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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ____ VARA DO TRABALHO DA COMARCA

DE MANAUS-AM

 
 
 
MARDÓQUIO,  ​nacionalidade, estado civil, inscrição no CPF, Registro Geral nº.
domicílio e residência, e-mail, por intermédio de seu advogado ao final assinado, com endereço
profissional na Rua Y, Manaus/AM, CEP 000000-000, onde pode ser intimado, vem perante
Vossa Excelência, com o devido respeito e acatamento, com fundamento no artigo 840 da CLT
c/c art. 319 do CPC, apresentar a seguinte

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA 

Em face de ​EMPRESA ALFA​​, pessoa jurídica de direito privado, inscrição no CNPJ,


com endereço na Rua Z, cidade de Manaus, estado do Amazonas, e-mail, pelos fatos abaixo
relatados:

I. DOS FATOS 
O Reclamante foi admitido em 06/01/2002 para exercer a função de Embalador, tendo
como jornada de trabalho o ínterim de segunda à sexta-feira, no horário de 08:00 às 17:00 horas,
com intervalo de 1 hora diária para almoço.

Ocorre que, no dia 20/01/2018, o Reclamante se viu em situação bastante difícil, pois
seu filho de 12 anos de idade foi acometido de um mal súbito e precisou de atendimento médico.
O Reclamante, sozinho em casa com a criança, pois sua esposa estava viajando para visitar
familiares em um estado vizinho (conforme comprovantes de passagem em anexo), viu-se
obrigado a faltar ao trabalho para levar o menor para atendimento médico em um pronto-socorro
da cidade.

No entanto, sabendo que a Empresa Reclamada não aceita atestado médico de


acompanhante, e, necessitando receber seu salário no montante integral para custear o
tratamento de seu filho, o Reclamante não viu escolhas, senão, falsificar atestado médico, de tal
sorte que o inferisse como paciente, e não, acompanhante. Sobressalta-se que o Reclamante
não tinha outra saída e efetuou tal conduta em verdadeiro estado de necessidade.

Tendo procedido com a falsificação por fins altruísticos, no dia 21/01/2018, o


Reclamante entregou o atestado ao departamento de pessoal da Reclamada. Todavia, a
Reclamada constatou, no dia 22/01/2018, a ocorrência de falsificação do atestado médico, e, ato
contínuo, procedeu com a demissão do Reclamado por justa causa, nos termos do art. 482,
alínea “a” da CLT.

Excelência, o Reclamante reconhece que adulterou o atestado médico, mas enfatiza que
a necessidade realmente ocorreu, e que agiu em estado de necessidade, vez que a Reclamada
não possibilitou outros meios para que fosse realizada a justificação da falta.

Sabe-se que, independentemente de motivação, o ato foi errôneo, mas não a ponto de
ensejar na pena de demissão por justa causa, uma vez que totalmente desproporcional ao caso
em tela. A Reclamada não possui família ou filhos para entender que a família e a criança são
objetos de maior proteção no ordenamento jurídico vigente? Com tal decisão, cremos que não.

Ora, a real punição, devidamente proporcional a ser aplicada nesse caso, seria a
advertência, uma vez que o Reclamante gozava de uma extensa e limpa ficha funcional, sendo
considerado verdadeiro funcionário exemplar ao longo dos 16 (dezesseis) anos em que laborou
na Empresa.

II. DO DIREITO 

a. Da justiça gratuita 

A Reforma Trabalhista, em seu Art. 790 trouxe expressamente o cabimento do


benefício à gratuidade de justiça ao dispor:

Art. 790. Nas Varas do Trabalho, nos Juízos de Direito, nos Tribunais e no Tribunal
Superior do Trabalho, a forma de pagamento das custas e emolumentos obedecerá
às instruções que serão expedidas pelo Tribunal Superior do Trabalho.

§4º  O  benefício  da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar 


insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo.  
Assim, considerando que a renda do Reclamante gira em torno de R$ 1.200,00 (mil e
duzentos reais), tem-se por insuficiente para cumprir todas suas obrigações alimentares e para a
subsistência de sua família.

b. Da desproporcionalidade da pena e sua necessária reversão 

Excelência, o Reclamante demonstra, ao longo de sua narrativa, que possuía uma ficha
funcional irrepreensível, jamais praticando qualquer infração funcional ao longo dos 16 anos de
contrato com seu empregador, sempre pautando sua conduta pelos liames da ética, boa-fé e
comprometimentos com os objetivos da organização para a qual trabalhava.

Conquanto, mesmo diante desse quadro de ilibada conduta, não lhe foi dada a
oportunidade ressocialização e retratação de sua conduta, sendo aplicado a ele, injustamente,
a mais dura das punições impostas a um empregado: a justa causa.

Vossa Excelência há de convir que as punições previstas no direito trabalhista


consolidado, devem ter um caráter pedagógico e, por conseguinte guardar a devida proporção
com o ato praticado pelo empregado e sua aplicação.

Afinal, dos fatos narrados não é possível extrair falta grave que pudesse culminar com a
pena mais grave na relação trabalhista a: DEMISSÃO POR JUSTA CAUSA. A jurisprudência ao
analisar situações semelhantes destaca a necessária comprovação de i) conduta grave, ii)
intencionalidade no ato, eivada de má fé; iii) proporcionalidade; iv) imediatismo na punição e, v)
nexo da conduta com a atividade desempenhada.

A doutrina, ao confirmar este entendimento, destaca ser indispensável a gravidade e o


imediatismo da punição à configuração da justa causa: "Os requisitos objetivos são: a gravidade
do comportamento do empregado, porque não há justa causa se a ação ou omissão não
representem nada; o imediatismo da rescisão, sem o que pode desaparecer a justa causa
comprometida pelo perdão tácito com a falta de atualidade da dispensa em relação ao
conhecimento do fato pelo empregador; (...)" (NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Iniciação ao
direito do trabalho. 22. ed. p. 418)
No caso em voga, percebe-se claramente que a punição aplicada ao Reclamante não
guarda a devida proporção em relação a falta cometida por ele, sendo demasiada severa
considerando a ótima ficha funcional do mesmo.

Nesse sentido o Tribunal Superior do Trabalho julgou:


TRT-4 - Recurso Ordinário RO 00213859420165040005 (TRT-4)
DESPEDIDA POR JUSTA CAUSA. GRADAÇÃO DAS PENAS.
DESPROPORCIONALIDADE. REVERSÃO. Embora comprovada a falta da
empregada, a inobservância da necessária ​graduação das penas ​e a aplicação de
medida desproporcional ao contexto fático impõem a reversão da justa causa em
despedida imotivada. Recurso da reclamante ao qual se dá parcial provimento.
Encontrado em: , para: (1) reconhecer a dispensa da trabalhadora como sem justa
causa e condenar a reclamada

Sabendo disso, desproporcional a aplicação da pena por justa causa ora vergastada.

c. Da proteção integral à criança e ao adolescente 

Aduz-se da narrativa dos fatos que o Reclamante agiu por imperiosa necessidade de
proporcionar atendimento médico ao seu filho menor. Proteger e amparar as crianças e os
adolescentes é um dever constitucional imposto à família, nos termos do art. 227 da
Constituição Federal de 1988, como segue:

Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao


adolescente e ao jovem, ​com absoluta prioridade​​, o direito à vida​, à saúde​​, à
alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao
respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a
salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e
opressão.

Excelência, ninguém deve ser punido por estar cumprindo um dever de cuidado imposto
pelo Estado, bem como, pela própria moral de um pai em relação à sua família.

d. Inexistência de ato de improbidade 

Temos que, parte da doutrina e jurisprudência trabalhista considera ato de improbidade


aquela conduta que causa prejuízo patrimonial à empresa ou a terceiro, como furto por exemplo.
O doutrinador Luciano Martinez em seu Curso de Direito do Trabalho, Editora Saraiva, p. 551
afirma que:

Considera-se falta grave decorrente de ato de improbidade todo aquele praticado


contra o patrimônio da empresa ou de terceiro. A demissão por ato de improbidade
deve ser aferida com muita responsabilidade e cuidado, por ter a aptidão de produzir
sérios danos à imagem e à honra do empregado.
Não se vislumbra da conduta do Reclamante qualquer dano ao patrimônio da
Reclamada ou de terceiro, porquanto o Reclamante estava exercendo um direito legítimo de
prestar socorro ao seu familiar, incidente este que de fato aconteceu e pode ser comprovado
pelo pronto-socorro que realizou o atendimento.

Essa é a realidade fática que se apresenta e corrobora a tese da inexistência de ato de


improbidade.

e. DAS VERBAS RESCISÓRIAS 

Conforme narrado, a Reclamante prestou serviços para a Reclamada entre 06/01/2002


o 20/01/2018 , data em que foi despedido sem justa causa, e, sem receber nenhuma verba
rescisória.

Ocorre que, por tratar-se de contrato por prazo indeterminado, além dos pagamentos
proporcionais de salário, férias e 13º devidos, o Reclamante ainda faz jus:

a) à indenização proporcional por tempo de serviço, nos termos do Art. 478 da CLT;

b) ao aviso prévio, nos termos do Art. 487 da CLT;

c) FGTS sobre verbas rescisórias e Multa de 40% sobre saldo do FGTS;

d) Liberação das guias do seguro desemprego, sob pena de incidência da indenização


substitutiva prevista na Súmula 389 do TST;

e) Multa do Art. 477, § 8º, da CLT.

Diante de todo o exposto, a Reclamante requer a procedência dos pedidos veiculados


na presente reclamação trabalhista, com a condenação da Reclamada no pagamento das verbas
rescisórias, conforme valores indicados nos pedidos.

III. PEDIDOS 

Diante todo o exposto ​REQUER​​:

I. Que seja expedido alvará judicial, bem como a certidão narrativa, para que a
Reclamante possa sacar seu FGTS e habilitar-se no programa do Seguro Desemprego, nos
termos do art. 300 do CPC, bem como seja imediatamente corrigida a notação e consequente
liberação da CTPS, sob pena de multa diária, aplicado subsidiariamente por força do art. 769 da
CLT.

II. A citação dos Réus para responder a presente ação, querendo;

III. A concessão dos benefícios da Gratuidade Judiciária, por tratar-se o Reclamante de


pessoa pobre nos termos da lei, não possuindo condições financeiras de arcar com os custos da
presente ação sem prejuízo de sua subsistência e de sua família;

IV. A total procedência da presente Reclamação Trabalhista, para fins de:

a) reverter a demissão por justa causa, para demissão sem justa causa condenando o
Reclamado ao pagamento de todas as verbas rescisórias abaixo indicadas;

b) condenar ao pagamento dos honorários do procurador do Reclamante na razão de


20% sobre o valor bruto da condenação, no valor de R$XXXX;

c) condenar o recolhimento da contribuição previdenciária de toda a contratualidade;

d) condenar o pagamento imediato das verbas rescisórias, sob pena de aplicação da


multa do artigo 467 da CLT, nos valores abaixo indicados:

I. Saldo de salário - ​R$ 800,00 (oitocentos reais) 

II. Férias vencidas e proporcionais +1/3 - ​R$ 1.600,00 (mil e seiscentos reais) 

III. Décimo terceiro proporcional - ​R$ 100,00 (cem reais); 

IV. Aviso prévio, nos termos do Art. 487 da CLT - ​R$; R$3.120,00  

V. FGTS sobre verbas rescisórias - ​R$ 18.767,54

VI. Multa de 40% sobre saldo do FGTS -​ R$ 7.507,01 

VII. Liberação das guias do seguro desemprego, sob pena de incidência da


indenização substitutiva prevista na Súmula 389 do TST;

Protesta e requer provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos,
tais como juntada de novos documentos, expedição de ofícios, depoimento pessoal dos
representantes legais da reclamada, sob pena de confissão (Enunciado 74 do c. TST), oitiva de
testemunhas a serem oportunamente arroladas e documentos novos (artigo ​397 do ​CPC​), bem
como qualquer outro meio que no curso e instrução do processo faça necessário.

Requer a aplicação de juros e correção monetária até o efetivo pagamento das verbas
requeridas;

Atribui à causa o valor de R$ 31.794,55 (trinta e um mil, setecentos e noventa e quatro reais e
cinquenta e cinco centavos) 

Termos em que pede deferimento.

Manaus-AM, 25 de outubro de 2018.

ADVOGADO

OAB/AM XXXXX

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