3ª Câmara Cível
RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL Nº 1.521.616-9
ORIGEM: VARA DA FAZENDA PÚBLICA DE CASCAVEL
APELANTE: MUNICIPIO DE CASCAVEL
APELANTE: COMPANHIA PROVÍNCIA DE CRÉDITO
IMOBILIÁRIO
APELADO: COMPANHIA PROVÍNCIA DE CRÉDITO
IMOBILIÁRIO
APELADO: MUNICIPIO DE CASCAVEL
RELATOR: DES. J. S. FAGUNDES CUNHA
EMENTA
APELAÇÃO CÍVEL. TRIBUTÁRIO. EMBARGOS A
EXECUÇÃO FISCAL. IPTU. IMÓVEL INVADIDO
POR TERCEIROS EM OCUPAÇÃO IRREGULAR.
AÇÃO POSSESSÓRA JULGADA PROCEDENTE.
PENDENTE A RETIRADA DE INVASORES.
PROPRIETÁRIO QUE NÃO EXERCE A POSSE
DIRETA DURANTE IMPORTANTE LASPO DE
TEMPO - QUASE 20 ANOS. IMPOSSIBILIDADE
CONTRIBUTIVA DO PROPRIETÁRIO PORQUE
NÃO USUFRUI DA UTILIDADE DO BEM.
DECISÃO REFORMADA PARA JULGAR
PROCEDENTES OS PEDIDOS DOS EMBARGOS À
EXECUÇÃO, PARA O FIM DE RECONHECER A
INEXISTÊNCIA DE OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA E
EXTINGUIR A EXECUÇÃO FISCAL.
CONDENAÇÃO DO MUNICIPIO AO PAGAMENTO
DOS ONUS DE SUCUMBÊNCIA E CUSTAS
PROCESSUAIS, EXCETO A TAXA JUDICIÁRIA
(DECRETO 962/1932).
RECURSO DE APELAÇÃO DE COMPANHIA
PROVÍNCIA DE CRÉDITO IMOBILIÁRIO
CONHECIDO E, NO MÉRITO, PROVIDO.
RELATÓRIO
Trata-se de recurso de Apelação Cível
interposto pelo Município de Cascavel (mov. 29.1) e pela
Companhia Província de Crédito Imobiliário (mov. 30.1) o
comando da sentença (mov. 24.1) proferida nos autos de
Embargos à Execução Fiscal n.º 0011591-21.2013.8.16.0021,
que tramitou na Vara da Fazenda Pública de Cascavel, que
julgou parcialmente os embargos no que tange declarar nulo o
lançamento fiscal sob à taxa de sinistro da CDA nº 2308/2012
e devendo continuar lançando os demais tributos.
O Município de Cascavel apresentou suas
razões recursais arguindo, em síntese que o juízo de primeiro
grau se equivocou ao retirar o lançamento sob a taxa de sinistro,
pois a mesma acarretaria prejuízos ao Município e ao Corpo de
Bombeiros, tendo em vista que o Município de Cascavel se faz
responsável por manutenções públicas, o seja, o FUNEBOM.
A Cia Província de Crédito Imobiliário
apresentou razões recursais sob o argumento de que é indevida
a cobrança de IPTU, tendo em vista que o imóvel foi invadido
pelo Movimento dos Sem Teto, logo a posse foi subtraída, além
de argumentar que a taxa sob sinistro se faz inconstitucional,
logo requer a reforma da sentença.
Vieram contrarrazões (mov. 41.1 e 43.1).
Documento assinado digitalmente, conforme MP n.° 2.200-2/2001, Lei n.° 11.419/2006 e Resolução n.° 09/2008, do TJPR/OE
O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tjpr.jus.br
Página 2 de 18
Tribunal de Justiça do Estado do Paraná
3ª Câmara Cível
Em relatório o Ministério Público manifesta-se:
a) pela análise da inconstitucionalidade na cobrança da taxa de
sinistro pelo Município, tendo em vista que é competência
exclusiva e indelegável do Estado do Paraná; b) que o IPTU
cobrado não é indevido, pois a demora na reintegração de posse
não exonera o dever de arcar com os tributos sob a área
invadida.
Vieram-me conclusos os autos.
Inclusos em pauta para julgamento.
É o relatório.
FUNDAMENTAÇÃO
ADMISSIBILIDADE
MÉRITO RECURSAL
O inconformismo da apelante/embargante
merece prosperar.
Documento assinado digitalmente, conforme MP n.° 2.200-2/2001, Lei n.° 11.419/2006 e Resolução n.° 09/2008, do TJPR/OE
O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tjpr.jus.br
Página 3 de 18
Tribunal de Justiça do Estado do Paraná
3ª Câmara Cível
Tributário Nacional, o fato gerador do imposto sobre a
propriedade predial e territorial urbana é a propriedade, o
domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por
acessão física, localizado na zona urbana do município. Por
conseguinte, o contribuinte do IPTU é o proprietário do imóvel,
o titular de seu domínio útil ou seu possuidor a qualquer título
(artigo 34, CTN).
Documento assinado digitalmente, conforme MP n.° 2.200-2/2001, Lei n.° 11.419/2006 e Resolução n.° 09/2008, do TJPR/OE
O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tjpr.jus.br
Página 5 de 18
Tribunal de Justiça do Estado do Paraná
3ª Câmara Cível
de Posse nº 107/1999, em que foi concedida a medida liminar
às fls. 21/22.
Documento assinado digitalmente, conforme MP n.° 2.200-2/2001, Lei n.° 11.419/2006 e Resolução n.° 09/2008, do TJPR/OE
O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tjpr.jus.br
Página 8 de 18
Tribunal de Justiça do Estado do Paraná
3ª Câmara Cível
Documento assinado digitalmente, conforme MP n.° 2.200-2/2001, Lei n.° 11.419/2006 e Resolução n.° 09/2008, do TJPR/OE
O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tjpr.jus.br
Página 11 de 18
Tribunal de Justiça do Estado do Paraná
3ª Câmara Cível
Comarca em que foi proposta a demanda, o trabalho do
procurador da parte adversa, com o proveito econômico obtido.
Das custas
Documento assinado digitalmente, conforme MP n.° 2.200-2/2001, Lei n.° 11.419/2006 e Resolução n.° 09/2008, do TJPR/OE
O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tjpr.jus.br
Página 14 de 18
Tribunal de Justiça do Estado do Paraná
3ª Câmara Cível
Documento assinado digitalmente, conforme MP n.° 2.200-2/2001, Lei n.° 11.419/2006 e Resolução n.° 09/2008, do TJPR/OE
O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tjpr.jus.br
Página 16 de 18
Tribunal de Justiça do Estado do Paraná
3ª Câmara Cível
(TJPR - 2ª C.Cível - AC - 1316278-2 - Região Metropolitana de
Londrina - Foro Regional de Cambé - Rel.: Josély Dittrich Ribas
- Unânime - - J. 24.03.2015).
É como voto.
DECISÃO
Diante do exposto, ACORDAM os
Desembargadores da Terceira Câmara Cível do Tribunal de
Justiça do Estado do Paraná, por unanimidade de votos, em
CONHECER e DAR PROVIMENTO ao recurso de Apelação Cível
de Companhia Província de Crédito Imobiliário e, JULGAR por
PREJUDICADO o recurso de Apelação Cível do Município de
Cascavel, nos termos do voto do relator.
Documento assinado digitalmente, conforme MP n.° 2.200-2/2001, Lei n.° 11.419/2006 e Resolução n.° 09/2008, do TJPR/OE
O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tjpr.jus.br
Página 18 de 18