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CAMILA TAVARES TENÓRIO

AÇÕES PREVENTIVAS EM DOMICÍLIO À CRIANÇAS COM


INFECÇÕES QUE ACOMETEM O TRATO RESPIRATÓRIO
SUPERIOR

Macapá
2017
CAMILA TAVARES TENÓRIO

AÇÕES PREVENTIVAS EM DOMICÍLIO À CRIANÇAS COM


INFECÇÕES QUE ACOMETEM O TRATO RESPIRATÓRIO
SUPERIOR

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Faculdade de Macapá - FAMA, como requisito
parcial para a obtenção do título de graduado
em Enfermagem.

Orientador: Erica Cristina Mendes Dias

Macapá
2017
CAMILA TAVARES TENÓRIO

AÇÕES PREVENTIVAS EM DOMICÍLIO À CRIANÇAS COM


INFECÇÕES QUE ACOMETEM O TRATO RESPIRATÓRIO
SUPERIOR

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Faculdade de Macapá - FAMA, como requisito
parcial para a obtenção do título de graduado
em Enfermagem.

BANCA EXAMINADORA

Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)

Macapá, 01 de dezembro de 2017


Dedico este trabalho...

Quero agradecer, em primeiro lugar a Deus,


pela força e coragem durante toda esta longa
caminhada, meus pais que sem eles eu não
estaria aqui, meu namorado que sempre me
apoiou e minha amiga Iêda Torres que sempre
me incentivou e esteve ao meu lado nos
estudos.
TENÓRIO, Camila Tavares. Ações preventivas em domicílio à crianças com
infecções que acometem o trato respiratório superior. 2017. 30 folha. Trabalho de
Conclusão de Curso (Graduação em Enfermagem) – Faculdade De Macapá – FAMA,
Macapá, 2017.

RESUMO

As Infecções Respiratórias Agudas (IRAs) despertam uma crescente preocupação,


devido a ampla abrangência de eventos que comprometem o trato respiratório, são as
infecções mais comuns das crianças, sendo muito frequentes vários surtos anuais por
criança, com uma tendência natural a diminuir com a idade, o que está de acordo com
a maturação do sistema imune. Objetivou-se com este trabalho descrever ações
preventivas em domicílio para que se identifiquem precocemente os sinais e sintomas
das infecções respiratórias agudas que acometem o trato respiratório superior,
evitando o agravo da doença e consequentemente a internação de crianças. Trata-se
de um estudo baseado em pesquisa bibliográfica e utilizou-se como base de dados
site Scientifc Eletronic Library Online (SciELO), do Ministério da Saúde, utilizando-se
as palavras-chaves – IRA, IVAS, AIDPI, fatores causadores da IRA em crianças,
ações preventivas. Considerações finais: É importante realizar essas orientações ao
cuidador da criança, em forma de diálogo para que ele conheça sobre essas infecções
respiratórias que atingem o trato respiratório superior e de quando procurar uma
unidade de saúde, mantendo sempre uma integralidade com o cuidador para que
tenha o conhecimento de promover a saúde infantil.

Palavras-chave: IRAs; IVAS; Crianças; Fatores causadores; Ações preventivas.


TENÓRIO, Camila Tavares. Ações preventivas em domicílio à crianças com
infecções que acometem o trato respiratório superior. 2017. 30 folha. Trabalho de
Conclusão de Curso (Graduação em Enfermagem) – Faculdade De Macapá – FAMA,
Macapá, 2017.

ABSTRACT

Acute Respiratory Infections (IRAs) raise a growing concern, due to the wide range of
events that compromise the respiratory tract, are the most common infections in
children, with several annual outbreaks per child being very frequent, with a natural
tendency to decrease with age, Which is in agreement with the maturation of the
immune system. The objective of this study was to describe preventative actions at
home so that the signs and symptoms of acute respiratory infections affecting the
upper respiratory tract can be identified early, avoiding the aggravation of the disease
and consequently the hospitalization of children. This is a study based on
bibliographical research and was used as a database of Scientifc Eletronic Library
Online (SciELO), of the Ministry of Health, using the keywords - IRA, IVAS, IMCI,
factors that cause IRA In children, preventive actions. Final considerations: It is
important to carry out these guidelines to the caregiver of the child, in the form of
dialogue so that he knows about these respiratory infections that reach the upper
respiratory tract and when to look for a health unit, always maintaining a completeness
with the caregiver so that The knowledge of promoting child health.

Keywords: IRAs; IVAS; Children; Causative factors; Preventive actions.


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AIDPI Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância


DATASUS Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde
ESF Estratégia Saúde da Família
IRAs Infecções Respiratórias Agudas
IVAS Infecções das Vias Aéreas Superiores
OMA Otite Média Aguda
PSF Programa de Saúde da Família
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 8
2 INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS AGUDAS ........................................................ 10
2.1 RINOFARINGITE AGUDA............................................................................... 11
2.2 FARINGITE AGUDA ....................................................................................... 11
2.3 AMIGDALITE................................................................................................... 12
2.4 INFLUENZA .................................................................................................... 13
2.5 OTITE MÉDIA ................................................................................................. 14
2.6 MONONUCLEOSE INFECCIOSA ................................................................... 15
2.7 RINITE............................................................................................................. 15
2.8 SINUSITE AGUDA .......................................................................................... 16
3 PRINCIPAIS FATORES CAUSADORES DA IRA EM CRIANÇAS NÃO
INTERNADAS ....................................................................................................... 18
4 AÇÕES PREVENTIVAS (CONDUTAS DE ENFERMAGEM) PARA A
CAPACITAÇÃO DOS PAIS NO CUIDADO DOMICILIAR DA CRIANÇA EM
RELAÇÃO ÀS IRAS ............................................................................................. 22
CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 26
REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 27
8

1 INTRODUÇÃO

As Infecções das Vias Aéreas Superiores, são definidas como todo e qualquer
processo infeccioso viral ou bacteriano que acomete região nasal, seios da face,
ouvido, faringe e laringe. Dentre as doenças prevalentes na infância, as Infecções
Respiratórias Agudas (IRA) despertam uma crescente preocupação, devido a ampla
abrangência de eventos que comprometem o trato respiratório, e encontra-se entre
uma das principais causas de morbidade e mortalidade infantil (LIMA, 2011).
Esses problemas respiratórios acometem as crianças, especialmente nos
primeiros cinco anos de vida, pela suscetibilidade e imaturidade do trato respiratório
nessa faixa etária. As doenças respiratórias agudas podem ser denominadas de
acordo com a ocorrência de um processo inflamatório infeccioso ou não-infeccioso,
sofrendo a influência de patógenos, fatores alérgenos e traumas. O enfermeiro, tem
sido um profissional muito ativo nesse processo de prevenção domiciliar, tanto na
orientação aos pais quanto à prevenção da IRA e também em relação à hidratação,
aleitamento materno, quanto o uso correto das medicações de acordo com a
prescrição médica.
Esta pesquisa é relevante, para enfermagem, pois servirá como um instrumento
de informações que ajudará a melhorar as habilidades dos profissionais de
enfermagem ao capacitar os cuidadores (pais ou responsáveis) para identificarem o
sinais e sintomas das IRAs em crianças, prevenindo assim uma complicação mais
grave como infecções respiratórias do trato respiratório inferior. Esta pesquisa é
importante, cientificamente, pois será mais uma contribuição à literatura; um meio de
difundir mais informações sobre as IRAs, o que pode servir de estímulos para mais
pesquisas, que possivelmente levarão a redução do número de crianças internadas e
o retorno frequente ao serviço de saúde, contribuindo para promoção da saúde em
crianças. Este trabalho será uma forma de conhecer mais profundamente os fatores
causadores da IRA, assim como servirá de estímulo para que futuramente, possa
desenvolver mais pesquisa sobre o tema, sempre com o intuito de reforçar a
importância da prevenção e importância da educação em saúde.
O problema de pesquisa definido no projeto é identificar na literatura formas de
como o enfermeiro pode contribuir para a capacitação dos pais no cuidado da criança
com IRA, reconhecendo os sinais da infecção e para o cuidado da criança no lar.
9

A pesquisa teve como objetivo geral descrever ações preventivas em domicílio


para que se identifiquem precocemente os sinais e sintomas das infecções
respiratórias agudas que acometem o trato respiratório superior, evitando o agravo da
doença e consequentemente a internação de crianças. E teve como objetivos
específicos descrever as infecções respiratórias que acometem as vias aéreas
superiores, identificar na literatura os principais fatores causadores da IRA em
crianças não internadas e identificar na literatura as ações preventivas (conduta de
enfermagem) para a capacitação dos pais no cuidado domiciliar da criança em relação
às IRAs.
Trata-se de um estudo baseado em pesquisa bibliográfica, sobre ações
preventivas em domicílio à crianças com infecções que acometem o trato respiratório
superior. Foram selecionados para pesquisa, os artigos mais consideráveis sobre o
tema divulgado nos últimos 17 anos. O idioma escolhido foi o português, pois o mesmo
tinha objetivo de conhecer a realidade nacional das IRA. A estratégia de busca de
artigos incluiu pesquisa em bases eletrônicas, sendo utilizado as bases de dados do
site Scientifc Eletronic Library Online (SciELO) e do Ministério da Saúde, utilizando-se
as palavras-chaves – IRA, IVAS, AIDPI, fatores causadores, crianças e ações
preventivas. Foram recuperados na base de dados da SciELO 20 artigos e demais
materiais no site do Ministério da saúde e livros sobre o assunto. Foram descartados
aqueles artigos que não estavam relacionados à atenção básica e os artigos
relacionados a outros tipos de infecções que não fazia parte das IRA.
10

2 INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS AGUDAS

As Infecções Respiratórias Agudas (IRA’s) nas crianças são quadros comuns,


que correspondem a infecção por vírus ou bactérias de qualquer área das vias
respiratórias, desde a área nasal e oral até ao pulmão. São as infecções mais comuns
das crianças, sendo muito frequentes vários surtos anuais por criança, com uma
tendência natural a diminuir com a idade, o que está de acordo com a maturação do
sistema imune.
Tal como citado por Duarte (2000) as infecções das vias aéreas superiores
(IVAS) são a causa mais comum de crianças atendidas por infecção respiratória
aguda. Elas ocorrem quando os micro-organismos, como vírus e bactérias, são
inalados.
Essas infecções do trato respiratório superior afetam a cavidade nasal, células
aéreas etmoidais e seios frontal, maxilares e esfenoidais, bem como a laringe e a
traquéia. Cerca de 90% desses distúrbios resulta de uma infecção viral das vias
respiratórias superiores e da subsequente inflamação da mucosa (BRUNNER;
SUDDARTH, 2008).
A presença de fatores facilitadores locais pode favorecer a instalação
bacteriana secundária e até mesmo a cronificação do processo inicial de uma infecção
das vias aéreas superiores (IVAS) de etiologia viral. Além destes, algumas infecções
das vias aéreas superiores (IVAS) têm uma forte sazonalidade e, dessa forma, a
bioclimatologia deve ser altamente considerada na instalação destes processos
(HUEB, 2009).
Serão abordados elementos básicos para melhor orientação nas
condutas executadas para cada infecção das vias aéreas superiores (IVAS), como, a
fisiopatologia, sinais e os sintomas. Rinofaringite aguda, faringite aguda, amigdalite
(tonsilite), influenza, otite média, mononucleose infecciosa, rinite e sinusite serão as
IVAS abordadas neste trabalho.

2.1 RINOFARINGITE AGUDA

A rinofaringite aguda, ou o equivalente ao “resfriado comum”, é a doença


infecciosa de vias aéreas superiores mais comuns da infância. Crianças menores de
11

cinco anos podem ter de cinco a oito episódios por ano. Esta situação é causada
quase que exclusivamente por vírus. Entre esses vírus, os mais frequentes são
rinovírus, vírus sincicial respiratório, adenovírus, vírus influenza e vírus parainfluenza.
Pelo processo inflamatório da mucosa nasal, pode ocorrer obstrução dos óstios dos
seios paranasais e tubária (BRUNNER; SUDDARTH, 2008).
Os sintomas são mais graves em lactentes e crianças do que em adultos. A
febre é comum em crianças pequenas, e as crianças mais velhas têm febre baixa, que
aparece no início do curso da doença, outras manifestações da rinofaringite são
espirros, muco nasal abundante, vômitos ou diarreia, dores musculares, secura e
irritação do nariz e da garganta.

2.2 FARINGITE AGUDA

A faringe compreende as seguintes porções: posterior à cavidade nasal


(epifaringe, rinofaringe ou nasofaringe), posterior à cavidade oral (orofaringe) e
relacionada à laringe (hipofaringe ou laringofaringe). Faringite aguda nada mais é do
que o acometimento infectoinflamatório da parede posterior da orofaringe (HUEB,
2009).
A doença apenas se produz quando existe uma falha nos mecanismos
defensivos, os quais impedem, em condições normais, a proliferação de micróbios na
garganta. A causa mais comum para uma falha nos mecanismos defensivos é a
irritação da mucosa faríngea provocada pelo consumo de tabaco e álcool, pela
permanência em ambientes contaminados ou pela ação do ácido clorídrico
proveniente do estômago em caso de doença por refluxo gastroesofágico. Por vezes,
os mecanismos defensivos falham devido à existência de lesões mais específicas da
mucosa faríngea, como acontece em caso de diabetes mal controlada. Por outro lado,
o frio, a secura ambiental e as alterações bruscas da temperatura ambiental dificultam
a atividade das glândulas da mucosa faríngea que elaboram secreções protetoras,
podendo alterar a composição das próprias secreções, o que favorece o
desenvolvimento de processos infecciosos (MEDIPÉDIA, 2012).
Acomete com maior frequência crianças após os cinco anos de vida, mas pode
ocorrer, não raramente, em menores de três anos. As manifestações da faringite
aguda incluem uma membrana faríngea e tonsilas avermelhadas, folículos linfoides
12

que estão inchados e salpicados com exsudato branco-purpúreo, linfonodos cervicais


aumentados e dolorosos, e ausência de tosse. Também podem estar presentes, febre,
mal-estar e dor na garganta. Ocasionalmente, os pacientes com faringite
estreptocócica beta-hemolítica do grupo A exibem vômitos, anorexia e erupção
escarlatiniforme com urticária (BRUNNER; SUDDARTH, 2008).
Muitos casos de faringite aguda são causados por infecção viral. O organismo
responde deflagrando uma resposta inflamatória na faringe. Isso resulta em dor, febre,
vasodilatação, edema e lesão tissular, manifestada por rubor e inchaço nos pilares
tonsilares, úvula e palato mole.
Em geral, infecções virais não-complicadas diminuem de imediato dentro de 3
a 10 dias depois do seu início. Porém, a faringite causada por bactérias mais
virulentas, como os estreptococos beta-hemolíticos do grupo A, é uma doença mais
grave.

2.3 AMIGDALITE (TONSILITE)

As amígdalas são massas de tecido linfoide localizadas na cavidade faríngea.


Filtram e protegem o sistema respiratório e digestório da invasão de micro-organismos
patogênicos e desempenham um papel na formação de anticorpos. Embora seu
tamanho varie, as crianças geralmente têm amígdalas muito maiores do que os
adolescentes e os adultos. Considera-se que essa diferença seja um mecanismo de
proteção porque crianças pequenas são especialmente suscetíveis a quadros de
infecções das vias aéreas superiores (BRUNNER; SUDDARTH, 2008).
Diversos pares de amígdalas compõem a massa de tecido linfoide que circunda
a nasofaringe e a orofaringe, conhecida como anel linfático de Waldeyer, nome dado
ao tecido linfóide que atua de maneira coletiva como primeira linha de defesa
imunológica do trato aerodigestivo. As três “tonsilas” diferentes formam literalmente
um anel de tecido linfóide; cada uma delas tem funções semelhantes apesar de terem
aspecto e localização anatômica diferente. Posteriormente à cavidade nasal existe um
espaço com o formato de uma caixa, a nasofaringe, que conduz à orofaringe. Na
nasofaringe estão localizadas as tonsilas nasofaríngeas, também chamadas de
“adenóides”. E na base da língua, acima da valécula, na hipofaringe, ficam as tonsilas
linguais. As amígdalas palatinas, ou da garganta, estão localizadas de ambos os lados
13

da orofaringe, atrás e abaixo dos pilares da garganta. As amígdalas palatinas são


removidas durante a amigdalectomia. As amígdalas faríngeas, também conhecidas
como adenoides, estão localizadas acima das amígdalas palatinas, na parede
posterior da nasofaringe. As amígdalas linguais estão localizadas na base da língua.
As amígdalas tubárias são encontradas perto da abertura das tubas auditivas na parte
posterior da nasofaringe e não fazem parte do anel linfático de Waldeyer (BRUNNER;
SUDDARTH, 2008).
As manifestações da amigdalite são causadas pela inflamação. Conforme as
amígdalas palatinas aumentam de volume pelo edema, podem se encontrar na linha
mediana, obstruindo a passagem de ar ou de alimentos. Quando ocorre o aumento
do volume das adenoides, o espaço atrás das coanas fica bloqueado, dificultando ou
impossibilitando a passagem do ar do nariz para a garganta. A criança respira pela
boca, por causa dessa situação.

2.4 INFLUENZA

A influenza, chamada de “gripe”, é causada por três ortomixovírus, que são


antigenicamente distintos: tipo A e B, que causam epidêmicas, e tipo C, que não é
importante do ponto de vista epidemiológico. A frequência de crises é mais alta em
crianças pequenas que não tiveram contato prévio com uma cepa. O vírus tem uma
afinidade peculiar pelas células epiteliais da mucosa das vias respiratórias, onde
destrói o epitélio ciliado com hiperplasia metaplástica do epitélio traqueal e brônquico
com edema associado. Os vírus podem ser isolados das secreções nasofaríngeas
precocemente após o início da infecção, e as provas sorológicas identificam o tipo por
fixação de complemento ou o subgrupo por inibição de hemaglutinação (BRUNNER;
SUDDARTH, 2008).
O período de incubação da influenza dura em média dez dias, podendo se
prolongar por mais tempo em pacientes imunossuprimidos. Já o período de
transmissibilidade da influenza em crianças (menores de 12 anos), um dia antes até
o 14º dia de início dos sintomas. A influenza ocorre durante todo o ano, porém é mais
frequente nos meses de outono e inverno, quando as temperaturas caem,
principalmente no sul e sudeste do país (MAIA et al, 2014)
14

2.5 OTITE MÉDIA

Otite média aguda (OMA) é uma inflamação da orelha média resultante de IVAS
com sinais e sintomas característicos (FONSECA, 2012). Aproximadamente de 5% a
30% dos resfriados são agravados com otite média aguda (OMA), que é definida pela
presença de dor ou irritabilidade e secreção na orelha média. A confirmação é feita
pela otoscopia. A otite média aguda (OMA) em crianças é bastante frequente nas
consultas da Atenção Básica e possui dois picos de maior incidência: entre 6 e 15
meses e idade escolar (BRASIL, 2012)
A otite média é primeiramente um resultado do mau funcionamento das tubas
auditivas. A tuba auditiva é parte de um sistema contíguo, composto pelas narinas,
nasofaringe, tuba auditiva, orelha média e antro mastóideo e células aéreas. A
obstrução mecânica ou funcional da tuba auditiva causa um acúmulo de secreções na
orelha média. O colapso persistente da tuba durante a deglutição pode causar
obstrução funcional associada a rigidez diminuída ou a um mecanismo de abertura
ineficiente. A drenagem é inibida por pressão negativa sustentada e pelo transporte
ciliar comprometido no interior da tuba. Quando a passagem não está totalmente
obstruída, a contaminação da orelha média pode ocorrer por refluxo, aspiração ou por
insuflação durante o choro, espirros, assoar o nariz e deglutição, quando o nariz está
obstruído (WONG, 2011).
O Ministério da Saúde relata que a OMA é a principal causa de otalgia, que
pode variar de leve a muito intensa. Congestão nasal e tosse frequentemente
precedem a dor de ouvido. Febre ocorre em alguns casos. Irritabilidade, dificuldade
para se alimentar e para dormir são algumas das manifestações atípicas encontradas
em lactentes (BRASIL, 2012).

2.6 MONONUCLEOSE INFECCIOSA

A mononucleose infecciosa é uma doença infecciosa aguda, autolimitada, que


é caracterizada por um aumento nos elementos mononucleares do sangue e por
sintomas gerais de um processo infeccioso. O curso geralmente é discreto, mas
ocasionalmente pode ser intenso ou, raramente, acompanhado de complicações
graves (BRUNNER; SUDDARTH, 2008).
15

O vírus Epstein-Barr similar ao herpes-vírus é a principal causa de


mononucleose infecciosa, o mecanismo de disseminação ainda não foi comprovado,
mas acredita-se que seja transmitido pela saliva, por contato íntimo direto. Ele é
levemente contagioso, mas o período de comunicabilidade é desconhecido (WONG,
2011).

2.7 RINITE

A rinite é um grupo de distúrbios caracterizados por inflamação e irritação das


mucosas do nariz. Ela pode aguda ou crônica, não-alérgica ou alérgica. A rinite
alérgica é uma inflamação da mucosa nasal mediada por IgE que ocorre após uma
exposição aos alérgenos. De acordo com seu quadro clínico, pode ser classificada em
intermitente e persistente. A rinite alérgica intermitente, antes conhecida como
sazonal, é aquela cujos sintomas duram menos de quatro dias por semana ou menos
de quatro semanas por ano, ao passo que na rinite persistente, antes conhecida como
perene, os sintomas estão presentes por mais de quatro dias por semana e por mais
de quatro semanas ao ano. Quanto à intensidade dos seus sintomas, podemos dividi-
la em leve ou moderada e grave. A rinite leve difere da moderada ou grave por não
apresentar distúrbios no sono nem interferir nas atividades diárias ou esportivas
(MION; MELLO, 2000).
As rinites não-alérgicas são diagnóstico de exceção em relação à rinite alérgica.
Pacientes com sintomas nasais inflamatórios crônicos, submetidos aos exames
diagnósticos conhecidos até o momento, e que não mostraram reação positiva a um
antígeno específico causador dos sintomas, têm rinite não-alérgica (VOLTARELLI,
2008).
Os sinais e sintomas das rinites, tanto alérgicas quanto não-alérgicas,
caracterizam-se por rinorréia, congestão nasal, secreção nasal, espirros, prurido do
nariz. A cefaleia pode acontecer, principalmente se a sinusite está presente. Podem
ocorrer ainda hiposmia e roncos. Todas as rinites apresentam sintomas semelhantes,
variando apenas a intensidade em cada subtipo (VOLTARELLI, 2008).
A resposta alérgica pode ser causada pela sensibilização que ocorre com o
processamento e a apresentação de fragmentos do alérgeno por células
apresentadoras de antígenos aos linfócitos Th0. Para que ocorra a inflamação
16

alérgica, há um desvio para a linhagem Th2. Os linfócitos Th2 induzem a um processo


pró-inflamatório com a produção de IgE contra os alérgenos específicos. Esses
anticorpos se ligam a receptores presentes em mastócitos e basófilos, eosinófilos,
monócitos e plaquetas. Uma vez que o paciente está sensibilizado para um alérgeno
específico, uma exposição subsequente ao mesmo alérgeno leva a uma cascata de
eventos que resulta nos sintomas da rinite, dando início as fases imediata e tardia da
resposta alérgica (MION, 2013).
Já a rinite não-alérgica pode ser causada por vários fatores, incluindo os fatores
ambientais, como as alterações na temperatura ou umidade, odores ou alimentos,
infecção, idade, doença sistêmica, drogas, descongestionantes nasais adquiridos sem
prescrição e os prescritos, bem como outros medicamentos, e a presença de um corpo
estranho. A causa mais comum da rinite não alérgica é o resfriado comum
(VOLTARELLI, 2008).

2.8 SINUSITE AGUDA

Pode ser definida como infecção bacteriana dos seios paranasais, com duração
menor de 30 dias, no qual os sintomas desaparecem completamente. Os seios
paranasais são constituídos por cavidades pertencentes a quatro estruturas ósseas:
maxilar, etmoidal, frontal e esfenoidal. Estas cavidades comunicam-se com as fossas
nasais através de pequenos orifícios (óstios) e são revestidas de muco cheias de ar,
normalmente drenem para dentro do nariz e afetam em muitas infecções do trato
respiratório superior. Quando suas aberturas nas passagens nasais estão limpas, as
infecções resolvem prontamente. No entanto, se sua drenagem está obstruída por um
septo desviado ou por turbinados hipertrofiados, esporões ou tumores ou pólipos
nasais, a infecção sinusal pode persistir como uma infecção secundária latente ou
progredir para um processo supurativo agudo (PITREZ. 2003).
Algumas pessoas estão mais propensas à sinusite por causa de sua ocupação.
Por exemplo, a exposição contínua aos perigos ambientais, como tinta, serragem e
substâncias químicas, pode resultar em inflamação crônica das passagens nasais.
A sinusite aguda refere-se à infecção de início rápido em um ou mais dos seios
paranasais que resolve com o tratamento. Com frequência, a sinusite sucede uma
17

infecção do trato respiratório superior ou resfriado, como uma infecção viral ou


bacteriana não-resolvida ou uma exacerbação da rinite alérgica.
A congestão nasal, causada por inflamação, edema e transudação de líquido
secundária à infecção do trato respiratório superior, leva à obstrução das cavidades
sinusais. As outras condições que podem bloquear o fluxo normal das secreções
sinusais incluem as estruturas anormais do nariz, adenóides aumentadas, mergulho
e natação, infecção dentária, traumatismo do nariz, tumores e a pressão de objetos
estranhos (PITREZ, 2003).
O início pode ser lento ou súbito. Nas formas leves de sinusite, as
manifestações iniciais de IVAS passam a se prolongar por mais de 10 dias ou, após
período de melhora clínica, há persistência ou retorno dos sintomas nasais (obstrução
e secreção nasal purulenta). Esse quadro pode ser acompanhado de halitose.
Costuma haver tosse diurna, com piora à noite. Em alguns casos, pode ocorrer febre
(PITREZ, 2003).
18

3 PRINCIPAIS FATORES CAUSADORES DA IRA EM CRIANÇAS NÃO


INTERNADAS

O Programa de Saúde da Família tem contribuído para a diminuição das taxas


de mortalidade em menores de cinco anos, pois este aumentou o número de
aleitamento materno exclusivo, ampliou acesso aos serviços básicos de saúde,
controlou as doenças prevalentes na infância, em particular as infecções respiratórias
agudas (BRASIL, 2002).
A Saúde da Criança é uma área central da atenção básica que tem como
objetivo garantir atenção integral às crianças. Apesar disso, pesquisas mostram que
é alto o índice de óbito em crianças menores de cinco anos por IRA, no Brasil. Dados
do DATASUS (BRASIL, 2008), apontam que no ano de 2005 ocorreram 3.380 óbitos
de crianças entre zero e cinco anos de idade, estando o estado de Pernambuco em
quinto lugar, com um total de 228 óbitos, ficando atrás apenas de São Paulo (593),
Bahia (312), Rio de Janeiro (266) e Pará (263) e o Amapá ficando com índice mais
baixo, com apenas 11 óbitos.
Com base em dados mais atualizados do DATASUS, no período de 2011 houve
um total de 2.435 óbitos por IRA em menores de 5 anos de idade, sendo que o estado
do Amapá ficou em segundo lugar, com um total de 19 óbitos, estando atrás de
Roraima (16) (BRASIL, 2012).
Vários fatores contribuem para o agravamento da IRA, os fatores ambientais,
como a poluição do ar respirado e as variáveis climáticas, como determinantes para o
aumento dos casos e da gravidade da IRA em menores de cinco anos de idade
(BOTELHO, 2003). As principais causas das IRA são os números de moradores e
local de residência, desnutrição, escolaridade materna, desmame precoce, estação
climática e tabagismo passivo, revelando uma maior incidência de infecções em
crianças cujos pais apresentam baixa renda familiar, além da dificuldade e
precariedade de acesso ao serviço de saúde (CAETANO, 2002).
Acredita-se que existam associações climáticas com a IRA, pois podem
produzir impactos de forma direta e indireta que são influenciadas por queimadas e
os efeitos de inversões térmicas que concentram a poluição, impactando diretamente
a qualidade do ar, principalmente nas áreas urbanas. As alterações de temperatura,
umidade e o regime de chuvas podem aumentar os efeitos da IRA, assim como alterar
19

as condições de exposição aos poluentes atmosféricos. A interação entre poluição e


clima também deve ser considerada como fator de risco para a IRA. O aumento da
temperatura também está associado ao incremento de partículas alergênicas
produzidas pelas plantas, aumentando o número de casos de pessoas com respostas
alérgicas (BARCELLOS e MONTEIRO, 2009)
Sabe-se que fatores ambientais influenciam na prevalência e no perfil de
gravidade da IRA, havendo aumento da demanda ambulatorial nos meses de inverno,
principalmente dos quadros benignos de infecções das vias aéreas superiores
(BOTELHO, 2003)
Apesar do conhecimento da desnutrição na criança, são escassos os dados
disponíveis sobre a sua associação com a IRA. Sabe-se que “a falta de nutrientes
essenciais interfere no desenvolvimento do sistema de defesa orgânica celular e
humoral” (DUARTE, 2000).
Em decorrência da IRA pode ocasionar uma piora no estado nutricional, ao
mesmo tempo a desnutrição agrava as infecções, aumentando sua severidade ou
prolongando sua duração, principalmente nos primeiros anos de vida, formando um
círculo vicioso: desnutrição-infecção. Quando adquirida uma infecção, o estado de
desnutrição se deteriora mais e o grau de severidade da infecção aumenta, e
consequentemente pode deixar a criança em estado de desnutrição (VERDÚN, 2007).
Uma das causas das elevadas taxas da Infecção Respiratória Aguda em
crianças está intrinsecamente ligada ao nível de educação materna ou do educador.
O baixo nível de escolaridade materna foi comprovado como fator de risco associado
a IRA, superando consideravelmente a associação da IRA com o estado nutricional
ou com o tabagismo passivo (DUARTE, 2000).
É importante que as mães tenham conhecimento sobre este agravo, facilitando
o diagnóstico precoce, evitando assim, futuras complicações. Por outro lado, o menor
grau de escolaridade materna esteve associado com maior prevalência de IRA. Este
dado reforça ainda mais a necessidade premente da educação em saúde, por ser a
pedra angular de todo o processo envolvido com as complicações da IRA.
Outro fator de risco importante para ser estudado é o tabagismo passivo. A
fumaça domiciliar do tabaco é o mais comum poluidor do ar doméstico, podendo variar
sua concentração de acordo com o número de fumantes do domicílio e do número de
20

cigarros fumados dentro de casa, estando associada a vários desfechos


desfavoráveis à saúde infantil (SILVA, 2006).
É enfatizado por Botelho (2003) que apesar da evidência de que o fumo
passivo aumenta a incidência das infecções respiratórias e de já terem sido criadas
leis (Lei n. 9.294 de 1996) proibindo o fumo em alguns locais públicos, são elevadas
as taxas de exposição de crianças ao tabagismo passivo no Brasil. Com isso, um
grande número de crianças continua sendo exposto ao tabagismo domiciliar. Apesar
do forte impacto do tabagismo da mãe e do pai sobre os sintomas respiratórios, nota-
se que quando se associa o tabagismo dos pais e dos moradores, são mais graves
os resultados produzidos sobre a saúde respiratória das crianças, sugerindo um
aumento na dose de exposição.
A interação encontrada entre as variáveis tabagismo dos moradores e a idade
da criança, mostrou que quando são menores de um ano e ainda expostas ao
tabagismo dos moradores, a chance de apresentarem sintomas respiratórios é 1,7 vez
maior do que para aquelas com idade igual ou maior do que um ano. Essa tendência
é atribuída, geralmente, à aquisição de imunidade específica crescente para um maior
grupo de vírus que ocorre naturalmente com a idade (SILVA, 2006).
Sabendo-se que o tabagismo é um elemento nocivo às vias aéreas das
crianças, então deve-se fazer um esforço no sentido de que não apenas os pais, mas
também os demais moradores dos domicílios se abstenham de fumar, pelo menos na
presença das crianças, de forma a reduzir os efeitos deletérios à saúde infantil.
Outros estudos também mostraram que o aleitamento natural é um fator de
proteção para as infecções respiratórias (ODDY, 2003). Este efeito pode ser
decorrente de uma combinação de mecanismos comportamentais, que podem
produzir mudanças relacionadas à exposição da criança ao tabagismo domiciliar, e
biológico, por meio da aquisição de imunidade específica crescente para um maior
grupo de vírus, que se observa quando a criança está sendo aleitada.
Em relação às variáveis socioeconômico-demográficas, os resultados
apontam, claramente, para uma relação entre o nível socioeconômico mais baixo e o
aumento da predisposição para doenças respiratórias. Assim, fatores socioambientais
desfavoráveis como a elevada densidade domiciliar, habitações insalubres que
apresentam maior poluição ambiental, inclusive com maior prevalência de tabagismo
entre os moradores, e menor acesso à assistência médica são fatores que podem
21

contribuir individualmente ou talvez interagir para aumentar a susceptibilidade das


infecções respiratórias desses grupos (SILVA, 2006)
A educação da mãe é um forte preditor da saúde da criança, o que vem reforçar
a ideia de que talvez esse fator seja o mais importante determinante socioeconômico
das condições de saúde e doença da criança (KRIZ, 2000). Mães mais escolarizadas
podem mudar seu hábito de fumar ou adotar padrões comportamentais em relação ao
fumo diferentes daquelas de menor escolaridade, como, por exemplo, não fumar
dentro de casa, não fumar na presença dos filhos, impedir que outros moradores
fumem na presença das crianças, por saber que esta atitude pode prejudicar a saúde
infantil.
A renda familiar per capita também foi uma variável importante na determinação
dos sintomas respiratórios das crianças. A renda familiar influencia a qualidade de
vida. Assim, famílias com renda per capita mais elevada têm a possibilidade de cuidar
mais ativamente da saúde dos filhos, o que pode resultar em menor ocorrência de
doenças (CESAR, 2002).
22

4 AÇÕES PREVENTIVAS (CONDUTA DE ENFERMAGEM) PARA A


CAPACITAÇÃO DOS PAIS NO CUIDADO DOMICILIAR DA CRIANÇA EM
RELAÇÃO ÀS IRAS

As infecções respiratórias agudas têm despertado uma crescente


preocupação, devido a ampla abrangência de eventos distintos que comprometem o
trato respiratório (FERREIRA, 2003). Esses problemas respiratórios acometem as
crianças, especialmente nos primeiros cinco anos de vida, pela suscetibilidade e
imaturidade do trato respiratório nessa faixa etária. Diante desta realidade, percebe-
se a necessidade do papel da enfermagem na prestação de uma assistência
humanizada na atenção básica em saúde, uma vez que, o cuidar humanizado é mais
do que um ato, é uma atitude que pode ser expressa mediante postura profissional,
diante de determinada situação (ARAÚJO, 2009).
Também enfatiza a necessidade de melhorar tanto as práticas relacionadas à
família e à comunidade, quanto à atenção prestada pelo serviço de saúde. Nesse
sentido, busca melhorar as habilidades dos profissionais de saúde, a organização dos
serviços e as práticas familiares e comunitárias relacionadas ao cuidado da criança
(CUNHA, 2001).
Dentre as bases da estratégia AIDPI destacam-se as medidas para o cuidado
da criança por parte de seus pais no domicílio, especialmente o reconhecimento de
sinais perante os quais deve-se buscar a atenção de serviços de saúde, porém
incluindo também a capacitação dos familiares para o cuidado efetivo da criança no
lar (PRADO e FUJIMORI, 2006). Sabe-se que as atividades de promoção e de
atenção básica são fundamentais para a melhoria da qualidade de vida e saúde da
população e que as ações educativas constituem uma das principais estratégias em
direção à transformação e mudança de conhecimentos e de valores, processo que
exige um esforço contínuo dos profissionais de saúde, no sentido de contribuir para o
melhoramento das condições de saúde da população infantil.
Veríssimo e Sigaud (2001) propõem, entre as ações de promoção, prevenção
e recuperação de crianças com agravos respiratórios, cuidados como aumento da
frequência de oferta de líquidos e alimentos servidos às crianças.
Muitos trabalhos vêm sendo realizados, mundialmente, com a finalidade de
melhorar a qualidade de saúde das crianças, valorizando-as como cidadãos e
23

reconhecendo-as na sua fragilidade em relação às doenças e nas especificidades de


atenção e cuidados. Quem cuida das crianças e constrói seu ambiente são seus pais
e/ou responsáveis. Considera-se esses cuidadores, portanto, como essenciais para
intervir no processo saúde-doença deste grupo.
A estratégia do AIDPI preconiza uma visão de integralidade do ser
humano/criança, de cidadania e de direito, enfoca, articuladamente, os principais
problemas que põem em risco a saúde da criança, incluindo as IRAs, prevê o
aperfeiçoamento e a capacitação dos profissionais em relação às questões de saúde
envolvendo, dentre eles, a Equipe de Saúde da Família (ESF), que trabalha mais
próximo à comunidade. A interação com a Equipe e a confiança das famílias nela
podem ajudar na qualidade dos resultados possíveis de serem alcançados pelo
Programa de Saúde da Família (PSF). Esta forma de atenção reduz os retornos
frequentes ou desnecessários aos serviços de saúde pelos mesmos motivos, e/ou o
risco de agravamento de determinadas situações de doença (BRASIL, 2000).
Segundo Brunner e Suddarth (2008):
[...]O cuidado domiciliar envolve conhecer o estilo de vida das pessoas, suas
situações e práticas de saúde, que, às vezes, são consideradas atividades
difíceis ou inaceitáveis pelos profissionais de saúde.
As consultas direcionadas às crianças devem considerar toda a família, tendo,
no entanto, um destaque especial em relação à mãe, pois esta será sempre o melhor
agente de saúde, por ser aquela pessoa que mais bem conhece e cuida da criança,
sendo essencial dedicar suficiente tempo e atenção à mesma, orientando-a, em
atitude de diálogo, sem jamais apelar para discursos impositivos ou autoritários. É
importante procurar sempre fortalecer a autoestima e o vínculo mãe-filho, não
restringindo o tempo na orientação materna e nem reforços positivos quando de seus
sucessos.
Deve existir um trabalho de educação em saúde a ser realizado com os
cuidadores dessas crianças, mas, para isso, é necessária a identificação dos
cuidadores, envolvendo a realidade em que vivem e o que já conhecem sobre o
assunto a ser orientado. A pessoa responsável pela criança sofre muita influência do
ambiente onde vive, sendo vítima de situações que lhe são impostas devido às
condições socioeconômicas e às características pessoais desenvolvidas.
As infecções respiratórias agudas são as infecções do aparelho respiratório,
que podem afetar o nariz, a garganta, os ouvidos, a laringe, os brônquios e os
24

pulmões. A criança, com infecção respiratória aguda, pode ter tosse, nariz entupido
ou escorrendo (coriza), dor de ouvido, dor de garganta, chiado no peito ou dificuldade
para respirar. Além disso, a criança perde o apetite, pode ficar muito irritada e chorosa.
Algumas ficam com os olhos vermelhos e lacrimejando. Segundo este protocolo, a
presença de um ou mais destes sintomas já caracteriza uma IRA.
O convívio diário com a criança proporciona, ao cuidador, maior facilidade de
percepção e entendimento de processos, muitas vezes, de difícil percepção ao
profissional. Ouvir as informações que a mãe ou cuidador fornece sobre o quadro
geral e os sinais e sintomas identificados é qualificar o atendimento de saúde para
criança.
Identificados nas estratégias do AIDPI, recomenda-se, aos pais, que, na
hidratação da criança, sejam oferecidos líquidos, dentre estes, os chás e
amamentação mais frequente. Também são orientados quanto ao uso de xaropes
caseiros naturais à base de limão e mel para hidratação, melhora da tosse e
eliminação do catarro. Ainda, o conforto, repouso e higiene da criança são
incentivados, assim como o banho, que pode e deve ser dado na criança, mesmo
doente (BRASIL, 2001). Nesta perspectiva, as condutas preconizadas devem ser
trabalhadas, reforçando a importância da educação aos principais provedores do
cuidado.
A ESF deve atuar como mediador nas ações de cuidado da criança,
melhorando o seu estado de saúde, através de uma vida saudável, demonstrando que
experiências positivas, que evitam ou diminuem o sofrimento causado pelas doenças
têm maiores possibilidades de aceitação e credibilidade na comunidade. O enfermeiro
deve estar envolvido diretamente no acompanhamento destas crianças e na
realização de ações educativas para ampliar a capacidade do cuidador ou
responsável em fornecer um cuidado saudável.
Ainda, percebe-se que a estratégia, adotada pelo Ministério de Saúde, através
do AIDPI, condiz com as necessidades levantadas, pois traz, em linguagem clara e
de fácil compreensão, conhecimentos básicos que todo cuidador domiciliar deveria
ter, como a identificação dos sinais e sintomas, bem como medidas adequadas para
cada situação nas doenças mais frequentes na infância, incluindo as IRA, alertando
para os sinais de perigo. A capacitação dos profissionais do PSF no programa AIDPI
e a orientação adequada dos responsáveis ou cuidadores domiciliares das crianças
25

são uma possibilidade que pode facilitar o processo de mudanças no trabalho de


promoção de saúde e prevenção das doenças na população infantil.
Sendo assim, deve-se propor que a assistência da enfermagem se torne mais
atuante e acessível à população, por meio da elaboração de um folheto educativo e
didático, contendo as orientações sobre a IRA, com o intuito de ser utilizada pela
enfermagem, em suas atividades comunitárias, para que juntos, possam articular
ações para aperfeiçoar a tomada de decisão materna e, consequentemente, melhorar
a qualidade de vida das crianças. Neste folheto contêm informes básicos sobre sua
definição, seus fatores causadores, auxiliando na identificação e na profilaxia,
orientando a prevenção da infecção, tomada de decisão a ser feita, caso seja
percebida a IRA. Soma-se a isto, a divulgação da IRA, por meio de aulas expositivas
em creches, maternidade, contribuindo na melhoria do nível de informação da
população em geral.
Cabe à Enfermagem acolher a população, estimulando as atividades sociais,
sem esquecer-se de priorizar a implantação da política popular, e trabalhar a
educação em saúde, para que a população tenha acesso às informações, no sentido
de promover a saúde das crianças, diminuindo os altos índices de mortalidade das
mesmas.
26

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando que as infecções respiratórias agudas encontra-se como uma


das principais causas de morbimortalidade infantil, devido seu diagnóstico tardio e a
falta de orientação aos cuidadores das crianças para prevenir essas infecções ou sua
evolução. Percebe-se que há necessidade de identificar os principais fatores
causadores das IRAs em crianças, pois reconhecendo esses fatores haverá como
reduzir os riscos dessa criança não se expor a IRA.
Desse modo, realizando condutas de enfermagem para capacitação dos
cuidadores para o cuidado domiciliar dessas crianças, será uma forma de orientá-los
quanto ao reconhecimento de sinais e sintomas, de como agir em determinadas
situações de risco para as criança. Por isso é importante realizar essas orientações
ao cuidador, em forma de diálogo para que ele conheça sobre essas infecções
respiratórias que atingem o trato respiratório superior e de quando procurar uma
unidade de saúde, mantendo sempre uma integralidade com o cuidador para que
tenha o conhecimento de promover a saúde infantil.
27

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