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Universidade Federal de Minas Gerais – Faculdade de Letras

Questões de Teoria da Literatura


Estudante: Guilherme Betta Regis

GELLNER, Ernest. Pós-modernismo e relativismo. In: Pós-Modernismo, razão e


religião. Trad. Susana Sousa e Silva. Lisboa: Instituto Piaget, 1999, p. 39-62.

Ernst Gellner inicia seu texto ironizando o que ele chama de pensamento pós-moderno,
vendo em determinados autores, os quais ele não cita, uma “moda” que em sua
atmosfera pairam ideias de que “tudo é texto” e de que “os significados existem para
serem descodificados ou “desconstruídos”” ainda que não exista um manifesto ou algo
que o valha para que consultar a legitimidade das ideias, chamadas por ele, de pós-
modernistas. (Pag. 40)
O autor continua o seu texto afirmando que não entende muito bem o que ou quais são
as ideias do movimento pós-modernista, e conclui, de forma curiosa, que alguns termos
e modos do fazer científico que defende são atacadas pelos pós-modernos de
positivismo, dentre elas a generalização à luz de certa razão científica, algo de fato
positivista, que acabam dando lugar à “inacessibilidade do outro e dos seus
significados”. (Pag. 40)
Adiante, a respeito das ideias de a desconstrução dos significados que venha mostrar os
seus opostos e suas contradições o autor afirma que "se essa tarefa tem de ser cumprida
é preferível que o seja por outro qualquer que não eu, pois não me sinto muito
confortável em terrenos tão elevados, ou profundos". (Pag. 41). O que parece mostrar a
que veio o autor, que ironiza alguns conceitos de forma nebulosa, ao invés de trabalha-
los e questioná-los de forma sistemática para formular sua crítica.
Gellner define que se aterá de discutir o relativismo, conceito que se mostra “avesso à
ideia de uma verdade única, exclusiva, objectiva, externa ou transcendente. A verdade é
evasiva, polimorfa, íntima, subjectiva... e algo mais, talvez." (Pag. 41)
Adiante o autor diz que através da “moda” que nesse “nebuloso movimento”, o pós-
modernismo, o que importa não é mais a totalidade das coisas, mas sim os significados.
“Tudo é significado e o significado é tudo, sendo a hermenêutica o seu profeta”,
ironiza o autor. (Pag. 41).
Continua, afirmando que para os “pós-modernistas”
"o positivismo é questionado em toda a linha: os factos são indissociáveis do
observador que afirma discerni-los, bem como da cultura que produziu as categorias
em função das quais eles são descritos. Assim sendo, o observador deverá falar-nos de
si próprio e confessar-nos qual é a sua cultura. Dado que os factos reais, pessoais ou
culturalmente independentes não se encontram, em caso algum, nem disponíveis nem
acessíveis, não lhe resta muito que contar." (pag. 43)
O que para o autor, que não chega a discutir tais ideias a fim de contrapô-las, seria uma
espécie de “narcisimo-hermeneuticismo”, que a partir de descolonização pós-segunda
guerra mundial, passa identificar a colonização com o positivismo e a descolonização
com a hermenêutica, “acabando por culminar no pós-modernismo” (Pag. 44). É
curioso salientar que tais ideias, chamadas pelo autor de “pós-modernas” e
“hermenêuticas” estão presentes em grandes figuras do pensamento humano do século
XX, antecessoras do movimento, como por exemplo em Claude Levi-Strauss, defensor
do estruturalismo enquanto método científico de investigação.
O autor constata então que, para os "pós-modernistas" dois conjuntos de acontecimentos
estão intrinsecamente ligados: "a libertação política e a subjetividade cognitiva", sendo
que a alegação de uma realidade única e objetiva seria o instrumento favorito de
dominação. (Pag. 45)
Fazendo uma crítica a certa antropologia pós-moderna, Gellner identifica que seus
autores estão preocupados com a
"criação do mundo pela pessoa estudada e a criação do texto pelo investigador. O
significado não é tanto um instrumento de análise, mas sim um agente toxico
conceitual, um instrumento de auto-estimulação”. (Pag.48)
Nesse ponto o autor da mais um exemplo de seu humor e ironia, transparecendo sua
posição política, mais uma vez sem se ater a sistematiza os conceitos ditos pós-
modernos e os modos de combate-los para formar sua crítica:
“O investigador demonstra a sua iniciação aos mistérios da hermenêutica e,
simultaneamente, expõe a dificuldade de um tal empreendimento, recorrendo a uma
prosa complexa e intrincada, abrilhantada por alusões a uma panóplia de autores que
figuram na lista dos 100 Melhores do Mundo e ainda aos escrivãos do momento, da
Margem Esquerda. Os nomes que, geralmente, constam destas referencias parecem
copiados dos mapas do Metro de Paris”. (Pag. 48)

Seguindo, o autor introduz a ideia da razão tal qual formulada por René Descartes,
resumida na máxima cogito ergo sum, em que o mesmo "declara utilizar o cogito como
uma premissa para escapar às interferências culturais." (Pag. 59)
Gellner vê no marxismo uma possível origem para as ideias pós-modernas, a partir da
crítica que esse movimento fazia e faz (em suas diversas vertentes) ao positivismo.
Gellner vê no materialismo um paradoxo, já que este se empenha numa aplicação de um
método que se diz científico "sociedade e aos temas de natureza moral" em que as
perspectivas criticadas pelos marxistas, as de "seus inimigos", seriam errôneas
puramente por uma questão política, que mostravam sua posição social numa sociedade
de classes. (Pag.59)
Paradoxalmente, Gellner diz que "os marxistas depressa desenvolveram uma forte
propensão e uma grande habilidade para as explicações redutoras deste tipo" (do
parágrafo anterior). (Pag. 60). E Gellner, até aqui, não se preocupou em tratar dos
argumentos de "seus inimigos" de forma redutora?
O autor defende ainda que durante o século XX, depois da experiência soviética
desagradar grande parte dos marxistas, o movimento foi se afastando do “materialismo
histórico” e se aproximando do que chama de “subjetivismo histórico”, sendo seu
maior exemplo a Escola de Frankfurt. Afirma ainda que as principais diferenças entre os
“antigos marxistas” e os marxistas responsáveis pela Teoria Crítica era
“[o] fato de os antigos marxistas respeitarem a objetividade enquanto tal, apenas
acusando seus adversários de não a terem praticado de forma correta [...] O que
distinguia a Escola de Frankfurt era a sua tendência para desmerecer o culto do fato
objetivo enquanto tal e não apenas o mau uso que alegadamente se fazia dele.” (Pag.
60)
Continuando, o autor afirma que "os pós-modernistas vão um pouco mais longe. Tal
como a Escola de Frankfurt, rejeitam o culto e a investigação dos fatos externos,
erroneamente tidos como capazes de conduzir à percepção da realidade social, embora
já não os substituam por uma via alternativa (pouco precisa) [...] O que é rejeitado
[pelos pós-modernos] não é a objetividade superficial, mas sim a objetividade enquanto
tal. (Pag. 61)
Vemos Gellner, em apenas três páginas, parecer “refutar” e “ironizar” todo o
pensamento marxista, a escola de Frankfurt e ao final da pagina 61, reduzir todo o
movimento e o método estruturalista como algo que, "aparentemente, havia funcionado
de forma satisfatória no universo mais simples da fonética".
Mais adiante, Gellner afirma que os pós-modernos, veem na ideia de Descartes, de que
a cultura representava a origem do erro uma atrocidade. Continua, afirmando que o que
de fato afirmava Descartes era que
"havia uma enorme quantidade de significados e opiniões, que nem todos podiam estar
corretos e que deveríamos descobrir e justificar, um modelo-padrão que separasse o
trigo do joio. Na perspectiva de Descartes, este modelo implicava o uso exclusivo de
significados suficientemente claros e distintos para se imporem e atraírem a atenção de
todos os espíritos sóbrios e determinados, fosse qual fosse a sua cultura de origem. O
caminho da verdade embrenhava-se nos meandros do exílio cultural voluntário.”
(Pag. 69 e 70).
Entendendo que existe, nesta forma de conhecimento, uma via correta e outra errada, o
que para os pós-modernos não existe e "qualquer tentativa para estabelecer hierarquias
entre tipos de conhecimento é vista como moral e politicamente perversa." (Pag. 70)
O autor afirma ainda que "seu objetivo [dos pós-modernos] não consistia em melhorar
a epistemologia, mas em jogar um outro jogo, a que Rorty chama hermeneutica. Com
isso, ele apenas quer dizer conhecimento sem fundamentos, um conhecimento que,
essencialmente, se resume a uma conversa edificante." (Pag. 70)

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