Anda di halaman 1dari 29

EBOOK

Observação
Cega
Foram estes momentos/dias que me permitiram chegar a uma
conclusão que, afinal, era óbvia. Esse era o segredo do meu
trabalho, a observação minuciosa de todo e qualquer detalhe.
Assim fui aproveitando esses dias para crescer nessa valência.
Tenho tentado ver cada vez mais fundo e com mais detalhe.
Tento perceber o que está camuflado em cada movimento, em Observação
cada objecto. É fantástico o que uma simples rotina consegue
dissimular!
cega
Conjuntamente com a necessidade de apreender de forma
rápida várias realidades em contexto industrial e o gosto por
aplicar cada vez mais e melhor os conceitos e ferramentas da
filosofia lean levaram-me a esboçar um novo conceito.
Chamei-lhe observação cega.
Ebook_RM_02_Observação Cega

A escrita por vezes liberta-me. Outras vezes sufoca-me. Não sei expressar o que sinto nesses dias! Tenho o ímpeto para
escrever, mas não sei o que escrever. É como se tivesse na mente uma história épica e me faltasse a palavra-chave para
começar.

Nesses dias olho para tudo à procura da tal palavra mágica. Aprende-se tanto nesses dias… vê-se tudo com redobrada
atenção! Todos os movimento parecem acontecer em câmara lenta e consigo separa o movimento de cada pessoa e de
cada objecto. As pessoas caminham apressadas e os seus casacos parecem ter vida própria. É como se fossem os “jokeys” da
corrida matutina! É giro ver a interacção dos carros com a estrada, parecem lutar entre si. As rotinas saltam e deixam uma
imagem com sabor a restos de sono e urgência laboral.

Mas é assim todo o dia. Mesmo ao almoço cada talher tem um som único e isolado. É brutal. No fim do dia sinto que fiz
uma viagem imensa. Tenho milhões de informações dentro de mim a pedirem o seu lugar. Nessa hora ganho uma
energia incomparável, vêm-me à ideia mil ideias e afazeres. Fica tudo claro, há uma fácil visão sobre os problemas
pendentes e dos planos futuros.

www.rm.com.pt
Ebook_RM_02_Observação Cega

Foram estes momentos/dias que me permitiram chegar a uma conclusão que, afinal, era óbvia. Esse era o segredo do meu
trabalho, a observação minuciosa de todo e qualquer detalhe. Assim fui aproveitando esses dias para crescer nessa valência.
Tenho tentado ver cada vez mais fundo e com mais detalhe. Tento perceber o que está camuflado em cada movimento,
em cada objecto. É fantástico o que uma simples rotina consegue dissimular!

Conjuntamente com a necessidade de apreender de forma rápida várias realidades em contexto industrial e o gosto por
aplicar cada vez mais e melhor os conceitos e ferramentas da filosofia lean levaram-me a esboçar um novo conceito.
Chamei-lhe OBSERVAÇÃO CEGA.

www.rm.com.pt
Hoje em dia existem cada vez mais empresas e indivíduos
reivindicando a aplicação da filosofia Lean e seus derivados. A importância
Dizem que é a melhor forma de alcançar a redução de custos, da observação
optimização do processo e implementação da melhoria
contínua. Têm razão.
e planeamento
A filosofia Lean é, na minha opinião, a única forma que nós,
para alcançar o
como pessoas e organizações, temos de nos actualizar e evoluir. sucesso
Mas será que executamos as melhores práticas? Não.
Ebook_RM_02_Observação Cega

Hoje em dia existem cada vez mais empresas e indivíduos reivindicando a aplicação da filosofia Lean e seus derivados.
Dizem que é a melhor forma de alcançar a redução de custos, optimização do processo e implementação da melhoria
contínua. Têm razão.

A filosofia Lean é, na minha opinião, a única forma que nós, como pessoas e organizações, temos de nos actualizar e
evoluir. Mas será que executamos as melhores práticas? Não.

E porque não? Porque, na maioria das vezes, não começamos correctamente. A observação e o planeamento são
elementos cruciais para uma evolução de sucesso. Mesmo quando estamos bastante confortáveis em relação a
determinado assunto ou local (fábrica/empresa/escritório/…), temos que nos conseguir afastar e ver o problema/realidade
através de diferentes perspectivas. Para compreender a realidade de um ambiente de modo aprofundado precisamos de
nos colocar no lugar de todos os intervenientes e, uma vez nesse lugar, ver, observar, ouvir, respirar, caminhar e agir da
mesma forma que eles.

www.rm.com.pt
Ebook_RM_02_Observação Cega

Genchi Genbutsu significa “ir e ver no local” e é um princípio chave do Toyota Production System (TPS). Sugere que,
de modo a compreender verdadeiramente a situação, é necessário ir ao “gemba”, ou seja, ao local real onde o trabalho é
feito. Genchi Genbutsu é, por isso, uma abordagem chave para a resolução de problemas. Se, por exemplo na área
industrial, o problema existe no chão de fábrica, então precisa de ser compreendido e resolvido no chão de fábrica.

A maneira mais fácil é permanecer no local, observando o que acontece e falando com os intervenientes (é fundamental
ouvir os que efectuam o trabalho propriamente dito!). Talvez o mais comum seja tirar fotos ou fazer um vídeo, de modo
a ajudar a recordar e ver alguns detalhes fora da área de trabalho, a estudar movimentos e circuitos. Vai também necessitar
de recolher tanta informação quanto conseguir em relação a resultados de produção, produtividade, eficiência, etc…

Quanto maior for a quantidade de perspectivas diferentes recolhidas, melhor o plano que irá efectuar!

www.rm.com.pt
Ebook_RM_02_Observação Cega

Vai estar focado em ouvir?! Muitas vezes, os sons são mal sucedidos ou rejeitados face às imagens. Porque? Os sons
podem dizer-nos tantas coisas! Está um motor a trabalhar bem? Ouça-o. Está uma ferramenta a trabalhar correctamente
(desgaste)? Ouça-a. Há centenas de exemplos que pode recolher e, sem ver ou tocar, pode detectar um problema,
compreender uma movimentação efectiva, introduzir manutenção preventiva e muito mais!

Por causa disso criámos um novo conceito chamado OBSERVAÇÃO CEGA! É um método simples com grandes
resultados.

Deve começar por fazer o habitual, ir e ver, observar, fazer parte da realidade, filmar, fotografar, falar com as pessoas.
Torne-se parte da equipa/local. Depois disso abandone essa realidade por algum tempo. De seguida volte à realidade mas,
desta vez, tenha a certeza que não consegue ver. Coloque-se num local onde consiga apenas ouvir. Se necessário use uma
venda. Quando já conhece o espaço físico vai conseguir compreender a origem dos vários sons. Como os seus olhos estão
“fechados” será forçado, inconscientemente, a concentrar a sua atenção nos ouvidos. Isto irá permitir que capture até o
mais trivial detalhe. Sem retirar a venda (e pedindo ajuda a alguém!), caminhe no local de trabalho.

www.rm.com.pt
Ebook_RM_02_Observação Cega

Acaba de experimentar as mesmas dificuldades que um invisual atravessa todos os dias. Isto permite treinar o cérebro a ser
muito mais sensível a sons, suaves ou não, e à sua interacção com a informação recebida, principalmente, pelos olhos. Vai
também ajuda-lo a ser mais focado nos detalhes que recebe nas interacções com os colaboradores.

Depois desta experiência repita o seu primeiro passo, faça como habitual, vá e veja, observe, faça parte da realidade, filme
e fotografe, fale com as pessoas.

Antes de seguir em frente, deixe-me dar-lhe um bom exemplo da importância da OBSERVAÇÃO CEGA!

www.rm.com.pt
Uma fábula
Hindu: John
Godfrey
Saxe’s {1816-
1887} version
Ebook_RM_02_Observação Cega

Eram seis homens de Indostan

Para aprender muito inclinados,

Que foram ver o Elefante

(Apesar de serem todos cegos),

Que cada um pela observação

Pudesse satisfazer a mente.

www.rm.com.pt
Ebook_RM_02_Observação Cega

O primeiro abordou o Elefante,

E acabou por cair

Contra o seu largo e robusto lado, O segundo, sentindo o chifre,

De uma vez começa a berrar: Grita, - “Oh, o que temos aqui,

“Deus me abençoe! Mas o Elefante Tão redondo e suave e afiado? O terceiro aborda o animal,

É mesmo como uma parede!” Para mim é claro, E acontecendo pegar

Este maravilhoso Elefante Na tromba com as suas mãos,

É mesmo como uma lança!” Levanta-a corajosamente e diz:

“Estou a ver, o Elefante

É mesmo como uma cobra!”

www.rm.com.pt
Ebook_RM_02_Observação Cega

O quarto estende a sua ansiosa mão,

E sente o joelho. O quinto, que calhou tocar na orelha,

“Com o que mais parecido esta besta é, Diz: “Até o homem mais cego

É bastante claro,” diz ele, Consegue dizer ao que isto se parece, O sexto ainda mal tinha começado

“É bastante óbvio que este Elefante Que negue quem o quiser, A tactear a besta,

É mesmo como uma árvore!” Esta maravilha de Elefante Que, agarrando na cauda que balançava

É mesmo como uma ventoinha!” E que caiu na sua zona,

“Estou a ver”, disse ele, “O Elefante

É mesmo como uma corda!”

www.rm.com.pt
Ebook_RM_02_Observação Cega

E então estes homens do Indostão

Discutiram alto e durante muito tempo,

Cada um com a sua opinião

Demasiado rígida e fortemente,

Apesar de cada um estar em parte correcto,

E todos estarem errados!

www.rm.com.pt
Ebook_RM_02_Observação Cega

Então deve absorver todos os sentidos. Concorda?! Espero que sim!

Neste momento todos os seus sentidos vão estar treinados e trabalhando em conjunto para dar a imagem mais
correcta da sua realidade de trabalho!

Agora pode dizer que conhece aquela realidade correcta e profundamente.

www.rm.com.pt
É tempo para se preparar para fazer um plano. Planear é uma
actividade muito importante. É o processo de estabelecer
objectivos, desenvolver estratégias, e delinear tarefas e prazos Meio caminho
para atingir os objectivos. Um plano bem feito, executável e
com objectivos alcançáveis, é meio caminho andado para o
andado para o
sucesso. Algumas pessoas dizem que um plano é sempre volátil. sucesso
Isto é um grande erro. Temos que conseguir fazer um plano
para o qual tenhamos noção das consequências imediatas e de
curto e longo prazo, devemos trabalhar arduamente para
assegurar que concretizamos o plano.
Ebook_RM_02_Observação Cega

É tempo para se preparar para fazer um plano. Planear é uma actividade muito importante. É o processo de estabelecer
objectivos, desenvolver estratégias, e delinear tarefas e prazos para atingir os objectivos. Um plano bem feito, executável e
com objectivos alcançáveis, é meio caminho andado para o sucesso. Algumas pessoas dizem que um plano é sempre
volátil. Isto é um grande erro. Temos que conseguir fazer um plano para o qual tenhamos noção das consequências
imediatas e de curto e longo prazo, devemos trabalhar arduamente para assegurar que concretizamos o plano.

Um bom planeamento envolve:

• Conhecimento da realidade;

• Correcta observação da realidade e seus problemas;

• Conhecimento técnico;

• Análise técnica;

• Capacidade de julgamento (análise de consequências e previsões);

• Tenacidade (para cumprir o plano efectuado).

Globalmente pode-se dizer que este é um processo com três passos.


www.rm.com.pt
Ebook_RM_02_Observação Cega

Os primeiros dois pontos enunciados acima, “Conhecimento da realidade” e “Correcta observação da realidade e seus
problemas”, são parcialmente respondidos por discussão prévia sobre a observação. São fundamentais para responder à
primeira questão do planeamento: “Onde estamos?”. Devemo-nos lembrar que também a realidade externa deve ser bem
conhecida para um correcto planeamento. Outro assunto que não pode ser negligenciado são as pessoas. Quanto melhor
conhecer os intervenientes, como profissionais e indivíduos, melhor pode prever a forma como ele interferem no seu
plano/projecto. Cada vez que planeamos estamos a fazer uma análise SWOT à qual temos que responder.

O segundo passo é responder à pergunta “Para onde queremos ir?”. Isto significa definir objectivos de acordo com a
missão e valores da organização. Estes dois últimos pontos têm que estar alinhados com a nossa análise SWOT prévia.
Pode responder a esta questão aplicando a “Análise técnica” e “Capacidade de julgamento (análise de consequências e
previsões) ”.

www.rm.com.pt
Ebook_RM_02_Observação Cega

Por último, mas não menos importante, é como responder à pergunta “Como vamos lá chegar?”. Este ponto é referente a
escolhas estratégicas para alcançar objectivos, selecção de recursos e definição de medidas de controlo. Aqui devemos
separar a elaboração do plano estratégico da elaboração do plano operacional, onde são especificadas as regras e
procedimentos a adoptar. O seu “Conhecimento técnico” será precioso para responder a este ponto, mas será reforçado
pelo seu trabalho de campo prévio onde pode adquiriu “Conhecimento da realidade” e “Correcta observação da realidade
e seus problemas”.

Se, em primeira instância, adquirimos boa informação através da observação e fomos capazes de construir um plano,
seguindo a sequência anterior, temos agora que ser tenazes e trabalhar arduamente para alcançar os nossos objectivos
planeados.

Na minha opinião, o planeamento, por exemplo na produção (mas pode extrapolar para outras realidades/locais), é um
sistema cíclico evolutivo. Cada vez que começar, pode percorrer as mesmas etapas faladas anteriormente, mas cada vez
com mais conhecimento acumulado (técnico, sobre a realidade que o rodeia, intervenientes, sobre você mesmo, …).

www.rm.com.pt
Ebook_RM_02_Observação Cega

Depois de toda esta explanação, porque dizemos que o planeamento e observação são cruciais para o sucesso?
Simplesmente por causa de duas coisas:

1. Se não conseguir absorver completamente a realidade que o rodeia e compreende-la,


facilmente falhará no planeamento.

2. E se falhar o planeamento apenas terá sucesso que a sorte o proteger!!!!

Então pode começar a rezar e a cruzar os dedos ou então pratique a Observação Cega e faça um planeamento como se
fosse um General estratega. Bom trabalho!

www.rm.com.pt
Ebook_RM_02_Observação Cega

Uma nota:

Serão os normais cinco sentidos a chave de uma observação completa e detalhada? Também são, mas não só.

O equilíbrio interno, emocional, tem, sem dúvida, um peso determinante na qualidade da observação e na consequente
qualidade extraída da mesma. A par do foco de cada sentido per si é fundamental que haja algo que faça a interligação
entre os sentidos. Esse “cimento” é a estabilidade.

A forma como encaramos o mundo circundante depende, intrinsecamente, da forma como nos encaramos e como nos
sentimos. Se, por qualquer motivo, a nossa estabilidade, emotiva ou psicológica, estiver afectada não vamos ter capacidade
de observação pura. Isto é, a observação feita, seja por que sentido for, será afectada. Vamos transpor para o objecto
observado elementos provenientes da nossa perturbação, total ou parcialmente, consciente ou inconscientemente.

Desde logo o primeiro sintoma é a perda ou falta de concentração. É algo que se manifesta fisicamente por gestos e na
forma de falar. Neste ponto qualquer observação feita será, naturalmente, distorcida. Logo, neste estado, deve evitar-se
qualquer observação para utilização futura.

www.rm.com.pt
Ver e observar não são sinónimos. Na obra de Sir Arthur
Conan Doyle, “A Scandal in Bohemia”, Sherlock Holmes

Observação instrui o Dr. Watson em relação à diferença entre estes dois


conceitos. Numa conversa entre os dois amigos, Watson
e interroga-se por que razão não chega às mesmas deduções que
Planeamento Sherlock, mesmo tendo ambos os mesmos olhos e vendo as
mesmas coisas. Sherlock Holmes responde-lhe com a célebre
frase: “Você vê, mas não observa”.
Ebook_RM_02_Observação Cega

Ver e observar não são sinónimos. Na obra de Sir Arthur Conan Doyle, “A Scandal in Bohemia”, Sherlock Holmes
instrui o Dr. Watson em relação à diferença entre estes dois conceitos. Numa conversa entre os dois amigos, Watson
interroga-se por que razão não chega às mesmas deduções que Sherlock, mesmo tendo ambos os mesmos olhos e vendo
as mesmas coisas. Sherlock Holmes responde-lhe com a célebre frase: “Você vê, mas não observa”. Explicando, pergunta a
Watson quantos degraus têm as escadas do Hall, que subiu centenas de vezes. Naturalmente, Watson não sabe responder
e Sherlock informa-o de que são 17 degraus. Watson olhou, mas não viu. Um bom exemplo da importância da
observação é contado Robert Baden-Powell no seu livro “Escutismo para Rapazes”, onde um jovem pastor, enquanto
regressava do campo, passa por um homem de aspecto vadio que se encontra sentado a comer. Sem dar nas vistas repara
no homem, particularmente nas marcas características da sola dos sapatos.

www.rm.com.pt
Ebook_RM_02_Observação Cega

Ao chegar à sua aldeia depara-se com um amontoado de pessoas e verifica que ocorreu um assassínio. As suspeitas recaem
sobre um grupo de vagabundos que andava pela região e, ao reparar nas pegadas deixadas no quintal onde ocorreu o
assassínio, chega à conclusão que são as mesmas que observou nos sapatos do homem por quem passou. Depois disso
alerta as autoridades, que acabam por apanhar e condenar o homem. Se não fosse a capacidade de observação do jovem
pastor, o assassino poderia nunca ter sido apanhado. Esta capacidade de observar e assimilar tudo o que nos rodeia, até ao
mais ínfimo pormenor, nasce com poucos. É, no entanto, uma habilidade passível de ser praticada e desenvolvida por
qualquer um, para grande benefício de quem o efectuar, tanto na vida pessoal como profissional.

www.rm.com.pt
Ebook_RM_02_Observação Cega

A maioria das empresas não resiste aos primeiros anos de vida e acaba por fechar portas. Os motivos dados pelos
empresários são variados: a carga fiscal elevada, a crise económica e social, a falta de apoio do governo, a competitividade
do mercado, entre outros. Esta realidade pode ser vista de outra forma: não houve planeamento ou, se houve, foi
incorrecto. A existência de um planeamento estratégico e operacional regular e eficaz é de extrema importância, para
qualquer empresa. O estabelecimento de metas e objectivos ambiciosos, mas atingíveis e visíveis, é crucial para o sucesso
de qualquer organização. Ainda assim é fulcral perceber que não existe nenhum elevador para o sucesso, este só é
atingido subindo as escadas um degrau de cada vez, passo a passo. Surge aqui o cerne do problema: muitas vezes os
decisores “saltam” o primeiro degrau: a observação e compreensão detalhada dos processos da empresa. Para que o
planeamento seja correcto e dele advenham benefícios, deve ser precedido por um exercício de observação efectivo.
Quantas vezes os gestores de topo dedicam tempo e trabalho a desenvolver um plano e pondo-o em prática, sem sequer
entender o processo, o método de trabalho, ou as necessidades e capacidades dos que estão abaixo de si? Quando tal
sucede os resultados podem ser catastróficos.

www.rm.com.pt
Ebook_RM_02_Observação Cega

São gastas quantias astronómicas em máquinas, equipamentos e reestruturações organizacionais que não dão em nada e,
por vezes, ainda pioram o funcionamento da organização. Isto acontece porque, tal como Watson, há gestores que vêm o
processo, mas não o observam em detalhe. Esquecem-se que as pessoas podem não se adaptar a determinada máquina ou
equipamento. Esquecem-se que um novo método de trabalho, que resultou noutra empresa, pode não ser o mais
indicado para a sua. Olham apenas para o todo, sem atenção ao pormenor. Estudam números, gráficos e estatísticas,
ignorando o factor humano. Felizmente isto não acontece em todo o lado e a mentalidade começa aos poucos a mudar,
em parte devido ao aparecimento da filosofia de gestão Lean.

Taiichi Ohno, Engenheiro Mecânico da Toyota e um dos principais responsáveis pelo desenvolvimento deste sistema de
gestão, estava ciente da importância da observação para a correcta identificação do desperdício e de oportunidades de
melhoria. Um dos métodos que usava para ensinar os seus aprendizes na Toyota consistia no desenho de um círculo no
chão de fábrica, pedindo de seguida que os alunos permanecessem nesse círculo o tempo que fosse necessário
(normalmente várias horas) até compreenderem minuciosamente o processo, apenas observando.

www.rm.com.pt
Ebook_RM_02_Observação Cega

Pode parecer um exagero, mas a verdade é que este exercício permitia que os aprendizes assimilassem o funcionamento
geral do processo e, à medida que as horas passavam, absorvessem também todos os detalhes do que estavam a observar.
Esta atenção ao pormenor e compreensão profunda do processo foi uma das razões que tornou a Toyota no que é
actualmente, permitindo a sistemática identificação e eliminação de desperdícios na empresa e, naturalmente, reduzindo
o erro e incrementando a melhoria contínua. A gestão de topo, assim como a intermédia, deve ter a humildade de
arregaçar as mangas da camisa e percorrer todo o processo, observando primeiro e falando posteriormente com as
pessoas, com o intuito de melhor compreender os meandros e pormenores do trabalho desenvolvido pelos colaboradores.
Isto é válido para qualquer tipo de empresa, seja da área industrial ou de serviços. Só efectivando esta prática é possível
conhecer aprofundadamente o funcionamento de todo o processo e o papel de cada um, permitindo, consequentemente,
o desenvolvimento e sustentabilidade de um planeamento que tem em conta todas as variáveis e que será, por isso, de
sucesso.

www.rm.com.pt
Hoje é o amanhã
sobre o qual se
preocupou ontem
- Dale Carnegie

Anda mungkin juga menyukai