REDAÇÃO OFICIAL
Correspondência Oficial: maneira pela qual o Poder Público (artigo 37 da Constituição:
"administração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios) redige atos normativos e comunicações.
Redação Oficial
Pronomes de Tratamento
VOCATIVO CORRESPONDENTE
Chefes de Poder - Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respectivo.
Ex.: “Excelentíssimo Senhor Presidente da República” / “Excelentíssimo Senhor Presidente do
Congresso Nacional” / “Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal”
Demais autoridades - Senhor, seguido do cargo respectivo.
Ex.: Senhor Senador / Senhor Juiz / Senhor Ministro / Senhor Governador.
ENVELOPE (endereçamento)
autoridades tratadas por Vossa Excelência:
OBS. 1: em comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamento digníssimo (DD) para as
autoridades da lista anterior. A dignidade é pressuposto para que se ocupe qualquer cargo
público, sendo desnecessária sua repetida evocação.
Vossa Senhoria
a) empregado para as demais autoridades e para particulares.
VOCATIVO CORRESPONDENTE
Senhor
ENVELOPE
Ao Senhor
Fulano de Tal
Rua ABC, no 123
70.123 – Curitiba. PR
OBS. 2: fica dispensado o emprego do superlativo ilustríssimo para as autoridades que recebem
o tratamento de Vossa Senhoria e para particulares. É suficiente o uso do pronome de
tratamento Senhor.
OBS. 3: doutor não é forma de tratamento, e sim título acadêmico. Evite usá-lo
indiscriminadamente; empregue-o apenas em comunicações dirigidas a pessoas que tenham tal
grau por terem concluído curso universitário de doutorado. É costume designar por doutor os
bacharéis, especialmente os bacharéis em Direito e em Medicina. Nos demais casos, o tratamento
Senhor confere a desejada formalidade às comunicações.
Vossa Magnificência
VOCATIVO CORRESPONDENTE
Magnífico Reitor
Pronomes de tratamento para religiosos (de acordo com a hierarquia eclesiástica)
Vossa Santidade: Papa; vocativo Santíssimo Padre.
Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima: Cardeais; vocativo Eminentíssimo
Senhor Cardeal ou Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal.
Vossa Excelência Reverendíssima: Arcebispos e Bispos.
Vossa Reverendíssima ou Vossa Senhoria Reverendíssima: Monsenhores, Cônegos e
superiores religiosos.
Vossa Reverência é empregado para sacerdotes, clérigos e demais religiosos.
Tabela de Abreviaturas
Pronome de Abreviatura Abreviatura Usado para se
tratamento singular plural dirigir a
Vossa Alteza V. A. VV. AA. Príncipes, duques
Vossa Eminência V. Em.a V. Em.as Cardeais
a as
Vossa Excelência V. Ex. V. Ex. Altas autoridades
a as
Vossa V. Mag. V. Mag. Reitores de
Magnificência universidades
Vossa Majestade V. M. VV. MM. Reis, imperadores
Vossa Santidade V. S. VV. SS. Papa
Vossa Senhoria V. S.a V. S.as Tratamento
cerimonioso
OBS. 3: para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assinatura em página isolada do
expediente. Transfira para essa página ao menos a última frase anterior ao fecho.
OBS. 4:
Não empregue PRECIOSISMOS: palavras raras, muitas vezes arcaicas, antigas, em desuso.
Não empregue NEOLOGISMOS: criação de palavra (barrichelização do Felipe Massa).
Não use BREGUICES:
“Prezados”, “caros”, no vocativo;
“Em resposta...”
“Outrossim”, “Destarte”, ...
“Sem mais, subscrevemo-nos.”;
Traço para a assinatura.
PADRÃO OFÍCIO
Ofício
Aviso FORMA SEMELHANTE / FINALIDADE DIFERENTE
Memorando
SEMELHANÇAS
1. Partes:
tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão que o expede.
Exs.: Mem. 123/2002-MF Aviso 123/2002-SG Of. 123/2002-MME
local e data em que foi assinado, por extenso, com alinhamento à direita.
Ex.: Brasília, 15 de março de 2012.
destinatário (o nome e o cargo da pessoa a quem é dirigida a comunicação; no ofício, deve
ser incluído também o endereço).
assunto (resumo do teor do documento).
Ex.: Assunto: Produtividade do órgão em 2012.
OBS.: os parágrafos devem ser numerados, exceto nos casos em que estes estejam organizados
em itens ou títulos e subtítulos.
Ex: "Em resposta ao Aviso nº 12, de 1º de fevereiro de 2012, encaminho, anexa, cópia do Ofício
nº 34, de 3 de abril de 2011, do Departamento Geral de Administração, que trata da requisição do
servidor Fulano de Tal."
ou
"Encaminho, para exame e pronunciamento, a anexa cópia do telegrama no 12, de 1o de fevereiro
de 2012, do Presidente da Confederação Nacional de Agricultura, a respeito de projeto de
modernização de técnicas agrícolas na região Nordeste."
fecho.
assinatura do autor da comunicação.
identificação do signatário.
2. Forma de diagramação:
Times New Roman de corpo 12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas de
rodapé.
símbolos não existentes na fonte Times New Roman - fontes Symbol e Wingdings.
número da página - obrigatório a partir da segunda.
impressão - possível em ambas as faces do papel; Nesse caso, as margens esquerda e
direta terão as distâncias invertidas nas páginas pares ("margem espelho"); cor preta em
papel branco.
início de cada parágrafo - 2,5 cm de distância da margem esquerda.
margem lateral esquerda – mínimo de 3,0 cm de largura.
margem lateral direita - 1,5 cm.
espaçamento simples entre as linhas e de 6 pontos após cada parágrafo (uma linha em
branco).
sobriedade do documento.
papel de tamanho A-4.
DIFERENÇAS
Finalidade
Aviso e Ofício são modalidades de comunicação oficial praticamente idênticas.
1. Aviso: expedido exclusivamente por Ministros de Estado, para autoridades de mesma
hierarquia; tratamento de assuntos oficiais pelos órgãos da Administração Pública entre si.
Uso de vocativo seguido de vírgula.
2. Ofício: expedido para e pelas demais autoridades; tratamento de assuntos oficiais pelos
órgãos da Administração Pública entre si e também com particulares.
Uso de vocativo seguido de vírgula.
No cabeçalho ou no rodapé: nome do órgão ou setor; endereço postal; telefone e
endereço de correio eletrônico.
Exemplo de Ofício
[Ministério]
[Secretaria / Departamento / Setor / Entidade]
(5cm) [Endereço para corespondência]
[Telefone e endereço de correio eletrônico]
Ofício nº xxxxxxx/SG-PR
Brasília, xx de maio de xxxx.
A Sua Excelência o Senhor
Deputado Fulano
Câmara dos Deputados
CEP – município – estado
Assunto: Blá-blá-blá
Senhor Deputado,
(2,5cm)
Atenciosamente,
[nome]
[cargo]
Exemplo de Aviso
(5cm)
Aviso nº xxx/SG-PR
Brasília, xx de maio de xxxx.
Assunto: Blá-blá-blá
Senhor Ministro,
Atenciosamente,
[nome]
[cargo]
Exemplo de Memorando
(5cm)
Mem nº xxx/DJ
Brasília, xx de maio de xxxx.
Assunto: Blá-blá-blá
Atenciosamente,
[nome]
[cargo]
OUTRAS CORRESPONDÊNCIAS
4. Exposição de Motivos: expediente dirigido ao Presidente da República ou ao Vice-
Presidente (geralmente, por um Ministro de Estado) para informá-lo de determinado
assunto; propor alguma medida; ou submeter a sua consideração projeto de ato
normativo. Caso envolva mais de um Ministério, é assinada por todos os Ministros e
chamada de Exposição Interministerial.
Forma: modelo do padrão ofício, se o caráter for tão somente informativo – pode conter
comentários se a exposição submeter à consideração do Presidente da República a sugestão de
alguma medida a ser adotada.
6. Correio Eletrônico
Forma: um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua flexibilidade. Assim,
não interessa definir forma rígida para sua estrutura. Entretanto, deve-se evitar o uso de
linguagem incompatível com uma comunicação oficial. Nos termos da legislação em vigor,
para que a mensagem de correio eletrônico tenha valor documental, isto é, para que possa
ser aceito como documento original, é necessário existir certificação digital que ateste a
identidade do remetente, na forma estabelecida em lei.
8. Ata: relatório escrito do que se fez ou disse em sessão de assembleia, sociedade, júri,
corporação. É o registro claro e resumido das ocorrências de uma reunião de pessoas, com
fim determinado.
Forma
localizadores temporais: dia, mês, ano e hora da reunião (sempre por extenso);
espaço da reunião: local (sede da instituição, rua, número, cidade);
nome e sobrenome das pessoas presentes, com respectivas qualificações;
declarações do presidente e secretário;
assuntos tratados (ordem do dia);
fecho;
assinaturas, por extenso, do presidente, secretário e participantes da reunião.
10. Atestado: documento firmado por uma pessoa a favor de outra, asseverando a verdade
acerca de determinado fato. Difere da CERTIDÃO – que atesta fatos permanentes – visto
que afirma convicção sobre os transitórios.
12. Edital: ato pelo qual se publica pela imprensa, ou em lugares públicos, certa notícia, fato
ou ordenança que deve ser divulgada para conhecimento das pessoas nele mencionadas e
de outras tantas que possam ter interesse pelo assunto.
Forma
timbre do órgão que o expede;
título: denominação do ato: Edital nº ... de ... de 20XX;
ementa: facultativa;
texto: desenvolvimento do assunto tratado. Havendo muitos parágrafos, recomenda-se
numerá-los com algarismos arábicos, exceto o primeiro que não se numera;
local e data: se a data não for colocada junto ao título, deve aparecer após o texto;
assinatura: nome da autoridade competente, com indicação do cargo que ocupa.
13. Ordem de Serviço: uma instrução (ato interno) dada a servidor ou órgão administrativo.
Encerra orientações a serem tomadas pela chefia para execução de serviços ou
desempenho de encargos. É o documento, o ato pelo qual se determinam providências a
serem cumpridas por órgãos subordinados.
Forma
título: Ordem de Serviço nº …...., de …... de …...................... de 20XX (Em caixa-alta e
centralizado);
texto;
nome e cargo do chefe.
14. Parecer: opinião escrita ou verbal, emitida e fundamentada por autoridade competente,
acerca de determinado assunto.
Forma
16. Resolução: ato emanado de autarquias ou de grupos representativos, por meio do qual a
autoridade determina, delibera, decide, ordena ou baixa uma medida. As resoluções, em
geral, dizem respeito a assuntos de ordem administrativa e estabelecem normas
regulamentares. Podem expedi-las os conselhos administrativos ou deliberativos, os
institutos de previdência e assistência social, as assembleias legislativas.
Forma
título: Resolução nº ..., de ... de 20XX (centralizada, em caixa alta/maiúsculas e negrito);
ementa (em negrito, alinhada a esquerda no documento);
texto (alinhado à esquerda);
assinatura e cargo de quem expede a resolução.
17. Apostila: averbação feita abaixo dos textos ou no verso de decretos e portarias pessoais
(nomeação, promoção, etc.), para que seja corrigida flagrante inexatidão material do texto
original (erro na grafia de nomes próprios, lapso na especificação de datas, etc.), desde
que essa correção não venha a alterar a substância do ato já publicado.
Forma
título, em maiúsculas e centralizado sobre o texto: APOSTILA;
texto, do qual deve constar a correção que está sendo feita, a ser iniciada com a remissão
ao decreto que autoriza esse procedimento;
data por extenso;
identificação do signatário, abaixo da assinatura, em maiúsculas.
Artigo: até o artigo nono (art. 9o), adota-se a numeração ordinal. A partir do de número 10,
emprega-se o algarismo arábico correspondente, seguido de ponto-final (art. 10). Os artigos serão
designados pela abreviatura "Art." sem traço antes do início do texto. Cada artigo deve tratar de
um único assunto.
Parágrafos (§§): desdobramentos dos artigos; numeração ordinal até o nono (§ 9o) e cardinal a
partir do parágrafo dez (§ 10). No caso de haver apenas um parágrafo, adota-se a grafia
Parágrafo único (e não "§ único").
Incisos: elementos discriminativos de artigo se o assunto nele tratado não puder ser condensado
no próprio artigo ou não se mostrar adequado a constituir parágrafo. Os incisos são indicados por
algarismos romanos.
Alíneas: desdobramentos dos incisos e dos parágrafos; são representadas por letras. A alínea ou
letra será grafada em minúsculo e seguida de parêntese: a); b); c); etc. O desdobramento das
alíneas faz-se com números cardinais, seguidos do ponto: 1.; 2.; etc.
EXERCITANDO
1. Quanto à redação de correspondência, dados os itens seguintes que contemplam os princípios
daUedaçãoRficial,
I. adoção de formatos padronizados.
II. cortesia e parcialidade.
III. emprego da ortografia oficial.
IV. utilização de ambiguidade e redundância.
V. transcrição dos dispositivos da legislação citados.
verifica-se que estão corretos
a) I e III, apenas.
b) II, IV e V.
c) I, II, III e V.
d) I, III e V, apenas.
e) I, II, III e IV.
JOSÉ DA SILVA DOS SANTOS REIS, devidamente inscrito no concurso para TÉCNICO JUDICIÁRIO
do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, com a inscrição n.º 197.542/03, VENHO, POR DIREITO
E MUI RESPEITOSAMENTE, solicitar a Vocês a emissão de uma certidão de comparecimento nesta
prova realizada nesta data supracitada, uma vez que hoje estou trabalhando em turnos e preciso
comprovar meu afastamento do serviço no período da tarde, para realizar o referido exame.
Nesses termos, peço aceitação do meu pedido e AGUARDO DEFERIMENTO.
Atenciosamente,
José da Silva dos Santos Reis.
b) a redatora, ao escrever por extenso os números da sala, das horas, da duração da prova e do
edital cometeu erros de grafia e de adequação ao tipo de documento.
c) a grafia do vocábulo “abstensão” está incorreta, pois deveria ter sido escrito abstenção.
d) a passagem “exprimindo a verdade dos fatos” pode ser suprimida do texto, uma vez que essa
informação deve estar pressuposta em toda correspondência oficial.
e) o preenchimento do restante da linha após a última assinatura visa evitar que outras pessoas
possam adulterar o final do texto.
5. Assinale a opção incorreta com relação ao uso das formas de tratamento na redação oficial.
a) Os pronomes ou expressões de tratamento podem ser grafados por extenso nas
correspondências oficiais.
b) Nas formas de tratamento, os pronomes Vossa e Sua devem ser empregados, respectivamente,
em relação à pessoa com quem se fala, isto é, a quem se dirige a correspondência, e à pessoa de
quem se fala.
c) É gramaticalmente correto e adequado ao padrão ofício o seguinte trecho de início de
correspondência oficial: “Encaminhamos a Vossa Senhoria as informações referentes a seu pedido
de 6 Ge Ievereiro Ge 006”.
d) A concordância de gênero com as formas de tratamento deve ser feita no masculino,
independentemente do sexo da pessoa a quem a forma de tratamento se refira, pois o gênero
deve ser mantido neutro nas correspondências oficiais.
e) Não se emprega a crase diante das formas de tratamento, ainda que estas sejam subordinadas
a termos que exijam preposição, com exceção dos tratamentos senhora e senhorita.
b) Ata é o resumo escrito de fatos ou decisões de uma assembleia, sessão ou reunião para
determinado fim.
c) Atestado é o documento firmado por uma repartição pública em favor de outra, a respeito de
determinado fato.
d) O aviso é a correspondência padrão, caracterizada, no início, pelo papel timbrado e, no fim,
por fechos tradicionais de cortesia.
10. Com relação ao vocativo e aos pronomes de tratamento utilizados no texto acima, é correto
afirmar que
a) todos (vocativo e pronomes de tratamento) estão empregados corretamente.
b) apenas os pronomes de tratamento utilizados no primeiro e no terceiro parágrafos estão
corretamente empregados.
c) apenas o pronome de tratamento utilizado no segundo parágrafo está corretamente
empregado.
d) apenas o vocativo e o pronome de tratamento utilizado no segundo parágrafo estão
corretamente empregados.
e) apenas o vocativo e os pronomes de tratamento utilizados no primeiro e no terceiro parágrafos
estão corretamente empregados.
11. Os itens abaixo são reescrituras de trechos do texto acima. Indique a opção que apresenta
inadequação em relação às normas estabelecidas para uma correta redação de correspondência
oficial.
a) Vocativo: Senhor Secretário,
b) Primeiro parágrafo: Recebemos solicitação do Ministério da Educação do Chile de envio de
material resultante do seminário “Perspectivas de Educação a Distância na América Latina”,
realizado em Brasília-DF, nos dias xx e xx de setembro último.
c) Segundo parágrafo: Reivindicamos, pois, com urgência urgentíssima, o envio do material
referido, para que possam-se remete-los com a maior brevidade.
d) Início do fecho: Atenciosamente.
GABARITO
COMPREENSÃO DE TEXTOS
Anotações
PROCEDIMENTOS DE
APREENSÃO DO TEXTO
1. Leitura da fonte bibliográfica;
2. leitura do título;
3. leitura do enunciado;
4. leitura das afirmativas;
5. destaque das palavras-chave das afirmativas;
6. procura, no texto, das palavras-chave
destacadas nas alternativas.
EXEMPLIFICANDO
2. Assinale a afirmação que está de acordo com o (C) Para Kevin Mitnick, um hacker que age de
texto. forma ilícita deve redimir seus erros através de
(A) Um ex-cracker jamais deveria ser contratado ações em prol da comunidade.
para prestar serviços de segurança para órgãos do (D) O fato de não ter comercializado os
governo. softwares que roubou descriminaliza a ação de
(B) A palavra hacker designa a pessoa que tem Mitnick.
profundos conhecimentos de informática. (E) Renato Blum acredita que um cracker não
deve ser punido, pois seu conhecimento é
valioso para a sociedade.
I. O primeiro parágrafo apresenta resultado de estudo realizado por uma universidade americana
acerca das atividades mais comuns dos usuários de certa rede social.
II. O segundo parágrafo informa que pessoas que frequentam as mesmas redes sociais
inevitavelmente serão amigas.
III. O terceiro parágrafo mostra como o Twitter vem contribuindo para o desenvolvimento de
amizades geradas com o auxílio da Internet.
Quais estão corretas?
(A) Apenas I.
(B) Apenas II.
(C) Apenas III.
(D) Apenas I e III.
(E) I, II e III.
advérbios
artigos
Tempos verbais
Mas,
como toda novidade, a nanociência está assustando.
Afinal, um material com características incríveis poderia Os pais de hoje costumam dizer que importante é que os filhos sejam felizes. É
uma tendência que se impôs ao influxo das teses libertárias dos anos 1960. É
também causar danos incalculáveis ao homem ou ao meio irrelevante que entrem na faculdade, que ganhem muito ou pouco dinheiro, que
ambiente. No mês passado, um grupo de ativistas sejam bem-sucedidos na profissão. O que espero, eis a resposta correta, é que
sejam felizes. Ora, felicidade é coisa grandiosa. É esperar, no mínimo, que o
americanos tirou a roupa para protestar contra calças filho sinta prazer nas pequenas coisas da vida. Se não for suficiente, que
nanotecnológicas que seriam superpoluentes. consiga cumprir todos os desejos e ambições que venha a abrigar. Se ainda for
7. pouco, que atinja o enlevo místico dos santos. Não dá para preencher caderno
Assinale a opção correta.
(A) de encargos mais cruel para a pobre criança.
Coisas novas costumam provocar medo nas pessoas.
(B) 8. É irrelevante que entrem na faculdade, que ganhem muito ou pouco
Produtos criados pela nanotecnologia só apresentam
dinheiro, que sejam bem-sucedidos na profissão.
pontos positivos. O emprego das formas verbais grifadas acima denota
(C)Os
danos ao meio ambiente são provocados pela (A) hipótese passível de realização.
(B) fato real e definido no tempo.
nanotecnologia. (C) condição de realização de um fato.
(D)Os
ativistas mostraram que as calças nanotecnológicas (D) finalidade das ações apontadas no segmento.
provocam poluição. (E) temporalidade que situa as ações no passado.
expressões restritivas Com tão poucas culturas importantes, todas elas domesticadas milhares de
anos atrás, é menos surpreendente que muitas áreas no mundo não tenham
Quando alguém ouve que existem tantas espécies de plantas no mundo, a
nenhuma planta selvagem de grande potencial. Nossa incapacidade de
primeira reação poderia ser: certamente, com todas essas espécies silvestres domesticar uma única planta nova que produza alimento nos tempos modernos
na Terra, qualquer área com um clima favorável deve ter tido espécies em sugere que os antigos podem ter explorado praticamente todas as plantas
número mais do que suficiente para fornecer muitos candidatos ao selvagens aproveitáveis e domesticado aquelas que valiam a pena.
desenvolvimento agrícola. (Jared Diamond. Armas, germes e aço)
Mas então verificamos que a grande maioria das plantas selvagens não é 9. A argumentação do texto desenvolve-se no sentido de se compreender a
adequada por motivos óbvios: elas servem apenas como madeira, não razão por que
produzem frutas comestíveis e suas folhas e raízes também não servem como (A) existiria uma dúzia de exceções dentre todas as espécies de plantas
alimento. Das 200.000 espécies de plantas selvagens, somente alguns selvagens que seriam monopólio das grandes civilizações.
milhares são comidos por humanos e apenas algumas centenas dessas são (B) tão poucas dentre as 200.000 espécies de plantas selvagens são utilizadas
mais ou menos domesticadas. Dessas várias centenas de culturas, a maioria como alimento pelos homens em todo o planeta.
fornece suplementos secundários para nossa dieta e não teriam sido (C) algumas áreas da Terra mostraram-se mais propícias ao desenvolvimento
suficientes para sustentar o surgimento de civilizações. Apenas uma dúzia de agrícola, que teria possibilitado o surgimento de civilizações.
espécies representa mais de 80% do total mundial anual de todas as culturas (D) a maior parte das plantas é utilizada apenas como madeira pelos homens e
no mundo moderno. Essas exceções são os cereais trigo, milho, arroz, cevada não lhes fornece alimento com suas frutas e raízes.
e sorgo; o legume soja; as raízes e os tubérculos batata, mandioca e batata- (E) tantas áreas no mundo não possuem nenhuma planta selvagem de grande
doce; fontes de açúcar como a cana-de-açúcar e a beterraba; e a fruta banana. potencial para permitir um maior desenvolvimento de sua população.
Somente os cultivos de cereais respondem atualmente por mais da metade das
calorias consumidas pelas populações humanas do mundo.
expressões enfáticas
Será a felicidade necessária?
Felicidade é uma palavra pesada. Alegria é leve, mas Os pais de hoje costumam dizer que importante é que os
felicidade é pesada. Diante da pergunta "Você é feliz?", dois fardos filhos sejam felizes. É uma tendência que se impôs ao influxo das
são lançados às costas do inquirido. O primeiro é procurar uma teses libertárias dos anos 1960. É irrelevante que entrem na
definição para felicidade, o que equivale a rastrear uma escala que faculdade, que ganhem muito ou pouco dinheiro, que sejam bem-
pode ir da simples satisfação de gozar de boa saúde até a conquista sucedidos na profissão. O que espero, eis a resposta correta, é
da bem-aventurança. O segundo é examinar-se, em busca de uma que sejam felizes. Ora, felicidade é coisa grandiosa. É esperar, no
resposta. mínimo, que o filho sinta prazer nas pequenas coisas da vida. Se
Nesse processo, depara-se com armadilhas. Caso se tenha não for suficiente, que consiga cumprir todos os desejos e
ganhado um aumento no emprego no dia anterior, o mundo parecerá ambições que venha a abrigar. Se ainda for pouco, que atinja o
belo e justo; caso se esteja com dor de dente, parecerá feio e enlevo místico dos santos. Não dá para preencher caderno de
perverso. Mas a dor de dente vai passar, assim como a euforia pelo encargos mais cruel para a pobre criança.
aumento de salário, e se há algo imprescindível, na difícil
conceituação de felicidade, é o caráter de permanência. Uma (Trecho do artigo de Roberto Pompeu de Toledo. Veja. 24 de
resposta consequente exige colocar na balança a experiência março de 2010, p. 142)
passada, o estado presente e a expectativa futura. Dá trabalho, e a
conclusão pode não ser clara.
teca de cada um de nós tem vida pelo raciocínio, pela partilha, pela exploração de cada canto, de
cada instrumento, de cada nova tecnologia complementar à história impressa, ao livro prensado e
colado.
Esta estória mais não é do que uma metáfora sobre o crescimento humano, alimentado pelo
saber que adquirimos nas tantas bibliotecas que conhecemos: nas nossas e em todas as outras que já
foram nossas.
Adaptado de: HEITOR, J. Disponível em:
<http://suplementodealma.blogspot.com.br/2012/05/biblioteca-do-nosso-ser.html>.
Acesso em: 30 de junho de 2012.
11. Considere as seguintes afirmações.
I. As bibliotecas físicas desempenham um papel fundamental na vida dos homens, pois são lugares
em que os indivíduos podem conhecer novas realidades, a despeito de suas experiências peculiares.
II. O crescimento humano, ao longo da vida dos indivíduos, assemelha-se à construção de um
recinto, onde, simbolicamente, ficam depositados, ordenados e catalogados os fatos experienciados.
III. As experiências que o indivíduo vivencia durante a sua existência formam sua própria identidade,
diferenciando-o dos demais indivíduos que convivem com ele na mesma comunidade.
Quais estão de acordo com o texto?
(A) Apenas I.
(B) Apenas II.
(C) Apenas III.
(D) Apenas I e III.
(E) I, II e III.
Inferência
EXEMPLIFICANDO
GABARITO:
1. C 2. B 3. B 4. E 5. D
6. D 7. A 8. A 9. C 10. E
11. B 12. E 13. D
Sinônimos X Antônimos
Sinônimos: palavras que possuem significados Antônimos: palavras que possuem significados
iguais ou semelhantes. opostos, contrários. Pode originar-se do acréscimo
A bruxa prendeu os irmãos. de um prefixo de sentido oposto ou negativo.
Exemplos:
A feiticeira prendeu os irmãos. mal X bem
Porém os sinônimos podem ser ausência X presença
•perfeitos: significado absolutamente igual, o que fraco X forte
claro X escuro
não é muito frequente. subir X descer
Ex.: morte = falecimento / idoso = ancião cheio X vazio
possível X impossível
•imperfeitos: o significado das palavras é simpático X antipático
apenas semelhante.
Ex.: belo~formoso/ adorar~amar / fobia~receio
3. “Bastou as autoridades anunciarem que a fiscalização da Lei Seca será mais rigorosa no Rio
Grande do Sul, com instituição obrigatória do teste do bafômetro, para começar a insurreição,
liderada principalmente por advogados.
[...]O advogado Jairo Adriano de Mello contesta com raciocínio claríssimo colegas que defendem
o boicote à fiscalização com base na presunção da inocência e no direito de não produzir prova
contra si. [...]O teste do bafômetro não é prova contra mim. É a possibilidade que me é dada
de provar que não estou alcoolizado.”
Assinale a alternativa que apresenta os sinônimos mais adequados para as palavras rigorosa ,
contesta e possibilidade.
(A) severa – refuta – chance
(B) austera – responde – oportunidade
(C) severa – responde – chance
(D) austera – replica – ocasião
(E) obstinada – replica – oportunidade
TIPOLOGIA TEXTUAL
Narração: modalidade na qual se contam um ou mais fatos – fictício ou não - Bastou as autoridades anunciarem que a fiscalização da Lei Seca será
que ocorreram em determinado tempo e lugar, envolvendo certos mais rigorosa no Rio Grande do Sul, com instituição obrigatória do teste
personagens. Há uma relação de anterioridade e posterioridade. O tempo do bafômetro, para começar a insurreição, liderada principalmente por
verbal predominante é o passado. advogados. A alegação para contestar a exigência – e a punição para
quem se recusar a fazê-lo – é de que ninguém pode ser obrigado a
Descrição: é a modalidade na qual se apontam as características que produzir provas contra si.
compõem determinado objeto, pessoa, ambiente ou paisagem. Presença da
De fato, nenhum cidadão pode ser obrigado a produzir provas contra si,
adjetivação.
e é por isso que acusados de diferentes crimes usam o direito de
Argumentação: modalidade na qual se expõem ideias gerais e opiniões, permanecer calados em um interrogatório. O fato de a lei dar ao
seguidas da apresentação de argumentos que as defendam e comprovem. cidadão o direito de não se
Visa à persuasão. submeter ao teste do bafômetro não tira do Estado o direito de reter a
carteira e de multar, administrativamente, quem se recusar a fazê-lo. É
Exposição: apresenta informações sobre assuntos. Não faz defesa de uma com base nessa interpretação que o Rio de Janeiro, um dos estados
ideia. Apenas revela ideias sobre um determinado assunto. Texto expositivo + que conseguiu os melhores resultados no combate à violência no
narrativo = relato. trânsito, aplica multa em quem se recusa a fazer o teste do bafômetro
nas blitze da Operação Lei Seca e retém a habilitação e o carro.
Injunção: indica como realizar uma ação; prediz acontecimentos e
comportamentos. Linguagem objetiva e simples. Predomínio do imperativo.
GÊNEROS TEXTUAIS
GÊNEROS TEXTUAIS
EDITORIAL: texto opinativo/argumentativo, não assinado, no
CRÔNICA: fotografia do cotidiano, realizada por olhos
qual o autor (ou autores) não expressa a sua opinião, mas
particulares. Geralmente, o cronista apropria-se de um fato atual
revela o ponto de vista da instituição. Geralmente, aborda
do cotidiano, para, posteriormente, tecer críticas ao status quo,
assuntos bastante atuais. Busca traduzir a opinião pública
baseadas quase exclusivamente em seu ponto de vista. A
acerca de determinado tema, dirigindo-se (explícita ou
linguagem desse tipo de texto é predominantemente coloquial.
implicitamente) às autoridades, a fim de cobrar-lhes
soluções.
BREVE ENSAIO: é autoral; trata-se de texto
ARTIGOS: São textos autorais – assinados –, cuja opinião é da
opinativo/argumentativo, assinado, no qual o autor expressa a
inteira responsabilidade de quem o escreveu. Seu objetivo é o sua opinião. Geralmente, aborda assuntos universais.
de persuadir o leitor.
A primeira vez que vi o mar eu não estava sozinho. Estava no meio de um bando 5. O texto é construído por meio
enorme de meninos. Nós tínhamos viajado para ver o mar. No meio de nós havia (A) do perfeito encadeamento entre os dois parágrafos: as explicações sobre
apenas um menino que já o tinha visto. Ele nos contava que havia três espécies o mar, no primeiro, harmonizam-se com sua visão extasiada, no segundo.
de mar: o mar mesmo, a maré, que é menor que o mar, e a marola, que é menor (B) da violenta ruptura entre os dois parágrafos: o primeiro alonga-se em
que a maré. Logo a gente fazia ideia de um lago enorme e duas lagoas. Mas o explicações sobre o mar que não têm qualquer relação com o que é narrado
menino explicava que não. O mar entrava pela maré e a maré entrava pela no segundo.
marola. A marola vinha e voltava. A maré enchia e vazava. O mar às vezes tinha (C) de procedimentos narrativos diversos correspondentes aos dois
espuma e às vezes não tinha. Isso perturbava ainda mais a imagem. Três lagoas parágrafos: no primeiro, o narrador é o autor da crônica; no segundo, ele dá
mexendo, esvaziando e enchendo, com uns rios no meio, às vezes uma porção voz ao menino que já vira o mar.
de espumas, tudo isso muito salgado, azul, com ventos. (D) do contraste entre os dois parágrafos: as frustradas explicações sobre o
Fomos ver o mar. Era de manhã, fazia sol. De repente houve um grito: o mar! Era mar para quem nunca o vira, no primeiro, são seguidas pela arrebatada visão
qualquer coisa de largo, de inesperado. Estava bem verde perto da terra, e mais do mar, no segundo.
longe estava azul. Nós todos gritamos, numa gritaria infernal, e saímos correndo (E) da inversão entre a ordem dos acontecimentos em relação aos dois
para o lado do mar. As ondas batiam nas pedras e jogavam espuma que brilhava parágrafos: o que é narrado no primeiro só teria ocorrido depois do que se
ao sol. Ondas grandes, cheias, que explodiam com barulho. Ficamos ali parados, narra no segundo.
com a respiração apressada, vendo o mar...
(Fragmento de crônica de Rubem Braga, Mar, Santos, julho, 1938)
breve ensaio
O exercício da memória, seu exercício mais intenso e mais contundente, é GABARITO
indissociável da presença dos velhos entre nós. Quando ainda não contidos pelo
estigma de improdutivos, quando por isso ainda não constrangidos pela 1. C 2. B 3. A
impaciência, pelos sorrisos incolores, pela cortesia inautêntica, pelos cuidados 4. A 5. D 6. E
geriátricos impessoais, pelo isolamento, quando então ainda não-calados,
dedicam-se os velhos, cheios de espontaneidade, à cerimônia da evocação,
evocação solene do que mais impressionou suas retinas tão fatigadas, enquanto
seus interesses e suas mãos laborosas participavam da norma e também do
mistério de uma cultura.
(GONÇALVES FILHO, José Moura, “Olhar e memória”.)
I. O primeiro parágrafo apresenta resultado de estudo realizado por uma universidade americana
acerca das atividades mais comuns dos usuários de certa rede social.
II. O segundo parágrafo informa que pessoas que frequentam as mesmas redes sociais
inevitavelmente serão amigas.
III. O terceiro parágrafo mostra como o Twitter vem contribuindo para o desenvolvimento de
amizades geradas com o auxílio da Internet.
Quais estão corretas?
(A) Apenas I.
(B) Apenas II.
(C) Apenas III.
(D) Apenas I e III.
(E) I, II e III.
advérbios
artigos
Tempos verbais
Mas,
como toda novidade, a nanociência está assustando.
Afinal, um material com características incríveis poderia Os pais de hoje costumam dizer que importante é que os filhos sejam felizes. É
uma tendência que se impôs ao influxo das teses libertárias dos anos 1960. É
também causar danos incalculáveis ao homem ou ao meio irrelevante que entrem na faculdade, que ganhem muito ou pouco dinheiro, que
ambiente. No mês passado, um grupo de ativistas sejam bem-sucedidos na profissão. O que espero, eis a resposta correta, é que
sejam felizes. Ora, felicidade é coisa grandiosa. É esperar, no mínimo, que o
americanos tirou a roupa para protestar contra calças filho sinta prazer nas pequenas coisas da vida. Se não for suficiente, que
nanotecnológicas que seriam superpoluentes. consiga cumprir todos os desejos e ambições que venha a abrigar. Se ainda for
7. pouco, que atinja o enlevo místico dos santos. Não dá para preencher caderno
Assinale a opção correta.
(A) de encargos mais cruel para a pobre criança.
Coisas novas costumam provocar medo nas pessoas.
(B) 8. É irrelevante que entrem na faculdade, que ganhem muito ou pouco
Produtos criados pela nanotecnologia só apresentam
dinheiro, que sejam bem-sucedidos na profissão.
pontos positivos. O emprego das formas verbais grifadas acima denota
(C)Os
danos ao meio ambiente são provocados pela (A) hipótese passível de realização.
(B) fato real e definido no tempo.
nanotecnologia. (C) condição de realização de um fato.
(D)Os
ativistas mostraram que as calças nanotecnológicas (D) finalidade das ações apontadas no segmento.
provocam poluição. (E) temporalidade que situa as ações no passado.
A Morte do Livro
Diante desta profecia desanimadora, recorri aos clichês de praxe: como levaremos o livro
para a praia, para a cama, para a rede? Elementar, minha cara Neanderthal, respondeu o editor.
O computador não será o trambolho que conhecemos hoje. As telas serão menores do que uma
calculadora de bolso e poderão ser acoplados num óculos, por que não?
Seja feita a vontade de Bill Gates. Mas, no que me diz respeito, não vou deixar meus livros
virarem peça de museu. O livro não é um produto descartável: usou, jogou fora. Nunca fiz isso
nem com namorado, imagine com um livro, que é muito mais útil.
Zero Hora. Martha Medeiros.
EXERCITANDO
Que nem água...
Há alguns anos, costumava-se dizer "ele gasta dinheiro que nem água". Essa frase, além
de indicar alguém que esbanjava dinheiro, referia-se à água como coisa sem valor, abundante,
inesgotável... Bons tempos... Melhor dizendo: tempos ilusórios, pois não se tinha consciência do
valor desse elemento vital que a cada dia escasseia em nosso planeta, e que hoje já não serve
para indicar algo desprezível, muito pelo contrário: a água é cara, e tem de ser economizada
como um bem precioso.
Descobrimos há pouco, com um ingênuo pasmo, que nossas fontes de energia elétrica
podem secar junto com nossas represas. Além da sede que ela mata, da lavoura que irriga, dos
barcos que transporta e do peixe que oferece, a água se faz necessária para movimentar as
turbinas que passaram a movimentar o ritmo da vida moderna. Sem energia não há máquinas,
sem máquinas não há trabalho, sem trabalho não há produção, sem produção não há economia.
Isso é claro como água. O que não está muito claro são as saídas a curto prazo para a presente
crise energética. A água sempre demandou um tratamento respeitoso, mas só agora nos damos
conta disso.
Que fique a lição. Talvez chegue o tempo em que, se alguém disser "ele gasta dinheiro que
nem água", todo mundo saberá que se trata de uma pessoa muito econômica, que pensa bem
antes de desembolsar seu precioso dinheirinho.
(Humberto Chiaro)
3. De acordo com o texto, a importância da água
(A) já era reconhecida desde que se usava a frase "ele gasta dinheiro que nem água".
(B) foi reconhecida quando, apesar de abundante, passou a custar mais caro.
(C) ficou patente quando as pessoas se deram conta de que não se trata de um bem inesgotável.
(D) só será reconhecida quando "gastar dinheiro que nem água" significar "esbanjar".
(E) ficou mais clara quando outras fontes de energia se revelaram mais baratas.
5. Só para se ter parâmetro de sua agressividade, segundo os especialistas, elas são mais
predadoras do que o aquecimento global. (1º parágrafo)
O sentido da expressão grifada acima está corretamente reproduzido, com outras palavras, em:
(A) controle das causas de destruição trazidas por essas plantas exóticas.
(B) condição de mapear a expansão descontrolada dessas plantas.
(C) medida do comprometimento ambiental causado por plantas invasoras.
(D) uma possível resistência ao ímpeto destruidor das espécies alienígenas.
(E) a exata importância da resistência dessas plantas exóticas no novo habitat.
(Adaptado de José de Souza Martins. O Estado de S. Paulo, Aliás, J7, 4 de julho de 2010)
6. É correto perceber no texto que o autor
(A) contesta a noção de que o futebol, com seu ritual próprio, possa ser considerado símbolo de
uma única nação ou região geográfica.
(B) assinala a interferência dos rituais religiosos numa atividade esportiva, que deveria se
caracterizar por linguagem e normas específicas.
(C) critica a interferência de interesses financeiros e de mercado que cercam o futebol,
extrapolando seus objetivos originais, de esporte e lazer.
(D) defende a ideia de que o futebol é democrático, ao permitir a ascensão social,
independentemente de eventuais desigualdades.
(E) aponta a transformação de um esporte, de início democrático, em elemento primordial de
afirmação de valores pessoais e de nacionalidades distintas.
Palavra indígena
A história da tribo Sapucaí, que traduziu para o idioma guarani os artefatos da era da
computação que ganharam importância em sua vida, como mouse (que eles chamam de angojhá)
e windows (oventã).
Quando a internet chegou àquela comunidade, que abriga em torno de 400 guaranis, há
quatro anos, por meio de um projeto do Comitê para Democratização da Informática (CDI), em
parceria com a ONG Rede Povos da Floresta e com antena cedida pela Star One (da Embratel),
Potty e sua aldeia logo vislumbraram as possibilidades de comunicação que a web traz.
Ele conta que usam a rede, por enquanto, somente para preparação e envio de
documentos, mas perceberam que ela pode ajudar na preservação da cultura indígena.
A apropriação da rede se deu de forma gradual, mas os guaranis já incorporaram a
novidade tecnológica ao seu estilo de vida. A importância da internet e da computação para eles
está expressa num caso de rara incorporação: a do vocabulário.
— Um dia, o cacique da aldeia Sapucaí me ligou. “A gente não está querendo chamar
computador de “computador”. Sugeri a eles que criassem uma palavra em guarani. E criaram aiú
irú rive, “caixa pra acumular a língua”. Nós, brancos, usamos mouse, windows e outros termos,
que eles começaram a adaptar para o idioma deles, como angojhá (rato) e oventã (janela) —
conta Rodrigo Baggio, diretor do CDI.
7. O uso das novas tecnologias de informação e comunicação fez surgir uma série de novos
termos que foram acolhidos na sociedade brasileira em sua forma original como mouse, windows,
download, site, homepage, entre outros. O texto trata da adaptação de termos da informática à
língua indígena como uma reação da tribo Sapucaí, o que revela
Angicos. Mossoró é a segunda cidade mais importante. Além da rica história, é conhecida por suas
águas termais, pelo artesanato reunido no mercado São João e pelas salinas.
Caicó, Currais Novos e Açari compõem o chamado Polo do Seridó, dominado pela caatinga
e com sítios arqueológicos importantes, serras majestosas e cavernas misteriosas. Em Caicó há
vários açudes e formações rochosas naturais que desafiam a imaginação do homem.
O turismo de aventura encontra seu espaço no Polo Serrano, cujo clima ameno e geografia
formada por montanhas e grutas atraem os adeptos do ecoturismo. Outro polo atraente é
Agreste/Trairi, com sua sucessão de serras, rochas e lajedos nos 13 municípios que compõem a
região. Em Santa Cruz, a subida ao Monte Carmelo desvenda toda a beleza do sertão potiguar –
em breve, o local vai abrigar um complexo voltado principalmente para o turismo religioso. A
vaquejada e o Arraiá do Lampião são as grandes atrações de Tangará, que oferece ainda um
belíssimo panorama no Açude do Trairi.
(Nordeste. 30/10/2010, Encarte no jornal O Estado de S. Paulo).
A cidade moderna são os ecos [de um] labirinto – presídio complexo de ruas cruzadas e
rios aparentemente sem embocadura – onde a iniciação itinerante e o fio de Ariadne se mostram
tênues ou nulos. Invertendo-se uma das interpretações do mito, o labirinto aqui não é a trilha
para chegar-se ao centro; é, antes, marca da dispersão. Indica a vitória do material sobre o
espiritual, do perecível sobre o eterno. Ou mais, o lugar do descartável e do novo e sempre-igual.
O homem citadino é presa dessa cidade, está enredado em suas malhas. Não consegue sair
desse espaço denso, uma vez que a civilização urbana espraiou-se para além dos centros
metropolitanos e continua a preencher grandes áreas que gravitam em torno desses centros. A
partir da Revolução Industrial, o fenômeno urbano parece ter ultrapassado as fronteiras das
“cidades” e ter-se difundido pelo espaço físico.
O signo do progresso transforma a urbanização em movimento centrífugo, gerando a
metrópole que se dispersa. Assim, o citadino – homem à deriva – está na cidade como em
labirinto, não pode sair dela sem cair em outra, idêntica ainda que seja distinta.
GOMES, Renato Cordeiro. Todas as cidades, a cidade. Rio de Janeiro: Rocco, 1994.
9. Na visão do autor, a cidade é um espaço caracterizado por antíteses, por opostos que se
somam num todo quase sempre contraditório. Esse ponto de vista se faz presente de forma
particularmente significativa em
(A) “A cidade moderna são os ecos [de um] labirinto –” .
(B) “Ou mais, o lugar do descartável e do novo e sempre-igual.”
(C) “O homem citadino é presa dessa cidade,”
(D) “Não consegue sair desse espaço denso,”
(E) “O signo do progresso transforma a urbanização em movimento centrífugo,”
O Senhor Computador
Acabo de perder a crônica que havia escrito. Sequer tenho onde reescrevê-la,
além desse caderninho onde inclino com mãos trêmulas uma esferográfica preta, desenhando
garranchos que não vou entender daqui a meia hora. Explico: tenho, para uso próprio, dois
computadores. E hoje os dois me deixaram órfão, fora do ar, batendo pino, encarando o
vazio de suas telas obscuras. A carroça de mesa pifou depois de um pico de energia. O portátil,
que muitas vezes levo para passear como um cachorrinho cheio de ideias, entrou em conflito com
a atualização do antivírus e não quer “iniciar”. O temperamental está fazendo beicinho, e não
estou a fim de discutir a relação homem-máquina com ele.
Farei isso, pois, com os leitores. Tenho consciência de que a crônica sobre as agruras do
escritor com computadores indolentes virou um clichê, um subgênero batido como são as crônicas
sobre falta de ideia. Mas não tenho opção que não seja registrar meu desalento com as
máquinas nos poucos minutos que me restam até que a redação do jornal me telefone cobrando
peremptoriamente esse texto.
E registrar a decepção comigo mesmo – com a minha dependência estúpida do
computador. Não somente deste escriba, aliás: somos todos cada vez mais subordinados ao
senhor computador. Vemos televisão no computador, vamos ao cinema no computador, fazemos
compras no computador, amigos no computador. Música no computador. Trabalho no
computador.
Escritores mais graduados me confessam escrever somente a lápis. Depois de vários
tratamentos, passam o texto para o computador, “quando já está pronto”. Faço parte de uma
geração que não apenas cria direto no computador, mas pensa na frente do computador.
Teclamos com olhos dilatados e dedos frementes sobre a cortina branca do processador de
texto, encarando uma tela que esconde, por trás de si, um trilhão de outras janelas, “o mundo ao
toque de um clique”. Nada mais ilusório.
O que assustou por aqui foi minha sincera reação de pânico à possibilidade de perder tudo
– como se a casa e a biblioteca pegassem fogo. Tenho pelo menos seis anos de textos, três mil
fotos e umas sete mil músicas em cada um dos computadores – a cópia de segurança dos
arquivos de um estava no outro. Claro, seria impossível que os dois quebrassem – “ainda mais no
mesmo dia!” Os técnicos e entendidos em informática dirão que sou um idiota descuidado. Eles
têm razão. Há outro lado. Se nada recuperar, vou me sentir infinitamente livre para
começar tudo de novo. Longe do computador, espero.
12. Assinale a palavra que, no texto, se aplica à reação do cronista diante da possibilidade de
perda total de seu arquivo.
(A) Desalento.
(B) Decepção.
(C) Pânico.
(D) Conflito.
(E) Subordinação.
Abreviados
Nem faz tanto tempo assim, as pessoas diziam vosmecê. “Vosmecê concede a honra desta
dança?” Com o tempo, fomos deixando a formalidade de lado e adotamos uma forma sincopada,
o popular você. “Você quer ouvir uns discos lá em casa?” Parecia que as coisas ficariam por isso
mesmo, mas o mundo, definitivamente, não se acomoda. Nesta onda de tornar tudo mais prático
e funcional, as palavras começaram a perder algumas vogais pelo caminho e se transformaram
em abreviaturas esdrúxulas, e você virou vc. “Vc q tc cmg?”
15. “Uma língua viva nunca está plenamente feita, mas se faz continuamente graças à atividade
linguística.”
BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa.
Em qual parágrafo do texto o conteúdo coincide com o do trecho apresentado acima?
(A) 2º.
(B) 3º.
(C) 4º.
(D) 5º.
(E) 6º.
16. Assinale a expressão que, por se identificar com o conteúdo da crônica, poderia servir-lhe de
título.
(A) “...exigências da época,”
(B) “...estratégia mercadológica...”
(C) “...conquistar a audiência...”
(D) “...cabecinha jurássica.”)
(E) “vivendo resumidamente,”
(A) já não temos disponibilidade interior para nós mesmos nem para os outros.
(B) o contato pessoal foi substituído pelo contato virtual.
(C) nossas necessidades materiais não nos deixam tempo para mais nada.
(D) as exigências da vida moderna estão sempre impossibilitando o convívio social.
(E) as transformações do mundo se processam mais rapidamente do que a nossa capacidade de
adaptação.
I - Por tratarem geralmente de temas da atualidade do autor, as crônicas são um valioso registro
do cotidiano de uma época para conhecimento das futuras gerações.
II - Falta à crônica de Martha Medeiros atualidade temática e um pouco de humor.
III - Ao desenvolver a sua crônica, Martha Medeiros vai tocando em vários assuntos, sem,
todavia, desviar-se de seu foco: perdas que empobrecem.
É(São) verdadeira(s) APENAS a(s) afirmação(ões)
(A) I.
(B) II.
(C) III.
(D) I e II.
(E) I e III.
20. “...e se transformaram em abreviaturas esdrúxulas,”. Das palavras abaixo, a que NÃO pode
ser citada como sinônimo de esdrúxulas é
(A) esquisitas.
(B) extravagantes.
(C) excêntricas.
(D) astuciosas.
(E) invulgares.
22. Em “nas quais com interesse e dedicação podemos ser diferenciados.” (ℓ. 26-27), o vocábulo
destacado pode ser substituído, sem alteração de sentido, por
(A) indiscriminados.
(B) inatingíveis.
(C) preteridos.
(D) disseminados.
(E) destacados.
24. A expressão “...olhe ‘fora da caixa’...” (ℓ. 34), no contexto em que se insere, significa
(A) procure sonhar.
(B) tenha conhecimento.
(C) aja com parcimônia.
(D) amplie sua visão.
(E) meça as consequências.
25. A ideia central do texto baseia-se na visão de que é preciso combater a má nutrição no
mundo. Qual dos trechos da matéria transcritos a seguir apresenta o argumento de consistência
compatível com essa tese?
(A) “Aproximadamente 170 milhões de crianças em todo o mundo têm peso abaixo do normal,
enquanto cerca de 300 milhões de adultos são obesos,”
(B) ...“é necessário lutar com urgência contra a má nutrição no mundo, tanto causada pelo
excesso quanto pela falta –”
(C) “calcula-se que há no mundo cerca de 1 bilhão de pessoas com excesso de peso, das quais
300 milhões são obesas.”
(D) “Todos eles estão mais expostos que os demais a sofrer cardiopatias, acidentes
cardiovasculares, cânceres e diabetes, entre outras doenças ligadas ao excesso de peso.”
(E) “A OMS adverte que esse problema duplo não é simplesmente de países ricos ou pobres, mas
está ligado ao grau de desenvolvimento de cada nação.”
GABARITO