Um dos membros da igreja de Corinto causou grande sofrimento
a Paulo. Não sabemos ao certo se foi o mesmo homem sobre o qual Paulo escreveu em I Coríntios 5 que vivia abertamente em pecado tendo um caso com sua madrasta, ou se foi outra pessoa, alguém que desafiou em público sua autoridade apostólica. Paulo havia passado rapidamente pela igreja de Corinto para tratar desse problema (2 Co 12:14; 13:1) e também havia lhes escrito uma carta muito triste sobre essa situação. Porém em tudo isso, o apóstolo não se abalou mais revelou um coração compassivo no trato da situação constrangedora que se encontrava. Para o nosso aprendizado, vejamos as evidências do amor de Paulo evidenciado em sua compaixão.
I O amor coloca os outros antes de si (vs. 1-4).
Paulo não pensava em seus próprios sentimentos, mas sim nos sentimentos dos outros. No ministério cristão, os que são motivo de maior alegria também podem causar grandes tristezas, como é o caso nesta situação.
Paulo escreveu uma carta severa, resultante da angústia de seu
coração. Seu grande desejo era que a igreja obedecesse à Palavra, disciplinasse o transgressor e trouxesse de volta a pureza e a paz para a congregação. ("Leais são as feridas feitas pelo que ama, porém os beijos de quem odeiam são enganosos" Provérbio 27: 6).
II O amor também procura ajudar os outros a crescer (vs 5: 6).
É bastante provável que o homem confrontado por Paulo e disciplinado pela igreja tenha se beneficiado da restauração e comunhão com a igreja. A disciplina dentro da igreja não é assunto visto com bons olhos, tampouco é uma prática amplamente difundida. Muitas igrejas varrem os problemas para debaixo do tapete em vez de obedecer às Escrituras e de confrontar a situação com ousadia "seguindo a verdade em amor" (Ef 4:15).
III O amor perdoa e encoraja (vs. 7-11). Paulo instou a
congregação a perdoar o homem e fundamentou essa admoestação em motivos incontestáveis.
Em primeiro lugar, deveriam perdoar o homem por amor a ele,
"para que não seja o mesmo consumido por excessiva tristeza" (2 Co 2:7, 8). Caso isso não aconteça a disciplina causa maior dano do que bem. O perdão é o remédio que ajuda a curar o coração ferido. Quando uma igreja assegura que a irmã ou irmão foi perdoado, a presença do Senhor é notada na vida dos irmãos de maneira especial.
Em segundo lugar: A igreja deve reafirmar seu amor pelo irmão
perdoado por amor ao Senhor (2 Co 2: 9, 10). Afinal, a disciplina é tanto uma questão de obediência ao Senhor quanto uma obrigação para com o irmão. O problema da tristeza não era apenas com o Apóstolo e irmão em pecado, mas que seu pecado havia entristecido o Salvador. "Caiar" situações em vez de enfrentá-Ias com honestidade, entristece o coração do Senhor.
Um terceiro motivo: devem perdoar o transgressor por amor à
igreja (2 Co 2:11). Quando existe na igreja um espírito de rancor por causa de pecados não tratados de forma bíblica, Satanás encontra uma brecha para trabalhar no meio dessa congregação.
Quando nutrimos um espírito rancoroso, entristecemos o
Espírito Santo e "[damos] lugar ao diabo" (Ef 4:27-32). Um dos "artifícios" de Satanás é acusar cristãos que pecaram de modo a levá- los a crer que não há esperança para eles. O Espírito Santo nos convence do pecado, de modo que os confessemos e busquemos a purificação em Cristo; mas Satanás nos acusa de pecado para que entremos em desespero e desistamos.
Conclusão: Paulo conseguiu superar os problemas que enfrentou
porque tinha a consciência limpa e o coração compassivo. Como reagimos os problemas, temos os mesmos sentimentos de amor e compaixão a semelhança de Paulo? Se uma Igreja possui espírito rancoroso, Satanás usará essa atitude como ponto de partida para novos ataques à igreja Então, a única maneira de detê-lo é amar e perdoar os irmãos, tonto quanto for necessário.