No título I da Parte Especial, são definidos crimes que atingem a pessoa humana em seu aspecto físico ou
moral, que se referem a aos ³crimes contra a pessoa´, dividido em seis capítulos:
IV ± Da rixa;
Antolisei é a morte de um homem ocasionada por outro homem com um comportamento doloso ou
culposo e sem o concurso de causa de causa de justificação.
É a preservação da vida humana. Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua vida. Esse direito deve
ser protegido pela lei e, em geral desde o momento da concepção. Protege-se a vida extra-uterina, ou seja
a passa a existir desde o início do parto
Por tratar-se de crime comum pode ser praticado por qualquer pessoa, sozinho ou associado a terceiros,
com ou sem emprego de armas ou objetos.
Não são punidos os que atentam contra a própria vida, uma vez que nem a tentativa de suicídio é fato
punível.
Obs: A mãe que mata o filho, durante o parto ou logo após, ou sob a influência do estado puerperal,
pratica infanticídio (art. 123) e não aborto.
ualquer ser humano, sem distinção de idade, sexo, raça, condição social etc.
Para que ocorra homicídio não é necessário que se trate de vida viável. Basta a prova de que nasceu vivo
para que caracterize o homicídio.
Obs: A prova do nascimento com vida é fornecida com a comprovação de respiração pela docimasia
(hidrostática de Galeno). A vida pode manifestar -se ainda por sinais, como sejam o movimento
circulatório, as pulsações do coração etc.
Obs: A ação tendente a matar alguém, mas que atinge um cadáver, não há que se falar em homicídio
consumado ou tentado, mas em crime impossível.
É a conduta de matar alguém, ou seja, eliminar a vida de uma pessoa humana. Na corrente tradicional
trata-se de dolo genérico.
Trata-se de crime de ação livre pode ser praticado através de qualquer meio direto, ou indireto, idôneo a
extinguir a vida.
Meios diretos = são os usado para atingir a vítima de imediato, disparo de arma de fogo, golpe de arma
braça, propinação de veneno etc.
Meios indiretos = são os meios que se operam através, ou por ação de alguém ou alguma coisa, é açular
um cão, ou um louco contra uma pessoa que ser quer matar, coagir alguém ao suicídio, deixar a vítima em
situação de não poder sobreviver (no deserto, na floresta, ao alcance de uma fera etc.)
É a vontade consciente de eliminar uma vida humana, ou seja, de matar (animus necandi) não se exigindo
nenhum fim especial.
Generalidades: admite-se dolo eventual, reconhecido pela jurisprudência nos seguintes casos:
Roleta russa;
Motorista que imprime maior velocidade ao veiculo que dirigia, para impedir que vítima dele descesse,
vindo esta a cair e morrer;
Doar sangue contaminado com vírus da AIDS sabendo ser soro positivo;
Obs: Não cabe tentativa de homicídio na figura do dolo eventual logo nas figuras acima não ocorrendo a
morte da vítima responderá o réu por lesão corporal grave.
%
&'
O homicídio é um crime material e se consuma com a morte da vítima. Não há um sinal que se possa
considerar como definitivo da ocorrência da morte.
Morte cerebral = registrada pela linha reta do eletroencefalograma, por ausência de impulsos elétricos;
uando não é possível o exame direto por ausência do corpo de delito, realiza-se por testemunhas (corpo
de delito indireto).
O art. 3º da Lei nº 9.434/97, (transplantes), prevê que a retirada post m ortem de tecidos, órgãos ou partes
do corpo humano destinados a transplantes ou tratamento deverá ser precedida de diagnostico de morte
encefálica.
Pode haver, desde que seja inequívoca a intenção de matar. Caso não seja poderá tratar-se de outra
modalidade (se com lesões: crime de lesão corporal, com disparo de arma de fogo art. 15 da Lei
0.826/2003.
O propósito homicida deve ser aferido em cada caso concreto, pelos pressupostos e circunstâncias do fato.
A tentativa pode ser imperfeita ou perfeita, também chama de crime falho (comentários do art. 14 do CP),
deve-se atententar para a possibilidade de desistência voluntária art. 15 do CP,
Exe: quando o agente embora podendo continuar atirando, cessa os disparos que fazia contra a vítima;
então caso já tenha ferido, respondera pelo delito de lesão corporal e não por tentativa de homicídio.
Desistência voluntária = ocorre quando o agente inicia a execução de um delito de homicídio e desiste de
sua continuidade, ou seja portando arma de fogo completamente carregada realiza o primeiro disparo e na
seqüência desiste dos demais disparos.
Se inicia a execução logo após para e presta socorro respondera apenas pelo crime de lesão corporal,
analisando a conseqüência das lesões.
Ausência de animus necandi = só se pode cogitar tentativa de homicídio se ficar claramente demonstrada
a intenção direta e inequívoca de matar.
Caso não fique demonstrada a intenção de matar, mas o resultado morte sobrevém, desclassifica para
lesão corporal seguida de mrte.
Só há tentativa quando o resultado morte não sobreveio pro circunstâncias alheias a vontade do agente,
que atuou com a intenção de matar (TJMS, RT 568/344).
Aids: Se alguém pratica ato capaz de transmitir não apenas moléstia grave, mas moléstia eminentemente
mortal e o faz dolosamente, incide em tentativa de homicídio.
Homicídio concurso com porte de arma: Em face do principio da consunção é descabida a condenação do
acusado por porte de arma de fogo, se o delito estava contido na mesma linha do homicídio, tratando-se
de crime progressivo que resta absorvido pelo crime-fim.
Competência: homicídio praticado contra servidor público em razão de seu serviço ou em virtude dele, a
competência é da justiça federal.
Homicídio simples = quando praticado em atividade de grupo de extermínio, ainda que cometido por um
só agente, será crime hediondo. art. 1º da Lei 8.072/90
Conceito = não trata-se de delito autônomo mas caso de diminuição de pena, em virtude de circunstância
especiais que se sujeitam ao fato típico fundamental.
a) o agente comete o crime impelido por motivo de relevante (importante, considerável, digno de apreço)
valor social (atinente a interesse coletivo);
c) sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima (injusta provocação
+ emoção violente + reação em seguida)
Homicídio ualificado privilegiado: Não é crime hediondo, pode concorrer com as qualificadoras.
O homicídio privilegiado é incompatível coma s qualificadoras subjetivas (motivo fútil, torpe, etc.), mas é
compatível com as qualificadoras objetivas (fogo, veneno, meio cruel etc.), STF, RT 541/466; STJ, RT
789/560
Diferença entre causa de diminuição de pena e a atenuante: nessa figura (art. 65, III, ³c´, ultima p arte do
CP), o crime é praticado sob influência (e não domínio) de violenta emoção e sem o requisito causal de
logo em seguida, do homicídio privilegiado.
Sendo cabível a atenuando quando não reconhecido o homicídio privilegiado.
c -*.
Conceito = homicídio qualificado é aquele em cuja prática ocorre alguma das hipóteses enumeradas neste
§ 2º, do art. 121 do CP. São os casos em os motivos determinantes, os meios empregados ou os recursos
empregados demonstram maior periculosidade do agente e menores possibilidades de defesa da vítima.
Pena de reclusão de 12 a 30 anos.
motivos = paga, promessa de recompensa ou outro motivo torpe e motivo fútil ± incisos I e II;
meios = veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio de que possa resultar perigo comum ±
inciso III;
modos = traição, emboscada, mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a
defesa do ofendido ± inciso IV;
finalidade = para assegurar a execução, ocultação, impunidade ou vantagem de outro crime ± inciso V.
ualificam também qualquer motivo torpe repugnante, abjeto, ignóbil, desprezível, que denotam maior
depravação espiritual do agente.
Responde pelo crime tanto o executor quanto o mandante. Havendo interesses coligidos, ou facilitados
pode ocorrer co-autoria direta.
inciso II = motivo fútil é aquele sem importância, frívolo, leviano, a inteira desproporção entre o motivo e
a extrema reação homicida.
A futilidade da motivação deve ser apreciada em caráter objetivo, e não com o ponto de vista do réu.
inciso III = qualifica o homicídio pelo emprego de ³veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro
meio insidioso ou cruel, ou que possa resultar perigo comum´.
Veneno = é toda substancia mineral ou animal, que introduzida no organismo, é capaz de lesar a saúde ou
destruir a vida. Podem ser:
Sólidos, líquidos ou gasosos, com administração por via bucal , nasal, retal, vaginal, hipodérmica,
intravenosa etc.
Fogo = qualifica o crime por ser meio cruel e, eventualmente é causador de perigo comum (incêndio)
Asfixia = impedimento da função respiratória; é também meio cruel e pode ser conseguida por
esganadura (constrição do pescoço da vítima com as mãos); enforcamento, estrangulamento, sufocação,
soterramento, afogamento.
Tortura = é a inflição de mal desnecessário para causar à vítima dor, angustia, amargurado, sofrimento,
que pode ser física ou moral.
Emboscada = significa ocultar-se para poder atacar, o que na pratica é a tocaia. O agente fica a espreita do
ofendido para agredi-lo.
Dissimulação = é ocultar a verdadeira intenção, agindo com hipocrisia. É o recurso que distrai a atenção
da vítima do ataque pelo agente.
Outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa da vítima = o objetivo dessa qualificadora é
punir mais severamente o agente que, covardemente mata o ofendido. Traindo-o, emboscando-o ou
ocultando suas verdadeiras intenções, esta prejudicando ou impedindo qualquer reação de sua parte, que
se torna presa fácil.
Surpresa = é o ato inesperado para vítima por ter o agente dissimulado o propósito homicida.
+*
O homicídio diferencia do aborto porque este só pode ocorrer quando a conduta é exercida antes do início
do parto.
No caso do infanticídio diferencia por que o sujeito neste caso esta nascendo ou é recém-nascido, e a
agente é a mãe, que atua sob o estado puerperal.
Não se confunde homicídio com o crime de lesões corporais seguida de morte porque exige-se do
homicídio o animus necandi, ao contrario do que ocorre com o de lesões corporais seguida de morte que
exige o animus laedendi.
Pode haver concurso material de homicídio comoutros delitos, como o de lesões corporais em terceiros, a
ocultação de cadáver etc.
c
*#
Conceito = é ³a conduta voluntária (ação ou omissão) que produz resultado antijurídico não querido, mas
previsível, ou excepcionalmente previsto, de tal modo que podia, com a devida atenção, ser evitado´.
/*
c *#
a)comportamento humano voluntário, positivo ou negativo;
e)morte involutária.
Concurso de Crimes: sendo diversos os eventos pode haver concurso formal ou crime continuado.
Concurso de Pessoas: pode haver co-autoria, mas não participação (art. 29 do CP).
c
*# -*.
Conceito: é qualificado ³se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício,
ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vitima, não procura diminuir as conseqüências do seu
ato, ou foge para evitar a prisão em flagrante´
Obs: seguindo a exegese do art. 301 do CTB, (Lei 9.503/97), ³não se imporá a prisão em flagrante, nem
se exigirá fiança´, se o agente ³prestar socorro pronto e integral´ a vítima.
Inobservância de Regras técnicas: não se confunde com imperícia e, para alguns autores, só se aplica aos
profissionais.
Aumento de pena no homicídio doloso: a segunda parte do § 4º deste artigo foi acrescido pelo estatuto da
Criança e do Adolescente Lei nº 8.069/90.
Conceito: ³sendo doloso o homicídio, a pena é aumentado de um terço se o crime é praticado contra
pessoa menor de catorze anos´.
' *
Conceito: o juiz pode conceder o perdão judicial, se as conseqüências da infração atingirem o próprio
agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessárias.
As conseqüências podem ser físicas (lesões corporais), ou morais (perda, falecimento de ente familiar).