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REVISÃO CRIMINAL 5.

438 RIO GRANDE DO SUL

RELATOR : MIN. GILMAR MENDES


REVISOR : MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
REQTE.(S) : CARLOS EDUARDO MELO
ADV.(A/S) : JORGE LUÍS CARVALHO DOS ANJOS E
OUTRO(A/S)
REQDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO
GRANDE DO SUL
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO
RIO GRANDE DO SUL

DECISÃO: Trata-se de revisão criminal, com pedido de liminar,


ajuizada por Jorge Luís Carvalho dos Anjos e outro, em favor de Carlos
Eduardo Melo, na qual se requer o reexame da sentença condenatória,
transitada em julgado, proferida pela Vara Criminal e JE Criminal do
Foro Regional do 4º Distrito de Porto Alegre/RS, nos autos da Ação Penal
n. 001/2.08.0013948-9.
No caso, o requerente foi condenado, em primeira instância, à pena
de 5 anos e 10 meses de de reclusão, em regime inicial fechado, e ao
pagamento de 500 dias-multa, pela prática do crime de tráfico de drogas
(art. 33 da Lei 11.343/06), por guardar e trazer consigo 62 “trouxinhas” de
cocaína, com o intuito de comercialização.
A defesa interpôs recurso de apelação perante o Tribunal de Justiça
do Estado do Rio Grande do Sul, ao qual foi dado parcial provimento, a
fim de que fosse aplicado o redutor previsto no § 4º do art. 33 da Lei n.
11.343/06, motivo pelo qual reduziu a reprimenda para 2 anos e 6 meses
de reclusão, em regime inicial fechado, nos termos do art. 2º, § 1º, da Lei
8.072/90.
Irresignada, a defesa interpôs recursos especial e extraordinário. O
TJRS admitiu o RESP e inadmitiu o RE, motivo pelo qual foi interposto
recurso de agravo.
Os autos seguiram para o STJ, que negou seguimento ao recurso
especial. Em seguida vieram ao STF e foram distribuídos à relatoria do
Ministro Marco Aurélio, que conheceu e desproveu o ARE 767.964, com
fundamento nas Súmulas 279, 282 e 356 do STF.

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RVC 5438 / RS

A decisão transitou em julgado em 4.12.2013.


Daí o ajuizamento da presente ação de revisão criminal, na qual
requer-se a fixação do regime aberto para o cumprimento da pena e a
substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos.
A esse propósito, pede:

“Diante do exposto, cumpre a defesa de CARLOS


EDUARDO MELO requerer à Vossa Excelência seja concedida
liminar para o fim de suspender a execução da Sentença do
Requerente até o julgamento da presente revisão criminal,
expedindo-se determinação nesse sentido e;
Ao final, seja julgado procedente o presente pedido
revisional, cassando-se a r. Sentença rescindenda para:
a) Fixar o regime aberto para cumprimento de pena, nos
termos do artigo 33 e ss. do Código Penal;
b) Após a fixação do regime aberto, substituir a pena
privativa de liberdade pela pena restritiva de direito, nos
termos do art. 44 e seguintes do mesmo diploma legal”.
(eDOC 2, p. 38)

Decido.
O Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal assim dispõe
acerca de sua competência para julgamento de revisões criminais:

“Art. 263. Será admitida a revisão, pelo Tribunal, dos


processos criminais findos, em que a condenação tiver sido por
ele proferida ou mantida no julgamento de ação penal
originária ou recurso criminal ordinário.”

Da análise da petição inicial, observa-se que o requerente insurge-se,


de fato, contra a sentença condenatória proferida pela Vara Criminal e JE
Criminal do Foro Regional do 4º Distrito de Porto Alegre/RS, nos autos da
Ação Penal n. 001/2.08.0013948-9.
Assim, a decisão condenatória transitada em julgado, cujo reexame

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se pretende, não foi proferida nem confirmada pelo Supremo Tribunal


Federal, quer no julgamento de ação penal originária ou de recurso
criminal ordinário (RISTF, art. 263, “caput”), quer no julgamento de
recurso extraordinário (RISTF, art. 263, parágrafo único), razão pela qual
falece, a esta Corte, competência originária para processar e julgar a
presente ação de revisão criminal.
Por esse motivo, não é caso de conhecimento da ação de revisão
criminal.
Entretanto, vislumbro a existência de constrangimento ilegal apto a
ensejar a concessão de habeas corpus de ofício.
Na espécie, o Juízo da Vara Criminal e JE Criminal do Foro Regional
do 4º Distrito de Porto Alegre/RS fixou o regime inicial fechado para o
cumprimento da pena nos seguintes termos:

“A pena privativa de liberdade deverá ser cumprida no


regime inicial fechado, em face da natureza do delito”.

Por sua vez, o TJ/RS deu parcial provimento à apelação a fim de


reduzir a reprimenda, mas manteve o regime inicial fechado para o
cumprimento de pena, com fundamento na Lei 8.072/90. Por oportuno,
colho trecho da decisão:

“Na ausência de circunstâncias ou causas outras


modificadoras da pena, a torno definitiva nesse patamar, a ser
cumprida em regime inicial fechado (§ 1º do art. 2º da Lei n.
8.072/90, dada pela Lei n. 11.464/07)” (eDOC 6, p. 14).

Ocorre que, em sessão realizada em 27.6.2012 (DJe 17.12.2013), o


Plenário do Supremo Tribunal Federal, ao analisar o HC 111.840/ES, de
relatoria do Ministro Dias Toffoli, por maioria, declarou, incidenter tantum,
a inconstitucionalidade do § 1º do art. 2º da Lei 8.072/90, com a redação
dada pela Lei 11.464/2007. Desse modo, ficou superada a obrigatoriedade
de início do cumprimento de pena no regime fechado aos condenados
por crimes hediondos ou a eles equiparados.

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Acrescente-se que, em sessão realizada em 1º.9.2010 pelo Plenário,


examinou o HC n. 97.256/RS, de relatoria do Min. Ayres Britto e, por
maioria, declarou, incidenter tantum, a inconstitucionalidade da expressão
vedada a conversão em penas restritivas de direitos, constante do § 4º do art. 33
da Lei n. 11.343/2006, e da expressão vedada a conversão de suas penas em
restritivas de direitos, contida no referido art. 44 do mesmo diploma legal.
Ante o exposto, não conheço da revisão criminal, mas concedo a
ordem, de ofício, com base no art. 192, caput, do RI/STF, para determinar
ao Juízo das Execuções, que, afastando o disposto no art. 2º, § 1º, da Lei
8.072/90, reaprecie o regime inicial de cumprimento de pena, segundo o
disposto no art. 33, §§ 2º e 3º, do CP, bem como analise a possibilidade de
conversão da pena privativa de liberdade em restritivas de direitos,
segundo os requisitos previstos no art. 44 do CP.
Publique-se.
Brasília, 25 de março de 2014.

Ministro GILMAR MENDES


Relator
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