(Relações entre os sócios anteriores à constituição da sociedade) Artigo 100 ....... Error!
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Trata-se de uma maneira segura de conseguir uma boa colaboração dos acionistas e de definir a
porcentagem de cada sócio. O contrato social assegura aos sócios que o capital da empresa não
será utilizado sem permissão da maioria da sociedade.
é a convenção por via da qual duas ou mais pessoas se obrigam a conjugar seus esforços ou
recursos para a consecução de fim comum.
São imprescindíveis para a configuração do contrato social a existência de duas ou mais pessoas,
a contribuição de cada sócio para o fundo social, a obtenção do fim comum pela cooperação dos
sócios, a participação nos lucros e nos prejuízos e a affectio societatis, ou seja, a intenção de
cooperar como sócio ou de submeter-se ao regime societário, contribuindo ou colaborando
ativamente para atingir a finalidade social.
Classificação
Pode classificar-se as sociedades em civis e comerciais (quanto ao fim que se propõem) e, em
universais e particulares (quanto à extensão dos bens com os quais concorrem os sócios).
Nas sociedades civis o capital e o fim lucrativo não constituem elementos essenciais, por não se
entregarem à atividade mercantil; essas sociedades poderão revestir as formas estabelecidas nas
leis comerciais, com exceção da anônima; se não se revestir por nenhuma dessas formas, reger-
se-á pelo Código Civil; não tem formas predeterminas; poderão ser de fins econômicos e de fins
não econômicos.
Efeitos jurídicos
Quanto aos efeitos jurídicos, em relação aos sócios atinentes à cooperação para conseguir o
objetivo social, dará origem ao dever de cooperar, ao dever de contribuir para a formação do
patrimônio social; ao dever de responder pela evicção perante os consócios, ao dever de indenizar
a sociedade de todos os prejuízos; em relação à terceiros: se às obrigações forem contraídas
conjuntamente, ou por algum deles no exercício do mandato social, serão consideradas dívidas da
sociedade; se o cabedal social não cobrir os debitos da sociedade, por eles responderam os sócios,
proporcionalmente a sua participação; se um dos sócios for insolvente, sua parte será dividida
entre os outros; se os devedores pagarem o sócio não autorizado a receber, não se desobrigarão;
os sócios não são solidariamente obrigados pelad dívidas sociais, nem os atos de um, não
autorizado, obrigam os outros, salvo redundando em proveito da sociedade.
Os sócios têm direito de participar nos lucros produzidos pela sociedade; colaborar no
funcionamento da sociedade; reembolsar-se das despesas; servir-se dos bens sociais; administrar
a sociedade; associar um estranho ao seu quinhão social; votar nas assembléias gerais; retirar-se
da sociedade.
A dissolução ocorre pelo implemento da condição a que foi subordinada a sua durabilidade; pelo
vencimento do prazo estabelecido no contrato; pela extinção do capital social; pela consecução
do fim social; pela verificação da inexequibilidade do objetivo comum; pela falência de um dos
sócios; pela incapacidade de um dos sócios, se tiver apenas dois; pela morte de um dos sócios,
salvo se não tiver fins lucrativos; pela renúncia de qualquer sócio, se possuir dois; pelo distrato
ou consenso unânime; pela nulidade ou anulabilidade do contrato; pela cassação da autorização
governamental, se esta for necessária.
A liquidação surge com a dissolução da sociedade; se destina a apurar o patrimônio social, tanto
no seu ativo como no seu passivo, protraindo-se até que o saldo líquido seja dividido entre os
sócios; a sociedade sobrevive durante ela, só desaparecendo com a partilha dos bens sociais.
Atenta a natureza obrigacional que o contrato no fundo reveste, qualquer dos sócios, se o outro ou
outros não realiza a prestação a que ficou adstrito, pode exigir do faltoso ou faltosos a contribuição
em dívida. Essa prestação não se destina, porém, a quem tem o poder de a exigir, mas ao conjunto
dos sócios. Neste aspecto se distingue o contrato de sociedade do contrato de troca ou permuta, em
que a prestação de cada um dos contraentes se destina ao património do outro.
A actividade a exercer em comum – o fim comum a todos os sócios – deve ser determinada
(certa). Não podem constituir-se sociedades para fins indeterminados. Estes têm de ser sempre
especificados ou individualizados no contrato, embora possam ser vários, esses fins.
O fim comum deve consistir numa actividade económica, o que significa que dela deve resultar um
lucro patrimonial, embora se não deva confundir actividade económica com simples produção de
bens, pois a economia abrange outras actividades além da produção.
A sociedade tem sempre por objecto repartição de lucros, não bastando que o sócio lucre
directamente através da actividade em comum.
As entradas dos sócios, destinam-se funcionalmente a possibilitar o exercício de uma empresa. Ora,
no contrato de sociedade esse exercício vem a ser prosseguido através de uma organização. Assim,
o título do direito de crédito correspondente terá de ser a própria organização e, portanto, a
sociedade enquanto entidade jurídica.
Objecto
Exercício em comum de uma actividade económica que não seja de mera fruição.
O art. 980º CC exige que a actividade a desenvolver pelos seus sócios seja certa, pelo que se faltar
essa determinação o contrato não pode deixar de considerar-se nulo por indeterminabilidade do
objecto (art. 280º/1 CC).
Que essa actividade tenha conteúdo económico, não podendo este consistir na mera fruição;
A organização
Estrutura coordenada da gestão da actividade societária.
O fim
O fim para o qual converge toda a actividade societária é a repartição dos lucros. Constitui este,
com efeito, o momento da realização do interesse individual dos sócios, por força do qual se
subordinaram ao interesse social na prossecução do objecto. Por essa mesma razão é que o art. 980º
CC vem considerar elemento do conceito de sociedade o fim de repartir os lucros e não a sua
produção.
Faltando o elemento fim lucrativo não existe sociedade, mas sim associação (art. 157º CC).
O contrato de sociedade exige apenas a sua celebração pelas partes para se constituir, não sendo
necessário uma efectiva atribuição de bens à sociedade. O preenchimento do elemento instrumental
deste contrato verifica-se com a simples assunção de obrigações por parte dos sócios. Por essa
razão a sociedade não é um contrato real quod constitutionem, mas antes um contrato consensual.
O art. 981º CC não exige a observância de forma especial para a constituição de sociedades civis
vigorando portanto quanto a estas a regra geral do art. 219º CC. O art. 981º CC excepciona, porém,
o caso de essa forma ser exigida pela natureza dos bens com que os sócios entram para a sociedade.
De per si, o contrato de sociedade tem simples natureza obrigacional e não real, embora as entradas
possam ser tituladas pelo mesmo acto, que passa, assim, a ter natureza real (art. 980º CC). Há
portanto independência entre os dois actos, não obstante a lei ter subordinado, quanto à forma, o
regime de contrato de sociedade ao regime exigido para as entradas dos sócios.
O art. 981º/2 CC vem estabelecer que a falta de forma “só anula todo o negócio se este não puder
converter-se segundo o disposto no art. 293º CC de modo que à sociedade fique o simples uso e
fruição dos bens cuja transferência determina a forma especial, ou se o negócio não puder reduzir-
se, nos termos do art. 292º CC às demais participações”.
Como contrato que é na sua origem, a sociedade está sujeita às causas de nulidade e de anulação
próprias dos contratos. É o art. 981º/2 CC conclui-se indirectamente que o regime, quer da nulidade,
quer da anulabilidade, não se afasta, neste caso da sociedade, do regime geral dos negócios
jurídicos.
Assim é, que tanto a redução como a conversão do negócio, em consequência daquelas causas de
invalidade, encontram aplicação no contrato de sociedade com as meras adaptações que o preceito
consagra.
Faz nascer obrigações recíprocas a cargo de todas as partes. O facto de não existir, em sede de
sociedade, uma contraposição de interesses entre as partes, exclui a correspectividade entre as suas
prestações, mas não exclui o sinalagma, apenas o faz configurar-se de uma maneira específica.
A sociedade assume-se como um contrato oneroso, dada a necessidade de haver uma atribuição
patrimonial por parte de todos os contraentes, uma vez que o art. 983º CC que estabelece a
obrigação de entrada dos sócios é inderrogável.
e) A sociedade como contrato aleatório
A existência de uma responsabilidade ilimitada e solidária dos sócios pelas dívidas da sociedade
(art. 997º CC) impõe que se verifique, para a celebração do contrato uma relação de confiança
mútua entre todos, sem a qual a sociedade civil não teria condições de funcionamento. Daí que se
deve qualificar a sociedade civil como um contrato intuito personae, atenta a importância
fundamental que nesta reveste a pessoa dos sócios.
O facto de as entradas no contrato de sociedade não serem típicas, antes podendo consistir em
quaisquer bens ou serviços (arts. 980º e 983º/1 CC), desde que os aptos para a prossecução da
actividade económica que os sócios se propõem desenvolver, dá origem a que a sociedade, que se
apresenta primordialmente como um contrato obrigacional, venha a ter natureza real quanto a
entrada consista na transmissão de um direito real. Nesse caso a sociedade adquire características
de um contrato real quod effectum
Contrato de sociedade
(Forma do contrato de sociedade) Artigo 90
1. O contrato das sociedades pode ser celebrado por documento escrito assinado por todos os
Sócios, com assinatura reconhecida presencialmente, devendo ser celebrado por escritura
Pública, no caso em que entrem bens imóveis.
2. A constituição da sociedade por fusão, cisão ou transformação de outra sociedade regula-se pelas
respectivas disposições deste Código.
(Número mínimo de sócios) Artigo 91
1. O número mínimo de sócios numa sociedade comercial é de dois, salvo quando a lei exija número
superior ou permita que a sociedade seja constituída por um só sócio.
2. Contam como um só sócio as pessoas singulares ou colectivas, cuja participação for adquirida
em regime de contitularidade.
(Objecto) Artigo 93
1. O objecto social deve ser indicado de modo que dê a conhecer as actividades que a sociedade se
propõe exercer e que constituem aquele.
2. É proibida, na menção do objecto da sociedade, a utilização de expressões que possam fazer crer
a terceiros que ela se dedica a actividades que por ela não podem ser exercidas, nomeadamente por
só o poderem ser por sociedades abrangidas por regimes especiais ou subordinadas a autorizações
administrativas.
(Duração) Artigo 96
1. A sociedade dura, em princípio, por tempo indeterminado.
2. Se a duração tiver sido fixada no contrato de sociedade só pode ser prorrogada por deliberação
a tomar antes desse período haver terminado; depois desse facto, a prorrogação só pode ser
deliberada por unanimidade, salvo disposição legal em contrário.
(Expressão do capital social) Artigo 97
O montante do capital social deve ser sempre expresso em moeda nacional.