de Reações, Biorreações e
Biorreatores
303
304 Capítulo 7
com
Leis de velocidade desse tipo envolvem um certo número de reações elementares e pelo
menos um intermediário ativo. O intermediário ativo é uma molécula de alta energia que
reage virtuahnente tão rápido quanto foi formada. Em decorrência, essa espécie está presente
em concentrações diminutas. Os intermediários ativos (e.g., A*) podem ser formados pelas
colisões ou interações com outras moléculas.
....._ A+M----,A*+M
Propriedades de Nesse caso, a ativação ocorre qnando a energia cinética translacional é lsansferida para. a for-
um intermediário
ativo A* ma de energia armazenada em graus internos de liberdade, em especial os graus de liberdade
vibracionais.r Uma molécula instável (i.e., intem1ediário ativo) não é formada apenas em_
conseqüência do movimento da molécula a altas velocidades (energia cinética translacional
elevada). A energia deve ser absorvida em ligações químicas onde oscilações de alta am-
plitude provocam a ruptura das ligações, a reorganização molecular e a decomposição. Na
ausência de efeitos fotoquímicos ou fenômenos similares, a transferência da energia trans-
lacional para energia vibracional, produzindo um intermediário ativo, pode ocorrer apenas
como conseqüência da colisão ou interação molecular. A Teoria das Colisões é discutida na
Estante de Referências Profissionais do Capítulo 3. Outros tipos de intermediários ativos são
os radicai, livres (um ou mais elétrons desemparelhados, e.g., CH3•), intermediários iônicos
(e.g., íon carbônio) e complexos de enzimas e susbtratos, só para mencionar alguns.
A idéia de intermediário ativo foi postulada em prim~iro lugar por F.A. Lindermann,2
em 1922, que utilizou o conceito para justificar a mudança da ordem de reação com varia-
ções nos valores das concentrações dos reagentes. Como os intermediários ativos são de
existência muito breve e estão presentes em concentrações baixísslmas, sua ocon-ência não
foi detectada de fonna definitiva antes do trabalho de Alnned Zewail, que recebeu o Prêmio
Nobel de Química de 1999 por seus estudos sobre estados de transição de reações químicas
por meio da espectroscopia em femtossegundos. 3 Seu trabalho sobre o ciclobutano mostrou
que a reação para formar as duas moléculas de etileno não ocorre de forma direta, como mos-
trado na Figura 7-l(a), mas formando um intermediário ativo, como indicado pela pequena
cavidade presente no topo do diagrama da energia contra a coordenada de reação da Figura
7-l(b). Como discutido nos Módulos da Internet do Capítulo 3 referente à Modelagem Mo-
lecular, uma estimativa da altura da barreira, E, pode ser calculada por inúmeros softwares,
tais como Spartan, Cerius 2, ou Gaussian.
1
W. J. Moore, Physical Chemishy (Reading, Mass.: Longman Publishing Group, 1998).
2
F. A. Lindermann, Trans. Faraday Soe., 17,598 (1922).
3J. Peterson, Science News, 156, 247 (1999).
Mecanismos e Caminhos de Reaçôes, Biorreações e Biorreatores 305
e c
1 1
C-C::;,
Energia
cl~2 ci~2
Energia e-e
/ 1
c-c j,i
,
l
E
c112 cl~2
CH 2 CH 2
CH 2 CH 2
j
Coordenada de Reação Coordenada de Reação
(a) (b)
Figura 7-1 Coordenada de reação. Cortesia de Science News, 156, 247 (1999).
-- r A* = )~ r;A* = O
~
i=l
(7-2)
Para ilustrar como as leis de velocidade desse tipo de reação são desenvolvidas, consi -
deraremos inicialmente a decompos ição em fase gasosa do azometano, AZO, dando origem
ao etano e ao nitrogênio
primeira ordem em relação ao AZO a pressões maiores do que l atm (concentrações relativa-
mente elevadas)
Reação l:
Mecanism o
Reação 3:
Na reação 1, duas moléculas de AZO colidem e a energia cinética de uma molécula de AZO
é transferida para a outra molécula de AZO na forma de energia rotacional e energia vibracio-
nal, tornando essa última ativa e allau1ente reativa (i.e., AZO*). Na reação 2, a molécula ativa
(AZO*) é desativada através da colisão com outra molécula de AZO, transfeiindo sua energia
interna para a molécula com que colidiu, na fom1a de energia cinética Na reação 3, as mo lécu-
4
H. C. Ramsperger, J. Am. Chem. Soe., 49,912 (1927).
306 Capitulo 7
las de AZO* altamente ativadas, que estão vibrando vigorosamente, se decompõem espontane-
amente em etano e nitrogênio. Como cada uma das etapas da reação é uma reação elementar, as
correspondentes leis de velocidade em relação ao AZO* nas reações ( 1), (2) e (3) são
)
Nota: As velocidades
(1) r1Azo• = k1Azo,C;zo (7-3)
específicas de reação,
k, são todas definidas
em relação ao
(2) r2Azo• = -k2Azry CAzo,CAZO (7-4)
intennediário ativo
AZO'.
(3) r,Azo• = -k1AzrYCAzo• (7-5)
Essas leis de velocidade [Equações (7-3) a (7-5)] são absolutamente inúteis ao proje-
to de qualquer sistema de reação porque a concentração do intennediário ativo AZO* não
é mensurável. Conseqüentemente, utilizaremos a hipótese de estado pseudo-estacionário
(HEPE) para obter a lei da velocidade em termos de concentrações mensuráveis.
Em primeiro lugar, escreveremos a velocidade de formação do produto (com k 3 "=
k3AZ0')
(7-6)
(7-7)
Resohtendo para eAZO'
- k1C.~zo
CAzo• - ---'-'="-- (7-8)
k2 CAzo+ k3
A substituição da Equação (7-8) na Equação (7-6) dá origem a
2
_ k1k.1CAZO
rc2 H6 (7-9)
k2CAzu+k3
5Para uma abordagem mais pormenorizada do assunto desta seção, veja R. Aris. Am. Sei., 58,419 (1970).
Mecanismos e Caminhos de Reações, Biarreações e Biorreatores. 307
~+
O
I ok,;º
p
k2
+o
M
A
o
A'
rp = (7-1 O)
--
Vi '
308 Capítulo 7
Considerações Gerais. As regras práticas list.adas na Tabela 7-1 podem ser de alguma
utilidade para o desenvolvimento de um mecanismo que seja consistente com os dados expe-
rimentais não-processados. Aplicando-se as regras da Tabela 7-1 ao exemplo do azometano,
discutido há pouco, concluímos os seguintes pontos sobre a expressão cinética (7-12):
1. O intennediário ativo, AZO*, colide com o azometano, AZO [Reação 2], re-
sultando na concentração de AZO no denominador.
2. O AZO* se decompõe espontaneamente [Reação 3], resultando em uma cons-
tante no denominador da expressão cinética.
3. A presença da concentração de AZO no nrunerador da expressão sugere que o
intennediário ativo AZO* é formado a partir do AZO. Em referência à Reação
_l, yemos que esse fato é realmente verdadeiro.
-
3. Espécies cujas concentrações aparecem no numerador da expressão da lei de t·elocidade
provavelmente produzem o intennediário ativo em uma das etapas da reação, por exemplo,
[Reagente]--; A'+ [Outros produtos]
--
-----
--:::::.....Uquido-::=::::__
seu conteúdo ( e.g., água e demais componentes que estejam dissolvidos, como, por exem-
plo, CS,, Oi, N 2) é comprimido adiabaticamente.
6
P. K Chendke e H. S. Fogler, J. Phys. Chem., 87. 1362 (1983).
Mecanismos e Caminhos de Reações, Biarreações e Biorreatores 309
Gráfico de Stern-
Volmer
;-
Resultado análogo é obtido com o CC14 •
Entretanto, quando álcool alifático, X, é adicionado à solução, a intensidade da lumines-
cência decresce com o aumento da concentração do álcool. Os dados são geralmente apresen- .-
tados na forma de mn gráfico de Stern-Volmer. Nesse gráfico a intensidade relativa é plotada
em função da concentração do álcool. Cx. (Veja a Figura E7-l .1, em que 10 é a intensidade
da sonolmninescência na ausência de álcool, e I é a intensidade da sonolmninescência na
presença de álcool.) Sugira m11 mecanismo consistente com a observação experiniental.
Solução
A partir da equação da reta plotada, temos
Caminh0s de Reação O álcool age corno um inibidor, desativando o intermediário ativo. A observação do fato
de que a adição de CC1 4 ou CS 2 aumenta a intensidade da luminescência,
J-x (CS 2 ) (E7-l.4)
Na ausência de álcool,
= k4 k, (CS 2 )(M)
10 (E7-l.10)
k2 (M) + k4
Considerando como constantes as concentrações de CS 2 e do terceiro componente, M,
efetuamos a razão entre-a..Equ,tção (E7-1.10) e (E7- l.9):
lo
- = l + - -k3- X() = 1 +FC" (X) (E71.ll)
I k,(M) + k4
que é uma expressão análoga à sugerida pela Figura E7- l. l. A Equação (E7- l.l l.) e equa-
ções similares envolvendo inibidores são chamadas de equações de Stern-Volmer.
Uma discussão de luminescência é levada adiante na seção Bastões Luminescentes,
do Módulo da Internet do CD-ROM. Nesta seção, a HEPE é aplicada a bastõe, lumi-
nescentes. En1 pri111eiro lugar, um mecanismo para as reações e para a luminescência é
desenvolvido. A seguir, as equações de balanços molares são escritas para cada uma das
espécies e acopladas à lei de velocidade obtida pela utilização da HEPE. Finalmente, as
equações resultautes são resolvidas e comparadas com dados experimentais.
Módulo da
Internet - Bastões 7.1.3 Reações em Cadf:!ia
luminescentes Neste item, consideraremos exemplos ligeiramente mais complexos envolvendo reaçôes em
cadeia. Uma reação em cadeia é composta pela seguinte seqüência:
Iniciação:
( 1)
Em que k, = k1c,11,
Mecanismos e Caminhos de Reações, Biarreações e Biorreatoràs 311
Propagação:
(3)
(4)
Terminação:
(5)
Em que k 5 = k,c--' ·2
H •
5
Solução
Parte (a) Desenvolvimento da Lei de Velocidade
-
A velocidade de formação do etileno (Reação 3) é dada por
l r3e 21 \ = k3 IC 2 H 5 • II (E7-2. l)
Então, rc 1 11 5 - = --r2c
2
11,.-r3c 2 11 4 -r4c 2 ufi + rsc 2 n5 - =O (E7-2.2)
,_
/l,, }]/2 JJI, ~ ÍJ k2 }l/2
[C 2 H 5 • ] = {...é[CH3 • l[C 2 H 6 ] = l - - [ C2 H 6 ]
k, k,k,
(E7-2.8)
J21c, }1/2
= l-·
k, [C 2 H6'
(E7-2.9)
(E72.l0)
"
-
'"'
A velocidade de consumo do etano é
rc 2 H6 = -k 1 [C 2 HGJ~H 3 • J[C 2 H 6 J-k4 [H• IIC,H 6 J (E7-2. l l)
l
~ Substituindo as concentrações dos radicais livres, a lei de velocidade de consumo rle
etano é então
,1,..
-
,-
(E7-2.12)
~ Para um reator em batelada a volume constante, a combinação dos balanços molares com as
leis de velocidade de consumo do etano (Pl) e de formação do etileno (PS) dá origem a
dCr, _
dt - - [ 3k1 Cr 1 +k3
l2kks.
'
1
) 1/2
112]
Cp 1 (E7-2. \3)
Balanço molar e
lei de velocidade dCps = k (2k,\j112 c'12 (E7-2. l4)
combinados dt 3 k5 PI
utilizando a HEPE
O subscrito P em Pl (i.e., CP!) e em PS (i.e., Cp 5) é para enfatizar que a HEPE foi utili-
zada para se chegar a esses balanços.
As velocidades específicas das reações a 1000 K são k1 = 1,5 x 10-3ç 1, k, = 2,3 x l 06
dm /mol · s, k3 = 5,71 x 104 s- 1, k4 = 9,53 x 108 dm3/mol ·se k 5 = 3,98 x 109 dm3/mol · s.
3
Para uma concentração de entrada de etano de 0,1 mol/dm 3 e uma temperatura de 1000
K, as Equações (E7-2.13) e (E7-2.14) foram resolvidas, plotando-se, a seguir, as concen-
trações de etano, Cpi, e etileno, Cp5 , em função do tempo, nas Figuras E7-2.2 e E7-2.3.
No desenvolvimento das relações concentração-tempo, utilizamos a HEPE. Entretanto,
podemos agora utilizar as técnicas descritas no Capítulo 6 para resolver o sistema completo
de equações do craqueamento do etano e então comparar os novos resultados com os obti-
dos de forma muito mais simples pela resolução do problema utilizando a HEPE.
Parte (b) Verificando a HEPE para o CrlUJUeamento do Etano
A decomposição térmica do etano supostamente ocorre segundo a seqüência de reações
descrita na Parte (a). As velocidades específicas das reações variam com a temperatura
segundo as expressões:
Mecanismos e Caminhos de Reações, Biarreações e Biorreatores 313
k.3 = 3,2 X 1üGe(4o_ooo,. RH i n2so - 1!TJ5-1 k4= 2,53 X 109 /97001R)(l n2so- 1 TJ dm3 /mo!. s
k 5 = 3,98 X ]0 9 dm'/mol · s E= O
Parte (b): Desenvolva os balanços molares de todas as espécies, resolva-os, e então plote
as concentrações do etano e do etileno em função do tempo. A seguir, compare os novos
resul!ados com os obtidos pela resolução do problema utilizando a HEPE. A concentração
inicial do etano é de 0,1 mol/dm3 e a temperatura é de 1000 K.
Solução Parte (b)
Seja l = C 2 H 6, 2 = CH3 ~, 3 = CH4 , 4 =, C 2 H 5 •, 5 = C 2 H4 , 6 = H•, 7 = H 2 e 8 = C 4 H 10 . A
combinação dos balanços molares com as leis de velocidade dá origem a
(C, H,J:
de 1 = -k1e, - 1c2 e 1e, - k4 e, e, (E7-2.15J
dt
Solução numérica
de2
completa (CH 3 • ): = 21c, e, - 1c2c 2e1 (E7-2.16)
dr
dC 3
(CH4 ): = k 2C 1C 2 (E7-2. l 7)
d!
dC4
(C 2 H 5 • ): = k,c,c,- k3 C, + k,e,c, - 1c,c,2 (E7-2. l 8)
dt
de,
(C~ = k3C4 (E7-2.19)
dt ;-e-
de,
(H,): = k4e,e6 (E7-2.2 l)
dt
de, 1 "}_
(C 4 H 10 l:
dt
= -
2 k,e,
., (E7-2.22)
-;,-'·
O programa em Polymath é apresentado no Tabela E?-2.1.
Resultados do POLYMATH
Exemplo 7-2 HEPE Aplicada ao Craqueamento Térmico do Etano
18/08/2004, Rev5.1.232
Relatório das EDOs {STIFF)
E7-2. l CONTINUAÇÃO
TABELA
Equações explícitas conforme informadas pelo usuário
[1] k5 = 3980000000
[2] T = 1000
[3] k1 = 10*exp((87500/1.987)*(1/1250 - 1/T))
[4] k2 = 8450000*exp((13000/1.987)*(1/1250 - 1ff))
[5] k4 = 2530000000*exp((9700/1.987)*(1/125él.- 1/T))
[9] k3 = 3200000*exp((40000/1.987)*(1/1250 - 1ff))
-
-~
Nota: Curvas
de C1 e CP 1 são
(mol)
dm 3
0,100
0,080
-
.-.
praticamente
idênticas.
10-9 ~~=O
dt
0,060
0,040
t
~ (mof)
-. º2 dm 3
Legenda:
0,020 --- e,
- - - CP1
-- a
a 6 12 0,000
º·ª 3,0 6,0 9.0 12,0 15,0
- Figura E7-2.1
t(s)
Concentração do intennediáiio
ativo CH3• em função do tempo.
Figura E7-2.2
variações temporais do etano.
t(s)
Comparação entre as
0,100 1,500
'I.'
.t
Nota: Curvas
de C5 e CP5 são
praticamente
0,080 1,200
--
idênticas.
0,060 0,900
-- 0,040
(;:~) 0,600
,,
,,
,
(m°')
dm3
-- 0,020
Legenda:
- C5 0,300
,,
,
,, Escala: Legenda:
Y: 103 - C3
--~ Cp5 - - - Ca
0,000 ,___ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __
0,000
a.o 3,0 6,0 9,0 12,0 15,0 a.o 3,0 6,0 9,0 12,0 15,0
t(s) '(s)
Figura E7-2.3 Comparação entre as Figura E7-2.4 Comparação das variações
variações temporais do etileno. temporais do metano (C 3) e butano (C 8).
c,H,<-I~ ~~e",
~AcH,
H, ~
C4H10 Figura 7-2 A rota de reação para o craqueamento do etano.
(R3)
Então, o ozônio passa a participar de uma série de reações com hidrocarbonetos presentes na
~··
atmosfera para formar aldeídos, vários radicais livres e outros intermediários, essas espécies
reagem, em seguida, produzindo produtos indesejáveis responsáveis pela poluição do ar:
Ozônio + Olefinas - Aldeídos+ Radicais livres
. .
0 3 + RCH=CHR RCHO+RO+HCO (R4)
~
hv
R+Héü
Um exemplo específico é a reação do ozônio com o L3-butadieno formando acroleína
e formaldeído, que são fortemente irritantes aos olhos.
2
-0,
4 (R6)
Irritante aos olhos
3 + CHa=CHCH=CH,
Ó L o fn., CH 2=CHCHO + HCHO
Pela regeneração do NO:!, mais ozônio pode ser formado e o ciclo é continuado. Essa rege-
neração pode ser promovida através da reação do NO com os radicais livres presentes na
atmosfera devido à Reação (RI). Por exemplo, o radical livre formado na Reação (R4) pode
reagir com 0 1 produzindo o radical. livre peróxido,
k,
ROÓ (R7J
O acoplamento de todas as reações precedentes é mostrado esquematicamente na Figura 7-3.
-,,-c;c,ficamos que o ciclo foi completado e que uma quantidade relativamente pequena
de óxidos de nitrogênio pode produzir uma grande quantidade de poluentes. É claro que
316 Capítulo 7
(NºXROO·~;:
tNO, RO• RCHO~
üt·O, , RC~:~HR
CH 1 =CHCH=CH'-
O, = CI-ICH:!CHO
CJ-1 2
muitas O\Jtras reações ocorrem, mas não seja desconsiderada a gravidade do assunto devido
à fonna breve com que foi tratado. A abordagem apresentada, apesar de simplificada, serve
para caracterizar perfeitamente o papel dos óxidos de nitrogênio na poluição atmosférica.
Rotas Metabólicas. As rotas de reação encontram sua maior utilidade nas rotas metabóli-
cas em que as várias etapas são catalisadas por enzimas. O metabolismo do álcool é catalisa-
do em cada etapa por urna enzima diferente.
~
C 2 H5 0H
NAD'
-. NADH) H
CH 3 CHO
Álcool
Desidrogenase
NAD'
~
-,
NADH_j
\
i
CH~coo-
Acetaldeído
Desidrogenase
- ATP)
ADP
i
Acetil-P
Acetato
Quinase
Essa rota é discutida na Seção 7.5 Faimacocinética. No entanto, em primeiro lugar, precisa-
mos discutir as enzimas e suas cinéticas, o qne faremos na Seção 7.2. Verifique o CD-ROM
e a Internet para futuras atualizações relativas às reações metabólicas.
1s+E ~ E•S--.E+PI
Como as rotas enzimáticas têm menores energias de ativação, os aumentos das velocidades
da reação podem ser imensos, como na degradação da uréia pela urease, que apresenta uma
velocidade de degradação 10 14 vezes maior do que a degradação na ausência de urease.
Uma propriedade importante das enzimas é sua especificidade; isto é, uma enzima
pode usualmente catalisar apenas um tipo de reação. Por exemplo, uma protease hidrolisa so-
mente ligações entre aminoácidos específicos em proteínas; mna arnilase age nas ligações en-
Mecanismos e Caminhos de Reações, Biarreações e Biorreatores 317
S-P
~
graxos e glicerol. Em conseqüência, produtos não-desejados são facilmente controlados e,ci
reações catalisadas por enzimas. As enzimas são produzidas exclusivamente por organismos
vivos e as enzimas comerciais são geralmente produzidas por bactérias. As enzimas usual-
~ mente operam (i.e., catalisam as reações) sob condições brandas: pH 4 a 9 e temperaturas de
Red'Pop 25 a 70ºC. As enzimas, em sua maioria, são nomeadas com os termos das reações que catali-
sam. É uma prática comum acrescentar o sufixo -ase à parte principal do nome do substrato
no qual a enzima age. Por exemplo, a enzima que catalisa a decomposição de uréia é a urease,
e a enzima que se liga à tirosina é a tirosinase. Entretanto, há exceções a essa convenção de
nomenclatura, como a u-amilase. A enzima u-amilase catalisa o amido na primeira etapa da
produção de xarope com alto teor de fiutose do milho (Y.ATFM): proveniente do amido de
milho, usado como adoçante em refrigerantes (e.g., Red Pop .. ); sendo um negócio de US$ <·
bilhões por ano.
u-amilasc A 'd G!ico- Glicose
.,,
Amido ele milho - - - > m1 o Glicose XATFM
amita~c
7M. L. Shuler e F. Kargi, Bioprocess Engineering Basic Concepts, 2'ª- ed. (Upper Saddle River, N. J.:
Prentice Hall, 2002.)
>!Xarope KARO fabricado no Brasil pelas "Refinações de Milho Brasil".(N.T.)
ºRefrigerante gaseificado de morango, bastante popular no Canadá e no Meio Oeste dos Estados Uni-
dos, fabricad.::, pela Faygo, empresa estabelecida em Detroit desde 1907. (N.T.)
318 Capítulo 7
S!Uo
ativo
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anos o modelo chave/fechadura foi o preferido, devido aos efeitos estereoespecíficos de uma
enzima agindo em um substrato. No entanto, o modelo do ajuste induzido é de maior utilidade.
No modelo do ajuste induzido, tanto a e&"Íma como o substrato estão clistorcidos. As variações
na confonnação distorcem uma ou mais das ligações do substrato, tensionando e enfraquecendo
a ligação e, em decorrência, tomando a molécula mais sujeita a um novo reammjo ou conexão.
Há apenas seis classes de enzimas:
1. Oxidorredutases AH2 + B + E -, A+ BH2 + E
2. Transferases AB +C + E-,AC+ B + E
~-~-·· 3. Hidrolases AB+ H20 + E-,AH + BOH + E
4. Isomerases A+ E-, isoA+ E
5. Liases AB+E-,A+B+E
-
6. Ligases A+B+E-,AB+E
Informações adicionais sobre enzimas podem ser encontradas nos seguintes sítios da
internet:
~- http://us.e.xpasy.org/enzyme/ e wwiv.chem.qm,Hac.uk/iubmb/enzvme
Esses sítios também fornecem infonnações sobre reações enzimáticas em geral.
Lint.l:
7.2.2 Mecanismos
Na apresentação de algll1ls dos princípios fundamentãis da cinética de reações enzimáticas,
discutiremos uma reação enzimática que foi sugerida por Levine e LaConrse como pari.e de
um sistema que reduziria o tan1anho de um rim artificial. 8 O resultado pretendido é a produ-
. ção de um rim artificial que poderia ser usado pelo paciente e que incorporaria uma unidade
• descartável para a eliminação de resíduos nitrogenados como o ácido úrico e a crealinina. No
esquema de microencapsulação proposto por Levine e LaCourse, a enzima nrease seria usada
na remoção de uréia da corrente sanguínea. Nesse caso, a ação catalítica da nrease causaria a
decomposição da uréia em amônia e dióxido de carbono. O mecanismo da reação admitido
ocorre conforme a seguinte seqüência de reações elementares:
1. A enzima urease (E) reage com o substrato uréia (S) para formar um complexo
enzima-susbtrato (E · S).
O mecanismo da k,
reação NH 2 CONH 2 + Urease (7-13)
i;·
2. Esse complexo (E · S) pode se decompor de volta à uréia (S) e nrease (E):
i:' k,
! (7-14)
,.
! 3. Ou o complexo pode reagir com água (W) para formar os produtos (PJ amônia
e dióxido de carbono, além de regenerar a enzima urease (E).
2NH 3 + C0 2 + Urease (7-15)
Verificamos que parte da enzima adicionada à solução liga-se à uréia e que a parte restante
mantém-se livre. Apesar de podermos facilmente medir a concentração total da enzima, (E1),
é dificil medir a concentração da enzima livre {E).
8
N. Levine e W. C. LaCourse, J Biomed. Mater:. Res., 1,275 (1967).
i . . ' .
~- h --·-~----·- ---
Mecanismos e Caminhos de Reações, Biorreações e Biorreatores . 319
(7-22)
Precisamos Essa forma de lei de veiocidade ainda é inapropriada, pois não podemos medir a concentra-
substituir a
concentração da
ção da enzima livre (E); podemos, no entanto, medir a concentração total da enzima, E,.
enzima livre (E) na Na ausência de desnaturação da enzima, a concentração total da enzima no sistema,
expressão da lei de (E,), é constante e igual à soma cfa concentração da enzima livre ou não-ligada, (E), com a
velocidade. concentração do complexo enzima-substrato, (E• S):
krcat = I (W)
K3 e K M = "'"'kl+ k2
-r - kcaJE, )( S) (7-25)
s- (S)+KM
_.,,..,-1 O parâmetro kca, é também chamado de número de renovação (tumover number). Esse
parâmetro é o número de moléculas de substrato convertidas a produtos em un1a única mo-
Número de lécula de enzima, saturada de substrato, por unidade de tempo (i.e., todos os sítios ativos da
renovação kcat enzima estão ocupados, S >> KM). Por exemplo, o número de renovação da decomposição de
H 2O 2 pela enzima catalase é igual a 40 x 106 s· 1. Isto quer dizer que 40 milhões de moléculas
de H2 O 2 são decompostas, em cada segundo, em uma única molécula de =inw saturada de
H2 O 2. A constante KM (mol/dm3) é chanwda de constante de Michaelis e, para sistemas sim-
ples, é uma medida da atração da enzima por seu substrato. Por isso, é também chamada de
Constante de
Michaelis KM constante de afinidade. A constante de Michaelis (KM) para a decomposição de H 2O 2 discutida
anteriormente é igual a 1,1 M, enquanto para a quimotripsina é igual a 0,1 M 9
Se; adícionalmente, considerarmos que Vmáx representa a velocidade de reação máxi-
ma para uma dada concentração total da enzima,
vmáx = kca,CE,)
então a equação de Michaelis-Menten assume sua forma mais usual
vmáx ----------------------·-_c---
m
'f vmáx
-2-
t
Figura 7-6 Gráfico da equação de Michaelis-
Menten com a interpretação dos parâmetros Vmáx
e,
-
.
e KM .
9
D. L. Nelson e M. M. Cox, Lehninger Principies ofBiochemistry, 3-ª ed. (New York: Worth Publishers,
2000.)
Mecanismos e Caminh.os de Reações, Biarreações e Biorreatores 321
Solução
Invertendo a Equação (7-26), obtemos
322 Capítulo 7
(S) + KM
(E7-3.l)
-r Vm,, (S)
'
ou
(E7-3.2)
- ruréia
em que as unidades de Cucóia são kmol/m3 e de -rs são kmol/m 3 · s. Levine e LaCourse
Gráfico de
Lineweavcr-Burk
'"
Grático da Mlct.aelis-Menten
- _1_
16
"
"
,o
Gráfico de Linevieaver-Bur1<.
.-r"...,;"
' 1
-1/Km 1 '7'
e;
"' 1
vrnáx ..
:~
o
o 200
100
, 300 400 500
ç;.
(7-26)
Gráfico de Eadie-
Hofstee
pode ser reananjada nas formas seguintes. Na fonna de Eadie-Hofstee, -
-r \
···r =V. -K ( ---51 (E7-3.4)
s "'·" M (S) )
s
-r~
Na forma de Hanes-Woolf, temos
s
Gráfico de Hanes-\Voolf (E7-3.5)
Regressão
A Equação (7-26) foi usada no programa de regressão do Polymath, obtendo-se os valores
seguintes para Vmáx e KM.
0,2 1.2 - - - - - - - - - - ~
0,16
mó<eacêo•·d- /
7
0,8
o, ~2
~ -,, 0,6
-r, 0.08
/
~1
0,4 o v,míx
0,04
º·'
o o
e 0,05 0,1 G,15 0,2 0,25
o 10 20 30 40 50
~s
s s
Figura E7-3.2 Gráfico de Hanes-Woolf. Figura E7-3.3 Gráfico de Eadie-Hofstee.
324 Capítulo 7
O Complexo Produto-Enzima
Em várias reações o complexo produto-enzima (E • P) é formado diretamente do complexo
"~ .-f
enzima-substrato (E • S), de acordo com a seqüência
E+S E•S - --'> P+E
-
Aplicando a HEPE, obtemos
Lei de Velocidade Vm,,(Cs-Cp!Kc)
de Briggs-Haldane
-rs = (7-29)
Cs + Km,., + KpCp
que é freqüentemente denominada Equação de Briggs-Haldane [veja o Problema
P7-108 (a)] e, em muitas referências, a aplicação da HEPE à cinética enzimática é chamada
de aproximação de Briggs-Haldane.
.,
)
-
__
,:'
'
Integração
(7-32)
Mecanismos e Caminhos de Reações, Biarreações e Biorreatores 325
ln So
s
o '-------------''---~
Tempo necessário
para uma reação
enzimática em
bátelada atingir uma
conversão X
KM 1 ,. oX
t = -- ln - - + Cw~w (7-32)
Vmáx l -X Vmáx
Os parâmetros KM e Vmé, podem ser detenninados, sem dificuldade, a partir dos dados do
reator em batelada utilizando o método integral de análise. Dividindo ambos os membros da
Equação (7-32) por tKM/Vmáx e rearranjando-os, chegamos a
! ln_!_ = Vmáx _ Cu,;;aoX
t l-X KM KMt
Verificamos que KM e Vmáx podem ser detenninados a partir da inclinação e da interseção
com o eixo vertical da reta obtida pela plotagem de 1/t ln[l/(1-X)] contraX/t. Podemos tam-
bém expressar a equação de Michaelis-Menten em temias da concentração do substrato S:
(7-33)
Solução
Podemos usar a Equação (7-32),
t = KM ln-1-i- C,mfoOX (7-32)
Vmáx 1-X Vrnáx
em que KM= 0,0266 mo!/dm3 ,X= 0,99 e Cw-éiao = 0,1 mol/dm3 , e o valor de Vmáx é igual a
1,33 mol/dm3 · s. No entmto, pa,--a as condições do reator em batelada, a concentração da en-
zima é de 0,001 g/dm3, valor bem inferior em comparação ao valor de 5 g/dm3 do Exemplo
7.3. Como Vmáx =E,· k3, o valor de Vmáx para essa nova concentração de enzima é
·z
l Capítulo 7
326
sE
~ 2,6
~ E
É 2,5
- o· \ •
•
u 2,4 53'C
-••~
o
2,3
2.2
•
•• •
• ••
~
u• 2,1
u
o
•ll 2,0
o
~ 1.9
•
u
1,B Figura 7-8 Dependência com a temperatura da
o
E
velocidade de queda catalítica de H 2 0 2 . Cortesia
~ 1,7
J
~
o 29 3,0 3,1 3,::> 3,3 3.4 ~:i,s 3.6 3.7 3.a de S. Aiba, A. E. Humphrey e N. F. Millis,
1rr (1/KJ x103 Biochemical Engineering, Academic Press (1973).
E,2
- Vmáxl
E11
KM= 0,0266 mol/dm 3 e X= 0,99
= 460 s + 380 s
~ s (14 minutos)
Efeito da Temperatura
O efeito da temperatura em reações enzimáticas é muito complexo. Se a estrutura da enzima
não sofrer modificações com o aumento da temperatura, a velocidade deve provav,elmeme se-
guir uma dependência com a temperatura do tipo da lei deArrhenius. Entretanto, à medida que
vmáx
a temperatura cresce, a enzima pode se desenovelar e/ou se tornar desnatmada e perder sua
atividade catalítica. Em conseqüência, com o aumento da temperatura, a velocidade da reação,
T -rs, aumenta até atingir um valor máximo; a partir desse ponto, passa a decrescer. A parte
decrescente da curva de --rs contra a temperatura é chamada de desativação ou desnaturação
térmica 10 A Figura 7-8 mostra um exemplo desse ponto de máximo da atividade da enzima. 11
~;.t· I~Jisada.ppt
~it;~rü:f~~':W;ff ~utna
g-;i:~it~?::{i~tJ;:~~;f tti~ii~iif:iI"~~;,
e;P,ª''~ªye,~a,1denfiíiçaça~,ifl~J?lg~,
GD~UD~ ·.
1iiu.9.eos c~~- •
{),cliSIJOSIÜVO 1111- ·
0
.Iºf;~titt~~l~r;;lt~lltltf~i,fl~l(-~wt~:l~~~:;
'enzi~,i@,é(ltãilseligaa{\SSeFOlllPl~QJ()rn¼'WdgYlJl*ºY&,q~mplexodlfenzuna com-
. -. DNA.~; DNÂ~ ~ ~- ~sjtn g;1<esseê{)mµ!9x,Q~~[f9M~O';~f~~ªil;depolimerização
•ocorre àm,cdicja qúe os nuoleótídeiis (cllgTP~TP;dGTJ;',;;i\CTP e_dTTP-N) ~e
·-· · · • · ~-'·....,.:.. ,:~-.-,:,,-.,,.':ó-'·/~-__..._.t,,,:-,,~ ·>.·
. ·,-__,:_.
1
°M. L. Shuler e F. Kargi, Bioprocess Engineering Basíc Cortcepts, 2-ª ed. (Upper Saddle River,
N.J.; Prentice Hall, 2002), p. 77.
llS_ Aiba, A. E. Humphrey e N. F. Millis, Biochemica/ Engineering(New York: Academic Press, 1973).
p. 47.
Mecanismos e Caminhos d.e Reações, Biorreações e Biorreatores 327
ORIFÍCIOS DE
_ ORIFÍCIOS DE FOTODETECTORES ENTRADA DE
ENTRADA DO FLUIDO SOLUÇÀOTAMPÃD
?---...........
Cadeia do
,fí]
Complexo do t
-- --
Iniciador com
DNA• o DNA :, J::
+@ +N ,e( .
~ ~
Complexo da :1f!~-Y
....,
Enzima com o DNA* ....~;-~
-2DNA
+®
Figura_ NS7 .2 Seqüência de replicaçã<;>._
328 Capítulo 7
7.3.1 lnibiçãa-eompetitiva
A inibição competitiva é de particular importância em fannacocinética (terapia com medi-
camentos). Caso sejam administrados a um paciente um ou mais medicamentos que reajam
simultaneamente no interior do corpo com o mesmo co-fator ou espécie ativa de uma enzima,
essa interação pode conduzir a uma inibição competitiva na formação dos metabólitos res-
pectivos e provocar sérias conseqüências.
Na inibição competitiva, outra substância,!, compete com o substrato pelas moléculas
da enzima para fom1ar um complexo inibidor-enzima, como mostrado a seguir.
1l K,
E·!
(2)
(3)
E•S
E•S
--'L+
--'L+
E+S
P+E
o- ~
(4) I+E --'L+ E• I (inativa) V
(5) E• I --'L+ E+I (a) Inibição competitiva. Cortesia de D. L.
Nelson e M. M. Cox, Lehninger Principies of
Biochemistry, 3ª ed. (New York: Worth Publishers,
2000), p. 266.
Além dos três passos de reação tipo Michaelis-Menten, há dois passos adicionais em
que o inibidor se liga de forma reversível à enzima nos passos de reação 4 e 5.
Alei de velocidade de formação do produto é análoga [confira a Equação (7-18A)] à
de formação de produto na ausência de inibidor
- rp = k3 (E• S) (7-34)
Aplicando à expressão a HEPE, a velocidade de reação resultante do complexo enzima-
substrato é
rE. s = O = k, (E)(S) - ki(E • S) - k3 (E• S) (7-35)
Mecanisn:10s e Caminhos de Reações, Biarreações e Biorreatores 329
Aumento da Concentração do Inibidor (1)
/ Inibição Competitiva
Sem Inibição
1
-r,
rP = - rs = Vmáx(S)
;J
Lei de velocidade ---"'"=e__:_ _ (7-38)
da inibição
competitiva
- S+KM(l +
Vmáx e KM são os mesmos que os anteriores quando não havia inibição, isto é,
/ . -- k2
- f,-c3E,eKM + k3
jmáx- ~-~
k1
e a constante de inibição K1 (mol/dm3) é
,- k4
K - -ks
i'""':"
Adotando K;,. =KM(!+ II K 1 ), verificamos qne o efeito da inibição compeütíva é
anmentar a constante "aparente" de Michaelis, K~. Uma conseqüência desse anmento da cons-
tante "aparente" de Michaelis K~1 é qne uma concentração maior de substrato é necessária para
que a velocidade de decomposiçã0 do substrato, - rs, atinja a metade de sen valor máximo.
Rearranjando na forma adeqnada ao gráfico de Lineweaver-Bnrk,
A partir do gráfico de Lineweaver-Burk (Fignra 7-10), verificamos que à medida qne a con-
centração do inibidor (JJ cresce, a inclinação da reta cresce (i.e., a velocidade decresce) en-
quanto a interseção com o eixo vertical permanece a n1esma.
ú~~~-.-=,===~=-~--------------
!' ! ;j
330 Capítulo 7
0---o
Aiivs>
l-1· acompetitiva
tfl (1) E+S ~ E•S ,e
'
..-___ L;:
l-
fi'.
i
E+S~E·S-E+P
+
1
(2)
(3)
E•S ~ E+S
E•S ~ P+E
1!0
(4) l + E • S - 7:;- I.• E • S (inativa) (J
/u:,ti':•
(7-40)
Reananjando
.
•
' ( 7-4])
Inibição Acompetitiva
1 Sem Inibição
-r,
-
(5) E•S---'>P+E
A dedução da lei de velocidade é apresentada nas Notas com Resumo da internet e ,,,.
do CD-ROM. A Eqnação (7-42) expressa a lei de velocidade de reações enzimáticas em
que occ1Te a inibição não-competitiva. Os íons de metais pesados como o Pb2+, Ag+ e Hg•2 ,
além de inibidores que reagem com a enzima para fonnar produtos químicos derivados, são
exemplos típicos de inibidores não-competitivos.
Rean-anjando a Equação (7-42)
-rs
__Vmú,L(1 + (J))
K,
+ _l KM ( 1 + (1))
(S)Vmáx K,
(7-43)
tEm alguns textos, inibição mista é uma combinação da inibição competitiva com a inibição acompetitiva.
~~--·----
332 Capítulo 7
1
(i) s
Figura 7-12 Gráfico de Figura 7-13 Gráficos de Lineweaver-Burk para os três
Lineweaver-Burk para a inibição tipos de inibição de enzima.
enzimática não-competitiva.
KM [1 +
( Vmáx
(!)])
K1
quanto a interseção com o eixo vertical (~1- +
Vmax
1
l..1
7
ll (:2j
) da reta crescem
-rs =
vmáxs
2 (7-44)
K +S+S
M K,
Verificamos que com baixos valores da concentração do substrato
então
-r, - - - -
vmá,s
s (7-46)
KM
e a lei de velocidade cresce linearmente com o aumento da concentração do substrato.
Para valores elevados da concentração de substrato (S 2/K ) >> (KM + S), então
1
(7-4 7)
Mecanismos e Caminhos de Reações, Biarreações e Biorreatores 333
Inibiçãc do
substrato
-r,
/ Figura 7-14 Velocidade de reação do substrato em
função da concentração de substrato com a inibição pelo
s substrato.
. Con-
e verificamos que a velocidad e decresce com o aumento da concentração do substrato
por um máximo à medida que a concentra ção
seqüentemente, a velocidad e da reação passa
os também qne existe um
do substrato aumenta, como mostrado na Figura 7-14. Verificam
valor ótimo da concentração do substrato com o qual se deve operar. Esse valor ótimo
é obti-
do calculand o-se a derivada da Eqnação (7-44) em relação a S, resultando em
(7-48)
mente feita pela adição de oxigênio molecula r ao sistema, de modo que a glicose oxidase, E0 ,
ão:
é regenerada.. O peróxido de hidrogên io é também produzid o nesse passo de regeneraç
G.O.H 2 + 0 2 - G.O. + H 20 2
A reação global é escrita como
.
Gl1cose + o2 - - -glir;ose
"'-~-~ H2 o2 + u-e o··i1conolactona
o:<idase
Em textos de bioquím ica, reações desse tipo, envolven do regenera ção, são escritas
na forma
.
A dedução das leis de velocidade para essa seqüência de reações é apresentada no CD-ROM
Co-fatores Enzimáticos. Em muitas reações enzimáticas e particularmente em reações
biológicas, um segundo substrato (i.e., espécie) deve ser adicionado para ativar a enzima.
ente
Esse substrato, que é denomin ado de cojator ou coenzima, mesmo não sendo propriam