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QUESTÃO (01) - ESCOLA DA EXEGESE

PONTO 01.

a) Breve resumo do Processo.

Versa o processo HC 126.292/ SP sobre o julgamento de um habeas corpus


impetrando contra a decisão do Ministro Francisco Falcão, Presidente do Superior
Tribunal de Justiça, que denegou o pedido de liminar de um paciente que foi
condenado à pena de 5 anos e 4 meses de reclusão, em regime fechado.

No habeas corpus, a impetrante, como fundamento principal, argumenta que o


Tribunal de Justiça local determinou a imediata prisão do paciente, sem que
houvesse qualquer motivação acerca da necessidade de decretação da prisão em
caráter preventivo, além de que a prisão se deu sem que se verificasse qualquer fato
novo e, ainda, sem que a decisão condenatória tenha transitado em julgado.

No voto vencedor do Ministro Relator Teori Zavascki foi sustentado que o alcance do
princípio da presunção da inocência deve ser compreendido conjuntamente com a
busca da efetividade da função jurisdicional penal, de modo que se deve atender
não somente aos valores dos acusados, mas também os valores da sociedade,
diante da realidade do complexo sistema de política criminal brasileiro.

Relativizando a previsão Constitucional do inciso LVII do art. 5º da Constituição


Federal de 1988, que postula que “ninguém será considerado culpado até o trânsito
em julgado de sentença penal condenatória”, entendeu o STF no presente caso que
a execução da pena na pendência de recursos de natureza extraordinária não
compromete o núcleo essencial do pressuposto da não-culpabilidade, posto que o
citado dispositivo deve ser também interpretado à luz da efetividade da jurisdição
penal.

Deste modo, decidiu o STF, por maioria, em denegar a ordem, com a consequente
revogação da liminar, nos termos do voto do Relator.

b) Breve resumo teórico da Escola da Exegese do Direito.


No século XIX, surge a denominada Escola de Exegese do Direito num cenário
turbulento rumo a virada social do Absolutismo Real que detinha o estrito poder de
criar o direito bem como exercê-lo sem qualquer controle, para a Revolução
Francesa com a consequente ascensão da Classe Burguesa. Esta classe por sua
vez, estando no poder, passou a utilizar o direito como instrumento de garantia de
seus interesses sob o prisma da legalidade. O Estado passa então a ser fonte única
e exclusiva do direito, originando o Código de Napoleão. A criação desse sistema
jurídico historicamente relevante, possuiu influência dos ideais Iluministas,
acreditando e fazendo acreditar que todo o sistema criado pelo direito, ou seja, as
leis codificadas, seriam fruto da racionalidade humana tão exaltada e animada neste
período. Vale ressaltar que para este movimento, a ideia do que vem a ser o Direito,
a sua concepção, é de que o texto de lei é o próprio Direito.

Do legislador, da "vontade do legislador" onipotente como conhecido, emanam as


leis que são codificadas, portanto positivadas, e em seu sistema é defendido que
não há qualquer lacuna de acordo com este movimento. Esta afirmativa deu base à
Escola de Exegese defender a tese pela qual era vedado ao juiz deixar de decidir
alegando obscuridade da lei conforme previamente expresso em seu artigo 4º: "O
juiz que se recusar a julgar sob o pretexto do silêncio, da obscuridade ou da
insuficiência da lei, poderá ser processado como culpável de justiça denegada".

Nesta concepção do Positivismo Legalista, o Direito então deve se expressar


necessária e unicamente pela vontade do legislador, e ser aplicado pelo "juiz
instrumental do direito" visto como "boca da lei" tal qual defendida por Montesquieu,
de modo que os textos legais seriam claros e poderiam resolver todos os problemas
afastando interpretações que extrapolem a letra da lei, atendendo a máxima “in
claris cessat interpretatio". Na prática então, o juiz tomaria conhecimento dos fatos, e
estes mesmos fatos haveriam de ser encontrados e solucionados por meio do
Código de Napoleão, pelo qual o juiz consequentemente atenderia a "volunta legis".

PONTO 02.
a) Apreciação crítica da decisão.

No cenário jurídico brasileiro atual, os problemas jurídicos complexos tem se


demonstrado difíceis de serem resolvidos sem a ocorrência de diversos
questionamentos quanto a constitucionalidade das decisões finais, principalmente no
que se refere as jurisprudências construídas pelos tribunais superiores.

No específico discutido em questão, devido ao indeferimento da liminar pelo


Superior Tribunal de Justiça na HC 313.021/SP, foi levado ao Supremo Tribunal
Federal o caso do paciente condenado à pena de reclusão com base no art. 157, 2º,
I e II do CP, onde fora decretado prisão preventiva antes do trânsito em julgado da
sentença penal condenatória.

O STF tem firmado entendimento de que o princípio da presunção de inocência


previsto expressamente na nossa Constituição Federal de 1988 no rol dos direitos
fundamentais em seu art. 5º inc. LVII ("ninguém será considerado culpado até o
trânsito em julgado de sentença penal condenatória"), não é violado em face da
decretação de pena provisória antes do trânsito em julgado.

O argumento central pelo qual manteve o indeferimento da liminar no caso,


suscitado pelo ministro Teori Zavascki, ora relator, deu-se pelo fato das instâncias
ordinárias debruçaram-se nas questões de fato apresentadas no caso concreto, por
tanto apreciadas as provas apresentadas, ao passo em que nas instâncias
superiores, como no próprio STJ e por última instância o STF, não se discute mais
questões relativas as provas contidas nos autos quanto ao fato, mas apenas
questões concernentes a existência ou não da violação do direito, sendo dever das
instâncias superiores, manter a ordem jurídica coerente diante da ocorrência de
ilegalidades.
QUESTÃO (02) – MOVIMENTO DO DIREITO LIVRE

PONTO 01.

a) Breve resumo do Processo.

A autora, OMR CONSTRUTURA LTDA, ajuizou ação de reintegração de posse


referente à uma área de terra onde foram construídas algumas casas.

O juiz de primeiro grau deferiu a liminar e concedeu a reintegração da posse em


favor da Autora.

Irresignadas com a decisão liminar, os legitimados passivos da referida ação


possessória que somam o total de 82 duas famílias, interporam recurso de Agravo
de Instrumento sob tais alegações: a) arguição de nulidade da decisão, pois a
magistrada não indicou como estaria sendo configurada a posse por parte dos
agravos; b) ausência de indicação dos motivos de não ter marcado audiência de
justificação previa; c) ausência de intimação do MP d) ausência de fumus bonis uiris
e periculum in mora e) inobservâncias dos direitos fundamental à dignidade da
pessoa humana, bem como da clausula geral da função social da propriedade.

No julgamento do recurso do agravo, entendeu o Desembargador pela suspensão


da liminar favorável à Autora, visto que a decisão da Magistrada que determinou a
imediata desocupação da terra pelas 82 (oitenta e duas) famílias fere o direto à vida
digna e à dignidade da pessoa humana assegurados pela Constituição Federal,
além de que legitima o descumprimento da função social da propriedade.

b) Breve resumo teórico do movimento do Direito Livre.

O movimento do Direito Livre reconhecia que os limites apriorísticos da


normatividade jurídica, emanadas das leis, eram insuficientes para a compreensão
por completa da aplicação do fenômeno jurídico.

O direito, conforme pensavam os adeptos desse movimento, deveria ser


compreendido para além do direito legislado, daí que o problema da aplicação não
era reduzido a uma atividade silogística ou dedutiva como acreditava a escola da
exegese, mas sim, por outro lado, a problemática da aplicação dava-se por meio de
uma atividade criadora, de modo que o juiz poderia valer-se de critérios
metajurídicos para resolver um caso.

Como aduz KARL LAREZ, citando OSKAR BULOW, o percursor desse movimento,
‘’a lei não logra criar logo o Direito; é «somente uma preparação, uma tentativa de
realização de uma ordem jurídica». Cada litígio jurídico «põe um particular problema
jurídico para que não existe ainda pronta na lei a determinação jurídica oportuna...,
determinação que também não é possível inferir-se, com a absoluta segurança de
uma conclusão lógica necessária, das determinações da lei».’’1

Não há como atribuir ao movimento do direito livre qualquer método de


interpretação/aplicação do direito para que possa o juiz pautar-se na resolução
prática de um caso. Os métodos teleológicos, objetivos ou subjetivos da
interpretação não são critérios seguros para aplicação pois todos eles remontam
sempre à uma compreensão do direito que antecede aos problemas reais do caso
concreto. Deste modo, o juiz está desvinculado a qualquer critério normativo-jurídico
que venha, em certa medida, guiar a sua decisão, de modo que caberá apenas a ele
decidir quais serão os critérios e métodos interpretativos necessários para se chegar
à uma justa decisão.

É nos voluntaristas do século XIX, tais como, SCHOPENHAUER, NIETZSCHE e


BERGSON, que encontra o movimento do direito livre as bases filosóficas para
sustentar o seu subjetivismo interpretativo. Diferentemente do voluntarismo baseado
numa vontade soberana do legislador, como ocorrera por exemplo na escola
exegética, o voluntarismo pregado pelo movimento do direito livre propõe um
subjetivismo espelhado na vontade do aplicador, onde os fundamentos para uma
decisão podem ou não transcender o direito legislado. Como sustenta LARENZ, ‘’é a
vontade de chegar a uma decisão já antecipadamente conhecida que preside à
escolha dos lugares da lei que permitem fundamentar essa decisão. O que num
caso nos leva a interpretar extensiva ou analogicamente e em outro literal ou até
restritivamente, não é «a lei e a lógica, mas o Direito livre e a vontade». Em qualquer
1
Metodologia da Ciência Jurídica. Pg. 78.
caso, é «a vontade, precisamente, o verdadeiro motor». A dedução lógica é uma
«aparência vazia», estando ao serviço, não da verdade, mas do interesse» 2.’’

Conforme o movimento do direito livre, a resolução de um caso carece mais do que


de uma mera dedução lógica de uma premissa a priori prevista pelo legislador, de
modo que não se pode pensar em uma aplicação justa e coerente do direito sem
uma atividade criadora que transcenda os ditames estabelecidos abstratamente pela
lei.

PONTO 02.
a) Apreciação crítica da decisão.

2
Ibidem. Pg 80.

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