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29/09/2018 A estrangeira que acredita no Brasil | Colunas semanais da DW Brasil | DW | 28.09.

2018

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NOTÍCIAS / COLUNAS

COLU N A CAROS BR ASILEIROS

A estrangeira que acredita no Brasil


Estrangeiros podem ser mais otimistas com o Brasil do que os brasileiros? Socióloga espanhola que estuda o avanço da
extrema direita no país aposta na força feminina para mudar o rumo das eleições, escreve Astrid Prange.

"Nunca na história o voto feminino e a questão do gênero foram tão importantes", afirma Esther Solano

Caros brasileiros,

Não, não vou falar de polarização nem de crise global. Vou falar é de esperança global. Pois nesta semana virei testemunha dos efeitos
positivos da globalização: uma socióloga espanhola que fugiu da crise econômica na Espanha para o Brasil explicou política brasileira antes
das eleições para alemães e brasileiros em Berlim – e conseguiu enxergar a crise brasileira com um olhar diferente.

Estou falando de Esther Solano, professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Ela chegou ao Brasil em 2010, uma época em que
muitas universidades brasileiras contratavam cientistas estrangeiros porque faltavam professores e docentes no país. A socióloga se sentiu
bem recebida no Brasil e descobriu no país um campo fértil para suas pesquisas.

Desde 2010 ela acompanha a crescente polarização política da sociedade brasileira e se concentra na pesquisa sobre a nova direita. Assim,
tornou-se uma das especialistas para explicar o sucesso do movimento político em torno do candidato presidencial Jair Bolsonaro, do PSL.

As explicações dela deixaram menos amargo e mais alegre o debate que a Fundação Friedrich Ebert organizou em Berlim sob o lema "Brasil –
democracia ameaçada!".

O remédio para aliviar as almas inquietas e preocupadas com o avanço da candidatura de Bolsonaro nas pesquisas eleitorais foi realçar as
conquistas sociais dos últimos 25 anos no Brasil – no combate à pobreza e a favor dos direitos humanos. "Se existe uma reação tão violenta da
direita é porque a esquerda avançou muito", disse Esther Solano.

Ela lembrou ainda que o movimento feminista é "superpotente" no Brasil e, como muitos outros observadores, disse estar convencida de que
o voto feminino vai decidir as eleições – ou melhor, frear Bolsonaro. O grupo recentemente criado no Facebook "Mulheres unidas contra
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Dois grandes eventos brasileiros servem para mostrar como os grupos sociais e os
valores morais atualmente se chocam: a Marcha de Jesus, que acontece todo ano, e a
Parada Gay em São Paulo. Em 2018, três milhões de pessoas participaram da parada do
orgulho LGBTQI. Já a Marcha de Jesus, considerada o maior evento de reunião de
igrejas cristãs do país, juntou 1,5 milhão de pessoas.

Antigamente muitos evangélicos juntaram a fé em Deus com a fé na política e,


especialmente, no PT. "Nas eleições anteriores, os evangélicos majoritariamente
votaram no PT, mas depois passaram a votar nas bancadas evangélicas em deputados
A colunista Astrid Prange foi correspondente no Brasil
federais e estaduais. Era uma forma de solução desse aparente paradoxo", explicou
Solano. Hoje, afirmou ela, "mais da metade da população evangélica diz que vota no
Bolsonaro".

A socióloga não nega que a onda da nova direita é forte no mundo inteiro. Segundo ela, o fortalecimento de políticas conservadoras, a
discriminação contra imigrantes, refugiados, minorias e mulheres e o aumento da violência e agressividade no debate político não
representam um fenômeno brasileiro, mas mundial.

Mas em vez de desistir e entregar o território aos movimentos da direita, Solano aposta na mobilização da sociedade brasileira e
especialmente nas mulheres. "Nunca na história o voto feminino e a questão do gênero foram tão importantes. Bolsonaro tem uma rejeição
muito grande entre as mulheres. A força dessa mobilização é muito potente."

Será que ela deposita mais confiança e otimismo no Brasil do que os próprios brasileiros? Será que é a gratidão de ser bem recebida num país
hospitaleiro? Confesso que não quero perder essa imagem positiva e querida do Brasil. A admiração por um Brasil que venceu tantas crises. O
confisco das poupanças no Plano Collor II em 1990, por exemplo, teria provocado um quebra-quebra geral na Alemanha. O Brasil sobreviveu
a esse choque. Torço para sobreviver a essa eleição polarizada também, e torço pela força feminina.

Astrid Prange de Oliveira foi para o Rio de Janeiro solteira. De lá, escreveu por oito anos para o diário taz de Berlim e outros jornais e
rádios. Voltou à Alemanha com uma família carioca e, por isso, considera o Rio sua segunda casa. Hoje ela escreve sobre o Brasil e a
América Latina para a Deutsche Welle. Siga a jornalista no Twitter @aposylt e no astridprange.de.

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A HI S T Ó RIA DAS E LEIÇÕES PRESIDENC I A I S N O B R A S I L

1989: a primeira eleição direta da


redemocratização
Os brasileiros voltaram a escolher diretamente um presidente depois de 27 anos. Um total de 22 candidatos
se apresentou – até hoje um recorde. O pleito foi marcado por debates na TV e acusações de manipulação
jornalística. Fernando Collor, filiado a um partido nanico, largou na frente ao se apresentar como “caçador
de marajás”. No final, Collor derrotou o líder sindical Lula (PT) no 2° turno.
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LEIA M A I S

Bolsonaro põe democracia em risco, diz "Economist"


Em capa dedicada à eleição brasileira, revista britânica diz que ex-militar é uma "ameaça ao Brasil e à América Latina" e seria um "presidente desastroso".
Artigo compara-o com líderes populistas como Trump e Duterte. (20.09.2018)

"Bolsonaro é a caricatura do extremista de direita"


Em entrevista, pesquisador alemão que estuda a nova direita brasileira diz que movimento no Brasil não é caso isolado no mundo, mas possui
particularidades perigosas, é mais poderoso e abrangente. (27.09.2018)

Quem rejeita Bolsonaro?


Ex-capitão vê número de eleitores que afirmam não votar nele aumentar em praticamente todos os segmentos. Índice de rejeição é o maior já registrado
entre principais candidatos na reta final do primeiro turno desde 1989. (26.09.2018)

A força dos evangélicos na eleição


Na política brasileira, eles ainda estão sub-representados. Mas agora podem ser decisivos para a escolha do mais alto cargo do Estado. E podem tornar o
Brasil ainda mais conservador. (27.09.2018)

Mulheres, uma frente contra Bolsonaro


Ataque de hackers contra grupo de mulheres no Facebook com mais de 2 milhões de integrantes chama a atenção para um dos maiores focos de resistência
ao candidato do PSL: o eleitorado feminino. (17.09.2018)

A história das eleições presidenciais no Brasil


A história das eleições presidenciais no Brasil (09.08.2018)

Data 28.09.2018

Autoria Astrid Prange

Assuntos relacionados Colunas

Palavras-chave Coluna Caros Brasileiros, Jair Bolsonaro, eleições 2018

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