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SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA MERITIENSE

LEANDER CÉSAR DO AMARAL

RESENHA DOS LIVROS DO ATINGO TESTAMENTO

SÃO JOÃO DE MERITI/RJ


2018
LEANDER CÉSAR DO AMARAL

SEMINÁRIO TEOLÓGICO

RESENHA DOS LIVROS DO ANTIGO TESTAMENTO

Trabalho de conclusão de curso


apresentado como requisito parcial à
obtenção do título especialista em NOME
DO CURSO.
Orientador: Professora DSc. Ana Paula
Rodrigues.

SÃO JOÃO DE MERITI/RJ


2018

2
Gênesis

Chave: Princípio

Gênesis; Do grego genesis, origem.

Comentário:
Gênesis pode ser descrito com exatidão como o livro dos inícios. Pode ser dividido
em duas porções principais. A primeira parte diz respeito à história da humanidade
primitiva (caps. 1-11). A segunda parte trata da história do povo específico que Deus
escolheu como o Seu próprio (caps.12-50), para si. O autor apresenta o material de
forma extremamente simples. Oferece dez "histórias que podem ser prontamente
percebidas segundo o esboço do livro. Algumas dessas histórias são breves e muito
condensadas, mas, não obstante, ajudam a completar o conteúdo. É bem possível
que o autor do livro tenha empregado fontes informativas, orais e escritas, pois seus
relatos remontam à história mais primitiva da raça humana. Embora muito se tenha
escrito sobre o assunto das possíveis fontes literárias do livro de Gênesis, há muitas
objeções válidas que nos impedem de aceitar os resultados da análise destas
"fontes".

Autor:
Ninguém pode afirmar com absoluta certeza que sabe quem escreveu o livro de
Gênesis. Visto que Gênesis é o alicerce necessário para os escritos de Êxodo a
Deuteronômio, e visto que a evidência disponível indica que Moisés escreveu esses
quatro livros, é provável que Moisés tenha sido o autor do próprio livro de Gênesis. A
evidência apresentada pelo Novo Testamento contribui para essa posição (cfe.
especialmente João 5:46-47); Lucas 16:31; 24:44). Na tradição da Igreja, o livro de
Gênesis tem sido comumente designado como Primeiro Livro de Moisés. Nenhuma
evidência em contrário tem sido capaz de invalidar essa tradição.

3
Êxodo
Chave: Redenção
Êxodo; saída.

Comentário:
Assim como Gênesis é o livro dos começos, Êxodo é o livro da redenção. O
livramento dos israelitas oprimidos do Egito é tipo de toda a redenção. (I Coríntios
10:11). A severidade da escravidão no Egito (tipo do mundo) e Faraó (um tipo de
Satanás) Exigiam por assim dizer, a preparação do libertador Moisés (2:1-4:31), um
tipo de Cristo. A luta com o opressor (5:1-11:10) culmina com a partida (grego,
êxodo ou saída) dos hebreus do Egito. São remidos pelo sangue do cordeiro
pascoal (12:1-28) e pelo poder de Deus manifestado na travessia do mar Vermelho
(13:1-14:31). A experiência da redenção, festejada mediante o cântico triunfal dos
redimidos (15:1-21), é seguida pela prova que têm de enfrentar no deserto (15:22-
18:27). No monte Sinai a nação redimida aceita a lei (19:1-31:18).
Autor:
Embora o livro de Êxodo não declare em nenhum lugar que Moisés fosse seu autor,
toda a lei abrangida pelo Pentatêuco, que compreende principalmente a parte que
se estende desde Êxodo 20 e atravessa o livro de Deuteronômio, declara mediante
termos positivos e explícitos seu caráter mosáico. Afirma-se que Moisés é o escritor
do livro do pacto (capítulos 20 a 23) que abrange os dez mandamentos bem como
os juízos e as ordenanças que os acompanham (24:4, 7). Afirma-se que o assim
chamado código sacerdotal, que se ocupa do ritual do tabernáculo e do sacerdócio
que figura no restante do livro do Êxodo (exceto os capítulos 32 a 34), foram dados
diretamente por Deus a Moisés (25:1, 23, 31; 26:1, e assim por diante). O
levantamento do tabernáculo apresenta-se como um trabalho "segundo o Senhor
havia ordenado..."Tanto esta terminologia como outras semelhantes aparecem
muitas vezes nos capítulos 39 e 40. A paternidade literária mosaica é igualmente
ressaltada numa destacada seção narrativa: a vitória de Israel sobre Amaleque
(17:4).

4
Levítico
Chave: Santidade
Levítico; Referente aos levitas

Comentário:
Conforme diz o nome, Levítico, o terceiro livro de Moisés ressalta a função dos
sacerdotes de Israel, membros da tribo de Levi aos quais Deus escolheu para
prestar serviços em seu santuário (Deuteronômio 10:8). Portanto, muitos crentes
pensam que o Levítico é uma espécie de manual técnico que orientava os antigos
sacerdotes nos pormenores das cerimônias que o povo de Deus já deixou de
observar, e por isso mesmo, o Levítico é hoje o menos prezado dos livros do
Pentateuco. Contudo, devemos afirmar que sua mensagem estava dirigida
originariamente a todos os crentes (Levítico 1:2), e suas verdades continuam sendo
de principal significado para o povo de Deus, visto que o Levítico contitui a primeira
revelação pormenorizada do tema vivo do Grande Livro em geral, isto é, a revelação
da forma mediante a qual Deus restaura o homem perdido. Tanto a atividade
redentora de Deus como a conduta do homem que se apropria de tal redenção se
acham resumiddas no versículo-chave, que diz: "Ser-me-eis santos, porque eu, o
Senhor, sou santo, e separei-vos dos povos, para serdes meus "(20:26).
Autor:
Em mais de 50 pontos em seus 27 capítulos, o Levítico afirma ser palavra de Moisés
dirigida por Deus. O Novo Testamento também cita o livro ao dizer: "Ora, Moisés
escreveu..."(Romanos 10:5). Os críticos que relegam o Levítico a um milênio depois
de Moisés, fazem-no a expensas da integridade da evidência bíblica. As Sagradas
Escrituras descrevem o Levítico como livro dado a Israel pouco depois que os
israelitas foram adotados como o povo da aliança de Deus (Êxodo 19:5). Fora-lhes
dada a lei moral básica, o Decálogo (Êxodo 29:43; 40:34). A seguir, vem o Levítico,
segundo Deus o havia prometido (Êxodo 25:22), como guia para a conduta e para a
adoração.

5
Números
Chave: Peregrinação
Comentário:
O livro de Números deriva seu nome em nossas Bíblias em português, como nas
versões latina e grego, dos dois censos nele narrados. Em realidade, o livro forma
uma divisão de um conjunto maior, o Pentaceuco. Entre os escribas judeus ele era
conhecido principalmente pelo nome de "no deserto", que em hebraico é uma só
palavra, "bemidbar", título tomado do primeiro versículo. É um título apropriado, de
vez que o tema do livro gira em torno das vicissitudes e vitórias do povo de Israel
desde o dia em que deixou a zona zul do Sinai até chegar às fronteiras da Terra
Prometida.
O livro de Números parece, às vezes, constituir uma coleção não muito estruturada
de informações, narrativas e rituais ou lei civil. Contudo, estas informações são
sempre pertinentes à história, ao passo que os pronunciamentos legais surgem, com
frequência, das exigências da situação na vida, tal como a autorização para celebrar
uma páscoa especial (9:1-14) em circunstâncias que impediam a observância da
páscoa regular; ou o pedido das filhas de Zelofeade (27:1-11) cujo resultado foi que
Deus estabeleceu medidas para a herança das filhas quando não houver filho
sobrevivente.

Autor:
Tanto judeus como cristãos tradicionalmente têm considerado Moisés o autor do
livro de Números. Considerando que o período mosaico é, quando menos, de 1300
anos antes de Cristo, o livro, em sua forma atual, passou por muitas mãos, e mesmo
no hebraico tem sido transcrito de um tipo de escritura para outro. Sem dúvida,
existem aqui e acolá adições redatoriais. Expoentes extremos da crítica literária têm
procurado negar que Moisés pudesse ter escrito qualquer parte do livro, e têm
procurado dividi-lo em documentos que datam de períodos diferentes da história de
Israel. Todavia, os descobrimentos arqueológicos têm demonstrado a antiguidade
das leis, das instituições e das condições de vida descritas no livro de Números.

6
Deuteronômio
Chave: Obediência
Deuteronômio. Repetição da lei

Comentário:
O nome do livro de Deuteronômio, ou "segunda lei", sugere sua natureza e
propósito. Figura, segundo consta em nossas Bíblias, como o último dos cinco livros
de Moisés, fazendo um resumo e pondo em relevo a mensagem que os quatro livros
precedentes contém. Não significa isto que se trata de mera repetição do que ficou
dito anteriormente. Sem dúvida, Deuteronômio faz parte dos acontecimentos
históricos que se deram previamente, em particular no Êxodo e em Números.
Contudo vai além destes relatos visto que os interpreta e os adapta.
Através deste livro, os acontecimentos estão repletos de significado. Moisés
proporciona-nos bastante história; mas em quase todos os casos relaciona os
acontecimentos com a lição espiritual que sublinham. Toma a legislação que Deus
dera a Israel havia quase 40 anos, e adapta-se às condições de vida da coletividade
na terra para a qual Israel se mudaria em breve.
Autor:
Nas páginas do livro de Deuteronômio se declara que Moisés é o autor dos
discursos que abrangem a maior parte da obra. É evidente que a narrativa de sua
morte, que consta do final do livro, foi escrita por outro autor, mui provavelmente
Josué. Daí que é inteiramente apropriado referir-se a Deuteronômio como o quinto
livro de Moisés.

7
Josué
Chave: Conquista
Comentário:
O livro de Josué é a continuação, poderíamos dizer, do Pentateuco. Moisés morreu
na terra de Moabe, contemplando a terra prometida. A Josué, seu sucessor, coube a
missão de dirigir o povo de Israel através do Jordão e na terra prometida. A maior
parte do livro descreve a conquista de Canaã e a divisão da terra entre as tribos de
Israel. Depois da queda de Jericó e de Ai, e da capitulação de Gibeon, na região
central de Canaã, Josué teve de enfrentar duas coligações sucessivas de estados
cananeus, uma na região meridional capitaneada pelo rei de Jerusalém, e a outra no
norte, sob as ordens de Jabim em Hazor. Contando com a ajuda divina Josué pôde
conquistar tanto o sul como o norte, e distribuir a terra entre as tribos. Contudo,
formaram-se bolsões de resistência, e cada uma das tribos teve a responsabilidade
de ocupar a terra que lhe foi designada. O Livro de Josué registra a história de Israel
desde a nomeação de Josué como sucessor de Moisés até sua morte aos 110 anos
de idade.

Autor:
O título do livro indica que Josué é seu personagem principal. O livro em si mesmo é
anônimo, embora exista sólida evidência interna de que foi escrito por uma
testemunha ocular dos muitos acontecimentos aí descritos. Em sua forma atual,
porém, o livro é posterior a Josué, cuja morte registra. A conquista de Debir por
Otniel e de Laís pelos danitas ocorreu depois da morte de Josué
O livro talvez tenha sido escrito por um dos "anciãos que ainda sobreviveram" depois
de Josué, que empregou o material escrito pelo próprio Josué (24:26; leia também
24:1-25).

8
Juízes
Comentário:
O título do livro dos Juízes provavelmente foi sugerido pelo versículo 16 do capítulo
2, que diz: "Suscitou o Senhor juízes, que os livraram da mão dos que os pilharam."
Os juízes eram pessoas cheias do Espírito Santo, que em épocas de emergência
nacional conduziram o povo à guerra, e depois de libertá-los da opressão
estrangeira, continuavam dirigindo os destinos da nação na paz. Exerciam as
funções de magistrados militares e civis.
Mediante convite feito a duas tribos ou mais para realizar uma ação conjunta, vários
dos juízes prepararam o caminho para a união das doze tribos na futura monarquia.
Na tríplice divisão da Bíblia hebraica - lei, profetas e escritos - o livro dos Juízes
acha-se entre os profetas.
O livro dos Juízes contém a história dos treze juízes que governaram Israel desde a
morte de Josué até à época de Eli e Samuel. É possível que alguns dos juízes
tenham governado simultaneamente em diferentes regiões. O livro dos Juízes
abrange um período de aproximadamente 400 anos.

Autor:
Na ausência de informação precisa, várias sugestões têm sido apresentadas com
respeito ao autor do livro dos Juízes. A opinião mais aceita é que Samuel, além de
seu cargo de profetae, compilou o livro. A época em que foi escrito este livro pode
ter sido durante sua retirada da vida pública. A evidência interna insinua que o livro
já estava em circulação antes de Davi conquistar Jerusalém. Sem dúvida alguma, o
escritor empregou anais escritos deixados por juízes anteriores, relativos à época e
aos acontecimentos de seu respectivo governo.

9
Rute
Chave: Redenção

Comentário:
O livro de Rute descreve a direção providencial de Deus na vida de uma família
israelita. Devido à morte do genitor e de seus dois filhos em terra estrangeira, correm
perigo o nome e a herança desta família. Contudo, a situação extrema do homem é
a oportunidade de Deus. Por força da conduta de um parente que, inspirado por
nobres ideais, cumpre suas obrigações, a linha hereditária permanece inalterada. A
união de Boaz, o hebreu, e Rute, a moabita, converte-se no meio pelo qual Deus
cumpre seu misericordioso propósito. Com relação à mensagem toda das Escrituras
Sagradas, o livro nos porporciona uma perspectiva da história do Natal e dos
acontecimentos do Pentecoste. A genealogia culmina no rei teocrático Davi, a cuja
linha genealógica é prometido o advento do Messias. Isto, ocorre com a inclusão de
uma mulher de descendência moabita, mediante a qual se abre diante de nossos
olhos a perspectiva pentecostal do significado universal do Messias: não é somente
o Salvador de Israel, mas da raça humana.

Autor:
No grego, e em traduções posteriores, o livro de Rute vem em seguida ao de Juízes,
visto que foi em seu tempo que ocorreu a história narrada neste livro. Na Bíblia
hebraica, faz parte dos chamados escritos sagrados, uma subdivisão dos cinco
pergaminhos que se liam em público nos dias de festa de Israel. A história de Rute
culmina na época da colheita. Este relato era lido, em geral, durante a semana, ou
festa da colheita do trigo, que se denominou mais tarde festa de Pentecoste. Não se
conhece seu autor. O anúncio do capítulo 1:1 no sentido de que a história aconteceu
"nos dias em que julgavam os juízes", indica que a época dos juízes pertencia ao
passado. Pela forma como o autor escreve acerca de Davi em 4:17 e da genealogia
em 4:18-22, fica demonstrado que conhecia o esplendor do reino de Davi. Esta
consideração indicaria que o livro foi escrito antes que o reinado perdesse sua
glória, possivelmente na última parte do reinado de Davi ou imediatamente depois.

10
I Samuel
Chave: Reino

Comentário:
Os livros de Samuel relatam o período de transição da teocracia para a monarquia, e
o estabelecimento desta. A história começa nos dias finais dos juízes e nos deixa
com o velho Davi firmemente entronizado como rei de Israel e de Judá. Samuel e
Saul são os outros dois grandes personagens do livro.
Samuel foi o último dos juízes e o primeiro dos profetas. Homem de profunda
piedade e dircenimento espiritual, dedicava-se totalmente à realização dos
propósitos de Deus para o bem de Israel. Embora não descendesse da linha
genealógica de Arão, sucedeu a Eli no cargo sacerdotal. Ao que parece, foi o
primeiro a estabelecer uma instituição para o preparo dos jovens que desejavam
abraçar a vocação profética. Viu-se na contingência de guiar a Israel em algumas
das mais profundas crises de sua história; no desempenho de suas funções quase
alcança a estatura de Moisés. Embora não tivesse ambições pessoais, achou-se no
papel de "fazedor de reis", comissionado para ungir a Saul, o primeiro rei, e a Davi, o
maior dos reis de Israel.

AUTOR
Em nenhuma parte se nos diz quem escreveu estes livros. A declaração constante
de I Crônicas 29:29 sugere-nos de modo vigoroso que Samuel escreveu de co-
autoria com Natã e Gade.

11
II Samuel
Chave: Reino

Comentário:
Os livros de Samuel relatam o período de transição da teocracia para a monarquia, e
o estabelecimento desta. A história começa nos dias finais dos juízes e nos deixa
com o velho Davi firmemente entronizado como rei de Israel e de Judá. Samuel e
Saul são os outros dois grandes personagens do livro.
Samuel foi o último dos juízes e o primeiro dos profetas. Homem de profunda
piedade e dircenimento espiritual, dedicava-se totalmente à realização dos
propósitos de Deus para o bem de Israel. Embora não descendesse da linha
genealógica de Arão, sucedeu a Eli no cargo sacerdotal. Ao que parece, foi o
primeiro a estabelecer uma instituição para o preparo dos jovens que desejavam
abraçar a vocação profética. Viu-se na contingência de guiar a Israel em algumas
das mais profundas crises de sua história; no desempenho de suas funções quase
alcança a estatura de Moisés. Embora não tivesse ambições pessoais, achou-se no
papel de "fazedor de reis", comissionado para ungir a Saul, o primeiro rei, e a Davi, o
maior dos reis de Israel.
Saul, o monarca, é um personagem enigmático. Era homem de extraordinária
coragem, contudo lhe faltava a perseverança, ingrediente essencial para a
grandeza. A inconstância de seu temperamente empanou todas as suas relações
pessoais, e um medo mórbido de que surgissem possíveis rivais embargou-lhe a
mente e afetou seu raciocínio. De origem humilde, foi chamado a desempenhar a
função mais elevaqda da nação. Finalmente, sem haver alcançado o êxito que lhe
desse direito de ser sepultado em um túmulo real, seus ossos foram devolvidos à
sua terra de origem.

AUTOR
Em nenhuma parte se nos diz quem escreveu estes livros. A declaração constante
de I Crônicas 29:29 sugere-nos de modo vigoroso que Samuel escreveu de co-
autoria com Natã e Gade.

12
I Reis
Chave: Realeza

Comentário:
Em parte alguma se diz com clareza qual o propósito destes livros. Porém, mesmo
uma leitura casual deixará bem claro que o escritor se propõe demonstrar que
embora Israel tivesse uma aliança com Deus, a maior parte de seus reis havia
rejeitado e ultrajado as obrigações inerentes a tal aliança.
Passa-se em revista tanto os reis de Judá como os de Israel, e até onde possível,
são tratados segundo a época em que viviam. O valor de cada rei é determinado
mediante comparação com dois reis de épocas anteriores. O rei Davi que se
manteve bastante fiel à aliança, e o rei Jeroboão de Israel, que menosprezou, a
referida aliança.
A comparação, feita desta forma, demonstra se um determinado rei "andou em todo
o caminho de Davi seu pai", ou andou em "todos os caminhos de Jeroboão, filho de
Nebate". É evidente que o escritor dos livros dos Reis descobriu que sobre estas
bases foram muito poucos os reis de Israel ou de Judá que guardaram a aliança com
Deus. Exceções notáveis são Asa (I Reis 15), Josafá (I Reis 22), Ezequias (II Reis
18-20), e Josias (II Reis 22-23), e mesmo estes tinham falhas.
Davi foi o rei que mais se aproximou do ideal. Pouco antes de morrer, aconselha seu
filho Salomão a guardar os preceitos do Senhor (I Reis 2:3). Essa conduta é a única
esperança de prosperidade e paz. O afastamento desse caminho, dessa conduta,
equivalia a expor-se ao juízo divino.
Autor:
Não se sabe quem seja o autor dos livros dos Reis. Sabe-se que tinha acesso aos
anais escritos, tais como o "livro dos sucessos de Salomão"(I Reis 11:41), o "livro
das crônicas dos reis de Israel" (I Reis 14:19), e o "livro das crônicas do rei de Judá"
(I Reis 14:29), que eram provavelmente documentos oficiais. Talvez tivesse acesso
a outras fontes anteriores, possivelmente compilados por alguns dos profetas.

13
II Reis
Chave: Realeza

Comentário:
Em parte alguma se diz com clareza qual o propósito destes livros. Porém, mesmo
uma leitura casual deixará bem claro que o escritor se propõe demonstrar que
embora Israel tivesse uma aliança com Deus, a maior parte de seus reis havia
rejeitado e ultrajado as obrigações inerentes a tal aliança.
Passa-se em revista tanto os reis de Judá como os de Israel, e até onde possível,
são tratados segundo a época em que viviam. O valor de cada rei é determinado
mediante comparação com dois reis de épocas anteriores. O rei Davi que se
manteve bastante fiel à aliança, e o rei Jeroboão de Israel, que menosprezou, a
referida aliança.

Autor:
Não se sabe quem seja o autor dos livros dos Reis. Sabe-se que tinha acesso aos
anais escritos, tais como o "livro dos sucessos de Salomão"(I Reis 11:41), o "livro
das crônicas dos reis de Israel" (I Reis 14:19), e o "livro das crônicas do rei de Judá"
(I Reis 14:29), que eram provavelmente documentos oficiais. Talvez tivesse acesso
a outras fontes anteriores, possivelmente compilados por alguns dos profetas.
O compilador final deve ter vivido depois da queda de Judá no ano 596 a.C., visto
que registra o livramento de Joaquim, por volta do ano 560 a.C. (II Reis 25:27-30).
Pelo interesse que demonstra na aliança, podemos conjeturar que se tratava de um
profeta aproximadamente contemporâneo de Jeremias, e que escreveu na primeira
metade do século dezesseis antes de Jesus Cristo.

14
I Crônicas

Comentário:
Nas Escrituras hebraicas, nossos dois livros das Crônicas formavam originalmente
um só. Os tradutores da Versão dos Setenta (cerca do ano 220 a.C.) foram os
primeiros a fazer a divisão. Jerônimo (morto no ano 420 d.C.) adotou esta divisão na
Vulgata Latina. Tinha por título a frase hebraica "Dibrey hay-yamim", que significa
"atos dos dias", ou relato dos acontecimentos diários. A Versão dos Setenta, ou
Septuaginta, denomina os livros das Crônicas Paraleipomena, que quer dizer "coisas
omitidas" nos livros de Samuel e dos Reis. Contudo, os livros das Crônicas se
ocupam dos mesmos fatos que estes livros, porém os apresenta com um propósito
diferente e de outra forma. O título Crônicas foi adotado do termo Chronicon,
empregado por Jerônimo. É um nome apropriado.
Parece evidente que quando o cronista se propõe abranger o mesmo terreno que os
livros de Samuel e dos Reis, deseja apresentar os fatos segundo seu próprio ponto
de vista da história do povo de Deus, desde os dias de Samuel até ao cativeiro. A
nação necessitava de reconstruir-se sobre sólidos alicerces espirituais, visto que o
longo cativeiro havia produzido uma séria brecha no que respeita aos ideais e
tradições de seu próprio povo. Anteriormente, haviam pertencido a uma teocracia, na
qual se esperava que os dirigentes civis e religiosos honrassem e obedecessem
tanto à verdade divina como a lei.

Autor:
Os livros das Crônicas, de Esdras e de Neemias estão intimamente relacionados, e
refletem o mesmo espírito. Crônicas é o antecedente dos outros dois, e se ocupa
dos acontecimentos ocorridos depois do cativeiro. O Talmude, e a maior parte dos
escritores judeus, bem como os pais da igreja cristã, atribuem os livros das Crônicas
a Esdras. Os livros das Crônicas e de Esdras são semelhantes no que respeita à
linguagem e ponto de vista. Têm-se feito objeções no sentido de que as Crônicas
contêm relatos de acontecimentos posteriores à época de Esdras.

15
II Crônicas

Comentário:
Nas Escrituras hebraicas, nossos dois livros das Crônicas formavam originalmente
um só. Os tradutores da Versão dos Setenta (cerca do ano 220 a.C.) foram os
primeiros a fazer a divisão. Jerônimo (morto no ano 420 d.C.) adotou esta divisão na
Vulgata Latina. Tinha por título a frase hebraica "Dibrey hay-yamim", que significa
"atos dos dias", ou relato dos acontecimentos diários. A Versão dos Setenta, ou
Septuaginta, denomina os livros das Crônicas Paraleipomena, que quer dizer "coisas
omitidas" nos livros de Samuel e dos Reis. Contudo, os livros das Crônicas se
ocupam dos mesmos fatos que estes livros, porém os apresenta com um propósito
diferente e de outra forma. O título Crônicas foi adotado do termo Chronicon,
empregado por Jerônimo. É um nome apropriado.
Parece evidente que quando o cronista se propõe abranger o mesmo terreno que os
livros de Samuel e dos Reis, deseja apresentar os fatos segundo seu próprio ponto
de vista da história do povo de Deus, desde os dias de Samuel até ao cativeiro. A
nação necessitava de reconstruir-se sobre sólidos alicerces espirituais, visto que o
longo cativeiro havia produzido uma séria brecha no que respeita aos ideais e
tradições de seu próprio povo. Anteriormente, haviam pertencido a uma teocracia, na
qual se esperava que os dirigentes civis e religiosos honrassem e obedecessem
tanto à verdade divina como a lei.
Autor:
Os livros das Crônicas, de Esdras e de Neemias estão intimamente relacionados, e
refletem o mesmo espírito. Crônicas é o antecedente dos outros dois, e se ocupa
dos acontecimentos ocorridos depois do cativeiro. O Talmude, e a maior parte dos
escritores judeus, bem como os pais da igreja cristã, atribuem os livros das Crônicas
a Esdras. Os livros das Crônicas e de Esdras são semelhantes no que respeita à
linguagem e ponto de vista. Têm-se feito objeções no sentido de que as Crônicas
contêm relatos de acontecimentos posteriores à época de Esdras. Poderíamos muito
bem aceitar Esdras como o principal autor (ou compilador), mesmo quando
pudessem ter sido feitas algumas adições mais tarde. Muitos exegetas
conservadores não vêem necessidade de reconhecer tais acréscimos.

16
Esdras

Comentário:
Este livro contêm quase tudo o que se sabe da história dos judeus entre o ano de
538 a.C., quando Ciro, o persa, conquistou Babilônia, e o ano de 457 a.C., quando
Esdras chegou a Jerusalém. Note-se a conexão de 1:1-3 com o final do livro das
Crônicas.
Observa-se que a mão de Deus faz que o rei Ciro permita aos judeus regressar do
exílio babilônico a fim de reconstruir o templo em ruínas (1:1-11). Contudo, muitos
foram os judeus que preferiram as comodidades da civilização babilônica às
vicissitudes da Judéia açoitada pela pobreza (2:1-70). Os que voltaram, começaram
a dar preeminência a Deus (3:1-13), embora tenham permitido que o inimigo fizesse
paralisar a reedificação do templo e da cidade (4:1-24). Decorridos dezesseis anos,
verificou-se o avivamento em virtude da pregação de Ageu e de Zacarias, e o templo
foi completado por volta do ano de 516 a.C., a despeito de novas oposições (5:1 -
6:22).
No ano de 437 a.C. interrompe-se um silêncio de quase sessenta anos, com a
chegada de Esdras (7:1-10), comissionado pelo rei persa para ensinar a lei judaica e
pô-la em vigor (7:11-28). Esdras reuniu uma nova geração de exilados para o
acompanharem e realizou a perigosa viagem sem escolta (8:1-36). Quase de
imediato se vê às voltas com o problema suscitado pelos casamentos entre judeus e
pagãos, e depois de oração e confissão, pôde conseguir o apoio da maioria do povo
mediante um profundo exame deste escândalo, inspirando as pessoas a fazerem
uma nova aliança com o Senhor (9:1 - 10:44).
Autor:
Não se conhece o autor ou compilador deste livro, mas poderia ser o próprio Esdras.
Empregou documentos existentes para fazer uma crônica dos acontecimentos que
ele não presenciou pessoalmente. Duas seções do livro estão escritas em aramaico
(4:8 - 6:18 e 7:12-26). Este idioma semítico era empregado comumente em todo o
Oriente Próximo naquela época.

17
Neemias
Chave: Restauração

Comentário:
Este livro leva-nos uma lição quando ao sacrifício, à oração e à tenacidade.
Neemias, o personagem principal, renunciou a um cargo de responsabilidade e bem
remunerado perante o rei da Pérsia, no ano de 445 a.C., a fim de construir os muros
de Jerusalém e congregar os judeus como nação (1:1 - 3:32). Seus trabalhos
provocaram a intensa oposição de homens poderosos, mas Neemias se sobrepôs às
ameaças, adotando sábias medidas defensivas (4:1-23). Solucionou a falta de
unidade interna enfrentando o problema mediante exemplo pessoal digno (5:1-19), e
resolveu as acusações falsas mediante discernimento e coragem (6:1-14).
Terminada a reconstrução dos muros, tomou medidas para que a cidade estivesse
plenamente habitada (6:15 - 7:73), mas, acima de tudo, tomou providências para
que Esdras lesse a lei a fim de que o povo pudesse reger sua vida por ela (8:1-18).
Ele e o povo confessaram os pecados nacionais, buscaram o perdão divino, e
renovaram a aliança com Deus (9:1 - 10:39). Foi trazida gente da cidade, fizeram-se
preparativos para os cultos de adoração, e os muros foram consagrados (11:1 -
12:47). Mas com o decorrer dos anos, o fervor do povo começou a declinar, e
Neemias viu-se forçado a introduzir novas reformas, mesmo em face da oposição.
(13:1-31).
O livro mostra a necessidade da oração e de uma atitude firme na obra de Deus. As
orações de Neemias constituem um excelente estudo.

Autor:
Acredita-se, em geral, que Esdras e Neemias constituíam originalmente um só livro.
O compilador emprega aqui as memórias pessoais de Neemias, bem como outros
materiais.

18
Ester
Chave: Providência

Comentário:
O livro de Ester descreve graficamente as lutas vitoriosas dos judeus dispersos,
durante o período do rei persa Assuero, contra as iníquas conspirações de certo
primeiro-ministro por nome Hamã. Embora nunca se mencione neste livro o nome de
Deus, sua mão se manifesta continuamente em todos os pormenores circunstanciais
da narrativa. Ester, por sua beleza, é escolhida rainha em lugar de Vasti;
Mardoqueu, em virtude de sua capacidade, toma o lugar de Hamã no cargo de
primeiro-ministro. Todos os personagens desde o rei até ao escravo obsequioso,
desempenham seu papel no momento oportuno. Hamã é encarnado do mal;
Mardoqueu, a essência da bondade; Assuero, inflexível, possui também traços
vigorosos. Ester, prima de Mardoqueu e sob a tutela deste, converte-se na heroína
da história devido à sua boa vontade de arriscar a vida e sua posição, a pedido de
Mardoqueu, em benefício de seu próprio povo em época de profunda necessidade.

Autor:
Não se pode conseguir evidência certa com respeito ao autor do livro de Ester. A
paternidade literária tem sido atribuída a vários personagens (Esdras, Joaquim,
Mardoqueu, homens da Grande Sinagoga).
Intrinsecamente nada há de improvável em se atribuir o livro a Mardoqueu,
destacado personagem guardador dos fatos principais narrados no livro.
Diferentemente das obras de ficção e romance, o livro de Ester está profundamente
saturado de história e documentado com datas específicas. Este livro, à semelhança
da profecia de Ageu (1:1, 15; 2:1, 10, 20) está datado segundo o reinado de
Assuero, a quem se identifica comumente como Xerxes I (485 a 465 a.C.) da
antiguidade. Segundo escavações realizadas na era moderna, em Susã, tem-se
comprovado de forma substancial a exatidão do autor, que deve ter tido
conhecimento pessoal do povo e da história.

19

Chave: Provação

Comentário:
A apresentação claramente visível do livro - prólogo, discurso e epílogo, além dos
ciclos dentro dos próprios discursos - demonstra-nos que se trata de uma
interpretação teológica de certos acontecimentos da vida de um homem chamado
Jó. Do começo até ao fim o autor procura com diligência responder a uma pergunta
básica. Qual é o significado da fé?
Chefe tribal de extraordinária piedade e integridade, Jó é abençoado por Deus com
prosperidade terrena que o converte no homem "maior do que todos os do oriente"
(1:3). De repente, Jó sofre vários reveses de fortuna. Vítima de uma série de
grandes calamidades, vê-se privado primeiro de seus bens e de seus filhos (1:13-
19). Seu corpo se cobre de uma enfermidade repulsiva (2:7). Três amigos, que se
apresentam com a intenção evidente de consolar Jó, insistem em que seu
sofrimento é castigo pelo pecado , e por isso mesmo, seu único recurso é o
arrependimento. Mas Jó repudia com veemência esta solução, afirmando sua
integridade, e admitindo ao mesmo tempo sua incapacidade de entender sua própria
condição. Outro amigo, Eliú, sugere que Jó está passando por um período de
disciplina de amor ordenada por Deus, para impedi-lo de continuar pecando. Jó
rejeita também esta interpretação.
Conquanto o tema do sofrimento e suas causas seja predominante no livro, este
preenche um fim mais amplo na mente do autor: o de demonstrar que a certeza da
fé não depende das circustâncias externas nem das explicações conjeturais, mas do
encontro da fé com um Deus onipotente e onisciente.

Autor:
O livro não nos dá indicações certas do autor nem do tempo em que foi escrito.
Embora muitos, atualmente, afirmem que foi escrito no exílio ou em época pós-exílio
(sexto a terceiro século a. C), tradicionalmente tem-se fixado a data na época dos
patriarcas (século XVI a.c.), ou nos dias de Salomão (século X a.C.).

20
Salmos

É o Livro de louvores de Israel.

Comentário:
Os Salmos, metade dos quais é atribuída por suas inscrições a Davi, o suave cantor
de Israel, em geral procedem da idade áurea de Israel, por volta do ano 1000 a.C.
Sem a menor dúvida, alguns foram escritos mais tarde, na época do cativeiro (por
exemplo, o Salmo 137). Os salmos expressam verdades profundas num estilo
poético, com a intenção de penetrar os recônditos do coração. Devem ensinar-nos
que o conhecimento intelectual não é suficiente; o coração deve ser alcançado pela
graça redentora de Deus. A poesia hebraica não consiste no rítimo, mas
principalmente na repetição de pensamentos apresentados em cláusulas paralelas,
como, por exemplo: "Não nos tratou segundo os nossos pecados, nem nos retribuiu
segundo as nossas iniquidades" (103:10). Se prestarmos atenção a este
paralelismo, poderemos, às vezes, interpretar palavras obscuras mediante o paralelo
mais claro. Outro recurso que se emprega com freqüência no artifício poético é a
dramatização. Davi não escreve para si próprio. Escreve para outros. O salmista
escreve para todos nós, e podemos apropriarmos de que aqui também Davi escreve
às vezes na primeira pessoa do singular; não obstante isso, proporciona-nos
pormenores vividos das experiências do Messias.
Autor:
Segundo os títulos, Davi foi o autor de 73 salmos; Asafe, de 12. Os filhos de Coré,
11; Salomão, 2; Moisés e Etã um cada um. No caso de 50 salmos, não se menciona
seu autor. A versão dos Setenta ou Septuaginta acrescenta Ageu e Zacarias como
autores de 5 salmos.

21
Provérbios
Chave: Sabedoria

Comentário:
Entre os Provérbios, a sabedoria começa em Deus; sua centralidade, sua situação
básica é dada por sentada em todo o livro. Os sábios se colocam em um mesmo
nível. Trata-se dos que confiam em Deus, que o conhecem, que refletem esta
confiança e este conhecimento mediante sua conduta reta e amorosa para com seus
semelhantes, de acordo com princípios divinamente aprovados. O bom e o mau
estão vinculados com a recompensa e com o castigo, uma vez que Deus incorpora
em si mesmo o amor e a justiça , de modo que deve promover o bem e evitar o mal.
Os padrões positivos e negativos do livro dos Provérbios proporcionam-nos uma
prova valiosa de conduta pessoal
Autor:
Provérbios 1:1 e 2 citam Salomão como seu principal autor, 10:1 - 22:16 são
diretamente seus. Incorporou o primeiro grupo de "palavras" em 22:17 - 24:22
("minha ciência", 22:17); e a passagem de 24:23-24 foi, talvez, acrescentada por ele,
ou pelos homens de Ezequias, juntamente com a segunda série de Salomão,
capítulos 25 a 29. Os discursos, capítulos 1 a 9, não têm data, porém existia um bom
precedente oriental antiqüissimo que justificaria o fato de Salomão os antepor como
uma introdução aos provérbios principais. Os poemas de Agur, de Lemuel, e da
esposa virtuosa não têm data conhecida, mas poderiam ter sido acrescentados
anteriormente, no tempo de Ezequias, embora talvez mais tarde. Assim, a data mais
antiga para o livro dos Provérbios seria o reinado de Ezequias, imediatamente
depois do ano 700 a.C., ou, quem sabe, algum tempo depois.
A literatura proverbial escrita já era antiga no Oriente Próximo: e estudos recentes
(nem todos publicados) de contactos lingüisticos e fundos literários da região norte
de Canaã, do Egito, da Mesopotâmia e de países heteus, ou hititas, indicariam que o
livro de Provérbios foi escrito na primeira metade do primeiro milênio antes de Cristo.

22
Eclesiastes
Chave: Vaidade
Quem é Eclesiastes? A palavra significa "homem de assembléia", podendo ser o
homem que convoca uma assembléia religiosa (Números 10:7), ou aquele que é seu
porta-voz ou pregador. Nosso porta-voz não é um sacerdote que fizesse uso da lei,
nem um profeta que fizesse uso da palavra, mas um sábio que fazia uso do
conselho (Jeremias 18:18), grande parte de cuja obra se assemelha ao livro dos
Provérbios.
De 1:1 se deduz geralmente que se trata de Salomão, o primeiro dos sábios de
Israel (12:9, 11; também I Reis 3:12; 4:29-34); pelo menos, pensava-se que parte do
livro refletia as experiências do Sábio.
Entretanto, poderíamos perguntar se Salomão, o terceiro rei de Israel, empregou
alguma vez em sua história o tempo gramatical pretérito para dizer: "Fui rei sobre
Israel em Jerusalem" (1:12). Teríamos confessado, como ele o fez, que a sabedoria
"ainda estava longe de mim"(7:23)? Quando este pregador escreveu?
Evidentemente, quando a nação de Israel vivia angustiada sob o jugo do opressor
(possivelmente a Pérsia, entre os anos 444 e 331 a.C.) A quem se dirige o livro?
Embora escrito em hebraico, os traços distintivos de Israel são poucos. Nunca se
emprega o nome de Deus associado com o concerto ou aliança; Israel é
mencionado uma única vez. O autor fala aos filhos dos homens, e por fim à
humanidade toda. Apontado para a estultícia natural do homem e sua ignorância,
prepara o caminho para a sabedoria e para a luz do evangelho.
Por que este livro consta do cânon? Os rabinos punham em dúvida a consequência
do escritor, porém o livro já figurava em suas Bíblias. Não vemos aqui um otimismo
cego: existem muitíssimos problemas sérios da vida para justificar otimismo. Não
vemos aqui, tampouco, um pessimismo cínico, visto que o autor é crente no Deus da
justiça (8:12, 13). Temos aqui um penetrante realismo que faz frente à alegria e à
fúria, aos triunfos e às derrotas, um jogo de luz e sombras, e termina afirmando que
tudo é vaidade (1:2; 12:8); contudo, paradoxalmente, a vida toda do homem deve
reverenciar e obedecer a Deus, uma vez que é a ele que finalmente prestaremos
contas (12:13, 14).

23
Cantares de Salomão

Comentário:
O livro descreve o amor e casamento de Salomão (chamado o amado) com uma
jovem camponesa (denominada sulamita). Compõe-se totalmente de discursos
pronunciados principalmente pela sulamita e por Salomão. Visto como se trata de
poesia oriental antiquíssima, difere basicamente da forma como um escritor devoto
da atualidade poderia apresentar as mesmas idéias básicas. Descreve a beleza do
amor puro entre uma mulher e um homem, amor que se aprofunda numa devoção
recíproca e imperecível. A mensagem fundamental é a pureza e o caráter sagrado
do amor no casamento - mensagem muito necessária em nossos dias de tantas
promessas matrimoniais quebradas e de divórcios fáceis.
Ao mesmo tempo, os Cantares de Salomão lembram-nos que o que sustenta todo o
amor humano puro é o maior e mais profundo de todos os amores - o amor de Deus,
que sacrificou a seu Filho para redimir os pecadores, e do amor do Filho de Deus
que sofreu e morreu por sua esposa, a igreja. Cantares de Salomão não é alegoria
nem tipo, mas uma parábola do amor divino que constitui o pano de fundo e a fonte
de todo o verdadeiro amor humano.

Autor:
O título (1:1) diz que Salomão é o autor. Isto está de acordo com o conteúdo do livro,
especialmente a descrição da natureza. Até agora ninguém apresentou um caso
convicente contra a paternidade literária de Salomão. Foi rei de Israel entre os anos
973 a 933 a.C., aproximadamente.

24
Isaías

Comentário:
Isaías é merecidamente conhecido como o profeta evangélico, visto que nos
proporciona a mais ampla e clara exposição do evangelho de Jesus Cristo registrada
no Antigo Testamento. Semelhante, em determinados aspectos, à epístola aos
Romanos no Novo Testamento, Isaías serve de compêndio das grandes doutrinas
da era pré-cristã, e se ocupa de quase todos os pontos cardiais na escala da
teologia. Acentua de modo especial a doutrina de Deus, sua onipotência, sua
onisciência e seu amor redentor. Em confronto com os deuses imaginários dos
adoradores pagãos de ídolos, Deus se revela como o verdadeiro Deus, o Soberano
Criador do Universo, que ordena todos os acontecimentos da história de acordo com
um plano-mestre que ele próprio estabeleceu. Mediante a demonstração de sua
autoridade e inspiração de sua Palavra, cumpre maravilhosamente as predições
pronunciadas muito antes pelos profetas.
Autor:
Isaías, filho de Amós, provinha, ao que parece, de uma rica e respeitável família de
Jerusalém, visto que não somente se registra o nome de seu pai, mas ainda
desfrutava de estreita relação com a família real e com os mais altos funcionários do
governo. Embora, talvez, tenha iniciado seu ministério profético no final do reinado
de Uzias, menciona o ano da morte deste rei, provavelmente 740 a.C, como a época
em que recebeu a unção e incumbência especial de Deus no templo (capítulo 6).
Foi-lhe ordenado que pregasse com intrepidez e de modo inflexível uma mensagem
de advertência e denúncia contra seu povo, pela impiedade de conduta e pela
idolatria, chamando a nação para um sincero arrependimento e reforma. O idólatra
rei Acaz odiou-o e criou-lhe obstáculos, mas foi favorecido e respeitado pelo rei
Ezequias (716-698 a.C.), o qual, contudo, não levou em conta as advertências do
profeta contra a aliança com o Egito, Isaías foi, provavelmente, martirizado pelo rei
Manassés, brutal e depravado filho de Ezequias, isso por volta do ano 680 a.C.

25
Jeremias

Chave: Advertência

Comentário:
O prolongado ministério de Jeremias, que durou mais de quarenta anos, estendeu-
se desde o ano de 625 a.C. até poucos anos depois que Judá deixasse de ser um
estado, no ano de 586 A.C. Mais de cinquenta nos de apostasia religiosa sob o
reinado de Manassés foram, finalmente, seguidos de uma reforma religiosa no
governo de Josias (621-607) a.C.). Jeremias apoiou a reforma com entusiasmo até
perceber que o coração do povo não mudava. Dois anos após a morte de Josias, a
batalha de Carquemis (605 a.C.) consolidou o domínio babilônico sobre a Ásia
Ocidental. A partir daí, Jeremias defendeu a submissão a Babilônia, porém não teve
êxito. Por causa da administração dos últimos quatro reis de Judá, dos vinte e um
anos de apostasia religiosa e fraqueza política, tornou-se inevitável a queda de
Jerusalém no ano de 586 a.C. e o conseqüente exílio.
As angustiosas circunstâncias sob as quais Jeremias trabalhava e a extraordinária
extensão com que a idolatria tomara o lugar da religião revelada em Judá
manifestam-se com clareza nas predições de Jeremias. Igualmente, a angústia
espiritual de Jeremias é causada por esta apostasia. Os capítulos 2 a 13 capacitam-
nos a reconstruir as condições em que ele profetizava, enquanto os capítulos 14 a
33 nos revelam sua consciência de Deus e sua comunhão com ele (leia também 1:1-
19). O guerreiro surge, como atalaia de Deus (34:1 - 45:5) e testemunha de Deus
(46:1-52:34).
Autor:
Não se observa princípio algum na organização das profecias de Jeremias. Os
oráculos sob os últimos cinco reis de Judá não seguem uma linha cronológica. A
ordem dos capítulos, no hebraico, difere da ordem da Versão dos Setenta
(Septuaginta), e nesta Versão se observam consideráveis omissões, conquanto de
escassa importância. Isto nos sugere uma revisão redatorial distinta. Jeremias ditou
as profecias e Baruque as escreveu (36:1-8, 32). O Novo Testamento contém
numerosas referências a Jeremias.

26
Lamentações de Jeremias

Chave: Calamidade

Comentário:
O livro de Lamentações contém um tema principal. Os sofrimentos que recaíram
sobre Jerusalém quando o rei Nabucodonosor capturou a cidade no ano de 586 a.C.
Em uma série de elegias, o autor expressa seu inconsolável pesar pela agonia e
angústia da cidade.
O primeiro lamento descreve e explica as aflições de Jerusalém em termos gerais. O
segundo descreve o desastre em maiores minúncias. Ressalta que a destruição da
cidade é um juízo divino sobre o pecado. Alguns fatores fundamentais deste juízo se
esclarecem no terceiro lamento. O quarto sublinha algumas lições que Jerusalém
aprendeu por meio do juízo. O quinto e último lamento (poderíamos dizer mais
acertadamente oração)descreve como Jerusalém, por causa de seus sofrimentos,
lançou-se à misericórdia divina, esperando que Deus novamente se mostre
misericiordioso para com Israel, agora purificada no cadinho da aflição.
Considerando-se que as Lamentações de Jeremias tratam o sofrimento como
castigo sobre o pecado, o crente afligido tem no referido livro a linguagem de sua
confissão, auto-humilhação e invocação.

Autor:
Desde época antiqüissima, tanto os judeus como os cristãos têm atribuído a
Jeremias o livro das Lamentações. A Versão dos Setenta (Septuaginta) atribui a
autoria do livro a esse profeta, desde o segundo século antes de Cristo, e a Bulgata
o faz desde o quarto século de nossa era. Se dermos por definida a paternidade
literária de Jeremias, o livro das Lamentações converte-se em "suplemento do livro
de Jeremias", que com tanta freqüencia profetizou uma catástrofe como a que o livro
das Lamentações descreve. Jeremias não adota um tom de censura em seu
lamento, como quem diz: "Eu o avisei." Sente a dor das aflições de Jerusalém, e
roga a Deus que não a rejeite para sempre.

27
Ezequiel

Chave: Visões

Comentário:
O Livro de Ezequiel relata a atividade de um profeta durante o exílio na Babilônia. O
profeta dirige suas mensagens a seus compatriotas cativos e também ao povo
hebreu que ainda reside na Palestina. Ambos os grupos permaneceram obstinados
e impenitentes, mesmo depois da captura de Jerusalém levada a cabo pelo rei
babilônio Nabucodonosor, e do exílio de Joaquim, rei de Judá, juntamente com uma
considerável parte da população no ano de 597 a.C. Portanto, Deus atribuiu a
Ezequiel a tarefa de denunciar a casa rebelde de Israel e predizer a destruição de
Jerusalém e a deportação de um número ainda maior. Seis anos depois de Ezequiel
haver começado a pregar, suas palavras se cumpriram. No ano de 586 a.C.,
Nabucodonosor destruiu Jerusalém e levou cativos para a Babilônia quase todos os
sobreviventes. Mas, a despeito da infidelidade de Israel, Deus mostrou-se
misericordioso. Ezequiel recebeu instruções no sentido de proclamar as boas-novas
de que o exílio terminaria e Israel recuperaria sua posição de instrumento da
salvação de Deus para todos os homens.
Autor:
A pessoa de Ezequiel se acha tão imersa na mensagem, que além de seu nome,
pouco sabemos com referência a ele. Somente dois fatos de caráter biográfico
podem deduzir-se do livro: que era filho de Buzi, o sacerdote, e, diferentemente de
seu contemporâneo Jeremias. Ezequiel era casado, mas "o desejo dos teus olhos"
lhe foi tirado de um golpe, enquanto realizava sua missão por ordem de Deus.
Ezequiel tem sido considerado, com freqüencia, uma pessoa severa, insensível.
Tem-se dito que é impessoal, indiferente a seus ouvintes, e só lhe preocupa a
vindicação da glória de Deus, mesmo na proclamação da misericórdia. Conquanto
seus sentimentos não aflorem à superficie, como no caso de Jeremias, a afirmativa
de que ele não é compassivo equivialeria a ir além das evidências. Nem tampouco
podem os críticos radicais justificar suas teorias que afirmam que o profeta sofria de
ataques catalépticos e de paranóia esquizofrênica.

28
Daniel
Chave: Revelação

Comentário:

O livro de Daniel jamais deixou de despertar interesse e de provocar controvérsia


nos círculos teológicos. Ao mesmo tempo, cativa os leitores com relatos de heroísmo
em tempos de grande perigo e tem servido de consolo a multidão de fiéis seguidores
de Deus quando lêem comoventes narrativas de sua presença e bênção.
Os primeiros capítulos de Daniel narram certas experiências dos jovens judeus -
Daniel e seus três companheiros - que fazem parte dos cativos judeus na Babilônia
no século sexto antes de Cristo. A recusa de serem atraídos pelo mundo pagão em
que viviam e os perigos que os ameaçavam por causa de sua fidelidade constituem
a essência do drama. Seus livramentos - Daniel da cova dos leões, e Sadraque,
Mesaque e Abdnego da fornálha ardente - demonstram o poder e o amor de Deus.
Nabucodonosor, orgulhoso e seguro de sua conduta despótica, é humilhado até que
reconheça que a providência de Deus governa inclusive a vida do rei. O drama da
escritura na parede fez que esta frase seja parte proverbial de nosso idioma hoje. O
terrível pecado da arrogância diante de Deus, do qual Belsazar se fez culpado, traz
com certeza a derrota e a morte. As seções narrativas do livro, entre as mais
famosas da literatura, mantêm nosso interesse não somente pelo drama, mas
também por sua vigência toda vez que o materialismo e o paganismo ameaçam
envolver os filhos de Deus.
Autor:
No terreno histórico, tanto o Judaísmo como o Cristianismo têm incorporado o livro
de Daniel no cânon, considerando-o obra autêntica do período acerca do qual afirma
falar, isto é, do sexto século antes de Cristo, escrito por Daniel. Não existe base
científica de nenhuma natureza que justifique afastar-se da aceita tradição judaico-
cristã, no sentido de que o livro foi escrito no século VI a.C., por Daniel.

29
Oséias
Chave: Adultério espiritual

Comentário:
O livro de Oséias apresenta-nos a intensa rogativa de um gigante espiritual,
profundamente consagrado à tarefa de salvar a nação pecadora. Com autêntica
solicitude, o pregador busca, repetidamente, conseguir a convicção e o
arrependimento do povo a fim de que os escolhidos de Deus se sintam obrigados a
voltar ao lar e ali achar o amor, o perdão e a cura. Com fidelidade, Oséias mostra
graficamente os aspectos essenciais da verdadeira religião. Carregando nas tintas,
lida com o pecado e seus resultados trágicos na vida humana, fala do juízo
destrutivo e do inesgotável amor com seus tesouros indizíveis para o homem e para
a mulher, trata da verdadeira natureza do arrependimento, da salvação certa que
será proporcionada e do pleno perdão de Deus a todos quantos se arrependerem
autenticamente com sincera fé. O veemente evangelista conhece seu povo. Sabe
que é derramar lágrimas abundantes enquanto sua esposa infiel chafurda cada vez
mais no pecado. Conhece a profundidade do amor e a boa vontade de amar
sinceramente, de perdoar, de dar as boas-vindas e de restaurar. Tem consciência da
sagrada profundidade do amor no coração de Deus. Dia após dia lança seu desafio
pessoal, penetrante e poderoso aos recalcitrantes pecadores que devem voltar para
Deus.
Autor:
O autor do livro é Oséias, filho de Beeri, de Israel. Profundamente influenciado pelo
profeta Amós, tragicamente ferido pela terrível infidelidade de sua esposa Gomer,
agudamente cônscio dos terríveis pecados de seu próprio povo, sensível à voz de
Deus dirigida a um povo pecador, o profeta roga intensamente enquanto procura
fazer que o povo infiel volte para seu Deus. É o evangelista divinamente escolhido
para persuadir os pecadores empedernidos a que se voltem para um Deus cheio de
amor, que está ansioso por perdoar-lhes e salvá-los. O ministério de Oséias
estendeu-se por vários anos depois do ano de 746 a.C.

30
Joel

Chave: O dia do Senhor

Comentários:
Uma praga de gafanhotos havia devastado a terra de Judá. Enquanto Joel, filho de
Petuel, meditava
nesta calamidade, veio-lhe a palavra do Senhor. Transformou-se em um grande
profeta que proclamava a seu povo as divinas implicações desta catástrofe. O livro,
que traz o seu nome, registra o sermão de Joel nesta ocasião.

O profeta descreve a praga comparando-a a um exército humano que, em seu


avanço, deixa atrás de si terra assolada (1:4-12; 2:2-10). Joel sabe que no ataque
desta praga Deus estava operando. Sim, é o exército do Senhor (2:11), e o dia da
invasão é o dia do Senhor - o dia do juízo de Deus contra um povo pecaminoso
(1:15; 2:1, 11). O profeta insta com o povo a que se converta, e ao mesmo tempo
expressa a esperança de que Deus se arrependa e se abstenha de castigar (1:14;
2:12-17).
Não há dúvida de que o ministério de Joel teve maior êxito do que o de muitos dos
outros profetas, visto como o perdão de Deus (2:18-27) indica que o povo se
arrependeu de coração. "E aquele que é do norte (isto é, os gafanhotos) farei partir
para longe de vós... E restituir-vos-ei os anos que foram consumidos pelo gafanhoto"
(2:20, 25) são promessas que o profeta faz em nome de Deus.
Autor:
A respeito de Joel, filho de Petuel, nada se sabe em definitivo. Joel significava o
Senhor é Deus, e era nome comum, de origem hebraica, no tempo do Antigo
Testamento. As numerosas referências que Joel faz acerca de Jerusalém (1:14; 2:1,
15, 32; 3:1, 6, 16, 17, 20, 21) parecem indicar que ele residia nessa cidade.
Não podemos determinar a data da praga dos gafanhotos, a qual constitui o pano de
fundo histórico deste livro. Há divergências quanto à data em que foi escrito, embora
possamos afirmar que o livro não depende em nada da sua data; sua mensagem se
aplica ao homem de nossos dias.

31
Amós

Comentário:
A grande proclamação feita no início de sua profecia (1:2) fixa o tom da mensagem
de Amós. A voz de Deus, como a de um leão que ruge, será ouvida desde Sião no
dia do juízo. Sob o respeitável manto da prosperidade material, Amós põe a
descoberto a massa putrefata do formalismo religioso e a corrupção espiritual (5:12,
21). Aponta a total indiferença para com os direitos humanos e para com a pessoa
humana (2:6), e assinala a deterioração da moral e da justiça social (2:7, 8). O
profeta tinha um remédio para o mal que ameaçava a vida da nação. O homem
devia buscar a Deus, devia arrepender-se e estabelecer a justiça a fim de poder
viver (5:14, 15). Todavia, para ressaltar o aspecto irremediável da situação, o profeta
Amós adverte que os responsáveis pelo mal que açoitava a terra não se "afligiam"
pelo desastre que se avizinhava (6:6). Em conseqüência, outra coisa não esperava a
Israel senão a destruição (9:1-8). O dia do Senhor não será uma vindicação de
Israel, segundo acreditavam algumas pessoas daquele tempo, mas uma
confirmação das exigências do caráter moral de Deus contra os que o haviam
rejeitado. Somente quando esta verdade fosse reconhecida é que se estabeleceria o
esplendor do reino davídico. Porém esse dia era inevitável (9:11-15). A mensagem
de Amós é, em grande parte, um "clamor de justiça".

Autor:
Natural de Técoa, local situado a vinte quilômetros ao sul de Jerusalém, Amós era
pastor e também cultivava sicômeros (figos silvestres) 1:1; 7:14, 15). Enquanto
cuidava do gado, recebeu o chamado de Deus para exercer o ministério profético.
Profetizou no reino do norte durante breve período na segunda metade do reinado
de Jeroboão II (785-744 a.C.), rei de Israel, e durante o reinado de Uzias (780-740
a.C.), rei de Judá (1:1).

32
Obadias

Chave: Edom

Comentário:
Este pequeno livro resume o significado da relação de Edom e Israel (Esaú e Jacó)
na história da salvação, e ao fazê-lo revela um aspecto do dia do Senhor e do reino
de Deus.
Edom, a nação oriunda de Esaú sempre se revelou hostil a Israel, a despeito dos
laços fraternais existentes, visto que eram filhos de Isaque. Deus confiou a muitos
profetas a mensagem de condenação dirigida contra Edom (Amós, Isaías, Jeremias,
Ezequiel, Malaquias), os quais frenqüentemente chamaram a atenção para o
orgulho e para a auto-suficiência de Edom como as raízes de seu pecado. Em
Obadias, o profeta parece tomar uma profecia de juízo existente contra Edom (vers.
1-4 e frases incluídas nos vers. 5-9) - talvez o mesmo oráculo que aparece em
Jeremias 49:7-22 - e observe-se quão terrivelmente se cumpria e com que justa
retribuição. Obadias relaciona, portanto, este castigo particular com o juízo de todas
as nações no dia iminente do Senhor, quando o remanescente de Israel que
escapou será como esfera de salvação e instrumento do governo de Deus sobre
todas as nações.

Autor:
Com exceção de seu nome (que é comum no Antigo Testamento), nada se sabe do
autor deste livro, o mais curto do Antigo Testamento. Nem se sabe com certeza a
época em que foi escrito. Obadias parece descrever um desastre que sobreveio a
Edom depois da queda de Jerusalém (vers. 5-7). Talvez seja este o primeiro ataque
dos nabateus contra o monte Seir, os quais derrotaram os edomitas em determinada
época compreendida entre os séculos VI e IV (compare Malaquias 1:3, 4). Esta
profecia pertenceria, portanto, à época do exílio ou logo após o regresso.

33
Jonas

Comentário:
Por seu conteúdo e intenção, o livro de Jonas revela a universalidade e a compaixão
da graça divina. Insinua-se este fato em 3:10 e em 4:11 se confirma de modo
inequívoco.
O livro é de caráter biográfico. Começa e termina com o Senhor falando a Jonas. Em
primeiro lugar, Jonas é comissionado para anunciar um juízo; finalmente, o Senhor
faz ver sua misericórdia e sua compaixão. Entre estas duas representações do
caráter de Deus encontramos a resposta de Jonas à justiça e à compaixão divinas.
No princípio Jonas se nega a aceitar a ordem do Senhor, temendo que os pagãos se
arrependam e Deus demonstre misericórdia. O coração magnânimo de Deus, que
perdoa aos pagãos arrependidos, estabelece nítido contraste com o espírito estreito,
intolerante, não perdoador de Jonas.

Autor:
Uma vez que o livro não faz afirmação alguma sobre seu autor, é de supor-se
justificadamente que o autor seja o próprio Jonas. Ele é filho de Amitai (1:1), e sem
dúvida o mesmo filho de Amitai que profetizou durante o reinado de Jeroboão II
(compare-se com II Reis 14:25).

34
Miquéias

Comentário:
Os três primeiros capítulos da profecia de Miquéias declaram os juízos de Deus
contra Israel e Judá, e o desastre iminente que está à espera dessas nações. Os
capítulos 4 e 5 oferecem consolo e esperança em face do que acontecerá no futuro,
quando a casa do Senhor for estabelecida sobre os fundamentos de uma paz
duradoura; um remanescente voltará para Sião, resgatado do cativeiro na Babilônia;
um Libertador procedente de Belém fará que seu remanescente justo se constitua
em bênção para a tera; e a terra será purificada da idolatria e da opressão. Os
capítulos 6 e 7 declaram o caminho da salvação mediante uma analogia de um
pleito ou contenda judicial; o Senhor é o reclamante , Israel o reclamado. Lembrando
a seu povo o livramento do Egito, e falando-lhe da natureza da verdadeira adoração,
Deus deplora seus tesouros de impiedade e de opressão. Esta declaração se faz
seguir pela confissão de culpa da parte de Israel e pela oração, pedindo ao Senhor
que volte e pastoreie seu rebanho como o fez no passado.Miquéias termina com
uma pergunta: "Quem, ó Deus, é semelhante a ti?". Somente ele pode perdoar e
demonstrar compaixão ao povo de sua aliança.

Autor:
Miquéias era natural de Moresete, aldeia localizada perto de Gate, na região
setentrional da Filistia, a trinta e cinco quilômetros ao sudoeste de Jerusalém.
Provavelmente era agricultor. Seu ministério de profeta abrange o reinado de três
reis, desde o ano de 738 até 698 a.C., aproximadamente. Não se menciona o nome
de seu pai, razão por que os estudiosos concluem que sua família era de condição
humilde. Miquéias é mestre consumado no emprego da poesia clássica hebraica.
Defende a causa dos camponeses oprimidos e se põe contra os ricos arrogantes.
Seus apelos em favor da verdadeira religião são igualados somente por Tiago
(compare 6:6-8 com Tiago 1:27).

35
Naum

Chave: Sentença contra Nínive

Comentário:
Naum, livro contrastes, descreve o poderoso imperialismo de uma nação despótica e
pagã, e declara o triunfo certo e final da justiça e soberania de Deus
A causa imediata da profecia foi a premente questão da justiça de Deus e sua
fidelidade às promessas. Assíria, grande potência militar e econômica, havia
dominado os destinos das nações limítrofes, inclusive Judá. Ao impor pesados
tributos e exigir onerosa escravidão, aquela potência havia transformado Judá em
um estado quase vassalo. A fim de proteger-se, Judá estabelecera alianças com
outras nações, esquecendo-se da promessa de Deus de que ele protegeria a nação
bem como seu povo.
Portanto, era fraca a vida nacional de Judá. Sua vida espiritual enfraquecia-se cada
vez mais e sua segurança territorial corria constante perigo por causa das
inscursões de hordas procedentes de Nínive. Surgiu, pois, a pergunta: "Esqueceu-se
Deus de Judá? Por que prospera esta nação perversa da Assíria enquanto nós
sofremos? São vazias as promessas de Deus?" E enquanto Judá não recebia
resposta a tais perguntas, a desesperação se apoderava do povo.
Naum, 1:1.
Pouco sabemos de Naum, excetuando-se o que se nos diz neste breve livro. Seu
nome não é mencionado em nenhuma outra parte das Escrituras Sagradas, com a
possível exceção da linha genealógica citada em Lucas. Tudo o que dele sabemos é
que viveu em Judá, provavelmente em Elcos, localidade que não se pode indicar
com certeza, e que foi contemporâneo de Jeremias. A palavra Naum significa
consolo.
De acordo com os melhores cálculos, o livro foi escrito por volta do ano de 620 a.C.

36
Habacuque
Chave: O justo viverá pela sua fé

Comentário:
Habacuque, o profeta-filósofo, perturba-se com a gravíssima iniqüidade de Judá.
Mas, em contraste com seu contemporâneo Jeremias, sente maior solicitude pela
aparente relutância de Deus em julgar, do que pela falta de arrependimento do povo.
A destruição, a violência e a falta de consideração pelas leis divinas florescem sem
que ninguém as refreie (1:2-4), apesar das ardentes rogativas do profeta pedindo a
intervenção divina.
Deus responde a Habacuque que dentro em breve ele receberá a resposta; os
ferozes e impios caldeus (babilônios) serão a vara de Deus que açoitará a Judá
diante dos próprios olhos de Habacuque (1:5, 6).
Em vez de aliviar a carga do profeta, esta resposta torna-a mais pesada, ficando
Habacuque angustiado por um novo e mais espinhoso problema: Como pode Deus,
cujos olhos são tão puros que não podem contemplar o mal, permanecer em silêncio
enquanto uma nação ímpia, sedenta de sangue, destrói uma nação mais justa que
ela (1:13)? O profeta procura um lugar solitário para esperar a resposta de Deus
(2:1).
A resposta vem mediante uma das mais sublimes declarações das Escrituras
Sagradas: o justo pela sua fé (ou fidelidade) viverá; o justo será preservado no dia
da angústia, porque dependeu de Deus, o que faz que se possa depender dele;
certa e repentina será a retribuição dos invasores cheios de soberba, que
compreenderão que a tirania não faz sentido e a idolatria é uma inutilidade (2:6-19).
A resposta finaliza com um mandamento de silêncio universal diante do Deus
soberano (2:20).
Autor:
Nada se sabe acerca do profeta Habacuque, excetuando-se as qualidades pessoais
que podemos discernir em seus escritos. Várias datas têm sido sugeridas para este
livro, mas o período mais provável é o que se encontra entre o ano de 605 a.C., data
da vitória de Nabucodonosor sobre os egípcios em Carquemis, Síria, e o ano de 597
a.C., quando os exércitos babilônios invadiram Judá.

37
Sofonias

Comentário:
Sofonias, verdadeiro profeta do Senhor, defronta-se com Judá, nação corrupta e
ímpia. Embora identificada com o povo escolhido, essa nação não podia perdurar,
uma vez que o Senhor é um Deus justo que não faz acepção de pessoas. Distante,
ao nordeste, achava-se a poderosa Assíria, que o Senhor utilizaria como seu
instrumento para trazer a destruição a Judá. Com esta destruição seria vindicada a
justiça do Senhor. Tratava-se, sem dúvida, do dia do Senhor.
Sofonias procura inspirar em seus ouvintes o temor daquele dia, e lhes roga que se
arrependam. Mostra que mediante o juízo, Deus demonstraria misericórdia para com
aqueles a quem o Senhor tem a intenção de libertar. O remanescente puro, quando
for libertado, entoará louvores ao Deus justo que habita em seu meio.

Autor:
Esta breve profecia diz ser a revelação de Sofonias que profetizou depois da ruína
de Israel, durante o reinado de Josias. Provavelmente suas mensagens foram
pronunciadas antes das reformas de Josias, visto como descrevem um povo
desesperadamente mau, que não busca ao Senhor.

38
Ageu

Comentário:
A profecia de Ageu, que pertence ao período pós-exílio, é um apelo dirigido às
autoridades e ao povo para que retomem a constução do templo, após dezesseis
anos de interrupção e atrasos. O profeta é implacável ao expor a opinião falsa, mas
predominante, de que a obra de Deus é de caráter secundário e deve esperar até
que primeiro se resolvam os problemas econômicos. Demonstra que tais problemas
constituem o juízo pelo descuido do primeiro. Quanto tanto os dirigentes como o
povo respondem ao seu apelo, assegura-lhes que receberão a ajuda de Deus,
anima-os em face de comparações odiosas, e lhes promete melhoria nas
circunstâncias materiais agora que se cumpriram a vontade e a obra de Deus.
Termina sua mensagem confirmando a escolha divina do governador Zorobabel, e
apontando seu significado messiânico.

Autor:
A profecia está cuidadosamente datada (520 a.C.), e indiscutivelmente isto se deve
à pena de Ageu, cujo nome traz e a quem se faz referência em associação com
Zacarias em Esdras 5:1 e 6:14. Exceto sua parte na reconstrução do templo, nada
sabemos de sua vida ou de seu caráter. Seu estilo direto, franco, adapta-se
admiravelmente à sua missão prática de censurar e estimular.

39
Zacarias

Comentário:
Zacarias, profeta contemporâneo de Ageu, consagrou-se como este à tarefa de
promover a obra do templo. Suas mensagens escritas formam um vínculo
significativo entre os profetas anteriores, a cujo ministério faz referências (1:6), e as
fases posteriores da obra redentora de Deus acerca da qual seu livro dá eloqüente
testemunho. Dessa forma o profeta nos ajuda, mediante um rico conteúdo bíblico, a
aguardar com ansiedade o dia em que se estabelecerá por completo o reino de
Deus, e encher nosso coração de jubilosa expectação concernente a esse dia.

Autor:
Conquanto os oito primeiros capítulos do livro sejam atribuídos a Zacarias, no ano
de 520 a.C., a data dos capítulos 9 a 14 é motivo de controvérsia, e muitos negam
que Zacarias os tenha escrito. Embora seja difícil chegar a uma conclusão com
absoluta certeza, pode afirmar-se que as semelhanças de atitude entre as duas
partes nos sugeririam a unidade de origem deste livro. Zacarias, que iniciou seu
ministério no ano de 520 a.C., poderia muito bem ter vivido até presenciar as
importantes vitórias alcançadas pela Grécia sobre os persas nos anos de 490 a 480
a.C. Essas vitórias poderiam apontar para a futura dominação grega.

40
Malaquias

Comentário:
Como porta-voz de Deus, Malaquias se apresenta em uma das épocas mais
decisivas da história. A terra tivera muitos profetas, mas o ambiente cultural que
cercava o profeta não trazia as marcas da obra realizada por aqueles homens. Os
sacerdotes eram corruptos (1:6 - 2:9), e o povo, salvo algumas exceções, não era
melhor (2:10 - 4:3). Deus, porém, ainda governava de seu trono. Era soberano. Era o
pai (1:6), o senhor (1:6), o grande rei (1:14), o príncipe celestrial (implícito em 1:8), o
doador das alianças e dos mandamentos (2:5; 4:4). Como Deus do Juízo, ele havia
causado a desolação de Edom (1:3, 4). Sua maldição recaia sobre os sacerdotes
desleais (1:14; 2:2, 3, 9) e sobre os que o haviam roubado (3:9). Cortaria os que se
haviam casado com pagãos (2:12). O juízo seria repentino (2:17 - 3:5). O dia do
Senhor consumiria os maus (4:1, 3). Entretanto, como Deus da graça, abençoaria o
remanescente fiel, visto que uma história de graça respaldava seu amor a Jacó (1:2),
sua aliança com Levi (2:4, 5), sua pasciência para com os filhos de Jacó (3:6), seu
oferecimento aos que não haviam sido mordomos fiéis (3:10), o livro memorial
(3:16), o nascimento do Sol da Justiça (4:2) e a prometida vinda de Elias (4:5, 6).
Vinha o dia do Senhor, diz-nos Malaquias. Seria um dia glorioso para os justos (3:16,
17; 4:2, 3), mas um dia de destruição para os iníquos (4:1, 3). Contudo, podem ler-se
nas entrelinhas as seguintes palavras: "Convertei-vos, convertei-vos dos vossos
maus caminhos, pois por que razão morrereis, ó casa de Israel" (Ezequiel 33:11).

Autor:
Não se sabe com certreza se Malaquias é o nome de uma pessoa, ou significa antes
meu mensageiro, ou um missionário. Acredita-se, contudo, que se trata
provavelmente do profeta que escreveu o livro. Malaquias foi, talvez, escrito em
torno do ano de 425 a.C., visto como descreve as condições existentes na época da
segunda chegada de Neemias a Jerusalém, no ano de 432 a.C.

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