do
Senado Federal, dos Tribunais Federais e do Ministério Público.
Art. 64. A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do Presidente da República, do
Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores terão início na Câmara dos Deputados.
§ 1º O Presidente da República PODERÁ solicitar urgência para apreciação de projetos de sua
iniciativa.

§ 2º Se, no caso do § 1º, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal não se manifestarem
sobre a proposição, cada qual sucessivamente, em até quarenta e cinco dias, sobrestar-se-ão
todas as demais deliberações legislativas da respectiva Casa, com exceção das que tenham
prazo constitucional determinado, até que se ultime a votação.
§ 3º A apreciação das emendas do Senado Federal pela Câmara dos Deputados far-se-á no
prazo de dez dias, observado quanto ao mais o disposto no parágrafo anterior.
§ 4º Os prazos do § 2º NÃO CORREM NOS PERÍODOS DE RECESSO do Congresso Nacional, nem
se aplicam aos projetos de código.

EU VOU PASSAR!!!

www.acasadoconcurseiro.com.br 327
Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra, em UM SÓ TURNO DE
DISCUSSÃO E VOTAÇÃO, e enviado à sanção ou promulgação, se a Casa revisora o aprovar, ou
arquivado, se o rejeitar.
Parágrafo único. SENDO O PROJETO EMENDADO, voltará à CASA INICIADORA.

SANÇÃO
______________
CASA INICIADORA CASA REVISORA EMENDA
PROMULGAÇÃO
1º CASO
2º CASO
3º CASO
4º CASO

E
5º CASO

E
6º CASO
7º CASO

UM SÓ TURNO DE DISCUSSÃO E VOTAÇÃO

SANÇÃO
NÃO OK
OK NÃO OK EMENDA ----------
EMENDA
PROMULGAÇÃO

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Direito Constitucional – Do Processo Legislativo - Das Leis (Art. 061 a 069) – Prof. André Vieira

Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de lei ao Presidente da
República, que, aquiescendo, o sancionará.

CASA CASA SANÇÃO


INICIADORA REVISORA
EMENDA PROMULGAÇÃO
1º CASO
OK

OK
5º CASO
6º CASO
7º CASO

§ 1º Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional


ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo de quinze dias
úteis, contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao
Presidente do Senado Federal os motivos do veto.
§ 2º O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de
alínea.
§ 3º Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do Presidente da República importará sanção.

§ 4º O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a contar de seu recebimento,
só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e Senadores..

www.acasadoconcurseiro.com.br 329
§ 5º Se o veto não for mantido, será o projeto enviado, para promulgação, ao Presidente da
República.
§ 6º Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no § 4º, o veto será colocado na ordem do
dia da sessão imediata, sobrestadas as demais proposições, até sua votação final.
§ 7º Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo Presidente da República,
nos casos dos § 3º e § 5º, o Presidente do Senado a promulgará, e, se este não o fizer em igual
prazo, caberá ao Vice-Presidente do Senado fazê-lo.
Art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto de novo
projeto, NA MESMA SESSÃO LEGISLATIVA, mediante proposta da maioria absoluta dos membros
de qualquer das Casas do Congresso Nacional.

Princípio

Irrepetibilidade

Novo Projeto
Na mesma sessão legislativa

Condição

Necessita M.A dos membros de qualquer das casas

Considerações

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68
62 MEDIDA PROVISÓRIA
LEI DELEGADA

Observação

Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a
delegação ao Congresso Nacional.

Iniciativa

Elaboradas pelo Presidente da República

Quem solicita
Presidente da República

A quem
CN

Espécie normativa
Resolução

Requisitos
Conteúdos e termos

Delegação própria
Quando concede sem restrições

Imprópria ou Condicional
Quando concede impondo restrições

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§ 1º Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, os
de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria reservada
à lei complementar, nem a legislação sobre:
I − organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus
membros;
II − nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;
III − planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.

Não pode ser DELEGADAS:

Matéria de competência exclusiva do CN;


Matéria de competência privativa da CD / SF;
Matéria reservada a Lei Complementar;
Legislação sobre organização do Poder Judiciário e do Ministério Público
a carreira e garantia de seus membros;
↗ Legislação nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;
COMPARAR

Legislação sobre planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.

Não pode ser objeto de MEDIDA PROVISÓRIA:

↘ Relativas a nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos


e direito eleitoral;
Relativas a direito penal, processual penal e processual civil;
Relativas a organização do Poder Judiciário e do Ministério Público
a carreira e garantia de seus membros;
Relativas a planos plurianuais, diretrizes e orçamentárias, orçamentos e
créditos adicionais e suplementares, ressalvada o disposto no art. 167, §, 3º;
Matéria que vise a detenção ou sequestro de bens de poupança popular ou
qualquer outro ativo financeiro;
Matéria reservada a Lei Complementar;
Matéria já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo CN e pendente de
sanção ou veto do Presidente da República.

§ 2º A delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução do Congresso Nacional,


que especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício.
§ 3º Se a RESOLUÇÃO determinar a apreciação do projeto pelo Congresso Nacional, este a fará
em votação única, vedada qualquer emenda.

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Direito Constitucional – Do Processo Legislativo - Das Leis (Art. 061 a 069) – Prof. André Vieira

Art. 69. As leis complementares serão aprovadas por maioria absoluta.

Considerações

LC MA

LO MS

www.acasadoconcurseiro.com.br 333
Direito Constitucional
Aula XX

FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO

Autoridades Comum Responsabilidade

Membro do TCU STF STF

Membros STJ STJ


TCE/DF/TCM

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Seção IX
DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da
União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade,
economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso
Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada,
que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos
ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de
natureza pecuniária.

Fiscalização

F Financeira

O Orçamentária

C Contábil

O Operacional

P Patrimonial

Princípios

Legalidade Legitimidade Economicidade

Subvenções = Recurso

Renúncia = Abrir mão de recurso

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Direito Constitucional – Da Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária (Art. 070 a 075) – Prof. André Vieira

Quem prestará contas

Física ou Jurídica

Pública ou Privada

5
Condições

1 Utilize

2 Arrecade

3 Guarde

4 Gerencie

5 Administre

Dinheiros

Bens

www.acasadoconcurseiro.com.br 337
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de
Contas da União, ao qual compete:

H O S
S C UN
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ANO

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Direito Constitucional – Da Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária (Art. 070 a 075) – Prof. André Vieira

Prévio
60 dias
Recebimento
CN

O S
C U NH
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TAÇÕ
A N O

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II   -­‐   JULGAR   as   contas   dos   ADMINISTRADORES   e   DEMAIS   RESPONSÁVEIS   por   dinheiros,  
bens   e   valores   públicos   da   administração   direta   e   indireta,   incluídas   as   fundações   e  
sociedades   ins:tuídas   e   man:das   pelo   Poder   Público   federal,   e   as   contas   daqueles   que  
derem   causa   a   perda,   extravio   ou   outra   irregularidade   de   que   resulte   prejuízo   ao   erário  
público;  

O S
C U NH
RA S
E S E
TAÇÕ
AN O

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Direito Constitucional – Da Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária (Art. 070 a 075) – Prof. André Vieira

III   -­‐   APRECIAR,   para   fins   de   registro,   a   legalidade   dos   atos   de   ADMISSÃO   de   PESSOAL,   a  
qualquer  2tulo,  na  administração  DIRETA  e  INDIRETA,  incluídas  as  FUNDAÇÕES  ins;tuídas  e  
man;das  pelo  Poder  Público,  excetuadas  as  nomeações  para  Cargo  de  provimento  em  Comissão.    
   
ETA
  A  e
 IND
IR
ET
DIR
 

ADMINISTRAÇÃO  
 
 
 
 
 
 
Bem     como     a     das   concessões     de  
Aposentadorias,  REFORMAS  e  PENSÕES,  
ressalvadas  as  melhorias  posteriores    que    
não    alterem    o    fundamento    legal    do    
ato    concessório;  

O S
C U NH
RA S
E S E
TAÇÕ
AN O

www.acasadoconcurseiro.com.br 341
IV   -­‐   realizar,   por   inicia,va   própria,   da   CÂMARA   DOS   DEPUTADOS,   do   SENADO   FEDERAL,   de  
COMISSÃO   TÉCNICA   ou   de   INQUÉRITO,   inspeções   e   auditorias   de   natureza   contábil,  
financeira,   orçamentária,   operacional   e   patrimonial,   nas   unidades   administra,vas   dos  
Poderes  Legisla,vo,  Execu,vo  e  Judiciário,  e  demais  en,dades  referidas  no  inciso  II;  

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S C UN
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TAÇÕ
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DEU MIGUÉ?
Não, deu o maior
ACORDO  

AJUSTE    

CONVÊNIO  

ÔUTROS  INSTRUMENTOS  CONGÊNERES  

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C U NH
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Direito Constitucional – Da Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária (Art. 070 a 075) – Prof. André Vieira

VI   -­‐   fiscalizar   a   aplicação   de   quaisquer   recursos   repassados   pela   União   mediante   Convênio,  
Acordo,   Ajuste   ou   Ôutros   instrumentos   congêneres,   a   Estado,   ao   Distrito   Federal   ou   a  
Município;  

MEDIANTE  
   

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Õ E S
TAÇ
ANO

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VII  -­‐  PRESTAR  as  INFORMAÇÕES  SOLICITADAS  PELO  CN,  por  qualquer  de  suas  CASAS,  ou  
por  qualquer  das  respec@vas  COMISSÕES,  sobre  a  FISCALIZAÇÃO:  
 
CONTÁBIL,  FINANCEIRA,  ORÇAMENTÁRIA,  OPERACIONAL  e          e                                                                            e  as;  

4  

E  sobre  resultados  de  auditorias  e  inspeções  realizadas;  

H O S
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TAÇ
ANO

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Direito Constitucional – Da Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária (Art. 070 a 075) – Prof. André Vieira

VIII  -­‐  APLICAR  aos  responsáveis,  em  caso  de  ILEGALIDADE  DE  DESPESA  ou  IRREGULARIDADE  
DE   CONTAS,   as   SANÇÕES   previstas   em   lei,   que   estabelecerá,   entre   outras   cominações,  
MULTA  proporcional  ao  dano  causado  ao  erário;  

ILEGALIDADE de
despesa ou
IRREGULARIDADE
de contas

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IX  -­‐  assinar  prazo  para  que  o  órgão  ou  en3dade  adote  as  providências  necessárias  ao  exato  
cumprimento  da  lei,  se  verificada  ilegalidade;  

ASSINAR PRAZO
ÓRGÃO OU
ENTIDADE
ADOTE AS PROVIDÊNCIAS

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Direito Constitucional – Da Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária (Art. 070 a 075) – Prof. André Vieira

X   -­‐   SUSTAR,   se   não   atendido,   a   EXECUÇÃO   do   ato   impugnado,   comunicando   a   decisão   à  


Câmara  dos  Deputados  e  ao  Senado  Federal;  

SE  NÃO    
ATENDIDO  
A  

4  

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XI  -­‐  REPRESENTAR  ao  PODER  competente  sobre    IRREGULARIDADES  ou  ABUSOS  APURADOS.  

4  

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Direito Constitucional – Da Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária (Art. 070 a 075) – Prof. André Vieira

§ 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso


Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.
§ 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar as
medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito.
§ 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de
título executivo.
§ 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral e anualmente, relatório de
suas atividades.

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Controle externo

Quem exerce Congresso Nacional

Quem auxilia TCU

No caso de contrato

Ato de sustação a cargo de quem

Congresso Nacional

Solicitará de imediato o que?

Ao Poder Executivo as medidas cabíveis

Qual é o prazo que o CN ou o Poder Executivo possuem

90 dias

Se dentro deste prazo não efetivar as medidas


previstas, caberá agora a quem as fazê-las

O tribunal decidirá a respeito

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Direito Constitucional – Da Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária (Art. 070 a 075) – Prof. André Vieira

Natureza do título Título executivo

O que gera o título

Imputação de débito ou Multa

Relatório

Trimestral e Anual

A quem os encaminha

CN

Qual conteúdo Relatório de suas atividades

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Direito Constitucional – Da Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária (Art. 070 a 075) – Prof. André Vieira

I   -­‐   APRECIAR   as   contas   prestadas   anualmente   pelo   Presidente   da   República,   mediante  


II   -­‐   JULGAR   as   contas   dos   ADMINISTRADORES   e   DEMAIS   RESPONSÁVEIS   por   dinheiros,  
PARECER  PRÉVIO  que  deverá  ser  elaborado  em  SESSENTA  DIAS  a  contar  de  seu  recebimento;  
bens   e   valores   públicos   da   administração   direta   e   indireta,   incluídas   as   fundações   e  
sociedades   ins:tuídas   e   man:das   pelo   Poder   Público   federal,   e   as   contas   daqueles   que  
derem   causa   a   perda,   extravio   ou   outra   irregularidade   de   que   resulte   prejuízo   ao   erário  
público;  

III   -­‐   APRECIAR,   para   fins   de   registro,   a   legalidade   dos   atos   de   ADMISSÃO   de   PESSOAL,   a  
qualquer  2tulo,  na  administração  DIRETA  e  INDIRETA,  incluídas  as  FUNDAÇÕES  ins;tuídas  e   IV   -­‐   realizar,   por   inicia,va   própria,   da   CÂMARA   DOS   DEPUTADOS,   do   SENADO   FEDERAL,   de   V  -­‐  fiscalizar  as  CONTAS  NACIONAIS  das  EMPRESAS  SUPRANACIONAIS  de  cujo  capital  social  
man;das  pelo  Poder  Público,  excetuadas  as  nomeações  para  Cargo  de  provimento  em  Comissão.     COMISSÃO   TÉCNICA   ou   de   INQUÉRITO,   inspeções   e   auditorias   de   natureza   contábil,   a  União  par6cipe,  de  forma  direta  ou  indireta,  nos  termos  do  tratado  cons6tu6vo;  
   
financeira,   orçamentária,   operacional   e   patrimonial,   nas   unidades   administra,vas   dos  
TA Poderes  Legisla,vo,  Execu,vo  e  Judiciário,  e  demais  en,dades  referidas  no  inciso  II;  
IRE
   e  I
ND O   Governo   brasileiro   par6cipa,   em   nome   da  
União,   do   Banco   Brasileiro   Iraquiano   S.A.   (BBI),  
ETA
  DIR
ADMINISTRAÇÃO  

da   Companhia   de   Promoção   Agrícola   (CPA)   e  


da   Itaipu   Binacional,   que   foram   cons6tuídas   a  
  par6r  de  acordos  celebrados,  respec6vamente,  
  com   os   Governos   do   Iraque,   do   Japão   e   do  
Paraguai.  
 
 
 
 
Bem     como     a     das   concessões     de  
Aposentadorias,  REFORMAS  e  PENSÕES,  
ressalvadas  as  melhorias  posteriores    que    
não    alterem    o    fundamento    legal    do    
ato    concessório;  

É  uma  empresa  estatal  que  pertence  a  mais  de  uma  nação.  

VII  -­‐  PRESTAR  as  INFORMAÇÕES  SOLICITADAS  PELO  CN,  por  qualquer  de  suas  CASAS,  ou  

DEU MIGUÉ?
VI   -­‐   fiscalizar   a   aplicação   de   quaisquer   recursos   repassados   pela   União   mediante   Convênio,   por  qualquer  das  respec@vas  COMISSÕES,  sobre  a  FISCALIZAÇÃO:  
Acordo,   Ajuste   ou   Ôutros   instrumentos   congêneres,   a   Estado,   ao   Distrito   Federal   ou   a    
Município;   CONTÁBIL,  FINANCEIRA,  ORÇAMENTÁRIA,  OPERACIONAL  e          e                                                                            e  as;  

Não, deu o maior


ACORDO  

AJUSTE    
4  
MEDIANTE  
CONVÊNIO      

E  sobre  resultados  de  auditorias  e  inspeções  realizadas;  


ÔUTROS  INSTRUMENTOS  CONGÊNERES  

VIII  -­‐  APLICAR  aos  responsáveis,  em  caso  de  ILEGALIDADE  DE  DESPESA  ou  IRREGULARIDADE   IX  -­‐  assinar  prazo  para  que  o  órgão  ou  en3dade  adote  as  providências  necessárias  ao  exato   X   -­‐   SUSTAR,   se   não   atendido,   a   EXECUÇÃO   do   ato   impugnado,   comunicando   a   decisão   à  
DE   CONTAS,   as   SANÇÕES   previstas   em   lei,   que   estabelecerá,   entre   outras   cominações,   cumprimento  da  lei,  se  verificada  ilegalidade;   Câmara  dos  Deputados  e  ao  Senado  Federal;  
MULTA  proporcional  ao  dano  causado  ao  erário;  

SE  NÃO    
ATENDIDO  
A  

ASSINAR PRAZO
ILEGALIDADE de ÓRGÃO OU 4  

despesa ou
IRREGULARIDADE ENTIDADE
de contas ADOTE AS PROVIDÊNCIAS

XI  -­‐  REPRESENTAR  ao  PODER  competente  sobre    IRREGULARIDADES  ou  ABUSOS  APURADOS.   CONTROLE EXTERNO

4  

DENUNCIAR

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Direito Constitucional – Da Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária (Art. 070 a 075) – Prof. André Vieira

Art. 72. A Comissão mista permanente a que se refere o art. 166, §1º, diante de indícios de despesas
não autorizadas, ainda que sob a forma de investimentos não programados ou de subsídios não
aprovados, poderá solicitar à autoridade governamental responsável que, no prazo de cinco dias,
preste os esclarecimentos necessários.
§ 1º Não prestados os esclarecimentos, ou considerados estes insuficientes, a Comissão
solicitará ao Tribunal pronunciamento conclusivo sobre a matéria, no prazo de trinta dias.
§ 2º Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Comissão, se julgar que o gasto possa causar
dano irreparável ou grave lesão à economia pública, proporá ao Congresso Nacional sua
sustação.

A comissão mista permanente se manifesta

Diante de indícios de despesas não autorizadas

Forma

De investimento não programado


ou
Subsídio não aprovado

Esclarecimento

Poderá ser solicitado à autoridade governamental

Prazo 5 dias

Despesas irregulares

Que possam causar dano irreparável ou grave lesão # CN # proporá sustação

Ou quando entenderem insuficientes

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Não prestados os esclarecimentos

Cuidado

Considerados insuficientes

Pronunciamento conclusivo

Quem solicita o
pronunciamento Comissão

Solicita a quem Tribunal

Prazo 30 dias

Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove Ministros, tem sede no Distrito Federal,
quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o território nacional, exercendo, no que couber, as
atribuições previstas no art. 96.
§ 1º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão nomeados dentre brasileiros que
satisfaçam os seguintes requisitos:
I − mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade;
II − idoneidade moral e reputação ilibada;
III − notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de administração
pública;
IV − mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija os
conhecimentos mencionados no inciso anterior.
§ 2º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão escolhidos:
I − um terço pelo Presidente da República, com aprovação do Senado Federal, sendo dois
alternadamente dentre auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados
em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de antiguidade e merecimento;
II − dois terços pelo Congresso Nacional.
§ 3º Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão as mesmas garantias, prerrogativas,
impedimentos, vencimentos e vantagens dos Ministros do Superior Tribunal de Justiça,
aplicando-se-lhes, quanto à aposentadoria e pensão, as normas constantes do art. 40.
§ 4º O auditor, quando em substituição a Ministro, terá as mesmas garantias e impedimentos
do titular e, quando no exercício das demais atribuições da judicatura, as de juiz de Tribunal
Regional Federal.

358 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Da Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária (Art. 070 a 075) – Prof. André Vieira

Composição 9 ministros

Origem

1/3 Presidente da República

Aprovação Senado Federal

Tipo de aprovação X

1 Por sua livre escolha

3
2 Alternadamente

Dentre Auditores e Membros do MP

Indicados Lista tríplice

A cargo Do tribunal

Critérios Antiguidade e Merecimento

2/3 Congresso Nacional

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Requisitos

A + 35 - 65

B Idoneidade moral

C Reputação ilibada

D Notórios conhecimentos jurídicos

Contábeis Econômicos Financeiros


ou
E De efetiva atividade que exija os conhecimentos citados

Garantias Prerrogativas Impedimentos Vencimentos Vantagens

Ministros do STJ

Aposentadoria e pensão Regras do art. 40

AUDITOR

Substituição

Terá Mesmas garantias impedimentos

De quem Do titular

Demais atribuições

Juiz do TRF

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Direito Constitucional – Da Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária (Art. 070 a 075) – Prof. André Vieira

CONTROLE EXTERNO
CONTROLE INTERNO

Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de
controle interno com a finalidade de:
I − avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas
de governo e dos orçamentos da União;
II − comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão
orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem
como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;
III − exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e
haveres da União;
IV − apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.

Avalia Comprova

Apoia Exerce

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§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer
irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de
responsabilidade solidária.

Ciência

Responsabilidade
solidária

§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma
da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.

DENUNCIAR

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Direito Constitucional – Da Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária (Art. 070 a 075) – Prof. André Vieira

Controle Interno

Quem exerce

Poder Legislativo Poder Executivo Poder Judiciário

Forma Integrada

Finalidade

Avaliar Comprovar Exercer Apoiar

Four Key Code

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Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que couber, à organização, composição
e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e
Conselhos de Contas dos Municípios.
Parágrafo único. As Constituições estaduais disporão sobre os Tribunais de Contas respectivos,
que serão integrados por sete Conselheiros.

Desta seção aplica-se no que couber

Organização Composição Fiscalização

Quais tribunais alcança

TCE TCDF TC dos M

Composição 7 conselheiros

364 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional
Aula XX

FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO

Autoridade Comum Responsabilidade

Presidente STF SF

Vice-presidente STF SF

Regra
Ministro de Estado STF STF

Exceção
Se conexo ao
Presidente da República

Órgão julgador
SF

AGU STF SF

Fundamento Status de ME

Constituições
Governador STJ Estaduais

Cuidado

Prefeito

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CAPÍTULO II
DO PODER EXECUTIVO
Seção I
DO PRESIDENTE E DO VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República,
auxiliado pelos Ministros de Estado.

Nome Dilma Roussef

Quem exerce Presidente da República

Quem auxilia Ministros de Estado

Ad nutum Demissíveis a qualquer tempo

Sistema de
Presidencialista
Governo

Subsídio Competência exclusiva do C.N

Parcela Única

Espécie
Decreto Legislativo
normativa

Particularidade Sem sanção

366 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Do Presidente e Vice-Presidente da República (Art. 076 a 083) – Prof. André Vieira

Requisitos

A Brasileiro nato

B Estar no pleno gozo de seus direitos políticos

C Idade mínima 35 anos

D Alistamento eleitoral

E Domicílio eleitoral na circuncrição

F Filiação partidária

G Não ser inalistável nem analfabeto

H Não ser inelegível

Atribuições
do vice

Substituir em caso de impedimento

Suceder-lhe em caso de vacância

Auxiliar quando convocado para missões especiais

Outras atribuições conferidas em lei complementar

www.acasadoconcurseiro.com.br 367
Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República realizar-se-á, simultaneamente,
no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo
turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato presidencial vigente.
§ 1º A eleição do Presidente da República importará a do Vice-Presidente com ele registrado.
§ 2º Será considerado eleito Presidente o can-
didato que, registrado por partido político, ob-
tiver a maioria absoluta de votos, não computa-
dos os em branco e os nulos.
§ 3º Se nenhum candidato alcançar maioria
absoluta na primeira votação, far-se-á nova
eleição em até vinte dias após a proclamação
do resultado, concorrendo os dois candidatos
mais votados e considerando-se eleito aquele
que obtiver a maioria dos votos válidos.
§ 4º Se, antes de realizado o segundo turno,
ocorrer MORTE, DESISTÊNCIA ou IMPEDIMENTO legal de candidato, convocar-se-á, dentre os
remanescentes, o de maior votação.
§ 5º Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer, em segundo lugar, mais de
um candidato com a mesma votação, qualificar-se-á o mais IDOSO.

Eleição

Sistema
Majoritário Por maioria absoluta

Forma Simultânea (Presidente / Vice)

Imposição Com ele registrado

1o turno 1o domingo de outubro

Prazo 20 dias

A contar Após a promulgação

Desnecessidade
de 2o turno Se tiver alcançado a maioria absoluta de votos
não computados os brancos e os nulos

2o turno Último domingo de outubro

368 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Do Presidente e Vice-Presidente da República (Art. 076 a 083) – Prof. André Vieira

Morte Desistência Impedimento

Antes da realização do 2o turno

Exigência O de maior votação

Empate no Mais idoso


2o turno

– 200 mil
Municípios

Turno único
eleitores

+ 200 mil Regra do art. 77


eleitores

Quando Presidente / Vice deverão assumir os respectivos cargos

57, §, 3, III e 78

www.acasadoconcurseiro.com.br 369
Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão posse em sessão do Congresso
Nacional, prestando o compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis,
promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil.
Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Presidente ou o Vice-
Presidente, salvo motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago.

Compromisso Verbos

Manter Defender Cumprir

Observar Promover Sustentar

Tipo de sessão Sessão conjunta

Declaração
de vacância
Ver 78

370 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Do Presidente e Vice-Presidente da República (Art. 076 a 083) – Prof. André Vieira

Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de impedimento, e suceder-lhe-á, no de vaga, o Vice-


Presidente.
Parágrafo único. O Vice-Presidente da República, além de outras atribuições que lhe forem
conferidas por lei complementar, auxiliará o Presidente, sempre que por ele convocado para
missões especiais.

Tipos de
afastamento

Temporário Impedimento

Situações Doença Férias Licença


Temporárias

Lembrar O Vice é o sucessor natural

Definitivo Vacância

Perda do cargo

Morte Ex.: Getúlio Vargas

Renúncia Jânio Quadros e Collor

Incapacidade Costa e Silva – vítima de derrame


civil

Ausência Por período superior a 15 dias


do país

Prazo
Declaração Se não tiver assumido
de vacância 10 dias

Excessão
Salvo motivo de força maior

Extinção do mandato

Consequências
da renúncia

Convocação do sucessor

www.acasadoconcurseiro.com.br 371
  

Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos


cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o Presidente da Câmara dos
Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal.

???? Presidente da CD

Nome Eduardo Cunha

???? Presidente do SF

Nome Renan Calheiros

???? Presidente do STF

Nome Ricardo Lewandowski

2
nda
Ma to
2
1 2
4 3 4

P / VP P / VP

372
Vacância www.acasadoconcurseiro.com.br
Vacância
???? Presidente do SF

Direito Constitucional – Do Presidente e Vice-Presidente da República (Art. 076 a 083) – Prof. André Vieira
Nome Renan Calheiros

Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á eleição noventa
dias depois ????
de aberta a última vaga. Presidente do STF
§ 1º Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos
os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei.
Nome
§ 2º Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o Ricardo Lewandowski
período de seus antecessores.

2
nda
Ma to
2
1 2
4 3 4

P / VP P / VP

Vacância Vacância

Nova eleição Nova eleição

Direta Indireta

Povo CN

90 dias 30 dias

Mandato tampão

Serve para os dois casos

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Art. 82. O mandato do Presidente da República é de quatro anos e terá início em primeiro de janeiro
do ano seguinte ao da sua eleição.

Mandato Reeleição Início


4 anos Sim 1o de julho

VIAGEM POR PERÍODO SUPERIOR A 15 DIAS


Art. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da República não poderão, sem licença do Congresso
Nacional, ausentar-se do País por período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo.

Ausência
do país

Prazo Período Superior a 15 dias

Autorização Congresso Nacional

Espécie
Decreto Legislativo
normativa

Particularidade Sem sanção

Inobservância Perda do cargo

Situações que ensejam


a perda do cargo

A Condenação proferida pelo SF / 2/3

B Condenação proferida pelo STF / Crime comum

C Declaração de vacância do cargo / prazo 10 dias

D Ausência do país, por período superior a 15 dias, sem licença do CN

374 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional

Seção II
Das Atribuições do Presidente da República
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
I − nomear e exonerar os Ministros de Estado;
II − exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração federal;
III − iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição;
IV − sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos
para sua fiel execução;
V − vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
VI − dispor, mediante decreto, sobre:
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de
despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;
VII − manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos;
VIII − celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso
Nacional;
IX − decretar o estado de defesa e o estado de sítio;
X − decretar e executar a intervenção federal;
XI − remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião da abertura
da sessão legislativa, expondo a situação do País e solicitando as providências que julgar
necessárias;
XII − conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos
em lei;
XIII − exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes da Marinha,
do Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que
lhes são privativos;
XIV − nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal
e dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República,
o presidente e os diretores do banco central e outros servidores, quando determinado em lei;
XV − nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de Contas da União;

www.acasadoconcurseiro.com.br 375
XVI − nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o Advogado-Geral da
União;
XVII − nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII;
XVIII − convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional;
XIX − declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional
ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas
condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional;
XX − celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional;
XXI − conferir condecorações e distinções honoríficas;
XXII − permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem
pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente;
XXIII − enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes
orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta Constituição;
XXIV − prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da
sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior;
XXV − prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei;
XXVI − editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62;
XXVII − exercer outras atribuições previstas nesta Constituição.
Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas nos
incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República
ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas delegações.

Taxativo ou exemplificação Exemplificativo

Delegações

ME PGR AGU

Incisos passíveis de delegações

VI XII XXV

1a parte

Prover

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Direito Constitucional

Seção III
DA RESPONSABILIDADE DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem
contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:
I − a existência da União;
II − o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos
Poderes constitucionais das unidades da Federação;
III − o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
IV − a segurança interna do País;
V − a probidade na administração;
VI − a lei orçamentária;
VII − o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de
processo e julgamento.

Dos crimes de responsabilidade

I II III

IV V VI

VII

www.acasadoconcurseiro.com.br 377
Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos
Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações
penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.

Quórum Espécie Normativa Particularidade

2/3 Resolução Sem sanção

§ 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções:


I − nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal
Federal;
II − nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal.

Infração penal comum

Key Code SE
Denúncia

Recebida ou pelo

Queixa-crime

Órgão

Crime de responsabilidade

Instauração pelo
Key Code Após
do processo

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Direito Constitucional – Da Responsabilidade do Presidente da República (Art. 085 a 086) – Prof. André Vieira

§ 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver concluído, cessará o
afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo.
§ 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da
República não estará sujeito a prisão.
§ 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por
atos estranhos ao exercício de suas funções.

Prazo de 180 dias


suspensão

Não decidido Cessará o afastamento


no prazo

O que ocorre Terá prosseguimento sem qualquer prejuízo


com o processo

Antes da Não estará sujeito à prisão


sentença
Tipo de Crime comum
infração

Imunidade

Formal

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Direito Constitucional

Seção IV
DOS MINISTROS DE ESTADO
Art. 87. Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre brasileiros maiores de vinte e um anos e no
exercício dos direitos políticos.
Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, além de outras atribuições estabelecidas
nesta Constituição e na lei:
I − exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da administração
federal na área de sua competência e referendar os atos e decretos assinados pelo Presidente
da República;
II − expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos;
III − apresentar ao Presidente da República relatório anual de sua gestão no Ministério;
IV − praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou delegadas pelo
Presidente da República.

Ministros
de Estado

Requisitos

A Brasileiros nato ou naturalizados

Ministro de Estado de Defesa Cuidado

B Maiores de 21 anos de idade

C No exercício dos direitos políticos

Atribuições

Descrições dos incisos

Art. 88. A lei disporá sobre a criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública.

www.acasadoconcurseiro.com.br 381
Direito Constitucional
Aula XX

Seção V
DO CONSELHO DA REPÚBLICA E DO CONSELHO DE DEFESA NACIONAL
Subseção I
Do Conselho da República
Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente da República,
e dele participam:
I − o Vice-Presidente da República;
II − o Presidente da Câmara dos Deputados;
III − o Presidente do Senado Federal;
IV − os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados;
V − os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal;
VI − o Ministro da Justiça;
VII − seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo
dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e
dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a
recondução.

Requisitos

A Brasileiro nato

B Maiores de 35 anos

Da escolha

2 CD Elege

2 SF Elege

2 Presidente da República Nomeia

Mandato 3 anos

Recondução Vedada

www.acasadoconcurseiro.com.br 383
Art. 90. Compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre:
I − intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio;
II − as questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas.
§ 1º O Presidente da República poderá convocar Ministro de Estado para participar da reunião
do Conselho, quando constar da pauta questão relacionada com o respectivo Ministério.
§ 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho da República.

384 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional
Aula XX

SUBSEÇÃO II
Do Conselho de Defesa Nacional
Art. 91. O Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta do Presidente da República nos assuntos
relacionados com a soberania nacional e a defesa do Estado democrático, e dele participam como
membros natos:
I − o Vice-Presidente da República;
II − o Presidente da Câmara dos Deputados;
III − o Presidente do Senado Federal;
IV − o Ministro da Justiça;
V − o Ministro de Estado da Defesa;
VI − o Ministro das Relações Exteriores;
VII − o Ministro do Planejamento.
VIII − os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.
§ 1º Compete ao Conselho de Defesa Nacional:
I − opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração da paz, nos termos desta
Constituição;
II − opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da intervenção federal;
III − propor os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis à segurança do
território nacional e opinar sobre seu efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira e nas
relacionadas com a preservação e a exploração dos recursos naturais de qualquer tipo;
IV − estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de iniciativas necessárias a garantir a
independência nacional e a defesa do Estado democrático.
§ 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho de Defesa Nacional.

www.acasadoconcurseiro.com.br 385
Comparação entre as composições CR / CDN

Vice-presidente Vice-presidente

Pres. CD Pres. CD

Pres. SF Pres. SF

CD
Líderes maioria SF

CD
Líderes minoria SF

M Da justiça M Da justiça

M Relações exteriores

M Estado da Defesa

M Planejamento

6 cidadãos

Com. (M. E. A.)

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Direito Constitucional – Do Conselho da Defesa Nacional (Art. 91) – Prof. André Vieira

Atribuições do CR e do CDN

IF / ED / ES
CR
Pronuncia-se

Questões relevantes para a estabilidade


das instituições democráticas

Cuidado Facultativo

Declaração de guerra e de celebração de paz


CDN
Opina

Decretação ED / ES / IF

Propõe Critérios (...)

Estuda Propõe e acompanha (...)

CR Organização

Lei Regulará

CDN Funcionamento

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CONSELHO DA REPÚBLICA – ELABORADO POR ANDRÉ VIEIRA
LÍDERES MAIORIA/MINORIA
LIDERES
VICE PRESIDENTE (CD
(CD e/ SF)
SF) 6 BRASILEIROS NATOS

Mais de 35 anos – Mandato: 2 anos – Recondução:vedada


2 Nomeados pelo PR – 2 eleitos pela CD – 2 eleitos pelo SF

1 MINISTRO Presidente CD/SF (Renan Calheiros e Eduardo Cosentino da Cunha)

JUSTIÇA

CONSELHO DE DEFESA NACIONAL – ELABORADO POR ANDRÉ VIEIRA

VICE PRESIDENTE COMANDANTES

MEA

4 MINISTROS Presidente CD/SF (Renan Calheiros e Eduardo Cosentino da Cunha)

JUSTIÇA

ESTADO DE DEFESA

RELAÇÕES EXETERIORES

PLANEJAMENTO

388 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional

Professora Tatiana Marcello

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Direito Constitucional

DISPOSIÇÕES GERAIS (ART. 037 A 038)

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA III – o prazo de validade do concurso público


FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988 será de até dois anos, prorrogável uma vez,
por igual período;
IV – durante o prazo improrrogável previsto
no edital de convocação, aquele aprovado
CAPÍTULO VII em concurso público de provas ou de pro-
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA vas e títulos será convocado com prioridade
sobre novos concursados para assumir car-
Seção I go ou emprego, na carreira;
DISPOSIÇÕES GERAIS V – as funções de confiança, exercidas ex-
clusivamente por servidores ocupantes de
Art. 37. A administração pública direta e indireta
cargo efetivo, e os cargos em comissão, a
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
serem preenchidos por servidores de car-
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá
reira nos casos, condições e percentuais mí-
aos princípios de legalidade, impessoalidade,
nimos previstos em lei, destinam-se apenas
moralidade, publicidade e eficiência e, também,
às atribuições de direção, chefia e asses-
ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Cons-
soramento; (Redação dada pela Emenda
titucional nº 19, de 1998)
Constitucional nº 19, de 1998)
I – os cargos, empregos e funções públicas
VI – é garantido ao servidor público civil o
são acessíveis aos brasileiros que preen-
direito à livre associação sindical;
cham os requisitos estabelecidos em lei, as-
sim como aos estrangeiros, na forma da lei; VII – o direito de greve será exercido nos
(Redação dada pela Emenda Constitucional termos e nos limites definidos em lei espe-
nº 19, de 1998) cífica; (Redação dada pela Emenda Consti-
tucional nº 19, de 1998)
II – a investidura em cargo ou emprego
público depende de aprovação prévia em VIII – a lei reservará percentual dos cargos
concurso público de provas ou de provas e e empregos públicos para as pessoas por-
títulos, de acordo com a natureza e a com- tadoras de deficiência e definirá os critérios
plexidade do cargo ou emprego, na forma de sua admissão;
prevista em lei, ressalvadas as nomeações
para cargo em comissão declarado em lei IX – a lei estabelecerá os casos de contrata-
de livre nomeação e exoneração; (Redação ção por tempo determinado para atender a
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de necessidade temporária de excepcional in-
1998) teresse público;
X – a remuneração dos servidores públicos
e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39

www.acasadoconcurseiro.com.br 391
somente poderão ser fixados ou alterados XIV – os acréscimos pecuniários percebidos
por lei específica, observada a iniciativa por servidor público não serão computados
privativa em cada caso, assegurada revisão nem acumulados para fins de concessão de
geral anual, sempre na mesma data e sem acréscimos ulteriores; (Redação dada pela
distinção de índices; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Re-
gulamento) XV – o subsídio e os vencimentos dos ocu-
pantes de cargos e empregos públicos são
XI – a remuneração e o subsídio dos ocu- irredutíveis, ressalvado o disposto nos inci-
pantes de cargos, funções e empregos pú- sos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º,
blicos da administração direta, autárquica e 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada
fundacional, dos membros de qualquer dos pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, dos detentores XVI – é vedada a acumulação remunerada
de mandato eletivo e dos demais agentes de cargos públicos, exceto, quando houver
políticos e os proventos, pensões ou outra compatibilidade de horários, observado em
espécie remuneratória, percebidos cumu- qualquer caso o disposto no inciso XI: (Re-
lativamente ou não, incluídas as vantagens dação dada pela Emenda Constitucional nº
pessoais ou de qualquer outra natureza, 19, de 1998)
não poderão exceder o subsídio mensal, em a) a de dois cargos de professor; (Redação
espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
Federal, aplicando-se como limite, nos Mu- 1998)
nicípios, o subsídio do Prefeito, e nos Esta-
dos e no Distrito Federal, o subsídio mensal b) a de um cargo de professor com outro
do Governador no âmbito do Poder Execu- técnico ou científico; (Redação dada pela
tivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Distritais no âmbito do Poder Legislativo e
c) a de dois cargos ou empregos privativos
o subsidio dos Desembargadores do Tribu-
de profissionais de saúde, com profissões
nal de Justiça, limitado a noventa inteiros e
regulamentadas; (Redação dada pela Emen-
vinte e cinco centésimos por cento do sub-
da Constitucional nº 34, de 2001)
sídio mensal, em espécie, dos Ministros do
Supremo Tribunal Federal, no âmbito do XVII – a proibição de acumular estende-se a
Poder Judiciário, aplicável este limite aos empregos e funções e abrange autarquias,
membros do Ministério Público, aos Procu- fundações, empresas públicas, sociedades
radores e aos Defensores Públicos; (Reda- de economia mista, suas subsidiárias, e so-
ção dada pela Emenda Constitucional nº 41, ciedades controladas, direta ou indireta-
19.12.2003) mente, pelo poder público; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XII – os vencimentos dos cargos do Poder
Legislativo e do Poder Judiciário não po- XVIII – a administração fazendária e seus
derão ser superiores aos pagos pelo Poder servidores fiscais terão, dentro de suas áre-
Executivo; as de competência e jurisdição, precedência
sobre os demais setores administrativos, na
XIII – é vedada a vinculação ou equiparação
forma da lei;
de quaisquer espécies remuneratórias para
o efeito de remuneração de pessoal do ser- XIX – somente por lei específica poderá ser
viço público; (Redação dada pela Emenda criada autarquia e autorizada a instituição
Constitucional nº 19, de 1998) de empresa pública, de sociedade de eco-
nomia mista e de fundação, cabendo à lei

392 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Disposições Gerais (Art. 037 a 038) – Profª Tatiana Marcello

complementar, neste último caso, definir as (Redação dada pela Emenda Constitucional
áreas de sua atuação; (Redação dada pela nº 19, de 1998)
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I – as reclamações relativas à prestação dos
XX – depende de autorização legislativa, em serviços públicos em geral, asseguradas a
cada caso, a criação de subsidiárias das en- manutenção de serviços de atendimento ao
tidades mencionadas no inciso anterior, as- usuário e a avaliação periódica, externa e
sim como a participação de qualquer delas interna, da qualidade dos serviços; (Incluído
em empresa privada; pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XXI – ressalvados os casos especificados II – o acesso dos usuários a registros admi-
na legislação, as obras, serviços, compras nistrativos e a informações sobre atos de
e alienações serão contratados mediante governo, observado o disposto no art. 5º, X
processo de licitação pública que assegu- e XXXIII; (Incluído pela Emenda Constitucio-
re igualdade de condições a todos os con- nal nº 19, de 1998)
correntes, com cláusulas que estabeleçam
obrigações de pagamento, mantidas as con- III – a disciplina da representação contra o
dições efetivas da proposta, nos termos da exercício negligente ou abusivo de cargo,
lei, o qual somente permitirá as exigências emprego ou função na administração públi-
de qualificação técnica e econômica indis- ca. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
pensáveis à garantia do cumprimento das 19, de 1998)
obrigações. (Regulamento) § 4º Os atos de improbidade administrativa
XXII – as administrações tributárias da importarão a suspensão dos direitos políti-
União, dos Estados, do Distrito Federal e cos, a perda da função pública, a indisponi-
dos Municípios, atividades essenciais ao bilidade dos bens e o ressarcimento ao erá-
funcionamento do Estado, exercidas por rio, na forma e gradação previstas em lei,
servidores de carreiras específicas, terão re- sem prejuízo da ação penal cabível.
cursos prioritários para a realização de suas § 5º A lei estabelecerá os prazos de pres-
atividades e atuarão de forma integrada, crição para ilícitos praticados por qualquer
inclusive com o compartilhamento de ca- agente, servidor ou não, que causem pre-
dastros e de informações fiscais, na forma juízos ao erário, ressalvadas as respectivas
da lei ou convênio. (Incluído pela Emenda ações de ressarcimento.
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público
§ 1º A publicidade dos atos, programas, e as de direito privado prestadoras de servi-
obras, serviços e campanhas dos órgãos ços públicos responderão pelos danos que
públicos deverá ter caráter educativo, infor- seus agentes, nessa qualidade, causarem a
mativo ou de orientação social, dela não po- terceiros, assegurado o direito de regresso
dendo constar nomes, símbolos ou imagens contra o responsável nos casos de dolo ou
que caracterizem promoção pessoal de au- culpa.
toridades ou servidores públicos.
§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as
§ 2º A não observância do disposto nos in- restrições ao ocupante de cargo ou empre-
cisos II e III implicará a nulidade do ato e a go da administração direta e indireta que
punição da autoridade responsável, nos ter- possibilite o acesso a informações privile-
mos da lei. giadas. (Incluído pela Emenda Constitucio-
§ 3º A lei disciplinará as formas de partici- nal nº 19, de 1998)
pação do usuário na administração pública
direta e indireta, regulando especialmente:

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§ 8º A autonomia gerencial, orçamentá- noventa inteiros e vinte e cinco centésimos
ria e financeira dos órgãos e entidades da por cento do subsídio mensal dos Ministros
administração direta e indireta poderá ser do Supremo Tribunal Federal, não se apli-
ampliada mediante contrato, a ser firmado cando o disposto neste parágrafo aos sub-
entre seus administradores e o poder públi- sídios dos Deputados Estaduais e Distritais
co, que tenha por objeto a fixação de metas e dos Vereadores. (Incluído pela Emenda
de desempenho para o órgão ou entidade, Constitucional nº 47, de 2005)
cabendo à lei dispor sobre: (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Art. 38. Ao servidor público da administração
direta, autárquica e fundacional, no exercício de
I – o prazo de duração do contrato; mandato eletivo, aplicam-se as seguintes dispo-
sições: (Redação dada pela Emenda Constitucio-
II – os controles e critérios de avaliação de nal nº 19, de 1998)
desempenho, direitos, obrigações e respon-
sabilidade dos dirigentes; I – tratando-se de mandato eletivo federal,
estadual ou distrital, ficará afastado de seu
III – a remuneração do pessoal." cargo, emprego ou função;
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às II – investido no mandato de Prefeito, será
empresas públicas e às sociedades de eco- afastado do cargo, emprego ou função, sen-
nomia mista, e suas subsidiárias, que rece- do-lhe facultado optar pela sua remunera-
berem recursos da União, dos Estados, do ção;
Distrito Federal ou dos Municípios para pa-
gamento de despesas de pessoal ou de cus- III – investido no mandato de Vereador, ha-
teio em geral. (Incluído pela Emenda Consti- vendo compatibilidade de horários, perce-
tucional nº 19, de 1998) berá as vantagens de seu cargo, emprego
ou função, sem prejuízo da remuneração do
§ 10. É vedada a percepção simultânea de cargo eletivo, e, não havendo compatibili-
proventos de aposentadoria decorrentes do dade, será aplicada a norma do inciso ante-
art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remune- rior;
ração de cargo, emprego ou função pública,
ressalvados os cargos acumuláveis na forma IV – em qualquer caso que exija o afasta-
desta Constituição, os cargos eletivos e os mento para o exercício de mandato eletivo,
cargos em comissão declarados em lei de li- seu tempo de serviço será contado para to-
vre nomeação e exoneração. (Incluído pela dos os efeitos legais, exceto para promoção
Emenda Constitucional nº 20, de 1998) por merecimento;
§ 11. Não serão computadas, para efeito V – para efeito de benefício previdenciário,
dos limites remuneratórios de que trata o no caso de afastamento, os valores serão
inciso XI do caput deste artigo, as parcelas determinados como se no exercício estives-
de caráter indenizatório previstas em lei. se.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 47,
de 2005) (...)

§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do


caput deste artigo, fica facultado aos Esta-
dos e ao Distrito Federal fixar, em seu âm-
bito, mediante emenda às respectivas Cons-
tituições e Lei Orgânica, como limite único,
o subsídio mensal dos Desembargadores
do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a

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Direito Constitucional – Disposições Gerais (Art. 037 a 038) – Profª Tatiana Marcello

CONCEITOS INTRODUTÓRIOS

Conceitos Introdutórios

• Órgãos públicos da União, dos Estados, do Distrito


Administração Federal e dos Municípios.
Direta

• Autarquias (Ex. INSS, BACEN)


Administração • Fundações Públicas (Ex. IBGE, FUNAI)
Indireta • Empresas Públicas (Ex. CEF, Correios)
• Sociedades de Economia Mista (Ex. BB,Petrobrás)

1.1. Princípios Constitucionais aplicáveis à Administração Pública

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência...
Trata-se dos princípios expressamente trazidos pela CF/88, considerando que há outros
princípios aplicáveis.
Para memorizá-los, usa-se o macete do “LIMPE”:
Legalidade
Impessoalidade
Moralidade
Publicidade
Eficiência

Princípio da Legalidade
A administração pública só pode agir quando houver lei que determine ou autorize sua
atuação. Assim, a eficácia da atividade da administração pública está condicionada ao que a lei
permite ou determina.
Enquanto no âmbito dos particulares, o princípio da legalidade significa que podem fazer
tudo o que a lei não proíba, no âmbito da administração pública esse princípio significa que o
administrador só pode fazer o que a lei autorize ou determine.
Esse princípio é o que melhor caracteriza o estado Estado de Direito, pois o administrador
público não pode agir de acordo com sua própria vontade e sim de acordo com o interesse do

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povo, titular do poder. Como, em última instância, as leis são feitas pelo povo, através de seus
representantes, pressupõe-se que estão de acordo com o interesse público.

Princípio da Impessoalidade
O administrador público deve ser impessoal, tendo sempre como finalidade a satisfação do
intere interesse público, não podendo beneficiar nem prejudicar a si ou determinada pessoa.
Esse princípio é visto sob dois aspectos:
a) como determinante da finalidade de toda atuação administrativa – inevitavelmente,
determinados atos podem ter por consequencia benefícios ou prejuízos a alguém, porém,
a atuação do administrador deve visar ao interesse público, sob pena de tal ato ser
considerado nulo por desvio de finalidade;
b) como vedação a que o agente público valha-se das atividades desenvolvidas pela
administração para obter benefício ou promoção pessoal – é vedado a promoção pessoal
do agente público pela sua atuação como administrador.
Como exemplos de aplicação do princípio da impessoalidade, podemos citar a imposição
de concurso público como condição para ingresso em cargo efetivo ou emprego público e a
exigência de licitações públicas para contratações pela administração.

Princípio da Moralidade
A moral administrativa está ligada à ideia de ética, probidade e de boa-fé. Não basta que a
atuação do administrador público seja legal, precisa ser moral também, já que nem tudo que é
legal é honesto.
Ato contrário a moral não é apenas inoportuno ou inconveniente, é considerado nulo.

Princípio da Publicidade
Esse princípio é tratado sob dois prismas:
a) exigência de publicação em órgão oficial como requisito de eficácia dos atos administrativos
gerais que devam produzir efeitos externos ou onerem o patrimônio público – enquanto
não for publicado, o ato não pode produzir efeitos;
b) exigência de transparência da atuação administrativa – finalidade de possibilitar, de forma
mais ampla possível, controle da administração pública pelo povo.

Princípio da Eficiência
O princípio da eficiência foi inserido o caput do art. 37 através da EC 19/1998. Visa a atingir
os objetivos de boa prestação dos serviços, de modo mais simples, rápido e econômico,
melhorando a relação custo/benefício da atividade da administração pública. O administrador
deve ter planejamento, procurando a melhor solução para atingir a finalidade e interesse
público do ato.

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Direito Constitucional – Disposições Gerais (Art. 037 a 038) – Profª Tatiana Marcello

Esse princípio, porém, não tem um caráter absoluto, já que não é possível afastar os outros
princípios da administração sob o argumento de dar maior eficiência ao ato. Por exemplo, não
se pode afastar as etapas legais (princípio da legalidade) de um procedimento licitatório a fim
de ter maior eficiência.

Conceito de Agente Público

Agente público é toda pessoa que desempenha atividade administrativa, temporária ou não,
com ou sem remuneração.
Conceito Lei 8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa):
Art. 2º. Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades
mencionadas no artigo anterior.
Portanto, Agentes Públicos são as pessoas físicas incumbidas, definitiva ou transitoriamente,
do exercício de alguma função estatal.

Classificação/Espécies dos Agentes Públicos

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Os agentes públicos podem ser classificados em:
a) Agentes Políticos – Exercem função pública de alta direção do Estado. Em regra, ingressam
por meio de eleição, com mandatos fixos, ao término dos quais a relação com o Estado
desaparece automaticamente. Exemplos: Chefes do Poder Executivo (Presidente da
República, Governadores dos Estados e Prefeitos Municipais, com seus respectivos vices),
Parlamentares (Senadores, Deputados Federais e Estaduais, Vereadores), Ministros de
Estado...
b) Servidores Estatais (ou Agentes Administrativos ou Servidores Públicos em sentido
amplo) – São as pessoas que prestam serviço público para a Administração, com natureza
profissional e remunerada. Dividem-se em:
•• Servidores Públicos Estatutários (são os ocupantes de cargos públicos e submetidos a
regime estatutário). Em sentido estrito, “servidor público” é apenas o estatutário.
•• Empregados Públicos (são os ocupantes de emprego público e submetidos a regime
celetista – CLT)
•• Servidores Temporários (aqueles contratados por tempo determinado para atender
a necessidade temporária de excepcional interesse público, não tendo cargo nem
emprego público, exercendo função pública remunerada e temporária).
Obs.: Há doutrina e questões que entendem que “Servidor Público em sentido amplo”
abrange essas 3 espécies (servidores públicos estatutários, empregados públicos e servidores
temporários), enquanto “Servidor Público em sentido estrito” seria apenas o Servidor
Estatutário. Vejamos o esquema:

c) Particulares em colaboração com o Estado – são os que desempenham função pública


sem vínculo com o Estado, também chamados de “agentes honoríficos”. Segundo Celso
Antônio Bandeira de Mello, essa categoria é composta por:
•• Requisitados de serviço (mesários, jurados do Tribunal do Juri, convocados para o
serviço militar);
•• Gestores de negócios públicos (pessoas que atuam em situações emergenciais quando
o Estado não está presente, como alguém que chega antes dos bombeiros a um
incêndio e presta socorro);
•• Contratados por locação civil de serviços (a exemplo de um jurista famoso que é
contratado para fazer um parecer);
•• Concessionários e permissionários (os que trabalham nas concessionárias e
permissionárias de serviço público, exercendo função pública por delegação estatal);
•• Delegados de função ou ofício público (é o caso dos que exercem serviços notariais).

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Direito Constitucional – Disposições Gerais (Art. 037 a 038) – Profª Tatiana Marcello

d) Agentes Militares (Forças Armadas, Policiais Militares e Corpos de Bombeiros Militares)


– Quem compõe os quadros permanentes das forças militares possui vínculo Estatutário
especial, ou seja, seu regime jurídico é regido por lei específica, não se confundindo com os
Estatutos aplicáveis aos servidores públicos civis.

Cargo, Emprego e Função Pública

Cargo Público
Os cargos públicos são ocupados por servidores públicos, efetivos e comissionados, submetidos
ao regime estatutário.
A Lei nº 8.112/1990 define: “Art. 3o Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades
previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor.”
De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello: “Cargos são as mais simples e indivisíveis
unidades de competência a serem expressadas por um agente, previstas em número certo,
com denominação própria, retribuídas por pessoas jurídicas de direito público e criadas por
lei”.
Cargos públicos são próprios das pessoas jurídicas de direito público.

Emprego Público
Os empregos públicos são ocupados por empregados públicos, os quais se submetem ao
regime celetista (Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT). Os empregados públicos ingressam

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por meio de concurso público para ocupar empregos públicos , de natureza essencialmente
contratual.
De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello: “Empregos públicos são núcleos de encargos
de trabalho permanentes a serem preenchidos por agentes contratados para desempenhá-los,
sob relação trabalhista”.
Empregos públicos são próprios das pessoas jurídicas de direito privado da Administração
Indireta. São exemplos, os empregados da Caixa Econômica Federal (empresa pública) e
do Banco do Brasil (sociedade de economia mista); lembrando que CESPE considera que
“dirigentes” dessas instituições, que não sejam do quadro de empregados, são regidos por
regime próprio e não pela CLT.

Função Pública
De acordo com Maia Sylvia Di Pietro: “São funções públicas as funções de confiança e
as exercidas pelos agentes públicos contratados por tempo determinado para atender a
necessidade temporária de excepcional interesse público (CF, art. 37, IX).”
Não há concurso público para preenchimento de função pública.

AGENTES PÚBLICOS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Cargos, empregos e funções públicas

São acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos
estrangeiros, na forma da lei; (Obs.: Lei 8.112/90, art. 5º, § 3º As universidades e instituições de
pesquisa científica e tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores, técnicos
e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os procedimentos desta Lei).

Exigência de concurso público

A regra é que a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em


concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade
do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração.
Cargo em Comissão e Função de Confiança – as funções de confiança, exercidas exclusivamente
por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por
servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-
se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento.

400 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Disposições Gerais (Art. 037 a 038) – Profª Tatiana Marcello

Cargo Público

Efetivo Comissão

Livre nomeação e
Concurso Público exoneração (direção,
chefia e assessoramento)

Sem
Estabilidade
estabilidade
Criação e extinção do cargo público

Criação Lei

Cargo Público Lei


(se ocupado)
extinção
Decreto
Autônomo
(se vago)

Prazo de validade do concurso

O prazo de validade do concurso público será de até 2 anos, prorrogável uma vez, por igual
período; ou seja, o prazo pode ser menor do que 2 anos; assim, se o prazo for de 1 ano, poderá
ser prorrogado por mais 1 ano apenas.

Prioridade de nomeação

Durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em


concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos
concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira.
Obs.: Lei 8.112/90, art. 12, § 2o Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato
aprovado em concurso anterior com prazo de validade não expirado.

www.acasadoconcurseiro.com.br 401
Obs.: STF – Candidato aprovado no concurso público dentro do número de vagas indicado no
edital tem direito subjetivo à nomeação, dentro do prazo de validade do concurso.

Direito à livre associação sindical

É garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical, regra aplicável apenas
ao servidores públicos civis, já que a CF veda a aplicação aos militares (art. 142, § 3º, IV, CF).

Direito de greve

O direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica; porém,
ainda não regulamentação legal, o que fez com que o STF decidisse pela aplicação da lei que
regulamenta o direito de greve do empregado na iniciativa privada (Lei nº 7783/89). Também é
proibido ao militar fazer greve.

Reserva de percentual aos portadores de deficiência

A lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de
deficiência e definirá os critérios de sua admissão;
Obs.: Segundo o STF, mesmo em concursos como de Polícia, é obrigatória a reserva de vagas
para portadores de deficiência, porém, os exames de aptidão indicarão se a deficiência é
compatível ou não com as atribuições do cargo.
Obs.: Lei 8.112/90, art. 5º, § 2o Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de
se inscrever em concurso público para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis
com a deficiência de que são portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20% das vagas
oferecidas no concurso.

Fixação e revisão geral da remuneração

A remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente


poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada
caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices.

Teto remuneratório

Agentes públicos não podem receber remuneração maior do que o subsídio mensal pago aos
Ministros do Supremo Tribunal Federal (é o chamado teto absoluto). Há também o chamado
subteto: I – nos Municípios, nenhum servidor poderá ganhar mais do que o prefeito; II – nos
Estados e Distrito Federal, se Poder Executivo, nenhum servidor pode ganhar mais do que o

402 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Disposições Gerais (Art. 037 a 038) – Profª Tatiana Marcello

Governador, se Poder Legislativo, nenhum servidor pode ganhar mais do que os Deputados
Estaduais ou Distritais, se Poder Judiciário, nenhum servidor pode ganhar mais do que os
Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça.
Obs.: Não serão computadas, para efeito desses limites remuneratórios, as parcelas de caráter
indenizatório previstas em lei.

Teto Absoluto Nenhum agente público pode receber remuneração maior do que Ministro do STF

Subteto
Não pode receber remuneração
Agentes Públicos Âmbito
maior que a do
Municipais Geral Prefeito
Estaduais e Distritais Poder Executivo Governador
Poder Legislativo Deputados Estaduais ou Distritais
Poder Judiciário Desembargadores do TJ

Paridade de Vencimentos

Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser
superiores aos pagos pelo Poder Executivo.

• Paridade de Vencimentos: Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do


Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo.

Executivo
$$$

Judiciário Legislativo

Mandato eletivo

Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de


mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:

www.acasadoconcurseiro.com.br 403
I – tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo,
emprego ou função;
II – investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe
facultado optar pela sua remuneração;
III – investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as
vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e,
não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;
IV – em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo
de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;
V – para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores serão
determinados como se no exercício estivesse.

Mandato eletivo
Mandato Eletivo
Ao servidor
• Aoinvestido
servidor em mandato
investido eletivo aplicam-se
em mandato as seguintes
eletivo aplicam-se disposições:
as seguintes disposições:

Ømandato federal, estadual ou üficará afastado do cargo, recebendo $ do mandato.


distrital
Ømandato de Prefeito üserá afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar
pela remuneração do cargo ou a do mandato;

Ømandato de vereador: ühavendo compatibilidade de horários, perceberá a


remuneração do cargo + a do mandato (acumulará);
ünão havendo compatibilidade de horários, será
afastado e poderá optar pela remuneração do cargo ou
a do mandato (regra do Prefeito).

Irredutibilidade de vencimentos e subsídios

Em regra, o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são


irredutíveis, respeitando-se o teto tratado acima.

Acumulação de cargos públicos

É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, bem como de empregos e funções,


abrangendo autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas
subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público; porém
é permitida a acumulação, excepcionalmente, quando houver compatibilidade de horários,
observado em qualquer caso o disposto no inciso XI (teto):
a) a de dois cargos de professor;
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;

404 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Disposições Gerais (Art. 037 a 038) – Profª Tatiana Marcello

c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões


regulamentadas.

Acumulação lícita:

Acumulação de proventos com remuneração

É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria (art. 40, art. 42 e 142, CF)
com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis
na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de
livre nomeação e exoneração.

Atos de Improbidade Administrativa

Os atos de improbidade administrativa importarão:


a) a suspensão dos direitos políticos,
b) a perda da função pública,
c) a indisponibilidade dos bens,
d) e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei,
e) sem prejuízo da ação penal cabível.

Responsabilidade por danos

As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos


responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado
o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. Portanto, quem responde
pelos danos causados a terceiros por agentes públicos são as respectivas pessoas jurídicas;
porém, se houver culpa ou dolo do agente, o Poder Público poderá cobrá-lo o ressarcimento.

www.acasadoconcurseiro.com.br 405
SLIDES – DISPOSIÇÕES GERAIS

Direito Administrativo

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Administração Pública na
Constituição Federal

Disposições Gerais
(art. 37 a 38)

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Direito Constitucional – Disposições Gerais (Art. 037 a 038) – Profª Tatiana Marcello

Conceitos Introdutórios

• Órgãos públicos da União, dos Estados, do Distrito


Administração Federal e dos Municípios.
Direta

• Autarquias (Ex. INSS, BACEN)


Administração • Fundações Públicas (Ex. IBGE, FUNAI)
Indireta • Empresas Públicas (Ex. CEF, Correios)
• Sociedades de Economia Mista (Ex. BB,Petrobrás)

Princípios Constitucionais aplicáveis à Administração Pública

• Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes


da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência...

• Tratam-se dos princípios expressamente trazidos pela CF/88, considerando


que há outros princípios aplicáveis.

www.acasadoconcurseiro.com.br 407
• Para memorizá-los, usa-se o macete do “LIMPE”:

Legalidade
Impessoalidade
Moralidade
Publicidade
Eficiência

• 1. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

• A administração pública só pode agir quando houver lei que determine ou


autorize sua atuação. Assim, a eficácia da atividade da administração pública
está condicionada ao que a lei permite ou determina.

• Enquanto no âmbito dos particulares, o princípio da legalidade significa que


“podem fazer tudo o que a lei não proíba”, no âmbito da administração
pública esse princípio significa que o administrador “só pode fazer o que a lei
autorize ou determine”.

• Esse princípio é o que melhor caracteriza o estado Estado de Direito, pois o


administrador público não pode agir de acordo com sua própria vontade e
sim de acordo com o interesse do povo, titular do poder. Como, em última
instância, as leis são feitas pelo povo, através de seus representantes,
pressupõe-se que estão de acordo com o interesse público.

408 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Disposições Gerais (Art. 037 a 038) – Profª Tatiana Marcello

• 2. PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE
• O administrador público deve ser impessoal, tendo sempre como finalidade a
satisfação do interesse público, não podendo beneficiar nem prejudicar a si
ou determinada pessoa.
• Esse princípio é visto sob dois aspectos:
a) como determinante da finalidade de toda atuação administrativa -
inevitavelmente, determinados atos podem ter por consequencia benefícios
ou prejuízos a alguém, porém, a atuação do administrador deve visar ao
interesse público, sob pena de tal ato ser considerado nulo por desvio de
finalidade;
b) como vedação a que o agente público valha-se das atividades
desenvolvidas pela administração para obter benefício ou promoção pessoal
- é vedado a promoção pessoal do agente público pela sua atuação como
administrador.
• Ex.: imposição de concurso público como condição para ingresso em cargo
efetivo ou emprego público; exigência de licitações públicas para contratações
pela administração.

• 3. PRINCÍPIO DA MORALIDADE

• A moral administrativa está ligada à ideia de ética, probidade e de boa-fé.


Não basta que a atuação do administrador público seja legal, precisa ser
moral também, já que nem tudo que é legal é honesto.

• Ato contrário a moral não é apenas inoportuno ou inconveniente, é


considerado nulo.

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• 4. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE

• Esse princípio é tratado sob dois prismas:


a) exigência de publicação em órgão oficial como requisito de eficácia dos
atos administrativos gerais que devam produzir efeitos externos ou onerem o
patrimônio público - enquanto não for publicado, o ato não pode produzir
efeitos;
b) exigência de transparência da atuação administrativa - finalidade de
possibilitar, de forma mais ampla possível, controle da administração pública
pelo povo.

• 5. PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA

• O princípio da eficiência foi inserido o caput do art. 37 através da EC 19/1998.


Visa a atingir os objetivos de boa prestação dos serviços, de modo mais
simples, rápido e econômico, melhorando a relação custo/benefício da
atividade da administração pública.

• O administrador deve ter planejamento, procurando a melhor solução para


atingir a finalidade e interesse público do ato.

• Esse princípio, porém, não tem um caráter absoluto, já que não é possível
afastar os outros princípios da administração sob o argumento de dar maior
eficiência ao ato. Por exemplo, não se pode afastar as etapas legais (princípio
da legalidade) de um procedimento licitatório a fim de ter maior eficiência.

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Direito Constitucional – Disposições Gerais (Art. 037 a 038) – Profª Tatiana Marcello

Agente Público

• Conceito Lei 8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa):

Art. 2º. Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce,
ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação,
designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo,
mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior.

Portanto, Agentes Públicos são as pessoas físicas incumbidas, definitiva ou


transitoriamente, do exercício de alguma função estatal.

Agentes
Públicos

Agentes Administrativos Particulares em Agentes Militares


Agentes Políticos colaboração
(Servidores Estatais ou (Agentes (Estatuto/Lei
Servidores Públicos em honoríficos) Específica)
sentido amplo)

Servidores
Servidores Empregados
Temporários
Públicos Públicos
(Contrato prazo
(Estatuários) (Celetistas)
determinado)

cargo emprego função


público público pública

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Servidores Públicos Empregados Públicos Servidores Temporários

Cargos Públicos (efetivos


Empregos Públicos Função Pública
ou em comissão)

Regime Estatutário ou Regime Celetista ou Contrato com prazo


Legal Trabalhista (CLT) determinado

Administração Direta, Empresas Públicas e Soc.


Autarquias e Fundações de Economia Mista

Agentes Públicos na Constituição Federal

• Cargos, empregos e funções públicas

• São acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei,


assim como aos estrangeiros, na forma da lei.

• (Obs.: Lei 8.112/90, art. 5º, § 3º As universidades e instituições de pesquisa


científica e tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores,
técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os procedimentos
desta Lei).

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Direito Constitucional – Disposições Gerais (Art. 037 a 038) – Profª Tatiana Marcello

• Exigência de concurso público

• A regra é que a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação


prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a
natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei,
ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre
nomeação e exoneração.

• Cargo em Comissão e Função de Confiança - as funções de confiança, exercidas


exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão,
a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais
mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e
assessoramento.

Cargo Público

Efetivo Comissão

Livre nomeação e
Concurso Público exoneração (direção,
chefia e assessoramento)

Sem
Estabilidade
estabilidade

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Criação e extinção do cargo público

Criação Lei

Cargo Público Lei


(se ocupado)
extinção
Decreto
Autônomo
(se vago)

• Prazo de validade do concurso


• O prazo de validade do concurso público será de até 2 anos, prorrogável 1 vez, por
igual período.

• Prioridade de nomeação
• Durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado
em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com
prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira.
• Obs.: STF – Candidato aprovado no concurso público dentro do número de vagas
indicado no edital tem direito subjetivo à nomeação, dentro do prazo de validade
do concurso.
• Obs.: Lei 8.112/90, art. 12, § 2o Não se abrirá novo concurso enquanto houver
candidato aprovado em concurso anterior com prazo de validade não expirado.

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• Direito à livre associação sindical

• É garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical.

• Direito de greve

• O direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei
específica; porém, ainda não há regulamentação legal, o que fez com que o STF
decidisse pela aplicação da lei que regulamenta o direito de greve do empregado na
iniciativa privada (Lei nº 7783/89).

ØObs.: Essas duas regras são aplicáveis apenas ao servidores públicos civis, já que a
CF veda a aplicação aos militares (art. 142, § 3º, IV, CF).

• Reserva de percentual aos portadores de deficiência

• A lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas


portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão.

• Obs.: Segundo o STF, mesmo em concursos como de Polícia, é obrigatória a reserva


de vagas para portadores de deficiência, porém, os exames de aptidão indicarão se a
deficiência é compatível ou não com as atribuições do cargo.

• Obs.: Lei 8.112/90, art. 5, § 2o Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o


direito de se inscrever em concurso público para provimento de cargo cujas
atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras; para tais
pessoas serão reservadas até 20% das vagas oferecidas no concurso.

www.acasadoconcurseiro.com.br 415
• Fixação e revisão geral da remuneração

• A remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39


somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa
privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e
sem distinção de índices.

• Teto remuneratório

• Agentes públicos não podem receber remuneração maior do que o subsídio mensal
pago aos Ministros do Supremo Tribunal Federal (é o chamado teto absoluto).
• Há também o chamado subteto: I – nos Municípios, nenhum servidor poderá
ganhar mais do que o prefeito; II – nos Estados e Distrito Federal, se Poder
Executivo, nenhum servidor pode ganhar mais do que o Governador, se Poder
Legislativo, nenhum servidor pode ganhar mais do que os Deputados Estaduais ou
Distritais, se Poder Judiciário, nenhum servidor pode ganhar mais do que os
Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça.
• Obs.: Não serão computadas, para efeito desses limites remuneratórios, as parcelas
de caráter indenizatório previstas em lei.

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Direito Constitucional – Disposições Gerais (Art. 037 a 038) – Profª Tatiana Marcello

• Paridade de Vencimentos: Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do


Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo.

Executivo
$$$

Judiciário Legislativo

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Mandato eletivo

• Ao servidor investido em mandato eletivo aplicam-se as seguintes disposições:

Ømandato federal, estadual ou üficará afastado do cargo, recebendo $ do mandato.


distrital
Ømandato de Prefeito üserá afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar
pela remuneração do cargo ou a do mandato;

Ømandato de vereador: ühavendo compatibilidade de horários, perceberá a


remuneração do cargo + a do mandato (acumulará);
ünão havendo compatibilidade de horários, será
afastado e poderá optar pela remuneração do cargo ou
a do mandato (regra do Prefeito).

• Em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu
tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção
por merecimento;

• Para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores serão


determinados como se no exercício estivesse.

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• Irredutibilidade de vencimentos e subsídios

• Em regra, o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos


públicos são irredutíveis, respeitando-se o teto tratado acima.

• Acumulação de cargos públicos

• É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, bem como de empregos e


funções; porém é permitida a acumulação, excepcionalmente, quando houver
compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI
(teto):
a) a de 2 cargos de professor;
b) a de 1 cargo de professor com 1 técnico ou científico;
c) a de 2 cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões
regulamentadas.
Obs.: também 1 de vereador + 1 cargo, emprego ou função.

• A proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias,


fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e
sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público.

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Acumulação lícita:

• Acumulação de proventos de aposentadoria + remuneração de cargo


• É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria (art. 40,
art. 42 e 142, CF) com a remuneração de cargo, emprego ou função pública,
ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos
eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e
exoneração.

• Regra: vedada a acumulação


• Exceção:
a) cargos acumuláveis na atividade;
b) cargo em comissão;
c) cargo eletivo.

420 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Disposições Gerais (Art. 037 a 038) – Profª Tatiana Marcello

• Atos de Improbidade Administrativa

• Os atos de improbidade administrativa importarão:


Øsuspensão dos direitos políticos,
Øperda da função pública,
Øindisponibilidade dos bens,
Øressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei,
Øação penal cabível.

• Responsabilidade por danos

• As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado


prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de
regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

• Portanto, quem responde pelos danos causados a terceiros por agentes


públicos são as respectivas pessoas jurídicas; porém, se houver culpa ou
dolo do agente, o Poder Público poderá cobrá-lo o ressarcimento.

www.acasadoconcurseiro.com.br 421
Direito Constitucional

DOS SERVIDORES PÚBLICOS (ART. 039 A 041)

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA III – as peculiaridades dos cargos. (Incluído


FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988 pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Fede-
ral manterão escolas de governo para a for-
CAPÍTULO VII mação e o aperfeiçoamento dos servidores
públicos, constituindo-se a participação nos
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA cursos um dos requisitos para a promoção
na carreira, facultada, para isso, a celebra-
Seção II ção de convênios ou contratos entre os en-
DOS SERVIDORES PÚBLICOS tes federados. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº
18, de 1998) § 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de
cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII,
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal
VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX,
e os Municípios instituirão, no âmbito de sua
XXII e XXX, podendo a lei estabelecer re-
competência, regime jurídico único e planos de
quisitos diferenciados de admissão quando
carreira para os servidores da administração pú-
a natureza do cargo o exigir. (Incluído pela
blica direta, das autarquias e das fundações pú-
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
blicas. (Vide ADIN nº 2.135-4)
§ 4º O membro de Poder, o detentor de
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal
mandato eletivo, os Ministros de Estado e
e os Municípios instituirão conselho de política
os Secretários Estaduais e Municipais serão
de administração e remuneração de pessoal,
remunerados exclusivamente por subsídio
integrado por servidores designados pelos res-
fixado em parcela única, vedado o acrésci-
pectivos Poderes. (Redação dada pela Emenda
mo de qualquer gratificação, adicional, abo-
Constitucional nº 19, de 1998) (Vide ADIN nº
no, prêmio, verba de representação ou ou-
2.135-4)
tra espécie remuneratória, obedecido, em
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.
e dos demais componentes do sistema re- (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19,
muneratório observará: (Redação dada pela de 1998)
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito
I – a natureza, o grau de responsabilidade Federal e dos Municípios poderá estabele-
e a complexidade dos cargos componen- cer a relação entre a maior e a menor re-
tes de cada carreira; (Incluído pela Emenda muneração dos servidores públicos, obede-
Constitucional nº 19, de 1998) cido, em qualquer caso, o disposto no art.
II – os requisitos para a investidura; (Inclu- 37, XI.(Incluído pela Emenda Constitucional
ído pela Emenda Constitucional nº 19, de nº 19, de 1998)
1998)

www.acasadoconcurseiro.com.br 423
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Ju- II – compulsoriamente, com proventos pro-
diciário publicarão anualmente os valores porcionais ao tempo de contribuição, aos
do subsídio e da remuneração dos cargos e 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (se-
empregos públicos. (Incluído pela Emenda tenta e cinco) anos de idade, na forma de
Constitucional nº 19, de 1998) lei complementar; (Redação dada pela
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distri- Emenda Constitucional nº 88, de 2015)
to Federal e dos Municípios disciplinará a III – voluntariamente, desde que cumprido
aplicação de recursos orçamentários pro- tempo mínimo de dez anos de efetivo exer-
venientes da economia com despesas cor- cício no serviço público e cinco anos no car-
rentes em cada órgão, autarquia e funda- go efetivo em que se dará a aposentadoria,
ção, para aplicação no desenvolvimento de observadas as seguintes condições: (Reda-
programas de qualidade e produtividade, ção dada pela Emenda Constitucional nº 20,
treinamento e desenvolvimento, moderni- de 15/12/98)
zação, reaparelhamento e racionalização a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de
do serviço público, inclusive sob a forma de contribuição, se homem, e cinqüenta e cin-
adicional ou prêmio de produtividade. (In- co anos de idade e trinta de contribuição, se
cluído pela Emenda Constitucional nº 19, de mulher; (Redação dada pela Emenda Cons-
1998) titucional nº 20, de 15/12/98)
§ 8º A remuneração dos servidores públicos b) sessenta e cinco anos de idade, se ho-
organizados em carreira poderá ser fixada mem, e sessenta anos de idade, se mulher,
nos termos do § 4º. (Incluído pela Emenda com proventos proporcionais ao tempo de
Constitucional nº 19, de 1998) contribuição. (Redação dada pela Emenda
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efe- Constitucional nº 20, de 15/12/98)
tivos da União, dos Estados, do Distrito Federal § 2º Os proventos de aposentadoria e as
e dos Municípios, incluídas suas autarquias e pensões, por ocasião de sua concessão, não
fundações, é assegurado regime de previdên- poderão exceder a remuneração do respec-
cia de caráter contributivo e solidário, median- tivo servidor, no cargo efetivo em que se
te contribuição do respectivo ente público, dos deu a aposentadoria ou que serviu de refe-
servidores ativos e inativos e dos pensionistas, rência para a concessão da pensão. (Reda-
observados critérios que preservem o equilíbrio ção dada pela Emenda Constitucional nº 20,
financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. de 15/12/98)
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº
41, 19.12.2003) § 3º Para o cálculo dos proventos de apo-
sentadoria, por ocasião da sua concessão,
§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime serão consideradas as remunerações utili-
de previdência de que trata este artigo se- zadas como base para as contribuições do
rão aposentados, calculados os seus pro- servidor aos regimes de previdência de que
ventos a partir dos valores fixados na forma tratam este artigo e o art. 201, na forma da
dos §§ 3º e 17: (Redação dada pela Emenda lei. (Redação dada pela Emenda Constitu-
Constitucional nº 41, 19.12.2003) cional nº 41, 19.12.2003)
I – por invalidez permanente, sendo os pro- § 4º É vedada a adoção de requisitos e cri-
ventos proporcionais ao tempo de contri- térios diferenciados para a concessão de
buição, exceto se decorrente de acidente aposentadoria aos abrangidos pelo regime
em serviço, moléstia profissional ou doença de que trata este artigo, ressalvados, nos
grave, contagiosa ou incurável, na forma da termos definidos em leis complementares,
lei;(Redação dada pela Emenda Constitucio- os casos de servidores: (Redação dada pela
nal nº 41, 19.12.2003) Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

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Direito Constitucional – Dos Servidores Públicos (Art. 039 a 041) – Profª Tatiana Marcello

I – portadores de deficiência; (Incluído pela § 8º É assegurado o reajustamento dos be-


Emenda Constitucional nº 47, de 2005) nefícios para preservar-lhes, em caráter per-
II – que exerçam atividades de risco; (Inclu- manente, o valor real, conforme critérios
ído pela Emenda Constitucional nº 47, de estabelecidos em lei. (Redação dada pela
2005) Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

III – cujas atividades sejam exercidas sob § 9º O tempo de contribuição federal, esta-
condições especiais que prejudiquem a dual ou municipal será contado para efeito
saúde ou a integridade física. (Incluído pela de aposentadoria e o tempo de serviço cor-
Emenda Constitucional nº 47, de 2005) respondente para efeito de disponibilidade.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 20,
§ 5º Os requisitos de idade e de tempo de 15/12/98)
de contribuição serão reduzidos em cinco
anos, em relação ao disposto no § 1º, III, § 10. A lei não poderá estabelecer qualquer
"a", para o professor que comprove exclu- forma de contagem de tempo de contribui-
sivamente tempo de efetivo exercício das ção fictício. (Incluído pela Emenda Constitu-
funções de magistério na educação infantil cional nº 20, de 15/12/98)
e no ensino fundamental e médio. (Redação § 11. Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI,
dada pela Emenda Constitucional nº 20, de à soma total dos proventos de inatividade,
15/12/98) inclusive quando decorrentes da acumula-
§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decor- ção de cargos ou empregos públicos, bem
rentes dos cargos acumuláveis na forma como de outras atividades sujeitas a contri-
desta Constituição, é vedada a percepção buição para o regime geral de previdência
de mais de uma aposentadoria à conta do social, e ao montante resultante da adição
regime de previdência previsto neste artigo. de proventos de inatividade com remune-
(Redação dada pela Emenda Constitucional ração de cargo acumulável na forma desta
nº 20, de 15/12/98) Constituição, cargo em comissão declarado
em lei de livre nomeação e exoneração, e de
§ 7º Lei disporá sobre a concessão do bene- cargo eletivo. (Incluído pela Emenda Consti-
fício de pensão por morte, que será igual: tucional nº 20, de 15/12/98)
(Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 41, 19.12.2003) § 12. Além do disposto neste artigo, o regi-
me de previdência dos servidores públicos
I – ao valor da totalidade dos proventos do titulares de cargo efetivo observará, no que
servidor falecido, até o limite máximo esta- couber, os requisitos e critérios fixados para
belecido para os benefícios do regime geral o regime geral de previdência social. (Inclu-
de previdência social de que trata o art. 201, ído pela Emenda Constitucional nº 20, de
acrescido de setenta por cento da parcela 15/12/98)
excedente a este limite, caso aposentado
à data do óbito; ou (Incluído pela Emenda § 13. Ao servidor ocupante, exclusivamen-
Constitucional nº 41, 19.12.2003) te, de cargo em comissão declarado em lei
de livre nomeação e exoneração bem como
II – ao valor da totalidade da remuneração de outro cargo temporário ou de emprego
do servidor no cargo efetivo em que se deu público, aplica-se o regime geral de previ-
o falecimento, até o limite máximo estabe- dência social. (Incluído pela Emenda Consti-
lecido para os benefícios do regime geral de tucional nº 20, de 15/12/98)
previdência social de que trata o art. 201,
acrescido de setenta por cento da parcela § 14. A União, os Estados, o Distrito Fede-
excedente a este limite, caso em atividade ral e os Municípios, desde que instituam
na data do óbito. (Incluído pela Emenda regime de previdência complementar para
Constitucional nº 41, 19.12.2003) os seus respectivos servidores titulares de

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cargo efetivo, poderão fixar, para o valor das equivalente ao valor da sua contribuição
aposentadorias e pensões a serem concedi- previdenciária até completar as exigências
das pelo regime de que trata este artigo, o para aposentadoria compulsória contidas
limite máximo estabelecido para os bene- no § 1º, II. (Incluído pela Emenda Constitu-
fícios do regime geral de previdência social cional nº 41, 19.12.2003)
de que trata o art. 201. (Incluído pela Emen- § 20. Fica vedada a existência de mais de um
da Constitucional nº 20, de 15/12/98) regime próprio de previdência social para os
§ 15. O regime de previdência complemen- servidores titulares de cargos efetivos, e de
tar de que trata o § 14 será instituído por mais de uma unidade gestora do respectivo
lei de iniciativa do respectivo Poder Executi- regime em cada ente estatal, ressalvado o
vo, observado o disposto no art. 202 e seus disposto no art. 142, § 3º, X. (Incluído pela
parágrafos, no que couber, por intermédio Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
de entidades fechadas de previdência com- § 21. A contribuição prevista no § 18 deste
plementar, de natureza pública, que ofere- artigo incidirá apenas sobre as parcelas de
cerão aos respectivos participantes planos proventos de aposentadoria e de pensão
de benefícios somente na modalidade de que superem o dobro do limite máximo es-
contribuição definida. (Redação dada pela tabelecido para os benefícios do regime ge-
Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) ral de previdência social de que trata o art.
§ 16. Somente mediante sua prévia e ex- 201 desta Constituição, quando o beneficiá-
pressa opção, o disposto nos §§ 14 e 15 rio, na forma da lei, for portador de doença
poderá ser aplicado ao servidor que tiver incapacitante. (Incluído pela Emenda Cons-
ingressado no serviço público até a data da titucional nº 47, de 2005)
publicação do ato de instituição do corres- Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo
pondente regime de previdência comple- exercício os servidores nomeados para cargo de
mentar. (Incluído pela Emenda Constitucio- provimento efetivo em virtude de concurso pú-
nal nº 20, de 15/12/98) blico. (Redação dada pela Emenda Constitucio-
§ 17. Todos os valores de remuneração con- nal nº 19, de 1998)
siderados para o cálculo do benefício pre- § 1º O servidor público estável só perderá o
visto no § 3° serão devidamente atualiza- cargo: (Redação dada pela Emenda Consti-
dos, na forma da lei. (Incluído pela Emenda tucional nº 19, de 1998)
Constitucional nº 41, 19.12.2003)
I – em virtude de sentença judicial transita-
§ 18. Incidirá contribuição sobre os proven- da em julgado; (Incluído pela Emenda Cons-
tos de aposentadorias e pensões conce- titucional nº 19, de 1998)
didas pelo regime de que trata este artigo
que superem o limite máximo estabelecido II – mediante processo administrativo em
para os benefícios do regime geral de pre- que lhe seja assegurada ampla defesa; (In-
vidência social de que trata o art. 201, com cluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
percentual igual ao estabelecido para os 1998)
servidores titulares de cargos efetivos. (In- III – mediante procedimento de avaliação
cluído pela Emenda Constitucional nº 41, periódica de desempenho, na forma de lei
19.12.2003) complementar, assegurada ampla defesa.
§ 19. O servidor de que trata este artigo que (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19,
tenha completado as exigências para apo- de 1998)
sentadoria voluntária estabelecidas no § 1º, § 2º Invalidada por sentença judicial a de-
III, a, e que opte por permanecer em ativi- missão do servidor estável, será ele reinte-
dade fará jus a um abono de permanência grado, e o eventual ocupante da vaga, se es-

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tável, reconduzido ao cargo de origem, sem cional ao tempo de serviço, até seu adequa-
direito a indenização, aproveitado em outro do aproveitamento em outro cargo. (Reda-
cargo ou posto em disponibilidade com re- ção dada pela Emenda Constitucional nº 19,
muneração proporcional ao tempo de ser- de 1998)
viço. (Redação dada pela Emenda Constitu- § 4º Como condição para a aquisição da es-
cional nº 19, de 1998) tabilidade, é obrigatória a avaliação especial
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua des- de desempenho por comissão instituída
necessidade, o servidor estável ficará em para essa finalidade. (Incluído pela Emenda
disponibilidade, com remuneração propor- Constitucional nº 19, de 199

1. Obrigatoriedade de regime jurídico único

A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua compe-


tência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública
direta, das autarquias e das fundações públicas. Cada ente da Federação deve definir se o re-
gime de todos os seus servidores (em sentido amplo) será celetista ou estatutário. Essa regra
foi alterada pela EC 19/1998, eliminando o regime único. Porém, o STF suspendeu a eficácia
da nova redação, passando a constar novamente a redação original (de regime jurídico único).
Por exemplo, a Lei nº 8.112/1990 institui o regime estatutário para todos os servidores civis da
União, autarquias e fundações públicas Federais.

2. Estabilidade
São estáveis após 3 anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimen-
to efetivo em virtude de concurso público + avaliação especial de desempenho por comissão
instituída para essa finalidade. Portanto, são requisitos para aquisição da estabilidade:
a) aprovação em concurso público;
b) nomeação para cargo público efetivo;
c) 3 anos de efetivo exercício;
d) avaliação especial de desempenho.
A estabilidade é a garantia de permanência do servidor no serviço público, mas não é absoluta,
sendo que a própria CF prevê que o servidor público estável só perderá o cargo:
I – em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
II – mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;
III – mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei comple-
mentar, assegurada ampla defesa.
Também poderá perder o cargo em caso de despesa de pessoal acima dos limites legais (art.
169, CF). A Lei complementar n. 101/200 (Lei de Responsabilidade Fiscal) estabelece que o limi-
te de despesa com pessoal da União é de 50% da receita líquida, enquanto dos Estados e Mu-
nicípios é de 60%. Ultrapassados esses limites, o ente deverá tomar as seguintes providências:
a) reduzir em pelo menos 20% as despesas com cargos em comissão e funções de confiança; b)

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exoneração dos servidores não estáveis; c) se ainda assim ficar fora dos limites legais, o servi-
dor estável poderá perder o cargo.

3. Reintegração
Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o even-
tual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização,
aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao
tempo de serviço.

4. Disponibilidade
Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilida-
de, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento
em outro cargo.

5. Aposentadoria
Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu-
nicípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência (Regime
Próprio de Previdência Social – RPPS) de caráter contributivo e solidário, mediante contribui-
ção do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados
critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. Obs.: O Estatuto trará as regras para
a aposentadoria.
Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nome-
ação e exoneração bem como de outro cargo temporário ou de emprego público, aplica-se o
Regime Geral de Previdência Social (RGPS), ou seja, o regime geral aplicável aos trabalhadores
da iniciativa provada regidos pela CLT.
Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serão aposentados:
I – por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de contribuição,
exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa
ou incurável, na forma da lei (integrais);
II – compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 anos de
idade, ou aos 75 anos de idade, na forma de lei complementar; (Lei Complementar 152/2015)
III – voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de 10 anos de efetivo exercício
no serviço público e 5 anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as
seguintes condições:
a) 60 anos de idade e 35 de contribuição, se homem, e 55 anos de idade e 30 de contribuição,
se mulher;
b) 65 anos de idade, se homem, e 60 anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao
tempo de contribuição.

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SLIDES – DOS SERVIDORES PÚBLICOS

• Obrigatoriedade de regime jurídico único


• Regime Jurídico é o conjunto de regras (direitos e deveres) que regem a
relação entre o servidor e a Administração. Pode ser estatutário/legal ou
celetista/trabalhista.

• A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito


de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os
servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações
públicas.

• Cada ente da Federação deve definir se o regime de todos os seus servidores


será celetista ou estatutário. Essa regra foi alterada pela EC 19/1998,
eliminando o regime único. Porém, o STF suspendeu a eficácia da nova
redação, passando a constar novamente a redação original (de regime jurídico
único). Por exemplo, a Lei nº 8.112/1990 institui o regime estatutário para
todos os servidores civis da União, autarquias e fundações públicas Federais.

Direitos Trabalhistas aplicáveis aos Servidores

• Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV,
VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei
estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo
o exigir.

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• Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
• IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a
suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação,
educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com
reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua
vinculação para qualquer fim;
• VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem
remuneração variável;
• VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da
aposentadoria;
• IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
• XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda
nos termos da lei;
• XIII - duração do trabalho normal não superior a 8 horas diárias e 44 semanais,
facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou
convenção coletiva de trabalho;

• XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;


• XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em 50% à do
normal;
• XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, 1/3 a mais do que o
salário normal;
• XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de
120 dias;
• XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
• XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos,
nos termos da lei;
• XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde,
higiene e segurança;
• XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de
admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

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• Estabilidade

• É a garantia de permanência no serviço público.

• São estáveis após 3 anos de efetivo exercício os servidores nomeados para


cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público + avaliação
especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade.
Portanto, são requisitos para aquisição da estabilidade:
a) aprovação em concurso público;
b) nomeação para cargo público efetivo;
c) 3 anos de efetivo exercício;
d) avaliação especial de desempenho.

3 anos

Estágio
Concurso Nomeação Posse Exercício Estabilidade
Probatório

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• A estabilidade não é absoluta, sendo que a própria CF prevê que o servidor
público estável só perderá o cargo:
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho.

• Também poderá perder o cargo por despesa de pessoal acima dos limites
legais (art. 169, CF). A Lei complementar n. 101/200 (Lei de Responsabilidade
Fiscal) estabelece que o limite de despesa com pessoal da União é de 50% da
receita líquida, enquanto dos Estados e Municípios é de 60%. Ultrapassados
esses limites, o ente deverá tomar as seguintes providências: a) reduzir em
pelo menos 20% as despesas com cargos em comissão e funções de confiança;
b) exoneração dos servidores não estáveis; c) se ainda assim ficar fora dos
limites legais, o servidor estável poderá perder o cargo.

Reintegração

• Invalidada por sentença judicial (ou decisão administrativa) a demissão do servidor


estável, será ele reintegrado.

• O eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem


direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com
remuneração proporcional ao tempo de serviço.

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Disponibilidade

• Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em


disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu
adequado aproveitamento em outro cargo.

Está disponível? Vou aproveitar!

• Aposentadoria

• Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito


Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado
regime de previdência (Regime Próprio de Previdência Social – RPPS) de caráter
contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos
servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. Obs.: O Estatuto trará as regras para a
aposentadoria.

• Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de


livre nomeação e exoneração bem como de outro cargo temporário ou de
emprego público, aplica-se o Regime Geral de Previdência Social (RGPS), ou seja,
o regime geral aplicável aos trabalhadores da iniciativa provada regidos pela CLT.

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• Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serão
aposentados:
I - por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de
contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou
doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei (integrais);
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70
anos de idade, ou aos 75 anos de idade, na forma de lei complementar; (Lei
Complementar 152/2015)
III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de 10 anos de efetivo
exercício no serviço público e 5 anos no cargo efetivo em que se dará a
aposentadoria, observadas as seguintes condições:
a) 60 anos de idade e 35 de contribuição, se homem, e 55 anos de idade e 30 de
contribuição, se mulher;
b) 65 anos de idade, se homem, e 60 anos de idade, se mulher, com proventos
proporcionais ao tempo de contribuição.

Aposentadoria

• Por invalidez permanente.

• Compulsoriamente.
ü75 anos de idade.

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Direito Constitucional – Dos Servidores Públicos (Art. 039 a 041) – Profª Tatiana Marcello

• Voluntariamente (10 anos de efetivo exercício e 5 anos no cargo efetivo


que se aposentar):

• 60 anos de idade + 35 de contribuição (Integral);


• Ou 65 anos de idade (Proporcional ao tempo de contribuição).

• 55 anos de idade + 30 de contribuição (Integral);


• Ou 60 anos de idade. (Proporcional ao tempo de contribuição).

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Direito Administrativo

Professora Tatiana Marcello

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Direito Administrativo

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

1. Princípios da Administração Pública

1.1. Supraprincípios do Direito Administrativo


Os chamados supraprincípios são aqueles considerados centrais, dos quais decorrem todos os
demais. Segundo a doutrina, são dois:

1.1.2. Princípio da Supremacia do Interesse Público


Chamado de Supraprincípio, o Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o privado,
ainda implícito na ordem jurídica, significa que os interesses da coletividade são mais
importantes que o os interesses individuais, portanto, a Administração Pública tem poderes
especiais, não conferidos aos particulares. A Administração Pública está em uma posição de
superioridade em relação aos particulares.

1.1.3. Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público


Também considerado um Supraprincípio, o Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público
prevê que os agentes públicos não são os donos do interesse por eles defendidos, de forma que
não podem dispor desses interesses. Os agentes, no exercício da função administrativa, estão
obrigados a atuar conforme o determinado em lei e não de acordo com a vontade própria.
Decorre desse princípio a vedação de que o agente público renuncie aos poderes que lhe foram
legalmente conferidos.

1.2. Princípios Constitucionais Básicos Explícitos


Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência...
Trata-se dos princípios expressamente trazidos pela CF/88, considerando que há outros
princípios aplicáveis.

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Para memorizá-los, usa-se o macete do “LIMPE”:
Legalidade
Impessoalidade
Moralidade
Publicidade
Eficiência

1.2.1. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE


A administração pública só pode agir quando houver lei que determine ou autorize sua
atuação. Assim, a eficácia da atividade da administração pública está condicionada ao que a lei
permite ou determina.
Enquanto no âmbito dos particulares, o princípio da legalidade significa que podem fazer
tudo o que a lei não proíba, no âmbito da administração pública esse princípio significa que o
administrador só pode fazer o que a lei autorize ou determine.
Esse princípio é o que melhor caracteriza o Estado de Direito, pois o administrador público
não pode agir de acordo com sua própria vontade e sim de acordo com o interesse do povo,
titular do poder. Como, em última instância, as leis são feitas pelo povo, através de seus
representantes, pressupõe-se que estão de acordo com o interesse público.

1.2.2. PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE


O administrador público deve ser impessoal, tendo sempre como finalidade a satisfação do
intere interesse público, não podendo beneficiar nem prejudicar a si ou determinada pessoa.
Esse princípio é visto sob dois aspectos:
a) como determinante da finalidade de toda atuação administrativa – inevitavelmente,
determinados atos podem ter por consequencia benefícios ou prejuízos a alguém, porém, a
atuação do administrador deve visar ao interesse público, sob pena de tal ato ser considerado
nulo por desvio de finalidade;
b) como vedação a que o agente público valha-se das atividades desenvolvidas pela
administração para obter benefício ou promoção pessoal – é vedado a promoção pessoal do
agente público pela sua atuação como administrador.
Como exemplos de aplicação do princípio da impessoalidade, podemos citar a imposição
de concurso público como condição para ingresso em cargo efetivo ou emprego público e a
exigência de licitações públicas para contratações pela administração.

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Direito Administrativo – Princípios constitucionais da Administração Pública – Profª Tatiana Marcello

1.2.3. PRINCÍPIO DA MORALIDADE


A moral administrativa está ligada à ideia de ética, probidade e de boa-fé. Não basta que a
atuação do administrador público seja legal, precisa ser moral também, já que nem tudo que é
legal é honesto.
Ato contrário a moral não é apenas inoportuno ou inconveniente, é considerado nulo.

1.2.4. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE


Esse princípio é tratado sob dois prismas:
a) exigência de publicação em órgão oficial como requisito de eficácia dos atos administrativos
gerais que devam produzir efeitos externos ou onerem o patrimônio público – enquanto não for
publicado, o ato não pode produzir efeitos;
b) exigência de transparência da atuação administrativa – finalidade de possibilitar, de forma
mais ampla possível, controle da administração pública pelo povo.

1.2.5. PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA


O princípio da eficiência foi inserido o caput do art. 37 através da EC 19/1998. Visa a atingir
os objetivos de boa prestação dos serviços, de modo mais simples, rápido e econômico,
melhorando a relação custo/benefício da atividade da administração pública. O administrador
deve ter planejamento, procurando a melhor solução para atingir a finalidade e interesse
público do ato.
Esse princípio, porém, não tem um caráter absoluto, já que não é possível afastar os outros
princípios da administração sob o argumento de dar maior eficiência ao ato. Por exemplo, não
se pode afastar as etapas legais (princípio da legalidade) de um procedimento licitatório a fim
de ter maior eficiência.

1.3. Demais Princípios norteadores da Administração Pública

1.3.1. Princípio do Contraditório


Princípio previsto expressamente no art. 5º, LV da CF e também na Lei nº 9.784/1999 (Lei do
Processo Administrativo Federal), preconiza que os interessados têm o direito de manifestação
antes das decisões administrativas, ou seja, a Administração deve oportunizar que os afetados
pela decisão sejam ouvidos antes do final do processo.

1.3.2. Princípio da Ampla Defesa


O Princípio da Ampla Defesa, também previsto expressamente no art. 5º, LV da CF e na Lei
nº 9.784/1999 (Lei do Processo Administrativo Federal), assegura aos litigantes (em processo
judicial ou administrativo) a produção de todos os meios de provas, recursos e instrumentos

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necessários para sua defesa. Desse princípio decorre o chamado “Princípio do Duplo Grau
de Jurisdição”, pelo qual o interessado tem o direito de recorrer das decisões que lhe sejam
desfavoráveis.

1.3.3. Princípio da Autotutela


O Princípio da Autotutela significa que a Administração Pública não necessita do poder Judiciário
para rever seus próprios atos. Desse princípio decorre a regra prevista na Lei 9.784/1999: A
Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode
revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.

1.3.4. Princípio da Motivação


O Princípio da Motivação, também presente na Lei nº 9.784/1999 (Lei do Processo
Administrativo Federal) preconiza a necessidade de indicação dos pressupostos de fato e de
direito que determinam a decisão. Diferentemente do “motivo” que é o fato concreto que
autoriza o ato, a “motivação” é a exposição do motivo.

1.3.5. Princípio da Finalidade


Trata-se do atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes
ou competências, salvo autorização em lei (Lei nº 9.784/1999). Ou seja, é proibido o manejo de
prerrogativas da função administrativa para alcançar objetivos diferentes do definido em lei
(pois a lei visa ao interesse público).

1.3.6. Princípio da Razoabilidade e da Proporcionalidade


Implícitos na CF, esses princípios trazem a ideia de adequação entre meios e fins, vedada a
imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente
necessárias ao atendimento do interesse público. O agente deve realizar suas funções com
equilíbrio, coerência e bom senso. Exemplo atual de aplicabilidade desses princípios foi a
decisão do STF de que a existência de tatuagem não pode impedir um aprovado em concurso
público de tomar posse, pois se trata de uma exigência desproporcional, sem razoabilidade.

1.3.7. Princípio da Hierarquia


Esse princípio estabelece as relação de coordenação e subordinação entre órgãos da
Administração Pública Direta. Subordinação hierarquia é típico da funções administrativas.

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SLIDES – PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

PRINCÍPIOS DA ADMINISTAÇÃO PÚBLICA

• Supraprincípios do Direito Administrativo

• Os chamados supraprincípios são aqueles considerados centrais, dos quais


decorrem todos os demais. Segundo a doutrina, são dois:

• Princípio da Supremacia do Interesse Público;


• Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público.

• Princípio da Supremacia do Interesse Público

• Chamado de Supraprincípio, o Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o


privado ainda implícito na ordem jurídica.

• Significa que os interesses da coletividade são mais importantes que o os interesses


individuais, portanto, a Administração Pública tem poderes especiais, não
conferidos aos particulares.

• A Administração Pública está em uma posição de superioridade em relação aos


partiCulares.

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• Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público

• Também considerado um Supraprincípio, o Princípio da Indisponibilidade do


Interesse Público prevê que os agentes públicos não são os donos do interesse por
eles defendidos, de forma que não podem dispor desses interesses.

• Os agentes, no exercício da função administrativa, estão obrigados a atuar


conforme o determinado em lei e não de acordo com a vontade própria.

• Decorre desse princípio a vedação de que o agente público renuncie aos poderes
que lhe foram legalmente conferidos.

• Princípios Constitucionais Básicos Explícitos

• Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da


União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios
de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência...

• Para memorizá-los, usa-se o macete do “LIMPE”:

Legalidade
Impessoalidade
Moralidade
Publicidade
Eficiência

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• Princípio da Legalidade

• A administração pública só pode agir quando houver lei que determine ou


autorize sua atuação. Assim, a eficácia da atividade da administração pública
está condicionada ao que a lei permite ou determina.

ØPara o os particulares: significa que “podem fazer tudo o que a lei não
proíba”;
ØPara a administração pública: significa que o administrador “só pode fazer o
que a lei autorize ou determine”.

• Esse princípio é o que melhor caracteriza o Estado de Direito, pois o


administrador público não pode agir de acordo com sua própria vontade e
sim de acordo com o interesse do povo, titular do poder. Como, em última
instância, as leis são feitas pelo povo, através de seus representantes,
pressupõe-se que estão de acordo com o interesse público.

• Princípio da Impessoalidade
• O administrador público deve ser impessoal, tendo sempre como finalidade a
satisfação do interesse público, não podendo beneficiar nem prejudicar a si
ou determinada pessoa.
• Esse princípio é visto sob dois aspectos:
a) como determinante da finalidade de toda atuação administrativa -
inevitavelmente, determinados atos podem ter por consequencia benefícios
ou prejuízos a alguém, porém, a atuação do administrador deve visar ao
interesse público, sob pena de tal ato ser considerado nulo por desvio de
finalidade;
b) como vedação a que o agente público valha-se das atividades
desenvolvidas pela administração para obter benefício ou promoção pessoal
- é vedado a promoção pessoal do agente público pela sua atuação como
administrador.
• Ex.: imposição de concurso público como condição para ingresso em cargo
efetivo ou emprego público; exigência de licitações públicas para contratações
pela administração.

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• Princípio da Moralidade

• A moral administrativa está ligada à ideia de ética, probidade e de boa-fé.


Não basta que a atuação do administrador público seja legal, precisa ser
moral também, já que nem tudo que é legal é honesto.

• Ato contrário a moral não é apenas inoportuno ou inconveniente, é


considerado nulo.

• Princípio da Publicidade

• Esse princípio é tratado sob dois prismas:


a) exigência de publicação em órgão oficial como requisito de eficácia dos
atos administrativos gerais que devam produzir efeitos externos ou onerem o
patrimônio público - enquanto não for publicado, o ato não pode produzir
efeitos;
b) exigência de transparência da atuação administrativa - finalidade de
possibilitar, de forma mais ampla possível, controle da administração pública
pelo povo.

• Não é absoluto, pois é preciso preservar direitos à privacidade, intimidade...

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• Princípio da Eficiência

• O princípio da eficiência foi inserido o caput do art. 37 através da EC 19/1998.


Visa a atingir os objetivos de boa prestação dos serviços, de modo mais
simples, rápido e econômico, melhorando a relação custo/benefício da
atividade da administração pública.

• O administrador deve ter planejamento, procurando a melhor solução para


atingir a finalidade e interesse público do ato.

• Esse princípio, porém, não tem um caráter absoluto, já que não é possível
afastar os outros princípios da administração sob o argumento de dar maior
eficiência ao ato. Por exemplo, não se pode afastar as etapas legais (princípio
da legalidade) de um procedimento licitatório a fim de ter maior eficiência.

• Demais Princípios norteadores da Administração Pública

• Princípio do Contraditório

• Princípio previsto expressamente no art. 5º, LV da CF e também na Lei nº


9.784/1999 (Lei do Processo Administrativo Federal), preconiza que os interessados
têm o direito de manifestação antes das decisões administrativas, ou seja, a
Administração deve oportunizar que os afetados pela decisão sejam ouvidos antes
do final do processo.

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• Princípio da Ampla Defesa

• O Princípio da Ampla Defesa, também previsto expressamente no art. 5º, LV da CF


e na Lei nº 9.784/1999 (Lei do Processo Administrativo Federal), assegura aos
litigantes (em processo judicial ou administrativo) a produção de todos os meios de
provas, recursos e instrumentos necessários para sua defesa.

• Desse princípio decorre o chamado “Princípio do Duplo Grau de Jurisdição”, pelo


qual o interessado tem o direito de recorrer das decisões que lhe sejam
desfavoráveis.

• Princípio da Autotutela

• O Princípio da Autotutela significa que a Administração Pública não necessita do


poder Judiciário para rever seus próprios atos.

• Desse princípio decorre a regra prevista na Lei 9.784/1999: A Administração deve


anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los
por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.

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Direito Administrativo – Princípios constitucionais da Administração Pública – Profª Tatiana Marcello

• Princípio da Motivação

• O Princípio da Motivação, também presente na Lei nº 9.784/1999 (Lei do Processo


Administrativo Federal) preconiza a necessidade de indicação dos pressupostos de
fato e de direito que determinam a decisão.

• Diferentemente do “motivo” que é o fato concreto que autoriza o ato, a


“motivação” é a exposição do motivo.

• Princípio da Finalidade

• Trata-se do atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial


de poderes ou competências, salvo autorização em lei (Lei nº 9.784/1999).

• Ou seja, é proibido o manejo de prerrogativas da função administrativa para


alcançar objetivos diferentes do definido em lei (pois a lei visa ao interesse público).

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• Princípio da Razoabilidade e da Proporcionalidade

• Implícitos na CF, esses princípios trazem a ideia de adequação entre meios e fins,
vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas
estritamente necessárias ao atendimento do interesse público.

• O agente deve realizar suas funções com equilíbrio, coerência e bom senso.

• Exemplo atual de aplicabilidade desses princípios foi a decisão do STF de que a


existência de tatuagem não pode impedir um aprovado em concurso público de
tomar posse, pois se trata de uma exigência desproporcional, sem razoabilidade.

• Princípio da Hierarquia

• Esse princípio estabelece as relação de coordenação e subordinação entre órgãos


da Administração Pública Direta.

• Subordinação hierarquia é típico da funções administrativas.

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Direito Administrativo

CENTRALIZAÇÃO, DESCENTRALIZAÇÃO, CONCENTRAÇÃO E


DESCONCENTRAÇÃO

Concentração x Desconcentração
Centralização x Descentralização
• O DL 200/1967 dispõe sobre a organização da Administração Pública Federal,
promovendo uma descentralização e flexibilização administrativa. Porém, é
extensível aos demais entes como norma geral.

• A Administração Federal compreende:

Administração • se constitui por órgãos da União, Estados,


Municípios e Distrito Federal.
Direta
• Autarquias (Ex. INSS, BACEN)
Administração • Fundações Públicas (Ex. IBGE, FUNAI)
• Empresas Públicas (Ex. CEF, Correios)
Indireta • Sociedades de Economia Mista (Ex. BB,Petrobrás)

• Composição da Administração Pública (critério subjetivo ou formal):

ÓRGÃOS + AGENTES PÚBLICOS + ENTIDADES

ÓRGÃO: unidade de atuação integrante ENTIDADE: unidade de atuação dotada


da estrutura da Administração direta e da de personalidade jurídica (Lei nº
estrutura da Administração indireta (Lei 9.784/94).
nº 9.784/94).
üIntegram a estrutura de uma entidade; üSão entidades, pessoas jurídicas.

üNão possui personalidade jurídica üTem personalidade jurídica;


(alguns têm capacidade processual em MS
– Presidência, Ministérios, Secretarias);
üNão possui patrimônio próprio; üPossui patrimônio próprio.

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- União;
Políticas Tem - Estados;
competência
(Adm. Direta) legislativa - Municípios;
- DF.

Entidades
- Autarquia;
- Fundação
Administrativas Não tem Pública;
competência
(Adm. Indireta) legislativa - Sociedade de
Economia Mista;
- Empresa Pública.

Concentração x Desconcentração
Centralização x Descentralização
• Concentração Administrativa – desempenho das atribuições administrativas por
meio de órgão público sem divisão interna, ou seja, a ausência de distribuição de
tarefas entre as repartições internas (algo raríssimo);
X
• Desconcentração Administrativa – as atribuições são distribuídas entre órgãos
públicos, mas dentro da mesma pessoa jurídica.
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------

• Centralização Administrativa – estado desempenhando suas atribuições através de


seus próprios órgãos e agentes da Administração Direta (U, E, M e DF);
X
• Descentralização Administrativa – as competências são atribuídas a outra pessoa
física ou jurídica (administração indireta ou para iniciativa privada).

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Direito Administrativo – Centralização, Descentralização, Concentração e Desconcentração – Profª Tatiana Marcello

ADMINISTRAÇÃO DIRETA
U, E, DF, M

Administração
Iniciativa Privada
Indireta
(por delegação)
(por outorga)

- Autarquias;
- Concessionárias;
- Fundações Públicas;
- Permissionárias;
- Empresas Públicas;
- Autorizatários.
- Sociedade de Economia Mista.

DESCONCENTRAÇÃO DESCENTRALIZAÇÃO
- Distribuição de competências entre - Distribuição de competências para uma
órgãos de uma mesma pessoa jurídica. nova pessoa jurídica.
- Há hierarquia entre esses órgãos. - Não há hierarquia entre o que
descentralizou e o ente descentralizado
(há vinculação, não subordinação).
- Os órgãos não têm personalidade - As entidades descentralizadas
jurídica, não podendo responder respondem juridicamente pelos prejuízos
judicialmente, mas as respectivas pessoas causados a terceiros.
jurídicas (U, E, M e DF) respondem.
Ex.: Transferência de uma competência de Ex.: Transferência dos serviços
um Ministério para uma Secretaria; ou previdenciários para uma Autarquia
prefeitura transfere competências para (INSS); ou transferência da manutenção de
uma sub-prefeitura. uma rodovia para uma Concessionária
(Pessoa Privada);

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Afirmações trazidas em questões de concurso

• “A centralização consiste na execução das tarefas administrativas pelo próprio


Estado, por meio de órgãos internos integrantes da administração direta”.

• “Diferentemente da descentralização, em que a transferência de competências


se da para outra entidade, a desconcentração é processo eminentemente
interno, em que um ou mais órgãos substituem outro, com o objetivo de
melhorar e acelerar a prestação do serviço público”.

• “Em razão da complexidade das atividades incumbidas à administração pelas


normas constitucionais e infralegais, existem, nos estados, diversas secretarias
de estado com competências específicas, notadamente em função da matéria.
Essa distribuição de atribuições denomina-se desconcentração administrativa”.

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Direito Administrativo

ADMINISTRAÇÃO DIRETA

Administração Direta (centralizada)


• O DL 200/1967 dispõe sobre a organização da Administração Pública Federal,
promovendo uma descentralização e flexibilização administrativa. Porém, é
extensível aos demais entes como norma geral.

• A Administração Federal compreende:

Administração • se constitui por órgãos da União, Estados,


Municípios e Distrito Federal.
Direta
• Autarquias (Ex. INSS, BACEN)
Administração • Fundações Públicas (Ex. IBGE, FUNAI)
• Empresas Públicas (Ex. CEF, Correios)
Indireta • Sociedades de Economia Mista (Ex. BB,Petrobrás)

• Conceito: “Administração direta é o conjunto de órgãos que integram as pessoas


políticas (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), aos quais foi atribuída a
competência para o exercício, de forma centralizada, de atividades
administrativas” (Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo).

• Algumas características:
ØComposta pelos entes políticos União, Estados, Distrito Federal e Municípios;
ØSão pessoas jurídicas de direito público.
ØPossuem competência legislativa e administrativa;
ØExigência de concurso público para ingresso de seus agentes;
ØQuadro de pessoal composto por servidores estatutários;
ØObrigatoriedade de licitação para a aquisição de bens e serviços.

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Direito Administrativo

ADMINISTRAÇÃO INDIRETA

Administração Indireta (descentralizada)


• O DL 200/1967 dispõe sobre a organização da Administração Pública Federal,
promovendo uma descentralização e flexibilização administrativa. Porém, é
extensível aos demais entes como norma geral.

• A Administração Pública compreende:

Administração • se constitui por órgãos da União, Estados,


Municípios e Distrito Federal.
Direta
• Autarquias (Ex. INSS, BACEN)
Administração • Fundações Públicas (Ex. IBGE, FUNAI)
• Empresas Públicas (Ex. CEF, Correios)
Indireta • Sociedades de Economia Mista (Ex. BB,Petrobrás)

• Conceito: “Administração indireta é o conjunto pessoas jurídicas (desprovidas de


autonomia política) que, vinculadas à administração direta, têm a competência
para o exercício, de forma descentralizada, de atividades administrativas”
(Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo).

• Obs.: nem toda entidades da A.I é criada para exercer funções administrativas ou
serviço público, pois existem EP e SEM que são criadas para a exploração de
atividades econômicas, conforme previsto na CF (art. 173).

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• Algumas características:

ØComposta pelos entes administrativos Autarquias, Fundações Públicas, Empresas


Públicas e Sociedades de Economia Mista.;
ØPossuem apenas competência administrativa;
ØPossuem personalidade jurídica + capacidade judiciária;
ØCriação e extinção dependem de lei;
ØEm regra, sujeitam-se a licitação e concurso público.
ØRelação de vinculação à Administração Direta (não há hierarquia ou subordinação)

Criação das Entidades da A.I.

• CF, art. 37, XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e
autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de
fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua
atuação.

• Autarquia lei específica cria


• Empresa Pública
• Sociedade de Economia Mista lei específica autoriza a criação (registro)
• Fundação Pública

lei complementar definirá area de atuação da FP

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Direito Administrativo – Administração Indireta – Profª Tatiana Marcello

• CF, art. 37, XX – depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de


subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a
participação de qualquer delas em empresa privada.

• Para criação de subsidiárias ou participação em empresa privada precisa de lei que


autoriza, porém, de acordo com o STF, não é necessário que haja uma lei para
“cada caso”, bastando uma autorização genérica.

• Outras entidades que integram a Administração Indireta:

• Agências Executivas (Lei 9.649/98) – não é nova forma de entidade e sim uma
“qualificação” que se dá a uma Autarquia ou Fundação, para que tenha maior
autonomia;

• Agências Reguladoras (ex.: ANATEL, ANS, ANVISA) – não é nova forma e si uma
espécie de “Autarquia em regime especial”, para que tenha maior estabilidade e
independência;

• Consórcio Público ou Associação Pública (Decreto 6.017/2007 – ex.: consórcio


olímpico) quando vários entes da federação se juntam para um objetivo comum; não
é nova forma de entidade, mas integra a A.I. quando tiver personalidade jurídica de
direito público, neste caso, terá natureza Autárquica.

• Obs.: As Entidades Paraestatais NÃO integram a A.I. São pessoas privadas que
colaboram com o Estado no desempenho de atividades de interesse público, sem
fins lucrativos (ex.: SENAI, SESI, SESC, OSCIP).

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Direito Administrativo

AUTARQUIA

Autarquia
• Conceito: O DL 200/1967 define como Autarquia - o serviço autônomo, criado por
lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar
atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor
funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada.

• Autarquia é criada para cumprir uma função típica do Estado, como se fosse uma
“continuação” do Estado.

• Algumas características da Autarquia:

ØCriadas e extintas diretamente por lei (CF, art. 37, XIX), não precisando de registro;
ØPossuem personalidade jurídica de direito público (se sujeitam ao regime jurídico
de direito público – têm as mesmas prerrogativas de Estado);
ØExercem atividades típicas de Estado;
ØEm regra, sujeitam-se a licitação e concurso público.
ØTrata-se de um serviço público personificado;
ØSeus agentes são servidores públicos estatutários.

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• Juízo competente (foro processual):

ØAutarquia Federal – Justiça Federal

ØAutarquia Estadual ou Municipal – Justiça Estadual

ØObs.: mesma regra da Fundação Pública.

• Espécies de autarquias:

ØAutarquia Comum ou Ordinária – não tem peculiaridades, sendo criadas com as


características previstas no DL 200 (ex.: INSS). Errata: BACEN é autarquia “sob
regime especial”;

ØAutarquia Sob Regime Especial – quando há alguma peculiaridades além do


previsto no regime comum ou ordinário da lei (ex.: agências reguladoras, como
ANAC, ANATEL, ANS);

ØAutarquia Fundacional – é quando uma Fundação Pública é instituída diretamente


por lei, com personalidade jurídica de direito público;

ØAssociação Pública (Consórcios públicos) - (Decreto 6.017/2007 – ex.: consórcio


olímpico) integram a A.I. quando tiver personalidade jurídica de direito público,
tendo natureza Autárquica.

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Direito Administrativo

FUNDAÇÃO PÚBLICA

Fundação Pública

• Conceito: O DL 200/1967 define como Fundação Pública - a entidade dotada de


personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de
autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam
execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia
administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e
funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes.

• Algumas características das Fundações Públicas:

ØLei específica autoriza a criação e extinção, mas precisa de registro (CF, art. 37, XIX);
ØPossuem personalidade jurídica de direito público ou de direito privado
(dependendo da sua criação);
ØExercem funções sem fins lucrativos;
ØTrata-se de um patrimônio público personificado;
ØSeus agentes são servidores públicos estatutários.

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• Personalidade Jurídica de direito público x privado:

Fundação

Pública Privada

P.J. Dir. P. J. Dir. Lei


Público Privado Autoriza
Lei cria
criação
Fundação Fundação
Autárquica Governamental

• Juízo competente (foro processual):

ØFundação Pública Federal – Justiça Federal

ØFundação Pública Estadual ou Municipal – Justiça Estadual

• Obs.: mesma regra da Autarquia.

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Direito Administrativo

EMPRESA PÚBLICA E SOCIEDADE DE ECONIMIA MISTA

Empresa Pública x Sociedade de Economia Mista


• São as chamadas Empresas Estatais.

• Empresa Pública: O DL 200/1967 define como “a entidade dotada de


personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital
exclusivo da União (ou outro ente federativo – tem que ser público), criado
(autorizado) por lei para a exploração de atividade econômica (e/ou prestação de
serviço público) que o Governo seja levado a exercer por força de contingência ou
de conveniência administrativa podendo revestir-se de qualquer das formas
admitidas em direito”.

• Sociedade de Economia Mista: O DL 200/1967 define como “a entidade dotada de


personalidade jurídica de direito privado, criada (autorizada) por lei para a
exploração de atividade econômica (e/ou prestação de serviço público), sob a
forma de sociedade anônima (S.A.), cujas ações com direito a voto pertençam em
sua maioria à União (ou outro ente federativo) ou a entidade da Administração
Indireta”.

• Algumas características comuns das EP e SEM:

ØLei específica autoriza a criação e extinção, mas precisa de registro (CF, art. 37, XIX);
ØPossuem personalidade jurídica de direito privado (mas o regime jurídico é híbrido,
segue regras de direito público e de direito privado);
ØExercem exploração de atividade econômica e/ou serviços públicos;
ØEm regra, sujeitam-se a licitação (porém, as regras são mais flexíveis quando for
exploradora de atividade econômica) e concurso público.
ØEm regra, seus agentes são empregados públicos regidos pela CLT.

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Diferenças Empresa Pública Sociedade de Economia Mista

Formação do ØExclusivamente público! ØMisto, sendo parte pública (maioria


capital 100% do capital público votante 50%+1) e parte privada.
(sendo possível a
participação outros entes
federativos ou da A.I.)

Forma ØQualquer forma societária ØObrigatoriamente S.A.


societária (S.A., Ltda...)

Foro ØU = Justiça Federal ØSEM: U, E ou M = Justiça Estadual


competente Ø(STF – se a União intervém da ação,
ØE ou M = Justiça Estadual desloca a competência para JF)

EMPRESAS PÚBLICAS SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA


- Personalidade jurídica de direito privado - Personalidade jurídica de direito privado
- Qualquer forma societária. - Obrigatoriamente S.A.
Finalidade: Finalidade:
a) Prestação de serviço público; a) Prestação de serviço público;
b) Exploração de atividade econômica. b) Exploração de atividade econômica.

Capital: Capital:
Exclusivamente público! Misto, sendo maioria pública e parte
privada.
Obs.: se não tiver capital privado,
converte-se em empresa pública; se não
for a maioria público, será uma empresa
privada com participação estatal, que não
integra a administração.

466 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo

CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO

1. Conceitos

“É o poder de fiscalização e correção que sobre ela exercem os órgãos dos Poderes Judiciário,
Legislativo e Executivo, com o objetivo de garantir a conformidade de sua atuação com os
princípios que lhe são impostos pelo ordenamento jurídico” (Maria Sylvia Di Pietro)
“O conjunto de instrumentos que o ordenamento jurídico estabelece a fim de que a própria
administração pública, os Poderes Judiciário e Legislativo, e ainda o povo, diretamente ou por
meio de órgãos especializados, possam exercer o poder de fiscalização, orientação e revisão da
atuação administrativa de todos os órgãos, entidades e agentes públicos, em todas as esferas
de Poder” (Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo)
O DL 200/1967 (disciplina a administração pública Federal, mas é aplicável de forma geral) traz
o controle como um dos princípios fundamentais da administração pública.

2. Classificação e espécies de controle

2.1. Quanto à natureza do controlador

A própria administração controlando a atuação dos seus


Controle Administrativo ou Executivo
agentes.
O Legislativo controlando os atos e agentes do Poder
Controle Legislativo ou Parlamentar
Executivo.
Realizado pelo poder Judiciário quando se tratar de atos
Controle Judiciário ou Judicial
ilegais.

2.2. Quanto a origem ou órgão que a realiza

Realizado dentro de um mesmo Poder em relação aos seus próprios atos,


seja através de órgãos específicos de controle ou mesmo o controle que a
Controle Interno administração direta exerce sobre a administração indireta do mesmo Poder
(Ex.: o controle exercido pelas chefias sobre seus subordinados dentro de um
órgão).

www.acasadoconcurseiro.com.br 467
É o controle exercido por um dos Poderes sobre os atos administrativos
Controle Externo praticados por outro Poder (Ex.: quando o judiciário anula um ato ilegal do
Executivo).
É o controle realizado pelo povo, diretamente ou através de órgãos com essa
função. Pelo princípio da indisponibilidade do interesse público, a CF prevê
diversos mecanismos para que o administrado possa verificar a regularidade
Controle Popular
da atuação da administração (Ex.: CF, art. 74, § 2º – qualquer cidadão, partido
político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar
irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União).

2.3. Quanto ao momento que o controle é realizado

Praticado antes da prática do ato (Ex.: a aprovação, pelo Senado


Controle Prévio (ou Preventivo)
Federal, da escolha dos Ministros de tribunais superiores)
Praticado durante a realização do ato (Ex.: fiscalização, pelos
Controle Concomitante
agente públicos, de obras públicas em execução).
É o controle após a prática do ato, com o objetivo de confirmá-
Controle Posterior
lo ou corrigi-lo (Ex.: aprovação, revogação, anulação ou
(ou Subsequente) convalidação de uma ato).

2.4. Quanto ao aspecto controlado

Verifica-se se o ato foi praticado em conformidade com o ordenamento


jurídico. Tal controle pode ser feito pelo Poder Judiciário ou pela
Controle de Legalidade
própria Administração, em razão do princípio da autotutela. (Ex.:
ou Legitimidade quando o Judiciário anula um ato administrativo através de um
mandado de segurança)
Praticado apenas pela própria Administração em relação aos seus
Controle de Mérito próprios atos. Trata-se de caso de revogação por inconveniência ou
inoportunidade (Ex.: desativação de um equipamento obsoleto).

3. Controle ADMINISTRATIVO x JUDICIÁRIO x LEGISLATIVO

•• Muito embora os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário sejam independentes entre si


(art. 2º, CF), existe o chamado sistema de freios e contrapesos, onde um pode exercer con-
trole sobre a atividade do outro, nas hipóteses permitidas constitucionalmente.
•• Em relação ao controle exercido sobre as entidades da administração indireta, fala-se em
supervisão ou tutela, pois é um controle é de caráter essencialmente finalístico (verifica-
ção do atendimento dos fins), já que elas não estão sujeitas à subordinação hierárquica,
embora tenham de se enquadrar nas políticas governamentais.

468 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Controle da Administração Pública – Profª Tatiana Marcello

3.1 Controle Administrativo


Trata-se do controle que a própria Administração faz em relação aos seus atos, derivado do
seu poder de autotutela. Lembrando que esse controle ocorre também dentro dos Poderes
Judiciário e Legislativo, em relação aos seus próprios atos administrativos.
“Controle administrativo é o controle interno, fundado no poder de autotutela, exercido pelo
Poder Executivo e pelos órgãos administrativos dos Poderes Legislativo e judiciário sobre suas
próprias condutas, tendo em vista aspectos de legalidade e de mérito administrativo” (Marcelo
Alexandrino e Vicente Paulo).

•• Esclarecendo: Anulação e revogação decorrem do “Princípio da Autotutela”.

•• Revogação – é a invalidação de ato legal e eficaz, que pode ser realizado apenas
pela Administração, quando entender que o mesmo é inconveniente ou inoportuno
(mérito), com efeitos não retroativos (ex nunc).
•• Anulação é a invalidação de um ato ilegítimo, que poderá se dar pela Administração ou
pelo Poder Judiciário (efeitos retroativos – ex tunc).
•• Conclui-se que, em relação aos atos administrativo, a Administração pode ANULAR ou
REVOGAR, porém, o Poder Judiciário pode apenas ANULAR.

Vejamos alguns dos instrumentos de controle administrativo:

a) Direito de Petição – Faculdade dada a qualquer pessoa para formular aos órgãos públicos
qualquer tipo de postulação, defendendo direito próprio ou de terceiro (ex.: art. 167 da Lei
10.098/94);

b) Fiscalização Hierárquica – Feita pelos agentes hierarquicamente superiores em face aos


seus subordinados;

c) Controle Ministerial – Exercido pelo Ministérios sobre os órgãos da administração direta e


sobre as pessoas da administração indireta (DL 200/67);

d) Controle Social – Controle feito pelo povo, seja um cidadão ou segmentos da sociedade;

e) Instrumentos Legais de Controle – Legislações que trazem limites aos órgãos e agentes
públicos (ex.: LC 101/200 – Lei de Responsabilidade Fiscal);

f) Recursos Administrativos – São formas de controle pelas quais o interessado busca uma
modificação/revisão de certo ato administrativo (Ex.: recurso previsto na Lei 9.784/99);

www.acasadoconcurseiro.com.br 469
g) Representação Administrativa – Instrumento pelo qual a pessoa pode denunciar irregula-
ridades, ilegalidades, condutas abusivas dos agentes ou órgãos públicos, com a finalidade
de que seja apurada a regularização do ato (aqui não se defende direito próprio ou de ter-
ceiro, apenas se denuncia ilegalidades ou irregularidades para que a Administração tome
as providências);
h) Reclamação Administrativa – Segundo Maria Sylvia Di Pietro “é o ato pelo qual o adminis-
trado, seja particular ou servidor público, deduz uma pretensão perante a Administração
Pública, visando obter o reconhecimento de um direito ou a correção de um ato que lhe
cause lesão ou ameaça de lesão”. O recorrente é o interessado direto.
i) Pedido de Reconsideração – Pedido formulado à própria autoridade emitiu o ato, a fim de
que reconsidere sua decisão;
j) Revisão do Processo – Direito dado ao servidor público de revisar processo no qual tenha
siso punido pela Administração, caso surjam novos fatos suscetíveis de provar sua inocên-
cia;
k) Recurso Hierárquico – Pode ser próprio (encaminhado à autoridade imediatamente supe-
rior, dentro do mesmo órgão, decorrente da hierarquia) ou pode ser impróprio (encami-
nhado para autoridade de outro órgão, nos casos de expressa permissão legal).

3.2. Controle Legislativo


Trata-se do controle que o Poder Legislativo exerce sobre todos os demais Poderes. Entretanto,
se o Poder Legislativo exerce o controle sobre seus próprios atos administrativos, trata-se de
controle interno, ou seja, neste caso há o controle administrativo (analisado anteriormente);
se exercer controle em face dos atos dos Poderes Executivo ou Judiciário, trata-se de controle
externo. Portanto, por Controle Legislativo, entende-se aquele externo, que o poder Legislati-
vo exerce sobre o Poder Executivo e Judiciário (em relação às funções administrativas).

O Controle Legislativo é limitado às hipóteses expressamente autorizadas pela Constituição Fe-


deral e está pautado em dois critérios:

a) Controle político – que é exercido pessoalmente pelos parlamentares, nas hipóteses ex-
pressamente previstas na CF;
b) Controle financeiro – fiscalização contábil, financeira e orçamentária exercida com o auxilio
dos Tribunais de Contas: Tribunal de Contas da União (TCU), Tribunal de Contas dos Estados
(TCEs), Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) e Tribunais de Contas dos Municípios
(TCMs).

3.3. Controle Judicial


É o controle realizado pelos órgãos do Poder Judiciário, no desempenho de sua atividade ju-
risdicional, sobre os atos administrativos do Poder Executivo, bem como sobre os atos admi-
nistrativos do Poder Legislativo e do próprio Poder Judiciário. Trata-se de um controle judicial
sobre atos administrativos de quaisquer dos Poderes.

470 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Controle da Administração Pública – Profª Tatiana Marcello

O controle judicial analisa exclusivamente controle de legalidade, não sendo permitido que
faça juízo de mérito sobre atos administrativos.

Obs.: Excepcionalmente, o Poder Judiciário pode revogar ato administrativo em razão de


mérito (conveniência ou oportunidade) – quando se tratar de revogação de seus próprios atos
(controle administrativo)!
Vejamos as ações judiciais mais importantes no controle judicial:

a) Habeas Corpus (art. 5º, LXVIII, CF);


b) Mandado de Segurança (individual ou coletivo – art. 5º, LXIX e LFF, CF e Lei nº 12.019/2009);
c) Habeas Data (art. 5º, LXXII, CF);
d) Mandado de Injunção (art. 5º, LXXI, CF);
e) Ação Popular (art. 5º, LXXIII, CF);
f) Ação Civil Pública (art. 129, III, CF e Lei nº 7.347/1985);
g) Ação Direta de Inconstitucionalidade (art. 102, I, a e art. 103, CF, e Lei 9.868/1999).

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Direito Administrativo

LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993 (PARCIAL)

Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constitui- Art. 55. São cláusulas necessárias em todo con-
ção Federal, institui normas para licitações e trato as que estabeleçam:
contratos da Administração Pública e dá outras
providências. I – o objeto e seus elementos característi-
cos;
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que
o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a II – o regime de execução ou a forma de for-
seguinte Lei: necimento;

(...) III – o preço e as condições de pagamen-


to, os critérios, data-base e periodicidade
do reajustamento de preços, os critérios
de atualização monetária entre a data do
CAPÍTULO III adimplemento das obrigações e a do efetivo
pagamento;
DOS CONTRATOS
IV – os prazos de início de etapas de execu-
SEÇÃO I ção, de conclusão, de entrega, de observa-
Disposições Preliminares ção e de recebimento definitivo, conforme
o caso;
Art. 54. Os contratos administrativos de que
trata esta Lei regulam-se pelas suas cláusulas V – o crédito pelo qual correrá a despesa,
e pelos preceitos de direito público, aplicando- com a indicação da classificação funcional
-se-lhes, supletivamente, os princípios da teoria programática e da categoria econômica;
geral dos contratos e as disposições de direito VI – as garantias oferecidas para assegurar
privado. sua plena execução, quando exigidas;
§ 1º Os contratos devem estabelecer com VII – os direitos e as responsabilidades das
clareza e precisão as condições para sua partes, as penalidades cabíveis e os valores
execução, expressas em cláusulas que defi- das multas;
nam os direitos, obrigações e responsabili-
dades das partes, em conformidade com os VIII – os casos de rescisão;
termos da licitação e da proposta a que se
IX – o reconhecimento dos direitos da Ad-
vinculam.
ministração, em caso de rescisão adminis-
§ 2º Os contratos decorrentes de dispen- trativa prevista no art. 77 desta Lei;
sa ou de inexigibilidade de licitação devem
X – as condições de importação, a data e a
atender aos termos do ato que os autorizou
taxa de câmbio para conversão, quando for
e da respectiva proposta.
o caso;

www.acasadoconcurseiro.com.br 473
XI – a vinculação ao edital de licitação ou nômicos, conforme definido pelo Ministé-
ao termo que a dispensou ou a inexigiu, ao rio da Fazenda; (Redação dada pela Lei nº
convite e à proposta do licitante vencedor; 11.079, de 2004)
XII – a legislação aplicável à execução do II – seguro-garantia; (Redação dada pela Lei
contrato e especialmente aos casos omis- nº 8.883, de 1994)
sos;
III – fiança bancária. (Redação dada pela Lei
XIII – a obrigação do contratado de manter, nº 8.883, de 8.6.94)
durante toda a execução do contrato, em
compatibilidade com as obrigações por ele § 2º A garantia a que se refere o caput des-
assumidas, todas as condições de habilita- te artigo não excederá a cinco por cento do
ção e qualificação exigidas na licitação. valor do contrato e terá seu valor atualizado
nas mesmas condições daquele, ressalva-
§ 1º (VETADO) do o previsto no parágrafo 3º deste artigo.
(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 1º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº
8.883, de 1994) § 3º (VETADO)
§ 2º Nos contratos celebrados pela Admi- § 3º Para obras, serviços e fornecimentos
nistração Pública com pessoas físicas ou de grande vulto envolvendo alta complexi-
jurídicas, inclusive aquelas domiciliadas no dade técnica e riscos financeiros conside-
estrangeiro, deverá constar necessariamen- ráveis, demonstrados através de parecer
te cláusula que declare competente o foro tecnicamente aprovado pela autoridade
da sede da Administração para dirimir qual- competente, o limite de garantia previsto
quer questão contratual, salvo o disposto no parágrafo anterior poderá ser elevado
no § 6º do art. 32 desta Lei. para até dez por cento do valor do contrato.
(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 3º No ato da liquidação da despesa, os
serviços de contabilidade comunicarão, aos § 4º A garantia prestada pelo contratado
órgãos incumbidos da arrecadação e fiscali- será liberada ou restituída após a execução
zação de tributos da União, Estado ou Mu- do contrato e, quando em dinheiro, atuali-
nicípio, as características e os valores pa- zada monetariamente.
gos, segundo o disposto no art. 63 da Lei no
4.320, de 17 de março de 1964. § 5º Nos casos de contratos que importem
na entrega de bens pela Administração, dos
Art. 56. A critério da autoridade competente, quais o contratado ficará depositário, ao va-
em cada caso, e desde que prevista no instru- lor da garantia deverá ser acrescido o valor
mento convocatório, poderá ser exigida presta- desses bens.
ção de garantia nas contratações de obras, ser-
viços e compras. Art. 57. A duração dos contratos regidos por
esta Lei ficará adstrita à vigência dos respecti-
§ 1º Caberá ao contratado optar por uma vos créditos orçamentários, exceto quanto aos
das seguintes modalidades de garantia: (Re- relativos:
dação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
I – aos projetos cujos produtos estejam con-
I – caução em dinheiro ou em títulos da dí- templados nas metas estabelecidas no Pla-
vida pública, devendo estes ter sido emiti- no Plurianual, os quais poderão ser prorro-
dos sob a forma escritural, mediante regis- gados se houver interesse da Administração
tro em sistema centralizado de liquidação e e desde que isso tenha sido previsto no ato
de custódia autorizado pelo Banco Central convocatório;
do Brasil e avaliados pelos seus valores eco-

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Direito Administrativo – Conceito, Espécies e Características Contratos – Profª Tatiana Marcello

II – à prestação de serviços a serem execu- Administração em documento contemporâ-


tados de forma contínua, que poderão ter neo à sua ocorrência;
a sua duração prorrogada por iguais e su-
cessivos períodos com vistas à obtenção de VI – omissão ou atraso de providências a
preços e condições mais vantajosas para a cargo da Administração, inclusive quanto
administração, limitada a sessenta meses; aos pagamentos previstos de que resulte,
(Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) diretamente, impedimento ou retardamen-
to na execução do contrato, sem prejuízo
III – (VETADO) das sanções legais aplicáveis aos responsá-
veis.
III – (Vetado). (Redação dada pela Lei nº
8.883, de 1994) § 2º Toda prorrogação de prazo deverá ser
justificada por escrito e previamente autori-
IV – ao aluguel de equipamentos e à utiliza- zada pela autoridade competente para cele-
ção de programas de informática, podendo brar o contrato.
a duração estender-se pelo prazo de até 48
(quarenta e oito) meses após o início da vi- § 3º É vedado o contrato com prazo de vi-
gência do contrato. gência indeterminado.
V – às hipóteses previstas nos incisos IX, § 4º Em caráter excepcional, devidamente
XIX, XXVIII e XXXI do art. 24, cujos contratos justificado e mediante autorização da auto-
poderão ter vigência por até 120 (cento e ridade superior, o prazo de que trata o inci-
vinte) meses, caso haja interesse da admi- so II do caput deste artigo poderá ser pror-
nistração. (Incluído pela Lei nº 12.349, de rogado por até doze meses. (Incluído pela
2010) Lei nº 9.648, de 1998)
§ 1º Os prazos de início de etapas de exe- Art. 58. O regime jurídico dos contratos admi-
cução, de conclusão e de entrega admitem nistrativos instituído por esta Lei confere à Ad-
prorrogação, mantidas as demais cláusulas ministração, em relação a eles, a prerrogativa
do contrato e assegurada a manutenção de de:
seu equilíbrio econômico-financeiro, desde
que ocorra algum dos seguintes motivos, I – modificá-los, unilateralmente, para me-
devidamente autuados em processo: lhor adequação às finalidades de interesse
público, respeitados os direitos do contrata-
I – alteração do projeto ou especificações, do;
pela Administração;
II – rescindi-los, unilateralmente, nos casos
II – superveniência de fato excepcional ou especificados no inciso I do art. 79 desta Lei;
imprevisível, estranho à vontade das partes,
que altere fundamentalmente as condições III – fiscalizar-lhes a execução;
de execução do contrato; IV – aplicar sanções motivadas pela inexe-
III – interrupção da execução do contrato ou cução total ou parcial do ajuste;
diminuição do ritmo de trabalho por ordem V – nos casos de serviços essenciais, ocu-
e no interesse da Administração; par provisoriamente bens móveis, imóveis,
IV – aumento das quantidades inicialmente pessoal e serviços vinculados ao objeto do
previstas no contrato, nos limites permiti- contrato, na hipótese da necessidade de
dos por esta Lei; acautelar apuração administrativa de faltas
contratuais pelo contratado, bem como na
V – impedimento de execução do contrato hipótese de rescisão do contrato adminis-
por fato ou ato de terceiro reconhecido pela trativo.

www.acasadoconcurseiro.com.br 475
§ 1º As cláusulas econômico-financeiras e ou da inexigibilidade, a sujeição dos contratan-
monetárias dos contratos administrativos tes às normas desta Lei e às cláusulas contratu-
não poderão ser alteradas sem prévia con- ais.
cordância do contratado.
Parágrafo único. A publicação resumida do
§ 2º Na hipótese do inciso I deste artigo, as instrumento de contrato ou de seus adita-
cláusulas econômico-financeiras do contra- mentos na imprensa oficial, que é condição
to deverão ser revistas para que se mante- indispensável para sua eficácia, será provi-
nha o equilíbrio contratual. denciada pela Administração até o quinto
dia útil do mês seguinte ao de sua assina-
Art. 59. A declaração de nulidade do contrato tura, para ocorrer no prazo de vinte dias da-
administrativo opera retroativamente impedin- quela data, qualquer que seja o seu valor,
do os efeitos jurídicos que ele, ordinariamente, ainda que sem ônus, ressalvado o disposto
deveria produzir, além de desconstituir os já no art. 26 desta Lei. (Redação dada pela Lei
produzidos. nº 8.883, de 1994)
Parágrafo único. A nulidade não exonera a Art. 62. O instrumento de contrato é obrigató-
Administração do dever de indenizar o con- rio nos casos de concorrência e de tomada de
tratado pelo que este houver executado até preços, bem como nas dispensas e inexigibili-
a data em que ela for declarada e por ou- dades cujos preços estejam compreendidos nos
tros prejuízos regularmente comprovados, limites destas duas modalidades de licitação, e
contanto que não lhe seja imputável, pro- facultativo nos demais em que a Administração
movendo-se a responsabilidade de quem puder substituí-lo por outros instrumentos há-
lhe deu causa. beis, tais como carta-contrato, nota de empe-
SEÇÃO II nho de despesa, autorização de compra ou or-
dem de execução de serviço.
Da Formalização dos Contratos
§ 1º A minuta do futuro contrato integrará
Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão sempre o edital ou ato convocatório da lici-
lavrados nas repartições interessadas, as quais tação.
manterão arquivo cronológico dos seus autó-
grafos e registro sistemático do seu extrato, § 2º Em "carta contrato", "nota de empe-
salvo os relativos a direitos reais sobre imóveis, nho de despesa", "autorização de compra",
que se formalizam por instrumento lavrado em "ordem de execução de serviço" ou outros
cartório de notas, de tudo juntando-se cópia no instrumentos hábeis aplica-se, no que cou-
processo que lhe deu origem. ber, o disposto no art. 55 desta Lei. (Reda-
ção dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito
o contrato verbal com a Administração, sal- § 3º Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a
vo o de pequenas compras de pronto paga- 61 desta Lei e demais normas gerais, no que
mento, assim entendidas aquelas de valor couber:
não superior a 5% (cinco por cento) do limi- I – aos contratos de seguro, de financiamen-
te estabelecido no art. 23, inciso II, alínea to, de locação em que o Poder Público seja
"a" desta Lei, feitas em regime de adianta- locatário, e aos demais cujo conteúdo seja
mento. regido, predominantemente, por norma de
Art. 61. Todo contrato deve mencionar os no- direito privado;
mes das partes e os de seus representantes, a II – aos contratos em que a Administração
finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, for parte como usuária de serviço público.
o número do processo da licitação, da dispensa

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Direito Administrativo – Conceito, Espécies e Características Contratos – Profª Tatiana Marcello

§ 4º É dispensável o "termo de contrato"


e facultada a substituição prevista neste
artigo, a critério da Administração e inde-
pendentemente de seu valor, nos casos de
compra com entrega imediata e integral dos
bens adquiridos, dos quais não resultem
obrigações futuras, inclusive assistência téc-
nica.
Art. 63. É permitido a qualquer licitante o conhe-
cimento dos termos do contrato e do respectivo
processo licitatório e, a qualquer interessado, a
obtenção de cópia autenticada, mediante o pa-
gamento dos emolumentos devidos.
Art. 64. A Administração convocará regularmen-
te o interessado para assinar o termo de contra-
to, aceitar ou retirar o instrumento equivalente,
dentro do prazo e condições estabelecidos, sob
pena de decair o direito à contratação, sem pre-
juízo das sanções previstas no art. 81 desta Lei.
§ 1º O prazo de convocação poderá ser pror-
rogado uma vez, por igual período, quando
solicitado pela parte durante o seu trans-
curso e desde que ocorra motivo justificado
aceito pela Administração.
§ 2º É facultado à Administração, quando o
convocado não assinar o termo de contra-
to ou não aceitar ou retirar o instrumento
equivalente no prazo e condições estabele-
cidos, convocar os licitantes remanescentes,
na ordem de classificação, para fazê-lo em
igual prazo e nas mesmas condições pro-
postas pelo primeiro classificado, inclusive
quanto aos preços atualizados de conformi-
dade com o ato convocatório, ou revogar a
licitação independentemente da cominação
prevista no art. 81 desta Lei.
§ 3º Decorridos 60 (sessenta) dias da data
da entrega das propostas, sem convocação
para a contratação, ficam os licitantes libe-
rados dos compromissos assumidos.

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SLIDES – CONCEITO, ESPÉCIES E CARACTERÍSTICAS CONTRATOS

Direito Administrativo

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Direito Administrativo

Contratos Administrativos
(Conceito, características e espécies)

Profª. Tatiana Marcello

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Direito Administrativo – Conceito, Espécies e Características Contratos – Profª Tatiana Marcello

Conceito e Objeto
• Contrato administrativo é o ajuste entre a administração pública, atuando na
qualidade de poder público, e particulares, firmado nos termos estipulados pela
própria administração contratante, em conformidade com o interesse público, e
sob regência predominante do direito público (Marcelo Alexandrino e Vicente
Paulo).

• Contratos administrativos são espécies do gênero “contrato”, entretanto, com a


diferença de termos em um dos polos o poder público e se sujeitar
predominantemente ao regime jurídico de direito público.

• O objeto dos contratos administrativos consiste em uma relação jurídica


concernente a qualquer bem, direito ou serviço que seja do interesse da
administração pública, ou necessária ao desempenho de suas atividades – obras,
compras, fornecimentos, locações, alienações, serviços, concessões.

• Formação do contrato:

• Considerando que um contrato deve ser bilateral em sua formação, é necessário


que haja livre manifestação de vontade do particular em contratar com a
administração (formação); no entanto, após a assinatura, o contrato se sujeita às
suas cláusulas e às disposições legais a ele vinculadas.

• Além da livre manifestação de vontade, são elementos de qualquer contrato:


a) não contrariar disposição legal;
b) objeto lícito e possível;
c) capacidade das partes;
d) forma prescrita ou não defesa em lei.

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• Não confundir:
Contratos Administrativos Contratos de Direito Privado da
Administração Pública
• Regidos pelo direito público (predomin) • Regidos pelo direito privado (predomin)

• Administração em um dos polos na • Administração em um dos polos, sem


qualidade de poder público revestir-se de poder público

• Prerrogativas públicas presentes mesmo • Prerrogativas públicas admitidas, no que


que não explicitadas no instrumento do couber, desde que explicitadas no
contrato (cláusulas exorbitantes) instrumento do contrato.

• Verticalidade na relação jurídica com o • Igualdade jurídica entre a Administração


particular Pública e o particular

• Ex.: contrato de concessão de serviço • Ex.: autarquia alienando um veículo;


público; contrato para construção de uma venda de ações de uma SEM; contratações
escola pública. bancárias.

Legislação pertinente
• De acordo com a CF, as normas gerais, de caráter nacional, a respeito dos
contratos, são de competência privativa da União.

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: XXVII – normas gerais de
licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas
diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios,
obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de
economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III;

480 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Conceito, Espécies e Características Contratos – Profª Tatiana Marcello

• Lei 8.666/93 – estabelece as normas gerais a respeito dos contratos, sendo aplicável,
inclusive, subsidiariamente, nas demais hipóteses de contratos reguladas em leis
específicas.

• Lei 8.987/95 – prevê regramento próprio para os contratos de concessão e


permissão de serviços públicos.

• Lei 11.079/04 – disciplina especialmente os contratos administrativos de parcerias


píblico-privadas (PPP), que consistem em uma peculiar modalidade de concessão.

• Lei 12.462/11 – institui o Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC).

• Lei 13.303/16 – Estatuto jurídico das Empresas Públicas e Sociedades de Economia


Mista.

Características dos contratos administrativos


• Cláusulas exorbitantes

• São prerrogativas de direito público que decorrem diretamente de lei, conferidas


exclusivamente à Administração Pública. Extrapolam aquilo que seria admitido no
direito comum (contrato privado), por isso são chamadas de exorbitantes.

• As cláusulas exorbitantes podem ser explícitas ou implícitas (não precisam constar


expressamente no instrumento do contrato), sendo a característica que mais
diferencia os contratos administrativos dos ajustes de direito privado.

www.acasadoconcurseiro.com.br 481
• Lei 8.666/93. Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído
por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:
I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse
público, respeitados os direitos do contratado;
II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do art. 79 desta
Lei;
III - fiscalizar-lhes a execução;
IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste (multa,
advertência, suspensão temporária de participação em licitação...);
V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis, imóveis,
pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da necessidade de
acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como
na hipótese de rescisão do contrato administrativo.

• Formalismo

• Quase em todos os casos, os contratos administrativos devem ser formais e escritos.

• A regra é que é nulo o contrato verbal com a administração pública, salvo o de


pequenas compras a pronto pagamento:

• Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas repartições


interessadas, as quais manterão arquivo cronológico dos seus autógrafos e registro
sistemático do seu extrato, salvo os relativos a direitos reais sobre imóveis, que se
formalizam por instrumento lavrado em cartório de notas, de tudo juntando-se cópia
no processo que lhe deu origem.
• Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração,
salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de
valor não superior a 5% do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea "a" desta
Lei, feitas em regime de adiantamento (R$ 4.000,00).

482 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Conceito, Espécies e Características Contratos – Profª Tatiana Marcello

• Art. 61. Todo contrato deve mencionar:


a) os nomes das partes e os de seus representantes;
b) a finalidade;
c) o ato que autorizou a sua lavratura;
d) o número do processo da licitação, da dispensa ou da inexigibilidade;
e) a sujeição dos contratantes às normas desta Lei e às cláusulas contratuais.

Além desses requisitos, é indispensável a publicação resumida do instrumento de


contrato ou de seus aditamentos na imprensa oficial, a ser providenciada pela
Administração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura, qualquer
que seja o seu valor, ainda que sem ônus.

• Contrato de Adesão

• Os contratos administrativos são da categoria de “adesão”, o que significa que uma


das partes (Administração) propõe suas cláusulas e a outra (particular) não pode
propor alterações, supressões ou acréscimos.

• O particular tem autonomia de vontade ao contratar com a administração, mas essa


liberdade se limita a dizer “sim” ou “não”, ou seja, se aceita ou não os termos do
contrato.

• Ao participar da licitação, as partes já tomam conhecimento dos termos do contrato,


já que a lei determina que “A minuta do futuro contrato integrará sempre o edital ou
ato convocatório da licitação” (art. 62, § 1º).

www.acasadoconcurseiro.com.br 483
• Presonalidade (intuitu personae)

• Em regra, os contratos administrativos são pessoais, celebrados intuitu personae.

• Isso significa que os contratos devem ser executados pela pessoa (física ou jurídica)
que se obrigou perante a administração.

• Como os contratos administrativos são realizados após um processo licitatório (salvo


dispensa ou inexibilidade), que visam selecionar não apenas a proposta mais
vantajosa, mas também que a pessoa contratada ofereça condições de assegurar o
que foi contratado, os contratos têm natureza pessoal.

• Portanto, em regra, não é possível a subcontratação do que foi celebrado (sendo,


inclusive, motivo para rescisão do contrato pela Administração).

• A regra não é absoluta; há hipóteses de subcontratação parcial, desde que previsto


no contrato:

• Art. 72. O contratado, na execução do contrato, sem prejuízo das responsabilidades


contratuais e legais, poderá subcontratar partes da obra, serviço ou fornecimento,
até o limite admitido, em cada caso, pela Administração.

• Entretanto, há casos em que não será possível a subcontratação:

• Art. 13, § 3o A empresa de prestação de serviços técnicos especializados que


apresente relação de integrantes de seu corpo técnico em procedimento licitatório
ou como elemento de justificação de dispensa ou inexigibilidade de licitação, ficará
obrigada a garantir que os referidos integrantes realizem pessoal e diretamente os
serviços objeto do contrato.

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Direito Administrativo

BENS PÚBLICOS

LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o II – os de uso especial, tais como edifícios
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a se- ou terrenos destinados a serviço ou estabe-
guinte Lei: lecimento da administração federal, estadu-
al, territorial ou municipal, inclusive os de
PARTE GERAL suas autarquias;
(...) III – os dominicais, que constituem o patri-
mônio das pessoas jurídicas de direito pú-
blico, como objeto de direito pessoal, ou
LIVRO II real, de cada uma dessas entidades.
Parágrafo único. Não dispondo a lei em
DOS BENS contrário, consideram-se dominicais os
bens pertencentes às pessoas jurídicas de
direito público a que se tenha dado estrutu-
TÍTULO ÚNICO ra de direito privado.
Art. 100. Os bens públicos de uso comum do
Das Diferentes Classes de Bens povo e os de uso especial são inalienáveis, en-
(...) quanto conservarem a sua qualificação, na for-
ma que a lei determinar.
Art. 101. Os bens públicos dominicais podem
ser alienados, observadas as exigências da lei.
CAPÍTULO III
DOS BENS PÚBLICOS Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a
usucapião.
Art. 98. São públicos os bens do domínio nacio-
nal pertencentes às pessoas jurídicas de direito Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode
público interno; todos os outros são particula- ser gratuito ou retribuído, conforme for estabe-
res, seja qual for a pessoa a que pertencerem. lecido legalmente pela entidade a cuja adminis-
tração pertencerem.
Art. 99. São bens públicos:
(...)
I – os de uso comum do povo, tais como
rios, mares, estradas, ruas e praças;

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SLIDES – BENS PÚBLICOS

Conceito
• Código Civil - Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às
pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja
qual for a pessoa a que pertencerem.

• Pessoa Jurídicas de Direito Público Interno - Art. 41. São pessoas jurídicas de
direito público interno:
I - a União;
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III - os Municípios;
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.

Essa é a chamada “corrente exclusivista” (mais aceita em concursos públicos).

• Porém, há outras correntes (minoritárias):

• Corrente Inclusivista – consideram que são bens públicos todos aqueles que
pertencem á Administração Pública Direta e Indireta (incluindo Empresas Públicas e
Sociedades de Economia Mista).

• Corrente Mista – ponto de vista intermediário que considera bens públicos os que
pertencem às pessoas jurídicas de direito público interno, bem como aqueles que
estejam afetados à prestação de um serviço público.

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Direito Administrativo – Bens Públicos – Profª Tatiana Marcello

Classificação
• 1 – Quanto à forma de utilização:

• Código Civil - Art. 99. São bens públicos:


I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;
II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou
estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal,
inclusive os de suas autarquias;
III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito
público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.

• a) Bens de uso comum do povo – apesar de pertencerem a uma a pessoa jurídica de


direito público interno (poder de gestão e não propriedade), podem ser utilizados
sem restrição por todos, gratuita ou onerosamente (rios, mares, estradas, ruas e
praças, meio ambiente...);

• b) Bens de uso especial – se destinam (afetados) especialmente à execução dos


serviços públicos; são exemplos os veículos da Administração ou os imóveis onde
estão instalados os serviços públicos e órgãos da administração (secretarias, escolas,
tribunais, parlamentos...);

• c) Bens dominicais – constituem patrimônio das pessoas jurídicas de direito público


(propriedade), semelhantes aos bens dos particulares, mas que não estão afetados a
uma finalidade pública específica, servindo apenas de reserva patrimonial ou fonte
de renda, ou seja, não tem uma destinação especial (ex.: terras devolutas, terrenos
baldios, viaturas sucateadas...).

www.acasadoconcurseiro.com.br 487
• 2 – Quanto à titularidade:

• Os bens públicos se dividem em


a) Federais,
b) Estaduais,
c) Distritais,
d) Territoriais,
e) Municipais,

• Conforme o nível federativo da pessoa jurídica a quem pertença.

• Res nullius – são coisas que “não pertencem a ninguém” (não são públicos nem
particulares), como animais selvagens, conchas da praia, pérolas das ostras do
fundo do mar...

• CF, art. 20: Bens públicos da União:


I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos;
II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções
militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei;
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que
banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a
território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias
fluviais;
IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as
ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios,
exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as
referidas no art. 26, II;
V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva;
VI - o mar territorial;
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;
VIII - os potenciais de energia hidráulica;
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos;
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.

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Direito Administrativo – Bens Públicos – Profª Tatiana Marcello

• CF - Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:


I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito,
ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União;
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas
aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros;
III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;
IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União.

• A Lei não faz referência aos bens dos Municípios, Distrito Federal e Territórios, mas
deve-se compreender todos os bens onde estão instaladas suas repartições
públicas e equipamentos destinados aos serviços públicos dos respectivos entes.

• 3 – Quanto à disponibilidade:

• a) bens indisponíveis por natureza – são aqueles que, devido à sua condição não-
patrimonial, não podem ser alienados ou onerados; são bens de uso comum do
povo destinados à utilização universal e difusa (ex.: ar, meio ambiente, mares...);

• b) bens patrimoniais indisponíveis – são os que tem condição patrimonial, mas que
por pertencerem à categoria dos bens de uso comum do povo ou de uso especial, a
lei lhes confere o caráter de inalienabilidade enquanto mantiverem tal condição, ou
seja, naturalmente poderiam ser alienados, mas legalmente, não (ex.: ruas, praças,
imóvel onde está instalada a prefeitura...);

• c) bens patrimoniais disponíveis – são os legalmente possíveis de alienação, como é


o caso dos bens dominicais (ex.: terras devolutas).

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Atributos/Características
Ø a) Inalienabilidade

• Código Civil - Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial
são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei
determinar.

• Código Civil - Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados,
observadas as exigências da lei.

• Em regra, os bens públicos não podem ser alienados (nem usucapidos, nem
desapropriados...). Em relação aos bens afetados (de uso comum do povo e de uso
especial) não há possibilidade de alienação enquanto mantiverem essa condição. Em
relação aos bens desafetados (dominicais), até podem ser alienados, porém há
exigências legais a serem cumpridas (chamada alienabilidade condicionada).

Ø b) Impenhorabilidade

• Os bens públicos não podem ser objeto de constrição judicial.

• Portanto, a lei estabelece uma forma especial de execução contra a Fazenda


Pública, bem como as ordens de precatórios previstas no art. 100 da CF.

• Essa regra é extensiva aos bens de Empresas Públicas, Sociedades de Economia


Mista e Concessionários, quando afetados à prestação de serviços públicos.

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Direito Administrativo – Bens Públicos – Profª Tatiana Marcello

Ø c) Imprescritibilidade

• Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.

• Os bens públicos não se sujeitam à chamada prescrição aquisitiva, ou seja, não


podem ser usucapidos.

Ø d) Não onerabilidade

• Significa que nenhum ônus real (ex.: hipoteca, penhora, usufruto...) pode recair
sobre os bens públicos.

Afetação e Desafetação
• Afetação – é quando um bem está vinculado a uma finalidade pública (está
afetado). Em regra, os bens de uso comum do povo e os bens de uso especial são
afetados. Ex.: prédio público onde funciona uma escola pública está afetado à
prestação desse serviço.

• Desafetação – é quando um bem não está vinculado a nenhuma finalidade pública


(está desafetado). Os bens dominicais são desafetados. Ex.: terreno baldio da
Prefeitura.
Entende-se por desafetação também, o ato de desvincular um bem a determinada
finalidade, a fim de facilitar sua alienação. Portanto, um bem de uso comum do
povo ou de uso especial é transformado em bem dominical. O ato de desafetação
depende de lei específica.

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Direito Administrativo

SERVIÇOS PÚBLICOS

Disposições Preliminares

CF – Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão
ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.
Parágrafo único. A lei disporá sobre:
I – o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter
especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade,
fiscalização e rescisão da concessão ou permissão;
II – os direitos dos usuários;
III – política tarifária;
IV – a obrigação de manter serviço adequado.

Formas de prestação dos serviços públicos


Formas  de  prestação  dos  serviços  públicos  
ADMINISTRAÇÃO  DIRETA  
U,  E,  DF,  M  
 

Administração   IniciaEva  Privada  


Indireta   (delegação  –  por  
(outorga  –  por  lei)   contrato  ou  ato)  

-­‐  Autarquias;  
-­‐  Concessionárias;  
-­‐  Fundações  Públicas;  
-­‐  Permissionárias;  
-­‐  Empresas  Públicas;  
-­‐  Autorizatários  (exceção).  
-­‐  Sociedade  de  Economia  Mista.  

www.acasadoconcurseiro.com.br 493
•• Portanto, serviço público é de titularidade do Poder Público, que poderá prestá-lo de
forma direta (através do órgãos da administração direta e entidades da indireta) ou indireta
(por delegação, mediante concessão, permissão ou autorização).
•• Ao tratarmos de serviços públicos, devemos considerar o chamado sentido objetivo (serviço
público como atividade) e não o sentido subjetivo (serviço público como o conjunto de
órgãos e entidades da Administração que desempenham atividades administrativas).
•• Há serviços públicos de titularidade exclusiva do Estado, e que somente podem ser
executados por particulares mediante delegação (concessão ou permissão), como é o
caso do transporte coletivo, telecomunicações, energia elétrica... Mas há serviços públicos
que devem ser prestados pelo Estado, mas não de forma exclusiva, sendo abertos à livre
iniciativa, ou seja, podem ser prestadas complementarmente pelo setor privado, como
serviço privado (não estão submetidos ao regime de delegação); como é o exemplo dos
serviços de educação e saúde.
•• Nesse caso de serviços prestados pela iniciativa provada, estão os “direito fundamentais
sociais” do art. 6º da CF que estão descrito no Capítulo VIII: educação, saúde, cultura,
previdência social...
•• Quando se tratar desses serviço que também podem ser livremente exercidos pela iniciativa
privada, tratam-se de um serviços privados (precisam apenas de anuência do Estado).

Conceito

•• José dos Santos Carvalho Filho – toda atividade prestada pelo Estado ou por seus
delegados, basicamente sob regime jurídico de direito público, com vistas à satisfação de
necessidades essenciais e secundárias da coletividade.
•• Hely Lopes Meirelles – serviço público é todo aquele prestado pela administração ou por
seus delegados, sob normas e controle estatais, para satisfazer necessidades essenciais ou
secundárias da coletividade ou simples conveniências do Estado.
•• Maria Sylvia Di Pietro – serviço público é toda atividade material que a lei atribui ao Estado
para que a exerça diretamente ou por meio de seus delegados, com o objetivo de satisfazer
concretamente as necessidades coletivas, sob regime jurídico total ou parcialmente
público.

Princípios aplicáveis aos serviços públicos

•• Princípios elencados na Lei 8.987/95 (Lei de Concessões e Permissões de serviços públicos)


•• Art. 6º, § 1º Serviço adequado é o que satisfaz as condições de:
•• Regularidade – frequência na prestação; respeito a intervalorsde tempo.
•• Continuidade/Permanência – não pode sofrer interrupção (salvo exceções).
•• Eficiência – qualidade; perfeição; rendimento.

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Direito Administrativo – Serviços Públicos – Profª Tatiana Marcello

•• Segurança – prevenção de riscos.


•• Atualidade – modernidade; conservação; melhorias.
•• Generalidade – prestado indistintamente, alcançando o máximo possível de pessoas.
•• Cortesia na sua prestação – urbanidade; respeito.
•• Modicidade das tarifas – tarifas acessíveis.

Classificação dos serviços públicos

•• Serviços gerais (uti universi) – são aqueles indivisíveis, prestados a toda coletividade,
indistintamente, sendo seus usuários indeterminados e indetermináveis; como não é
possível identificar seus beneficiários nem mensurar sua utilização, não há como instituir
cobrança de taxas ou tarifas; sendo mantidos por impostos (ex.: iluminação pública,
varrição de rua, segurança pública...).
X
•• Serviços individuais (uti singuli) – são serviços prestados individualmente, ou seja,
divisíveis, prestados a beneficiários determinados. Como é possível identificar cada usuário
e mensurar a utilização do serviço, pode haver a instituição de tarifas ou taxas (e.: coleta
de lixo domiciliar, transporte público, telefonia fixa, fornecimento de água, gás, energia...).
•• Serviços delegáveis – são aqueles que podem ser prestados diretamente pelo próprio
Estado (através da sua administração direta e indireta), ou alternativamente, pela iniciativa
privada, mediante contratos de concessão ou permissão; ou ainda por ato administrativo de
autorização (ex.: telefonia pública, transporte coletivo, fornecimento de energia elétrica...).
X
•• Serviços indelegáveis – são aqueles que podem ser prestados somente pelo Estado, seja
centralizadamente (por seus órgãos da administração direta) ou descentralizadamente
pelas pessoas jurídicas de direito público da administração indireta (ex.: garantia de
segurança nacional, segurança interna, fiscalização de atividades...).
•• Serviços públicos administrativos – são atividades internas da Administração, que não
são atividades diretamente fruiveis pela população, mas que beneficiam indretamente a
coletividade, já que irão assegurar a efetiva prestação dos serviços públicos diretamente
fruiveis pela população (ex.: imprensa oficial...).
X
•• Serviços públicos sociais – aqueles que devem ser obrigatoriamente prestados pelo Estado
(embora não sejam exclusivamente, já que a iniciativa privada também pode prestá-los a
título de serviço privado); ou seja, o Estado tem a obrigação de prestar, mas não de forma
exclusiva (ex.: educação; saúde; assistência social...).
X
•• Serviços públicos econômicos (comerciais ou industriais) – aqueles que se enquadram
como atividade econômica em sentido amplo, com possibilidade de serem explorados
com intuito de lucro; são atividades de titularidade exclusiva do Estado, que pode exercê-
las diretamente ou por meio de delegação (ex.: telefonia; fornecimento de energia elétrica,
transporte coletivo...).

www.acasadoconcurseiro.com.br 495
•• Obs.: atividades econômicas em sentido estrito (art. 173, CF) não se enquadram como
serviços públicos, pois são prestadas mediante regime jurídico de direito privado (ex.:
conta-corrente no BB).
•• Serviços públicos propriamente ditos – são dotados de essencialidade para a coletividade
(ex.: polícia; saúde pública; defesa nacional...).
X
•• Serviços de utilidade pública – são convenientes, importantes, úteis, mas não essenciais
(ex.: telefonia...).

Concessão e Permissão de serviços públicos

•• Prevê a CF que: Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob
regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços
públicos.
Parágrafo único. A lei disporá sobre:
I – o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter
especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade,
fiscalização e rescisão da concessão ou permissão.
Nesse sentido, a União editou a Lei 8.987/95 trazendo normas gerais sobre os regimes de
concessão e permissão de serviços públicos. É uma lei de caráter nacional, aplicável a todos os
entes federativos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios).
Há leis que disciplinam serviços ou contratos específicos, sendo que a Lei 8.987/95 será aplicada
apenas parcial ou subsidiariamente, como é o caso da Lei 11.079/04 que disciplina a licitação e
contratação de Parcerias Público-privadas (PPPs), as quais são dotadas de peculiaridades que
as distinguem das concessões comuns.
Os demais entes federados podem editar leis próprias sobre concessões e permissões, desde
que não contrariem a lei geral.
A Lei 8.987/95 não faz distinção entre concessão e permissão, limitando-se a tratar das
concessões; apenas referindo no parágrafo único do art. 40 que “Aplica-se às permissões o
disposto nesta Lei”.
Portanto, o regramento jurídico aplicável às concessões é o mesmo aplicável às permissões,
sedo que as diferenciações são mais no campo acadêmico do que prático.
Aliás, o próprio STF já afirmou que a CF “afastou qualquer distinção conceitual entre permissão
e concessão, ao conferir àquela o caráter contratual desta”.
Art. 2º Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se:
I – poder concedente: a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Município, em cuja competência
se encontre o serviço público, precedido ou não da execução de obra pública, objeto de
concessão ou permissão;

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Direito Administrativo – Serviços Públicos – Profª Tatiana Marcello

II – concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente,
mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de
empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo
determinado;
IV – permissão de serviço público: a delegação, a título precário, mediante licitação, da
prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que
demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco.

Poder  
   
concedente  
   
(U,  E,  DF  e  M)  

-­‐  Concessionárias  
-­‐  Permissionárias  

CONCESSÃO PERMISSÃO
Delegação de serviços público. Delegação de serviços público.
Poder Público transfere a execução. Poder Público transfere a execução.
Prestação por conta e risco da concessionária, Prestação por conta e risco da concessionária,
sob fiscalização do poder concedente. sob fiscalização do poder concedente.
Sempre precedida de licitação, na modalidade Sempre precedida de licitação, mas a lei não
concorrência. define a modalidade.
Natureza contratual, mas a lei define que será
Natureza contratual.
contrato de adesão.
Prazo determinado, podendo haver prorrogação,
Prazo determinado, podendo haver prorrogação.
mas a lei não diz expressamente.
Celebração com PJ ou consórcios de empresas. Celebração com PF ou PJ.
Delegação a título precário. Revogável unilateral-
Não há precariedade. Não é cabível revogação.
mente pelo poder concedente.

Autorização de serviços públicos

•• O art. 175 da CF trata de concessão e permissão; mas não de autorização.


•• A Lei 8.987/95 também não trata de autorização.
•• Mas, o art. 21 da CF prevê que compete à União:

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XII – explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão:
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens;
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de
água, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos;
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária;
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras
nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou Território;
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros;
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;
•• A delegação através e autorização é feita por ato administrativo (não há licitação).
•• Obs.: não confundir autorização (instrumento de delegação) com a autorização (poder de
polícia) que é dada pelo Poder Público como condição para prática de alguma atividade
privada (ex.: autorização para abrir uma escola privada).
•• Autorização (instrumento de delegação) é ato pelo qual se delega a terceiro uma atividade
de titularidade exclusiva do Poder público.
•• A autorização é precária (sujeita a modificação ou revogação discricionária) e, em regra, é
outorgada sem prazo determinado.
•• Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo definem “autorização de serviço público como o
ato administrativo discricionário mediante o qual é delegada a um particular, em caráter
precário, a prestação de serviço público que não exija elevado grau de especialização
técnica, nem vultuoso aporte de capital. É modalidade de delegação que não exige
licitação, e sua utilização é adequada, regra geral, em casos de emergência, ou em situações
transitórias ou especiais, ou, ainda, quando o serviço seja prestado a usuários restritos, em
benefício exclusivo ou principal do próprio particular autorizado”.

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Legislação Específica

Professor André Vieira

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Direito Público

LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE

Preâmbulo tos pelo sufrágio universal e pelo voto dire-


to e secreto, com igual valor para todos, na
forma da legislação federal, e por represen-
Nós, representantes do povo de Belo Horizon- tantes indicados pela comunidade, nos ter-
te, investidos pela Constituição da República mos desta Lei Orgânica.
na atribuição de elaborar a lei basilar da ordem
municipal autônoma e democrática, que, fun- § 2º O exercício direto do poder pelo povo
dada no império de justiça social e na participa- no Município se dá, na forma desta Lei Or-
ção direta da sociedade civil, instrumentalize a gânica, mediante:
descentralização e a desconcentração do poder
político, como forma de assegurar ao cidadão o I – plebiscito;
controle do seu exercício, o acesso de todos à ci- II – referendo;
dadania plena e a convivência em uma socieda-
de fraterna, pluralista e sem preconceitos, pro- III – iniciativa popular no processo legislati-
mulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte vo;
Lei Orgânica: IV – participação na administração pública;
V – ação fiscalizadora sobre a administração
TÍTULO I pública.
Disposições Preliminares § 3º A participação na administração pú-
blica e a fiscalização sobre esta se dão por
Art. 1º O Município de Belo Horizonte integra,
meio de instâncias populares, com estatu-
com autonomia político-administrativa, a Repú-
tos próprios, aprovados pela Câmara Muni-
blica Federativa do Brasil e o Estado de Minas
cipal.
Gerais.
Art. 3º São objetivos prioritários do Município,
Parágrafo único. O Município se organiza e
além daqueles previstos no art. 166 da Consti-
se rege por esta Lei Orgânica e demais leis
tuição do Estado:
que adotar, observados os princípios consti-
tucionais da República e do Estado. I – garantir a efetividade dos direitos públi-
cos subjetivos;
Art. 2º Todo o poder do Município emana do
povo, que o exerce por meio de seus represen- II – assegurar o exercício, pelo cidadão, dos
tantes eleitos, ou diretamente, nos termos da mecanismos de controle da legalidade e da
Constituição da República e desta Lei Orgânica. legitimidade dos atos do Poder Público e da
eficácia dos serviços públicos;
§ 1º O exercício indireto do poder pelo povo
no Município se dá por representantes elei-

www.acasadoconcurseiro.com.br 501
III – preservar os interesses gerais e coleti- mente convocada para o mesmo local, sen-
vos; do apenas exigido prévio aviso à autoridade
competente, que, no Município, é o Prefeito
IV – promover o bem de todos, sem distin- ou aquele a quem ele delegar a atribuição.
ção de origem, raça, sexo, cor, credo religio-
so, idade, ou quaisquer outras formas de § 3º Nos processos administrativos, qual-
discriminação; quer que seja o objeto e o procedimento,
observar-se-ão, entre outros requisitos de
V – proporcionar aos seus habitantes con- validade, a publicidade, o contraditório,
dições de vida compatíveis com a dignidade a defesa ampla e o despacho ou a decisão
humana, a justiça social e o bem comum; motivados.
VI – priorizar o atendimento das deman- § 4º Todos têm o direito de requerer e obter
das da sociedade civil de educação, saúde, informação sobre projeto do Poder Público,
transporte, moradia, abastecimento, lazer e ressalvada aquela cujo sigilo seja, tempora-
assistência social; riamente, imprescindível à segurança da so-
VII – preservar a sua identidade, adequan- ciedade e do Município, nos termos da lei,
do as exigências do desenvolvimento à pre- que fixará também o prazo em que deva ser
servação de sua memória, tradição e pecu- prestada a informação.
liaridades; § 5º Independe de pagamento de taxa ou
VIII – valorizar e desenvolver a sua vocação emolumentos, ou de garantia de instância,
de centro aglutinador e irradiador da cultu- o exercício do direito de petição ou repre-
ra brasileira. sentação, bem como a obtenção de certi-
dão, devendo o Poder Público fornecê-la
Parágrafo único. O Município concorrerá, no prazo máximo de trinta dias, para defesa
nos limites de sua competência, para a con- de direitos ou esclarecimentos de interesse
secução dos objetivos fundamentais da Re- pessoal ou coletivo.
pública e prioritários do Estado.
§ 6º É direito de qualquer cidadão e entida-
de legalmente constituída denunciar às au-
TÍTULO II toridades competentes a prática, por órgão
ou entidade pública ou por delegatário de
Dos Direitos e Garantias serviço público, de atos lesivos aos direitos
Fundamentais dos usuários, incumbindo ao Poder Público
apurar sua veracidade e aplicar as sanções
Art. 4º O Município assegura, no seu território cabíveis, sob pena de responsabilização.
e nos limites de sua competência, os direitos e
garantias fundamentais que a Constituição da § 7º Será punido, nos termos da lei, o agen-
República confere aos brasileiros e aos estran- te público que, no exercício de suas atribui-
geiros residentes no País. ções e independentemente da função que
exerça, violar direito previsto nas Constitui-
§ 1º Nenhuma pessoa será discriminada, ou ções da República e do Estado e nesta Lei
de qualquer forma prejudicada, pelo fato de Orgânica.
litigar com órgão ou entidade municipal, no
âmbito administrativo ou judicial. § 8º Incide na penalidade de destituição
de mandato administrativo ou de cargo ou
§ 2º Todos podem reunir-se pacificamente, função de direção, em órgão ou entidade da
sem armas, em locais abertos ao público, administração pública, o agente público que
independentemente de autorização, desde deixar injustificadamente de sanar, dentro
que não frustrem outra reunião anterior- de sessenta dias da data do requerimento

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do interessado, omissão que inviabilize o II – legislar sobre assuntos de interesse local


exercício de direito previsto nas Constitui- e suplementar as legislações federal e esta-
ções da República ou do Estado ou nesta Lei dual no que couber;
Orgânica.
III – eleger o Prefeito, o Vice-Prefeito e os
§ 9º O Poder Público coibirá todo e qual- Vereadores;
quer ato discriminatório, nos limites de sua
competência, dispondo, na forma da lei, so- IV – organizar o seu governo e administra-
bre a punição dos agentes públicos e dos es- ção.
tabelecimentos privados que pratiquem tais Art. 8º São símbolos do Município a bandeira, o
atos. hino e o brasão.
Art. 5º Ao Município é vedado: Art. 9º O Distrito de Belo Horizonte é a sede do
I – estabelecer culto religioso ou igreja Município e lhe dá o nome.
subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcio- Art. 10. Depende de lei a criação, organização e
namento ou manter com eles ou com seus supressão de distritos ou subdistritos, observa-
representantes relações de dependência ou da, quanto àqueles, a legislação estadual.
de aliança, ressalvada, na forma da lei, a co-
laboração de interesse público;
II – recusar fé a documento público;
CAPÍTULO II
III – criar distinção entre brasileiros ou pre- DA COMPETÊNCIA DO MUNICÍPIO
ferência de uma em relação às demais uni-
dades da federação. Art. 11. Compete ao Município prover a tudo
quanto respeite ao seu interesse local.
Art. 12. Compete ao Município, entre outras
TÍTULO III atribuições:
Da Organização do Município I – manter relações com a União, os Estados
Federados, o Distrito Federal e os demais
Municípios;
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS II – organizar, regulamentar e executar seus
serviços administrativos;
Art. 6º São Poderes do Município, independen-
III – firmar acordo, convênio, ajuste e instru-
tes e harmônicos entre si, o Legislativo e o Exe-
mento congênere;
cutivo.
IV – difundir a seguridade social, a educa-
Parágrafo único. Salvo as exceções previs-
ção, a cultura, o desporto, a ciência e a tec-
tas nesta Lei Orgânica, é vedado a qualquer
nologia;
dos Poderes delegar atribuição e, a quem
for investido na função de um deles, exercer V – proteger o meio ambiente;
a de outro.
VI – instituir e arrecadar os tributos de sua
Art. 7º O Município exerce sua autonomia, es- competência e aplicar as suas receitas, sem
pecialmente, ao: prejuízo da obrigatoriedade de prestar con-
tas e publicar balancetes trimestralmente;
I – elaborar e promulgar a Lei Orgânica;

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VII – organizar e prestar, diretamente ou XVII – participar, autorizado por lei, da cria-
mediante delegação, os serviços públicos ção de entidade intermunicipal para a reali-
de interesse local, incluído o de transporte zação de obra, o exercício de atividade ou a
coletivo, que tem caráter essencial; execução de serviço específico de interesse
comum;
VIII – fixar os preços dos bens e serviços pú-
blicos; XVIII – fiscalizar a produção, a conservação,
o comércio e o transporte de gênero ali-
IX – promover adequado ordenamento ter- mentício e produto farmacêutico destina-
ritorial, mediante planejamento e controle dos ao abastecimento público, bem como
do parcelamento, da ocupação e do uso do de substância potencialmente nociva ao
solo urbano; meio ambiente, à saúde e ao bem-estar da
X – administrar seus bens, adquiri-los e alie- população;
ná-los, aceitar doações, legados e heranças, XIX – licenciar a construção de qualquer
e dispor sobre sua aplicação; obra;
XI – desapropriar bens, por necessidade ou XX – licenciar estabelecimento industrial,
utilidade pública, ou por interesse social, comercial, prestador de serviços similares e
nos casos previstos em lei; cassar o alvará de licença dos que se torna-
XII – estabelecer servidões administrativas rem danosos ao meio ambiente, à saúde ou
necessárias à realização de seus serviços, ao bem-estar da população;
inclusive os prestados mediante delegação, XXI – fixar o horário de funcionamento de
e, em caso de iminente perigo ou calamida- estabelecimentos referidos no inciso ante-
de pública, ocupar e usar de propriedade rior;
particular, bens e serviços, assegurada inde-
nização ulterior, se houver dano; XXII – regulamentar e fiscalizar o comércio
ambulante, inclusive o de papéis e de ou-
XIII – estabelecer o regime jurídico único de tros resíduos recicláveis;
seus servidores e os respectivos planos de
carreira; XXIII – interditar edificações em ruínas ou
em condições de insalubridade e as que
XIV – constituir guarda municipal destinada apresentem as irregularidades previstas na
à proteção de seus bens, serviços e instala- legislação específica, bem como fazer de-
ções, nos termos da Constituição da Repú- molir construções que ameacem a seguran-
blica; ça individual ou coletiva;
XV – associar-se a outros municípios do XXIV – regulamentar e fiscalizar a instalação
mesmo complexo geoeconômico e social, e o funcionamento de aparelho de trans-
mediante convênio previamente aprovado porte;
pela Câmara, para a gestão, sob planeja-
mento, de funções públicas ou serviços de XXV – licenciar e fiscalizar, nos locais sujei-
interesse comum, de forma permanente ou tos ao seu poder de polícia, a fixação de car-
transitória; tazes, anúncios e quaisquer outros meios
de publicidade e propaganda;
XVI – cooperar com a União e o Estado, nos
termos de convênio ou consórcio previa- XXVI – regulamentar e fiscalizar, na área de
mente aprovados pela Câmara, na execução sua competência, os espetáculos e os diver-
de serviços e obras de interesse para o de- timentos públicos;
senvolvimento local;

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XXVII – estabelecer e impor penalidades CAPÍTULO III


por infrações a suas leis e regulamentos. DO DOMÍNIO PÚBLICO
Art. 13. É competência do Município, comum à
União e ao Estado: Art. 14. Constituem bens municipais todas as
coisas móveis e imóveis, direitos e ações que, a
I – zelar pela guarda da Constituição, das qualquer título, pertençam ao Município.
leis e das instituições democráticas e con-
servar o patrimônio público;
II – cuidar da saúde e assistência pública, da CAPÍTULO IV
proteção e da garantia das pessoas porta- DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
doras de deficiência;
III – proteger os documentos, as obras e ou- Art. 15. A atividade de administração pública
tros bens de valor histórico, artístico e cul- dos Poderes do Município e a de entidade des-
tural, os monumentos, as paisagens natu- centralizada obedecerão aos princípios de lega-
rais notáveis e os sítios arqueológicos; lidade, impessoalidade, moralidade, publicida-
de e razoabilidade.
IV – impedir a evasão, a destruição e a des-
caracterização de obras de arte e de outros § 1º A moralidade e a razoabilidade dos
bens de valor histórico, artístico ou cultural; atos do Poder Público serão apuradas, para
efeito de controle e invalidação, em face
V – proporcionar os meios de acesso à cul- dos dados objetivos de cada caso.
tura, à educação e à ciência;
§ 2º O agente público motivará o ato admi-
VI – proteger o meio ambiente e combater nistrativo que praticar, explicitando-lhe o
a poluição em qualquer de suas formas; fundamento legal, o fático e a finalidade.
VII – preservar as florestas, a fauna e a flora; Art. 16. A administração pública direta é a que
compete ao órgão de qualquer dos Poderes do
VIII – fomentar a produção agropecuária e Município.
organizar o abastecimento alimentar;
Art. 17. A administração pública indireta é a que
IX – promover programas de construção de compete:
moradias e a melhoria das condições habi-
tacionais e o saneamento básico; I – à autarquia;
X – combater as causas da pobreza e os fa- II – à sociedade de economia mista;
tores de marginalização, promovendo a in-
tegração social dos setores desfavorecidos; III – à empresa pública;

XI – registrar, acompanhar e fiscalizar as IV – à fundação pública;


concessões de direitos de pesquisa e explo- V – às demais entidades de direito privado,
ração de recursos hídricos e minerais em sob o controle direto ou indireto do Muni-
seu território; cípio.
XII – estabelecer e implantar política de Art. 18. A ação administrativa do Poder Exe-
educação para a segurança do trânsito. cutivo será organizada segundo os critérios de
descentralização, regionalização e participação
popular.

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Art. 19. A atividade administrativa, subordinada cunscrição, atribuição, organização e funciona-
ou vinculada ao Prefeito Municipal, se organiza- mento definidos em lei.
rá em sistemas, integrados por:
Parágrafo único. As diretrizes, metas e prio-
I – órgão central de direção e coordenação; ridades da administração municipal serão
definidas, para cada Administração Regio-
II – entidade da administração indireta, se nal, nas leis de que trata o art. 125.
houver;
Art. 22. Funcionará junto a cada Administração
III – unidade administrativa. Regional uma instância, com atribuições de:
§ 1º Secretaria Municipal é o órgão central I – relacionar as carências e reivindicações
de cada sistema administrativo. regionais, nas áreas, entre outras, de saú-
§ 2º Unidade administrativa é a parte de de, educação, habitação, transporte, sane-
órgão central ou de entidade da administra- amento básico, meio ambiente, urbaniza-
ção indireta. ção, cultura, esporte e lazer e nas relativas
à criança, ao adolescente e ao portador de
Art. 20. Funcionará junto a cada sistema admi- deficiência, e hierarquizar as prioridades;
nistrativo uma instância, com atribuições de:
II – participar da elaboração de planos de
I – participar da elaboração de política de obras prioritárias para a região e do levanta-
ação do Poder Público para o setor; mento de seus custos;
II – participar da elaboração de planos e III – analisar e manifestar-se sobre o plano
programas para o setor e do levantamento diretor, o plano plurianual, as diretrizes or-
de seus custos; çamentárias e o orçamento anual;
III – analisar e manifestar-se sobre o plano IV – acompanhar e fiscalizar as ações regio-
diretor, o plano plurianual, as diretrizes or- nais do Poder Público;
çamentárias e o orçamento anual;
V – acompanhar e fiscalizar a aplicação de
IV – acompanhar e fiscalizar a execução de recursos públicos destinados à região;
plano e programas setoriais;
VI – elaborar proposta de solução para pro-
V – acompanhar e fiscalizar a aplicação de blema da região.
recursos públicos destinados ao setor;
Art. 23. As instâncias de que tratam os arts. 20
VI – manifestar-se sobre proposta de altera- e 22 atuarão de forma autônoma e independen-
ção na legislação pertinente à atividade do te do Poder Público, nos termos fixados em lei,
setor. sendo-lhes garantido o livre acesso a documen-
Parágrafo único. Admitir-se-á o funciona- tos e informações de que necessitar.
mento de instâncias junto a sistema admi- § 1º A composição, organização e funcio-
nistrativo ou a órgão ou entidade da admi- namento das instâncias serão definidos em
nistração pública, nos termos do art. 23 e estatutos próprios, registrados em cartório
seus parágrafos, voltados para as áreas de e protocolados no órgão junto ao qual cada
interesse específicos da criança, do adoles- instância atuará.
cente, do idoso, do portador de deficiência,
do negro e da mulher. § 2º A participação nas instâncias não acar-
retará qualquer ônus para o Município.
Art. 21. Administração Regional é a unidade
descentralizada do Poder Executivo, com cir- Art. 23 com redação dada pela Emenda à Lei Or-
gânica nº 11, de 02/01/1996 (Art. 1º)

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Art. 24. O Poder Público garantirá a participação § 1º É vedado ao Município subvencionar


da sociedade civil na elaboração do plano dire- ou auxiliar, com recursos públicos e por
tor, do plano plurianual, das diretrizes orçamen- qualquer meio de comunicação, propagan-
tárias e do orçamento anual. da político-partidária ou com finalidade es-
tranha à administração pública.
Art. 25. Depende de lei, em cada caso:
§ 2º Os Poderes do Município, incluídos os
I – a instituição e a extinção de autarquia e órgãos que os compõem, publicarão trimes-
fundação pública; tralmente, o montante das despesas com
II – a autorização para instituir e extinguir publicidade que, no período, tiverem sido
sociedade de economia mista e empresa contratadas ou pagas a cada agência publi-
pública e para alienar ações que garantam, citária ou veículo de comunicação.
nessas entidades, o controle pelo Municí- Art. 29. A lei definirá os atos decisórios de rele-
pio; vância que deverão ser publicados para produ-
III – a criação de subsidiária das entidades zir efeitos.
mencionadas nos incisos anteriores e sua Art. 30. Para registro dos atos e fatos adminis-
participação em empresa privada. trativos, o Município terá livros, fichas ou outro
§ 1º Ao Município somente é permitido ins- sistema, convenientemente autenticados, que
tituir ou manter fundação com a natureza forem necessários aos seus serviços.
jurídica de direito público. Parágrafo único. O Município terá um livro
§ 2º É vedada a delegação de poderes ao especial para o registro de suas leis.
Executivo para a criação, extinção ou trans- Art. 31. Cabe ao Prefeito a administração dos
formação de entidade de sua administração bens municipais, respeitada a competência da
indireta. Câmara quanto àqueles utilizados em seus ser-
Art. 26. Para o procedimento de licitação, obri- viços.
gatório para contratação de obra, serviço, com- Art. 32. A aquisição de bem imóvel, por meio de
pra, alienação e concessão, o Município obser- compra, permuta ou doação com encargo, de-
vará as normas gerais expedidas pela União. pende de autorização legislativa e, nos dois pri-
Art. 27 As pessoas jurídicas de direito público meiros casos, também de prévia avaliação.
e as de direito privado prestadoras de serviços Art. 32 com redação dada pela Emenda à Lei Or-
públicos responderão pelos danos que seus gânica nº 11, de 02/01/1996 (Art. 3º)
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
sendo obrigatória a regressão, no prazo estabe- Art. 33. A alienação de bem imóvel público edi-
lecido em lei, contra o responsável, nos casos de ficado depende de avaliação prévia, licitação e
dolo ou culpa. autorização legislativa.
Art. 28 A publicidade de ato, programa, proje- Parágrafo único. A alienação aos proprietá-
to, obra, serviço e campanha de órgão público, rios de imóveis lindeiros de áreas urbanas
por qualquer veículo de comunicação, somente remanescentes, resultantes de obras pú-
pode ter caráter informativo, educativo ou de blicas, e inaproveitáveis para edificação ou
orientação social, e dela não constarão nome, outra destinação de interesse público, bem
cor ou imagem que caracterizem a promoção como de áreas resultantes de modificação
pessoal de autoridade, servidor público ou par- de alinhamento, dependerá de prévia ava-
tido político. liação e autorização legislativa.

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Art. 34. A alienação de bem imóvel público não § 3º O disposto no inciso III do parágrafo an-
edificado depende de interesse público, avalia- terior depende de prévia autorização legis-
ção prévia, autorização legislativa e licitação, lativa.
observadas, quanto a esta, as exceções previs-
tas em lei. § 4º Nos casos em que for dispensada a Au-
torização legislativa, o Executivo encami-
§ 1º São inalienáveis os bens imóveis públi- nhará à Câmara relatório explicando a alie-
cos, edificados ou não, utilizados pela po- nação feita, particularmente sobre o preço,
pulação em atividades de lazer, esporte e se for o caso, e os critérios de escolha do
cultura, os quais somente poderão ser utili- adquirente.
zados para outros fins se o interesse público
o justificar e mediante autorização legislati- Art. 38. O uso especial de bem patrimonial do
va. Município por terceiro será objeto, na forma da
lei, de:
§ 2º A autorização legislativa mencionada
neste artigo e no art. 33 é sempre prévia e I – concessão, mediante contrato de direito
depende do voto da maioria dos membros público, remunerada ou gratuita, ou a título
da Câmara. de direito real resolúvel;

Art. 35. O Município, preferencialmente à ven- II – permissão;


da ou doação de seus imóveis, outorgará con- III – cessão;
cessão de direito real de uso.
IV – autorização.
Parágrafo único. O título de domínio e o de
concessão do direito real de uso serão con- § 1º O uso especial de bem patrimonial por
feridos ao homem ou à mulher, ou a ambos, terceiro será sempre a título precário, con-
independentemente do estado civil, nos dicionado ao atendimento de condições
termos e condições previstos em lei. previamente estabelecidas e submetido
à aprovação de comissão a ser criada pelo
Art. 36. Os bens imóveis públicos de interesse Executivo.
histórico, artístico ou cultural somente podem
ser utilizados por terceiros para finalidades cul- § 2º O uso especial de bem patrimonial será
turais. remunerado e dependerá de licitação quan-
do destinado a finalidade econômica.
Art. 37. A alienação de bem móvel é feita me-
diante procedimento licitatório e depende de § 3º O uso especial de bem patrimonial po-
avaliação prévia. derá ser gratuito quando se destinar a ou-
tras entidades de direito público, entidades
§ 1º Para os fins do artigo, o órgão compe- assistenciais, religiosas, educacionais, es-
tente expedirá laudo técnico que comprove portivas, desde que verificado relevante in-
a obsolescência ou exaustão, em razão de teresse público.
uso, do bem.
Art. 39. Os bens do patrimônio municipal de-
§ 2º É dispensável o procedimento licitató- vem ser cadastrados, zelados e tecnicamente
rio nas hipóteses de: identificados, especialmente as edificações de
I – doação, admitida exclusivamente para interesse administrativo, as terras públicas e a
fins de interesse social; documentação dos serviços públicos.

II – permuta; § 1º O cadastramento e a identificação téc-


nica dos imóveis do Município, de que trata
III – venda de ações em bolsa. o artigo, devem ser anualmente atualiza-

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dos, garantido o acesso às informações ne- II – nas sociedades de economia mista, nas
les contidas. empresas públicas e nas demais entidades
de direito privado sob o controle direto ou
§ 2º Os imóveis não-edificados deverão ser indireto do Município, por empregado pú-
murados ou cercados e identificados com blico, ocupante de emprego público ou fun-
placas indicativas da propriedade munici- ção de confiança.
pal.
Art. 45. Os cargos, empregos e funções são
Art. 40. É vedado ao Poder Público edificar, des- acessíveis aos brasileiros que preencham os re-
caracterizar ou abrir vias públicas em praças, quisitos estabelecidos em lei.
parques, reservas ecológicas e espaços tomba-
dos do Município, ressalvadas as construções § 1º A investidura em cargo ou emprego
estritamente necessárias à preservação e ao público depende de aprovação prévia em
aperfeiçoamento das mencionadas áreas. concurso público de provas, ou de provas e
títulos, ressalvadas as nomeações para car-
Art. 41. O disposto nos arts. 32 a 40 se aplica às go em comissão declarado em lei de livre
autarquias e às fundações públicas. nomeação e exoneração.
Art. 42. O Prefeito, o Vice-Prefeito, os Verea- § 2º O prazo de validade do concurso públi-
dores, os ocupantes de cargo em comissão ou co é de até dois anos, prorrogável, uma vez,
função de confiança, as pessoas ligadas a qual- por igual período.
quer deles por matrimônio ou parentesco, afim
ou consangüíneo, até o segundo grau, ou por § 3º Durante o prazo improrrogável previs-
adoção, e os servidores e empregados públicos to no edital de convocação, o aprovado em
municipais não poderão firmar contrato com o concurso público será convocado, observa-
Município, subsistindo a proibição até seis me- da a ordem de classificação, com prioridade
ses após findas as respectivas funções. sobre novos concursados, para assumir o
cargo ou emprego na carreira.
Art. 43. É vedada a contratação de empresas,
inclusive as locadoras de mão-de-obra, para a § 4º A inobservância do disposto nos pará-
execução de tarefas próprias e permanentes de grafos anteriores implica nulidade do ato e
órgãos e entidades da administração pública, punição da autoridade responsável, nos ter-
salvo as situações de emergência, bem como as mos da lei.
atividades sazonais ou para as quais a manuten-
ção de pessoal técnico e operacional e de equi- § 5º Ao servidor público municipal são ga-
pamentos e instalações seja inconveniente ao rantidos, nos concursos públicos, cinco por
interesse público, nos termos da lei. cento da pontuação total dos títulos, por
ano de serviço prestado, mediante subordi-
nação, à administração pública do Municí-
pio, até o máximo de trinta por cento.
CAPÍTULO V Art. 46. A lei estabelecerá os casos de contra-
DOS SERVIDORES PÚBLICOS tação por tempo determinado, para atender a
necessidade temporária de excepcional interes-
Art. 44. A atividade administrativa permanente se público.
é exercida:
§ 1º O disposto no artigo não se aplica a
I – em qualquer dos Poderes do Município, funções de magistério.
nas autarquias e nas fundações públicas,
por servidor público, ocupante de cargo pú- § 2º É vedado o desvio de função de pessoa
blico, em caráter efetivo ou em comissão, contratada na forma autorizada no artigo,
ou de função pública; bem como sua recontratação, sob pena de

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nulidade do contrato e responsabilização § 5º Os vencimentos do servidor público
administrativa e civil da autoridade contra- são irredutíveis, e a remuneração observa-
tante. rá o disposto nos §§ 1º e 2º deste artigo e
os preceitos estabelecidos nos arts. 150, II,
Art. 47. Serão exercidos por servidores ou em- 153, III, e 153, § 2º, I, da Constituição da Re-
pregados públicos municipais os cargos em co- pública.
missão e as funções de confiança da adminis-
tração direta, inferiores, no Poder Executivo, ao § 6º Serão corrigidos mensalmente, de
terceiro nível hierárquico da estrutura organiza- acordo com os índices oficiais aplicáveis, os
cional e, no Poder Legislativo, ao primeiro nível. vencimentos, vantagens ou qualquer parce-
la remuneratória pagos com atraso ao servi-
Parágrafo único. Excetuam-se do disposto dor público.
no artigo os cargos e funções de assessoria,
apoio e execução estabelecidos em lei. § 7º É assegurado aos servidores públicos e
às suas entidades representativas o direito
Art. 48. Na administração indireta, os cargos ou de reunião nos locais de trabalho, após pré-
empregos de provimento em comissão e as fun- via comunicação à chefia imediata, e desde
ções de confiança, inferiores ao primeiro nível que o atendimento externo ao público, se
hierárquico da estrutura organizacional, e meta- houver, não sofra interrupção.
de dos cargos e funções da administração supe-
rior serão exercidos por servidores ou emprega- Art. 49-A. Fica proibida a nomeação ou a desig-
dos de carreira da respectiva entidade. nação para cargos ou empregos de direção, che-
fia e assessoramento, na administração direta e
Art. 49. A revisão geral da remuneração do indireta do Município, de pessoa declarada ine-
servidor público, sob um índice único, far-se- legível em razão de condenação pela prática de
-á sempre no mês que a lei fixar, sendo, ainda, ato ilícito, nos termos da legislação federal.
assegurada a preservação mensal de seu poder
aquisitivo, desde que respeitados os limites a § 1º Incorrem na mesma proibição de que
que se refere a Constituição da República. trata este artigo os detentores de mandato
eletivo declarados inelegíveis por renuncia-
§ 1º A lei fixará o limite máximo e a relação rem a seus mandatos desde o oferecimento
entre a maior e a menor remuneração dos de representação ou petição capaz de auto-
servidores públicos, a qual não poderá ex- rizar a abertura de processo por infringên-
ceder a percebida, em espécie, a qualquer cia a dispositivo da Constituição Federal, da
título, pelo Prefeito. Constituição Estadual ou da Lei Orgânica do
§ 2º Os vencimentos dos cargos do Poder Município ou do Distrito Federal.
Legislativo não podem ser superiores aos § 2º Fica o servidor nomeado ou designado
percebidos no Poder Executivo. obrigado a apresentar, antes da posse, de-
§ 3º É vedada a vinculação ou equiparação claração de que não se encontra na situação
de vencimentos para efeito de remunera- de vedação de que trata este artigo. (NR)
ção de pessoal do serviço público, ressalva- Art. 49-B. Não poderão prestar serviço a órgãos
do o disposto nesta Lei Orgânica. e entidades do Município os trabalhadores das
§ 4º Os acréscimos pecuniários percebidos empresas contratadas declarados inelegíveis
por servidor público não serão computados em resultado de decisão transitada em julgado
nem acumulados, para o fim de concessão ou proferida por órgão colegiado relativa a, pelo
de acréscimo ulterior, sob o mesmo título menos, uma das seguintes situações:
ou idêntico fundamento. I – representação contra sua pessoa julgada
procedente pela Justiça Eleitoral em proces-

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so de abuso do poder econômico ou políti- serão determinados como se no exercício


co; estivesse.
II – condenação por crimes contra a econo- Art. 52. A lei reservará percentual dos cargos e
mia popular, a fé pública, a administração empregos públicos para pessoas portadoras de
pública ou o patrimônio público. deficiência e para ex-presidiários recém-coloca-
dos em liberdade e definirá os critérios de sua
Parágrafo único. Ficam as empresas a que admissão.
se refere o caput deste artigo obrigadas a
apresentar ao contratante, antes do início Art. 53. Os atos de improbidade administrati-
da execução do contrato, declaração de que va importam suspensão dos direitos políticos,
os trabalhadores que prestarão serviço ao perda de função pública, indisponibilidade dos
Município não incorrem nas proibições de bens e ressarcimento ao erário, na forma e na
que trata este artigo. (NR) gradação estabelecidas em lei, sem prejuízo da
ação penal cabível.
Art. 50. É vedada a acumulação remunerada de
cargos públicos, permitida, no entanto, se hou- Art. 54. É vedado ao servidor público desem-
ver compatibilidade de horários: penhar atividades que não sejam próprias do
cargo de que for titular, exceto quando ocupar
I – a de dois cargos de professor; cargo em comissão ou desempenhar função de
II – a de um cargo de professor com outro confiança.
técnico ou científico; Art. 55. Os servidores dos órgãos da adminis-
III – a de dois cargos privativos de médico. tração direta, das autarquias e das fundações
públicas sujeitar-se-ão a regime jurídico único
Parágrafo único. A proibição de acumular e a planos de carreira a serem instituídos pelo
se estende a empregos e funções e abrange Município.
autarquias, empresas públicas, sociedades
de economia mista e fundações públicas. § 1º A política de pessoal obedecerá às se-
guintes diretrizes:
Art. 51. Ao servidor público municipal em exer-
cício de mandato eletivo se aplicam as seguintes I – valorização e dignificação da função pú-
disposições: blica e do servidor público;

I – tratando-se de mandato eletivo federal II – profissionalização e aperfeiçoamento do


ou estadual, ficará afastado do cargo, em- servidor público;
prego ou função; III – constituição de quadro dirigente, me-
II – investido no mandato de Prefeito ou de diante formação e aperfeiçoamento de ad-
Vereador, será afastado do cargo, emprego ministradores públicos;
ou função, sendo-lhe facultado optar por IV – sistema de mérito objetivamente apu-
sua remuneração; rado para ingresso no serviço e desenvolvi-
III – em qualquer caso que exija o afasta- mento na carreira;
mento para o exercício de mandato eletivo, V – remuneração compatível com a com-
seu tempo de serviço será contado para to- plexidade e a responsabilidade das tarefas
dos os efeitos legais, exceto para a promo- e com a escolaridade exigida para o seu de-
ção por merecimento; sempenho.
IV – para o efeito de benefício previdenci- § 2º Ao servidor público que, por acidente
ário, no caso de afastamento, os valores ou doença, se tornar inapto para exercer as
atribuições específicas de seu cargo, serão

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assegurados os direitos e vantagens a ele § 1º declarado inconstitucional pelo Tribu-
inerentes, até seu definitivo aproveitamen- nal de Justiça (ADIN nº 159, do Tribunal de
to em outro cargo, de atribuições afins, res- Justiça do Estado de Minas Gerais
peitada a habilitação exigida, ou até a apo-
sentadoria. § 2º Para os fins do inciso II, é assegurado o
cômputo integral do tempo de serviço pú-
§ 3º Para provimento de cargo de natureza blico.
técnica, exigir-se-á a respectiva habilitação
profissional. § 3º Haverá, na administração pública, ser-
viços especializados em segurança e medi-
Art. 56. O Município assegurará ao servidor os cina do trabalho e comissões internas de
direitos previstos no art. 7º, incisos IV, VI, VII, prevenção de acidentes, com atribuições
VIII, IX, XII, XV, XVI, XVII, XIX, XX, XXII, XXIII e XXX definidas em lei.
da Constituição da República e os que, nos ter-
mos da lei, visem à melhoria de sua condição § 4º O servidor público, incluído o das au-
social e à produtividade no serviço público, es- tarquias e fundações, detentor de título
pecialmente: declaratório que lhe assegure direito à con-
tinuidade de percepção da remuneração
I – duração do trabalho normal não-supe- de cargo de provimento em comissão, tem
rior a oito horas diárias e quarenta sema- direito aos vencimentos, às gratificações e
nais, facultada a compensação de horários a todas as demais vantagens inerentes ao
e a redução da jornada nos termos em que cargo em relação ao qual tenha ocorrido o
dispuser a lei; apostilamento, ainda que decorrentes de
transformação ou reclassificação posterio-
II – adicionais por tempo de serviço; res.
III – férias-prêmio, com duração de 6 (seis) Art. 57. A lei assegurará ao servidor público da
meses, adquiridas a cada período de 10 administração direta isonomia de vencimentos
(dez) anos de efetivo exercício na adminis- para cargos de atribuições iguais ou assemelha-
tração pública, admitida a sua conversão dos do mesmo Poder, ou entre servidores dos
em espécie, a título de indenização, por poderes Executivo e Legislativo, ressalvadas as
opção do servidor, ou, para efeito de apo- vantagens de caráter individual e as relativas à
sentadoria, a contagem em dobro das não- natureza ou ao local de trabalho.
-gozadas;
Art. 58. É livre a associação profissional ou sin-
IV – assistência e previdência sociais, exten- dical dos servidores públicos, nos termos da
sivas ao cônjuge ou companheiro e aos de- Constituição da República.
pendentes;
Parágrafo único. É garantida a liberação de
V – atendimento gratuito, em creche e pré- servidor ou empregado público para o exer-
-escola, aos filhos e dependentes, desde o cício de mandato eletivo em diretoria exe-
nascimento até seis anos de idade; cutiva de entidade sindical, sem prejuízo da
VI – licença a gestante, com duração de cen- remuneração e dos demais direitos e vanta-
to e vinte dias e, nos termos da lei, a ado- gens de seu cargo ou emprego, exceto pro-
tante, sem prejuízo da remuneração; moção por merecimento.

VII – auxílio-transporte; Art. 59. É garantido ao servidor público o direito


de greve, a ser exercido nos termos e limites de-
VIII – progressão horizontal e vertical. finidos em lei complementar federal.

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Art. 60. É estável, após dois anos de efetivo IV – ajuda à manutenção dos dependentes
exercício, o servidor público nomeado em virtu- dos beneficiários.
de de concurso público.
§ 2º O plano será custeado com o produ-
§ 1º O servidor público estável só perderá o to da arrecadação de contribuições sociais
cargo em virtude de sentença judicial transi- obrigatórias do servidor público e do agente
tada em julgado ou processo administrativo político, do Poder, do órgão ou da entidade
em que lhe seja assegurada ampla defesa. a que se encontra vinculado, e de outras
fontes de receita definidas em lei.
§ 2º Invalidada por sentença judicial a de-
missão do servidor público estável, será ele § 3º A contribuição mensal do servidor pú-
reintegrado no cargo anteriormente ocu- blico e do agente político será diferenciada
pado, com ressarcimento de todas as van- em razão da remuneração, na forma da lei,
tagens, sendo o eventual ocupante da vaga e não será superior a um terço do valor atu-
reconduzido ao cargo de origem, sem direi- arialmente exigível.
to a indenização, aproveitado em outro car-
go ou posto em disponibilidade. § 4º Os benefícios do plano serão concedi-
dos nos termos e nas condições estabeleci-
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua des- dos em lei e compreendem:
necessidade, o servidor público estável fica-
rá em disponibilidade remunerada, até seu I – quanto ao servidor público e agente po-
adequado aproveitamento em outro cargo lítico:
de atribuições e vencimentos compatíveis a) aposentadoria;
com o anteriormente ocupado, respeitada a
habilitação exigida. b) auxílio-natalidade;

Art. 61. A administração fazendária e seus ser- c) salário-família diferenciado;


vidores fiscais terão, dentro de suas áreas de
d) licença para tratamento de saúde;
competência e jurisdição, precedência sobre os
demais setores administrativos municipais, na e) licença-maternidade,
forma da lei. licença-paternidade e licença-adoção;
Art. 62. O Município manterá plano de previ- f) licença por acidente em serviço;
dência e assistência sociais para o agente po-
lítico e o servidor público submetido a regime II – quanto ao dependente:
próprio e para a sua família. a) pensão por morte;
§ 1º O plano de previdência e assistência b) auxílio-reclusão;
sociais visa a dar cobertura aos riscos a que
estão sujeitos os beneficiários mencionados c) auxílio-funeral;
no artigo e atenderá, nos termos da lei, a:
d) pecúlio.
I – cobertura dos eventos de doença, inva-
§ 5º Nos casos previstos nas alíneas “d”,
lidez, velhice, acidente em serviço, faleci-
“e” e “f” do inciso I do parágrafo anterior,
mento e reclusão;
o servidor perceberá remuneração integral,
II – proteção à maternidade, à adoção e à como se em exercício estivesse.
paternidade;
§ 6º Incumbe ao Tesouro Municipal o cus-
III – assistência à saúde; teio e pagamento dos benefícios referidos
nas alíneas “a”, “d”, “e” e “f” do inciso I do
§ 4º.

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§ 7º O Poder, o órgão ou a entidade a que se § 4º Os proventos da aposentadoria e as
vincule o servidor público ou o agente polí- pensões por morte, nunca inferiores ao
tico terá, após os descontos, o prazo de dez salário mínimo, serão revistos, na mesma
dias para recolher as respectivas contribui- proporção e na mesma data, sempre que
ções sociais, sob pena de responsabilização se modificar a remuneração do servidor em
do seu preposto e pagamento dos acrésci- atividade.
mos definidos em lei.
§ 5º Serão estendidos ao inativo os bene-
Art. 63. O servidor público será aposentado: fícios ou vantagens posteriormente con-
cedidos ao servidor em atividade, mesmo
I – por invalidez permanente, com proven- quando decorrentes de transformação ou
tos integrais, quando decorrente de aci- reclassificação do cargo ou da função em
dente em serviço, moléstia profissional ou que se tiver dado a aposentadoria.
doença grave, contagiosa ou incurável, es-
pecificadas em lei, e proporcionais nos de- § 6º O benefício da pensão por morte cor-
mais casos; responderá à totalidade dos vencimentos
ou proventos do servidor falecido, até o li-
II – compulsoriamente, aos setenta anos mite estabelecido em lei, observado o dis-
de idade, com proventos proporcionais ao posto nos §§ 4º e 5º.
tempo de serviço;
§ 7º A pensão de que trata o parágrafo ante-
III – voluntariamente: rior será devida ao cônjuge ou companheiro
a) aos trinta e cinco anos de serviço, se ho- e aos demais dependentes, na forma da lei.
mem, e aos trinta, se mulher, com proven- § 8º É assegurado ao servidor afastar-se da
tos integrais; atividade a partir da data do requerimento
b) aos trinta anos de efetivo exercício em de aposentadoria, e sua não-concessão im-
funções de magistério, se professor, e aos portará a reposição do período de afasta-
vinte e cinco, se professora, com proventos mento.
integrais; § 9º Para efeito de aposentadoria, é asse-
c) aos trinta anos de exercício, se homem, e gurada a contagem recíproca do tempo de
aos vinte e cinco, se mulher, com proventos contribuição na administração pública e na
proporcionais a esse tempo; atividade privada, rural e urbana, hipótese
em que os diversos sistemas de previdência
d) aos sessenta e cinco anos de idade, se social se compensarão financeiramente, se-
homem, e aos sessenta, se mulher, com gundo critérios estabelecidos em lei federal.
proventos proporcionais ao tempo de ser-
viço. § 10. Nenhum benefício ou serviço da pre-
vidência social poderá ser criado, majorado
§ 1º As exceções ao disposto no inciso III, ou estendido sem a correspondente fonte
alíneas “a” e “c”, no caso de exercício de ati- de custeio total.
vidades consideradas penosas, insalubres
ou perigosas, serão as estabelecidas em le- Art. 64. O servidor público que retornar à ati-
gislação federal. vidade após a cessação dos motivos que causa-
ram sua aposentadoria por invalidez terá direi-
§ 2º A lei disporá sobre a aposentadoria em to, para todos os fins, salvo para o de promoção,
cargo, função ou emprego temporários. à contagem do tempo relativo ao período de
§ 3º O tempo de serviço público será com- afastamento.
putado integralmente para os efeitos de
aposentadoria e disponibilidade.

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Art. 65. Incumbe a entidade da administração I – sejam executados em desconformidade


indireta gerir, com exclusividade, o sistema de com o ato ou contrato, ou se revelem insu-
previdência e assistência sociais dos servidores ficientes para o atendimento dos usuários;
públicos e agentes políticos.
II – haja ocorrência de paralisação unilateral
§ 1º Os cargos de direção da entidade se- dos serviços por parte dos delegatários;
rão ocupados por servidores municipais de
carreira dela contribuintes, ativos e aposen- III – seja estabelecida a prestação direta do
tados, observada a habilitação profissional serviço pelo Município.
exigida quando se tratar de diretoria técni- § 2º A retomada será feita sem indenização
ca. nos casos previstos nos incisos I e II do pará-
§ 2º Um terço dos cargos de direção da enti- grafo anterior, bem como, salvo disposição
dade será provido por servidor efetivo, elei- em contrário do contrato, ao término deste.
to pelos filiados ativos e aposentados, para § 3º A permissão de serviço público, sem-
mandato de dois anos, vedada a recondu- pre a título precário, dar-se-á por decreto,
ção consecutiva. após edital de chamamento de interessa-
§ 3º Homologado o resultado da eleição, o dos para a escolha do melhor pretendente,
Prefeito, nos vinte dias subseqüentes, no- procedendo-se à licitação com estrita ob-
meará o eleito e lhe dará posse. servância das normas gerais da União e da
legislação municipal pertinente.
§ 4º Caso o Prefeito não o nomeie ou em-
posse, no prazo do parágrafo anterior, ficará § 4º A concessão só será feita com autori-
o eleito investido no respectivo cargo. zação legislativa e mediante contrato, ob-
servada a legislação referente à licitação e
contratação.
§ 5º Os delegatórios de serviços públicos
CAPÍTULO VI sujeitar-se-ão à regulamentação específica
DOS SERVIÇOS E OBRAS PÚBLICAS e ao controle tarifário do Município.
Art. 66. No exercício de sua competência para § 6º Em todo ato ou contrato de delegação
organizar e regulamentar os serviços públicos, o de serviço público, o Município se reserva-
Município observará os requisitos de eficiência rá o direito de averiguar a regularidade do
do serviço e conforto e bem-estar dos usuários. cumprimento da legislação trabalhista pelo
delegatório.
Parágrafo único. O Poder Público dará prio-
ridade às obras em andamento, não po- Art. 68. A lei disporá sobre:
dendo iniciar novos projetos com objetivos
I – o regime dos delegatórios de serviços
idênticos sem que seja concluído o projeto
públicos, o caráter especial do contrato e de
em execução.
sua prorrogação, bem como as condições
Art. 67. A lei disporá sobre a organização, o fun- de caducidade, fiscalização e extinção dos
cionamento, a fiscalização e a segurança dos serviços delegados;
serviços públicos de interesse local, prestados
II – os direitos dos usuários;
mediante delegação, incumbindo aos que os
executarem sua permanente atualização e ade- III – a política tarifária;
quação às necessidades dos usuários.
IV – a obrigação de manter serviço adequa-
§ 1º O Município poderá retomar os servi- do;
ços delegados, desde que:

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V – as reclamações relativas à prestação de TÍTULO IV
serviços públicos; Da Organização dos Poderes
VI – o tratamento especial em favor do usu-
ário de baixa renda.
CAPÍTULO I
Parágrafo único. Na fixação das tarifas dos
serviços públicos, ter-se-á em vista a justa
DO PODER LEGISLATIVO
remuneração.
Seção I
Art. 69. A competência do Município para reali- DISPOSIÇÕES GERAIS
zação de obras públicas abrange:
Art. 70. O Poder Legislativo é exercido pela Câ-
I – a construção de edifícios públicos; mara Municipal, composta de representantes
II – a construção de obras e instalações para do povo eleitos em pleito direto, pelo sistema
implantação e prestação de serviços neces- proporcional, para mandato de quatro anos.
sários ou úteis às comunidades; Parágrafo único. O número de vereadores
III – a execução de quaisquer outras obras aumentará em proporção ao crescimento
destinadas a assegurar a funcionalidade e o da população municipal, acrescentando-se
bom aspecto da cidade. um vereador para cada quinhentos mil ha-
bitantes até o limite estabelecido na Consti-
§ 1º A obra pública poderá ser executada tuição da República.
diretamente por órgão ou entidade da ad-
ministração pública e, indiretamente, por Seção II
terceiros, mediante licitação. DA CÂMARA MUNICIPAL
§ 2º A construção de edifícios e obras públi- Art. 71. A Câmara reunir-se-á, em sessão ordi-
cas obedecerá aos princípios de economi- nária, independentemente de convocação, nos
cidade, simplicidade, adequação ao espaço meses de fevereiro a dezembro de cada ano, na
circunvizinho e ao meio ambiente, e se su- forma como dispuser o Regimento Interno.
jeitará às exigências e limitações constantes
do código de obras. Art. 72. No primeiro ano de cada legislatura,
cuja duração coincide com o mandato dos Ve-
§ 3º A Câmara manifestar-se-á sobre a exe- readores, a Câmara reunir-se-á no dia primeiro
cução de obra pública pela União ou pelo de janeiro para dar posse aos Vereadores, ao
Estado, no território do Município, observa- Prefeito e ao Vice-Prefeito e eleger a sua Mesa
da a legislação específica. Diretora para mandato de dois anos, vedada a
recondução para o mesmo cargo na eleição sub-
seqüente.
Parágrafo único. A eleição da Mesa se dará
por chapa, completa ou não, inscrita até a
hora de eleição por qualquer Vereador.
Art. 73. A convocação de sessão extraordinária
da Câmara Municipal far-se-á:
I – pelo Presidente da Câmara, em caso de
intervenção no Município e para compro-
misso e posse do Prefeito e Vice-Prefeito;

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II – pelo Prefeito, pelo Presidente da Câ- posição referente às informações solicita-


mara ou a requerimento de um terço dos das.
membros da Câmara, em caso de urgência
ou interesse público relevante. § 2º Em situações de urgência e interesse
público relevante, o prazo de convocação
Parágrafo único. Na sessão extraordinária, mencionado no artigo poderá ser reduzido
a Câmara somente delibera sobre a matéria a até quarenta e oito horas, mediante re-
objeto da convocação. querimento aprovado por três quintos dos
membros da Câmara, hipótese em que não
Art. 74. A Câmara e suas comissões funcionam se aplicará o disposto no parágrafo anterior.
com a presença, no mínimo, da maioria de seus
membros, e as deliberações são tomadas por § 3º O Secretário pode comparecer à Câma-
maioria de votos dos presentes, salvo os casos ra ou a qualquer de suas comissões, por sua
previstos nesta Lei Orgânica. iniciativa e após entendimento com a Mesa,
para expor assunto de relevância de sua Se-
§ 1º Quando se tratar de matéria relativa cretaria.
a empréstimos, concessões de isenções,
incentivos, benefícios fiscais e gratuidades § 4º A Mesa da Câmara pode, de ofício ou a
nos serviços públicos de competência do requerimento do Plenário, encaminhar, por
Município, além de outras referidas nesta escrito, pedido de informação a secretário,
Lei, as deliberações da Câmara são tomadas a dirigente de entidade da administração
por dois terços de seus membros. indireta e a outras autoridades municipais,
e a recusa, ou o não-atendimento no prazo
§ 2º Quando estiverem sendo apreciadas de trinta dias, ou a prestação de informação
proposições, o Presidente somente votará falsa constituem infração administrativa,
em caso de escrutínio secreto ou se ocorrer sujeita a responsabilização.
empate nas demais modalidades de vota-
ção. Seção III
Art. 75. As reuniões da Câmara são públicas, e DOS VEREADORES
somente nos casos previstos nesta Lei o voto é
secreto. Art. 77. O Vereador é inviolável por suas opini-
ões, palavras e votos proferidos no exercício do
Parágrafo único. É assegurado o uso da mandato e na circunscrição do Município.
palavra por representantes populares na
tribuna da Câmara durante as reuniões, na Art. 78.- É defeso ao Vereador:
forma e nos casos definidos pelo Regimento I – desde a expedição do diploma:
Interno.
a) firmar ou manter contrato com pessoa
Art. 76. A Câmara ou qualquer de suas comis- jurídica de direito público, autarquia, fun-
sões, a requerimento da maioria de seus mem- dação pública, empresa pública, sociedade
bros, pode convocar, com antecedência mínima de economia mista ou empresa delegatária
de dez dias, Secretário Municipal ou dirigente de serviço público municipal, salvo quando
de entidade da administração indireta, para o contrato obedecer a cláusulas uniformes;
prestar, pessoalmente, informações sobre as-
sunto previamente determinado e constante da b) aceitar ou exercer cargo, função ou em-
convocação, sob pena de responsabilização. prego remunerados, inclusive os de que
seja demissível ad nutum, nas entidades in-
§ 1º O convocado, três dias úteis antes de dicadas na alínea anterior;
seu comparecimento, enviará à Câmara ex-
II – desde a posse:

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a) ser proprietário, controlador ou diretor ou de partido político devidamente regis-
de empresa que goze de favor decorrente trado.
de contrato com pessoa jurídica de direito
público, ou nela exercer função remunera- § 3º Nos casos dos incisos IV, V e VII, a per-
da; da será declarada pela Mesa da Câmara, de
ofício ou por provocação de qualquer de
b) ocupar cargo, função ou emprego de que seus membros ou de partido político devi-
seja demissível ad nutum nas entidades in- damente registrado.
dicadas no inciso I, alínea “a”;
§ 4º No caso do inciso VI, a perda será deci-
c) patrocinar causa em que seja interessada dida, se culposo o crime, na forma do § 2º,
qualquer das entidades a que se refere o in- e declarada, se doloso o crime, nos termos
ciso I, alínea “a”; do § 3º.
d) ser titular de mais de um cargo ou man- § 5º O Regimento Interno disporá sobre o
dato público eletivo. processo de julgamento, observado o dis-
posto no art. 4º, § 3º, e, no que couber, no
Art. 79. Perderá o mandato o Vereador: art. 110 e parágrafos.
I – que infringir proibição estabelecida no Art. 80. Não perderá o mandato o Vereador:
artigo anterior;
I – investido em cargo de Ministro da Repú-
II – que se utilizar do mandato para a práti- blica, Secretário de Estado, Secretário do
ca de atos de corrupção ou de improbidade Município, Administrador Regional, chefe
administrativa; de missão diplomática temporária ou diri-
III – que proceder de modo incompatível gente máximo de entidade de administra-
com a dignidade da Câmara ou faltar com o ção indireta na esfera federal, estadual ou
decoro na sua conduta pública; municipal;

IV – que perder ou tiver suspensos seus di- II – investido em outro cargo do setor públi-
reitos políticos; co, na esfera federal ou estadual, considera-
do de importância para o Município, desde
V – quando o decretar a Justiça Eleitoral; que, neste caso, tenha sido autorizado por
VI – que sofrer condenação criminal em três quintos dos membros da Câmara;
sentença transitada em julgado; III – licenciado por motivo de doença ou
VII – que deixar de comparecer, em cada para necessários cuidados físicos, aí incluí-
sessão legislativa, à terça parte das reuniões dos os de maternidade, sendo indispensá-
ordinárias da Câmara, salvo licença ou mis- vel, em todos os casos, a respectiva compro-
são por esta autorizada; vação médica por profissional da Câmara,
sob pena de responsabilização;
VIII – que fixar residência fora do Município.
IV – licenciado para tratar, sem remunera-
§ 1º É incompatível com o decoro parlamen- ção, de interesse particular, desde que, nes-
tar, além dos casos definidos no Regimento te caso, o afastamento não ultrapasse 60
Interno, o abuso de prerrogativa assegura- (sessenta) dias por sessão legislativa.
da ao Vereador.
§ 1º O suplente será convocado nos casos
§ 2º Nos casos dos incisos I, II, III e VIII, a de vaga, de investidura em cargo mencio-
perda de mandato será decidida pela Câ- nado no artigo ou de licença superior a ses-
mara por voto nominal e maioria de seus senta dias.
membros, mediante provocação da Mesa

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§ 2º Se ocorrer vaga e não houver suplente, IV – convocar, além das autoridades a que
far-se-á eleição para preenchê-la, se falta- se refere o art. 76, § 4º, servidor municipal
rem mais de quinze meses para o término para prestar informação sobre assunto ine-
do mandato. rente às suas atribuições, constituindo in-
fração administrativa a recusa ou não-aten-
§ 3º Na hipótese do inciso I, o Vereador po- dimento no prazo de trinta dias;
derá optar pela remuneração do mandato.
V – receber petição, reclamação, represen-
Art. 81. A remuneração do vereador será fixa- tação ou queixa de qualquer pessoa contra
da pela Câmara, em cada legislatura, para ter ato ou omissão de autoridade ou entidade
vigência na subseqüente, por voto da maioria públicas;
de seus membros, observados os limites cons-
titucionais, vedado o pagamento de jetons por VI – solicitar depoimento de qualquer auto-
comparecimento a sessão extraordinária. ridade ou cidadão;
Parágrafo único. Na hipótese de a Câmara VII – apreciar plano de desenvolvimento e
deixar de exercer a competência de que tra- programa de obras do Município;
ta o artigo, ficarão mantidos, na legislatura
subseqüente, os valores de remuneração vi- VIII – acompanhar a implantação dos pla-
gentes em dezembro do último exercício da nos e programas de que trata o inciso an-
legislatura anterior, admitida apenas a atua- terior e exercer a fiscalização dos recursos
lização dos mesmos. municipais neles investidos.
§ 3º As comissões parlamentares de inqué-
Seção IV rito, observada a legislação específica, no
DAS COMISSÕES que couber, terão poderes de investigação
próprios das autoridades judiciais, além de
Art. 82. A Câmara terá comissões permanentes outros previstos no Regimento Interno, e
e temporárias, constituídas na forma do Regi- serão criadas a requerimento de um terço
mento Interno e com as atribuições nele previs- dos membros da Câmara, para apuração de
tas, ou conforme os termos do ato de sua cria- fato determinado e por prazo certo, e suas
ção. conclusões, se for o caso, serão encaminha-
§ 1º Na constituição da Mesa e na de cada das ao Ministério Público, ao Defensor do
comissão é assegurada, tanto quanto pos- Povo ou a outra autoridade competente,
sível, a participação proporcional dos par- para que se promova a responsabilização
tidos políticos ou dos blocos parlamentares civil, criminal ou administrativa do infrator.
representados na Câmara.
Seção V
§ 2º Às comissões, em razão da matéria de DAS ATRIBUIÇÕES DA CÂMARA
sua competência cabe: MUNICIPAL
I – discutir e votar projeto de lei que dispen-
sar, na forma do Regimento Interno, a com- Art. 83. Cabe à Câmara Municipal, com a sanção
petência do Plenário, salvo se houver recur- do Prefeito, não exigida para o estabelecido no
so de um décimo dos membros da Câmara; art. 84, dispor sobre todas as matérias de com-
petência do Município, especificamente:
II – realizar audiência pública com entidade
da sociedade civil; I – plano diretor;

III – realizar audiência pública em regiões II – plano plurianual;


do Município, para subsidiar o processo le- III – diretrizes orçamentárias;
gislativo;

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IV – orçamento anual; IV – dispor sobre criação, transformação
ou extinção de cargo, emprego e função de
V – sistema tributário municipal, arrecada- seus serviços e fixação da respectiva remu-
ção e distribuição de rendas; neração, observados os parâmetros estabe-
VI – dívida pública, abertura e operação de lecidos na lei de diretrizes orçamentárias;
crédito; V – aprovar crédito suplementar ao orça-
VII – delegação de serviços públicos; mento de sua Secretaria, nos termos desta
Lei Orgânica;
VIII – criação, transformação e extinção de
cargo, emprego e função públicos na admi- VI – fixar a remuneração do Vereador, do
nistração direta, autárquica e fundacional, e Prefeito, do Vice-Prefeito e do Secretário
fixação de remuneração, observados os pa- Municipal;
râmetros estabelecidos na lei de diretrizes VII – dar posse ao Prefeito e Vice-Prefeito;
orçamentárias;
VIII – conhecer da renúncia do Prefeito e do
IX – fixação do quadro de empregos das Vice-Prefeito;
empresas públicas, sociedades de econo-
mia mista e demais entidades sob controle IX – conceder licença ao Prefeito para inter-
direto ou indireto do Município; romper o exercício de suas funções;
X – servidor público da administração dire- X – autorizar o Prefeito a ausentar-se do
ta, autárquica e fundacional, seu regime ju- Município e o Vice-Prefeito, do Estado, por
rídico único, provimento de cargos, estabili- mais de dez dias, e ambos, do País, por
dade e aposentadoria; qualquer tempo;
XI – criação, organização e definição de atri- XI – processar e julgar o Prefeito, o Vice-Pre-
buições de órgãos e entidades da adminis- feito e o Secretário Municipal, bem como
tração pública; ocupante de cargo de mesma hierarquia
deste, nas infrações político-administrati-
XII – divisão regional da administração pú- vas;
blica;
XII – destituir do cargo o Prefeito, após
XIII – divisão territorial do Município; condenação por crime comum ou de res-
XIV – bens do domínio público; ponsabilidade ou por infração político-ad-
ministrativa, e o Vice-Prefeito, o Secretário
XV – isenção, remissão e anistia; Municipal e ocupante de cargo de mesma
XVI – transferência temporária da sede do hierarquia deste, após condenação por cri-
Governo Municipal; me comum ou por infração político-admi-
nistrativa;
XVII – matéria decorrente da competência
comum de que trata o art. 13. XIII – proceder à tomada de contas do Pre-
feito não apresentadas dentro de sessenta
Art. 84. Compete privativamente à Câmara Mu- dias da abertura da sessão legislativa;
nicipal:
XIV – julgar, anualmente, as contas presta-
I – eleger a Mesa e constituir as comissões; das pelo Prefeito, e apreciar os relatórios
sobre a execução dos planos de governo;
II – elaborar o Regimento Interno;
XV – eleger, pelo voto de dois terços de seus
III – dispor sobre sua organização, seu fun- membros, após argüição pública, o Defen-
cionamento e sua polícia; sor do Povo;

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XVII – autorizar previamente convênio in- intermunicipais destinados à gestão de fun-


termunicipal para modificação de limites; ção pública, ao exercício de atividade ou à
execução de serviços e obras de interesse
XVIII – solicitar, pela maioria de seus mem- comum;
bros, a intervenção do Estado;
XXIX – aprovar os estatutos das instâncias
XIX – suspender, no todo ou em parte, a previstas nesta Lei Orgânica;
execução de ato normativo municipal decla-
rado, incidentalmente: XXX – mudar, temporária ou definitivamen-
te, a sua sede.
a) inconstitucional, por decisão definitiva
do Tribunal de Justiça do Estado, quando a § 1º Compete também à Câmara manifes-
decisão de inconstitucionalidade for limita- tar-se, por maioria de seus membros, a fa-
da ao texto da Constituição do Estado; vor de proposta de emenda à Constituição
do Estado.
b) infringente desta Lei Orgânica, por deci-
são definitiva do órgão competente do Po- § 3º A representação judicial da Câmara é
der Judiciário; exercida por sua Procuradoria-Geral, à qual
cabe também a consultoria jurídica do Po-
XX – sustar os atos normativos do Poder der Legislativo.
Executivo que exorbitem do poder regula-
mentar; Seção VI
XXI – fiscalizar e controlar os atos do Poder DO PROCESSO LEGISLATIVO
Executivo, incluídos os da administração in-
direta; Art. 85. O processo legislativo compreende a
elaboração de:
XXII – dispor sobre limites e condições para
concessão de garantia do Município em I – Emenda à Lei Orgânica;
operações de crédito; II – lei;
XXIII – autorizar a contratação de emprés- III – resolução;
timo, operação ou acordo externo, de qual-
quer natureza, de interesse do Município, IV – decreto legislativo.
regulando as suas condições e respectiva
Parágrafo único. São também objeto de de-
aplicação, observada a legislação federal;
liberação da Câmara, além de outras propo-
XXIV – zelar pela preservação de sua com- sições previstas no Regimento Interno:
petência legislativa em face da atribuição
I – a autorização;
normativa do Poder Executivo;
II – a indicação;
XXV – aprovar, previamente, a alienação ou
a concessão de bem imóvel público; III – o requerimento;
XXVI – autorizar referendo e convocar ple- IV – a representação.
biscito;
Art. 86. A Lei Orgânica pode ser emendada me-
XXVII – indicar, observada a lei complemen- diante proposta:
tar estadual, os vereadores representantes
do Município na Assembléia Metropolitana; I – de, no mínimo, um terço dos membros
da Câmara;
XXVIII – autorizar a participação do Muni-
cípio em convênio, consórcio ou entidade II – do Prefeito;

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III – de, no mínimo, cinco por cento do elei- b) o parcelamento, a ocupação e o uso do
torado do Município. solo;
§ 1º As regras de iniciativa privativa perti- c) o código tributário;
nentes à legislação ordinária não se aplicam
à competência para a apresentação da pro- II – da maioria dos membros da Câmara:
posta de que trata o artigo. a) o código de obras;
§ 2º A Lei Orgânica não poderá ser emenda- b) o código de posturas;
da na vigência de estado de sítio ou estado
de defesa, nem quando o Município estiver c) o código sanitário;
sob intervenção do Estado.
d) o estatuto dos servidores públicos;
§ 3º A proposta será discutida e votada em
e) a organização da Defensoria do Povo e da
dois turnos, com o interstício mínimo de
Guarda Municipal;
dez dias, e considerada aprovada se obtiver,
em ambos, dois terços dos votos dos mem- f) a organização administrativa;
bros da Câmara.
g) a criação de cargos, funções e empregos
§ 4º Na discussão de proposta popular de públicos.
emenda é assegurada a sua defesa, em co-
missão e no Plenário, por um dos signatá- § 2º Será dada ampla divulgação aos proje-
rios. tos de Lei Orgânica, estatuto e código pre-
vistos no parágrafo anterior ou em outros
§ 5º A Emenda à Lei Orgânica será promul- dispositivos desta Lei, facultado a qualquer
gada pela Mesa da Câmara, com o respecti- cidadão, no prazo de quinze dias da data de
vo número de ordem. sua publicação, apresentar sugestão sobre
qualquer um deles ao Presidente da Câma-
§ 6º O referendo à emenda será realizado,
ra, que a encaminhará à comissão respecti-
se requerido antes da data da promulgação,
va, para apreciação.
por dois terços dos membros da Câmara, ou
por, no mínimo, cinco por cento do eleitora- Art. 88. São matéria de iniciativa privativa, além
do do Município. de outras previstas nesta Lei Orgânica:
§ 7º A matéria constante de proposta de I – da Mesa da Câmara:
emenda rejeitada ou havida por prejudica-
da não pode ser representada na mesma a) o regulamento geral, que disporá sobre
sessão legislativa. a organização da Secretaria da Câmara, seu
funcionamento, sua polícia, criação, trans-
Art. 87 A iniciativa de lei cabe a qualquer mem- formação ou extinção de cargo, emprego e
bro ou comissão da Câmara, ao Prefeito e aos função, regime jurídico de seus servidores e
cidadãos, na forma e nos casos definidos nesta fixação da respectiva remuneração, obser-
Lei Orgânica. vados os parâmetros estabelecidos na lei
de diretrizes orçamentárias e o disposto nos
§ 1º São matéria de lei, dentre outras pre-
arts. 49, §§ 1º e 2º, e 57;
vistas nesta Lei Orgânica, que dependem de
voto favorável: b) a autorização para o Prefeito ausentar-se
do Município;
I – de dois terços dos membros da Câmara:
c) a mudança temporária da sede da Câma-
a) o plano diretor;
ra;
II – do Prefeito:

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a) a criação de cargo e função públicos da Art. 90. Não será admitido aumento da despesa
administração direta, autárquica e funda- prevista:
cional e a fixação da respectiva remunera-
ção, observados os parâmetros da lei de di- I – nos projetos de iniciativa do Prefeito,
retrizes orçamentárias; ressalvados a comprovação da existência de
receita e o disposto no art. 132, § 4º;
b) o regime jurídico único dos servidores
públicos dos órgãos da administração dire- II – nos projetos sobre organização dos ser-
ta, autárquica e fundacional, incluído o pro- viços administrativos da Câmara.
vimento de cargo, estabilidade e aposenta- Art. 91. O Prefeito pode solicitar urgência para
doria; apreciação de projeto de sua iniciativa, salvo
c) o quadro de empregos das empresas pú- o de Lei Orgânica, estatutária ou equivalente a
blicas, sociedades de economia mista e de- código, ou que dependa de “quorum” especial
mais entidades sob controle direto ou indi- para aprovação.
reto do Município; § 1º Se a Câmara não se manifestar sobre o
d) a criação, organização e definição de atri- projeto em até quarenta e cinco dias, será
buições de órgãos e entidades da adminis- ele incluído na ordem do dia, sobrestando-
tração pública, exceto as da Defensoria do -se a deliberação quanto aos demais assun-
Povo; tos, para que se ultime a votação.

e) os planos plurianuais; § 2º O prazo do parágrafo anterior não cor-


re em período de recesso da Câmara.
f) as diretrizes orçamentárias;
Art. 92. A proposição de lei, resultante de proje-
g) os orçamentos anuais; to aprovado pela Câmara, será enviada ao Pre-
feito, que, no prazo de quinze dias úteis, conta-
h) a concessão de isenção, benefício ou in- dos da data de seu recebimento:
centivo fiscal;
I – se aquiescer, a sancionará; ou
i) a divisão regional da administração públi-
ca. II – se a considerar, no todo ou em parte, in-
constitucional ou contrária ao interesse pú-
Art. 89. Salvos nas hipóteses previstas no artigo blico, a vetará, total ou parcialmente.
anterior, a iniciativa popular em matéria de inte-
resse específico do Município, da cidade ou de § 1º O silêncio do Prefeito, decorrido o pra-
bairros pode ser exercida pela apresentação à zo, importa sanção.
Câmara de projeto de lei subscrito por, no míni-
mo, cinco por cento do eleitorado do Município, § 2º A sanção, expressa ou tácita, supre a
em lista organizada por entidade associativa le- iniciativa do Poder Executivo no processo
galmente constituída, que se responsabilizará legislativo.
pela idoneidade das assinaturas. § 3º O Prefeito publicará o veto e, dentro de
§ 1º Na discussão do projeto de iniciativa quarenta e oito horas, comunicará seus mo-
popular, é assegurada a sua defesa, em co- tivos ao Presidente da Câmara.
missão e no Plenário, por um dos signatá- § 4º O veto parcial abrangerá texto integral
rios. de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alí-
§ 2º O disposto neste artigo e no § 1º se nea.
aplica à iniciativa popular de emenda a pro- § 5º A Câmara, dentro de trinta dias, con-
jeto de lei em tramitação na Câmara, res- tados do recebimento da comunicação do
peitadas as vedações do art. 90.

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veto, sobre ele decidirá, em votação nomi- Seção VII
nal, e sua rejeição só ocorrerá pelo voto: DA FISCALIZAÇÃO E DOS CONTROLES
I – de três quintos de seus membros, quan-
do a matéria objeto da proposição de lei Subseção I
depender de aprovação por dois terços; DISPOSIÇÕES GERAIS
II – da maioria de seus membros, quando Art. 95. A fiscalização contábil, financeira, orça-
a matéria depender de aprovação por quó- mentária, operacional e patrimonial do Municí-
rum idêntico ou inferior.” pio e das entidades da administração indireta é
§ 6º Se o veto não for mantido, será a pro- exercida pela Câmara, mediante controle exter-
posição de lei enviada ao Prefeito para pro- no, e pelo sistema de controle interno de cada
mulgação. Poder e entidade, observado o disposto nos §§
1º, 2º e 3º do art. 74 da Constituição do Estado.
§ 7º Esgotado o prazo estabelecido no § 5º,
sem deliberação, o veto será incluído na or- § 1º O controle externo, a cargo da Câmara,
dem do dia da reunião imediata, sobresta- será exercido com o auxílio do Tribunal de
das as demais proposições, até votação fi- Contas do Estado.
nal, ressalvada a matéria de que trata o § 1º § 2º Os Poderes Legislativo e Executivo e as
do art. 91. entidades da administração indireta mante-
§ 8º Se, nos casos dos §§ 1º e 6º, a lei não rão, de forma integrada, sistema de contro-
for promulgada pelo Prefeito dentro de qua- le interno, com a finalidade de:
renta e oito horas, o Presidente da Câmara I – avaliar o cumprimento das metas previs-
a promulgará, e, se este não o fizer em igual tas nos respectivos planos plurianuais e a
prazo, caberá ao Vice-Presidente fazê-lo. execução dos programas de governo e dos
§ 9º O referendo a proposição de lei será re- orçamentos;
alizado nos termos da legislação específica. II – comprovar a legalidade e avaliar os re-
Art. 93. A matéria constante de projeto de lei sultados, quanto à eficácia e eficiência, da
rejeitado somente poderá constituir objeto de gestão orçamentária, financeira e patrimo-
novo projeto na mesma sessão legislativa me- nial dos órgãos da administração direta e
diante proposta da maioria dos membros da das entidades da administração indireta, e
Câmara ou de pelo menos cinco por cento do da aplicação de recursos públicos por enti-
eleitorado. dade de direito privado;

Art. 94. A requerimento de vereador, aprovado III – exercer o controle de operações de cré-
pelo Plenário, os projetos de lei, decorridos ses- dito, avais e garantias, e o de seus direitos e
senta dias de seu recebimento, serão incluídos haveres;
na ordem do dia, mesmo sem parecer. IV – apoiar o controle externo no exercício
Parágrafo único. O projeto somente pode de sua missão institucional.
ser retirado da ordem do dia a requerimen- § 3º Os responsáveis pelo controle interno,
to do autor, aprovado pelo Plenário. ao tomarem conhecimento de qualquer ir-
regularidade ou ilegalidade, dela darão ci-
ência ao Tribunal de Contas e ao Defensor
do Povo, sob pena de responsabilidade so-
lidária.

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Art. 96. Qualquer cidadão, partido político, as- Subseção II


sociação legalmente constituída ou sindicato é DA DEFENSORIA DO POVO
parte legítima para, na forma da lei, denunciar
irregularidade ou ilegalidade de ato de agente Art. 100. A Defensoria do Povo é órgão público
público. dotado de autonomia administrativa e financei-
Parágrafo único. A denúncia poderá ser fei- ra e com funções de controle da administração
ta, em qualquer caso, à Câmara e à Defen- pública, e suas atribuições, organização e fun-
soria do Povo, ou, sobre o assunto da res- cionamento serão definidos em lei, aprovada
pectiva competência, ao Ministério Público pela maioria dos membros da Câmara.
ou ao Tribunal de Contas. § 1º A Defensoria é dirigida pelo Defensor
Art. 97. As contas do Prefeito, referentes à ges- do Povo, com mais de trinta anos de idade,
tão financeira do ano anterior, serão julgadas notável experiência, reputação ilibada e re-
pela Câmara mediante parecer prévio do Tribu- conhecido senso de justiça, eleito por dois
nal de Contas, nos termos da Constituição do terços dos membros da Câmara, para man-
Estado, o qual somente deixará de prevalecer dato, não-renovável, de quatro anos, e no-
por decisão de dois terços dos membros da Câ- meado pelo Presidente desta.
mara. § 2º O Defensor do Povo se sujeita, no que
§ 1º Para efeito de exame e apreciação, as couber e na forma da lei, às proibições, in-
contas do Município ficarão, durante ses- compatibilidades e perda do mandato apli-
senta dias, anualmente, à disposição de cáveis ao Vereador.
qualquer cidadão, que poderá questionar- Art. 101. A Defensoria do Povo terá, entre ou-
-lhes a legitimidade, nos termos da lei. tras, as seguintes atribuições:
§ 2º No primeiro e no último ano de man- I – apurar os atos, fatos e omissões de ór-
dato do Prefeito, o Município enviará ao Tri- gãos e entidades da administração pública
bunal de Contas inventário de todos os seus ou de seus agentes, que impliquem exercí-
bens móveis e imóveis. cio ilegítimo, inconveniente ou inoportuno
Art. 98. Anualmente, dentro de sessenta dias do de suas funções;
início da sessão legislativa, a Câmara receberá, II – apurar:
em reunião especial, o Prefeito, que informará,
por meio de relatório, o estado em que se en- a) as reclamações contra prestação dos ser-
contram os assuntos municipais. viços públicos;

Parágrafo único. Sempre que o Prefeito b) os atos ou omissões do Poder Público,


manifestar propósito de expor assunto de com ofensa dos princípios a que se sujeita
interesse público, a Câmara o receberá em a administração, de modo especial o perti-
reunião previamente designada. nente à moralidade administrativa;

Art. 99. A Câmara, após aprovação da maioria III – divulgar, para conhecimento do cida-
de seus membros, convocará plebiscito para dão, os direitos deste em face do Poder Pú-
que o eleitorado do Município se manifeste so- blico, incluído o de exercer o controle direto
bre ato político do Poder Executivo ou do Poder dos atos administrativos;
Legislativo, desde que requerida a convocação IV – divulgar informações e avaliações rela-
por vereador, pelo Prefeito ou, no mínimo, por tivas à sua ação, com o direito de publicá-la
cinco por cento do eleitorado do Município. em órgão oficial de imprensa;
V – acompanhar os processos de licitação;

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VI – encaminhar relatórios de suas ativida- § 2º O Vice-Prefeito substituirá o Prefeito
des e prestar suas contas à Câmara. nos seus impedimentos e lhe sucederá na
vacância do cargo.
Parágrafo único. Obrigam-se as autoridades
de órgãos e entidades a fornecer, em regi- § 3º O Vice-Prefeito auxiliará o Prefeito,
me de urgência, sob pena de responsabili- sempre que por ele convocado para mis-
zação, documentos, dados, informações e sões especiais.
certidões solicitados pelo Defensor do Povo.
Art. 105. No caso de impedimento do Prefeito e
do Vice-Prefeito ou no de vacância dos respec-
tivos cargos, será chamado ao exercício do Go-
CAPÍTULO II verno o Presidente da Câmara.
DO PODER EXECUTIVO § 1º Vagando os cargos de Prefeito e de
Vice-Prefeito, far-se-á eleição noventa dias
Seção I depois de aberta a última vaga.
DISPOSIÇÕES GERAIS § 2º Ocorrendo a vacância nos últimos quin-
Art. 102. O Poder Executivo é exercido pelo Pre- ze meses do mandato governamental, a
feito Municipal, auxiliado pelos Secretários Mu- eleição para ambos os cargos será feita trin-
nicipais. ta dias depois da última vaga, pela Câmara,
na forma de lei, aprovada pela maioria dos
Art. 103. A eleição do Prefeito e do Vice-Prefei- membros desta.
to, para mandato de quatro anos, se realizará
até noventa dias antes do término do mandato § 3º Em qualquer dos casos, os eleitos de-
de seus antecessores, mediante pleito direto e verão completar o período de seus anteces-
simultâneo realizado em todo o País, e a posse sores.
ocorrerá no dia primeiro de janeiro do ano sub- Art. 106. Se, decorridos dez dias da data fixada
seqüente, observado, quanto ao mais, o dispos- para a posse, o Prefeito ou o Vice-Prefeito, salvo
to no art. 77 da Constituição da República. motivo de força maior, reconhecido pela Câma-
Parágrafo único. Perderá o mandato o Pre- ra, não tiver assumido o cargo, este será decla-
feito que assumir outro cargo ou função na rado vago.
administração pública direta ou indireta, Art. 107. O Prefeito e o Vice-Prefeito residirão
ressalvada a posse em virtude de concurso no Município.
público e observado o disposto no art. 51,
I, II e III. Parágrafo único. O pedido de autorização
para o Prefeito e o Vice-Prefeito ausenta-
Art. 104. A eleição do Prefeito importará, para rem-se do Município, nos termos do art.
mandato correspondente, a do Vice-Prefeito 84, X, desta Lei Orgânica, será decidido pela
com ele registrado. Mesa Diretora da Câmara Municipal.
§ 1º O Prefeito e o Vice-Prefeito tomarão
posse em reunião da Câmara, prestando o
Seção II
seguinte compromisso: “Prometo manter, DAS ATRIBUIÇÕES DO PREFEITO MU-
defender e cumprir as Constituições da Re- NICIPAL
pública e do Estado, a Lei Orgânica do Mu-
nicípio, observar as leis, promover o bem Art. 108. Compete privativamente ao Prefeito
geral do povo belo-horizontino e exercer o Municipal:
meu cargo sob a inspiração do interesse pú- I – nomear e exonerar Secretário Municipal;
blico, da lealdade e da honra”.

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II – exercer, com o auxílio dos Secretários XV – convocar extraordinariamente a Câma-


Municipais, a direção superior do Poder ra, na forma e nos casos previstos nesta Lei
Executivo; Orgânica;
III – prover os cargos públicos do Poder Exe- XVI – fixar, mediante decreto, o preço dos
cutivo; bens e serviços;
IV – prover os cargos de direção ou admi- XVII – exercer outras atribuições previstas
nistração superior de autarquia e fundação nesta Lei Orgânica.
pública;
Art. 108-A. O Prefeito apresentará, no prazo
V – iniciar o processo legislativo, na forma e de até 120 (cento e vinte) dias, a contar de sua
nos casos previstos nesta Lei Orgânica; posse, o programa de metas de sua gestão, que
conterá as prioridades, as ações estratégicas,
VI – fundamentar os projetos de lei que re- as metas quantitativas e qualitativas e os indi-
meter à Câmara; cadores de desempenho por órgão e programa
VII – sancionar, promulgar e fazer publicar de governo, observando-se as diretrizes de sua
as leis e, para sua fiel execução, expedir de- campanha eleitoral e os objetivos, as diretrizes,
cretos e regulamentos; as ações estratégicas e as demais normas do
plano diretor do Município de Belo Horizonte.
VIII – vetar proposições de lei;
§ 1º O programa de metas será amplamen-
IX – remeter mensagem e planos de gover- te divulgado em meio eletrônico e na mídia
no à Câmara, quando da reunião inaugural impressa, radiofônica e televisiva e será pu-
da sessão legislativa ordinária, expondo a blicado no Diário Oficial do Município no
situação do Município, especialmente o es- primeiro dia útil seguinte ao de sua apre-
tado das obras e dos serviços municipais; sentação.
X – enviar à Câmara a proposta de plano § 2º O Poder Executivo promoverá, nos 30
plurianual, o projeto da lei de diretrizes or- (trinta) dias seguintes ao término do prazo
çamentárias e as propostas de orçamento; de que trata o caput deste artigo, audiên-
cias públicas com a finalidade de debater
XI – prestar, anualmente, dentro de ses- sobre o programa de metas.
senta dias da abertura da sessão legislativa
ordinária, as contas referentes ao exercício § 3º O Poder Executivo divulgará semestral-
anterior; mente os indicadores de desempenho rela-
tivos à execução do programa de metas.
XII – extinguir cargo desnecessário, desde § 4º O Prefeito poderá proceder a altera-
que vago ou ocupado por servidor público ções no programa de metas, em conformi-
não-estável, na forma da lei; dade com o plano diretor e com o plano
XIII – celebrar convênios, ajustes e contra- plurianual de ação governamental, justifi-
tos de interesse municipal; cando-as por escrito e divulgando-as ampla-
mente nos meios de comunicação previstos
XIV – contrair empréstimo, externo ou in- no § 1º deste artigo.
terno, e fazer operação ou acordo externo
§ 5º Os indicadores de desempenho serão
de qualquer natureza, mediante prévia au-
elaborados e fixados conforme os seguintes
torização da Câmara, observado os parâ-
critérios:
metros de endividamento regulados em lei,
dentro dos princípios da Constituição da Re- I – promoção do desenvolvimento ambien-
pública; talmente, socialmente e economicamente
sustentável;

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II – inclusão social, com redução das desi- constar dos arquivos da administração pú-
gualdades regionais e sociais; blica, bem como a verificação de obras e
serviços municipais, por comissão de inves-
III – atendimento das funções sociais da ci- tigação da Câmara, pelo Defensor do Povo
dade, com melhoria da qualidade de vida ou por auditoria regularmente instituída;
urbana;
III – desatender, sem motivo justo, os pedi-
IV – promoção do cumprimento da função dos de informação da Câmara, quando fei-
social da propriedade; tos a tempo e em forma regular;
V – promoção e defesa dos direitos funda- IV – retardar a publicação ou deixar de pu-
mentais individuais e sociais de toda pessoa blicar as leis e os atos sujeitos a essa forma-
humana; lidade;
VI – promoção de meio ambiente ecologi- V – deixar de apresentar à Câmara, no de-
camente equilibrado e combate à poluição vido tempo e em forma regular, a proposta
sob todas as suas formas; orçamentária;
VII – universalização dos serviços públicos VI – descumprir o orçamento aprovado para
municipais, com observância das condições exercício financeiro;
de regularidade, continuidade, eficiência e
equidade. VII – praticar ato administrativo contra ex-
pressa disposição de lei ou omitir-se na prá-
§ 6º Ao final de cada ano, o Prefeito divulga- tica daquele por ela exigido;
rá o relatório da execução do programa de
metas, o qual será disponibilizado integral- VIII – omitir-se ou negligenciar na defesa de
mente nos meios de comunicação previstos bens, rendas, direitos ou interesses do Mu-
no § 1º deste artigo. nicípio, sujeitos à sua administração;

Seção III IX – ausentar-se do Município por tempo


DO PROCESSO E JULGAMENTO DO superior ao permitido nesta Lei Orgânica,
ou afastar-se do exercício do cargo, sem au-
PREFEITO MUNICIPAL torização da Câmara;
Art. 109. São crimes de responsabilidade do X – deixar de remeter à Câmara, até o dia
Prefeito os definidos em lei federal especial, vinte de cada mês, um duodécimo da dota-
que estabelece as normas de processo de julga- ção orçamentária destinada ao Poder Legis-
mento. lativo, salvo se por motivo justo, fundamen-
tado ao Presidente da Câmara em tempo
Parágrafo único. Nos crimes de responsabi-
hábil;
lidade, e nos comuns, o Prefeito será sub-
metido a processo e julgamento perante o XI – deixar de declarar seus bens, nos ter-
Tribunal de Justiça do Estado. mos do art. 215, parágrafo único;
Art. 110. São infrações político-administrativas XII – proceder de modo incompatível com a
do Prefeito, sujeitas ao julgamento pela Câma- dignidade e o decoro do cargo.
ra, além de outras previstas nesta Lei Orgânica:
§ 1º A denúncia, escrita e assinada, poderá
I – impedir o funcionamento regular da Câ- ser feita por qualquer cidadão, com a expo-
mara; sição dos fatos e a indicação das provas.
II – impedir o exame de livros, folhas de pa- § 2º Se o denunciante for Vereador, ficará
gamento e demais documentos que devam impedido de votar sobre a denúncia e de in-

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tegrar a comissão, processante, e, se for o § 8º Após as diligências, a comissão proferi-


Presidente da Câmara, passará a presidên- rá, no prazo de dez dias, parecer final sobre
cia ao substituto legal para os atos do pro- a procedência ou improcedência da acusa-
cesso. ção e solicitará ao Presidente da Câmara a
convocação de reunião para julgamento,
§ 3º Será convocado o suplente do vereador que se realizará após a distribuição do pa-
impedido de votar, o qual não poderá inte- recer.
grar a comissão processante.
§ 9º Na reunião de julgamento, o processo
§ 4º De posse da denúncia, o Presidente da será lido integralmente, e, a seguir, os Vere-
Câmara, na primeira reunião subseqüente, adores que o desejarem poderão manifes-
determinará sua leitura e constituirá a co- tar-se verbalmente, pelo tempo máximo de
missão processante, formada por sete vere- quinze minutos cada um, sendo que, ao fi-
adores, sorteados entre os desimpedidos e nal, o denunciado ou seu procurador terá o
pertencentes a partidos diferentes, os quais prazo máximo de duas horas para produzir
elegerão, desde logo, o presidente e o rela- defesa oral.
tor.
§ 10. Terminada a defesa, proceder-se-á a
§ 5º A comissão, no prazo de dez dias, emiti- tantas votações nominais quantas forem as
rá parecer, que será submetido ao Plenário, infrações articuladas na denúncia.
opinando pelo prosseguimento ou arquiva-
mento da denúncia, podendo proceder às § 11. Considerar-se-á afastado definitiva-
diligências que julgar necessárias. mente do cargo e inabilitado, por oito anos,
para o exercício de função pública, sem pre-
§ 6º Aprovado o parecer favorável ao pros- juízo das demais sanções legais cabíveis, o
seguimento do processo, por dois terços denunciado que for declarado, pelo voto de
dos membros da Câmara, o Presidente de- dois terços dos membros da Câmara, incur-
terminará, desde logo, a abertura da instru- so em qualquer das infrações especificadas
ção, citando o denunciado, com a remessa na denúncia.
de cópia da denúncia, dos documentos que
a instruem e do parecer da comissão, infor- § 12. Concluído o julgamento, o Presiden-
mando-lhe o prazo de vinte dias para o ofe- te da Câmara proclamará imediatamente o
recimento da contestação e a indicação dos resultado e fará lavrar ata que consigne a
meios de prova com que pretenda demons- votação nominal sobre cada infração e, se
trar a verdade do alegado. houver condenação, expedirá a competen-
te resolução de cassação do mandato, ou,
§ 7º Findo o prazo estabelecido no pará- se o resultado da votação for absolutório,
grafo anterior, com ou sem contestação, a determinará o arquivamento do processo,
comissão processante determinará as di- comunicando, em qualquer dos casos, o re-
ligências requeridas, ou as que julgar con- sultado à Justiça Eleitoral.
venientes, e realizará as audiências neces-
sárias para a tomada do depoimento das § 13. O processo deverá estar concluído
testemunhas de ambas as partes, podendo dentro de noventa dias, contados da citação
ouvir o denunciante e o denunciado, que do acusado, e, transcorrido o prazo sem jul-
poderão assistir pessoalmente, ou por seu gamento, será arquivado, sem prejuízo de
procurador, a todas as reuniões e diligências nova denúncia, ainda que sobre os mesmos
da comissão, interrogando e contraditando fatos.
as testemunhas e requerendo a sua reinqui-
rição ou acareação.

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Art. 111. O Prefeito será suspenso de suas fun- Seção V
ções: DA PROCURADORIA DO MUNICÍPIO
I – nos crimes comuns e de responsabilida-
de, se recebida a denúncia ou a queixa pelo Art. 114. A Procuradoria do Município é o órgão
Tribunal de Justiça do Estado; e que o representa judicialmente, cabendo-lhe
também as atividades de consultoria e assesso-
II – nas infrações político-administrativas, se ramento jurídicos ao Poder Executivo, e, privati-
admitida a acusação e instaurado o proces- vamente, a execução de dívida ativa.
so, pela Câmara.
§ 1º O ingresso na classe inicial da carreira
Seção IV de Procurador Municipal far-se-á mediante
concurso público de provas e títulos.
DOS SECRETÁRIOS MUNICIPAIS
§ 2º A Procuradoria do Município tem por
Art. 112. O Secretário Municipal será escolhido chefe o Procurador-Geral do Município, de
dentre brasileiros, maiores de vinte e um anos livre designação pelo Prefeito, dentre advo-
de idade e no exercício dos direitos políticos, e gados de reconhecido saber jurídico e repu-
está sujeito, desde a posse, aos mesmos impe- tação ilibada.
dimentos do Vereador.
Parágrafo único. Além de outras atribuições
conferidas em lei, compete ao Secretário TÍTULO V
Municipal: Das Finanças Públicas
I – orientar, coordenar e supervisionar as
atividades dos órgãos de sua Secretaria e
das entidades da administração indireta a
ela vinculadas;
CAPÍTULO I
DA TRIBUTAÇÃO
II – referendar ato e decreto do Prefeito;
III – expedir instruções para a execução de Seção I
lei, decreto e regulamento; DOS TRIBUTOS MUNICIPAIS
IV – apresentar ao Prefeito relatório anual Art. 115. Ao Município compete instituir:
de sua gestão;
I – impostos sobre:
V – comparecer à Câmara, nos casos e para
os fins previstos nesta Lei Orgânica; a) propriedade predial e territorial urbana;

VI – praticar os atos pertinentes às atribui- b) transmissão “inter-vivos”, a qualquer tí-


ções que lhe forem outorgadas ou delega- tulo, por ato oneroso, de bens imóveis, por
das pelo Prefeito. natureza ou acessão física, e de direitos
reais sobre imóveis, exceto os de garantia,
Art. 113. O Secretário é processado e julgado bem como cessão de direitos à sua aquisi-
perante a Câmara, nas infrações político-admi- ção;
nistrativas, observado, no que couber, o dispos-
to nos arts. 110 e 111. c) vendas a varejo de combustíveis líquidos
e gasosos, exceto óleo diesel;
d) serviços de qualquer natureza, não com-
preendidos na competência do Estado, nos

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termos da Constituição da República e da II – as rendas provenientes de concessão,


legislação complementar específica; permissão, cessão ou autorização;
II – taxas, em razão do exercício do poder de III – o produto da alienação de bens imóveis
polícia ou pela utilização, efetiva ou poten- ou móveis, ações e direitos, na forma da lei;
cial, de serviços públicos específicos e divisí-
veis, prestados ao contribuinte ou postos à IV – as doações e legados, com ou sem en-
sua disposição; cargos;

III – contribuição de melhoria, decorrente V – outros definidos em lei.


de obras públicas. Art. 117. Somente ao Município cabe instituir
§ 1º O imposto previsto na alínea “a” do in- isenção de tributo de sua competência, por
ciso I poderá ser progressivo, nos termos da meio de lei aprovada por dois terços dos mem-
lei, de forma a assegurar o cumprimento da bros da Câmara, prevalecendo o estatuído para
função social da propriedade. o exercício seguinte.

§ 2º O imposto previsto na alínea “b” do Art. 118. A lei determinará medidas para que
inciso I não incide sobre a transmissão de os consumidores sejam esclarecidos acerca dos
bens ou direitos incorporados ao patrimô- impostos municipais que incidam sobre vendas
nio de pessoa jurídica, em realização de e serviços, observadas as legislações federal e
capital, nem sobre a transmissão de bens estadual sobre consumo.
ou direitos decorrentes de fusão, incorpo- Seção II
ração, cisão ou extinção de pessoa jurídica,
salvo se, nestes casos, a atividade prepon- DAS LIMITAÇÕES AO PODER DE
derante do adquirente for a compra e venda TRIBUTAR
desses bens ou direitos, a locação de bens
imóveis ou o arrendamento mercantil. Art. 119. É vedado ao Município, sem prejuízo
das garantias asseguradas aos contribuintes e
§ 3º As alíquotas dos impostos previstos nas do disposto no art. 150 da Constituição da Re-
alíneas “c” e “d” do inciso I obedecerão aos pública e na legislação complementar específi-
limites fixados em lei complementar fede- ca, estabelecer diferença tributária entre bens e
ral. serviços de qualquer natureza, em razão de sua
procedência ou destino.
§ 4º Sempre que possível, os impostos terão
caráter pessoal e serão graduados segundo Art. 120. Qualquer anistia ou remissão que en-
a capacidade econômica do contribuinte, volva matéria tributária ou previdenciária de
facultado à administração municipal iden- competência do Município só poderá ser conce-
tificar, respeitados os direitos individuais e dida por lei aprovada por dois terços dos mem-
nos termos da lei, o patrimônio, os rendi- bros da Câmara.
mentos e as atividades econômicas do con-
tribuinte. Parágrafo único. O perdão da multa, o par-
celamento e a compensação de débitos
§ 5º As taxas não poderão ter base de cálcu- fiscais poderão ser concedidos por ato do
lo própria de impostos. Poder Executivo, nos casos e condições es-
pecificados em lei.
Art. 116. Constituem também recursos finan-
ceiros do Município:
I – as multas arrecadadas pelo exercício do
poder de polícia;

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Seção III no art. 150, inciso III e § 1º, da Constituição
DA PARTICIPAÇÃO DO MUNICÍPIO do Estado;
EM RECEITAS TRIBUTÁRIAS FEDERAIS III – a respectiva quota do produto da arre-
E ESTADUAIS cadação do imposto de que trata o inciso V
do art. 153 da Constituição da República,
Art. 121. Em relação aos impostos de compe- nos termos do inciso II do § 5º do mesmo
tência da União, pertencem ao Município: artigo.
I – o produto da arrecadação do imposto Art. 124. Ocorrendo a retenção ou qualquer
sobre rendas e proventos de qualquer natu- restrição à entrega e ao emprego dos recursos
reza, incidente na fonte, sobre rendimentos decorrentes da repartição das receitas tributá-
pagos, a qualquer título, pela administração rias, por parte da União ou do Estado, o Poder
direta, pelas autarquias e pelas fundações Executivo adotará as medidas judiciais cabíveis,
instituídas e mantidas pelo Município; à vista do disposto nas Constituições da Repú-
blica e do Estado.
II – cinqüenta por cento do produto da ar-
recadação do imposto sobre a propriedade
territorial rural, relativamente aos imóveis
situados no Município. CAPÍTULO II
Art. 122. Em relação aos impostos de compe- DO ORÇAMENTO
tência do Estado, pertencem ao Município:
Art. 125. Leis de iniciativa do Poder Executivo
I – cinqüenta por cento do produto da ar- estabelecerão:
recadação do imposto sobre a propriedade
de veículos automotores, licenciados no I – o plano plurianual;
território municipal, a serem creditados nos II – as diretrizes orçamentárias;
termos do art. 150, § 1º, da Constituição do
Estado; III – os orçamentos anuais.

II – vinte e cinco por cento do produto da Parágrafo único. As ações estratégicas do


arrecadação do imposto sobre operações programa de metas de que trata o art. 108-
relativas à circulação de mercadorias e so- A serão incorporadas às leis orçamentárias
bre prestações de serviços de transporte previstas no caput deste artigo.
interestadual e intermunicipal e de comuni-
Art. 126. A lei que instituir o plano plurianual de
cação, a serem creditados na forma do dis-
ação governamental, compatível com o plano
posto no art. 158, parágrafo único, incisos I
diretor, estabelecerá, por administrações regio-
e II, da Constituição da República e no art.
nais, as diretrizes, objetivos e metas da admi-
150, § 1º, da Constituição do Estado.
nistração municipal para as despesas de capital
Art. 123. Caberá também ao Município: e outras delas decorrentes e para as relativas a
programas de duração continuada.
I – a respectiva quota no Fundo de Partici-
pação dos Municípios, como disposto no Art. 127. A lei de diretrizes orçamentárias, com-
art. 159, inciso I, alínea “b”, da Constituição patível com o plano plurianual, compreenderá
da República; as metas e prioridades da administração pública
municipal, incluindo as despesas de capital para
II – a respectiva quota do produto da arre- o exercício financeiro subseqüente, orientará a
cadação do imposto sobre produtos indus- elaboração da lei orçamentária anual e disporá
trializados, como disposto no art. 159, inci- sobre as alterações na legislação tributária.
so II e § 3º, da Constituição da República e

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Parágrafo único. As diretrizes do programa Art. 129. A lei orçamentária anual não conterá
de metas de que trata o art. 108-A serão in- dispositivo estranho à previsão da receita e à
corporadas à lei de diretrizes orçamentárias fixação da despesa, não se incluindo na proibi-
do Município antes do vencimento do prazo ção autorização para abertura de créditos su-
legal definido para sua apresentação à Câ- plementares e contratação de operações de cré-
mara Municipal de Belo Horizonte. dito, ainda que por antecipação de receita, nos
termos da lei.
Art. 128. A lei orçamentária anual compreende-
rá: Art. 130. A lei orçamentária assegurará investi-
mentos prioritários em programas de educação,
I – o orçamento fiscal referente aos Poderes saúde, habitação, saneamento básico e prote-
Públicos, seus fundos, órgãos e entidades ção ao meio ambiente.
da administração direta e indireta, inclusive
fundações instituídas e mantidas pelo Mu- Parágrafo único. Os recursos para os pro-
nicípio; gramas de saúde não serão inferiores aos
destinados aos investimentos em transpor-
II – o orçamento de investimento das em- te e sistema viário.
presas em que o Município, direta ou indi-
retamente, detenha a maioria do capital so- Art. 131. Os projetos de lei do plano plurianu-
cial com direito a voto; al, das diretrizes orçamentárias e do orçamen-
to anual serão enviados pelo Prefeito à Câmara,
III – o orçamento da seguridade social, se nos termos e prazos fixados pela legislação es-
houver, abrangendo todas as entidades e pecífica.
órgãos da administração direta e indireta do
Município a ela vinculados, bem como os Parágrafo único. O não-cumprimento do
fundos e fundações instituídos e mantidos disposto no artigo implica a elaboração,
pelo Poder Público. pela comissão prevista no § 1º do art. 132,
de projeto de lei sobre a matéria, tomando
Parágrafo único. Integrarão a lei orçamen- por base a respectiva legislação vigente.
tária demonstrativos específicos com deta-
lhamento das ações governamentais, em Art. 132. Os projetos de lei relativos ao plano
nível mínimo de: plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao or-
çamento anual e aos créditos adicionais serão
I – órgão ou entidade responsável pela rea- apreciados pela Câmara, na forma regimental.
lização da despesa e da função;
§ 1º Caberá à comissão permanente da Câ-
II – objetivos e metas; mara:
III – natureza da despesa; I – examinar e emitir parecer sobre os pro-
IV – fontes de recursos; jetos referidos no artigo e sobre as contas
apresentadas anualmente pelo Prefeito;
V – órgão ou entidade beneficiários;
II – examinar e emitir parecer sobre os pla-
VI – identificação dos investimentos, por re- nos e programas e exercer o acompanha-
gião do Município; mento e a fiscalização orçamentária, sem
VII – identificação, de forma regionalizada, prejuízo da atuação das demais comissões
dos efeitos, sobre as receitas e as despesas, da Câmara.
decorrentes de isenções, remissões, subsí- § 2º As emendas serão apresentadas na co-
dios e benefícios de natureza financeira, tri- missão permanente, que sobre elas emitirá
butária e creditícia. parecer, para apreciação na forma regimen-
tal pelo Plenário.

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§ 3º As emendas ao projeto de lei de dire- caso, mediante créditos especiais ou suplemen-
trizes orçamentárias não podem ser apro- tares, com prévia e específica autorização legis-
vadas quando incompatíveis com o plano lativa.
plurianual.
Art. 134. São vedados:
§ 4º As emendas ao projeto de lei do orça-
mento anual ou a projeto que a modifique I – o início de programas ou projetos não in-
somente podem ser aprovadas caso: cluídos na lei orçamentária anual;

I – sejam compatíveis com o plano plurianu- II – a realização de despesas ou a assunção


al e com a lei de diretrizes orçamentárias; de obrigações diretas que excedam os cré-
ditos orçamentários ou adicionais;
II – indiquem os recursos necessários, admi-
tidos apenas os provenientes de anulação III – a realização de operações de crédito:
de despesa, excluídas as que incidam sobre: a) sem autorização legislativa em que se es-
a) dotações para pessoal e seus encargos; pecifiquem a destinação, o valor, o prazo da
operação, a taxa de remuneração do capi-
b) serviço da dívida; ou tal, as datas de pagamento, a espécie dos tí-
tulos e a forma de resgate, salvo disposição
III – sejam relacionadas: diversa em legislação federal ou estadual;
a) com a correção de erros ou omissões; ou b) que excedam o montante das despesas
b) com os dispositivos do texto do projeto de capital, ressalvadas as autorizadas me-
de lei. diante créditos suplementares ou especiais
com finalidade precisa, aprovados pela Câ-
§ 5º O Prefeito poderá enviar a mensagem mara, por maioria de seus membros;
à Câmara para propor modificação nos pro-
jetos a que se refere o artigo enquanto não IV – a vinculação de receita de impostos a
iniciada, na comissão permanente, a vota- órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a des-
ção da parte cuja alteração é proposta. tinação de recursos para a manutenção e de-
senvolvimento do ensino, como determina-
§ 6º Rejeitado pela Câmara o projeto de do pelo art. 160, e a prestação de garantias
lei orçamentária anual, prevalecerá, para o às operações de crédito por antecipação de
ano seguinte, o orçamento do exercício em receita, previstas no art. 129;
curso, aplicando-se-lhe a atualização dos
valores. V – a abertura de crédito suplementar ou
especial sem prévia autorização legislativa e
§ 7º Se a Câmara não devolver, para san- sem indicação dos recursos corresponden-
ção, o projeto de lei do orçamento anual no tes;
prazo consignado na legislação específica, o
Prefeito promulgá-lo-á como lei. VI – a transposição, o remanejamento ou a
transferência de recursos de uma categoria
§ 8º Aplicam-se aos projetos mencionados de programação para outra ou de um órgão
no artigo, no que não contrariar o disposto para outro, sem prévia autorização legisla-
neste Capítulo, as demais normas relativas tiva;
ao processo legislativo.
VII – a concessão ou utilização de créditos
Art. 133. Os recursos que, em decorrência de ilimitados;
veto, emenda ou rejeição do projeto de lei or-
çamentária anual, ficarem sem despesas corres- VIII – a utilização, sem autorização legisla-
pondentes poderão ser utilizados, conforme o tiva específica, de recursos do orçamen-
to fiscal e da seguridade social para suprir

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necessidade ou cobrir déficit de empresas, II – se houver autorização específica na lei


fundações e fundos; de diretrizes orçamentárias, ressalvadas as
empresas públicas e as sociedades de eco-
IX – a instituição de fundos de qualquer na- nomia mista.
tureza, sem prévia autorização legislativa.
Art. 137. À exceção dos créditos de natureza ali-
§ 1º Nenhum investimento cuja execução mentícia, os pagamentos devidos pela Fazenda
ultrapasse um exercício financeiro poderá Municipal, em virtude de sentença judiciária,
ser iniciado sem prévia inclusão do plano far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica
plurianual, ou sem lei que autorize a inclu- de apresentação dos precatórios e à conta dos
são, sob pena de crime de responsabilida- créditos respectivos, proibida a designação de
de. casos ou de pessoas nas dotações orçamentá-
§ 2º Os créditos especiais e extraordinários rias e nos créditos adicionais abertos para esse
terão vigência no exercício financeiro em fim.
que forem autorizados, salvo se o ato de au- § 1º É obrigatória a inclusão, no orçamento
torização for promulgado nos últimos qua- municipal, de dotação necessária ao paga-
tro meses daquele exercício, caso em que, mento de seus débitos constantes de preca-
reabertos nos limites de seus saldos, serão tórios judiciários, apresentados até primei-
incorporados ao orçamento do exercício fi- ro de julho, data em que terão atualizados
nanceiro subseqüente. seus valores, fazendo-se o pagamento até o
§ 3º Admitir-se-á a abertura de crédito ex- final do exercício seguinte.
traordinário, “ad referendum” da Câmara, § 2º As dotações orçamentárias e os crédi-
para atender a despesas imprevistas e ur- tos abertos serão consignados ao Poder Ju-
gentes, decorrentes de calamidade pública. diciário, recolhidas as importâncias respec-
Art. 135. Os recursos correspondentes às dota- tivas à repartição competente, para atender
ções orçamentárias, compreendidos os créditos ao disposto no art. 100, § 2º, da Constitui-
suplementares e especiais, destinados à Câma- ção da República.
ra, ser-lhe-ão entregues até o dia vinte de cada
mês.
TÍTULO VI
Art. 136. A despesa com pessoal ativo e inativo
do Município não poderá exceder os limites es-
Da Ordem Social e Econômica
tabelecidos em lei complementar federal.
Parágrafo único. A concessão de qualquer CAPÍTULO I
vantagem ou aumento de remuneração, a DISPOSIÇÕES GERAIS
criação de cargos ou alterações de estrutura
de carreiras, bem como a admissão de pes- Art. 138. A ordem social tem como base o pri-
soal, a qualquer título, pelos órgãos e enti- mado do trabalho e como objetivo o bem-estar
dades da administração direta ou indireta, e a justiça sociais.
inclusive fundações instituídas e mantidas
pelo Poder Público, só poderão ser feitas: Parágrafo único. São direitos sociais a edu-
cação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segu-
I – se houver prévia dotação orçamentária rança, a previdência social, a proteção à
suficiente para atender às projeções de des- maternidade e à infância e a assistência aos
pesa de pessoal e aos acréscimos dela de- desamparados, na forma da Constituição da
correntes; República e desta Lei Orgânica.

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Art. 139. O Poder Público, agente normativo e doenças e outros agravos e ao acesso universal
regulador da atividade econômica, exercerá, no e igualitário às ações e serviços para sua promo-
âmbito de sua competência, as funções de fisca- ção, proteção e recuperação, sem qualquer dis-
lização, incentivo e planejamento, atuando: criminação.
I – na eliminação do abuso do poder econô- Parágrafo único. O direito à saúde implica a
mico; garantia de:
II – na defesa, promoção e divulgação dos I – condições dignas de trabalho, renda, mo-
direitos do consumidor; radia, alimentação, educação, lazer e sane-
III – na fiscalização da qualidade dos bens e amento;
dos serviços produzidos e comercializados
em seu território; II – participação da sociedade civil na ela-
boração de políticas, na definição de estra-
IV – no apoio à organização da atividade tégias de implementação e no controle das
econômica em cooperativas e no estímulo atividades com impacto sobre a saúde, en-
ao associativismo; tre elas as mencionadas no inciso anterior;
V – na democratização da atividade econô- III – acesso às informações de interesse da
mica. saúde individual e coletiva, bem como so-
VI – na proteção dos trabalhadores em face bre as atividades desenvolvidas pelo siste-
da automação. ma;
Parágrafo único. O Município dispensará IV – proteção do meio ambiente e controle
tratamento jurídico diferenciado à pequena da poluição ambiental;
e à microempresa, assim definidas em lei,
visando a incentivá-las pela simplificação de V – acesso igualitário às ações e aos servi-
suas obrigações administrativas, tributárias ços de saúde;
e creditícias, ou pela eliminação ou redução VI – dignidade, gratuidade e boa qualidade
destas por meio de lei. no atendimento e no tratamento de saúde;
Art. 140. A empresa pública, a sociedade de VII – opção quanto ao número de filhos.
economia mista e outras entidades que explo-
rem atividade econômica sujeitam-se ao regime Art. 142. As ações e serviços de saúde são de
jurídico próprio das empresas privadas, inclusi- relevância pública, e cabem ao Poder Público
ve quanto às obrigações trabalhistas e tributá- sua regulamentação, fiscalização e controle, na
rias. forma da lei.
Parágrafo único. As empresas públicas e as Art. 143. As ações e serviços públicos de saúde
sociedades de economia mista não poderão integram o Sistema Único de Saúde, que se or-
gozar de privilégios fiscais não-extensivos às ganiza, no Município, de acordo com as seguin-
do setor privado. tes diretrizes:
I – comando político-administrativo único
das ações pelo órgão central do sistema, ar-
CAPÍTULO II ticulado com as esferas estadual e federal,
DA SAÚDE formando uma rede regionalizada e hierar-
quizada;
Art. 141. A saúde é direito de todos e dever do
Poder Público, assegurado mediante políticas II – participação da sociedade civil;
econômicas, sociais, ambientais e outras que
visem à prevenção e à eliminação do risco de

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III – integralidade da atenção à saúde, en- V – hospitais especializados.


tendida como o conjunto articulado e con-
tínuo das ações e serviços preventivos, Art. 144. Compete ao Município, no âmbito do
curativos e de recuperação individuais e co- Sistema Único de Saúde, além de outras atribui-
letivos, exigidos para cada caso e em todos ções previstas na legislação federal:
os níveis de complexidade do sistema, ade- I – a elaboração e a atualização periódica do
quado às realidades epidemiológicas; plano municipal de saúde, em consonância
IV – integração, em nível executivo, das com os planos estadual e federal e com a re-
ações originárias do Sistema Único com as alidade epidemiológica;
demais ações setoriais do Município; II – a direção, a gestão, o controle e a avalia-
V – proibição de cobrança do usuário pela ção das ações de saúde ao nível municipal;
prestação de serviços públicos e contrata- III – a administração do fundo municipal de
dos de assistência à saúde, salvo na hipóte- saúde e a elaboração de proposta orçamen-
se de opção por acomodações diferencia- tária;
das;
IV – a fiscalização da produção ou da extra-
VI – distritalização dos recursos, dos servi- ção, do armazenamento, do transporte e da
ços e das ações, segundo critérios de con- distribuição de substâncias, produtos, má-
tingente populacional e de demanda; quinas e equipamentos que possam apre-
VII – desenvolvimento dos recursos huma- sentar riscos à saúde da população;
nos e científico-tecnológicos do sistema, V – o planejamento, a execução e a fiscaliza-
adequados às necessidades da população; ção das ações de vigilância epidemiológica
VIII – formulação e implantação de ações e sanitária, incluindo os relativos à saúde
em saúde mental, obedecendo ao seguinte: dos trabalhadores e ao meio ambiente, em
articulação com os demais órgãos e entida-
a) respeito aos direitos e garantias funda- des governamentais;
mentais do doente mental, inclusive quan-
do internado; VI – o oferecimento aos cidadãos, por meio
de equipes multiprofissionais e de recursos
b) estabelecimento de política que priorize de apoio, de todas as formas de assistência
e amplie atividades e serviços preventivos e e tratamento necessárias e adequadas, in-
extra-hospitalares. cluídas a homeopatia e as práticas alternati-
vas reconhecidas;
Parágrafo único. Na distribuição dos recur-
sos, serviços e ações a que se refere o inciso VII – a promoção gratuita e prioritária, pelas
I, serão observados o disposto nos planos unidades do sistema público de saúde, de
diretor e plurianual e na lei de diretrizes or- cirurgia interruptiva de gravidez, nos casos
çamentárias e o princípio da hierarquização, permitidos por lei;
compreendidos, para tal fim, os seguintes
equipamentos: VIII – a normatização complementar e a pa-
dronização dos procedimentos relativos à
I – unidades locais de saúde; saúde, pelo código sanitário;
II – policlínicas; IX – a formulação e implementação de polí-
tica de recursos humanos na esfera munici-
III – hospitais gerais; pal, com vistas à valorização do profissional
IV – hospitais de nível terciário; da área de saúde, mediante instituição de

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planos de carreira e condições para recicla- Poder Público e integra o Sistema Único de
gem periódica; Saúde ao nível municipal.
X – o controle dos serviços especializados § 2º Terão prioridade para contratação as
em segurança e medicina do trabalho; entidades filantrópicas e as sem fins lucra-
tivos.
XI – a instalação de estabelecimento de as-
sistência médica de emergência em cada § 3º É assegurado à administração do Siste-
área regional do Município; ma Único de Saúde o direito de intervir na
execução do contrato de prestação de ser-
XII – a adoção de política de fiscalização e viços, quando ocorrer infração de normas
controle de endemias; contratuais e regulamentares.
XIII – a prevenção do uso de drogas que de- § 4º Caso a intervenção não restabelecer a
terminem dependência física ou psíquica, normalidade da prestação de atendimen-
bem como seu tratamento especializado, to à saúde da população, poderá o Poder
provendo aos recursos humanos e mate- Executivo promover a desapropriação da
riais necessários; unidade ou rede prestadora de serviços, na
XIV – a informação à população sobre os forma da lei.
riscos e danos à saúde e medidas de pre- Art. 146. O Sistema Único de Saúde, no âmbito
venção e controle, inclusive mediante a pro- do Município, será financiado com recursos do
moção da educação sanitária nas escolas orçamento municipal e do orçamento da seguri-
municipais; dade social da União, além de outras fontes, os
XV – a prevenção de deficiências, bem quais constituirão o fundo municipal de saúde.
como o tratamento e a reabilitação de seus § 1º As dotações orçamentárias oriundas da
portadores; União e do Estado serão destinadas direta-
XVI – a transferência, quando necessária, mente ao fundo.
do paciente carente de recursos para esta- § 2º É vedada a destinação de recursos do
belecimento de assistência médica ou am- fundo para auxílios e subsídios, bem como
bulatorial, integrante do Sistema Único de a concessão de prazos ou juros privilegiados
Saúde, mais próximo de sua residência; às entidades privadas.
XVII – a implementação, em conjunto com Art. 147. As pessoas físicas ou jurídicas que ge-
órgãos federais e estaduais, do sistema de rem riscos ou causem danos à saúde de pessoas
informatização, na área de saúde; ou grupos assumirão o ônus do controle e da re-
XVIII – a participação na produção de medi- paração de seus atos.
camentos, equipamentos, imunobiológicos, Art. 148. O Município priorizará a assistência à
hemoderivados e outros insumos. saúde materno-infantil.
Art. 145. O Poder Público poderá contratar a Art. 149. A assistência à saúde é livre iniciativa
rede privada, quando houver insuficiência de privada.
serviços públicos, para assegurar a plena cober-
tura assistencial à população, segundo as nor-
mas de direito público e mediante autorização
do órgão competente.
§ 1º A rede privada, na condição de contra-
tada, submete-se ao controle da observân-
cia das normas técnicas estabelecidas pelo

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CAPÍTULO III II – o Poder Público estimulará o acondicio-


DO SANEAMENTO BÁSICO namento seletivo dos resíduos;
III – os resíduos recicláveis serão acondicio-
Art. 150. Compete ao Poder Público formular e
nados para reintrodução no ciclo do sistema
executar a política e os planos plurianuais de sa-
ecológico;
neamento básico, assegurando:
IV – os resíduos não-recicláveis serão acon-
I – o abastecimento de água, compatível
dicionados e terão destino final que minimi-
com os padrões de higiene, conforto e po-
ze o impacto ambiental;
tabilidade, independentemente da regulari-
dade do parcelamento do solo ou da edifi- V – o lixo séptico proveniente de hospitais,
cação; laboratórios e congêneres será acondiciona-
do e apresentado à coleta em contenedores
Inciso I com redação dada pela Emenda à
especiais, coletado em veículos próprios e
Lei Orgânica nº 21, de 17/07/2007 (Art. 1º)
específicos e transportado separadamente,
II – a coleta e a disposição dos esgotos sani- tendo destino final em incinerador público;
tários e dos resíduos sólidos e a drenagem
VI – os terrenos resultantes de aterros sani-
das águas pluviais, de forma a preservar o
tários serão destinados a parques ou áreas
equilíbrio ecológico e prevenir as ações da-
verdes;
nosas à saúde;
VII – a coleta e a comercialização dos ma-
III – o controle de vetores.
teriais recicláveis serão feitas preferencial-
§ 1º As ações de saneamento básico serão mente por meio de cooperativas de traba-
precedidas de planejamento que atenda lho.
aos critérios de avaliação do quadro sanitá-
rio da área a ser beneficiada, objetivando a
reversão e a melhoria do perfil epidemioló-
gico. CAPÍTULO IV
DO MEIO AMBIENTE
§ 2º O Poder Público desenvolverá meca-
nismos institucionais que compatibilizem Art. 152. Todos têm direito ao meio ambiente
as ações de saneamento básico com as de harmônico, bem de uso comum do povo e es-
habitação, desenvolvimento urbano, pre- sencial à saudável qualidade de vida, impondo-
servação do meio ambiente e gestão dos -se ao Poder Público e à coletividade o dever de
recursos hídricos, buscando integração com defendê-lo, preservá-lo e manter as plenas con-
outros municípios nos casos em que se exi- dições de seus processos vitais para as gerações
girem ações conjuntas. presentes e futuras.
§ 3º As ações municipais de saneamento § 1º Para assegurar a efetividade desse di-
básico serão executadas diretamente ou reito, incumbe ao Poder Público, entre ou-
por delegação, visando ao atendimento tras atribuições:
adequado à população.
I – promover a educação ambiental multi-
Art. 151. O Município manterá sistema de lim- disciplinar nas escolas municipais e dissemi-
peza urbana, coleta, tratamento e destinação nar as informações necessárias à conscien-
final do lixo, observado o seguinte: tização da população para a preservação do
meio ambiente;
I – a coleta de lixo será seletiva;
II – assegurar o livre acesso às informações
ambientais básicas e divulgar, sistematica-

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mente, os níveis de poluição e de qualidade X – estimular a pesquisa, o desenvolvimen-
do meio ambiente no Município; to e a utilização de fontes de energia alter-
nativa não-poluentes, bem como de tecno-
III – prevenir e controlar a poluição, a ero- logia poupadora de energia;
são, o assoreamento e outras formas de de-
gradação ambiental; XI – implantar e manter hortos florestais
destinados à recomposição da flora nativa e
IV – preservar remanescentes de vegeta- à produção de espécies diversas para a ar-
ções, como florestas, cerrados e outros, a borização dos logradouros públicos;
fauna e a flora, controlando a extração, a
captura, a produção, o armazenamento, a XII – promover ampla arborização dos lo-
comercialização, o transporte e o consumo gradouros públicos, a substituição de espé-
de espécimes e subprodutos, vedadas as cimes inadequados e a reposição daqueles
práticas que coloquem em risco sua função em processo de deterioração ou morte.
ecológica, provoquem extinção de espécies
ou submetam os animais a crueldade; § 2º O licenciamento de que trata o inciso
VIII do parágrafo anterior dependerá, no
V – criar parques, reservas, estações eco- caso de atividade ou obra potencialmente
lógicas e outras unidades de conservação, causadora de significativa degradação do
mantê-los sob especial proteção e dotá-los meio ambiente, de prévio relatório de im-
da infra-estrutura indispensável às suas fi- pacto ambiental, seguido de audiência pú-
nalidades; blica para informação e discussão sobre o
projeto, resguardado o sigilo industrial.
VI – estimular e promover o reflorestamen-
to com espécies nativas, objetivando espe- § 3º Aquele que explora recursos minerais
cialmente a proteção de encostas e dos re- fica obrigado a recuperar o meio ambiente
cursos hídricos; degradado, de acordo com a solução técni-
ca exigida pelo órgão ou entidade municipal
VII – fiscalizar a produção, a comercialização de controle e política ambiental.
e o emprego de técnicas, métodos e subs-
tâncias que importem riscos para a vida, a § 4º A conduta e a atividade consideradas
qualidade de vida e o meio ambiente, bem lesivas ao meio ambiente sujeitarão o in-
como o transporte e o armazenamento des- frator, pessoa física ou jurídica, a sanções
sas substâncias no território municipal; administrativas, inclusive a interdição tem-
porária ou definitiva, sem prejuízo das co-
VIII – sujeitar à prévia anuência do órgão ou minações penais e da obrigação de reparar
entidade municipal de controle e política o dano causado.
ambiental o licenciamento para início, am-
pliação ou desenvolvimento de atividades Art. 153. São vedadas no território municipal:
e construção ou reforma de instalações que
possam causar degradação do meio am- I – a disposição inadequada e a eliminação
biente, sem prejuízo de outras exigências de resíduo tóxico;
legais; II – a caça profissional, amadora e esportiva;
IX – determinar para atividades e instala- III – a emissão de sons, ruídos e vibrações
ções de significativo potencial poluidor a que prejudiquem a saúde, o sossego e o
realização periódica de auditorias nos res- bem-estar públicos.
pectivos sistemas de controle de poluição,
incluindo a avaliação detalhada dos efeitos Art. 154. É vedado ao Poder Público contratar
de sua operação sobre a qualidade dos re- e conceder isenções, incentivos e benefícios fis-
cursos ambientais;

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cais a quem estiver em situação de irregularida- II – a disposição e o transporte de rejeitos


de diante das normas de proteção ambiental. de usina que opere com reator nuclear;
Art. 155. Cabe ao Poder Público: III – a fabricação, a comercialização, o trans-
porte e a utilização de equipamento bélico
I – reduzir ao máximo a aquisição e a utili- nuclear.
zação de material não-reciclável e não-bio-
degradável, além de divulgar os malefícios
desse material sobre o meio ambiente;
II – fiscalizar, por meios técnicos específicos, CAPÍTULO V
a qualidade dos combustíveis distribuídos DA EDUCAÇÃO
no Município e a emissão de poluentes por
veículos automotores, máquinas e equipa- Art. 157. A educação, direito de todos, dever
mentos, bem como estimular a implantação do Poder Público e da sociedade, tem como
de medidas e uso de tecnologias que ve- objetivo o pleno desenvolvimento do cidadão,
nham minimizar seus impactos; tornando-o capaz de refletir sobre a realidade e
visando à qualificação para o trabalho.
III – implantar medidas corretivas e preven-
tivas para recuperação dos recursos hídri- § 1º O dever do Município com a educação
cos; implica a garantia de:

IV – estimular a adoção de alternativas de I – ensino de primeiro grau, obrigatório e


pavimentação, para garantia de menor im- gratuito, inclusive para os que a ele não ti-
pacto à permeabilidade do solo; veram acesso na idade própria, em período
de oito horas diárias para o curso diurno;
V – implantar e manter áreas verdes de pre-
servação permanente, em proporção nunca II – atendimento obrigatório e gratuito em
inferior a doze metros quadrados por habi- creche e pré-escola às crianças de zero a
tante, distribuídos eqüitativamente por Ad- seis anos de idade, em horário integral, bem
ministração Regional; como acesso automático ao ensino de pri-
meiro grau;
VI – estimular a substituição do perfil indus-
trial do Município, incentivando indústria III – expansão progressiva da escola pública
de menor impacto ambiental; de segundo grau;

VII – controlar os níveis de poluição sonora, IV – acesso aos níveis mais elevados de en-
visando a manter o sossego e o bem-estar sino, da pesquisa e da criação artística, se-
públicos; gundo a capacidade de cada um;

VIII – manter sistema de atendimento de V – atendimento à criança em creche, pré-


emergência para casos de poluição aciden- -escola e no ensino de primeiro grau, por
tal, em articulação com instituições públicas meio de programas suplementares de ma-
e privadas; terial didático-escolar, de assistência à saú-
de e de alimentação, inclusive, para a caren-
IX – fiscalizar os serviços e as instalações nu- te, nos períodos não-letivos;
cleares de qualquer natureza e a utilização
de quaisquer fontes de radiação. VI – expansão e manutenção da rede muni-
cipal de ensino, com a dotação de infra-es-
Art. 156. A Câmara manifestar-se-á previamen- trutura física e equipamentos adequados;
te, em relação ao território municipal, sobre:
I – a instalação de reator nuclear;

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VII – preservação dos aspectos humanísti- I – igualdade de condições para o acesso e a
cos e profissionalizantes do ensino de se- permanência na escola;
gundo grau;
II – liberdade de aprender, ensinar, pesqui-
VIII – atendimento educacional especializa- sar e divulgar o pensamento, a arte e o sa-
do ao portador de deficiência, sem limite de ber;
idade, na rede regular de ensino, bem como
vaga em escola próxima a sua residência; III – pluralismo de idéias e de concepções
filosóficas, políticas, estéticas, religiosas e
IX – oferta de ensino noturno regular, ade- pedagógicas, que conduza ao educando à
quado às condições do educando; formação de uma postura ética e social pró-
pria;
X – programas específicos de atendimento à
criança e ao adolescente superdotados; IV – gratuidade do ensino público em esta-
belecimentos oficiais, extensiva aos progra-
XI – criação e manutenção, no currículo das mas suplementares;
escolas públicas, de cursos técnico-profis-
sionalizantes adequados às peculiaridades e V – valorização dos profissionais do ensino,
potencialidades dos educandos; com a garantia de plano de carreira para o
magistério público, com piso de vencimen-
XII – supervisão e orientação educacional to profissional, pagamento por habilitação
em todos os níveis e modalidades de ensino e ingresso exclusivamente por concurso pú-
nas escolas públicas, exercidas por profis- blico de provas e títulos, realizado periodi-
sional habilitado; camente, sob o regime jurídico único adota-
XIII – passe escolar gratuito ao aluno do sis- do pelo Município para seus servidores;
tema público municipal que não conseguir VI – garantia do princípio do mérito, obje-
matrícula em escola próxima à sua residên- tivamente apurado, na carreira do magisté-
cia, observado os requisitos da lei. rio;
§ 2º O acesso ao ensino obrigatório e gra- VII – garantia do padrão de qualidade, me-
tuito, bem como o atendimento em creche diante:
e pré-escola, é direito público subjetivo.
a) reciclagem periódica dos profissionais de
§ 3º O não-oferecimento do ensino pelo Po- educação;
der Público, sua oferta irregular, ou o não-
-atendimento ao portador de deficiência b) avaliação cooperativa periódica por ór-
importam responsabilidade da autoridade gão próprio do sistema educacional, pelo
competente. corpo docente, pelos alunos e pelos respon-
sáveis por estes;
§ 4º Compete ao Município recensear as
crianças em idade de creche e pré-escola e VIII – incentivo à participação da comunida-
os educandos no ensino de primeiro grau e de no processo educacional;
zelar pela freqüência à escola.
IX – preservação dos valores educacionais e
§ 5º O Município manterá os programas de culturais locais;
educação pré-escolar e de ensino de pri-
meiro grau com a cooperação técnica e fi- X – gestão democrática do ensino público,
nanceira da União e do Estado. mediante, entre outras medidas, a institui-
ção de:
Art. 158. Na promoção da educação pré-escolar
e do ensino de primeiro e segundo graus, o Mu- a) Assembléia Escolar, como instância má-
nicípio observará os seguintes princípios: xima de deliberação de escola municipal,

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composta por servidores nela lotados, por V – estabelecer política municipal de arti-
alunos e seus pais e por membros da comu- culação junto às creches comunitárias e às
nidade; filantrópicas.
b) direção colegiada de escola municipal; § 1º O Município fornecerá instalações e
equipamentos para creches e pré-escolas,
c) eleição direta e secreta, em dois turnos, observados os seguintes critérios:
se necessário, para o exercício de cargo co-
missionado de Diretor e de função de Vice- I – prioridade para as áreas de maior densi-
-Diretor de escola municipal, para mandato dade demográfica e de menor faixa de ren-
de três anos, permitida uma recondução da;
consecutiva, mediante eleição, e garantida
a participação de todos os segmentos da II – escolha do local para funcionamento de
comunidade; creche e pré-escola, mediante indicação da
comunidade;
Alínea “c” com redação dada pela Emenda à
Lei Orgânica nº 20, de 01/02/2007 (Art. 1º), III – integração de pré-escolas e creches.

Vide Emenda à Lei Orgânica nº 20, de § 2º A gestão democrática das creches pú-
01/02/2007, que estabelece os efeitos da blicas observará o disposto no art. 158, X,
nova redação para o mandato subseqüente no que couber.
ao vigente na data de aprovação da emenda § 3º Cabe ao Poder Público o atendimento,
(Art. 2º) em creche comum, de criança portadora de
XI – garantia e estímulo à organização au- deficiência, oferecendo recursos e serviços
tônoma dos alunos, no âmbito das escolas especializados de educação e reabilitação.
municipais. § 4º A execução da política de atendimento
Art. 159. Para o atendimento de crianças de em creche pública é de responsabilidade de
zero a seis anos de idade, o Município deverá: organismo único da administração munici-
pal.
I – criar, implantar, implementar, manter,
orientar, supervisionar e fiscalizar as cre- Art. 160. O Município aplicará, anualmente,
ches; pelo menos trinta por cento da receita resultan-
te de impostos, compreendida a proveniente de
II – atender, por meio de equipe multidisci- transferências constitucionais, em Educação.
plinar, composta por professor, pedagogo,
psicólogo, assistente social, enfermeiro e § 1º As despesas que se caracterizam como
nutricionista, às necessidades da rede mu- de manutenção e desenvolvimento de ensi-
nicipal de creches; no, relativas a ensino fundamental e educa-
ção infantil, respeitarão os limites mínimos
III – propiciar cursos e programas de recicla- previstos no art. 212 da Constituição da Re-
gem, treinamento, gerenciamento adminis- pública e na legislação federal pertinente.
trativo e especialização, visando à melhoria
e ao aperfeiçoamento dos trabalhadores de § 2º Considerar-se-ão como de manutenção
creches; e desenvolvimento do processo de ensino
as despesas realizadas com vistas à conse-
IV – estabelecer normas de construção e re- cução dos objetivos básicos das instituições
forma de logradouros e dos edifícios para o educacionais de todos os níveis, compreen-
funcionamento de creches, buscando solu- dendo as que se destinam a:
ções arquitetônicas adequadas à faixa etá-
ria das crianças atendidas;

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I – remuneração e aperfeiçoamento do cor- § 5º Considerar-se-ão como despesas rela-
po docente e dos demais profissionais de tivas à educação inclusiva, para fins do dis-
Educação; posto no § 4º deste artigo:
II – aquisição, manutenção, construção e I – programas voltados à educação de jo-
conservação de instalações e equipamentos vens e adultos que não tiveram acesso ou
necessários ao processo de ensino-aprendi- continuidade de estudos no ensino funda-
zagem; mental e médio na idade própria;
III – uso e manutenção de bens e serviços II – programas de reinserção educacional da
vinculados ao ensino; criança e do adolescente em situação de ris-
co pessoal ou social;
IV – levantamentos estatísticos, estudos e
pesquisas visando, precipuamente, ao apri- III – programas especiais para educação de
moramento da qualidade e à expansão do crianças e adolescentes com deficiência;
ensino;
IV – programas voltados para a manutenção
V – realização de atividades-meio necessá- do ensino médio e da educação profissiona-
rias ao funcionamento do sistema de ensino lizante visando ao desenvolvimento de apti-
municipal; dões para a vida produtiva;
VI – amortização e custeio de operações de V – programas que permitam o uso, pela co-
crédito destinadas a atender ao disposto munidade, do prédio escolar e de suas ins-
nos incisos deste artigo; talações durante os fins de semana, as fé-
rias escolares e os feriados, na forma da lei;
VII – aquisição de material didático escolar
e manutenção de programas de transporte VI – programas que fortaleçam a inclusão
escolar; de crianças e adolescentes na ação educa-
cional do Município;
VIII – outras despesas realizadas com vistas
à consecução dos objetivos básicos das ins- VII – custos de produção e transmissão de
tituições educacionais, nos termos da legis- programas de educação promovidos ou pa-
lação federal. trocinados pelo Poder Público Municipal,
veiculados em emissoras de rádio e televi-
§ 3º O Município investirá em ações de são;
educação inclusiva a parcela do percentual
previsto no caput deste artigo que exceder VIII – demais programas do Município que
os limites mínimos previstos no art. 212 da desenvolvam atividades integradas à ma-
Constituição da República e na legislação fe- nutenção e ao desenvolvimento do ensino,
deral pertinente. como educação ambiental, educação nutri-
cional, programas de alimentação escolar,
§ 4º Entende-se por educação inclusiva esporte escolar e cultura.
aquela destinada a garantir as pré-condi-
ções de aprendizagem e acesso aos servi- Art. 161. Fica assegurada a cada unidade do sis-
ços educacionais, a reinserção de crianças e tema municipal de ensino, inclusive às creches,
jovens em risco social no processo de ensi- a destinação de recursos necessários à sua con-
no, a erradicação do analfabetismo digital, servação, manutenção e vigilância e à aquisição
a educação profissionalizante e a provisão de equipamentos e materiais didático-pedagó-
de condições para que o processo educativo gicos, conforme dispuser a lei orçamentária.
utilize meios de difusão, educação e comu-
nicação. Art. 162. O Município elaborará plano bienal de
educação, visando à ampliação e à melhoria do

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atendimento de sua obrigação de oferta de en- § 2º A história e a geografia do Município


sino público e gratuito. constituem matérias obrigatórias nas clas-
ses de 1º a 4º séries do primeiro grau.
Parágrafo único. A proposta do plano será
elaborada pelo Poder Executivo, com a par- § 3º A disciplina Formação Política e de Ci-
ticipação da sociedade civil, e encaminha- dadania integrará a parte diversificada do
da, para a aprovação da Câmara, até o dia currículo de segundo grau e incluirá conte-
trinta e um de agosto do ano imediatamen- údos relacionados à história política do Bra-
te anterior ao do início de sua execução. sil, à constituição do Congresso Nacional,
das assembléias legislativas e das câmaras
Art. 163. As escolas municipais deverão contar, municipais, às atividades dos vereadores,
entre outras instalações e equipamentos, com dos deputados estaduais e federais e dos
laboratório, biblioteca, auditório, cantina, sa- senadores, à Constituição Federal, à Consti-
nitário, vestiário, quadra de esportes e espaço tuição do Estado de Minas Gerais, à Lei Or-
não-cimentado para recreação. gânica do Município e à legislação eleitoral
§ 1º O Município garantirá o funcionamen- vigente.
to de biblioteca em cada escola municipal, Art. 165. O quadro de pessoal necessário ao
acessível à população e com o acervo ne- funcionamento das unidades municipais de en-
cessário ao atendimento dos alunos. sino será estabelecido em lei, de acordo com o
§ 2º Cada escola municipal aplicará pelo número de turmas, turnos e séries existentes na
menos dez por cento da verba referida no escola.
art. 161 na manutenção e ampliação do
acervo de sua biblioteca.
CAPÍTULO VI
§ 3º As unidades municipais de ensino ado-
tarão livros didáticos perduráveis, possibili- DA CULTURA
tando seu reaproveitamento.
Art. 166. O acesso aos bens da cultura e às con-
§ 4º É vedada a adoção de livro didático que dições objetivas para produzi-la é direito do ci-
dissemine qualquer forma de discriminação dadão e dos grupos sociais.
ou preconceito.
§ 1º Todo cidadão é um agente cultural, e
§ 5º O prédio e o mobiliário escolares de- o Poder Público incentivará, por meio de
verão conformar-se aos princípios ergonô- política de ação cultural democraticamente
micos. elaborada, as diferentes manifestações cul-
turais do Município.
Art. 164. O currículo escolar de primeiro e de
segundo grau das escolas municipais incluirá § 2º O Município protegerá as manifesta-
conteúdos programáticos sobre prevenção do ções das culturas populares e dos grupos
uso de drogas, educação para a segurança no étnicos participantes do processo civilizató-
trânsito, educação do consumidor e formação rio nacional e promoverá, nas escolas mu-
política e de cidadania. nicipais, a educação sobre a história local e
a dos povos indígenas e de origem africana.
§ 1º A formação religiosa, sem caráter con-
fessional e de matrícula e freqüência facul- Art. 167. Constituem patrimônio cultural do
tativas, constitui disciplina das escolas pú- Município os bens de natureza material e imate-
blicas de ensino fundamental. rial, tomados individualmente ou em conjunto,
que contenham referência à identidade, à ação
e à memória do povo belo-horizontino, entre os
quais se incluem:

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I – as formas de expressão; Município, para atender às necessidades de de-
senvolvimento cultural da população.
II – os modos de criar, fazer e viver;
Parágrafo único. Serão instalados, junto aos
III – as criações tecnológicas, científicas e centros culturais, bibliotecas e oficinas ou
artísticas; cursos de formação cultural.
IV – as obras, os objetos, os documentos, as
edificações e outros espaços destinados a
manifestações artísticas e culturais, nestas
incluídas todas as formas de expressão po- CAPÍTULO VII
pular; DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA
V – os conjuntos urbanos e os sítios de valor Art. 170 .O Município promoverá e incentivará
histórico, artístico, paisagístico, arqueológi- o desenvolvimento científico, a pesquisa, a difu-
co, paleontológico, ecológico e científico. são e a capacitação tecnológicas, voltados pre-
ponderantemente para a solução de problemas
§ 1º As áreas públicas, especialmente os
locais.
parques, os jardins e as praças, são abertas
às manifestações culturais, desde que estas Parágrafo único. O Poder Executivo im-
não tenham fins lucrativos e sejam compatí- plantará política de formação de recursos
veis com a preservação do patrimônio am- humanos nas áreas de ciência, pesquisa e
biental, paisagístico, arquitetônico e históri- tecnologia e concederá meios e condições
co. especiais de trabalho aos que dela se ocu-
pem.
§ 2º A lei disporá sobre a fixação de datas
comemorativas de fatos relevantes para a Art. 171. O Município criará e manterá entida-
cultura municipal. de voltada ao ensino e à pesquisa científica, ao
desenvolvimento experimental e a serviços téc-
Art. 168. O Município, com a colaboração da
nico-científicos relevantes para o seu progresso
sociedade civil, protegerá o seu patrimônio his-
social e econômico.
tórico e cultural, por meio de inventários, pes-
quisas, registros, vigilância, tombamento, desa- § 1º Os recursos necessários à efetiva ope-
propriação e outras formas de acautelamento e racionalização da entidade serão consigna-
preservação. dos no orçamento municipal, bem como
obtidos de órgãos e entidades de fomento
Parágrafo único. O Poder Público mante-
federais e estaduais ou de outras fontes.
rá sistema de arquivos públicos e privados
com a finalidade de promover o recolhi- § 2º O Município recorrerá preferencial-
mento, a preservação e a divulgação do pa- mente aos órgãos e entidades de pesquisa
trimônio documental de organismos públi- estaduais e federais nele sediados, promo-
cos municipais, bem como de documentos vendo a integração intersetorial por meio
privados de interesse público, a fim de que da implantação de programas integrados,
possam ser utilizados como instrumento de consideradas as diversas demandas cien-
apoio à administração, à cultura e ao desen- tíficas, tecnológicas e ambientais afetas às
volvimento científico e como elemento de questões municipais.
prova e informação.
Art. 172. O Município criará núcleos descentra-
Art. 169. O Poder Público promoverá a implan- lizados de treinamento e difusão de tecnologias
tação, com a participação e cooperação da so- de alcance comunitário, de forma a contribuir
ciedade civil, de centros culturais nas regiões do para a sua absorção efetiva pela população,
prioritariamente a de baixa renda.

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CAPÍTULO VIII quadros de entidade amadorista carente de


DO DESPORTO E DO LAZER recursos.
§ 5º Cabe ao Município, na área de sua
Art. 173. O Município promoverá, estimulará, competência, colaborar com os organismos
orientará e apoiará a prática desportiva e a edu- públicos e as entidades esportivas, objeti-
cação física, inclusive por meio de: vando o cumprimento das normas que re-
I – destinação de recursos públicos; gem os desportos.

II – proteção às manifestações esportivas e Art. 174. O Município apoiará e incentivará o la-


preservação das áreas a elas destinadas; zer e o reconhecerá como forma de promoção
social.
III – tratamento privilegiado do desporto
não-profissional. Parágrafo único. Os parques, os jardins, as
praças e os quarteirões fechados são espa-
§ 1º Para os fins do artigo, cabe ao Municí- ços privilegiados para o lazer.
pio:
I – exigir, nas unidades escolares públicas, e
para aprovação dos projetos urbanísticos e
CAPÍTULO IX
de novos conjuntos habitacionais, reserva
de área destinada a praça ou campo de es- DA ASSISTÊNCIA SOCIAL
porte e lazer comunitários;
Seção I
II – utilizar-se de terreno próprio ou cedido, DISPOSIÇÕES GERAIS
para implantação de áreas de lazer e praças
de esporte, necessárias à demanda do es- Art. 175. A assistência social será prestada a
porte amador nos bairros da cidade; quem dela necessitar, independentemente de
contribuição à seguridade social, e tem por ob-
III – incluir a Educação Física como discipli-
jetivos:
na nos estabelecimentos oficiais de ensino;
I – a proteção à família, à maternidade, à in-
IV – manter o funcionamento das instala-
fância, à adolescência e à velhice;
ções desportivas por ele criadas, no que se
refere a recursos humanos e materiais. II – o amparo às crianças e adolescentes de
rua, aos desempregados e aos doentes;
§ 2º Cabe à Administração Regional, na área
de sua circunscrição, a execução da política III – a promoção da integração no mercado
de esporte e lazer definida pelo órgão ou de trabalho;
entidade municipal competente, com a par-
ticipação dos segmentos da sociedade inte- IV – a reabilitação e habilitação do portador
ressados. de deficiência, promovendo-lhe a melhoria
da qualidade de vida e a integração na vida
§ 3º O Município garantirá ao portador de comunitária, inclusive por meio da criação
deficiência atendimento especial no que se de oficinas de trabalho com vistas à sua for-
refere à educação física e à prática de ati- mação profissional e automanutenção.
vidade desportiva, sobretudo no âmbito es-
colar. § 1º O Município estabelecerá plano de
ações na área da assistência social, observa-
§ 4º O Município, por meio da rede públi- dos os seguintes princípios:
ca de saúde, propiciará acompanhamento
médico e exames ao atleta integrante de I – recursos financeiros consignados no or-
çamento municipal, além de outras fontes;

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II – coordenação, execução e acompanha- III – a preferência na formulação e na execu-
mento a cargo do Poder Executivo; ção das políticas sociais públicas;
III – participação da sociedade civil na for- IV – o aquinhoamento privilegiado de recur-
mulação das políticas e no controle das sos públicos nas áreas relacionadas com a
ações em todos os níveis. proteção à infância e à juventude, notada-
mente no tocante ao uso e abuso de tóxi-
§ 2º O Município poderá firmar convênios cos, drogas afins e bebidas alcoólicas.
com entidade beneficente e de assistência
social para a execução do plano. § 2º Será punido na forma da lei qualquer
atentado do Poder Público, por ação ou
Seção II omissão, aos direitos fundamentais da
DA FAMÍLIA, DA CRIANÇA, DO criança, do adolescente, do idoso e do por-
ADOLESCENTE, DO IDOSO E DO tador de deficiência.
PORTADOR DE DEFICIÊNCIA Art. 178. O Município, em conjunto com a so-
ciedade, criará e manterá programas sócio-edu-
Art. 176. O Município, na formulação e na apli- cativos e de assistência jurídica destinados ao
cação de suas políticas sociais, visará a dar à fa- atendimento de criança e adolescente privados
mília condições para a realização de suas rele- das condições necessárias ao seu pleno desen-
vantes funções sociais. volvimento e incentivará os programas de inicia-
Parágrafo único. Fundado nos princípios da tiva das comunidades, mediante apoio técnico
dignidade da pessoa humana e da paterni- e financeiro, vinculado ao orçamento, de forma
dade e maternidade responsáveis, o plane- a garantir-se o completo atendimento dos direi-
jamento familiar é livre decisão do casal, in- tos constantes desta Lei Orgânica.
cumbindo ao Município, nos limites de sua § 1º As ações do Município de proteção à
competência, propiciar recursos educacio- infância e à adolescência serão organizadas
nais e científicos para o exercício desse di- na forma da lei, com base nas seguintes di-
reito, vedada qualquer forma coercitiva por retrizes:
parte das instituições oficiais ou privadas.
I – desconcentração do atendimento;
Art. 177. É dever da família, da sociedade e do
Poder Público assegurar à criança e ao adoles- II – priorização dos vínculos familiares e co-
cente, com absoluta prioridade, o direito à vida, munitários como medida preferencial para
à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à a integração social de crianças e adolescen-
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao tes;
respeito, à liberdade e à convivência familiar e
III – a participação da sociedade civil na
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda
formulação de políticas e programas, bem
forma de negligência, discriminação, explora-
como no controle de sua execução.
ção, violência, crueldade e opressão.
§ 2º Programas de defesa e vigilância dos di-
§ 1º A garantia de absoluta prioridade com-
reitos da criança e do adolescente preverão:
preende:
I – estímulo e apoio à criação de centros de
I – a primazia de receber proteção e socorro
defesa dos direitos da criança e do adoles-
em quaisquer circunstâncias;
cente, geridos pela sociedade civil;
II – a precedência de atendimento em ser-
II – criação de plantões de recebimento e
viço de relevância pública ou em órgão pú-
encaminhamento de denúncias de violência
blico;
contra criança e adolescente;

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III – implantação de serviços de advocacia Art. 181 O Município garantirá ao portador de


da criança, atendimento e acompanhamen- deficiência, nos termos da lei:
to às vítimas de negligência, abuso, maus-
-tratos, exploração e tóxico. I – a participação na formulação de políticas
para o setor;
§ 3º O Município implantará e manterá, sem
qualquer caráter repressivo ou obrigatório: II – o direito à informação, à comunicação, à
educação, ao transporte e à segurança, por
I – casas abertas, que ficarão à disposição meio, entre outros, da imprensa braile, da
das crianças e dos adolescentes desassisti- linguagem gestual, da sonorização de semá-
dos; foro e da adequação dos meios de transpor-
te;
II – quadros de educadores de rua, compos-
tos por psicólogos, pedagogos, assistentes III – programas de assistência integral para
sociais, especialistas em atividades espor- os excepcionais não-reabilitáveis;
tivas, artísticas e de expressão corporal e
dança, bem como por pessoas com reco- IV – sistema especial de transporte para a
nhecida competência e sensibilidade no tra- freqüência às escolas e clínicas especializa-
balho com crianças e adolescentes. das, quando impossibilitado de usar o siste-
ma de transporte comum, bem como pas-
Art. 179. O Município promoverá condições que se livre, extensivo, quando necessário, ao
assegurem amparo à pessoa idosa, no que res- acompanhante.
peite à sua dignidade e ao seu bem-estar.
§ 1º O Poder Público estimulará o inves-
§ 1º O amparo ao idoso será, quando possí- timento de pessoas físicas e jurídicas na
vel, exercido no próprio lar. adaptação e na aquisição de equipamentos
necessários ao exercício profissional do tra-
§ 2º Para assegurar a integração do idoso na balhador portador de deficiência, conforme
comunidade e na família, serão criados cen- dispuser a lei.
tros diurnos de lazer e de amparo à velhice.
§ 2º Os veículos de transporte coletivo de-
Art. 180 O Município, isoladamente ou em coo- verão ser equipados com elevadores hi-
peração, criará e manterá: dráulicos e demais condições técnicas que
I – lavanderias públicas, prioritariamente permitam o acesso adequado ao portador
nos bairros periféricos; de deficiência.

II – casas transitórias para mãe puérpera § 3º O Poder Público implantará organismo


que não tiver moradia, nem condições de executivo da política pública de apoio ao
cuidar de seu filho recém-nascido nos pri- portador de deficiência.
meiros meses de vida;
III – casas especializadas para acolhimento
da mulher e da criança vítimas de violência CAPÍTULO X
no âmbito da família ou fora dele; DAS POPULAÇÕES AFRO-
IV – centros de orientação jurídica à mulher BRASILEIRAS
formados por equipes multidisciplinares;
Art. 182 Cabe ao Poder Público, na área de sua
V – centros de apoio e acolhimento à meni- competência, coibir a prática do racismo, crime
na de rua que a considerem em suas especi- inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de
ficidades de mulher. reclusão, nos termos da Constituição da Repú-
blica.

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Parágrafo único. O dever do Poder Público CAPÍTULO XI
compreende, entre outras medidas: DA POLÍTICA URBANA
I – a criação e a divulgação, nos meios de
comunicação públicos, ou nos privados de Seção I
cujos espaços se utilize a administração pú- DISPOSIÇÕES GERAIS
blica, de programas de valorização da par-
ticipação do negro na formação histórica e Art. 184 O pleno desenvolvimento das funções
cultural brasileira e de repressão a idéias e sociais da cidade, a garantia do bem-estar de
práticas racistas; sua população e o cumprimento da função so-
cial da propriedade, objetivos da política urbana
II – a inclusão, na propaganda institucional executada pelo Poder Público, serão assegura-
do Município, de modelos negros em pro- dos mediante:
porção compatível com sua presença no
conjunto da população municipal; I – formulação e execução do planejamento
urbano;
III – a reciclagem periódica dos servidores
públicos, especialmente os de creches e II – distribuição espacial adequada da popu-
escolas municipais, de modo a habilitá-los lação, das atividades sócio-econômicas, da
para o combate a idéias e práticas racistas; infra-estrutura básica e dos equipamentos
urbanos e comunitários;
IV – a punição ao agente público que violar
a liberdade de expressão e manifestação III – integração e complementaridade das
das religiões afro-brasileiras; atividades urbanas e rurais, no âmbito da
região polarizada pelo Município;
V – a proibição de práticas, pelas unidades
da administração pública municipal, de con- IV – participação da sociedade civil no pla-
trole demográfico e de esterilização de mu- nejamento e no controle da execução de
lheres negras, salvo as necessárias à saúde programas que lhe forem pertinentes.
das pacientes; Art. 185 São instrumentos do planejamento ur-
VI – a inclusão de conteúdo programático bano, entre outros:
sobre a história da África e da cultura afro- I – plano diretor;
-brasileira no currículo das escolas públicas
municipais; II – legislação de parcelamento, ocupação e
uso do solo, de edificações e de posturas;
VII – o cancelamento, mediante processo
administrativo sumário, sem prejuízo de III – legislação financeira e tributária, es-
outras sanções legais, de alvará de funcio- pecialmente o imposto predial e territorial
namento de estabelecimento privado, fran- progressivo e a contribuição de melhoria;
queado ao público, que cometer ato de dis-
criminação racial. IV – transferência do direito de construir;

Art. 183 É considerado data cívica e incluído no V – parcelamento ou edificação compulsó-


calendário oficial do Município o Dia da Consci- rios;
ência Negra, celebrado anualmente em vinte de VI – concessão do direito real de uso;
novembro.
VII – servidão administrativa;
VIII – tombamento;

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IX – desapropriação por interesse social, ne- Seção II


cessidade ou utilidade pública; DO PLANO DIRETOR
X – fundos destinados ao desenvolvimento
urbano. Art. 188 O plano diretor conterá:

Art. 186 Na promoção do desenvolvimento ur- I – exposição circunstanciada das condições


bano, observar-se-á o seguinte: econômicas, financeiras, sociais, ambien-
tais, culturais e administrativas do Municí-
I – ordenação do crescimento da cidade, pio;
prevenção e correção de suas distorções;
II – objetivos estratégicos, fixados com vista
II – contenção de excessiva concentração à solução dos principais entraves ao desen-
urbana; volvimento social;
III – indução à ocupação do solo urbano edi- III – diretrizes econômicas, financeiras, ad-
ficável ocioso ou subutilizado; ministrativas, sociais, de uso e ocupação do
solo e de preservação do patrimônio am-
IV – parcelamento do solo e adensamento biental e cultural, visando a atingir os obje-
condicionados, adequada disponibilidade tivos estratégicos e as respectivas metas;
de infra-estrutura e de equipamentos urba-
nos e comunitários; IV – ordem de prioridades, abrangendo ob-
jetivos e diretrizes;
V – urbanização, regularização e titulação
das áreas ocupadas por população de baixa V – estimativa preliminar do montante de
renda; investimentos e dotações financeiras ne-
cessários à implantação das diretrizes e à
VI – proteção, preservação e recuperação consecução dos seus objetivos, segundo a
do meio ambiente e do patrimônio históri- ordem de prioridades estabelecida;
co, cultural, artístico e arqueológico;
VI – cronograma físico-financeiro com pre-
VII – garantia do acesso adequado do por- visão dos investimentos municipais.
tador de deficiência aos bens e serviços co-
letivos, aos logradouros e edifícios públicos, Parágrafo único. Os orçamentos anuais, as
bem como a edificações destinadas ao uso diretrizes orçamentárias e o plano plurianu-
industrial, comercial e de serviços, e ao resi- al serão compatibilizados com as priorida-
dencial multifamiliar; des e metas estabelecidas no plano diretor.
VIII – ampliação das áreas reservadas a pe- Art. 189 As diretrizes e metas do plano diretor
destres. devem estar ajustadas às definidas para a Re-
gião Metropolitana de Belo Horizonte, especial-
Art. 187 O Município, sobre toda edificação cuja mente no que se refere às funções públicas de
implantação resultar em coeficiente de aprovei- interesse comum metropolitano.
tamento do terreno superior a índice estabele-
cido em lei, deverá receber contrapartida cor- Art. 190 O plano diretor definirá áreas especiais,
respondente à concessão do direito de criação tais como:
do solo.
I – áreas de urbanização preferencial;
Parágrafo único. A contrapartida, que se
dará em moeda corrente ou dação de imó- II – áreas de reurbanização;
vel, será utilizada segundo critérios defini- III – áreas de urbanização restrita;
dos pelo plano diretor.
IV – áreas de regularização;

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V – áreas destinadas a implantação de pro- § 4º Áreas de regularização são as ocupadas
gramas habitacionais; por população de baixa renda, sujeitas a cri-
térios especiais de urbanização, bem como
VI – áreas de transferência do direito de
a implantação prioritária de equipamentos
construir;
urbanos e comunitários.
VII – áreas de preservação ambiental.
§ 5º Áreas de transferência do direito de
§ 1º Áreas de urbanização preferencial são construir são as passíveis de adensamento,
as destinadas a: observados os critérios estabelecidos na lei
I – aproveitamento adequado de terrenos de parcelamento, ocupação e uso do solo.
não-edificados, subutilizados ou não-utiliza- § 6º Áreas de preservação ambiental são as
dos, observado o disposto no art. 182, § 4º, destinadas à preservação permanente, em
I, II e III, da Constituição da República; que a ocupação deve ser vedada, em razão
II – implantação prioritária de equipamen- de:
tos urbanos e comunitários; I – riscos geológicos, geotécnicos e geodinâ-
III – adensamento de áreas edificadas; micos;

IV – ordenamento e direcionamento da ur- II – necessidade de conter, pela preservação


banização. da vegetação nativa, o desequilíbrio no sis-
tema de drenagem natural;
§ 2º Áreas de reurbanização são as que,
para a melhoria das condições urbanas, III – necessidade de garantir áreas para a
poderão exigir novo parcelamento do solo, preservação da diversidade das espécies;
recuperação ou substituição de construções
existentes ou novo zoneamento de uso e IV – necessidade de garantir áreas ao refú-
ocupação do solo. gio da fauna;

§ 3º Áreas de urbanização restrita são aque- V – proteção às nascentes e cabeceiras de


las em que a ocupação será desestimulada cursos d’água.
ou contida, em decorrência de: Art. 191. A transferência do direito de construir
I – necessidade de preservação de seus ele- poderá ser autorizada ao proprietário de imóvel
mentos naturais; considerado de interesse de preservação am-
biental ou cultural, bem como ao proprietário
II – vulnerabilidade a intempéries, calami- de imóvel destinado à implantação de programa
dades e outras condições adversas; habitacional.
III – necessidade de proteção ambiental e § 1º Na transferência do direito de construir,
de preservação do patrimônio histórico, ar- observar-se-á o índice de aproveitamento
tístico, cultural, arqueológico e paisagístico; estabelecido pela Lei de Uso e Ocupação do
IV – proteção dos mananciais, margens de Solo para o imóvel a que se refere o artigo,
rios e demais águas correntes e dormentes; deduzida a parcela já utilizada do mesmo
índice, limitando-se a transferência, no caso
V – manutenção do nível de ocupação da de imóvel destinado a programa habitacio-
área; nal, a 50% (cinqüenta por cento) do saldo.
VI – implantação e operação de equipa-
§ 2º Os imóveis passíveis de recepção da
mentos urbanos de grande porte, tais como
transferência do direito de construir são:
terminais aéreos, rodoviários, ferroviários e
autopistas. I – os integrantes das áreas a que se refere o
art. 190, § 5º;

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II – os indicados em lei específica referente § 1º Os serviços a que se refere o artigo, in-


a projetos urbanísticos especiais; cluído o de transporte escolar, serão pres-
tados diretamente ou mediante delegação,
III – os situados em torno do imóvel objeto nos termos da lei.
da transferência, segundo critérios de proxi-
midade a serem estabelecidos em lei. § 2º À entidade da administração indireta,
que será criada pelo Poder Público, caberão
§ 2º com redação dada pela Emenda à Lei as atribuições, entre as referidas no artigo,
Orgânica nº 5, de 22/02/1994 (Art. 1º) fixadas em lei.
§ 3º Observar-se-á, como limite máximo § 3º A exploração do serviço de transporte
de recepção da transferência do direito de coletivo que o Poder Público seja levado a
construir, a área correspondente ao percen- exercer, por força de contingência ou con-
tual de 20% (vinte por cento) do índice de veniência administrativa, será empreendida
aproveitamento do terreno de recepção, por entidade da administração indireta.
excetuados os casos previstos em projetos
urbanísticos especiais para os quais o limite § 4º A implantação e a conservação de in-
será definido em lei específica. fra-estrutura viária são de competência de
órgão ou entidade da administração públi-
§ 4º Uma vez exercida a transferência do ca, incumbindo-lhe a elaboração de progra-
direito de construir, o índice de aproveita- ma gerencial das obras respectivas.
mento não poderá ser objeto de nova trans-
ferência. Art. 194 As diretrizes, objetivos e metas da ad-
ministração pública nas atividades setoriais de
§ 5º O disposto no artigo não se aplica ao transporte coletivo serão estabelecidos em lei
imóvel cujo possuidor preencha as condi- que instituir o plano plurianual, de forma com-
ções para a aquisição da propriedade por patível com a política de desenvolvimento ur-
meio de usucapião. bano, definida no plano diretor do Município, e
Art. 192 A operação do plano diretor dar-se-á com a de desenvolvimento metropolitano.
mediante implantação de sistema de planeja- Art. 195 A lei disporá sobre a organização, o
mento e informações, objetivando o controle funcionamento e a fiscalização dos serviços de
das ações e diretrizes setoriais. transporte coletivo, escolar e de táxi, devendo
Parágrafo único. Além do disposto no art. fixar diretrizes de caracterização precisa e pro-
39, o Poder Executivo manterá cadastro teção eficaz do interesse público e dos direitos
atualizado dos imóveis dos patrimônios es- dos usuários.
tadual e federal, situados no Município. § 1º É assegurado o direito ao transporte
coletivo a todos os habitantes do Município,
cabendo ao Poder Público tomar as medi-
das necessárias para garantir linha regular
CAPÍTULO XII em todos os bairros, vilas e favelas.
DO TRANSPORTE PÚBLICO E
§ 2º É obrigatória a manutenção de linhas
SISTEMA VIÁRIO noturnas de transporte coletivo em toda a
Art. 193 Incumbe ao Município, respeitadas as área do Município.
legislações federal e estadual, planejar, organi- § 3º O Poder Público promoverá permanen-
zar, dirigir, coordenar, executar, delegar e con- te vistoria nas unidades de transporte cole-
trolar a prestação de serviços públicos relativos tivo, determinando a retirada de circulação
a transporte coletivo e individual de passagei- dos veículos não-apropriados ao uso e sua
ros, tráfego, trânsito e sistema viário municipal. imediata substituição.

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§ 4º O sistema de transporte coletivo forne- madores da planilha de custos, a elementos
cerá, para aquisição antecipada pelo usuá- da metodologia de cálculo, a parâmetros de
rio, bilhete-transporte. coeficientes técnicos, bem como às infor-
mações relativas às fases de operação do
Art. 196 O planejamento dos serviços de trans- sistema de transporte.
porte coletivo deve ser feito com observância
dos seguintes princípios: Art. 198 O equilíbrio econômico-financeiro dos
serviços de transporte coletivo será assegurado
I – compatibilização entre transporte e uso por uma ou mais das seguintes condições, con-
do solo; forme dispuser a lei:
II – integração física, operacional e tarifária I – tarifa justa e sua revisão periódica;
entre as diversas modalidades de transpor-
te; II – subsídio aos serviços;
III – racionalização dos serviços; III – compensação entre a receita auferida e
o custo total do sistema.
IV – análise de alternativas mais eficientes
ao sistema; § 1º O cálculo das tarifas abrange o custo da
produção do serviço definido pela planilha
V – progressiva unificação das tarifas; de custos e o custo de gerenciamento das
VI – participação da sociedade civil. delegações do serviço e do controle de trá-
fego, levando-se em consideração a expan-
Parágrafo único. O Município, ao traçar as são do serviço, a manutenção de padrões
diretrizes de ordenamento dos transportes, mínimos de conforto, segurança e rapidez e
estabelecerá metas prioritárias de circula- a justa remuneração dos investimentos.
ção de coletivos urbanos, que terão prefe-
rência em relação às demais modalidades § 2º A fixação de qualquer tipo de gratuida-
de transporte. de no transporte coletivo urbano só poderá
ser feita mediante lei que indique a fonte de
Art. 197 As tarifas de serviços de transporte co- recursos para custeá-la.
letivo, de táxi e de estacionamento público se-
rão fixadas pelo Poder Executivo, conforme dis-
puser a lei.
§ 1º O Poder Executivo deverá proceder ao
cálculo da remuneração do serviço de trans-
porte de passageiros às empresas operado-
ras, com base em planilha de custos, con-
tendo metodologia de cálculo, parâmetros
e coeficientes técnicos em função das pecu-
liaridades do sistema de transporte urbano
municipal.
§ 2º As planilhas de custos serão atualizadas
quando houver alteração no preço de com-
ponentes da estrutura de custos de trans-
porte necessários à operação do serviço.
§ 3º É assegurado a entidades representa-
tivas da sociedade civil, à Câmara e à De-
fensoria do Povo o acesso aos dados infor-

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