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ESPACIALIDADE DAS FESTAS RELIGIOSAS EM


COMUNIDADES RIBEIRINHAS DE PORTO
VELHO, RONDÔNIA
„ADRIANO LOPES SARAIVA • JOSUÉ DA COSTA SILVA

RESUMO
ESTE ARTIGO SE PROPÕE A ANALISAR O ESPAÇO DE COMUNIDADES RIBEIRINHAS DO MUNICÍPIO DE PORTO VELHO,
ESTADO DE RONDÔNIA; A PARTIR DA REALIZAÇÃO DE FESTEJOS RELIGIOSOS, A RELIGIOSIDADE CONTIDA NESTE EVENTO
E OS ACONTECIMENTOS INERENTES À FESTA E SUA ORGANIZAÇÃO ESPACIAL DAS COMUNIDADES. UTILIZANDO PARA
TANTO, TEÓRICOS DA GEOGRAFIA CULTURAL E DA ÁREA DE ANTROPOLOGIA PARA DAR CONTA DA ANÁLISE AQUI
PRETENDIDA.
PALAVRAS-CHAVES: ESPAÇO; FESTEJOS RELIGIOSOS; COMUNIDADES RIBEIRINHAS; GEOGRAFIA CULTURAL; AMAZÔNIA.

INTRODUÇÃO ______________________________ vidas com a preparação, ora com a realização ou


O homem que vive na Amazônia tem dentro participação nesses acontecimentos religiosos.
de suas práticas religiosas mais comuns o catolicis- Percebemos uma relação social e um modo de
mo. Neste universo amazônico é muito comum a vida bem característicos daqueles que habitam em
crença em superstições e mitos que fazem parte regiões ribeirinhas. Quando falamos em ribeiri-
do cotidiano das comunidades situadas à margem nhos, nos reportamos a Silva (2000), que nos fala
dos rios, como as lendas da cobra grande, da mãe que essas populações possuem um modo de vida
da mata, do curupira, e nas crenças como o mau peculiar, distinto do das demais populações do
olhado e os encantamentos. Essa é uma religiosi- meio rural ou urbano, possuindo sua cosmovisão
dade que tem como um dos pontos fortes a devo- marcada pela presença das águas. Para estas popu-
ção aos santos católicos e a reunião da comunida- lações, o rio, o igarapé e o lago não são apenas
de em momentos específicos para celebrarem seus elementos do cenário ou da paisagem e sim algo
padroeiros, transformando-se em eventos que se construtivo do modo de ser e de viver do homem.
caracterizam pela realização de festas religiosas ou Nesse cenário despontam várias formas de se
festejos, como são popularmente chamados na re- relacionar com o ambiente. Nesse trabalho vamos
gião ribeirinha. Dessa maneira, as comunidades destacar os festejos religiosos e a religiosidade
ribeirinhas passam grande parte do ano ora envol- popular existentes nessas populações. No univer-

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so da religiosidade popular do ribeirinho pode- As festas religiosas merecem destaque por re-
mos encontrar desde as crenças nos santos católi- presentarem mudança, por modificarem o espaço,
cos, nos elementos das águas e das matas, às festas por mudarem o tempo das comunidades. Em algu-
religiosas, bem como a presença de igrejas pente- mas festas temos essas características mais visíveis,
costais com seus cultos e festividades próprias e com a construção de novas igrejas e a criação de
outras formas de religiosidade como a crença em espaço próprio para o santo padroeiro. Assim, são
xamanismos e entidades sobrenaturais do univer- as festas: acontecimentos, frutos do sincretismo
so sagrado e profano do imaginário popular. religioso, que trazem consigo características pró-
As comunidades situadas às margens do rio prias que moldam o espaço, transformando-o num
Madeira apresentam a estrutura político-adminis- lugar único. O que nos lembra os escritos de Luis
trativa na forma de distritos. Na região ribeirinha Boada (1991, p. 88), onde podemos observar que
temos quatro distritos: São Carlos, Nazaré, Cala- o espaço pode ser humanizado, ou seja, transfor-
ma e Demarcação. Esses distritos apresentam con- mado num lugar diferenciado do restante, basta
tingente populacional variado, formas de organi- que para tanto ali sejam realizados ritos que dêem
zação político-administrativas como Associações conta de tal tarefa, o que aliás pode muito bem ser
de Moradores e Administradores Locais, possuem realizado através das festas religiosas.
escolas públicas que em sua maioria oferecem ape- Este artigo busca dar subsídios para o entendi-
nas o ensino fundamental (1ª a 5ª ano), atendi- mento desse grupo social, que mantém sua estru-
mento médico em Postos de Saúde, pequenos tura social com ligações com sua origem étnica.
comércios, igrejas católicas e de outras denomi- Ao falarmos do espaço de comunidades ribeirinhas,
nações religiosas. Essas comunidades possuem suas estamos a todo momento buscando elementos li-
festividades e momentos voltados para os eventos gados ao universo mental do grupo, da cultura e
religiosos. A base de sua economia está centrada da religiosidade.
na produção de farinha, agricultura de subsistên-
cia e na pesca para consumo e venda. As casas são CONCEITUANDO AS FESTAS RELIGIOSAS _____________
construídas em madeira e cobertas de palha, ou- Historicamente, as festas são de grande desta-
tras são construídas em alvenaria, sendo que algu- que na cultura brasileira, pois desde o período
mas possuem cobertura de telha. O ordenamento colonial elas foram importante elemento na cons-
das casas segue a linha do rio, dessa forma, não há trução da sociabilidade entre os povos, facilitan-
ruas como na cidade, como no modo urbano; e do a inserção de símbolos que foram incorpora-
sim caminhos que são definidos pelo movimento dos a partir dos processos históricos de ocupação
do ir e vir do rio. As “ruas” são as somas dos quin- da nova terra (Del Priore, 1994). As procissões e
tais (da frente das casas) e têm sua modificação as festas religiosas são consideradas as atividades
marcada pelo avanço do rio, que quebra constan- urbanas mais antigas do Brasil, já que os relatos
temente, fazendo com que os moradores recuem dos viajantes dão conta que já na época do desco-
suas casas, levando consigo a nova extensão da rua. brimento as comemorações de ordem religiosas e

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festivas estavam presentes nas atividades dos por- Durkheim (1989), Barros (2002), Perez (2002),
tugueses e dos indígenas (Tinhorão, 2000). A missa Guarinello (2001), Rosendahl (1999a) e Maia (1999)
rezada em terra brasileira pelo Padre Frei Henri- levantam questões que se referem ao caráter ritual,
que foi a primeira atividade religiosa organizada religioso, político, formador de identidades, reflexo
pelos portugueses, demonstrando, dessa forma, a da vida social, organizativo, cultural e formador de
força do catolicismo e a presença da Igreja nessas grupos sociais desse acontecimento.
expedições, além do mais é importante ressaltar Na verdade o termo festa é estudado por várias
que as religiões realizam festas que buscam repro- áreas do conhecimento e cada uma delas busca con-
duzir a história da manifestação do Espírito Divi- ceituar esse evento. Temos dentro deste universo
no na natureza e na história (Barros, 2002). uma série de termos e definições, no entanto al-
Dessa forma, a religiosidade e as festas religiosas guns demonstram mais segurança e condições de
são apontadas como um dos fortes elementos de mostrar a riqueza da festa em toda a sua extensão.
mediação entre as diferentes culturas que povoa- O festejo surge como um evento ligado ao uni-
ram o Brasil e que deram origem à cultura nacional, verso mental e religioso, fruto de uma promessa ou
já que nelas todas se juntavam para desfrutar a ale- de uma graça alcançada. Para que ocorra uma festa
gria, a música, a distribuição gratuita de comida e, é necessário um pretexto, é preciso algo para cele-
com destaque, um momento de abrandamento da brar, algo motivado por uma graça alcançada, pela
ordem estabelecida. Para Rita Amaral (1998, p. 52) saúde recuperada, mostrando que toda festa é um
“[...] pode-se dizer que a festa é uma das vias privi- tempo consagrado (Perez, 2002). Nos estudos de
legiadas no estabelecimento de mediações da hu- Durkheim (1989), as festas surgiram pela necessi-
manidade [...]”. Para ela a festa brasileira se liga es- dade de separar no tempo os dias ou períodos que
sencialmente à religião e desde o período colonial são determinados para as atividades do cotidiano
a sociabilidade brasileira encontra-se estreitamen- de períodos voltados às atividades sagradas.
te relacionada à realização de festas. A realização desses eventos vem para mudar,
Temos uma população profundamente religio- modificar o cotidiano, o espaço e o tempo das
sa que tem a sua disposição um grande universo de comunidades; nesse sentido estudos apontam que
crenças e práticas religiosas e cuja religiosidade as festas não devem ser vistas como opostas ao
tem como principal característica ser festiva e car- cotidiano, e sim integradas a ele. Indo ao encon-
nal, vivida de forma pública e teatral, sendo ex- tro dessa concepção, Guarinello (2001, p.971)
pressa por meio de festas, procissões, pagamento define as festas em cinco momentos:
de promessas, folguedos e demais outras manifes- 1. implica uma determinada estrutura social de
tações da crença católica do grupo. produção, no sentido de que as festas não
Manifestações da cultura popular como as festas são dádivas de Deus, nem caem dos céus
religiosas são estudadas e definidas de diversas ma- segundo nossos desejos [...]
neiras. Alguns autores como Amaral (1998), DaMat- 2. envolve a participação concreta de um de-
ta (1997), Figueiredo (1999), Duvignaud (1983), terminado coletivo, seja ele a sociedade em
seu conjunto, ou grupos dentro dela, com

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maior ou menor expressão ou força legiti- mento recreativo e estético na religião, mostrando
madora, distribuindo-se os participantes a inter-relação entre cerimônia religiosa e a idéia
dentro de uma determinada estrutura de de festa, pela aproximação entre os indivíduos, pelo
produção e consumo da festa, na qual ocu- estado de “efervescência” coletiva que propicia e
pam lugares distintos e específicos; pela possibilidade de transgressão às normas.
3. aparece como uma interrupção do tempo A festa surge também como fator de mudança
social, uma suspensão temporarea das ativi- do cotidiano, sendo “[...] uma espécie de parada
dades diárias que pode ser cíclica, como nas na vida cotidiana, como um momento contempla-
festas de calendário, ou episódica, como da tivo no meio da ação diária. [...]” (Barros, 2002, p.
comemoração de eventos singulares [...] 67). Trazendo momentos de divertimento, de
4. articula-se em torno de um objeto focal, que busca do sagrado, de pagamento de promessas e
pode ser um ente real ou imaginário, um acon- da realização de novos pedidos ao santo padroei-
tecimento, um anseio ou satisfação coletivos ro, a festa, nas palavras de Lea Peres (2002, p.19)
e que atua como motivação da festa [...] “[...] instaura e constitui um outro mundo, uma
5. por fim, uma festa é uma produção social outra forma de experienciar a vida social, marcada
que pode gerar vários produtos, tanto ma- pelo lúdico, pela exaltação dos sentidos e emo-
teriais como comunicativos ou, simplesmen- ções [...] e, mesmo, em grande medida pelo não-
te, significativos. social”. Estas mudanças são sentidas a partir do
Percebemos, diante dos conceitos acima des- momento em que a participação na vida da comu-
critos, o caráter geral que o termo “festa” apresen- nidade se torna mais constante. Assim pode-se
ta e, ao aprofundarmos nosso olhar, vamos ter este perceber os tempos diferenciados que existem: o
evento se apresentando como um aspecto da vida tempo do trabalho - o cotidiano -, e o tempo da
das populações, isso lhe confere um caráter para- festa – o divertimento e o sagrado.
doxal, uma vez que podemos dizer que a festa os- Este conceito nos mostra uma das característi-
cila em dois pólos, o cerimonial e o festivo; tendo cas fortes da festa, que é seu caráter socializador,
momentos ligados a cada um deles. já que com a realização destes eventos o grupo se
Autores como Durkheim, Perez e Amaral mos- encontra e realiza mais atividades em conjunto.
tram o caráter de efervescência coletiva da festa, Maffesoli (1994, p.112), destaca que é o “estar-jun-
uma vez que este momento está situado em dois to à toa” que tem sua importância nas coletividades
aspectos principais: dos momentos específicos das festas, ações comuns
1 Aspecto Ritual: representado pelas cerimô- através dos quais a comunidade vai fortalecer o
nias religiosas e pelas solenidades dos rituais; “sentimento de si mesma”. Esta sociabilidade está pre-
2 Aspecto do Divertimento: representado sente na realização dos festejos nas comunidades
pelo fator recreativo das festas. ribeirinhas já que o modo de organização traz para
Durkheim (1989, p. 452), em sua obra clássica dentro do evento as pessoas, para que haja uma
sobre a vida religiosa, discute a importância do ele- festa é necessária antes uma capacidade organiza-

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tiva que vai desaguar na formação de grupos que tejo tem um rito e este rito tem sua ordenação que
vão trabalhar para que este evento aconteça, e este não muda (Barros, 2002).
estar junto mostra a força de organização que as
comunidades possuem. AS FESTAS RELIGIOSAS E O ESPAÇO DAS COMUNIDADES
O festejo possui sua riqueza de rituais, a ceri- RIBEIRINHAS _______________________________
mônia religiosa e a participação popular fazem As festas religiosas configuram-se como even-
parte do contexto deste evento. A festa de santo tos ligados ao sacramentalismo cristão e ao uni-
das comunidades ribeirinhas vista como ritual é, verso mental do grupo. O ribeirinho cumpre suas
antes de tudo, o resultado do modo de vida ribei- promessas e graças recebidas por meio de rituais,
rinho, suas implicações podem revelar, mediar ou traduzidos na forma de festas religiosas, almoços
colocar no mesmo plano interesses opostos que comunitários, missas, procissões, novenas, bailes,
durante a festa são esquecidos para logo ao térmi- etc. Cada festejo possui sua própria história e ra-
no voltarem a fazer parte do cotidiano. Esse cará- zão de existência. Representa agradecimento, de-
ter revelador da festa é ressaltado por Figueiredo voção e também saúda um novo período produti-
(1999, p.121), pois, segundo ele, “[...] a ‘festa de vo que se inicia nessas comunidades, o início do
santo’ deve ser observada como fenômeno social período de plantio pode representar também a
que descortina o imaginário do morador da loca- solução de um grave problema, a saúde recupera-
lidade, a partir das representações cotidianas trans- da e tudo isso é traduzido em agradecimentos.
portadas para os momentos festivos como não-for- Portanto, a organização espacial estará ligada ao
mais e não-cotidianos.”. universo das crenças, o que refletirá de forma con-
O local de realização da festa nos remete aos creta na maneira pela qual o homem irá se estabe-
estudos de Moura (1983, p.22), onde ela nos fala lecer no espaço.
que a festa é capaz de fazer com que as pessoas As atribuições dadas ao espaço e a forma de
deixem seu trabalho, deixem sua rotina para se organizar-se nele estão ligadas à cultura e ao modo
dedicar à festa. São dias que têm característica de de vida das populações. Entre as populações ri-
feriado, pois fazem parte do calendário das comu- beirinhas as crenças, os mitos e a religiosidade
nidades; por isso são importantes; esses aconteci- destacam-se dentro da cultura do grupo, tornan-
mentos chegam a ter mais importância que os feri- do-se fatores responsáveis pela organização soci-
ados oficiais para as populações rurais ribeirinhas. oespacial das comunidades.
O que explica tal fato é o caráter religioso que Nos baseamos em Silva (2000) no que se refere
envolve o acontecimento, sempre ligado à fé e à à definição de população tradicional ribeirinha, sen-
devoção do grupo, caracterizando a festa como do uma população que apresenta um modo de vida
mediadora do encontro de Deus com o povo, ri- peculiar que a distingue das demais populações do
tualizando as atividades voltadas ao sagrado e or- meio rural ou urbano, possuindo sua cosmovisão
denando a maneira pela qual a festa é conduzida marcada pela presença das águas. Para estas popula-
pelos atores sociais que a compõem, pois todo fes- ções o rio, o igarapé e o lago não são apenas ele-

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mentos do cenário ou paisagem, mas algo constitu- o espaço, nas comunidades ribeirinhas, ainda
tivo do modo de ser e viver do homem. está muito próximo, ou melhor, está intimamente
As festas religiosas são fatores de destaque en- ligado às pessoas, e elas mesmas ainda não per-
tre essas populações. O geógrafo Carlos Eduardo deram completamente o controle desse espaço,
Maia (1999, p.204) as define como: “ [...] manifesta- onde reconhecem os signos e significados que
ções culturais que se caracterizam, entre outros aspectos, por estão presentes em seu ambiente sem se separem
serem eventos efêmeros e transitórios, perdurando algumas ho- deles inteiramente, sem transformá-lo essencial-
ras, dias ou semanas [...]”. Estando ligadas à religiosi- mente em mercadorias.
dade e ao costume de ‘pagar’ e de ‘fazer’ promes- O que é atestado por Rivière (1999, p. 59),
sas, esse ato é destacado por Rosendahl (1999b, quando nos fala :
p.61), pois “[...] a prática religiosa de ‘fazer’ e ‘pagar’ pro- [...] o espaço, não se trata somente de uma rela-
messas constitui uma devoção tradicional e bastante comum no ção concreta, física, com ele, feita de práticas e
espaço sagrado dos santuários católicos”. Assim, cada festa de descolamentos, ou de uma fenomenologia do
é resultado de um acontecimento particular liga- espaço vivido, mas de uma imaginário no qual
do a algum fato e referente a um sujeito de desta- entram os estereótipos da civilização e os valores
que no âmbito da comunidade ligados à identidade e à diferenciação social.
No estudo do antropólogo Charles Wagley Uma Outro aspecto a ser destacado é que a festa re-
Comunidade Amazônica (1988), o papel das festas religio- ligiosa necessita de vários espaços para sua reali-
sas é por ele destacado, posto que são de fundamental zação. Cada momento da festa é pensado e reali-
importância para acentuar o cotidiano dos ribeirinhos zado em um determinado espaço, por exemplo: a
amazônicos, com os quais realizou seu trabalho. Wa- procissão é realizada nas ruas da comunidade, o
gley (1988, p.194) destaca que “... todos os anos, em maio baile no centro comunitário ou outro lugar que
e junho, quando, no Vale Amazônico, os rios voltam aos seus leitos e as comporte tal atividade. Assim:
chuvas diminuem, começa a estação seca; realizam-se então inúmeras A rua, os pátios, as praças, tudo serve para o
festas ...” . Nesse sentido, estudos de Saraiva & Silva encontro de pessoas fora das suas condições e do
(2002, p.204) nos dizem que “as atividades realizadas du- papel que desempenham em uma coletividade or-
rante as festas constituem momentos onde o espaço ganha contornos ganizada. Então, a empatia ou a proximidade
diferentes do que possui durante o cotidiano (...), cada morador vive o constituem os suportes de uma experiência que
espaço de uma maneira particular”, o que nos faz perceber acentua intensamente as relações emocionais e
que o espaço das comunidades ribeirinhas recebe de- dos contatos afetivos, que multiplica ao infini-
signações ligadas às crenças criadas pelo grupo, liga- to as comunicações, e efetua, repentinamente,
das a elementos constituintes da realidade do homem uma abertura recíproca entre as consciências
ribeirinho, como os rios, os igarapés, os lagos, a mata, na medida que a festa não mais necessita de
as lendas, os mitos, etc. Nascimento Silva (2000, p.94- símbolos e inventa as suas figurações que desa-
95) exemplifica a organização espacial de comunida- parecem, muitas vezes, em seguida perecível.
des ribeirinhas: (Duvignaud, 1983, p.68)

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Esta organização social nos remete ao espaço ribeirinho elementos constituintes da cultura que
utilizado para a realização da festa e suas funciona- compõem o espaço, como as crenças, o sincretismo
lidades, o que é destacado por Maia (1999, p. 204): religioso e os mitos. Cada elemento torna a festa
[...] grande parte das festas, no seu momento de fator de destaque nas modificações espaciais presen-
ocorrência, simplesmente fornecem nova função tes nas comunidades. No que se refere ao espaço
às formas espaciais prévias que dispõem para a recriado, o conceito que melhor o define está liga-
sua realização (ponto central): ruas, praças, do ao ambiente construído como espaço natural
etc. Mas, tão logo cesse o período ou momento modificado pela ação humana (Boada, 1991, p.88).
extraordinário, tais formas retomam a sua fun- Na comunidade de Nazaré temos um exemplo
ção habitual. do espaço modificado pela ação humana ligado à
Com efeito, as festas religiosas constituem cultura do grupo social. Foi criado um novo bair-
momentos onde a população ribeirinha modifica ro na comunidade chamado “Bairro de São Sebas-
o espaço que habita, dando-lhe significados os mais tião”, fruto de uma promessa feita pelo líder religi-
diversos, transformando-o num lugar único, fruto oso da comunidade, o que acarretou a construção
das crenças dessas populações, diferenciando e da nova igreja católica, que fica mais distante do
qualificando locais com características que só exis- parte central da comunidade. O espaço de São
tem durante o período da festa. Sebastião representa para o exercício da fé católi-
A realização de festas religiosas pode deixar ca do grupo um aumento, pois a partir de então
marcas no espaço, funcionando como fator de or- duas igrejas passaram a existir na comunidade. Cada
ganização e de mudanças na espacialidade das co- igreja possui um grupo organizado de membros
munidades, além de trazerem à tona as relações da comunidade que ficam responsáveis pelas tare-
que implicam a realização de um festejo como, as fas de limpeza, manutenção e organização do lu-
disputas e os conflitos existentes entre o grupo. gar para as celebrações, sendo que o grupo da igreja
O ribeirinho vive o espaço de maneira peculi- de São Sebastião tem como coordenador o chefe
ar, levando em consideração a maneira pela qual religioso da vila de Nazaré. Sua autoridade é rei-
relaciona-se com o ambiente a sua volta. É uma terada pelo viés educacional, além de conduzir e
relação de respeito pautado nas crenças e nos mi- manter o grupo dentro da mesma religião e cren-
tos, como destaca Silva (1994, p. 13): “A natureza ça, contribuindo para o fortalecimento da doutri-
passa a ser humanizada, desmistificada , ou seja, desnudada de na cristã que faz frente ao vertiginoso crescimen-
mistérios e incorporada de novos significados. Passa a ocorrer, to das igrejas neo-pentacostais dentro das comu-
em alguns momentos, a sacralização da paisagem. A “mata” e o nidades ribeirinhas.
“rio” passam a ter um significado especial para esse grupo...”. A criação de um espaço como o Bairro de São
A religiosidade tem papel de destaque entre Sebastião vem para enfatizar o papel do líder reli-
essas populações, tornando-se elemento capaz de gioso entre o grupo. Sua função está ligada à or-
promover mudanças na organização do espaço ganização do festejo de São Sebastião, sendo tam-
desses locais. Assim, temos dentro da realidade do bém responsável por manter o grupo congregan-

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do os mesmos cultos e rituais católicos. As ativi- cumentação oficial da Igreja e todos os teólogos
dades desenvolvidas para a realização da festa são elaboradores da doutrina. Independência essa ao
coordenadas por este líder, que funciona como o caráter sistemático do catolicismo oficial, materi-
ordenador dos rituais dentro do espaço sagrado. alizada em uma explosão quase íntima ao “sagra-
Assim, a atuação do líder pode lhe dar legitimida- do”, humanizando-o, sentindo-o próximo, testan-
de junto ao grupo e com os participantes do evento do-o e sentindo sua força por métodos criados,
(Maia, 1999, p.209). não pelo clero, mas pelos próprios devotos, mé-
todos esses que são transmitidos, em sua grande
A RELIGIOSIDADE POPULAR NO CONTEXTO DAS totalidade, oralmente. Em suma, o vivido em opo-
COMUNIDADES AMAZÔNICAS ____________________ sição ao doutrinal.
Para tecermos comentários sobre a religiosida- No ambiente amazônico esta relação se deu
de popular existente nas comunidades amazôni- seguindo os seguintes aspectos e características:
cas é necessário, antes, buscarmos fundamentos [...] A interação dos elementos religiosos pro-
para trazer à tona a grande diversidade das cren- cessou-se de modo desigual e por etapas que de-
ças e religiosidades existentes no Brasil. penderam de fatores diversos, porém específicos
Um aspecto importante está ligado à definição ao ambiente amazônico, ou sejam – os recursos
de “popular”, visto que já é por demais polêmica econômicos da floresta tropical, a organização
ter tal definição; outro aspecto é definir religiosi- das sociedades tribais, as técnicas primitivas
dade popular de uma forma tal que se obtenha de exploração do meio, a influência dos missi-
unanimidade. Nesse sentido a própria noção de onários, o caráter do catolicismo ibérico em
religião popular foi objeto de inúmeras tentativas confronto com a ideologia do aborígine e, final-
de definição e de contestações freqüentemente mente, as características da sociedade mestiça
renovadas, chegando até a dar a impressão de um de índios e brancos que emergiu e se desenvolveu
recomeço indefinido dos mesmos equívocos. Po- na atual sociedade rural contemporânea. (Gal-
rém, ao nos aprofundarmos, encontramos outras vão, 1976, p. 07)
noções, designando os grandes componentes da As manifestações de religiosidade popular vão
noção-mãe: preces, devoções, peregrinações. permear o imaginário do povo brasileiro em suas
Neste caso, torna-se menos complexo um de- relações com o sobrenatural, formando-se em nosso
lineamento do termo religiosidade popular, não país um catolicismo extra-oficial, de caráter prag-
pelo que ele representa, mas, ao contrário, pelo mático, popular e tributário de superstições toma-
que não representa, já que está ligado ao universo das a outras religiões. A este irá se opor o catoli-
mental dos grupos humano. Ademais, a religiosi- cismo romano, baseado nos preceitos do Clero,
dade popular não é corpo eclesial nem corpo dou- na figura da Santíssima Trindade, na figura do in-
trinário, configurando-se em uma religiosidade divíduo e nos sacramentos.
dotada de razoável independência da hierarquia Em outras palavras, o catolicismo oficial, voltado
eclesiástica; incluindo nesse contexto toda a do- para a salvação da alma, fará frente a um “catolicismo

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de santos” em que a figura de Cristo perde importân- Ainda neste sentido podemos fundamentar nos-
cia, a oração dá passagem às formulações mágicas e a sos argumentos no tocante às populações tradicio-
resolução dos problemas cotidianos suplanta a salva- nais levando em conta que o mundo do ribeirinho
ção da alma. Os santos, cada um com sua “especiali- amazônico é orientado pela construção de uma rede
dade”, serão os companheiros de jornada nesta vida, de significados manifestos nos símbolos e mitos da
auxiliando ou impedindo projetos e sendo por con- paisagem habitada. Nesse momento cabe uma dis-
seqüência “recompensados” pelos fiéis com festas, cussão sobre este modo de vida, visto que Antônio
romarias, pagamentos de promessas e procissões, ou Carlos Diegues (1996) com o seu livro O Mito Mo-
então “punidos”, seja com blasfêmias, seja com o não- derno da Natureza Intocada nos apresenta conceitos que
atendimento dos pedidos, seja com “castigos” advin- podem ilustrar a realidade descrita neste trabalho.
dos no não cumprimento das promessas. Analisar populações ribeirinhas implica deparar-se
Dentro da realidade amazônica vamos ter uma com um modo de vida tradicional, que possui ca-
religiosidade permeada por vários aspectos. So- racterísticas próprias como: modo de vida, dependên-
mados aos que já foram comentados temos o fator cia e até simbiose com a natureza, os ciclos naturais
indígena e as crenças do caboclo. Estes aspectos, e os recursos naturais renováveis; conhecimento apro-
por si só, já são capazes de dar novas característi- fundado da natureza e de seus ciclos, que se reflete na ela-
cas às crenças e ao modo como o homem se rela- boração de estratégias de uso e de manejo dos re-
ciona como sagrado. Nas comunidades amazôni- cursos naturais, noção de território ou espaço onde o gru-
cas temos desde os mistérios das encantarias, da po social se reproduz econômica e socialmente;
pajelança, dos rituais até os momentos efervescen- importância das atividades de subsistência, ainda que a pro-
tes das festas religiosas e o imaginário das entida- dução de mercadorias possa estar mais ou menos
des míticas do mundo da natureza. Essa maneira desenvolvida, o que implica uma relação com o
de se relacionar com o sagrado e com o universo mercado; reduzida acumulação de capital; importância dada
das crenças não representa apenas o produto da à unidade familiar, doméstica ou comunal e às relações
amalgamação de duas tradições, a ibérica e a indí- de parentesco ou compadrio para o exercício das
gena, estas duas fontes são formadoras da religião atividades econômicas, sociais e culturais; importân-
do ribeirinho da Amazônia, ressaltando que o com- cia das simbologias, mitos e rituais associados à caça, à
ponente ambiente físico é grande responsável por pesca e atividades extrativistas; a tecnologia utilizada,
este fenômeno. (Galvão, 1976) relativamente simples, de impacto limitado sobre o
Estamos nos referindo às sociedades tradicio- meio ambiente (Diegues, 1996, p. 87-88).
nais, que tem uma relação com o sagrado e o mun- No contexto das populações tradicionais ribei-
do das crenças caracteristicamente diferente das rinhas a religiosidade é latente. As crenças e os
sociedades modernas. O que nas palavras de Gid- valores religiosos perpassam as instituições ofici-
dens (1991, p. 44) quer dizer que “nas culturas tradi- ais, uma vez que a Igreja não se faz presente na
cionais, o passado é honrado e os símbolos são valorizados grande maioria das comunidades. Fato muito bem
porque contêm e perpetuam a experiência de gerações.”. ilustrado por Galvão (1976, p. 03):

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As instituições religiosas [...] traduzem os pa- sentam a manifestação de uma das facetas que o
drões sócio-culturais característicos do ambi- grupo possui, sua forte religiosidade.
ente regional. Organizado na base do pequeno As atividades realizadas durante a festa consti-
grupo local, o povoado, o sítio [...], o catoli- tuem momentos em que o espaço ganha contor-
cismo do caboclo é marcado por acentuada nos diferentes do que possui durante o cotidiano
devoção aos santos padroeiros da localidade e das comunidades onde cada morador vive o espa-
a um pequeno número de “santos de devoção” ço de uma maneira particular. Esse momento está
identificados à comunidade. (Grifo nosso) ligado à fé e à devoção que estão presentes no
Esta devoção é marcada por rituais que são festejo, sendo resultado da cultura e do modo de
conduzidos por membros da própria comunida- vida dessas populações.
de os quais possuem características que os distin- É nesse sentido que o espaço representa estas
guem dos demais; normalmente são os líderes, as relações. A organização para a festa reflete o traba-
pessoas mais antigas do local ou mesmo aquele lho e suas relações, sejam elas conflitantes ou não,
que detêm mais “posses” (recursos econômicos). de acordo com o que já foi previamente definido.
Assim, percebemos uma estreita relação entre o Deste modo, cada atividade será desenvolvida em
universo das crenças e das devoções com o modo dado local que já foi pensado para aquele momen-
de vida das populações ribeirinhas e, diante do to. A dinâmica espacial passa necessariamente pela
contexto da modernidade, elas enquanto popu- funcionalidade, tanto para um Festejo como para
lações tradicionais ainda sustentam este modo outro, todavia, esta mudança ou movimento no es-
de se relacionar como sagrado levando em con- paço da comunidade só pode ser observado no pe-
ta que estes aspectos derivam de uma herança ríodo da festa, pois, passado este período, os locais
indígena e ibérica; resultando daí uma colcha que serviram para alojar algum momento do Feste-
de retalhos extremamente rica e que caracteri- jo voltam a fazer parte do universo cotidiano.
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ABSTRACT:
THIS ARTICLE IS PROPOSE TO ANALYZE THE SPACE OF THE COMMUNITY THAT LIVE NEXT TO RIVE, MUNICIPALITY OF
PORTO VELHO, THE STATE OF RONDÔNIA; FROM REALIZATION PARTIES RELIGIOUS, THE RELIGIOSITY INCLUDED IN THIS
PARTY AND EVENT THAT DO PART OF PARTY AND ITS INFLUENCE IN THE SPACE ORGANIZATION OF THE COMMUNITY.
USING THEORETICAL OF CULTURAL GEOGRAPHY AND AREA ANTHROPOLOGY LIKE BASE TO ANALYSIS WHICH INTEND.
KEYWORDS: SPACE; PARTIES RELIGIOUS; COMMUNITY THAT LIVE NEXT TO RIVE; CULTURAL GEOGRAPHY; AMAZONIA.

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