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CURSINHO PRÉ-UNIVERSITÁRIO PRIMEIRA OPÇÃO

FILOSOFIA – PROF. EDUARDO M


AULA 19 - DIA 22/06/2017

Nietzsche, o filósofo do martelo.

1. Introdução

No âmbito de nossos estudos éticos vimos que geralmente a conduta é


pautada pelos valores. Valores são balizas para nosso agir, ou seja, regras
das quais seguimos para a manutenção da convivência em grupo.

Como dito na aula anterior existia duas maneiras muito influentes de


pensar o agir ético até a Idade Moderna, um era o pensamento de
Aristóteles com seu cosmos ordenado e sobre a finalidade das condutas
humanas que era a busca da felicidade, e as concepções cristãs
fundamentadas pela Igreja Católica, tendo como importância maior Santo
Agostinho.

Quando o homem já se desagrega dos conceitos cristãos e entra em uma


nova fase temos a revolução do modo de como agir em comunidade, daí
surge o pensamento revolucionário e iluminista de Immanuel Kant sobre a
ética. Kant acreditava que devíamos agir por dever e não por interesse,
entretanto esse agir teria que ser medido por meio de imperativos
universais que são conhecidos como imperativos categóricos. Porém esse
pensamento da margem para validar conceitos que são ditos “imorais” pela
comunidade. Ex: Promessas nunca deveriam ser quebradas. Mentiras
jamais existiriam.

Como sabemos o homem é um animal canalha e vagabundo, mesmo


mediado por valores tem falhas de caráter a todos os momentos e é
pensando nisso que surgirá no século XIX um também alemão e filósofo
Friedrich Nietzsche que demonstrará que o que foi dito até agora não
passou de besteira para nos iludir.

2. Nietzsche e seu pensamento

Friedrich Nietzsche (1844 – 1900) ao aparecer causou rebuliço. Apesar


de ter tido uma educação religiosa protestante forte por seu pai ser pastor,
seu trabalho quando adulto com a filologia (estudo de textos antigos)
permitiu ele a consolidar seu pensamento. Suas ideias, como veremos mais
adiante, destruía toda a noção filosófica vigente, entretanto muitos não o
consideram filósofo, mas apenas um escritor com talento.

Realmente Nietzsche tinha talento para escrever, tanto que foi agraciado
com um dos prêmios mais importantes da literatura alemã o Prêmio
Gutenberg. Só que não era só escritor, ele era filósofo em sua raiz, seus
escritos apesar de terem uma linguagem poética e quase bíblica, devido aos
seus aforismos, as ideias que passavam eram profundas e altamente
críticas. Como ele próprio diz, seus pensamentos martelavam os ídolos.

Para entendermos o pensamento de Nietzsche vamos dividir em chaves,


essas chaves nos permitem abrir a porta para compreensão desse filósofo.

3. As chaves do pensamento de Nietzsche

3.1 O niilismo

O conceito de niilismo é super importante para Nietzsche, pois ele


vai ser o fio condutor de seu martelo destruidor. Niilismo é um termo para
definir o conceito de negação, portanto um niilista é aquele que nega as
normas, os conceitos, às virtudes, a ética. Já o filósofo inverte essa chave,
da o sentido contrário, e o engraçado é que ele não avisa que o sentido está
inverso. Para Nietzsche o niilista é aquele que pauta sua vida pelos valores,
regras, ética e conceitos. Exemplos de niilistas: cristãos, comunistas, etc.

Nietzsche martela essa ideia, pois diz que o niilista é um completo


retardado e idealista sem noção, não diz isso, com essas palavras, mas diz
que o niilista nega o mundo da vida (veremos com mais detalhe mais
adiante) “em nome do céu, nega-se a terra.”.

Esse niilismo que Nietzsche esbraveja contra tem raízes na filosofia


clássica, e suas críticas são endereçadas as essas filosofias e a filosofia
religiosa monoteísta.

Suas primeiras críticas estão descritas no livro “O Crepúsculo dos


Ídolos”, segue abaixo as críticas que ele fez referente a Platão, Aristóteles e
ao monoteísmo.

Para Nietzsche Platão nega o mundo sensível e exalta o mundo


inteligível, para o filósofo grego não há perfeição no mundo material,
Nietzsche diz que ao fazer isso vivemos num mundo idealizado, buscando
coisas idealizadas sem torna-las concretas, ou seja, vivemos de nada,
negamos o mundo da vida.

Já o filósofo com relação a Aristóteles, afirma que quando este fala


sobre o cosmos como uma certeza absoluta e que dessa idealidade temos
que encontrar nossa missão, nossa finalidade, vivemos novamente escravos
de uma idealidade cósmica, como acontece com Platão.

E por fim martela a origem do niilismo no conceito do monoteísmo,


pois por sua vez acreditam num deus que está fora daqui e existe um
mundo das almas, novamente tem a tona à escravidão da vida por meio de
uma ideia mental.

Para o filósofo alemão essas concepções niilistas fazem crer que o


mundo transcendente corrige o mundo sensível e a estrutura religiosa
ligada ao niilismo cria uma conformação no homem.

Então a filosofia de nietzschiana veio derrubar o que ele intitula de


ídolos, portanto como Nietzsche diz: “Não espere de mim que eu erija
outros ídolos”.

Assim, sua filosofia é como um martelo que destrói todo tipo de


modelo mental que escraviza a vida. Ocorre então uma desconstrução de
conceitos pré-concebidos que escravizam o viver.
3.2 A morte dos deuses

“Deus está morto!”

Ao pronunciar isso o que Nietzsche queria nos dizer?

Queria denunciar que a era de um pensamento tinha chegado ao fim,


mais precisamente, o fim de uma estrutura religiosa de pensamento.

A religião para o filósofo, mais precisamente o cristianismo cria nos


homens a visão de um mundo dicotômico, onde existe o bem e o mal e ao
decretar a morte de deus, decreta que naquele momento há a morte de todas
as visões que opõe o real do irreal, quando deus morre, morrem as utopias,
as filosofias, as políticas.

Porque Nietzsche decreta a morte de algo que ele não acredita?

A questão não está em provar se deus existe ou não, a resposta do


filósofo é que deus, no momento em que está inserido já não consegue
sustentar os valores, as crenças, as políticas, ou seja, já não passa de um ser
envelhecido e sem força. Aqui não é deus e o que ele é o cerne da questão,
mas sua influência, sua força, a capacidade de sua ideia de manipular
mentes e corpos.

“Não ouvimos o barulho dos coveiros a enterrar Deus? Não sentimos o


cheiro da putrefação divina? – também os deuses apodrecem! Deus está morto!
Deus continua morto! E nós o matamos!” – Nietzsche, Gaia Ciência, §125

Agora, depois de o homem matar deus ele precisa seguir uma nova
fase, que não tem como mais referência o criador fictício, mas o próprio
homem, agora nós, seres demasiados humanos podemos ser humanos, ter
novos rumos sem preocupação com o que devo ou não fazer com medo de
não chegar num mundo idealizado (paraíso ou inferno).
O homem no momento da morte de deus vai viver o mundo da vida.
Mas do que é constituído esse mundo da vida? É constituído de tudo que
está nos corpos viventes, o que Nietzsche chama de vontade de potência.
Aqui a missão do homem é transformar vontade de potência em mais
vontade de potência.

Exemplo: Ao acordar você não tem vontade de potência para


viver, fica na cama observando os minutos passar, ou, aperta o botão
da soneca mais uma vez. Depois levanta, toma banho, toma um café
e após 3 horas já se vê estressado no trabalho, mandando o chefe a
pqp. Ou seja, a vontade de potência foi se transformando em vontade
de potência. Entretanto tem gente que acorda numa segunda feira
cantando, bom, recomendo que dessas pessoas se afastem porque são
pessoas do mal, ninguém acorda numa segunda cantando, e se
acontecer matem essa pessoa.

Assim, para Nietzsche potência busca potência, pois no homem


existem duas forças intrínsecas a ele:

As forças ativas que são aquelas que existem por si só, como a arte.

As forças reativas existem para opor a uma força ativa pré-


existente. Exemplo: a moral.

Bem, voltando a concepção geral dessa chave, o homem agora é


senhor de si novamente, embora há essas forças brigando entre si. Mas
então, mesmo o homem sendo senhor de si agora, existe um choque, pois
antes todo referencial moral do homem estava ligado a deus e agora, em
que ele pautará sua vida?

Bem, ele irá propor uma concepção antiniilista tida como


Eterno Retorno Mas a isso trataremos mais para frente.

Antes de irmos para a terceira chave, existiria, pois um homem que


viva assim sem acreditar em conceitos, definições, sem utopias? Sim, é a
concepção do super-homem.
3.3 Amor fati

A terceira chave, portanto trata do amor que devemos ter pelo


REAL. Nietzsche nos recomenda a amar o mundo como ele é. Não amar X,
Y, mas, novamente, amar o REAL.

Se voltarmos a umas aulas atrás veremos que este conceito é trago


dos estoicos, pois estes diziam para amarmos o destino já que este não
conseguimos intervir. Nietzsche então toma de empréstimo mais uma
concepção estoica a questão de que um dos grandes males para o homem é
o presente e o passado.

 o passado é um tempo que não existe no mundo. Santo


Agostinho dizia que é o tempo de alma. O passado existe
somente para nós, pois ao lembrarmos damos a ele
característica de presente, assim, o passado é presente.
 o futuro segue as mesmas características, não sabemos o que
ocorrerá, entretanto, trazemos nossas inquietações para o
presente. Passado e futuro tem relações intrínsecas com a
memória.

Mas então porque o passado e o futuro são males para o ser humano?

São males, porque tem consequências na vida.

Existem os passados bons e os passados ruins. Quando relembramos


(reconstruímos) algo bom sentimos saudade, nostalgia. Nota-se que
relembrar é uma tentativa de escape. Quando nos lembramos de algo ruim
sentimos culpa, medo, angústia.

O futuro segue a mesma linha, ao termos a noção de um futuro ruim


temos medo ou nos vermos num futuro bom a visão nos dá uma
esperança. E é nesse conceito que Nietzsche martelará. Vivendo nesse
tempo de relembrar ou criar idealidades a pessoas esquecem-se de viver e
vive uma vida sem intensidade e uma vida com intensidade pressupõe um
alinhamento entre corpo presente e mente presente. Assim a esperança é
ignorante.

Portanto deve-se amar o REAL e não o IDEAL.

Exemplo: Infidelidade.
Preceito budista: “Não esqueça que os instantes que você vive aqui
e agora são os únicos que são reais”.

3.4 Vontade de Verdade

Nietzsche trata da questão da verdade, e ele não acredita na verdade.

Para ele a verdade é um conceito niilista, uma ponta de lança, é uma


ilusão.

Chega-se a questão: porque as pessoas são moralmente forçadas a


dizer a verdade?

Pois o mundo da vida está em completo desalinho com a verdade, em


que está é uma idealização e, portanto não consegue corresponder com o
real. É impossível relacionar verdade com o mundo da vida, tornando a
verdade uma ilusão.

O super-homem nietzschiano é aquele que reconhece que não há


verdade, mas é produzido por energia, produzido por potência.

Mas assim, se não existe verdade o que Nietzsche põe no lugar do


conhecimento e da moral?

Essa é a nossa quinta e última chave.

3.5 Genealogia

A genealogia é um “processo”, que não é um processo, mas que


funciona como um, que permite que o ser humano construa sua concepção
do mundo partindo da potência para gerar potência e não da verdade ou da
mentira. Como estudou filologia, Nietzsche se deparou que as palavras
podem ter influências sociais e culturais, uma delas são as palavras que
conceituam o bem e o mal.
Adentrando no campo da filosofia e da história ele propõe que os
fatos e os valores devem ser reestudados e resignificados, para ele é
necessário uma transvaloração dos valores, que é uma quebra da moral
vigente, cujo ponto de critica é os valores ocidentais, assim procura-se uma
moral que tenha como sentido a potência, a vontade da potência,

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