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Os microplásticos (plásticos <5 mm) resultam na sua maioria de partículas de

maiores dimensões, que sofrem degradação fotoquímica e abrasão, são persistentes e


encontram-se quer a flutuar à superfície quer em suspensão na coluna de água quer
depositados nos fundos e também nas praias. Facilmente confundidos com alimento
devido ao seu tamanho, os microplásticos são vectores potenciais na transferência e
exposição dos organismos marinhos a poluentes persistentes orgânicos (POP) de
elevada toxicidade, compostos hidrofóbicos que adsorvem facilmente às partículas de
plástico. A ingestão de microplásticos constitui uma ameaça de longo-termo para os
organismos marinhos, não só pela possível obstrução mecânica do aparelho digestivo,
mas também pelos efeitos tóxicos dos POP.

Microplásticos também estão presentes no ar, em alimentos como o sal ou


a cerveja e até na água consumida: cerca de 83% da água de torneira do mundo inteiro
está contaminada com microplásticos. Estudo realizado pela Orb Media encontrou as
pequenas partículas até na água engarrafada.

O microplástico que vai parar no oceano tem origem no descarte inadequado de


embalagens; escape de embalagens de aterros por meio do vento e da chuva; lavagem de
roupas de fibras de plástico como o poliester; escape de matéria primária de plástico
como o nurdles; entre outras. Ao chegar à natureza, produtos como garrafas,
embalagens e brinquedos que não foram descartados corretamente, passam por um
processo de quebra mecânica realizada pela chuva, pelos ventos e pelas ondas do mar,
que fazem com que os produtos se fragmentem em pequenas partículas plásticas que se
caracterizam como microplástico.

O descarte industrial inadequado de plásticos e até mesmo a perda de matérias


primas que levam microplástico em sua composição, pellets plásticos por exemplo, que
ao longo do processo logístico acabam dispersos no meio ambiente, também são fonte
de poluição por microplástico. Um estudo realizado pela Fundação North Sea, em
parceria com outras instituições, apontou presença de microplástico em produtos de
beleza e higiene pessoal como esfoliantes, shampoos, sabonetes, pastas de dente,
delineadores, desodorantes gloss e protetores labiais sob a forma de polietileno (PE),
polipropileno (PP), politereftalato de etileno (PET) e nylon.

Tóxicos

O microplástico, quando presente no ambiente, atua como captador de POPs


altamente nocivos. Dentre esses poluentes estão os Bifenilos policlorados (PCB) ,
os pesticidas organoclorados, o dichlorodiphenyldichloroethane (DDE) e o nonifenol.

Os POPs são tóxicos e estão diretamente ligados a disfunções hormonais,


imunológicas, neurológicas e reprodutivas. Eles ficam durante muito tempo no
ambiente e, uma vez ingeridos, têm a capacidade de se fixarem na gordura do corpo, no
sangue e nos fluidos corporais de animais e humanos.
Os bisfenóis, utilizados em larga escala pela indústria, estão presentes em tintas, resinas,
latas, embalagens e materiais de plástico em geral. Quando escapam para o ambiente,
além da poluição visual e física que causam, promovem poluição química. Uma vez no
ambiente e em nossos corpos, o bisfenol se comporta como um disruptor endócrino,
podendo causar esterilização em animais, problemas comportamentais, diminuição da
população, entre outros.

Cadeia alimentar

Plânctons e pequenos animais se alimentam do plástico contaminado e, ao serem


comidos por peixes maiores, propagam a intoxicação. No fim da cadeia, quando o ser
humano se alimenta desses peixes maiores, está ingerindo também o plástico e os
poluentes que se acumularam ao longo da cadeia. Entre os problemas relacionados à
intoxicação por POPs estão diversos tipos de disfunções hormonais, imunológicas,
neurológicas e reprodutivas. Da mesma forma, os plásticos podem conter bisfenóis, que
são conhecidos disruptores endócrinos muito danosos à saúde do ambiente e humana.
Quando os microplásticos contendo bisfenol vão parar no ambiente, podem causar
reduções em populações de golfinhos, baleias, veados e furões, prejudicar o
desenvolvimento de ovos de aves, causar deformidades sexuais em répteis e peixes,
alterações na metamorfose de anfíbios e muitos outros danos.

Prejuízos a saúde humana

Os alimentos embalados por recipientes contendo bisfenol se contaminam e,


quando os consumimos, ingerimos também o bisfenol, cujo consumo
está, comprovadamente, associado a diabetes, síndrome do ovário policístico, cânceres,
infertilidade, doenças cardíacas, fibromas uterinos, abortos, endometriose, déficit de
atenção, entre muitas outras doenças.

Como os microplásticos vão parar no ambiente?

Na lavagem das roupas

Parte significativa das roupas são compostas por fibras têxteis sintéticas de
plástico - um exemplo é o próprio poliéster. Durante a lavagem de roupas, por meio do
choque mecânico, os microplásticos se desprendem e acabam sendo enviados para o
esgoto, indo parar em corpos hídricos e no ambiente.

No ar

As mesmas fibras têxteis de plástico também vão parar no ar. Um estudo de 2015,
realizado em Paris, na França, estimou que, a cada ano, cerca de três a dez toneladas
de fibras plásticas atingem as superfícies das cidades. Uma das explicações é que o
simples atrito de um membro do corpo com o outro, quando a pessoa está vestida com
roupas de fibras têxteis sintéticas plásticas, já seria o suficiente para dispersar
os microplásticos na atmosfera. Essa poeira de microplásticos pode ser inalada, juntar-
se ao vapor e ir parar na sua xícara de café e no seu prato de comida, por exemplo.
No atrito dos pneus

Os pneus de carros, caminhões e outros veículos são feitos de um tipo de plástico


chamado estireno butadieno. Ao passarem pelas ruas, o atrito desses pneus com o
asfalto gera emissão de 20 gramas de microplásticos a cada 100 quilômetros
percorridos. Para se ter uma ideia, na Noruega, é emitido um quilo de microplásticos de
pneu por ano por pessoa.

Tintas látex e acrílicas

Estudos mostraram que a tinta utilizada em casas, veículos terrestres e navios


desprende-se destes por meio de intempéries e vai parar no oceano, formando uma
camada bloqueadora de microplásticos na superfície oceânica.
A isto, podemos acrescentar as tintas látex e acrílicas utilizadas em artesanatos e os
pincéis lavados nas pias.

Microesferas dos cosméticos

Sabonetes, cremes, pastas, géis e máscaras esfoliantes são um perigo para o


ambiente. Esses produtos são feitos de microplásticos de polietileno que, após o uso,
são despejados diretamente pela torneira na rede de esgoto. Mesmo quando há estações
de tratamento, as microesferas de plástico dos cosméticos não são retidas pela filtragem
de partículas, pois são muito pequenas, e acabam indo parar no oceano. Esses
produção já foram banidos em países como a Inglaterra.

Nurdles

Nurdles são pequenas bolinhas plásticas utilizadas na manufatura de vários


itens plásticos. Diferente dos resíduos plásticos que se decompõem até se
tornarem microplásticos, os nurdles são feitos já com um tamanho reduzido (cerca de 5
mm de diâmetro). Eles são a maneira mais econômica de transferir grandes quantidades
de plástico para fabricantes de uso final do material em todo o mundo. O problema é
que navios e trens despejam acidentalmente essas bolinhas em estradas ou no mar; ou a
parte que sobra da produção não é tratada adequadamente. Se alguns milhares
de nurdles caem no mar ou em uma rodovia, é praticamente impossível fazer a limpeza.
Em uma pesquisa realizada no início de 2017, foram encontrados nurdlesem 75% das
praias do Reino Unido.
Material semelhante aos nurdles são os pellets, feitos da mesma maneira mas em
formato cilíndrico. Os pellets também vão parar no ambiente devido às perdas no
transporte e contaminam corpos hídricos, solo e animais.

Descarte incorreto

Durante o ano, pelo menos oito milhões de toneladas de lixo de resíduos de


plástico que foram descartados incorretamente (ou que escapam pelo vento) vão parar
nos oceanos, lagos e rios do mundo todo. Esses descartes, se fossem encaminhados
corretamente para a reciclagem, poderiam voltar para a cadeia energética, mas, uma vez
no oceano, se fragmentam em microplásticos e acabam entrando na cadeia alimentar,
inclusive humana.
Cada canudo, sacola, tampa, rótulo e embalagem descartados incorretamente se
quebrarão e formarão microplásticos. O plástico não desaparece, só fica menor.

Canudinhos

Diariamente, são descartados um bilhão de canudinhos. Só no Estados Unidos,


são jogados fora meio milhão de canudinhos por dia.

Quando vão parar no ambiente (mesmo quando descartados em aterros, podem ser
levados pelo vento), esses canudinhos, antes de virarem microplásticos, acabam indo
parar no organismo de animais, inclusive em narinas de tartarugas.

O que fazer?

 Diminuir o consumo de plástico na medida do possível.


 Trocar a escova de dentes de plástico por uma de bambu.
 Ao comprar alimentos, cosméticos e produtos em geral, priorizar aqueles que
venham em embalagens de vidro, que são consideradas sustentáveis.
 Reutilize! Pratique o upcycling, uma maneira de reinventar objetos.
 Zerar o consumo de itens de plástico supérfluos, como, por
exemplo, canudinhos.
 Pegar e dar carona. Cada carro a mais é sinônimo de mais microplásticos no ar e
na água.
 Zere o consumo de cosméticos com esfoliantes sintéticos, substituindo-os por
receitas naturais.
 Repense seu consumo e o que você pode fazer para reduzir o plástico presente
na sua vida.
 Dê prioridade aos bioplásticos. Como o plástico verde, o plástico PLA e
o plástico de amido.
 Descarte correto de resíduos plásticos e encaminha-los para reciclagem. Confira
quais são os postos de coleta mais próximos de sua residência.
 Pressionar empresas e governos para que garantam o retorno do plástico à cadeia
de produção. Uma vez que, nem todo plástico reciclável destinado corretamente
é efetivamente reciclado.
Referências

CONTÉM PLÁSTICO. MICROPLÁSTICO ENCONTRADO EM ÁGUA


ENGARRAFADA GLOBAL. Orb Media. Disponível em:
https://orbmedia.org/stories/contém-plástico/multimedia Acessado em 22 out. 2018

Há microplásticos na água da torneira de todo o mundo, inclusive no Brasil.


Folha de São Paulo. Disponível em:
https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2017/09/1916146-ha-microplasticos-na-agua-
da-torneira-de-todo-o-mundo-inclusive-no-brasil.shtml Acessado em 22 out. 2018

INVISÍVEIS. O plástico dentro de nós. Orb Media. Disponível em:


https://orbmedia.org/stories/Invisíveis_plástico/ Acessado em 22 out. 2018.

MASON, Sherri A.; WELCH, Victoria G.; NERATKO, Joseph. Synthetic


polymer contamination in bottled water. Frontiers in chemistry, v. 6, 2018.

Microplástico: um dos principais poluentes dos oceanos. eCycle. Disponível em:


https://www.ecycle.com.br/component/content/article/35-atitude/1267-microplasticos-
um-dos-principais-poluentes-dos-oceanos.html Acessado em 22 out. 2018

SELTENRICH, Nate. New link in the food chain? Marine plastic pollution and
seafood safety. Environmental health perspectives, v. 123, n. 2, p. A34, 2015.

SOBRAL, Paula; FRIAS, João; MARTINS, Joana. Microplásticos nos oceanos-


um problema sem fim à vista. Revista Ecológica, Lisboa, v. 3, p. 12-21, 2011.

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