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Patologia das Fundações: Estudos de Caso Julho/2017

Patologia das Fundações: Estudos de Caso


Rafaella Pereira Marinho - rafaella-marinho@hotmail.com
MBA Projeto, Execução e Controle de Estruturas e Fundações
Instituto de Pós-Graduação - IPOG
João Pessoa, PB, 08 de Outubro de 2016

Resumo

O acelerado crescimento da construção civil gerou a necessidade de se construir com menos


tempo e mais economia e isto vem proporcionando o surgimento de diversas patologias nas
construções. O número de ocorrências de patologias das fundações é bastante considerável e
os custos para seu reparo são elevados. Por isso, quanto mais rápido for identificada a
patologia mais fácil e menos onerosa será a recuperação ou o reforço. Os danos ocasionados
pelas patologias das fundações podem gerar além de prejuízos materiais danos físicos. A
utilização de procedimentos corretos durante a vida útil dos elementos de fundação pode
minimizar ou até mesmo eliminar as patologias, aumentando o desempenho e a segurança
das fundações. Para tal finalidade, foi elaborado um trabalho que apresentasse as origens, as
principais causas das patologias das fundações e os tipos de reforços para fundações de
edifícíos. Estes reforços e reparos nas fundações serão exemplificados através de um estudo
de caso fornecido pelo engenheiro Normando Perazzo, um dos engenheiros responsáveis pelo
parecer técnico da obra. Este caso refere-se a um edifício que apresentou a ruptura de alguns
pilares, fissuras em alvenarias e destacamentos de revestimento. Mediante estudo geotécnico
ficou claro a baixa capacidade de carga do solo em algumas camadas, sendo necessária a
execução de reforços nas fundações. Neste caso, além de serem apresentados os problemas
que ocasionaram as patologias, foram apresentadas as soluções adotadas para a
recuperação. Diante disso, concluiu-se que é de extrema importância a investigação do solo,
o controle tecnológico do concreto e os cuidados durante a execução das fundações.

Palavras-chave: Patologia das Fundações. Causas. Reforços.

1. Introdução

As fundações são elementos estruturais responsáveis por transferir os esforços provenientes


da edificação ao solo. Tem como função suportar todas as cargas oriundas do edifício e
transmiti-las a uma camada resistente do solo (AZEREDO, 1988).
O bom ou mau comportamento das fundações em longo prazo é influenciado pela concepção
do projeto, implantação da fundação e sua manutenção (SCHWIRCK, 2005).
De acordo com Velloso et al (1998) as fundações são projetadas com base nos
conhecimentos da topografia da área, dos dados geológicos – geotécnicos e das informações
sobre a estrutura a construir e sobre as construções vizinhas. O erro na obtenção ou na análise
destes dados poderá causar patologias ou mau desempenho nas fundações.
As patologias das fundações podem ter origem em qualquer etapa da vida útil de uma
fundação e podem ser causadas por um conjunto de fatores. A utilização de procedimentos

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corretos durante a vida da fundação pode diminuir ou até mesmo extinguir as patologias,
aumentando o desempenho e a segurança das fundações.
Na ocorrência das patologias devem-se identificar suas origens e seus agentes deflagradores,
além disto, é de extrema importância acompanhar sua evolução, observando o surgimento de
fissuras, trincas e até mesmo o desaprumo ou desalinhamento das edificações. O
conhecimento de todas as possibilidades de problemas permite uma ação mais eficiente desde
as etapas anteriores ao projeto até a pós-construção (MILITITSKY; CONSOLI; SCHNAID,
2008).
São muitos os danos causados pelas patologias das fundações. Estes danos podem
comprometer a edificação em sua estética, funcionalidade ou estabilidade.
O surgimento das patologias nos edifícios compromete a durabilidade da edificação. Qualquer
erro seja na confecção do projeto, execução ou falta de manutenção dos edifícios pode gerar
custos muito altos para serem reparados.
A falta de preocupação em construir com qualidade e eficiência tem proporcionado um
aumento no número de construções problemáticas, algumas delas com danos irreparáveis,
causando desastres de dimensões altíssimas que poderiam ser diminuídos ou até mesmo
evitados com a utilização dos procedimentos corretos antes de se iniciar a obra, durante e
depois da execução.
Em geral, patologias das fundações ocasionam trincas, fissuras, desalinhamento ou até mesmo
desaprumo na edificação. Quando apenas surgem as trincas e fissuras, as patologias acabam
sendo tratadas de forma bastante superficial por algumas empresas da construção civil, porém
quando realmente percebem que houve um recalque que pode comprometer a segurança da
estrutura, a preocupação aumenta e começam a tomar as medidas necessárias.
Uma forma de conter as patologias das fundações é por meio da recuperação ou do reforço da
fundação, que, por sua vez, varia de acordo com o tipo de fundação, resistência do solo e as
cargas atuantes.
O presente trabalho aborda os principais causadores das Patologias das Fundações, bem como
os tipos de reforços que podem ser empregados nas mais diversas situações patológicas.
Além disso, será feito um estudo de caso de um edifício com patologias nas fundações
ocasionadas pela má investigação do solo e serão apresentadas as soluções adotadas para
correção dos problemas.

2. Desenvolvimento

2.1 Patologia

As manifestações patológicas podem ocorrer em qualquer fase da obra e de diversas maneiras


diferentes, parte delas necessitará de reforços superficiais enquanto outra precisará de
demolições ou de reforços muito maiores. Quanto mais cedo for realizado o reforço ou a
recuperação da edificação, menor será a perda de desempenho da obra e o prejuízo financeiro.
Qualquer edificação possui um período de vida útil, que pode ser reduzido devido
principalmente à falta de manutenção periódica. A manutenção é a principal responsável pelo
aumento da vida útil e pelo não aparecimento de patologias, a falta desta manutenção faz com

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que pequenas patologias se transformem em situações de baixo desempenho e necessitem de


altos custos para sua recuperação.
Dentre todos os tipos de patologias existentes serão destacadas as patologias das fundações,
que por sua vez, são as deformações ocasionadas pelo movimento da estrutura no solo.
As fases em que a patologia das fundações pode ser originada são (MILITITSKY; CONSOLI;
SCHNAID, 2008):
 Investigação do subsolo;
 Análise e projeto das fundações;
 Execução das fundações;
 Eventos pós-conclusão das fundações;
 Degradação dos materiais constituintes das fundações.
2.2 Danos

Os danos causados pela patologia das fundações se dividem em três grupos (MILITITSKY;
CONSOLI; SCHNAID, 2008):
Danos Arquitetônicos ou estéticos: Correspondem aos danos que comprometem a estética da
edificação. Estes danos não causam riscos de qualquer natureza no edifício. Podem ser eles:
trincas em paredes, desaprumo do edifício ou de muros de arrimo, rompimento de painéis de
vidro ou mármores, etc.
Danos Funcionais: São danos que prejudicam a funcionalidade do prédio. Segundo Almeida;
Nascimento (2007), estes danos causam o mau funcionamento das instalações prediais, como
por exemplo, o rompimento das tubulações hidráulicas e sanitárias, bem como o excessivo
desgaste dos trilhos dos elevadores.
Danos Estruturais: São danos que comprometem a estabilidade da estrutura, sendo necessário
o reforço, pois sua ausência pode causar o a ruptura da estrutura (ALMEIDA;
NASCIMENTO, 2007).

2.3 Reforço de Fundações

Um projeto de reforço passa a ser necessário quando se pretende alterar o uso da edificação,
gerando acréscimos de solicitações, ou pelo mau desempenho das fundações caracterizado
pelo aparecimento de danos estéticos, funcionais ou estruturais.
Segundo Neves (2010), a solução de reforço depende principalmente dos seguintes fatores:
- As propriedades mecânicas do solo de suporte;
- As condições das fundações ou da estrutura;
- As condições e restrições impostas durante a execução.

2.3.1 Injeção de calda de cimento

A injeção de calda de cimento é indicada para estabilizar solos pouco coesivos e com baixa
resistência, sendo bastante utilizada para estabilizar solos em recalque, pois preenche os
vazios dos solos, melhorando suas propriedades, entretanto, este procedimento exige alguns
requisitos de permeabilidade.

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O principal objetivo deste processo é proporcionar para o solo uma resistência capaz de
suportar as cargas transmitidas pela fundação. No entanto, deve-se controlar a pressão de
injeção da calda a fim de evitar levantamentos maiores que o desejável (NEVES, 2010).

2.3.2 Jet grouting

Entre as técnicas de injeção de calda de cimento do solo, a que mais se destaca é o Jet
Grouting.
Segundo Carletto (2009), o Jet Grouting é uma técnica que consiste no jateamento da calda de
cimento a elevadas velocidades, por meio de bicos de 2 a 4 mm, na extremidade lateral da
composição de hastes. As hastes possuem movimentos rotacionais com velocidades
constantes e são retiradas do solo lentamente, conforme figura , originando corpos de formato
quase cilíndricos chamados de colunas de Jet grouting (ver Figura 1).
De acordo com Ribeiro (2010), o jet grouting desenvolve-se em três etapas:
- Corte: As partículas do solo se desagregam devido a ação de jatos horizontais de elevada
velocidade;
- Mistura e Substituição parcial do solo: Após a desagregação das partículas do solo, parte
dele é substituído e parte é misturado com calda de cimento injetada através dos bicos de
injeção;
- Cimentação: È a etapa onde o ocorre a consolidação do solo misturado com a calda de
cimento.

Figura 1: Execução das colunas de Jet Grouting


Fonte: Modoni, 2006 apud Carletto, 2009

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Deve-se utilizar o Jet Grouting nas seguintes condições (Pinto, 2009 apud RIBEIRO, 2010):
- Quando o solo possuir uma resistência insuficiente para suportar um acréscimo de carga ou
uma diminuição (através da escavação);
- Quando o solo possuir permeabilidade excessiva.
A tabela a seguir apresenta os tipos de aplicaçãoes da técnica Jet Grouting para reforços de
fundações:

Aplicações da técnica Jet Grouting para Reforços de


Fundações
Reforços de qualquer tipo de fundações exceto aquelas que
têm elevada sensibilidade a recalques e cuja carga é
1
transmitida às colunas antes destas atingirem a resistência de
projeto.
2 Reforço de fundações a partir do interior da própria estrutura
Reforço de fundações constituídas por estacas de madeira
3
deterioradas.
Tabela 1: Aplicações da técnica de Jet Grouting
Fonte: Carreto, 2000 apud Guerra, 2009.

2.3.3 Ampliação da seção de concreto da sapata sem alargamento da base

Outro tipo de reforço de fundações é através do aumento da seção de concreto. Este reforço
será utilizado quando houver acréscimo de carga no solo ou quando as tensões que chegam ao
solo já estão acima das admissíveis.
De acordo com Piancastelli (2005), pode ocorrer um mau desempenho na peça estrutural,
exigindo reforços de flexão, punção e cisalhamento ou na interação solo-estrutura, gerando
recalques e podendo necessitar de reposicionamento da estrutura. No caso de sapatas com
mau desempenho estrutural, o aumento da seção de concreto pode ser considerado a melhor
opção de reforço.
A figura a seguir apresenta o aumento da seção de concreto sem o alargamento da base.

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Figura 2: Reforço a flexão, punção e cisalhamento


Fonte: Piancastelli, 2005

Neste tipo de reforço foram adotados pinos de cisalhamento com a finalidade de aumentar a
aderência entre os concretos. Para garantir a ligação do concreto de reforço com o pilar foram
colocadas barras que atravessam o pilar.

2.3.4 Ampliação da seção de concreto da sapata com alargamento da base

As fundações em sapatas também podem ser reforçadas através do alargamento de sua base,
isto ocorrerá quando o terreno de apoio da fundação não possuir resistência suficiente para
suportar as cargas provenientes da edificação, quando há acréscimo de carga ou quando estas
já estão acima das cargas que o solo pode suportar (NEVES, 2010).
Neste caso, para aumentar a área da sapata prolonga-se as ferragens de flexão existente e
aumenta-se sua altura, o necessário para atender as novas solicitações (Figura 3). Para
executar o prolongamento das barras deve-se quebrar as bordas da sapata, a fim de deixar
exposto cerca de 15 cm do trecho reto da ferragem para serem executadas as soldas
(PIANCASTELLI, 2005).

Figura 3: Aumento da área de contato das sapatas


Fonte: Piancastelli, 2005

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2.3.5 Transformação de sapatas em fundações sobre estacas

As sapatas também podem ter sua capacidade de carga ampliada quando são transformadas
em fundações sobre estacas. Esta solução consiste em executar uma nova fundação em estacas
sobre a sapata original. Para isto, as sapatas são perfuradas para que possam ser executadas as
estacas e o bloco de coroamento (ver Figura 4). No cálculo do bloco de coroamento devem
ser levados em consideração as barras que foram cortadas durante a perfuração da sapata
(Piancastelli, 2005).

Figura 4: Bloco estaqueado sobre sapata existente


Fonte: Piancastelli, 2005

2.3.6 Utilização de consolos auxiliares em reforços

Um tipo de reforço pouco utilizado, mas que também pode ser uma solução indicada quando
ocorre um acréscimo de carga normal é a cravação de estacas com utilização de consolos (ver
figura 5). Esta solução tem a capacidade de absorver o acréscimo de carga normal e deve o
comprimento de suas estacas dimensionado com bastante cuidado a fim de evitar que alguma
carga seja transferida para a sapata (PIANCASTELLI, 2005).

Figura 5: Solução Alternativa para Acréscimo de Carga Normal em Sapatas


Fonte: Piancastelli, 2005

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2.3.7 Reforços em fundações profundas

As fundações profundas também podem necessitar de reforços devido o acréscimo de


solicitações, a baixa resitência do conjunto de estacas ou por deficiência do bloco de
coroamento.
No caso de mau desempenho do conjunto de estacas, a solução necessária é o acréscimo de
estacas (Figura 6 e 7). Quando ocorre deficiência do bloco de coroamento, se este possuir
pequenas dimensões é necessário fazer o encamisamento do bloco original. Para blocos de
coroamento de grandes dimensões o reforço, em geral, deve ser feito pelo ampliação da seção
de concreto nas faces laterais e superior (Figura 8) (PIANCASTELLI, 2005).

Figura 6: Reforço de Blocos por Encamisamento - Sem Novas Estacas


Fonte: Piancastelli, 2005

Figura 2: Reforço de Blocos por Encamisamento - Com Novas Estacas


Fonte: Piancastelli, 2005

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Figura 8: Reforço de Blocos com Grandes Dimensões


Fonte: Piancastelli, 2005

2.3.8 Reforço de fundações afetadas pela reação álcali-agregado

Segundo Nogueira (2010), a reação álcali-agregado (RAA) corresponde a reação química que
acontece no interior da estrutura de concreto entre os hidróxidos alcalinos provenientes do
cimento e alguns minerais constituintes dos agregados.
Estas reações formam um gel que na presença de água se expande, podendo ocasionar fissuras
no concreto (ver Figura 10) (SILVA, 2009). A figura 9 mostra como ocorre a reação álcali-
agregado.

Figura 9: Processo de reação álcali-agregado

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Fonte: Valduga, 2002 apud SILVA, 2009

A reação álcali-agregado pode causar grandes danos em obras de barragens, fundações,


pontes, pavimentos de estradas e aeroportos (FIGUEIRÔA; ANDRADE, 2007 apud SILVA,
2009).
Quando a reação álcali-agregado é iniciada e começa a apresentar danos, não há muito o que
se fazer para eliminar seus efeitos, porém existem algumas medidas que podem minimizar
bastante seus efeitos. Dentre as medidas de controle serão citadas as seguintes (SILVA,
2007):
Aplicação de impregnantes, penetrantes, selantes e membranas:
a) Penetrantes e Impregnantes:
Os materiais penetrantes e impregnantes tem o objetivo de barrar a entrada de água no
concreto, impedindo assim, a expansão do gel que está diretamente relacionada com a
presença de umidade. Os materiais utilizados na superfície da estrutura deteriorada são
colóides hidrófobos por serem materiais que repelem a água.
Podem ser citados como materiais colóides hidrófobos os seguintes:
- Silanos: são compostos por hidrogênio e silício
- Compostos de Lítio
- Gás Carbônico (CO2): Este deve ser utilizado com bastante cautela, pois são os grandes
responsáveis pela corrosão da armadura do concreto.
b) Selantes
Os selantes são aplicados superficialmente na estrutura afetada para impedir a entrada da
água. São utilizados os seguintes materiais selantes:
- Pastas, argamassas e concreto de Cimento Portland;
- Pinturas e argamassas poliméricas.
c) Membranas: Outro material aplicado em estruturas danificadas é a manta asfáltica. Sua
aplicação é feita da mesma maneira da impermeabilização das áreas úmidas.
d) Reforços estruturais: Estes tem o objetivo de minimizar as forças de expansão geradas pelo
gel, deixando-a limitada, uma vez que, a força de compressão é maior do que a força de
expansão.
Conforme Gomes (2008), a expansão do concreto pode ser restringida com a aplicação de
forças externas por meio da protensão (Figuras 11 e 12) ou do aumento da seção de concreto e
das armaduras. É bastante executado também o encapsulamento das peças estruturais a fim de
impedir que a umidade atinja as peças de concreto.

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Figura 10: Detalhe de bloco de fundação na cidade do Recife-PE, com presença de reação
Fonte: Pecchio et al. 2005 apud Daher, 2009.

Figura 11: Reforço através da protensão de um bloco de 2 estacas


Fonte: Gomes, 2008

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Figura 13: Reforço através da protensão de um bloco de com várias estacas


Fonte: Gomes, 2008

2.4 Metodologia

O presente trabalho realizou-se a partir de pesquisas bibliográficas e de estudo de caso.


Os procedimentos metodológicos foram desenvolvidos em duas fases:
1ª Fase - Revisão bibliográfica: consiste em pesquisas bibliográficas de livros e artigos
técnicos sobre patologias das fundações, fundações em geral e reforços de fundações, de
modo a proporcionar um maior conhecimento sobre as principais causas e conseqüências das
patologias referentes às fundações, bem como os tipos de reforços de fundações executados
em edifícios.
2ª Fase - Estudo de Caso:
Caso 1: O edifício em questão apresentou a ruptura de alguns pilares entre a primeira laje e o
mezanino, gerando fissuras nas alvenarias do segundo pavimento. Após analisar sua origem e
as possíveis causas, foram apresentadas soluções de recuperação e reforço para suas
fundações.

2.5 Estudo de Caso

2.5.1 Documentos consultados

O documento consultado para o presente estudo de caso foi um artigo técnico fornecido pelo
Prof. Dr. Normando Perazzo Barbosa cujos autores foram ele e os Engenheiros Leonardo
Perazzo Barbosa e Sebastião Batista dos Santos.

2.5.2 Descrição do edifício

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Trata-se de um edifício residencial localizado no Bairro de Tambaú, João Pessoa-PB. O


edifício foi construído de concreto armado sobre fundações diretas sendo composto por
subsolo, pilotis, mezanino e 17 pavimentos, sendo o último uma cobertura com dois níveis.
No subsolo encontram-se as vagas de garagem, o reservatório enterrado e o gerador. Este
subsolo tem acesso tanto pelas escadas como pelos elevadores sociais e de serviço. O térreo
também é constituído por vagas de garagens, além disso, podem ser encontradas a guarita de
segurança e a central de gás. No mezanino é possível encontrar salão de festas e de jogos,
banheiros, piscina, sauna, bar e copa. Os apartamentos estão localizados em 17 pavimentos
que são compostos por hall, elevadores, um apartamento por pavimento com
aproximadamente 200 m² e a cobertura duplex.

2.5.3 Danos apresentados

O edifício encontrava-se na fase de acabamento quando apresentou a ruptura de alguns pilares


entre a primeira laje e o mezanino. Em primeiro instante, apenas um pilar foi afetado. A
redistribuição de carga para os outros pilares sobrecarregou outro pilar que também
apresentou o mesmo problema.
As deformações sofridas pelos pilares provocaram fissuras em apenas dois apartamentos
sobre as colunas afetadas. Diante desta situação, a construtora providenciou uma
esclerometria nos pilares e vigas da estrutura e foi então solicitado aos engenheiros Normando
Perazzo, Leonardo Perazzo e Sebastião Batista um parecer sobre o assunto.

2.5.4 Causas das patologias

Após a realização da primeira vistoria, os Engenheiros identificaram quais seriam as possíveis


causas dos problemas, são elas:
- Deficiência no projeto estrutural,
- Falta de controle do concreto, gerando variações em sua resistência;
- Erros na execução, ocasionando acréscimo nas cargas da edificação
O projeto estrutural foi feito para uma resistência característica do concreto de 15 MPa,
porém de acordo com os resultados da esclerometria em alguns elementos estruturais,
principalmente pilares, os valores estavam bem abaixo dos recomendados. Com isso, grande
parte dos pilares apresentaram resistência característica inferior aos 15 MPa, enquanto que a
das vigas superava este valor. Isto mostra que não houve controle tecnológico do concreto
durante a execução da estrutura do edifício.
Além disso, durante a vistoria percebeu-se que a estrutura estava sujeita a uma carga adicional
significativa. Esta carga era proveniente da grande quantidade de argamassa. Muitas lajes
possuem um contra piso de grande espessura, da mesma forma acontece com o reboco que é
bastante espesso, principalmente o reboco externo para garantir o prumo da fachada (Figura
13 e 14).

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Figura 13: Execução de contra piso com grande espessura


Fonte: Barbosa; Santos; Barbosa, 2001

Figura 14: Execução de reboco com grande espessura


Fonte: Barbosa; Santos; Barbosa, 2001
A partir da análise do projeto estrutural, os responsáveis pela vistoria do edifício perceberam
a existência de muitas vigas apoiadas sobre vigas, a possível desconsideração do vento e a
variação de seção e de armadura nos pilares afetados.

2.5.5 Soluções adotadas

Logo após a ruptura de alguns pilares na primeira laje e no mezanino a construtora fez o
encamisamento emergencial dos pilares.
Durante a vistoria dos engenheiros envolvidos no caso, foi possível observar o destacamento
do revestimento da fachada próximo ao pilar rompido (ver figura 15).

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Figura 15: Destacamento do revestimento da fachada


Fonte: Barbosa; Santos; Barbosa, 2001

Diante dos problemas encontrados, achou-se necessário refazer o cálculo da estrutura para
verificar a deficiência de cada elemento estrutural e obter o esforço necessário.
Com isso, chegou-se a conclusão que seria necessário reforço em algumas vigas e pilares,
além de reforço nas fundações, pois o solo possui uma camada de silte fofo.
O tipo de reforço utilizado inicialmente nas fundações foi a execução de estacas escavadas
com 250 mm de diâmetro, de vigas de reforço e encamisamento dos pilares (figuras 16 e 17).
O comprimento das estacas seria entre 6 e 7 m , para ultrapassar a camada de silte fofo. A
escavação era feita usando-se lama betonítica para impedir o desmoronamento das paredes.
Depois de atingida camada dura, eram colocadas as armaduras e injetada sob pressão uma
argamassa de areia e cimento, deixando-se as esperas para penetrarem nas vigas de reforço
(ver figuras 19 e 20)

Figura 16: Corte A-A do Projeto de Reforços de Fundações


Fonte: Barbosa; Santos; Barbosa, 2001

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Figura 17: Planta baixa do Reforço das fundações


Fonte: Barbosa; Santos; Barbosa, 2001
Durante a execução foram encontradas algumas dificuldades tais como:
- Pé direito baixo;
- Adaptação do equipamento;
- Nível da água, sendo necessário o uso de betonita.
A tabela a seguir apresenta as características dos traços utilizados nas estacas:

Características Iniciais Características Finais


15 sacos de cimento (750kg/m³) 14 sacos de cimento
1 m³ de areia 1 m³ de areia
1100 l de água 400 l de água

Resistência 1,5 a 3 Mpa Resistência 15 a 22 MPa


(7 dias) (7 dias)
Tabela 2: Características dos traços utilizados nas estacas
Fonte: Barbosa; Santos; Barbosa, 2001

Como as primeiras estacas possuem baixa resistência foi necessário aumentar a área de
contato da estrutura com o solo através da execução de um radier.
Outro problema encontrado, diz respeito a uma determinada área do prédio que possuía
muitos resíduos da construção civil enterrados, impossibilitando a escavação. Com isso, foi
necessário mudar o tipo de estaca a ser utilizada, portanto, nesta região foram utilizadas
estacas metálicas com trilho VR-25, com pedaços de 1,5 m soldadas, cravados com o auxílio
de um bate estacas (figura 18). Estas estacas foram utilizadas em maior número, para manter a
mesma capacidade de carga. Elas foram cravadas por trechos que eram soldados à medida que
penetravam no solo. Na extremidade uma chapa era soldada ou mesmo pedaço de trilho
horizontalmente, para se garantir a ligação com as vigas de suporte (Ver figuras 21 e 22), que
foram devidamente calculadas à flexão e ao cisalhamento, a fim de transferir os esforços entre
o encamisamento dos pilares e as estacas.

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Figura 18: Bate estacas, cravando as vigas metálicas


Fonte: Barbosa; Santos; Barbosa, 2001

Figura 19: Armação das vigas de equilíbrio e das estacas escavadas


Fonte: Barbosa; Santos; Barbosa, 2001

Figura 20: Armação das estacas escavadas


Fonte: Barbosa; Santos; Barbosa, 2001

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Figura 21: Vigas baldrames das estacas metálicas


Fonte: Barbosa; Santos; Barbosa, 2001

Figura 22: Reforço das fundações com estacas metálicas


Fonte: Barbosa; Santos; Barbosa, 2001

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Figura 23: Armação das vigas sobre as estacas escavadas


Fonte: Barbosa; Santos; Barbosa, 2001

Figura 24: Vigas e estacas concretadas


Fonte: Barbosa; Santos; Barbosa, 2001
Depois de executados todos os reforços das fundações e o encamisamento completo dos
pilares da garagem, passou-se a ter tranqüilidade no que diz respeito à estabilidade da base do
edifício para prosseguimento do reforço do restante da estrutura.

2.5.6 Análise do Caso

Os problemas patológicos encontrados foram ocasionados principalmente por:


- Deficiência no projeto estrutural,
- Falta de controle do concreto, gerando variações em sua resistência;
- Erros na execução, ocasionando acréscimo nas cargas da edificação.

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Estes problemas poderiam ter sido evitados se durante a confecção do projeto estrutural
fossem levadas em consideração todas as cargas acidentais e permanentes, bem como a ação
do vento.
O controle do concreto também é de grande importância, pois é necessário ter a certeza que a
fundação está suportando a carga que deveria.
O acréscimo de cargas na construção é responsável por problemas nas fundações, que por sua
vez, foram projetadas para suportar uma carga e acabam recebendo outra bem maior. Estes
acréscimos foram detectados através da execução do prédio com enorme espessura do contra
piso e do reboco, que poderia ter sido evitado através da fiscalização durante a execução da
obra.

3 Conclusão
Uma investigação geotécnica de qualidade é o primeiro passo para a confecção de um projeto
de fundações. Além disto, é extremamente necessário saber as cargas que serão transmitidas
ao solo, o tipo de fundação que será executada e como será feita sua execução.
Mesmo diante destas informações, o número de ocorrência de patologias das fundações ainda
é bastante considerável.
A utilização de procedimentos corretos durante a vida útil dos elementos de fundação pode
minimizar ou até mesmo eliminar as patologias, aumentando o desempenho e a segurança das
fundações.
Nos casos de ocorrências de patologias será necessário a recuperação ou reforço das
fundações, que por sua vez, depende do tipo de fundação, resistência do solo e das cargas
atuantes.
Ao decorrer deste trabalho foram apresentados vários tipos de reforços de fundações, dentre
entre: Jet Grouting, alargamento da base ou ampliação da seção da sapata etc. Também foram
apresentados três casos de edifícios com patologias das fundações, expondo os tipos de
reforços utilizados.

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