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Direito do Trabalho

CONTEÚDO: Noções propedêuticas

Rodolfo Pamplona

1. INTRODUÇÃO

- RT:

Art. 8º. § 2º Súmulas e outros enunciados de jurisprudência editados pelo


Tribunal Superior do Trabalho e pelos Tribunais Regionais do Trabalho não
poderão restringir direitos legalmente previstos nem criar obrigações que
não estejam previstas em lei.

- Não é função do Estado criar norma genérica e abstrata.

Art. 8º. § 3º No exame de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho,


a Justiça do Trabalho analisará exclusivamente a conformidade dos
elementos essenciais do negócio jurídico, respeitado o disposto no art. 104
da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), e balizará sua
atuação pelo princípio da intervenção mínima na autonomia da vontade
coletiva.

- Direito processual do trabalho: revestimento teórico do processo do trabalho,


mediante a constituição dos princípios sustentadores de sua normatização e
atuação.

- PROCESSO: é o conjunto de atos ordenadamente dispostos tendente a


determinada prestação jurisdicional.

- PROCEDIMENTO: atos que materializam a aplicação do método (processo).

2. ASPECTOS HISTÓRICOS

- 1822/1891 – Brasil rural, recém saído do regime escravocrata.

- 1907 – Conselhos permanentes de conciliação e arbitragem (SP).

- 1922 – Tribunais rurais paritários (SP).

- Esses órgãos buscavam promover a conciliação.

- Com a Era Vargas surgem órgãos voltados para a heterocomposição


administrativa.

- 1932: Comissões Mistas de Conciliação (dissídios coletivos) e Juntas de


Conciliação e Julgamento (dissídios individuais).

- 1934: Conselho Nacional do Trabalho (embrião do TST), com atribuição para


decidir conflitos entre empregadores e empregados, quando houvesse falhado a
conciliação, nos casos de estabilidade de empregados e em outras questões,
decorrentes da legislação previdenciária.

- As Juntas de Conciliação e Julgamento tinham funcionamento precário, sem


autonomia, nem em face da Justiça Comum, nem em face do titular do Ministério
do Trabalho.

 Conheciam o conflito, mas a sua decisão não poderia ser executado. Se


não fosse cumprido espontaneamente, deveria ser encaminhado para a
justiça estadual, que poderia proferir uma decisão diferente no momento
da execução.
 Não havia um sistema recursal. As Juntas respondiam diretamente ao MTE.
 Avocatórias: possibilidade de revogação das decisões pelo Ministro do
Trabalho. Prazo larguíssimo de interposição: 6 meses para o ministro
avocar o processo.
 Composição: um presidente (de preferência, membro da OAB) e dois
vogais (um dos empregado e um dos empregadores).
o Havia, ainda, dois suplentes.
o Eram escolhidos com base nas listas remetidas pelas associações e
sindicatos ao Departamento Nacional do Trabalho.

- Na Constituição de 1943, as Comissões de Conciliação Mista, as Juntas de


Conciliação e Julgamento e o Conselho Nacional do Trabalho constavam como
órgãos não judiciais.

- Decreto-Lei nº 1.237/39: criou a Justiça do Trabalho.

 Não estava incluída no Poder Judiciário, mas sim nos órgãos da ordem
econômica e social, apesar de reconhecida sua função jurisdicional (de
dizer o direito).
 Estrutura hierarquizada em três níveis de órgãos: JCJ ou Juízes de Direito;
TRT’s e Conselho Nacional do Trabalho (posteriormente denominado de
TST).
 Instituição da Procuradoria da Justiça do Trabalho.

- 1946 – Incorporação da Justiça do Trabalho como órgão do Poder Judiciário


(Decreto-lei nº 9.797/1946 e CF/46).

- A tendência da JT autônoma foi mantida na CF/67, EC/69, CF/88.

- EC 24/99 – extinção da representação classista.

- EC 45/04 – ampliação da competência.

3. AUTONOMIA
- É autônomo quanto ao processo civil ou não?

- Visão monista: são observados os estágios clássicos para a configuração da


autonomia.

 Formação de princípios e doutrina. Há livros de DPT.


 Há institutos próprios.
 Há legislação típica, na CLT e em normas complementares.
 Aplicação didática regular.
4. APLICAÇÃO DO PROCESSO COMUM AO PROCESSO DO TRABALHO

- A previsão da subsidiariedade:

 COGNIÇÃO: CLT, Art. 769 - Nos casos omissos, o direito processual comum
será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em
que for incompatível com as normas deste Título.
 EXECUÇÃO: CLT, Art. 889 - Aos trâmites e incidentes do processo da
execução são aplicáveis, naquilo em que não contravierem ao presente
Título, os preceitos que regem o processo dos executivos fiscais para a
cobrança judicial da dívida ativa da Fazenda Pública Federal. (LEF).

- Obs.: a nomeação de bens à penhora seguia a ordem de preferência do CPC, e


não uma disposição da LEF.

- Quais são as espécies de lacuna? [Maria Helena Diniz]

 NORMATIVA: ausência de disciplina acerca de determinado instituto.


 ONTOLÓGICA: a norma, conquanto existente, encontra-se em descompasso
com a realidade fática, seja pela evolução das relações sociais, seja pelo
progresso técnico.
 AXIOLÓGICA: a norma, embora existente, conduz a uma solução injusta ou
insatisfatória.

- CPC:

Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais,


trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão
aplicadas supletiva e subsidiariamente.

- Subsidiária: visa ao preenchimento de lacuna = omissão absoluta.

- Supletiva: visa à complementação normativa = disciplina existente, mas


incompleta.

4.1. INSTRUÇÃO NORMATIVA 39/2016, TST

- Trouxe uma diretriz de aplicação do CPC no DPT.


- Art. 1º, §1º e §2º - mantém o princípio da irrecorribilidade imediata das decisões
interlocutórias e o prazo de 8 dias para interposição de recursos na JT, exceto ED.

5. EXEMPLOS POLÊMICOS

- Fundamentação analítica das decisões.

 O art. 489, § 1º do CPC, traz situações em que não se considera que houve
fundamentação da decisão judicial (interlocutória, sentença ou acórdão).
A IN 39 entende que tal artigo se aplica ao DPT.
o IV – não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo
capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador;
 Deve-se partir da prejudicialidade. Se você já tem um
fundamento maior da defesa que já rechaça o pedido, você
não precisa trabalhar os outros porque já houve o
acolhimento. Se você vai acolher o pedido e há dez
fundamentos para indeferi-lo, é necessário apreciar todos.

- Vedação às decisões-surpresa:

 CPC. Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com
base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes
oportunidades de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual
deva decidir de ofício.
 Aplica-se ao DPT.

- Negócios jurídicos processuais:

 Não se aplica ao DPT.


 CPC. Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é
lícito às partes plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo
às especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e
deveres processuais, antes ou durante o processo. Parágrafo único. De ofício ou a
requerimento, o juiz controlará a validade das convenções previstas neste artigo,
recusando-lhes aplicação somente nos casos de nulidade ou de inserção abusiva em
contrato de adesão ou em que alguma parte se encontre em manifesta situação de
vulnerabilidade.
 CPC. Art. 191. De comum acordo, o juiz e as partes podem fixar calendário para a
prática dos atos processuais, quando for o caso. § 1º O calendário vincula as partes e o
juiz, e os prazos nele previstos somente serão modificados em casos excepcionais,
devidamente justificados. § 2º Dispensa-se a intimação das partes para a prática de ato
processual ou a realização de audiência cujas datas tiverem sido designadas no
calendário.

- Incidente de desconsideração da personalidade jurídica.

 IN 39/16: permitiu a aplicação ao DPT.


 A reforma trabalhista permitiu a aplicação do incidente.

- Prescrição intercorrente:

 IN 39/16: não se aplica ao DPT.


 Reforma trabalhista: permite (art. 11-A).
 Art. 11-A. Ocorre a prescrição intercorrente no processo do trabalho no prazo
de dois anos. § 1º A fluência do prazo prescricional intercorrente inicia-se quando
o exequente deixa de cumprir determinação judicial no curso da execução. § 2º
A declaração da prescrição intercorrente pode ser requerida ou declarada de
ofício em qualquer grau de jurisdição.
6. FONTES

- Fontes primárias: é a lei.

- Fontes secundárias: jurisprudência.

- Fonte material: é o fato social, que influenciará a aplicação do direito.

- Fonte formal: normas jurídicas.

 Fonte formal direta: lei e demais preceitos normativos.


 Fonte formal indireta: a jurisprudência.
 Fonte formal de explicitação: analogia, equidade, princípios, etc.
7. PRINCÍPIOS

- Conflito de regras: all or nothing.

- Conflito de princípios: ponderação de interesses.


CPC, Art. 489, § 2º. No caso de colisão entre normas, o juiz deve justificar o objeto
e os critérios gerais da ponderação efetuada, enunciando as razões que autorizam a
interferência na norma afastada e as premissas fáticas que fundamentam a
conclusão.

- Função dos princípios (Américo Plá Rodriguez):

 INFORMADORA: dotar o legislador de subsídios para constituir o


ordenamento jurídico.
o NÃO TENHO A REGRA E INFLUENCIO A CONSTRUÇÃO DA REGRA.
 NORMATIVA: prestar à integração do direito nas lacunas de seu
ordenamento.
o NÃO TENHO A REGRA, MAS PRECISO DECIDIR O CASO CONCRETO E POSSO ME
VALER DE UM PRINCÍPIO.
 INTERPRETATIVA: ensejar critérios de orientação sobre o significado e o
alcance preciso da norma jurídica.
o TENHO A REGRA, MAS UTILIZO O PRINCÍPIO COMO FORMA DE INTERPRETAR.
- Distinção entre princípios, peculiaridades e técnicas (Rodrigues Pinto):

 PRINCÍPIO: é o substrato normativo, o mandamento de otimização.


 PECULIARIDADE: está para o princípio numa relação de gênero e espécie.
São princípios especiais de cada ramo do Direito.
 TÉCNICAS: ligadas à noção de procedimento, sendo, portanto, meios
adequados para obter certo resultado.
o As técnicas não têm o sentido de verdade absoluta de que dispõe
o princípio, que não tolera variantes. Técnicas de procedimento
admitem alternativas. Ex.: audiência una ou fracionada.

- Valorização dos princípios no novo CPC:

 CPC. Art. 1º O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado


conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na
Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as
disposições deste Código.
 Cooperação (art. 6º). Decisão em tempo razoável.
 Isonomia (art. 7º). Paridade de tratamento.
 Dignidade humana, proporcionalidade, razoabilidade, legalidade,
publicidade e eficiência (art. 8º).
 Segurança jurídica (art. 927, § 4º).
 Boa-fé (art. 5º)
 Conciliação e mediação.
7.1. PRINCÍPIOS DO DPT
7.1.1. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS:

- JUÍZO E PROMOTOR NATURAL (Art. 5º, XXXVII, CF): não é possível criar juízos
específicos para demandas que já ocorreram.

- DEVIDO PROCESSO LEGAL (art. 5º, LIV, CF).

- ISONOMIA (art. 5º, caput, CF).

- INAFASTABILIDADE DO PODER JUDICIÁRIO (art. 5º, XXXV, CF).

- FUNDAMENTAÇÃO DAS DECISÕES (art. 93, IX, CF)

- REVISIBILIDADE DAS DECISÕES (art. 5º, LV, CF).

- AMPLO DIREITO DE DEFESA (art. 5º, LV, CF).

7.1.2. PRINCÍPIOS GERAIS DA TEORIA GERAL DO PROCESSO

- IMPARCIALIDADE DO JUIZ. Não é neutra.

- SIMETRIA DE TRATAMENTO PROCESSUAL DAS PARTES (art. 5º, LV, CF).


 O princípio da proteção é aplicável ao DPT? É polêmico. Pamplona defende
que não se pense na aplicação desse princípio quanto ao ônus da prova,
porque há regras específicas. Haveria margem em casos de inversão do
ônus da prova, fundados, por exemplo, na vulnerabilidade.

- PUBLICIDADE DOS ATOS DO PROCESSO. Exceto casos de segredo de justiça (art. 189,
CPC).

- LEALDADE PROCESSUAL.

- PRECLUSÃO.

- CELERIDADE e ECONOMIA PROCESSUAL.

7.2. PECULIARIDADES DO DPT

- Conciliabilidade: uma busca de uma solução negociada (art. 846, 847, 850, 860
e 764, § 1º, CLT)

- Princípios emergentes:

 Inaceitação da inépcia
 Julgamento extra petição
 Coletivização dos dissídios individuais
 Gratuidade
7.3. PECULIARIDADES DA LEGISLAÇÃO PROCESSUAL TRABALHISTA

- Triplo grau de jurisdição – VT, TRT, TST.

- Instância única (Lei 5.584/70).

 Possibilidade de instância única na JT no caso de ações de até 2 salários


mínimos. Pamplona defende que isso foi revogado. A doutrina ainda
considera como hipótese do rito sumário.

- Poder normativo dos Tribunais.

- Capacidade postulatória do leigo.

- Execução de ofício. A reforma trabalhista limitou a execução de ofício. Em regra,


será promovida pelas partes. De ofício, apenas nos casos em que as partes não
estiverem representadas por advogado.

8. TÉCNICAS DE PROCEDIMENTO

- Oralidade. Ainda admite a resposta oral.

- Concentração dos atos em audiência.

- Instrumentalidade do processo.
- Irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias

 Súmula 214, TST. Hipóteses que admitem recurso imediato:


o Decisão de TRT contrária a sumula ou OJ do TST;
o Decisão suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo
Tribunal;
o Decisão que acolhe exceção de incompetência territorial, com a
remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se
vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, §
2º, da CLT.

- Inquisitoriedade (art. 765, CLT): ampla liberdade aos juízes para determinar as
diligências necessárias à formação do seu convencimento.

- Identidade física do juiz com a causa.

9. HERMENÊUTICA DO DPT

- Interpretar é revelar o sentido da norma e fixar o seu alcance.

- Técnicas de interpretação:

 LITERAL/GRAMATICAL: exame de cada termo utilizado na norma, isolada ou


sintaticamente, de acordo com as regras do vernáculo;
 LÓGICO: utilização de raciocínios lógicos (dedutivos ou indutivos) para
análise da norma em toda sua extensão.
 SISTEMÁTICO: análise da norma a partir do ordenamento jurídico de que é
parte, relacionando-a com todas as outras com o mesmo objeto, direta ou
indiretamente.
 HISTÓRICA: análise da norma partindo da premissa de seus antecedentes
históricos, verificando as circunstâncias fáticas e jurídicas que lhe
antecederam, bem como o próprio processo legislativo correspondente.
 FINALÍSTICO/TELEOLÓGICO: análise da norma tomando como parâmetro a
sua finalidade declarada, adaptando-a às novas exigências sociais.

- Classificações da interpretação:

 Quanto à origem: doutrinária, jurisprudencial ou autêntica (legislador).


 Quanto aos resultados:
o Declarativa (apenas informa o exato alcance da norma);
o Extensiva (estende o alcance eficacial, que “disse menos do que
deveria”);
o Restritiva (restringe o alcance eficacial, que “disse mais do que
deveria”);
o Ab-rogante (reconhece que o preceito interpretado é inaplicável)
- Regra de ouro da interpretação: LINDB, Art. 5º. Na aplicação da lei, o juiz
atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum.

9.1. INTEGRAÇÃO NORMATIVA

- Não existe uma lei aplicável ao caso concreto.

- O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do


ordenamento jurídico (art. 140, CPC).

- CLT, Art. 8º - As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de


disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência,
por analogia, por eqüidade e outros princípios e normas gerais de direito,
principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e
costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse
de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público.

- Não confundir analogia (aplicação de norma semelhante, na ausência


normativa, pela identidade de razões ou de finalidade) com interpretação
extensiva (Ex: CP, art. 235 – bigamia, aplicável para a poligamia).

9.2. APLICAÇÃO

- Existe um fato e o intérprete busca no sistema a norma aplicável. Atividade de


subsunção.

9.3. EFICÁCIA

- Observa sempre o princípio da irretroatividade das normas processuais.

 Novas leis processuais: aplica-se imediatamente, mas não retroativamente.

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