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CONCEITOS IMPORTANTES:

1- Relação Jurídica x Situação Jurídica:


VÍNCULO entre Sujeitos ou Grupos, atribuindo DEVERES OU DIREITOS a cada um.
RELAÇÃO Jurídica

RELAÇÃO SOCIAL que sofre a INCIDENCIA DE NORMAS JURÍDICAS.

VÍCULO entre SITUAÇÕES


JURÍDICAS CORRELATAS.

SITUAÇÃO Jurídica CONJUNTO de DIREITOS E DEVERES que regem uma determinada situação.

2- Direito SUBJETIVO x Direito POTESTATIVO:


Poder de AGIR e EXIGIR de alguém.
DAR, FAZER, NÃO FAZER.
Direito SUBJETIVO
NOCÃO DE PRETENSÃO: exigência de subordinação de interesse alheio à interesse
próprio.

Poder de INFLUIR na esfera jurídica de outrem SEM QUE A OUTRA PARTE


POSSA FAZER ALGO.
3- POTESTATIVO
Direito
Sempre terá efeito de CONSTRUIR, MODIFICAR OU EXTINGUIR uma relação
jurídica. Ex.: Direito de dispensar empregado; ação rescisória...

3- Teoria DO FATO JURIDICO x Teoria DO ATO JURIDICO:

Fato (Sentido ESTRITO)  INDEPENDE da vontade humana.

Fato Jurídico

Ato Jurídico (Sentido AMPLO)  PRESSUPÕE a vontade humana.

Fato LICITO Fato ILÍCITO

Ato em Sentido Negócio Jurídico: os


Estrito: tem todos efeitos são
seus efeitos DEFINIDOS PELAS
PREVISTOS EM LEI. PARTES.
FONTES DO DIREITO PROCESSUAL:

1- Fonte MATERIAL: decorre dos FATOS SOCIAIS.

2- Fonte FORMAL: Constituição, leis em sentido estrito, costumes, medidas provisórias, precedentes
vinculantes, súmulas, doutrina, regimento interno do tribunal, regulamentos, negócio
jurídico processual.

Considerações:

a) Constituição:
Todo o ordenamento jurídico deve ser lido sob ótica da CF sempre com o proposito de realizar os valores que
a constituição prevê.

O STF tem dato interpretação restritiva aos dispositivos 22 e 24 da CF:

OBS.: Os Estados membros NÃO PODEM criar recursos, mas PODEM criar procedimentos. Assim, por
exemplo, o inquérito civil é procedimento pré-processual, que se insere na esfera do direito processual civil
como procedimento, à semelhança do que sucede com relação ao inquérito policial em face do direito
processual penal. Daí, a competência concorrente prevista no art. 24, XI, da CF.

Para o Processo do Trabalho, o art. 24, da CF/88, NÃO TEM muita importância, tendo em vista que APENAS
LEIS FEDERAIS SE APLICAM na Justiça do Trabalho, pois, não há espaço de aplicação de leis estaduais na
Justiça do Trabalho, em que pese haver 24 regionais.

b) Leis em Sentido Estrito:


Envolve:
 Lei Complementar  votada por quórum de MAIORIA ABSOLUTA.
 Lei Ordinária  votada por quórum de MAIORIA SIMPLES.

OBS.: Em princípio, a lei que regulamenta o processo do trabalho e civil será LEI ORDINÁRIA, tendo em vista
que a CF/88 não delega edição de lei complementar.

c) Decreto – Lei:
Hoje em dia, NÃO PODE mais haver edição de decreto-lei sobre matérias processuais. A partir da CF/88, caso
se queira revogar ou alterar algum dispositivo da CLT, deverá ser feito por meio de LEI ORDINÁRIA.
d) Medida Provisória:
Por força do art. 62 da CF/88, a medida provisória NÃO PODE mais versar sobre matérias processuais.

e) Regulamentos:
Espécie de ato administrativo do poder executivo, mas NÃO PODERÁ editar normas processuais.

f) Regimentos Internos dos Tribunais:


O art. 96, I, da CF/88 dispõe sobre competência de órgãos jurisdicionais, o qual é um tema processual,
portanto É UMA FONTE DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO E CIVIL.

Regimento interno, apesar de ter uma eficácia equipara a de lei, NÃO É


PASSIVEL DE RECURSOS EXCEPCIONAIS, como recurso extraordinário
(STF), recurso especial (STJ) e recurso de revista (TST).

Isso porque uma das hipóteses de cabimento é a violação a preceito de lei,


sendo assim, em que pese o regimento ser equiparado a lei NÃO CABE recurso
de revista por violação de regimento. Pois, a CF/88 prevê a violação de lei e esta
interpretação é estrita.

g) Costumes:
É espécie de fonte subsidiária de fonte legal e processual.

O costume consiste em uma pratica reiterada em uma sociedade, mas para que ele seja configurado como
fonte requer dois elementos:

a) Elemento objetivo: reiteração de condutas no meio social.


b) Elemento subjetivo: convicção na obrigatoriedade, as pessoas têm a crença de que essa prática é cogente
e que não há opção de não fazer aquela pratica, também chamada de opnio juris vel necessitates.

Exemplos de Costume no Processo do Trabalho:


a) Secundum Legem (segundo a Lei): concessão da gratuidade de justiça ao empregado hipossuficiente (art.
790,§3º da CLT e OJ 304, SDI-1 do TST).

Apontamentos Importantes: a OJ 331 da SDI-1 do TST foi CANCELADA, tendo em vista que o art. 105 do
CPC/2015 passou a EXIGIR EXPRESSAMENTE que conste na procuração poderes conferidos ao advogado
para firmar a declaração de hipossuficiência do empregado.

b) Praeter Legem (não abrangidos em lei): ex.: em mesa de audiência trabalhista, o reclamante senta a
esquerda e o reclamado a direita do juiz, isso não está escrito em lugar nenhum; mas é uma pratica
generalizada. Não há nulidade se o reclamante sentar à direita e o reclamado a esquerda, porque não há
prejuízo. Mas isso facilita o procedimento em audiência, pois o juiz já sabe quem é reclamante e
reclamado.

c) Contra Legem (contra a lei): cuidado, pois, a lei não deixa de ser aplicada por não ser utilizada (desuso),
pois, necessita de sua expressa revogação. Ex.: deferimento ou indeferimento de liminar, no processo do
trabalho é comum deferir ou indeferir liminar porque estão presentes ou ausentes os requisitos legais.
Trata-se de uma decisão não fundamentada porque viola o art. 93, da CF/88 e o art. 489 do CPC/2015.

h) Convenções/Tratados Internacionais:
Os tratados PODEM ser fontes, tanto na área trabalhista como cível. Ex.: Pacto de San Jose da Costa Rica, na
parte em que proíbe a prisão do depositário infiel.

i) Jurisprudência:
Com o CPC/2015, muitas decisões passam a ter caráter vinculante, logo, passa a ser considerada fonte formal.

j) Precedentes Vinculantes e Súmulas:


Precedente é uma decisão judicial única e isolada. Ex.: se o TRT/MT decidiu um tema naquele sentido, diz que
há um precedente. Mas, se há varias decisões naquele sentido, diz que há jurisprudência.

São situações que passam a ser obrigatórias:


a) Incidentes de assunção de competência (IAC);
b) Incidente de Resolução de demandas repetitivas (IRDR);
c) Recursos repetitivos, etc..

São decisões de tribunais que passam a vincular não apenas o tribunal, mas também TODOS os juízes
vinculados àquele Tribunal.

Logo, esses precedentes passam a ser fontes formais – mecanismos de exteriorização do direito positivo.

Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão:


I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade;
II - os enunciados de súmula vinculante;
III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de demandas repetitivas e
em julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos;
IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em MATÉRIA
CONSTITUCIONAL e do Superior Tribunal de Justiça em MATÉRIA
INFRACONSTITUCIONAL;
V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados.

Todos os incisos são considerados como fontes formais.

k) Doutrina:
NÃO É FONTE FORMAL de direito processual, porque não é uma norma jurídica e nem lei, e não vincula os
tribunais, porém tem um papel muito importante, pois o legislador pode se inspirar na doutrina para editar
uma lei.

É considerada uma FONTE INDIRETA.

l) Contrato (negócio jurídico processual):


Os particulares podem estabelecer o regramento da sua própria conduta, seja em âmbito material (ex.:
contrato de compra e venta), seja em âmbito processual.

É FONTE de criação do direito processual e, por isso, É UMA FONTE FORMAL, por ser um mecanismo de
exteriorização processual.

Ex.: o art. 190, do CPC/2015, trata da clausula geral de negócio processual, na qual as partes podem celebrar
de forma livre e ampla, desde que observados os limites de ordem publica e desde que as partes não estejam
em situação de vulnerabilidade.

Já o art. 191, do CPC/2015, versa sobre o calendário processual, no qual as partes e juízes podem celebrar um
cronograma sem que haja necessidade de intimações.

A IN 39/2016 do TST – ato administrativo do TST que regulamenta a aplicabilidade dos dispositivos do novo CPC ao processo do trabalho,
dispõe que este artigo 190 NÃO SE APLICA NO PROCESSO DO TRABALHO.

Entretanto, a IN não tem caráter obrigatório e vinculativo aos juízes do trabalho; há, contudo, um caráter indicativo.

3- HIERARQUIA
Segundo ENTRE da
o professor, a vedação ASaplicação
FONTES: do artigo 190 vai de encontro com o principio do “consensualismo”, ou seja, impedir a aplicação
deste instituto ao processo do trabalho parece ser excessivo, pois ainda haveria necessidade de amadurecimento sobre esse assunto.
A CF/88 é a fonte maior. Logo, ao contrarias a constituição a norma será considerada NULA.
De acordo com esta mesma IN 39/2016 do TST, o artigo 191 do CPC/2015 PODE SER APLICADO AO PROCESSO DO TRABALHO.

Em princípio, não há hierarquia entre leis complementares e ordinárias.


Entenda!!!

O TST admitiu uma modalidade específica de negócio jurídico processual, no caso, o calendário processual, e não admitiu a Negociação
Processual em geral.
 Tratados: IMPORTANTE.
 Com relação aos tratados internacionais: o STF deixou consignado que estes tem status de
SUPRALEGALIDADE (está abaixo da CF/88 e acima de leis comuns – somente em casos que versem sobre
direitos humanos).

 Os tratados se nivelam com as leis ordinárias processuais. Como exemplo do tratado de Ouro Preto, o
qual versa sobre direito processual, mas não é de direitos humanos, logo, possui status de lei ordinária.

 Os tratados PODEM ter status constitucional equivalente à emenda constitucional. Neste caso, o tratado
deve ser aprovado com quórum de emenda constitucional, ou seja, com aprovação em dois turnos e em
quórum de 3/5 dos membros.

4- Conflito entre as fontes:

 Critério HIERARQUICO: a lei criada não pode contraria norma superior, como ser conflitante com a
constituição ou emenda constitucional.

De acordo com a visão do STF, quando uma emenda entra em vigor, se dá a revogação das leis ordinárias
contrarias a esta emenda constitucional.

 Critério CRONOLOGICO: lei posterior revoga lei anterior.


 Critério de ESPECIALIDADE: norma geral não pode revogar norma especial .
INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS:

1- Conceito:
Interpretar é definir o sentido e o alcance de um enunciado normativo.

2- In claris cessat interpretativo: A regra é clara.


Na clareza, NÃO HÁ interpretação.
A interpretação cessa ou termina quando a lei é clara.

Esse brocado não tem sido utilizado atualmente, ao passo que, a constituição é um fonte de direito processual
e há a chamada “constitucionalização do direito”, então não basta que o dispositivo seja claro, este enunciado
deve ser cotejado com todo o ordenamento processual e sobretudo a constituição.

3- Métodos de Interpretação:

a) Literal (gramatical): parte da leitura no enunciado normativo, que é sempre o ponto de partida do
interprete.

b) Lógico-sistemática: todos os dispositivos devem ser lidos de forma harmônica e sistêmica.

c) Teleológica: busca-se a FINALIDADE de uma norma jurídica.

d) Histórico: é o método pelo qual se baseia os debates legislativos e os projetos que gerou a lei.

Obs.: Todos os métodos serão sempre utilizados em conjunto.

4- Resultados da Interpretação:

a) Declarativa:
A LEI É CLARA, e o interprete estabelece o SENTIDO e o ALCANCE que a lei já criou.

b) Extensiva:
A LEI DIZ MENOS do que queria, e por isso, há necessidade de estender a interpretação para abarcar uma
situação que não foi prevista pela lei originariamente.

c) Restritiva:
A LEI DIZ MAIS do que quer, ou seja, disciplina o tema de forma mais abrangente do que o próprio espírito
da lei.

d) Estrita:
Significa que o dispositivo legal NÃO PODE SER AMPLIADO PELO INTERPRETE.
Ex.: norma punitivas, como a multa do art. 477,§8º da CLT; litigância de má-fé.
INTEGRAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS:

1- Conceito:
A integração é uma forma de suprir lacunas na lei.
Os métodos de integração do processo civil e do processo do trabalho são os mesmo.

O art. 140, do CPC veda a non liquet (o juiz não pode deixar de julgar). Há lacunas na lei, mas não há lacunas
no ordenamento jurídico.

2- Métodos de Integração:
a) Princípios Gerais do Direito:
São FONTES SUBSIDIÁRIAS, recorrível apenas com a incidência de lacunas.

b) Analogia:
Ocorre quando há uma situação regulamentada na lei e há outra situação na qual não dispõe previsão
legal. Assim, o interprete se vale de uma lei X para disciplinar uma situação Y.

Analogia “juris” é aquela na qual se aplica um princípio extraído do ordenamento jurídico. Ex.:
irrecorribilidade das decisões interlocutórias, concentração de atos em audiência e imediação do juiz, a
partir destas regras infere-se o princípio da oralidade, no processo do trabalho.

3- Lacunas no Processo do Trabalho:

a) Espécies de Lacunas:
 Normativas: Ausência de regra trabalhista  aplicar norma processual comum.
 Axiológicas (Lacuna Valorativa): há norma na CLT, mas essa norma leva a resultados injustos ou
insatisfatórios. TST NÃO APLICA essa teoria das lacunas axiológicas.
 Ontológicas: há regra na CLT, mas essa esta regra é obsoleta, defasada, tem aplicabilidade comprometida.

b) APLICAÇÃO SUPLETIVA E SUBSIDIÁRIA DO CPC:

O art. 15 do CPC, dispõem que, em caso de lacuna nas leis processuais trabalhistas, as disposições do CPC
serão aplicas SUPLETIVA e SUBSIDIARIAMENTE.

Já o art. 769 da CLT, esclarece que, em casos omissos, o DIREITO PROCESSUAL COMUM será fonte
subsidiária do Processo do Trabalho. Não prevê a aplicação supletiva.

Abrange o CPC, as
leis processuais civis
esparsas e todo o
CPP.
Considerações Importantes:

O Art. 769 da CLT  aplica-se no processo de conhecimento.

O art. 889 da CLT  aplica-se na fase de execução. Devendo, no caso de omissão das leis processuais
trabalhistas, se aplicada:
1º - a Lei n.º 6830/80, lei de execuções fiscais,

2º - processo comum, ou seja, para o CPC e CPP.

Considerações Importantes sobre a IN 39 do TST:

1- Os juízes do trabalho NÃO ESTÃO obrigados a segui-la, pois não possui efeito vinculante, é apenas ato
administrativo, fornece diretrizes/direcionamentos. Contudo, há diretrizes que devem ser seguidas, por
exemplo:

 Contagem de Prazos em dias úteis conforme o NCPC:


A IN39 traz que, no Processo do Trabalho, a contagem do prazo SERÁ REALIZADA EM DIAS CORRIDOS.

 Aplicação Supletiva e Subsidiária:


Por ser norma que trata do mesmo tema, pode-se dizer que o artigo 15 do NCPC revogou o art. 769 da
CLT?
R: NÃOO, dado o princípio da especialidade (art. 2º,§2º, LINB), pois o art. 769 da CLT é lei especial
em relação ao CPC – norma geral.

Então, existem 2 (dois) requisitos para a aplicabilidade de dispositivos do NCPC ao Processo do


Trabalho, no caso, será exigida a exigida a existência de:

 OMISSÃO da Legislação Trabalhista (CLT + Leis processuais Trabalhistas Esparsas);


 COMPATIBILIDADE entre as normas processuais.
 Artigo 190, NCPC – Negócio Jurídico Processual:

 Negócio Jurídico Processual: é a negociação realizada pelas partes com relação aos aspectos
procedimentais da demanda, em relação aos ônus processuais, por exemplo.

 O TST diz que NÃO se aplica a Clausula Geral de Negociação, ou seja, NÃO SE APLICA no
Processo do Trabalho o art. 190 do NCPC. Justificativa: o trabalhador é hipossuficiente e está
desnivelado em relação ao empregador, em relação aos termos econômicos, jurídicos e etc.

1ª FASE:

2ª FASE:
 Artigo 191, NCPC – Calendário Processual:

 Calendário Processual: é o fato de, as partes, em conjunto com o juiz, poderem definir um
cronograma, um calendário para a prática de atos processuais.

- Vantagem: dispensa de intimações. A partir do momento em que todos os ato processuais estão
calendarizados, não haverá necessidade de intimação das partes em relação aos atos processuais
praticados, haja vista o fato de as partes já terem, de antemão, conhecimento acerca da pratica
daquele determinado ato.

 O TST diz que o artigo 191 É APLICAVEL ao Processo do Trabalho.

 Artigo 10, NCPC – Vedação à Decisão – Surpresa:

 Decisão Surpresa: é uma decisão tomada pelo juiz sem que tenha sido dada às partes, de forma prévia,
a oportunidade de se manifestar com reação àquele ponto decidido.

Esse dispositivo consagra o principio da Vedação à Decisão – Surpresa, princípio que está intimamente
ligado ao princípio do contraditório substancial.

 Contraditório Substancial - Visão Moderna: As partes tem o direito de reagir e de que seus
argumentos sejam efetivamente considerado pelo juiz.

 JURA NOVIT CURIA – O JUIZ SABE O DIREITO: é o fato de que, porque o juiz e a corte
conhecem o direito, e poderão aplica-lo mesmo que não tenha sido arguido pela parte, desde
que, tal dispositivo aplicado esteja referenciado em lei, dispositivo ou matéria jurídica.

Como assim? A fundamentação jurídica, dispositivos legais e leis aplicáveis, por exemplo,
poderão ser conhecidas de ofício pelo juiz.

Exemplo: A parte, alega que se aplica o art. 300, da Lei X; o juiz analisa a situação e entende
que é aplicável o artigo 400 da mesma lei, e não o artigo 300, porem, nenhuma das partes
trouxe referencia em relação ao citado artigo 400, é argumento novo.

Neste caso, o juiz PODE aplicar este artigo não apresentado pelas partes, pois o juiz pode
aplicar o direito mesmo que a parte não tenha arguido tal direito referenciado em lei,
dispositivo ou matéria jurídica.
Porem, para que o juiz aplique o “Jura Novit Curia”, alterando o enquadramento legal da causa
de pedir, deverá intimar as partes previamente para que se manifestem em relação àquele
aspecto que foi conhecido de ofício pelo magistrado.

Caso o juiz simplesmente altere o enquadramento da causa de pedir e, decida o feito sem a
manifestação prévia das partes em relação ao novo fundamento, estará proferindo uma
Decisão – Surpresa.

Essa necessidade de ouvir as partes antes da decisão, concedendo o Contraditório Substancial,


como disposto no artigo 10 do NCPC, mesmo diante de questão de ordem pública, É
OBRIGATÓRIO PARA A PROVA DE PROCESSO CIVIL.

Como fica essa situação no Processo do Trabalho?

R: Para a IN n.º 39/16, deverá haver um desmembramento entre as questões de direito


material e questões processuais.

- Questões PROCESSUAIS: matéria de ordem pública, condições da ação, por exemplo, o TST
afirma que NÃO SERÁ APLICADO o art. 10 do NCPC. O juiz pode conhecer de ofício um
pressuposto processual em que as partes tenham se manifestado, e sem a necessidade de
intimar as partes para se manifestarem acerca da matéria.

- Questões de Direito MATERIAL: APLICA-SE o artigo 10 do NCPC.

Ex.: Questão relacionada ao contrato de trabalho ou em relação à parcela que o trabalhador


tenha ou não tenha direito etc.
 Artigo 1010, §3º do NCPC – Juízo de Admissibilidade Recursal:

 Juízo de Admissibilidade Recursal:


No Processo do Trabalho, diante da sentença, teremos a possibilidade de interposição de RO (Recurso
Ordinário), que será alvo de juízo de admissibilidade e juízo de mérito, vinculado à própria pretensão
do recurso, anulação da sentença, por exemplo.

Assim, o juízo de admissibilidade é a verificação de tempestividade, cabimento, preparo e interesse


recursal em relação ao recurso interposto.

Interesse recursal é o fato de que o recurso somente será admitido se, em tese, a situação do
recorrente puder ser melhorada através do recurso. “Ninguém recorre para piorar sua situação”.

A partir desse interesse recursal é que deriva a chamada “Reformatio in Pejus”, ou seja, o recurso não
poderá piorar a situação do recorrente.

 Quem verifica os requisitos de admissibilidade diante de um RO?O juiz de 1º Grau ou o TRT?


Resposta

No PROCESSO CIVIL: O §3º do artigo 1010 do NCPC afirma que NÃO HÁ juízo de
admissibilidade recursal EM PRIMEIRO GRAU, ou seja, diante de apelação interposta em face
de sentença na seara civil, não haverá analise dos pressupostos de admissibilidade pelo juiz de
primeiro grau. O exame de admissibilidade será feito pelo Tribunal de Justiça através do
relator.

Observação Importante: o §3º do artigo 1010 do NCPC, NÃO SE APLICA em relação aos
recursos: RE – Recurso Extraordinário levado ao STF, e, REsp – Recurso Especial levado ao STJ.
Pois estes continuarão tendo o exame de admissibilidade feito pelos tribunais de origem (TJ
eTRF).

No PROCESSO DO TRABALHO: o TST afirma que NÃO SERÁ APLICADO o art. 1010,§3º do
NCPC, ou seja, HÁ JUIZO DE ADMISSIBILIDADE RECURSAL PELO JUIZ DE PRIMEIRO GRAU na
seara trabalhista.
 Artigo 916, do NCPC – Parcelamento do Crédito Exequendo:

O dispositivo alega que, no prazo de embargos à execução, o executado poderá reconhecer a dívida
exequenda, renunciando ao direito de opor embargos à execução, realizando um depósito de 30% do valor
atualizado da dívida, depositando o restante em 6 parcelas iguais, mensais e sucessivas, já incluindo juros de
mora e correção monetária.

 O exequente (credor) poderá se opor a esse parcelamento “forçado”, compulsório ou esse


parcelamento é direito do executado?

Resposta: A doutrina é unanime em afirmar que o direito ao parcelamento é DIREITO POTESTATIVO


DO EXECUTADO, e por tal motivo, o credor não pode se opor a ele, simplesmente se sujeitar e
recebe-lo, mesmo que não queira.

 Esse artigo 916, do NCPC, se aplica em face da execução de título judicial, ou somente
extrajudicial?

Resposta: O NCPC se posicionou afirmando que esse “parcelamento compulsório” se APLICA APENAS
em face de TÍTULOS EXECUTIVOS EXTRAJUDICIAIS. Assim, NÃO SE APLICA NO CUMPRIMENTO DE
SENTENÇA DIANTE DE TÍTULOS EXECUTIVOS JUDICIAIS.

Mas nada impede que, o exequente de título judicial, no cumprimento ou execução de sentença,
concorde com o parcelamento proposto pelo devedor. Quando o exequente concorda com o
parcelamento proposto, temos um acordo na execução, as partes estão conciliando na execução.
Porém, isso não poderá ser imposto pelo executado.
 Execução de títulos de Crédito:

A IN 39 afirma que PODERÃO ser executados na Justiça do Trabalho títulos de crédito, falando em cheque e
nota promissória, desde que sejam, inequivocamente, de decorrentes da relação de trabalho.

Então, quando o TST alega que deve haver a vinculação, ou seja, que deve ser decorrente de uma relação
trabalhista inequívoca, ele está afirmando indiretamente que deverá ser investigada a causa de um título
não causal, que circula.

 Artigo 356 do NCPC – Julgamento Antecipado Parcial de Mérito:

 O que significa o julgamento antecipado parcial de mérito?

Petição inicial  Pedido de Tutela Antecipada ou Provisória  Audiência  Pericia  Sentença.

Decisão interlocutória  deferimento


ou indeferimento da tutela provisória.
Resolve questão incidente no
processo, mas o processo continua
ruma a sentença.

Neste caso, o mais importante é o local da decisão dentro do processo e não seu conteúdo.
Nota-se que o NCPC dá uma falsa pista. Ele se refere ao conteúdo, porém, o que, realmente importa para
caracterizar um ato decisório do juiz como sendo uma sentença, é sua localização topográfica no processo.

Dessa forma:

 Sentença: será qualquer ato que encerrar a fase do processo em primeiro grau.
 Decisão interlocutória: qualquer decisão no curso do processo que não venha a encerrar o
procedimento cognitivo em primeira instancia.

 Qual a mudança trazida pelo NCPC?

Resposta: O NCPC passa admitir o chamado julgamento antecipado parcial de mérito, ou seja,
uma decisão interlocutória ou incidental, no curso do processo, que não venha a encerrá-lo em
primeira instancia, passa a julgar parcialmente o mérito da demanda.

Por exemplo:
Na petição inicial há 3 pedidos: a) verbas rescisórias; b) horas extras; e c) adicional de
insalubridade.

Torna-se incontroverso que o reclamado não pagou as verbas rescisórias diante de dispensa
imotivada. Nessa situação, o juiz proferirá logo em audiência inicial, condenando ao pagamento
do pedido a – verbas rescisórias. Ou seja, é decisão interlocutória julgando procedente o pedido
a. É julgamento antecipado parcial de mérito. É interlocutória porque o processo prosseguirá
até a sentença final que julgará os outros dois pedidos.

Pode ser ainda que, após a perícia, torna-se incontroverso o pedido de horas extras, o Juiz
profere outra decisão interlocutória ou incidental condenando ao pagamento do pedido b –
horas extras, ou seja, há outra decisão interlocutória julgando antecipadamente e parcialmente
o mérito.

Por fim, há sentença julgando o pedido c – adicional de insalubridade, encerrando o


procedimento cognitivo em primeira instancia.
 No PROCESSO CIVIL  o artigo 356 do NCPC essa situação. Situação muito tranquila, pois, diante de
cada decisão interlocutória será cabível: RECURSO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO (Art. 1015, NCPC).

Assim, nos termos dos artigos 356 e 1015 do NCPC, podemos exemplificar a situação na seara civilista
da seguinte forma:
o - Imagine que na inicial contenha 3 pedidos, sendo dois deles deferidos por meio de decisão
interlocutória e um no encerramento da fase cognitiva por meio de sentença.

Contra os 2 pedidos que foram deferidos por meio de decisão interlocutória caberá AGRAVO
DE INSTRUMENTO.

Contra o pedido deferido na sentença caberá RECURSO DE APELAÇÃO.

 No PROCESSO DO TRABALHO:

No processo do trabalho temos o princípio da IRRECORRIBILIDADE IMEDIATA DAS DECISÕES


INTERLOCUTÓRIAS.
Nota-se que no processo do trabalho, não existe o agravo de instrumento com a finalidade de impugnar
decisões interlocutórias, inclusive decisões interlocutórias que decidam parcialmente o mérito.

O agravo de instrumento no processo do trabalho SOMENTE existe para PERMITIR O DESTRANCAMENTO DE


RECURSOS, ou seja, o recurso que não foi admitido na origem, ou seja, aquele em que o juiz de primeiro grau
negou seguimento ao RO, caberá interposição de Agravo de Instrumento para proporcionar a chegada do RO
ao Tribunal.

 Como fica essa situação do julgamento antecipado de mérito no Processo do Trabalho?

O TST, na IN 39, afirma que É APLICADO o art. 356 do NCPC ao Processo do Trabalho.
Contudo, como não há possibilidade de agravo de instrumento para recorrer de tais decisões, e muito
menos mandado de segurança.

Para o TST, cada uma das decisões (pedidos a, b, c) – todas elas serão consideradas como SENTENÇA,
ou seja, teremos 3 sentenças na mesma instancia de primeiro grau. Teremos Sentenças Parciais de
Mérito, de forma que cada uma é uma sentença e, será passível de interposição de RECURSO
ORDINÁRIO.

Assim, utilizando o exemplo já mencionado, naquele momento em que se obteve a sentença parcial
de mérito em relação ao pedido a – verbas rescisórias, caberá RO. Da mesma forma, para o momento
da sentença relacionada ao pedido b e c, ou seja, teremos 3 (três) RO.
EFICÁCIA DA LEI PROCESSUAL NO ESPAÇO:

1- Princípio da Territorialidade:

No direito processual brasileiro, adota-se o princípio da territorialidade, segundo o qual a lei processual aplicável
é a vigente no território nacional, ainda que um juiz brasileiro aplique norma material estrangeira.

Exemplo: Empregado CONTRATADO NO BRASIL, para TRABALHAR NO EXTERIOR, sendo a LEI ESTRANGEIRA MAIS
BENÉFICA. Pode ajuizar reclamatória trabalhista reclamando direitos previstos na legislação estrangeira (direito
material), mas a lei processual aplicável será a brasileira.

Observações importantes:

a) A lei processual trabalhista vigora em todo o território brasileiro, sendo aplicada tanto para brasileiros quanto
para estrangeiros.

b) A execução de sentença estrangeira, no Brasil, DEPENDE de homologação do STJ. (CF, art. 105, I, “i”).

EFICÁCIA DA LEI PROCESSUAL NO TEMPO:

1- Teorias:
a) Teoria da UNIDADE DO PROCESSO:
A lei processual que regerá todo o processo será a VIGENTE NO MEMENTO DA DISTRIBUIÇÃO da petição
inicial.

b) Teoria das FASES PROCESSUAIS:


A lei processual vigente no início de cada fase regerá toda aquela fase.

c) Teoria do ISOLAMENTO DOS ATOS PROCESSUAIS: (ADOTADA NO BRASIL)


Tempus regit actum  a lei processual que vai reger o ato é a vigente ao tempo de sua prática.

A lei processual APLICA-SE DE IMEDIATO, respeitando o ato jurídico perfeito, direito adquirido e coisa julgada.

 Exceções à teoria do Isolamento dos atos processuais:


a) Matéria Probatória:
b) Procedimento Sumário (Processo Civil):

c) Matéria Recursal:

A recorribilidade é regida pela lei processual vigente quando da publicação da decisão que, no caso de
processo físico, é a juntada da sentença aos autos e, no processo eletrônico, é a sua anexação ao PJE.

Obs.: O prazo para recurso começará após a intimação, mas NÃO É esta que define qual será a lei
processual aplicável, MAS SIM a data em que a sentença se tornou pública.
d) Direito Adquirido:

Ação Rescisória: A lei processual aplicável será a DO TEMO DO TRANSITO EM JULGADO DA


SENTENÇA RESCIDENDA.
PRINCÍPIOS:

1- Colisão entre princípios:


Será resolvida pelo princípio da proporcionalidade, o qual se divide em 3 sub princípios: 1- adequação; 2-
necessidade; 3 – proporcionalidade em sentido estrito (ou custo beneficio).

2- Princípios em Espécie:

a) DEVIDO PROCESSO LEGAL:


 Devido Processo Legal PROCEDIMENTAL:
Obrigação de seguir um processo previsto em lei, que respeite as garantias mínimas do
jurisdicionado.

 Devido Processo Legal SUBSTANCIAL:


É a busca da justiça e razoabilidade numa decisão. Não basta que seja seguido um
procedimento previsto na lei, a decisão deve ser razoável e proporcional também.

IMPORTANTE:

 Violação Reflexa do devido processo legal:


Quando uma regra processual infraconstitucional é violada, o devido processo legal
também será violado, porem de forma reflexa.

Nestes casos, NÃO CABERÁ:


+ RECURSO DE REVISTA, para o TST;
+ RECURSO EXTRAORDINÁRIO, para o STF,
(Cabimento: violação do art. 5º, inc. LII, da CF)
Vez que a violação constitucional é apenas REFLEXA.

APENAS violação DIRETA da CF é que é possível a interposição destes recursos, segundo


entendimento do TST e STF.

b) JUIZ NATURAL:

Juiz ou Tribunal de exceção é um juiz ou tribunal ex post facto  é criado depois do fato que será levado a
juízo para julgamento.

A regra é que  o tribunal/juiz e a competência dever estar previsto previamente ao fato que será levado
a julgamento.

Trata-se de NORMA DE ORDEM PÚBLICA. (POSICIONAMENTO MAJORITÁRIO)


 INTERVENÇÃO LITISCONSORCIAL VOLUNTÁRIA:

Exemplo: João entra com ação em face de Pedro. Thiago, por sua vez,
tem um pedido idêntico ao de João em face de Pedro, e por essa
razão tem a ideia de pleitear a intervenção no processo para assumir
o polo de litisconsórcio com João.

 Entendimento MAJORITÁRIO: NÃO É PERMITIDA.


 Entendimento Minoritário – Leonardo Grecco: é Possível.
Justificativa de Leonardo Grecco: Afirma que seria possível a intervenção pois também é
vantajoso para a outra parte, que terá que se defender em apenas um processo,
pagando apenas uma vez honorários advocatícios, por exemplo. No seu ver, a
intervenção litisconsorcial dependeria apenas da aceitação da parte contraria.

Perpetuation jurisdictionis  um vez fixada a competência, ela vai persistir até o fim do processo.

Uma vez proposta a ação, e extinto o processo sem resolução de mérito, a Vara do
Trabalho que julgou de forma originária FICA PREVENTA, ou seja, fica com sua
competência preservada. – Assim, a não arguição de prevenção fere o princípio do juiz
natural. – Trata-se de matéria de ordem pública - Competência Absoluta.

Indelegabilidade (juiz natural) e territorialidade:

Significa que o juiz não pode delegar a sua função para terceiros, estranhos ao poder judiciário, e nem para
outro juiz, em princípio.

Há exceções, como a carta precatória – território fora da circunscrição de atuação do juiz; ou ainda, a carta de
ordem – de um tribunal para um juiz inferior, p. exemplo, no caso de uma ação rescisória que demande uma
instrução processual para ouvir testemunhas, produzir prova pericial...

Quanto a territorialidade há duas correntes:

a) Coqueijo Costa e Mauro Schiavi  territorialidade significa que o juiz não pode exercer as duas funções
jurisdicionais fora do Brasil, em princípio, salvo se houvesse uma previsão especifica em um tratado
internacional. Logo, a jurisdição brasileira só tem atuação em território nacional. Isso decorre da noção de
soberania.

b) Fredie Didier e Humberto Teodoro Jr.  associam a noção de territorialidade com a noção de
competência territorial do juiz, por exemplo, o juiz de São Paulo só tem jurisdição dentro do Estado de São
Paulo. O juiz só pode exercer a jurisdição nos limites de seus Estados (Didier) ou dentro de sua
circunscrição (Humberto Teodoro Jr.).

Observação: para o professor Felipe Bernardes, é mais pertinente associar a noção de territorialidade à noção
prevista na primeira corrente, que dispõe sobre a territorialidade no território nacional, justamente porque,
sendo o Brasil um país soberano, ele também respeita a soberania de outros Estados internacionais, e por isso,
restringe a jurisdição brasileira.

Exceção: atos ordinários do art. 203, §4º do CPC:

c) PUBLICIDADE:

Há casos em que há necessidade de diminuir a publicidade, como é o caso de preservação do direito à


intimidade, desde que não prejudique o interesse público à informação, bem como nas hipóteses do art.
770 da CLT e art. 189 do CPC.

d) PRINCÍPIO DO ACESSO À JUSTIÇA – PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DO CONTROLE JURISDICIONAL:


 Compreensão moderna do princípio - Também chamado de Acesso à Justiça em sentido
SUBSTANCIAL:
Entende-se que não basta que o cidadão ajuíze uma demanda sem que o judiciário efetive aquele
direito em um tempo razoável.

Isso porque o Estado chama para si o monopólio da jurisdição, ou seja, o Estado é o único
legitimado a presta a jurisdição. Esse monopólio faz com que o Estado preste a jurisdição de forma
efetiva.

 Concretização do acesso à justiça em regras processuais:


Há um princípio geral do acesso à justiça e por conta disso há diversas regras processuais que busca
maximizar o acesso à justiça em sentido material.

e) PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO, AMPLA DEFESA E FUNDAMENTAÇÃO DAS DECISÕES:

1- Princípio do Contraditório:

 Contraditório SUBSTANCIAL:
Possibilidade de INFLUIR EFICAZMENTE na construção jurisdicional. Isso significa que as partes
têm o direito de reagir e de que os seus argumentos sejam considerados pelo juiz. O juiz tem o
dever de apreciar eficazmente os argumentos apresentados pelas partes.

Essa influencia será demonstrada na fundamentação, quando o juiz ao sentenciar rebate,


contraria ou acata os argumentos relevantes e pertinentes das partes.

2- Princípio da Fundamentação:

O juiz tem a OBRIGAÇÃO de enfrentar os argumentos das partes.

 O juiz tem a obrigação de enfrentar todos os argumentos das partes?


Entendimento do STJ: o órgão julgador NÃO É OBRIGADO a responder TODAS as questões
suscitadas pelas partes, QUANDO JÁ TENHA ENCONTRADO MOTIVO SUFICIENTE PARA PROFERIR A
DECISÃO. O julgador possui o DEVER de enfrentar APENAS as questões CAPAZES DE INFIRMAR
(enfraquecer) a conclusão adotada na decisão recorrida.

Assim, mesmo após a vigência do CPC/2015, NÃO CABEM embargos de declaração contra decisão
que não se pronunciou sobre determinado argumento que era incapaz de infirmar a conclusão
adotada.

2.1 – Princípio da Decisão NÃO SUPRESA:

O art. 10, do CPC, decorre do contraditório porque as partes devem ter a possibilidade de influir
eficazmente na decisão judicial. Logo, se o juiz decide com base em outro fundamento não previsto pelas
partes, sem que elas tenham discutido, isso significa que as partes não puderam influir na decisão. Sendo
assim, ao violar o art. 10 do CPC, viola-se o contraditório substancialmente. Esse artigo é a manifestação
do contraditório substancial.

Esse dispositivo tem aplicação AMPLA E IRRESTRITA, ou seja, apresenta aplicação abrangente, questões
materiais, processuais e de ordem pública.

Exemplo: pressupostos processuais, condições da ação.

Isso não elimina que o juiz possa apreciar a matéria de ofício, ele o pode fazer, mas, para isso, precisa
antes ouvir as partes.

Exemplo: Suponha que em processo Trabalhista, o juiz, ao sentenciar, perceba uma situação de
ilegitimidade passiva em que as partes não haviam suscitado. De acordo com o art. 10 do CPC, o juiz deve
ouvir as partes, convertendo o feito em diligencia, antes de proferir a sua decisão.

Entretanto, no Processo do Trabalho, o TST na IN 39/2016, entendeu que:

 Questões de Direito MATERIAL: APLICA-SE o art. 10.


Ex.: As partes discutem a causa em certo fato e a enquadram em um direito material determinado. O juiz
não poderia modificar essa causa de ofício sem antes ouvir as partes. Isso tem a ver com o principio iura
novit curia – o juiz conhece o direito. Ou seja, mesmo que as partes enquadrem o fato em dispositivo “x” o
juiz pode enquadrar em um dispositivo “Y”, desde que não modifique a causa de pedir. Logo, a vedação da
decisão surpresa mitiga o princípio iura novit curia.

 Questões de Direito PROCESSUAL: NÃO SE APLICA o art. 10.


Para questões processuais, o juiz NÃO precisa ouvir as partes antes, ainda que as mesmas não tenham
debatido sobre o tema. Ex.: pressupostos processuais, condições da ação, etc.

3- Princípio da Ampla Defesa:

Pressupõe-se que as provas pertinentes podem ser produzidas pelas partes e o juiz tem o dever de
apreciá-las.

Dica – Prova De Sentença:

4- Princípio da Isonomia e Princípio da Proteção:

O princípio da proteção é a concretização, no processo do trabalho, do princípio da isonomia em sentido


material  tratar desigualmente os desiguais, na medida de sua desigualdade.

Esse princípio desdobra-se em 03 subprincípios:

a) Proteção: in dubio pro operário:


Na dúvida, a favor do trabalhador.

b) Aplicação da norma mais favorável:


Aplica-se a norma mais benéfica ao trabalhador, independentemente da sua posição hierárquica.
Por exemplo, pode haver uma lei de hierarquia inferior, mas pode ser lei mais benéfica ao trabalhador,
desde que essa lei seja constitucional (por exemplo, se houver uma lei estadual prevendo benefícios em
geral para trabalhadores da iniciativa privada que, embora seja mais benéfica aos trabalhadores, é lei
inconstitucional, haja vista que a competência para legislar sobre direito do trabalho é da União). Isso
relativiza a hierarquia das leis no direito do trabalho.

c) Condição mais benéfica:


As condições estabelecidas em contrato de trabalho ou regulamento de empresa sempre prevalecem em
relações futuras que venham a ser modificadas  isso se aplica para clausulas negociais.

Exemplo: Se houver uma alteração no regulamento da empresa que prejudique a situação anterior do
trabalhador, esta modificação somente será aplicada aos novos trabalhadores, tendo em vista que a
clausula mais benéfica já se incorporou ao contrato de trabalho.

Para as leis  entende-se que não se aplica esse subprincípio.

 Considerações quanto a aplicação deste princípio no processo do trabalho:


Há divergência doutrinaria quanto a isso.
 Há autores que defendem que o princípio da proteção seria plenamente aplicável ao processo do
trabalho.
 Outros autores: entendem que esse princípio não se aplica ao processo do trabalho, mas somente
no campo material do direito do trabalho.
 Há uma terceira linha, que defende que há um princípio mitigado da proteção no processo do
trabalho em menor proporção que no direito material do trabalho.

Para o professor: tendo em vista que o princípio da proteção decorre da isonomia e da sua aplicação no
campo trabalhista, e também existe no processo civil, como no direito do consumidor, há dispositivos
processuais que beneficiam as partes hipossuficientes.

Logo, se o princípio da proteção equivale ao princípio da isonomia, aplica-se sim, este princípio ao
processo do trabalho, tendo em vista a desigualdade fática entre empregado e empregador.

CUIDADO: isso acima exposto NÃO significa proteger o trabalhador, por exemplo, em casos de provas
divididas, não se pode julgar com base no princípio in dubio pro operário, ou seja, na dúvida, não se pode
decidir em favor do trabalhador.

O juiz deve julgar de acordo com as regras atinentes ao ônus da prova (art. 818, CLT; art. 373, CPC):
Fato constitutivo  ônus do autor.
Fato obstativo  ônus do réu.
 Exemplo de regras que concretizam o princípio da proteção no processo do trabalho:
 Art. 878, CLT  execução pode ser iniciada de ofício.
 Lei 5584/70  assistência judiciária gratuita que, geralmente, é concedida ao trabalhador.
 Se o reclamante não comparecer à audiência, o processo será arquivado e extinto sem resolução de
mérito. Já a consequência da ausência do empregador gera os efeitos da revelia, ainda que o advogado
compareça à audiência.

5- Princípio da Duração Razoável do Processo:

O dispositivo fala em celeridade da tramitação e não em celeridade do processo em si.


Conclui-se, portanto, que o princípio considera a duração razoável do processo e não, necessariamente, de
forma rápida.

Exemplo: a CLT, no art. 841, prevê o prazo de 5 dias entre o recebimento da notificação pelo reclamado e a
data da primeira audiência. Já no CPC, o prazo é de 15 dias para contestar. Ou seja, é dado ao réu um prazo
mínimo, para que ele possa se defender, preparar sua defesa.

6- Princípio da Economia Processual:

Mínimo dispêndio de recurso financeiro, de tempo e energia pessoal, conseguir o máximo de resultado no
processo. Não desperdiçar tempo e dinheiro com atos inúteis.

Exemplo: Calendário Processual (CPC, art. 191) – as partes, em conjunto com o juiz, podem estabelecer um
calendário para a prática de diversos atos do processo, como definir, por exemplo, o início da data para
perícia, a data para oitiva de testemunhas, sentença.. etc., ou seja, criam um cronograma dos atos
processuais.

7- Princípio da Iniciativa das Partes (Inércia da Jurisdição) e Impulso Oficial - Liberdade e Imparcialidade:
O princípio da iniciativa das partes ou inercia da jurisdição significa que o juiz NÃO pode conhecer questões
materiais das quais as partes NÃO suscitaram. Logo, só quem pode suscitar, em regra, fatos jurídicos atinentes
ao direito material são as partes.

A Lei pode excepcionar, ou seja, o juiz pode atuar de ofício. Como por exemplo, no caso de decadência legal
(não a convencional), que é uma situação que extingue o direito potestativo e o juiz pode reconhecer de
ofício. Todavia, isso somente ocorre porque há previsão legal que permite isso, o art. 210 do CPC.

Já, o art. 141 do CPC, traz que há pontos controvertidos em que o juiz pode reconhecer de oficio e há outros
que não pode.

Natureza diversa da pedida  decisão EXTRA PETITA – quando o juiz julga um pedido DIFERENTE daquele
pedido que a parte formulou.

Exemplo: Condena a parte em pagar R$100.000,00, sendo que a parte contraria só pediu R$30.000,00.

Citra Petita  ocorre quando o juiz deixa de apreciar um pedido ou causa de pedir.

O princípio da inercia da jurisdição está ligado ao DIREITO MATERIAL (fato jurídico), que gera efeitos no plano
direito material, e que só as partes podem suscitar.

 Fatos simples  delimitam ou compõem o fato jurídico.


Exemplo: empregado alega que foi vítima de acidente de trabalho em 20/09/2015, e ficou incapaz, e por
isso requer pensão vitalícia paga pelo empregador.
Fato jurídico  É o dano (redução da capacidade laborativa) e a culpa do empregador.
Neste exemplo, se o autor não afirme a sua incapacidade na petição  é uma situação de inépcia, porque
falta a causa de pedir, e o processo será extinto sem resolução de mérito, caso o reclamante não emende
a inicial.

Mesmo caso: autor afirme sua incapacidade mas não fala na inicial que o empregador NÃO fornecia EPE,
mas em outras situações fornece informações na qual gera a culpa à empresa (escada bamba por
exemplo). No decorrer da instrução, descobre-se que o empregador NÃO fornecia EPI, apesar de o autor
não ter informado isso na inicial. Este fato PODE SER LEVADO EM CONSIDERAÇÃO pelo juiz, ainda que de
ofício, pois o fato de o empregador não fornecer o EPI é considerado um fato simples.

Exemplo 2: Na inicial, o empregado alega que o empregador NÃO fornecia EPI, mas não aduz que o
acidente resultou em incapacidade, seria uma inicial inepta pois ele não afirmou o dano. Falta causa de
pedir, pois falta o fato que compõe a causa de pedir. Logo, se não se afirmar culpa da empresa não há
causa de pedir. Ou seja, o mero fato de a empresa não fornecer o EPI não gera causa de pedir porque falta
a afirmação do fato jurídico que é o dano e a culpa da empresa.
 Fato Jurídico: fatos ou acontecimentos do mundo natural que gera efeitos jurídicos.
 Fato jurídico processual  qualquer questão processual que envolva o processo. Exemplo: a chuva que
cai em um fórum trabalhista e destrói o acervo de processo físico. Neste caso, o juiz pode, de oficio,
reconhecer este fato e suspender os prazo processuais.

Exemplo no Processo Civil:


Acidente de trânsito que causa dano em carro e gera direito à reparação decorrente daquele acidente.
A ação alega que o indivíduo teve culpa porque estava em alta velocidade e causou danos por culpa.
Fato jurídico  é a culpa e o dano causado.
Porem, na instrução, verifica-se que ele não estava acima da velocidade, mas sim, que o acidente ocorreu
porque foi avançado o sinal vermelho. O juiz PODE reconhecer DE OFÍCIO esse fato, por se tratar de um fato
simples – avançar o sinal vermelho.

Regra Geral:

 O juiz PODE reconhecer de OFÍCIO  Fato SIMPLES.


 O juiz NÃO PODE reconhecer de OFÍCIO  Fato JURÍDICO. (Só pode ser alegado
pelas partes)

Exceções à Regra:

 Decadência Legal e Prescrição:


Poderão ser reconhecidas de ofício pelo juiz.

 Objeto Litigioso no Processo: Fatos IMPEDITIVOS, MODIFICATIVOS e EXTINTIVOS; e Contradireitos.

Direitos que o réu tem em


É a questão de mérito.
face do autor.

 Pagamento: reconhecimento ex officio?


Há divergência doutrinaria.
 Para Fredie Didier: O pagamento PODE ser reconhecido de ofício, ainda que o réu não alegue
esse fato. Entretanto, há nos autos a prova de que o pagamento ocorreu. O argumento é o de que o
pagamento é uma espécie de objeção substancial.
 Posicionamento do Professor Felipe Bernardes e Leonardo Greco: Para reconhecer de ofício o
pagamento, o argumento é o art. 884, do CPC, que fala em vedação ao enriquecimento sem causa. Ainda
assim, o professor não concorda, porque o pagamento é um fato jurídico de que o réu tem direito de
obter quitação.

Não há nenhum dispositivo legal que fale que o juiz pode reconhecer de ofício o pagamento, assim como
não há previsão expressa de reconhecimento de ofício da decadência legal pelo juiz. Logo, se não há
previsão legal expressa, aplica-se a regra geral: inercia da jurisdição - o interessado deve arguir o
pagamento, pois o fato jurídico entra na esfera de sua liberdade. Sendo assim, se o réu não aduz o
pagamento, ele arcará com o ônus disso, qual seja, o pagamento não será reconhecido de ofício.

 Princípio da ULTRAPETIÇÃO OU EXTRAPETIÇÃO no Processo do Trabalho?

O juiz do trabalho estaria autorizado a julgar a mais do que foi pedido ou fora do pedido?

 Há autores que defendem que sim (por exemplo: Renato Saraiva e Aryanna Manfredini)
Baseiam-se nos artigos 137,§2º da CLT, 467 e 496.
Essa multa de 5% nem se aplica
mais, isso porque na execução em
obrigação de fazer, o entendimento
é que pode ser um valor de mula
maior ou outra forma efetiva para
cumprir a decisão.
O juiz, ainda que não haja pedido na inicial, pode aplicar essa pena.
Entretanto, essa pena, em verdade, é uma astreinte (multa diária imposta por condenação judicial).

Esse é um dispositivo controverso,


mas o entendimento majoritário é
o de que PODE se aplicar este
artigo de ofício, mesmo sem
pedido expresso na inicial.

O juiz pode, de ofício, converter a


reintegração em indenização.

 Posicionamento do Professor: este entendimento de que o principio da ultrapetição e extrapetição são do


direito do trabalho está equivocado.
Destaca que, NÃO EXISTE este princípio da ultrapetição no CPC. Na CLT, são três dispositivos diferentes e
esparsos e que não possuem uma relação entre si. Para que um princípio seja induzido, é necessário que
haja uma conexão entre si, o que não é o caso. São exceções que o próprio CPC abrigou em exceção de
obrigação de fazer. Logo, não se pode chamar isso de princípio.

 Impulso Oficial:
O processo tem um início (por iniciativa da parte), meio e fim. Uma vez iniciado o processo, pela parte, ele
segue por impulso oficial – atos que devem ser praticados, provas que devem ser produzidas....

 Impulso Oficial na CLT  ocorre de forma AMPLA.


 Impulso Oficial no PROCESSO CIVIL 
De Ofício: quando se tratar de OBRIGAÇÃO DE FAZER, NÃO FAZER ou ENTREGAR COISA CERTA.
À Requerimento da Parte: APENAS no caso de execução de ENTREGAR QUANTIA CERTA é que, no
processo civil, é NECESSÁRIO o REQUERIMENTO do exequente.

8- Princípio da Oralidade:

É um principio tanto do processo civil quanto do processo do trabalho.

Divide-se em 04 subprincípios:

a) Concentração:
Todos os atos processuais devem ser praticados sem interrupção, de forma sequencial. Ex.: audiência
UNA.

b) Irrecorribilidade das decisões interlocutórias:


Decisões interlocutórias  aquelas que não sejam uma sentença.
Não ensejam recurso imediato; a parte poderá interpor recurso contra esta decisão, mas somente após
prolatada sentença.

No processo civil: a regra é de que NÃO cabe agravo de instrumento contra decisões interlocutórias, salvo
as exceções previstas no art. 1015, do CPC.
c) Imediatidade:
Todos os atos orais devem ser praticado na presença do juiz. Ex.: depoimento testemunhal, razões finais...

d) Identidade física do juiz:


O juiz que praticou os atos orais (colheu provas, por exemplo), deve sentenciar o processo.

O CPC/2015 NÃO TEM PREVISÃO EXPRESSA nesse sentido, já o CPC/73, tinha essa previsão em seu art.
132.

 No Processo Civil:
Como não há mais essa previsão expressa, muito autores entendem que este princípio deixou de
existir no processo do trabalho. Já outros autores, como Marinoni, defende que continua a se aplicar
esse principio, ainda que não haja previsão legal expressa, baseando-se no art. 336, CPC:
Estaria implícito aqui, que o juiz que
colheu a prova, e presenciou o debate
seria o que deveria sentenciar.

 No Processo do Trabalho:
Muitos autores também defendem que não existe mais esse princípio da identidade física do juiz no
processo do trabalho.

9- Princípio da Instrumentalidade e Simplicidade:

a) Instrumentalidade:
O processo é um instrumento a serviço do direito material. O Processo Só tem razão de ser como
instrumento para tutelar o direito material.

b) Simplicidade:
O processo dever ser o mais simples possível.

10- Princípio da Cooperação:


Esse princípio tem por objetivo induzir comportamentos cooperativos em um ambiente naturalmente
conflitivo, como é o caso do processo judicial, em que há uma lide, um conflito de interesses a ser solucionado.

Deveres anexos que decorrem do princípio da boa-fé objetiva: ELP (lembrar de HELP- Ajuda)

a) Esclarecimento:
b) Lealdade.
c) Prevenção: O juiz deve alertar as partes quanto às irregularidades e às deficiências de suas postulações.
Ex.: art. 321, 520, CPC.

O próprio CPC prevê que, em


caso de inépcia, o juiz deve
conceder prazo à parte para
que corrija o vício da petição
inicial, prevenindo que o
processo seja extinto sem
resolução de mérito.

O exequente é responsável
objetivamente por danos
causados ao executado no caso
de cumprimento provisório da
sentença, caso a decisão
exequenda seja reformada.
Assim, tem o exequente o dever
de prevenir o juízo, sob pena de
ter de arcar objetivamente com
eles.

Exemplo disso é a hipoteca


judicial, que não precisa ter
transitado em julgado para ser
feita averbação em cartório.

11- Princípio da Conciliação:


A CLT, OBRIGA o juiz a tentar
conciliação em dois momentos:

I- No início, para evitar dilação


probatória;
II- No final, após as razões finais,
já com novos elementos, inclusive
os probatórios, pois assim a
chance de conciliação seria maior.

No PROCESSO CIVIL, o juiz deve sempre


tentar a conciliação. Inclusive, há a
designação de uma audiência prévia
para tentativa de conciliação.

 Transação e Renuncia no Processo do Trabalho:


 É permitida a Renúncia de direitos trabalhistas?

Um dos princípios que regem a relação do emprego é o da IRRENUNCIABILIDADE dos direitos


trabalhistas, que é extraído da própria CLT.
Regra  renuncia e transações prévias à formação do contrato de trabalho NÃO são permitidas.

Exceção  é permitida a renuncia de direito durante o contrato de trabalho.

Exemplo: sumula 51 do TST.


 A transação após o termino do contrato de trabalho é permitida?
R: Sim. São direitos de crédito e ocorrem quando há uma cessão recíproca para se chegar a um
acordo. Por exemplo: Com a liquidação definitiva, chega-se ao crédito de R$ 100.000,00, porém
não se consegue executar nem a empresa, nem os sócios. O juiz então marca uma audiência para
tentativa de conciliação e, nela, o executado diz que a empresa fechou e que ele não possui
patrimônio, mas que consegue pegar um empréstimo de R$40.000,00 para fazer o acordo. O
exequente aceita.

O juiz pode homologar?


R: Sim, isso seria uma espécie de transação e, por mais que haja certeza dos R$ 100.000,00, há a
dúvida quanto ao recebimento do valor.

 Ato Simulado: - Art. 142, CPC

Exemplo: Os sócios de uma empresa, percebendo que vai falir, transferem seu patrimônio para um
“laranja”, por meio de ação trabalhista simulada, com o intuito de evitar futura execução sobre tais bens.
O juiz deve ter muita atenção para esses casos e, percebendo a fraude, deve EXTINGUIR o processo SEM
RESOLUÇÃO DE MÉRITO e, ainda, oficiar as outras varas e órgãos de controle do tribunal, a fim de que
tomem ciência do ocorrido, já que a parte pode entrar novamente com a ação, que pode ser submetida a
outra vara, na qual o juiz possa não perceber a fraude.

 Homologação de Acordo:
A súmula 418 do TST dispõe que:
Apesar do legislador ter utilizado o
termo “faculdade”, o juiz DEVE
hologaro o acordo sempre que o
mesmo estiver em consonância com
a lei, agindo de forma contraria
apenas se houver motivo para tanto.
 E quando há conflito entre cliente e advogado na audiência a respeito de fazer ou não o acordo?
O reclamante quer, mas o advogado não aceita. O juiz deve homologar ou não?

Resposta: Existe duas correntes:


a) Sim, pois o direito de crédito é do reclamante, portanto, é ele quem deve decidir sobre fazer
ou não o acordo. A vontade do obreiro deve ser prevalecida.
b) Não, pois a partir do momento que a parte passa uma procuração para o advogado, este ver
ser prestigiado. O que o reclamante pode fazer é destituir o advogado e fazer o acordo sem
ele. O advogado, por sua vez, pode pedir a reserva do crédito referente aos serviços
prestados. Essa solução prestigia o advogado, pois sua vontade será respeitada e ele receberá
seus honorários.
JURISDIÇÃO E EQUIVALENTES

Todos os métodos de resolução de conflitos que não seja a jurisdição são equivalentes jurisdicionais, porque há a
solução do conflito sem a figura do juiz, sem jurisdição.

1- Auto composição:
São métodos pelos quais as próprias partes chegam a uma solução para o conflito.

2- Hetero composição:
Ocorre quando um terceiro resolve o conflito.

3- Auto tutela: é VEDADA.


O próprio interessado faz valer o seu direito – fazer justiça com as próprias mãos. Auto tutela é criminalizada,
dentro de nosso ordenamento jurídico.

Art. 345, do Código Penal:

No entanto, nada impede que o legislador excepcione essa norma, como por exemplo, por meio da aplicação
do art. 1012 do Código Civil.

É um exemplo do Código Civil que pode


também ser utilizado no Processo do
Trabalho, pois o contrato de trabalho PODE
ter uma clausula em que o empregador
forneça moradia ao empregado (possuidor
direto do imóvel) e o empregador
(possuidor indireto), quando o empregado
não está em casa, vai lá e retoma a posse
do imóvel clandestinamente.

Se o empregado não concordar, pode entrar com


uma ação trabalhista, mas apesar disso, apesar de o
Exemplo 2: conflito ter sido levado ao judiciário, houve
autotutela. Essa, no entanto, causou um novo
conflito, que foi a não concordância do empregado,
que reivindica a devolução do desconto. Nesse caso,
o empregado precisa ajuizar reclamatória
trabalhista com essa finalidade.
4- Mediação X Conciliação:

Entendimento Majoritário  São métodos que geram AUTOCOMPOSIÇÃO pelos interessados. Entende-se
que apesar de existir um terceiro que ajuda na composição, os interessados é que chegam a um acordo e
resolvem o conflito, sem que haja a imposição da solução por um terceiro. Esse ultimo apenas ajuda as partes.

Diferença entre Mediação e Conciliação: Art. 164, CPC.


 Mediação: Casos em que HOUVER vinculo ANTERIOR entre as partes. O mediador NÃO PODE sugerir
soluções para o litígio.
 Conciliação: Casos em que NÃO houver vinculo ANTERIOR entre as partes. O Conciliador PODE sugerir
soluções para o litígio.

Mediadores e Conciliadores Leigos na Justiça do Trabalho:

Processo Civil  O NCPC prevê que serão criadas Câmaras de Conciliação, onde atuarão como conciliadores
pessoas que não são juízes (juízes leigos, servidores da justiça, advogado e outras pessoas que entrem por
seleção).

Processo do Trabalho  o TST, na IN 39/2016, disse que os artigos 165 a 175 do NCPC, NÃO SE APLICAM ao
Processo do Trabalho, com exceção dos dissídios coletivos. Assim, a figura dos mediadores e conciliadores
leigos não existe no processo do trabalho.

Obs.: Dissídios coletivos de natureza econômica são ações especiais com o objetivo de criar normas de
trabalho e direitos para determinada categoria e, nesse caso, é possível a aplicação dos artigos 165 a 175 do
CPC.
5- Comissão de Conciliação Prévia:
A CCP é um órgão extrajudicial, criado no âmbito dos sindicatos ou das empresas e que tem por finalidade a
composição de conflitos trabalhistas.

 Eficácia Liberatória Geral do Termo de Conciliação Firmado na CCP: - Art. 625-E, CLT.
Tem natureza de Título Executivo EXTRAJUDICIAL.

Dois entendimentos Surgem:

1- Essa eficácia liberatória geral NÃO É POSSIVEL,


pois fere o princípio do acesso à justiça. O
Termo de Conciliação NÃO detém força de
coisa julgada e, por isso, o trabalhador pode
ingressas com ação judicia, mesmo tendo
havido acordo numa CCP.

2- O TST entendeu, por maioria, que se aplica SIM


a eficácia liberatória geral ao Termo de
Conciliação da CCP.
Posicionamento do Professor Felipe Bernardes:
Concorda com o TST, pois há possibilidade de anulação do termo de acordo se algum vício (erro, dolo, coação
e etc.) for comprovado, como ocorre com qualquer outro ato jurídico. Se a parte aceita o acordo, dá quitação
geral ao contrato de trabalho, recebe o que tiver para receber e, posteriormente, ingressa com uma ação
judicial. Isso seria uma espécie de venire contra factum proprium (comportamento contraditório) e feriria a
boa-fé objetiva (o empregador confiou no ato praticado).

6- Arbitragem:

É a situação em que as partes de uma relação jurídica delegam a solução de um conflito de interesse para um
terceiro estranho ao judiciário.

A lei que rege a arbitragem é a Lei 9.307/96, e o seu art. 1º dispõe:

Convenção arbitral, pode ser pactuada de duas


formas:

1- Clausula Compromissória  acordo


prévio ao conflito. No sentido de que,
havendo o conflito, ele será apreciado
por um arbitro.
2- Compromisso arbitral  celebrado
quando já há o conflito e as partes
decidem submetê-lo à arbitragem.

Obs.: A arbitragem é um equivalente jurisdicional justamente porque as partes submetem a solução do conflito a um
terceiro que não é um juiz, e que não possui jurisdição. Apesar disso, a sentença arbitral TEM FORÇA DE TÍTULO
EXECUTIVO JUDICIAL, tal como prevê o art. 515, caput, e inciso VII do CPC.
As partes interessadas PODEM provocar a anulação da sentença arbitral pelo Poder Judiciário. Esse NÃO pode mudar o
teor da sentença arbitral, mas pode realizar sua anulação no prazo de 90 dias, por motivo de forma.

No processo do trabalho, há divergência de entendimento sobre a possibilidade de utilização de arbitragem para


dirimir conflitos individuais, pois o art. 1º, acima transcrito, faz referencia a direitos patrimoniais disponíveis. Então
existem 3 correntes, no tocante a dissídios INDIVIDUAIS:

1- Defendida por Carlos Henrique Bezerra  dada a posição de supremacia do empregador e a consequente
subordinação e hipossuficiência do empregado, os direito trabalhistas são INDISPONÍVEIS e IRRENUNCIÁVEIS
e, por isso, a arbitragem NÃO É ACEITA como forma de solução de conflitos (o art. 1º da Lei 9307/96 fala em
direitos disponíveis);

2- Defendida por Mauro Shiavi  Para os alto empregados, como a subordinação é mais rarefeita, menos
patente, poderia ser pactuado o compromisso arbitral.

3- Defendida pelo professor Felipe Bernardes  é POSSIVEL o compromisso arbitral após a extinção de
trabalho, pois, nesse caso, os direito trabalhistas passam a ser direitos de crédito e, portanto, disponíveis.
Como não há mais estado de hipossuficiência e subordinação do empregado, deveria haver uma flexibilização.

Obs.: A clausula compromissória NUNCA seria possível no Direito do Trabalho, pois importaria em verdadeira
renúncia de direitos trabalhistas, já que ela é pactuada antes do surgimento do litígio, ou seja, no momento
(ou durante) da pactuação do contrato de trabalho.
ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO

1- ÓRGÃOS DA JUSTIÇA DO TRABALHO:

De acordo com a CF, existem 03 órgãos principais:

a) Juízes.

b) TRT (24 atualmente).

Desembargador?

Como sabido, os membros da Justiça do Trabalho de segundo grau (do tribunal), alguns chamam de
desembargadores do trabalho ou desembargadores federais. Contudo, o termo utilizado e, portanto, o mais
correto é JUIZ DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO e NÃO desembargador.

c) TST.

Composição do TST:

 27 ministros

Escolhidos dentre:
- brasileiros com + de 35 e – 65 anos.
- de notável saber jurídico
- de reputação ilibada.
- nomeados pelo Presidente da República
- Após aprovação pela maioria ABSOLUTA do Senado Federal. Sendo:

 1/5 dentre advogado com + de 10 anos de efetiva atividade profissional e membros do


Ministério Público do Trabalho com + de 10 anos de efetivo exercício.

 Os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, ORIUNDOS DA MAGISTRATURA


DA CARREIRA, indicados pelo próprio Tribunal Superior.
 Ponto IMPORTANTES quanto a organização do TST:
Pergunta: 1/5 de 27 ministros dá um valor quebrado (5,3), logo, quantos ministros serão oriundos do
quinto constitucional?

- Sempre que se falar em quinto constitucional temos que arredondar para cima, pois ao arredondar para
baixo não estará sendo observado o 1/5. No caso do TST, portanto, teremos 6 ministros oriundos do
quinto constitucional.

- Os desembargadores/ juízes dos tribunais regionais do trabalho são oriundos da magistratura da carreira.
Os 24 TRT´s tem também o quinto constitucional, assim como no TST.
Esse desembargador, escolhido através do quinto constitucional, seja ele juiz ou membro do MPT, poderá
chegar ao TST? Resposta: NÃO. Pois somente integrarão o TST aqueles oriundo da magistratura de
carreira, ou seja, aquele que é juiz, que passa a desembargador, e posteriormente sobe ao TST.

2- MAGISTRATURA DO TRABALHO:

O juiz ingressa na carreira como juiz substituto e depois é promovido para juiz titular; esses critérios de
promoção estão previstos no art. 93, II, CF:

a) Garantias da Magistratura:
I- Vitaliciedade:
O juiz será titular do cargo até a sua morte. O juiz será sempre juiz, a não ser que perca o cargo por algum
motivo.

A CF prevê que a vitaliciedade é adquirida pelo juiz de 1º Grau após 02 anos de efetivo exercício.
Em casos de juiz de segundo grau (desembargadores ou ministros), a vitaliciedade é adquirida no
momento da posse.

Perda do Cargo:
O juiz vitalício  só perde o cargo por força de decisão judicial transitada em julgado, a ser tramitada na
Justiça Federal, sendo criminal – art. 109, CF - TRF.
Juiz NÃO vitalício  a competência será do próprio tribunal (TRT ao qual está vinculado); mediante
processo administrativo, assegurado contraditório e ampla defesa.

II- Irredutibilidade de Subsídios:


O que prevalece é que a irredutibilidade é do valor NOMINAL (STF); logo, em tese, a magistratura
poderia ficar 10 anos sem aumento, já que não há garantia da irredutibilidade do valor real.

III- Inamovibilidade:
O magistrado (juiz, desembargador ou ministro) NÃO PODE ser transferido do órgão jurisdicional em que
atua, salvo a pedido ou pelo tribunal por motivo de interesse público (por votação em maioria do tribunal
ou CNJ) – Art. 93, VIII, CF.

Essa inamovibilidade se aplica ao juiz substituto?


Posicionamento do STF: a CF quando estabelece a garantia da inamovibilidade não faz distinção entre
juízes titulares e substitutos; logo, aplica-se o brocardo de que onde a lei não distingue, não cabe ao
interprete distinguir.
Essa garantia é compatibilizada com a substituição do juiz, de acordo com o STF, com a criação das
circunscrições dos tribunais.
Por exemplo: o TRT/RJ criou 7 circunscrições. Sendo assim, o juiz substituto é inamovível dentro da sua
circunscrição. Dentro da mesma circunscrição, o juiz substituto pode ser removido de uma vara para
outra. Por exemplo, na 1ª circunscrição do TRT/RJ há 81 varas; logo, a inamovibilidade do juiz substituto é
relativizada.

b) LOMAN – Independência Funcional do Juiz – Lei Orgânica da Magistratura Nacional – LC 35/79:

Exemplo: Se o magistrado usar palavras ofensivas em dada sentença, poderá ser considerado um excesso
de linguagem e ele poderá ser punido. Porém, pelo teor da decisão, o juiz detém independência funcional.

Deveres dos magistrados:


O juiz PODE ser sócio de uma empresa (inclusive, sócio majoritário), mas NÃO PODE administrar.

NÃO PODE ser diretor de associação e fundação, SALVO AMATRA (Associação dos Magistrados da Justiça
do Trabalho), por exemplo.

Vedações impostas aos magistrados:


O inciso V é a chamada quarentena:

O juiz NÃO PODE exercer a advocacia antes


de transcorrido três anos do afastamento
do cargo; tem por objetivo evitar o
favorecimento.
COMPETÊNCIA JURISDICIONAL

1- CONCEITO TÉCNICO:
Competência é a atribuição a um órgão jurisdicional de um poder-dever de julgar em situação típica prevista
pelo ordenamento jurídico.

2- NATUREZA JURÍDICA:
Competência, do ponto de vista processual, é um pressuposto processuais de VALIDADE.
Se um processo for julgado por um órgão jurisdicional incompetente  processo inválido.
Já a jurisdição é um pressuposto processual de existência.

Exemplo: processo de divórcio ou reconhecimento de paternidade ajuizado perante a Justiça do Trabalho, é


um caso de INCOMPETENCIA ABSOLUTA.
Entretanto, se o juiz que proferir vier a dar uma decisão, ela existirá até que sobrevenha um recurso ou ação
rescisória, isso porque existe jurisdição, mas não é válido do ponto de vista da competência.

3- CRITÉRIOS PARA DEFINIÇÃO DE COMPETÊNCIA:

a) Objetivo:
Subdivide-se em 3 subcritérios: observância os elementos da demanda judicial (parte, pedido e causa de
pedir):
I- Pessoas (em relação às partes)
II- Matéria (em relação à causa de pedir)
III- Valor (em relação ao pedido)

b) Territorial:
Divisão do território em regiões, como ocorre com os TRT´s.

c) Funcional:
Diz respeito às diversas funções e atribuições que cada magistrado terá dentro de um processo.

 No âmbito da JUSTIÇA DO TRABALHO: os critérios mais importantes são o territorial, o funcional (juiz de
1º e 2º Grau) e o da matéria.

Obs.: a competência em razão do valor não tem muita importância na Justiça do Trabalho, pois não há
competência dividida. O procedimento sumaríssimo (causas até 40 salários mínimos) tem a ver com o rito
procedimental, e não com a competência, que continuará sendo da Justiça do Trabalho.

 No âmbito do PROCESSO CIVIL  a competência em razão do valor é importante, pois define as causas
dos Juizados Especiais Cíveis:
 Inferiores a 40 salários mínimos  Juizados Estaduais;
 Inferiores a 60 salários mínimos  Juizados Federais.

A competência em razão da pessoa, nesse âmbito, também é importante, como ocorrer no art. 109, da
CF, que define a competência da Justiça Federal para julgar determinados tipos de causa.
4- CLASSIFICAÇÃO DAS ESPÉCIES DE COMPETÊNCIA:

A) Absoluta X Relativa:

ABSOLUTA: Regra que levam em consideração o interesse público. Adequação da prestação jurisdicional
(interesse da coletividade).

Critérios, por exemplo:


 Pessoa  Justiça Federal
 Matéria  Justiça Trabalhista (especializada)
 Funcional  Recurso, carta precatória....

Obs.: Valor da causa  no sentido de que órgão competente não pode julgar causas que ultrapassem o valor
estabelecido em lei, por exemplo, juizado especial cível estadual, o qual não pode julgar causa superior a 40
salários mínimos.

RELATIVA: existem para atender interesses particulares (das pessoas).

Critérios, por exemplo:


 Territorial
 Valor da causa (processos com menores valores, em que pese a existência de juizado especial, uma vara
cível, por exemplo, pode julgar um processo).

Regra Geral: A competência territorial é RELATIVA.


Mas, há algumas situações em que a competência territorial será absoluta. Por exemplo: Ação reivindicatória
de um imóvel (art. 47, CPC)
Alguns autores alegam que o art. 47 trata se
competência territorial funcional, haja vista
que o juiz estaria mais perto do imóvel e, por
isso, exerceria melhor sua função no processo.

Todavia, essa VISÃO É CRITICADA, porque a


competência funcional tem a ver, justamente,
com as funções do juiz em cada processo.
B) Originária X Derivada:

 ORIGINÁRIA:
Apreciar a causa em primeiro lugar.

Obs.: Temos a tendência de associar a competência originária ao juiz de primeiro grau, mas temos que
lembrar que há casos de competência originária em tribunal, como nos casos de ações rescisórias. O
primeiro órgão que irá apreciar a ação rescisória não será um juiz de primeiro grau, mas um tribunal.

 DERIVADA:
Apreciar uma causa após a interposição de um recurso.

5- RECONHECIMENTO DE INCOMPETÊNCIA E TRANSLATIO IUDICII:

 Teoria Alemã – Regra da “competência – competência”:


Todo órgão jurisdicional sempre terá uma competência mínima, qual seja, decidir sobre sua própria
competência – se é ou não competente.
Inovação trazida pelo NCPC, que vale tanto
para o Processo Civil, quanto para o
Processo do Trabalho.

O §1º diz que a incompetência absoluta


deve ser reconhecida de ofício, a qualquer
tempo, INDEPENDENTEMENTE da
provocação da parte.

Caso o juiz reconheça de ofício, deverá ele


abrir vista a outra parte (art. 10, CPC –
vedação à decisão surpresa).

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:

A OJ 62, da SDI-1, do TST, diz que o PRÉ-QUESTINAMENTO no Recurso de


Revista (RR) é NECESSÁRIO, ainda que se trate de incompetência absoluta.

Exemplo: se um RR chega ao TST, e este verifica que não é causa da Justiça do


Trabalho, mas sim, da Justiça Comum. De acordo com a OJ, o TST não poderia
reconhecer a própria incompetência absoluta da Justiça do Trabalho.
 Translatio Iudicii – Reassunção do Processo: Regra Geral:

No caso de reconhecimento de incompetência,


os autos SERÃO REMETIDOS ao órgão
competente.

QUESTÃO DE CONCURSO:

PLURALIDADE DE PEDIDOS

Havendo pluralidade de pedidos, no Processo do Trabalho, em que em um dos pedidos a Justiça do


Trabalho seja incompetente, mas nos outros tantos tenha competência para julgar  O juiz NÃO IRÁ
REMETER TODO O PROCESSO para outro juiz.

 Quanto aos Pedidos COMPETENTES  neste caso, deve-se considerar que há pedidos para os
quais o juiz do trabalho é competente, portanto, deve julga-los.

 Quanto aos Pedidos INCOMPETENTES  como há uma inviabilidade prática, o juiz irá EXTINGUIR
SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO, por falta de pressuposto de validade (competência) – Art. 485, IV,
CPC. Exemplo: Contribuições Previdenciárias.

CPC/73  os atos do juízo incompetente eram


considerado nulos.

CPC/2015  Em princípio, os atos serão conservados.


Agora, essa questão é uma questão casuística, ou seja,
se não houver uma decisão em sentido contrário, as
decisões (tanto materiais quanto processuais)
proferidas pelo Juízo incompetente serão preservadas.

Em seguida, o juiz competente é quem irá analisar se é


caso de manter ou revogar as decisões proferidas pelo
juiz incompetente.

 Perpetuation iurisdictionis:
Distribuição: ocorre quando há mais de uma vara
competente para apreciar a causa.

Registro: ocorre quando há apenas uma vera


competente.
Pelo princípio da perpetuatio iurisdictionis, de acordo com a literalidade do artigo, o órgão será competente até o fim
do processo.

Exemplo 01: No caso de uma competência em razão do domicílio de uma das partes, em que uma dessas partes se
muda no decorrer do processo. Nesse caso, não se muda a competência, justamente, porque modificação
superveniente do estado de fato não altera a competência.

Exemplo 02: Estado de Direito – a lei define uma competência, mas, posteriormente, a lei muda a competência. Mais
uma vez, não se muda a competência, conforme previsto no art. 43.

Exemplo 03: Modificação do estado de direito – uma lei extingue a única vara de Nova Canaã. Neste caso, mudará a
competência, pois o processo será redistribuído para que outro órgão aprecie o caso (supressão – lógica jurídica).
Trata-se de um caso de competência relativa.

 Desmembramento de comarca ou circunscrição (região territorial): a vara tem competência naquele


território e surge uma vara em outro território no qual a vara anterior era competente.

Exemplo: Nova Iguaçu tinha 06 varas e sua competência abrangia Queimados. Em 2013, foi criada
uma vara do trabalho em Queimados, mas continuaram existindo as varas de Nova Iguaçu.
Pelo teor do art. 43, do CPC, os processos que foram ajuizados antes, na vara de Nova Iguaçu, os quais
eram do território de Queimados, não deveriam ser remetidos para esse ultimo e sim, continuar em
Nova Iguaçu, visto que a competência territorial é relativa.

Observação em questão de Segunda Fase – argumentar sobre isonomia e principio do juiz


natural.

Não foi isso que aconteceu, porque entende-se que a isonomia (os cidadãos de Queimados que
ajuizaram a ação antes vão ter de se deslocar, mas os que ajuizaram depois, não) é violada; as
regras de competência tem por objetivo proteger o juiz natural, têm a função de evitar
arbitrariedade na designação de juiz, etc., mas não faz sentido uma vara ser criada e ficar
aguardando receber processos quando se pode melhorar a prestação jurisdicional. Por isso é que os
tribunais costuma excepcionar o art. 43 do CPC.

6- COMPETÊNCIA MATERIAL DA JUSTIÇA DO TRABALHO: ART.114, CF


A) Relação de Trabalho x Relação de Emprego:
 Relação de Trabalho (Gênero):
Qualquer prestação de serviço para uma pessoa física em que haja dispêndio de energia física e de tempo,
em favor de um tomador.

 Relação de Emprego (Espécie):


Necessários 05 requisitos fático jurídicos:
 Pessoa física;
 Pessoalidade (não pode ser substituída);
 Subordinação jurídica;
 Não eventualidade;
 Onerosidade (recebe contraprestação).

Obs.: Se o serviço for prestado por pessoa jurídica, NÃO SERÁ uma relação de trabalho, entendendo que
pessoa jurídica JAMAIS será prestadora de serviço em relação de trabalho.

“Pejotização”: o empregado na realidade está empregado, mas não tem CTPS assinada e constitui uma PJ
para prestar os serviços. Esse cidadão vem a juízo requerendo o reconhecimento do vínculo de emprego e
descaracterização da PJ. Neste caso, será considerada a relação de trabalho tendo em vista a aplicação do
princípio da primazia da realidade.

B) EXCEÇÕES ESTABELECIDAS PELA LEI OU CF:


Algumas relações de trabalho específicas não são de competência da Justiça do Trabalho.
Por exemplo: relação de consumo; servidores públicos estatutários, etc....

I- Relação de Consumo:
De acordo com o CDC, a relação de consumo pode envolver fornecimento de bens ou fornecimento de
serviços.
Exemplo de fornecimento de serviço: um dentista quando atende um paciente está prestando serviços,
gastando energia e tempo, beneficiando um tomador de serviço, porém, não se trata de uma relação de
trabalho para fins de competência da Justiça do Trabalho.

Corrente Majoritária: NUNCA haverá competência da Justiça do trabalho em casos de consumo.

Profissionais Liberais:
É o caso dos dentistas e advogados, por
exemplo, de competência da JUSTIÇA
COMUM, porque é considerado como relação
de consumo.

II- Servidores Estatutários e Servidores Celetistas – Regimes Jurídicos Possíveis e Competência Jurisdicional:

 Quais são os regimes jurídicos possíveis de existirem no âmbito da Administração Pública?

Empresas Estatais (empresas públicas O Regime aplicável será o de


e Sociedades de Economia Mista) e Direito Privado, que é o da CLT;
Fundações de Direito Privado.
Pessoas Jurídicas de Direito Público
(entes federativos, autarquias e Há Controvérsia quanto ao
fundações de direito público ou regime aplicável.
fundações autárquicas).

Para as pessoas jurídicas de direito Público, a redação originária do art. 39 da CF, previa o regime
jurídico único, porem a EC 19/98 extinguiu tal exigência. O STF, em uma decisão cautelar (ADIN 2135), revigorou o
regime jurídico único, ou seja, voltou a existir a redação originária do art. 39 da CF.

Analisando a linha do tempo:

 no período de 1998 a 2007, não mais havia previsão do regime jurídico único  os entre públicos.
poderiam contratar tanto no regime estatutário quanto no regime da CLT.

Obs.: Se o servidor for regido pela CLT, como no caso de situações residuais de servidores contratados
pela CLT no período entre a EC 19/98 e a decisão do STF na ADIN 2135  a competência é da Justiça do
Trabalho.

 Antes da EC 19/38 até 05/10/1998 e posterior à decisão do STF em 2007, existe controvérsia sobre o
regime jurídico aplicável:

 Linha MAJORITÁRIA  O Regime Jurídico Único deve ser necessariamente o estatutário, pois
algumas funções públicas só podem ser exercidas por servidores de carreira que tenham um
mínimo de garantias, tais como, estabilidade e processo administrativo disciplinar.
Exemplo: o policial militar, os servidores do Judiciário e o fiscal de tributos são exemplos de
funções em que essas garantias são necessárias para o próprio desempenho satisfatório das
atribuições.

Observação IMPORTANTE: Sempre que o regime for o estatutário, trata-se de uma relação
administrativa, pública, de verticalidade entre a Administração Pública e o servidor e, por isso, a
competência é da JUSTIÇA COMUM.

 Se o Estatuto do Município prever a contratação pela CLT?


Resposta: Em princípio, isso não deveria ocorrer, mas acontece. Nesses casos a competência é da
JUSTIÇA DO TRABALHO, porque a regência é da CLT.

 Quais os regimes possíveis?


a) Celetista  Justiça do Trabalho
b) Estatutário  Justiça Comum
c) Temporário (CF – Art. 37, IX)  Justiça Comum (Entendimento do STF). No caso de a lei
municipal prever expressamente que os temporários seriam contratados e regidos pela CLT,
também será a Justiça Comum (decisão do STJ).

Neste caso, não é a função que é


transitória, mas sim a necessidade de
contratação.
III- Servidor Público ESTATUTÁRIO cedido para Empresa Estatal:

IMPORTANTE:

No caso de servidores cedidos, a competência se estabelece pelo pedido e pela causa de pedir.

 Se a causa de pedir e o pedido se referirem a verbas trabalhistas do período da cessão,


direitos concedidos aos empregados da cessionária (exemplo: equiparação salarial, adicional
de insalubridade...)  Competência é da Justiça do Trabalho.

Pedido de reconhecimento de vínculo empregatício com a empresa cessionária 


Competência da Justiça do Trabalho, por ser matéria trabalhista.

O TST vem decidindo, em tais casos, que há impossibilidade jurídica do pedido, com
extinção do processo sem resolução de mérito por ausência de condição da ação.

Obs.: O NCPC, não prevê mais a possibilidade jurídica do pedido como condição da ação,
mas como matéria a ser analisada no mérito e, por isso, afora, seria o caso de julgar
improcedente, e não mais extinção sem resolução de mérito.

 Se o servidor pedir verbas ou vantagens que forem concedidas para os servidores


estatutários do órgão cedente  Competência é a da Justiça Comum.

IV- Meio Ambiente do Trabalho:

Essa súmula foi criada em razão do ajuizamento de ACP pelo MPT, visando a melhora do ambiente de
trabalho no IML do Piauí, e este alegou incompetência da Justiça do Trabalho, haja vista o fato dos
servidores do IML serem servidores estatutários, e por essa razão seria competência da Justiça Comum.

Entretanto, o STF decidiu que a competência é da JUSTIÇA DO TRABALHO em virtude de o meio ambiente
do trabalho ser um direito indivisível (o direito é para todos) e ali trabalharem pessoas que não são
estatutárias, como os terceirizados do IML (limpeza, vigilância, etc.).

 Questionamento: Se a situação for que somente há trabalhando no local servidores públicos


estatutários? Mesmo assim aplica-se essa sumula, e por consequência a competência seria a da
Justiça do Trabalho?

O STF ainda não se posicionou no tocante ao tema, por isso, pode-se sustentar as duas correntes:
1) a súmula não faz restrição e a competência é sempre da Justiça do Trabalho; ou 2) a Súmula
somente se aplica no casos em que há trabalhando ou há uma possibilidade de trabalho de algum
empregado regido pela CLT, seja ele público ou terceirizado.
V- Danos Pré e Pós Contratuais:

Qual a competência para julgar danos antes e depois da existência do contrato de trabalho?

A competência SEMPRE é da JUSTIÇA DO TRABALHO (art. 114, I, CF).

O fato de ainda não haver a relação de trabalho não prejudica esse entendimento, porque a interpretação
do inciso I, do art. 114 da CF, deve ser interpretado de forma extensiva, no sentido de que as ações
oriunda de potenciais relações de trabalho também devem ser incluídas na competência da Justiça do
Trabalho.

Exemplo 1: Dever de lealdade, sigilo e transparência – o empregado não pode revelar os segredos nem
após a extinção do contrato de trabalho  exemplo de dano pós contratual gerado pelo empregado ao
empregador.

Exemplo 2: o empregador insere o empregado na “lista negra” (lista de trabalhadores que já ajuizaram
reclamação trabalhista”  exemplo de dano pós contratual gerado pelo empregador ao empregado.

Exemplo 3: tratativas entre empresa e um futuro empregado, gerando a expectativa legítima neste, que
pede demissão de seu antigo emprego e depois não é contratado  dano pré contratual causado pelo
empregador ao empregado.

VI- EMPREITADA:

Esse dispositivo legal já autorizava a Justiça do Trabalho a julgar uma ação que não era de relação de
emprego, mas sim, uma relação de trabalho. Então, talvez essa regra não seja mais necessária, porque o
art. 114, inciso I, da CF, já supriu essa competência de julgas as relações de trabalho.

O que é operário ou artífice?

Há duas correntes, mas não existe posicionamento majoritário.

a) Empreitada de baixo valor econômico: algumas turmas do TST abordam que esse seria o critério e,
mesmo que ele contrate alguns ajudantes, a competência seria a trabalhista para julgar.
b) Empreiteiro que trabalha sozinho, sem ajudantes, independentemente do valor econômico da obra.

VII- Entes de Direito Público Externo:

São entes de direito público externo: os Estados estrangeiros e as Organizações Internacionais (ONU,
OEA..)

O art. 114, da CF, aborda que a JUSTIÇA DO TRABALHO é competente para julga-los.
Somente será da competência da Justiça do Trabalho quando o Estado estrangeiro contrata empregado
para prestar serviços na embaixada; e NÃO no caso de relação administrativa dele com os servidores e
diplomatas, quando a competência é da Justiça do Respectivo País.

VIII- Ações que envolvam o Exercício do Direito de Greve:

 Greve de empregados regidos pela CLT  Competência da Justiça do Trabalho.


 Greve de servidores públicos estatutários  Competência da Justiça Comum.
 Greve de estatutário de âmbito nacional  Competência do STJ.
 Greve de estatutário de âmbito regional  Competência dos Tribunais Regionais.

 Dissídio Coletivo de Greve  A competência é SEMPRE de Tribunal.


 Dissídio coletivo de greves regionais Competência do TRT.
 Dissídio coletivo de greves nacionais Competência do TST.

O que se busca, por meio de dissídio coletivo de greve, é a declaração de abusividade ou não da greve – se
os percentuais mínimos das atividades essenciais estão sendo respeitados ou não, por exemplo).

 Se o empregador causa um dano ao sindicato ou vice versa?


Nesse caso, a competência é do juiz de primeiro grau. Porque não é um dissídio coletivo, mas sim
um dissídio individual.

 Se o dano for causado a terceiros no contexto da greve?


Exemplo: greve no serviço de telecomunicações e o consumidor é lesionado.
Resposta:
Corrente MAJORITÁRIA: competência é da JUSTIÇA COMUM, a situação foge do foco da Justiça do
Trabalho, e não está no perfil institucional dela.

IX- Ações Possessórias:


A posse pode ter sito turbada  cabe ação de manutenção de posse.
A posse pode ter sido esbulhada  cabe ação de reintegração de posse.

Dica do Professor:
Esbulho – rEintegração (letra E)
tUrbação – manUtenção (letra U)

No PROCESSO DO TRABALHO:
Exemplo 01: interdito proibitório (em caso de greve)  Situação em que os sindicato dos bancários faz um
piquete na agência e impede que alguém consiga acessar o interior do banco.

Exemplo 02: o empregador fornece como parte do salário a habitação (salário in natura) e, com o fim do
contrato de trabalho, o empregado se recusa a sair do imóvel. O empregador então ajuíza uma ação para
reaver o imóvel.

A competência para o julgamento em ambos os casos será da Justiça do Trabalho.


X- Matéria Sindical – Ações sobre Representação Sindical:

Questão de Prova:

 Ações que o sindicato move em face de terceiro? É Competência da


Justiça do Trabalho?

Exemplo: Um sindicato quer obter o registro sindical junto ao MTE e


este recursa o registro.
Neste caso, a competência seria da Justiça do Trabalho, por ser
matéria trabalhista, ou na Justiça Federal, por ser um órgão federal?

Resposta: o que prevalece na jurisprudência é que a competência é


da JUSTIÇA FEDERAL, visto que apenas seria competência da Justiça
do Trabalho as ações entre sindicatos (Sindicato X Sindicato), entre
sindicatos e trabalhadores (Sindicato X Empregado), e entre
sindicato e empregadores (Sindicato X Empregador).

Portanto, as ações entre sindicatos e terceiros, não está englobada


pelo inciso III, do art. 114, da CF. Assim, a competência é da Justiça
Federal.

No caso de sindicatos de servidores públicos estatutários  a


competência é da JUSTIÇA COMUM.

XI- Mandado de Segurança, Habeas Corpus e Habeas Data:

Tais ações somente serão de competência da Justiça do Trabalho se a matéria for trabalhista.

XII- Penalidades Administrativas Impostas aos Empregadores por Órgão de Fiscalização do Trabalho:

Obs.: Somente haverá competência da Justiça do Trabalho se a penalidade for aplicada aos
EMPREGADORES.

Exemplos: ação anulatória de auto de infração (instrumento que vai concretizar aquela punição) lavrado
por auditor-fiscal do trabalho em virtude de violação pelo empregador de normas de proteção ao
trabalho; execução da multa aplicada...

Se a penalidade for aplicada ao empregado  Competência da Justiça COMUM.


Exemplo: CREA pune um engenheiro empregado de alguma empresa. Se o engenheiro quiser questionar
essa penalidade, terá de fazê-lo perante a Justiça Comum.
XIII- Execução de Contribuições Sociais:
A Justiça do Trabalho, somente pode
executar as contribuições sociais quando:

I- Há sentença Condenatória; ou,


II- Há acordo homologado.

Essa execução é ex officio, ou seja,


independe de pedido.

Observação importante:

 Sentença DECLARATÓRIAS  o juiz do trabalho NÃO PODE executar.


 Sentença CONDENATÓRIA E ACORDOS HOMOLOGADOS  o juiz do trabalho PODE executar EX OFFICIO.

Assim, somente sentenças CONDENATÓRIAS podem ter as contribuições previdenciárias executadas na


Justiça do Trabalho; as declaratórias NÃO.

Exemplo: Sentença que reconhece o vínculo de emprego e pedido de condenação a pagamento de horas
extras. Sobre o salário que o empregado recebeu durante o contrato de trabalho, o juiz do trabalho NÃO PODE
executar as contribuições previdenciárias do período reconhecido. Isso porque se tem uma sentença
declaratória de procedência, uma sentença que realmente vai reconhecer, mas a execução da contribuição só
vai se dar, nesse caso, na justiça do trabalho, com relação ao pedido de horas extras. Isto é, a competência
para execução ex officio será apenas para as horas extras, não será sobre os valores referentes ao período
reconhecido, aos salários já pagos ao longo do contrato.

O argumento utilizado pelo STF para a necessidade de existência de sentença condenatória é de que não há
título para execução no caso de sentença declaratória de reconhecimento de vínculo. No exemplo acima, as
horas extras possuem título executivo e, sendo a contribuição previdenciária um acessório, ela também pode
ser executada. Mas no caso da sentença de reconhecimento de vínculo, de natureza apenas declaratória, não
há qualquer constituição de crédito trabalhista.
XIV- Contribuição do SAT (SEGURO DE ACIDENTE DE TRABALHO):

Entendimento do TST  o SAT PODE ser executado na JUSTIÇA DO TRABALHO. (Súmula 454)

XV- Contribuições para o Sistema “S”:

NÃO há competência da Justiça do Trabalho para executar contribuição do sistema “S”, que é um
tributo, pois é uma parcela compulsória, de espécie contribuição social, cujo destinatário é o próprio
sistema “S”.

XVI- Acordos Homologados e Verbas Indenizatórias:

Sempre que existir um acordo que contenha parcelas indenizatórias, que não sofrem incidência de
contribuição previdenciárias, a União deve ser intimada, pois ela pode discordar e recorrer. O recurso
cabível é o RO.

Há uma portaria do Ministério da Fazenda que diz que sempre que o valor das contribuições
previdenciárias for inferior a R$20.000,00, está DISPENSADA essa intimação.

XVII- Falência e Recuperação Judicial:

 Fase de Conhecimento  a competência da Justiça do Trabalho SEMPRE é PRESERVADA, e o


processo NUNCA será suspenso, ainda que decretada a falência ou com processo de recuperação
judicial deferida.
 Fase de execução  a partir da decretação da falência ou do deferimento da recuperação
judicial, NÃO HÁ MAIS competência da JUSTIÇA DO TRABALHO para executar o crédito trabalhista. A
execução deve ser feita no juízo universal cível que processa a falecia, ou de recuperação judicial.

Reserva Provisória do Crédito Trabalhista

Tanto o STJ quanto o TST entendem que esse


prazo de 180 dias PODE ser prorrogado e
temperado conforme o princípio de
preservação da empresa.

Se a empresa está em recuperação judicial e


se as execuções prosseguissem na Justiça do
Trabalho, isso inviabilizaria a recuperação da
empresa, já que existe um plano de
recuperação, dando prazo para que a
empresa quite as suas dívidas.

As dívidas trabalhistas também tem um prazo


para o pagamento no plano de recuperação
judicial e, uma vez cumprido, a recuperação
se convola em falência. Então, a fim de se
viabilizar o prosseguimento da empresa, a
execução trabalhista não pode continuar na
Justiça do trabalho.

XVIII- Execução Fiscal no caso de Falência ou Recuperação Judicial:

A execução fiscal pode ser de crédito tributário (execução de contribuição previdenciária, por exemplo)
e não tributário (multa aplicada por descumprimento das normas de proteção ao trabalho – multa não é
tributo).

O §7º do art. 6º, da Lei n.º 11.101/05 dispõe que NÃO se suspende a execução fiscal (tributária e não
tributária) com o deferimento da recuperação judicial.
Qual o posicionamento do STJ e do TST quanto ao disposto no §7º?

STJ  entende que a execução fiscal NÃO se suspende automaticamente, podendo a Fazenda Pública
optar pelo prosseguimento da execução (neste caso o eventual crédito será apurado e remetido ao juízo
universal) ou pela habilitação do crédito no juízo universal. Obs.: Não pode fazer os dois, sob pena de ter
uma dupla garantia.

TST  NÃO admite a opção de prosseguir com a execução fiscal. Para ele, o crédito tem que ser
necessariamente habilitado. Em tais casos, a Vara do Trabalho emite uma certidão de crédito para
habilitação no juízo universal.

XIX- Complementação de Aposentadoria:

Entendimento do STF:

Nas causas que versem sobre complementação de aposentadoria  a competência é da JUSTIÇA


ESTADUAL.

Sob o fundamento de que há autonomia entre o Direito Previdenciário e o Direito do Trabalho.

Em caso de ação movida apenas em face de ex-empregador, será que a competência seria da Justiça
Comum ou da Justiça do Trabalho?

O TST, reconhece a competência da justiça do trabalho para julgamento da causa, na Súmula 288, I.

O STF, em decisão turmária, disse que a competência, nesse caso, também é de competência da Justiça
Comum, utilizando como fundamento, novamente, a autonomia entre o Direito Previdenciário e o Direito
do Trabalho. Todavia, continua o tema “em aberto”, pois as decisões ainda são de turma do STF, não do
Plenário, que apensa se manifestou sobre uma situação específica de entidade fechada de previdência
privada complementar.

XX- Outras Controvérsias decorrentes da Relação de Trabalho:


Isso significa que a lei ordinária pode ampliar a
competência da Justiça do Trabalho.

Ex.: multa administrativa, que, o juiz do trabalho


NÃO tem competência para aplicar, mas nada
impede que uma lei ordinária venha a conferir
essa competência ao juiz.
XXI- Competência Criminal:

A Justiça do Trabalho NÃO TEM competência criminal, mas isso se refere aos efeitos penais dos crimes
eventualmente cometidos. Nada obstante, a Justiça do Trabalho TEM COMPETENCIA para julgar os
efeitos não penais, como os efeitos civis e trabalhistas desse crime.

Exemplo: assédio sexual. A Justiça do Trabalho não tem competência para julgar o crime do art. 216-A,
do CP (a competência é da Justiça Comum), mas tem competência para julgar os efeitos civis e
trabalhistas desse crime, tais como os danos morais e a rescisão indireta do contrato de trabalho.

XXII- Procedimento do Juiz do Trabalho diante da prática de um crime no curso do processo


trabalhista:

Há duas possibilidades existentes:

1- Crime cometido no curso do processo trabalhista, em flagrante delito.


Exemplos: crime de falso testemunho; ofensa física no curso da audiência; juntada de documento
falso...

Neste caso, o juiz, como qualquer pessoa do povo, pode dar voz de prisão e encaminhar para o órgão
competente (Polícia Civil – crime contra o particular – ou Polícia Federal – crime contra a Justiça ou o
juiz).

2- O juiz analisa o processo e vê a prática do crime, mas não é flagrante.


Neste caso, ele vai remeter as peças para o órgão competente, geralmente, o MPF, se o crime for
contra a Justiça do Trabalho ou contra o Juiz do Trabalho. Mas também pode ser para o MPE, como no
caso de um homicídio cometido pelo empregado, cujo crime não está sendo investigado ou apurado.

XXIII- Dissídios Coletivos:

O dissídio coletivo SEMPRE será uma ação que vai envolver no mínimo um sindicato.

Então, a categoria profissional estará representada por um sindicato, que moverá ação em face de uma
empresa ou de um sindicato de empregadores, sendo sempre uma ação entre entes coletivos.
7- COMPETÊNCIA TERRITORIAL:

Regra Geral  a competência territorial é determinada pelo local da prestação dos serviços.

 Como fica empregado transferido ao longo do contrato de trabalho?


Há duas correntes, sendo que não há uma majoritária:
a) Competência será do local em que trabalhou por ultimo.
b) Competência será de qualquer lugar que tenha laborado. Visando facilitar o acesso à justiça
por parte do empregado.

 Empregador que promova atividades fora do local do contrato de trabalho: (art. 651,§3º, CLT)
É assegurado ao empregado (Somente a este) ingressar com a ação:
- no local da celebração do contrato, ou
- no local da prestação do serviço

Diz-se que somente é assegurado ao empregado pois, é uma exceção que foi criada somente em
beneficio deste. Caso o empregador queira ingressar com ação contra o empregado que foi
contratado em um lugar para prestar serviços em outro, a competência será a do local da
prestação do serviço.

 Agente ou Viajante Comercial:


A função da pessoa pressupõe que ela viaje constantemente, mas há uma agencia ou filial em
relação à qual ela fica subordinada e aí a competência será da Vara daquela localidade.

Se o empregado viajante não estiver subordinado a nenhuma agencia ou filial (como no caso de
empresa/empregado que seja pessoa física que viaje muito, realizando espécies de teletrabalho),
a competência, será da vara do local do domicilio do empregado ou a localidade mais próxima.

 Rodoviários: art. 651,§1º, CLT.


Exemplo: motorista ou cobrador de ônibus intermunicipal.
Aplica-se por analogia, o §1º, do art. 651, assim a vara competente será a do local da sede ou
filial da empresa.
 Serviços prestados no exterior: §2º, do art. 651, CLT.
Um dos princípios da jurisdição é o princípio da territorialidade e essa regra excepciona esse
princípio.

Há duas correntes de entendimento:


a) Embora o empregado tenha trabalhado no exterior, essa empresa tem que ter uma sede ou
filial no Brasil para que esse empregado possa ajuizar ação reclamatória em face da empresa e
ela ser julgada pela justiça brasileira.

Argumentos:
- Como é regra de exceção, ela deve ser interpretada estrita ou restritivamente;
- Dificuldade operacional: se a empresa não tiver sede no Brasil, haveria muita dificuldade em
notificar e executar a empresa;
- Interpretação literal do próprio texto do dispositivo, que fala em agencia ou filial no
estrangeiro, o que pressupõe que há uma sede ou uma filial no Brasil.

b) Não precisa ter sede no Brasil.


Argumentos: por mais que haja dificuldade operacional, essa é uma questão que não define
jurisdição ou competência. A notificação ou execução se dará por carta rogatória e se o
empregador vai aceitar ou não se submeter a justiça brasileira é outro problema.

I- SUPERAÇÃO DAS REGRAS DE COMPETENCIA NO CASO DE COLISÃO DOS PRINCÍPIOS DO ACESSO À


JUSTIÇA E DO CONTRADITÓRIO:

Exemplo: Empregado foi contratado e sempre trabalhou no RJ, mas a empresa era grande e tinha vários
escritórios em todo o Brasil. Esse empregado veio para o RJ em busca de tentar a vida e depois voltou para
sua cidade natal, no Acre.

Questionamentos:
a) Se a empresa também tem escritório no Acre, não violaria o acesso à justiça do trabalhador exigir que
ele ingresse com ação no RJ, onde prestou serviço?

O TST entendeu que sim. E por essa razão a ação deveria ser proposta no Acre, e a empresa também
poderia se defender já que também possui escritório lá, não haveria então violação do seu
contraditório.

II- Foro de Eleição – Negócio Jurídico Processual para Modificação do Foro Competente – Acesso à Justiça:

Foro de eleição  escolhido pelas partes, previamente ou durante o curso do contrato.

Doutrina Majoritária  indica que NÃO É POSSIVEL o foro de eleição no Processo do Trabalho. Seria um
instituto aplicável apenas no Processo Civil, pois apenas nesse ramo as relações são entre iguais, relações
niveladas.

Doutrina Minoritária  diz que não pode ter foro de eleição antes ou durante o contrato de trabalho que
implique modificação desse foro legalmente previsto, mas pode ser que as partes prevejam o foro de
eleição não extinguindo o foro legal, mas adicionando outro. Aqui, dá-se a opção ao trabalhador e o
princípio da proteção permaneceria intacto.
Pode ser que o empregado ajuíze uma ação em outro foro que não o legal, mas a incompetência territorial
é critério relativo, sendo assim, se não for arguido pelo réu no tempo oportuno, ocorre a preclusão,
fenômeno processual que consiste na perda da faculdade processual em virtude do decurso de tempo.

Uma vez não arguida, há a modificação da competência. Isso seria uma espécie de negócio jurídico
processual, ou seja, uma manifestação da vontade, de forma implícita, neste caso, mas poderia também
ser explicita, caso o reclamado dissesse em audiência que aceitaria aquele foro, por exemplo.

8- COMPETÊNCIA FUNCIONAL DOS ÓRGÃOS DA JUSTIÇA DO TRABALHO:

Critério de competência ABSOLUTA, fundado em noções de ordem pública.

 Quais os critérios que podem gerar essa distribuição de competência funcional dos diversos órgãos?
 Grau de Jurisdição:
Competência de juiz do trabalho  regra geral
Competência de Tribunal  matéria de direito estrito. O tribunal só pode julgar o que está escrito na lei.
Exemplo de competência originária do Tribunal: dissídios coletivos e ações rescisórias.

 Fase do Procedimento:
Pode ser que no curso do processo haja necessidade de atuação de mais de um órgão jurisdicional, de
acordo com a fase do procedimento.
Exemplo: Execução trabalhista que tramita em Colíder, sendo que o executado não tem bens em Colíder,
mas tem em Umuarama. O juiz de Colíder não tem competência territorial para praticar atos em
Umuarama e, portanto, deve expedir carta precatória.

 Objeto do Processo:
É a situação em que a lei ou a constituição preveem que determinada questão de uma causa tenha que ser
julgada por um órgão específico, embora a causa como um todo deve ser julgada por outro órgão.

 Cartas:
 Carta precatória:
É um instrumento de cooperação entre juízes (órgãos jurisdicionais) de mesmo plano hierárquico dentro
do Judiciário.

 Carta de ordem:
Instrumento de cooperação entre órgãos desnivelados no plano hierárquico.
Exemplo: o TRT determina que o juiz pratique um ato processual nos autos de uma ação rescisória. O
próprio relator da Ação Rescisória pode ouvir uma testemunha, por exemplo, mas tem a faculdade de
delegar o ato instrutório e o instrumento para isso é a carta de ordem.

 Carta Rogatória:
É o instrumento de cooperação internacional, ou seja, um instrumento pelo qual o Brasil pede, ou vice-
versa, para que se pratique o ato processual.
Em regra, são decisões interlocutórias que precisam ser executadas no Brasil ou no estrangeiro e aí
passam por um juízo de deliberação no STJ.
Recusa de cumprimento de Carta Precatória ou arbitral pelo juiz:

Juízo deprecante  é aquele que EXPEDE

Juízo deprecado  é aquele que RECEBE

Se o juiz deprecado não tiver competência,


ele PODERÁ remeter a carta ao juízo
competente. A lei dá a entender que é uma
FACULDADE do juiz deprecado.

 COMPETÊNCIA FUNCIONAL: AÇÃO ANULATÓRIA DE INSTRUMENTOS NORMATIVOS

IMPORTANTE:

A discussão que existe com relação a essa ação anulatória é a seguinte: Imagina-se que, em um acordo
coletivo ou uma convenção coletiva, existe uma cláusula nula, dentre trinta clausulas que criam direitos
e obrigações. Por exemplo, uma clausula que reduza o intervalo intrajornada para 10 minutos, ou
dispense esse intervalo.

 Se algum interessado quiser anular essa clausula, de quem será a competência?


Entendimento que prevalece no TST: uma ação anulatória de acordo coletivo ou convenção é
uma ação que se equipara a um dissídio coletivo, portanto, a competência originária seria de
Tribunal. Portanto, pode ser um TRT, se for um instrumento de âmbito regional ou o TST se for
um instrumento de âmbito nacional.

Isso, pois, a decisão em um acordo coletivo irá afetar toda a categoria ou todos os empregado
de uma empresa. É uma decisão que, se tornada sem efeito de uma forma geral, a eficácia será
ultra partes, ou seja, é uma eficácia que vai além das partes que pediram a anulação.

9- PREVENÇÃO:

Exemplo de prevenção: um empregado trabalhou no RJ, que possui 81 varas do trabalho e todas seriam
igualmente competentes em tese. Uma vez ajuizada e distribuída a ação, a Vara escolhida passa a ser a única
competente para aquela causa e também para ações acessórias (que tramitam em autos separados –
exemplos embargos de terceiros), incidentais (que acontece no curso do processo – exemplo: reconvenção e
denunciação da lide) e consequentes (uma ação que vem em decorrência de outra – exemplo: art. 304, §4º,
NCPC).
Exemplo de ação consequente: a
estabilização da tutela antecipada, que
pode ser revista em uma nova ação e
esta é consequência da primeira ação.

O cidadão ajuíza reclamatória trabalhista


e ela é extinta sem resolução de mérito
por qualquer motivo.

A reiteração do pedido não deve ser


distribuída de forma aleatória, mas sim,
de forma dependente ao Juízo da
primeira ação, ainda que haja alteração
parcial das partes.

10- MODIFICAÇÃO E PRORROGAÇÃO DE COMPETÊNCIA:


Pelo NCPC qualquer arguição de
incompetência, seja ela relativa ou absoluta,
será em PRELIMINAR À CONTESTAÇÃO. Não
existe mais a exceção de incompetência em
peça autônoma.

 Prorrogação de competência:
É a extensão da competência de um órgão só pelo fato de ser competente para julgar uma primeira causa.

Exemplo: uma ação distribuída para a vara X do RJ, que também será a competente para julgar a
reconvenção e a denunciação da lide, por exemplo. A empresa poderia ajuizar ação autônoma, mas
prefere a reconvenção. Não houve modificação de competência, que continua a ser o RJ, por exemplo.

Obs.: a competência absoluta NUNCA se modifica ou se prorroga.


 Conexão:
O objetivo da conexão é evitar julgamentos conflitantes e prestigiar a economia processual.

 Há obrigatoriedade da reunião dos processos conexos? A conexão é fato jurídico e ele existe
independentemente de qualquer coisa, mas o efeito da reunião dos processos é obrigatório?
Há duas correntes, mas não há majoritária, devendo o tema ser acompanhado a partir do NCPC, pois
ele direciona a discussão em sentido:

a) Sim, é obrigatória  pois sempre que duas causas envolverem o mesmo pedido e a mesma relação
jurídica, haverá o risco de decisões conflitantes.

Exemplo: ação de despejo do locador e o locatário ajuíza ação de consignação em pagamento,


alegando recusa do locador em receber o aluguel. Há o risco de decisões conflitantes. Assim, sempre
que existir identidade de pedido ou causa de pedir, há o risco de decisões conflitantes e, por isso, a
reunião dos processos é obrigatória.

b) Não é obrigatória a reunião de processos conexos  o juiz deve avaliar se há o risco de decisões
conflitantes e se há prejuízo à celeridade processual e, por meio de sua avaliação discricionária, decidir
se deve ou não reunir os processos.

A conexão, pois, pode ter o efeito de reunir os processos, mas nem sempre implica nessa reunião,
ainda que se adote a primeira corrente (a da obrigatoriedade). Algumas situações podem gerar o
efeito de não reunir os processos, como no caso de processo já sentenciado. Por outro lado, mesmo
que não haja conexão, se houver possibilidade de decisões conflitantes, será o caso de reunião dos
processos para julgamento conjunto (§3º do art. 55 do CPC).

Isso é regra de litisconsórcio e NÃO de conexão,


já que identidade de matéria não é a mesma
coisa que identidade de causa de pedir.

Exemplo: 03 trabalhadores trabalham num


mesmo ambiente de trabalho e querem adicional
de insalubridade. Cada um vai receber o seu
próprio valor pelo trabalho no local, então a
causa de pedir é diferente, não idêntica.
 Conexão, sempre gera modificação de competência?

Resposta: NÃO, nem sempre.

Exemplo: Vara única de Angra dos Reis. Chega um primeiro processo (1) na Vara de Angra e depois chega
outro (2), conexo. Eles serão reunidos para julgamento conjunto, mas não haverá modificação da
competência, pois a vara é única.

Se os juízos em que correm os processos forem diferentes, aí sim, há a modificação da competência.


Exemplo: primeiro processo distribuído em comarcas diferente, um no RJ e outro em Angra. Aí há a
modificação de competência, com a remessa do processo de Angra para o RJ. O juízo do RJ que era
incompetente, passa a ser competente.

 Continência: art. 56, CPC.

Na continência há identidade de partes e de causa de pedir, mas um pedido é mais abrangente que o outro.

NÃO CONFUNDIR continência com litispendência parcial.

Exemplo de continência: empregado que tenha ficado com incapacidade laborativa total e definitiva. Ajuíza
um primeiro processo em que postula pensão mensal até 70 anos; então o advogado do reclamante vê que fez
besteira, pois pediu a pensão até 70 anos e deveria ter pedido vitalícia, ingressa com nova ação e pede pensão
vitalícia, corrigindo o equívoco. Esse é um caso de continência, pois as partes e a causa de pedir são as
mesmas e o pedido da segunda ação é mais abrangente que o da primeira.

No caso da continência em que o primeiro


processo é a ação menor e o segundo
processo a ação maior, os processos serão
reunidos para julgamento conjunto.

Nada obstante, se o primeiro processo for a


ação mais abrangente e o segundo for a
ação menor, a solução é a extinção sem
resolução de mérito do segundo processo.

Exemplo de litispendência parcial: o advogado na primeira ação pede pensão vitalícia, mas ingressa com outra
ação pedindo a pensão vitalícia e danos morais. Aqui há litispendência parcial, porque há litispendência com
relação ao pedido de pensão vitalícia, o qual será extinto sem resolução de mérito. Apenas os danos morais
serão julgados.
11- CONFLITO DE COMPETÊNCIA:

Conflito de Competência POSITIVO

Conflito de Competência NEGATIVO

Refere-se à conexão, continência e


art.55,§3º do NCPC.

Exemplo: Juiz “A” declinou a competência para o juízo “B”. Se “B” entender que “A” é competente, deve
suscitar o conflito. Mas se entender que “C” é que é o juízo competente, deve encaminhar o processo para
“C”, sem suscitar o conflito.

 Por quem o conflito de competência pode ser arguido?


Pelas partes (por petição), pelo MP (por petição) ou pelo juiz (por ofício).
 Quem julga o conflito de competência?

O conflito de competência é sempre julgado pelo órgão superior aos dois órgãos que estão no conflito. O juízo
relator pode definir um juízo de urgência, que decidirá as questões que surgirem antes do julgamento de
competência.

 Possibilidades de conflitos:
 Juízes de um mesmo TRT  competência do TRT para julgamento.
 Juízes de TRTs diferentes  competência do TST.
 Juiz de primeiro grau de um TRT e outro TRT  competência do TST.
 Entre TRTs  competência do TST.
 TST e qualquer outro órgão jurisdicional que não integre a estrutura da Justiça do Trabalho (juiz de direito, juiz
federal, TJ, TRF...)  competência do STF.

Obs.: JAMAIS há conflito de competência entre um juiz e o TRT ao qual ele está vinculado. Ex.: juiz lotado no MT e
o próprio TRT23ª Região.

12- RECURSO CABÍVEL EM RELAÇÃO A UMA DECISÃO SOBRE COMPETÊNCIA JURISDICIONAL:

 Se a decisão for pela incompetência  vai remeter o processo.


 Se a decisão for pela competência  o processo vai prosseguir.

Obs.: Em regra, o processo não é extinto e a decisão é interlocutória.

Exemplo: se houver 10 pedidos e o juízo for incompetente para um pedido, aí sim, haverá a extinção do
processo sem resolução de mérito com relação a apenas esse pedido.

No PROCESSO DO TRABALHO:

No Processo do Trabalho vigora o princípio da irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias. Em


princípio, então, na justiça do Trabalho, essa decisão será irrecorrível de imediato.

Exemplo: se houver 10 pedidos e o juízo for incompetente para um pedido, aí sim, haverá a extinção do
processo sem resolução de mérito com relação a apenas esse pedido.

 Exceção quanto a irrecorribilidade imediata de decisão interlocutória: Súmula 214, TST:

Exemplo: Ação ajuizada em Colíder/MT e o réu


argui a incompetência territorial, solicitando a
remessa dos autos para Umuarama/PR. Se o juiz
acolhe a incompetência, cabe recurso imediato,
ante o teor da alínea c da Súmula 214 do TST.

Recurso cabível  RECURSO ORDINÁRIO (RO)

Obs.: o agravo de instrumento no processo do trabalho


tem objetivo APENAS de destrancar recurso, não serve
para decisão interlocutória em geral.
No PROCESSO CIVIL:

No CPC, não há qualquer dispositivo legal que fale sobre a recorribilidade das decisões sobre competência, ou
seja, também no Processo Civil a regra é a irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias.

Observação importante:
Se cair numa primeira fase, essa é a resposta: NÃO há previsão para recurso de decisão sobre competência ou
incompetência no Processo Civil.

Se cair numa segunda fase, deve aprofundar-se: Didier faz interpretação extensiva do art. 1015 do NCPC, que
prevê cabimento de agravo de instrumento no caso de convenção de arbitragem. Como o CPC não prevê o
recurso em tal hipótese (decisões sobre competência) e como é uma situação que pode gerar danos ao
processo, com a anulação de um processo lá na frente e afronta a economia processual e a duração razoável
do processo e, por ser uma situação que se assemelha à questão da competência, deve esse artigo ser
interpretado extensivamente e caberá recurso, que, no Processo Civil, seria o agravo de instrumento.
JURISDIÇÃO BRASILEIRA:
a) Limites da jurisdição brasileira:
Trata-se de Jurisdição CONCORRENTE:

Jurisdição é o pode de julgar, logo o poder judiciário


tem o poder de atuar nessas três situações.

Entretanto, a legislação NÃO exclui a possibilidade


de que o poder judiciário estrangeiro também
aprecie esta causa.

Trata-se de Jurisdição EXCLUSIVA:

O Brasil, exercendo a sua soberania, só admite que


o Estado brasileiro julgue, não se admitindo que
outro país o faça.

Excepciona a noção de Territorialidade da Jurisdição.

Exemplo: uma família que mora na Alemanha em


que pai e mãe se separam; a mãe vem morar no
Brasil com os filhos e o pai se recusa a pagar
pensão alimentícia  Compete à justiça brasileira.

Objetivo da norma: garantir o acesso à justiça por


parte do credor de alimentos, que é tido como
parte hipossuficiente da relação jurídica.

FORUM SHOPPING:
Exemplo: o réu mora na Argentina, e o autor comprou
um chocolate lá e passou mal; o consumidor pode Situação na qual as partes podem escolher o país
ajuizar uma ação no Brasil porque ele tem seu que irá julgar a causa, principalmente nas causas
domicilio no Brasil. que envolvem contratos internacionais.
Forum non conveniens - Situação de recursa do
Exemplo: um contrato internacional firmado no
Forum Shopping:
México por uma empresa americana e uma
Exemplo: as partes elegeram o Brasil como jurisdição, empresa alemã. Porem, nesse contrato há previsão
mas o judiciário não tem condições de julgar porque o que eventual conflito será julgado no Brasil, isso
contrato está escrito em alemão, a pericia tem que ser porque os sócios podem vir a morar no país ou
feita no Mexico... ou seja, o juiz brasileiro não teria passar férias durante certo tempo, por exemplo.
condições de dar efetividade ao processo.
Aqui se aplica o princípio da submissão.
b) Fatos ocorridos no estrangeiro x jurisdição brasileira:

Regra geral: O poder judiciário brasileiro apenas pode julgar fatos ocorridos no Brasil, mas há exceções.

c) Cooperação internacional: homologação de decisão estrangeira, concessão de exequatur às cartas


rogatórias e auxilio direto.

São três situações possíveis:

No caso de decisões interlocutórias estrangeiras  utiliza-se a carta rogatória para a sua execução.

QUESTÃO DE CONCURSO:

 Quem é competente para apreciar a homologação de


decisão estrangeira e o exequatur?

Resposta:
É o STJ (CF, art. 105, I, “j”). Essa competência aplica-se
também em matéria trabalhista.

Juízo de deliberação:

Significa que o STJ quando for homologar a decisão estrangeira, se aterá a questões formais.

Exemplo: contraditório, citação, etc. ou seja, requisitos de forma. Que não afronte a ordem jurídica brasileira e
que não haja questões teratológicas, por exemplo, punição e tortura ou apedrejamento. O STJ faz um juízo
superficial, não aprecia o mérito da ação (se a decisão é justa ou não).

 Litispendência x Homologação de decisão estrangeira:


Não existe litispendência e nem coisa julgada enquanto não for homologada decisão estrangeira no Brasil
Exemplo: em 2009, no Japão, transitou em julgado uma ação. Em 2010, as partes ajuizaram uma ação idêntica
no Brasil.

Considerações:
1- Não há coisa julgada, pois não há homologação da decisão no Brasil, pelo STJ. A decisão estrangeira só é
eficaz no Brasil, após homologação do STJ.
2- Se a ação ainda não tivesse transitado em julgado  não haveria coisa julgada e nem litispendência, sem a
homologação do STJ. Podendo, assim, haver tramitação simultânea das ações.
3- Se o STJ tivesse homologado a decisão em 2009  neste caso haveria coisa julgada.

 Auxílio Direto:
Auxílio direto é um conceito por exclusão, ou seja,
quando não for o caso de homologação de decisão
estrangeira ou carta rogatória, será caso de auxilio
direto.

 Ativo: ocorre quando o Brasil pede uma cooperação para outro país.
 Passivo: ocorre quando outro país pede que o Brasil auxilie na cooperação.

Casos em que cabe o auxilio direto estão previstos no art. 30 do CPC:

Exemplo: o Brasil pode aplicar uma lei estrangeira,


como no caso de um empregado que trabalhou no
exterior. Se o juiz do trabalho tiver alguma duvida
sobre a lei estrangeira, ele pode pedir auxilio direto,
por intermediação do Ministro da Justiça, sobre o
direito alienígena, por exemplo, lei na Suécia.

Para colheita de provas, salvo se for o caso do art. 23,


do CPC (competência exclusiva da autoridade
brasileira), não pode ser via auxilio direto. Ex.: tem que
ouvir uma testemunha na Inglaterra, por intermédio
Outra situação que ocorre quando o Brasil recebe
do Ministro da Justiça sem ter necessidade de passar
um pedido de auxilio direto do exterior, por
pelo STJ.
exemplo, o Chile pede para ouvir uma
testemunha aqui no Brasil, que será de
competência de um juiz federal de 1ª instancia,
porque é um ato que envolve direito internacional
e interesse da União. Até porque quem vai
requerer o pedido dessa prova será a AGU –
ingressará com uma ação requerendo a oitiva da
testemunha para um processo que corre no Chile.
A AGU fará esse requerimento sem que haja
necessidade de passar pelo STJ antes, por ser caso
de auxilio direto.
d) Imunidade de Jurisdição:

 Fase de Conhecimento:
I- Atos de Império x Atos de Gestão:
Ato de IMPÉRIO:
É um ato em que o Estado estrangeiro pratica no exercício de sua soberania.
Por exemplo: situação em que envolva território, servidores públicos do país, como diplomatas, - o
Brasil NÃO pode julgar a relação entre diplomata alemão e a Alemanha. É um ato de Império.

Ato de GESTÃO:
É um ato no qual o estado estrangeiro não está agindo no exercício de sua soberania, por exemplo, o
Japão quer instalar uma embaixada no RJ e, para isso, precisa alugar um imóvel. O contrato de locação
de imóvel é um contrato entre iguais.

Exemplo: contratação de empregados do estado acreditado (aquele que está recendo). O estado
acreditante (aquele que envia pessoas, o diplomata e outros delegados para o país). Caso um país
estrangeiro contrate empregados no Brasil, eles serão contratados sob o regime celetista, por
exemplo, cozinheiro, faxineiro ou motorista. Neste caso o estado acreditante está praticando um ato
de gestão.

II- Imunidade Absoluta x Imunidade Relativa:


ABSOLUTA:
Qualquer ato estará abrangido pela imunidade de jurisdição. Não pode ser julgado esse organismo de
forma alguma, seja atos de império ou de gestão.

RELATIVA:
Podem ser julgados quanto a atos de gestão.

Em se tratando de organizações internacionais, como a ONU, por exemplo, esta imunidade não é
regulada pelo direito costumeiro, mas sim, por tratados internacionais, os quais o Brasil pode ter ou
não os ratificado. No tratado da ONU, por exemplo, há previsão de que ela não se submete à
jurisdição brasileira, mas sim à algum outro tribunal internacional.

Logo, se a ONU contrata empregado brasileiro como motorista, por exemplo, o estado brasileiro não
tem jurisdição para julgar. Se o Brasil vier a julgar, estará cometendo um ato ilícito internacional e
poderia até ser responsabilizado.

Essa previsão NÃO elimina o tratado incorporado ao ordenamento jurídico brasileiro.


Nesse sentido, a OJ 416, SDI-1 do TST:
 Fase de Execução:

Imunidade de Jurisdição na execução. Atos executivos contra estados estrangeiros:

a) Organismos internacionais  A imunidade abrange a fase de conhecimento e a fase de execução, salvo


renuncia expressa para cada fase.

Renuncia expressa significa que, caso um empregado da ONU ingresse com uma ação na Justiça do
Trabalho, a ONU, uma vez citada, pode renunciar a essa imunidade, expressamente e se submeter à
jurisdição brasileira. Não cabe a renúncia tácita.

b) Estados estrangeiros  quanto aos atos de gestão, não haveria imunidade de jurisdição na fase de
conhecimento, porém, na fase de execução, há divergência:

1ª Corrente: sim, o judiciário pode fazer penhora a bens, desde que esses bens não estejam afetos à
atividade diplomática ou consular – é uma imunidade relativa (só bens desafetados).

Exemplo: o Estado estrangeiro tem um terreno baldio e que não está afetando a atividade consular –
poderia penhorar.

2ª Corrente (majoritária): para o STF, na fase de execução, a imunidade dos estrangeiros é ABSOLUTA,
logo, não podem ser executados. Isso porque a constrição seria uma violação à soberania daquele estado.
É plausível defender esse entendimento em provas.

A execução, nestes casos, seria diplomática, pois o Brasil deve entrar em contato com o outro Estado
estrangeiro para que ele pague. Todavia, o país também pode realizar o pagamento espontaneamente. O
que não pode é fazer execução de forma impositiva.

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