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XIV Encontro Nacional de Ensino de Química (XIV ENEQ) (EX – Experimentação no ensino)

Gerenciamento de Resíduos Químicos: Uma experiência de


aprendizado em aulas de laboratório em Ensino Superior.
Antonio César Teixeira de Toledo 1* (PQ), Viviane Maria Moraes Leo2 (PQ)

1 .Rua Francisco Alves, 145 – Vila Olímpia – Campo Limpo Paulista – SP


cesar.toledo@faccamp.br
2. Rua Xavantes, 19 – Bairro Belém Estação – Francisco Morato – SP

Palavras Chave: Resíduos químicos, meio ambiente.

Resumo: Este trabalho tem como objetivo demonstrar a preocupação em se adotar critérios para um gerenciamento
sustentável de resíduos gerados em instituições de ensino superior, e promover uma maior conscientização do
problema por meio do envolvimento dos alunos como o tema, uma vez que as atividades desenvolvidas nas aulas de
laboratório geram quantidades significativas de uma grande variedade de produtos químicos, os quais podem causar
diversos problemas ao meio ambiente e à saúde da população. Além disso, a legislação brasileira estabelece padrões
de qualidade e padrões de emissão que devem ser respeitados.

INTRODUÇÃO
Utilizar a temática ambiental como forma de introduzir conceitos químicos, nas diversas
unidades curriculares dos cursos superiores de química, pode ser uma experiência muito
interessante.
Ao professor cabe a responsabilidade de demonstrar a importância do tema e estabelecer
ligações com a disciplina em questão, o que é perfeitamente possível, pois todas as áreas da
química podem contribuir significativamente com o meio ambiente.
Inevitavelmente todos os setores da sociedade geram algum tipo de resíduo seja ele qual
for. De certa forma somos estimulados a poluir desde a infância pela grande oferta de produtos
cada vez menos duráveis.
O desenvolvimento tecnológico trouxe consigo a distribuição de grande quantidade de
materiais descartáveis no meio ambiente, tais como latas, plásticos, papéis, etc.
Obviamente boa parte desses materiais pode retornar às linhas de produção pelo
processo de reciclagem, evitando assim a extração de mais recursos naturais e o conseqüente
acúmulo no meio ambiente.
Quando descartamos algum tipo de lixo de nossas casas, nosso ambiente de trabalho, e
até mesmo durante alguma aula, podemos equivocadamente pensar que acabamos como nosso
problema, pois nos “livramos” do inconveniente – o lixo – entretanto, nosso problema pode estar
apenas começando.
Talvez nunca tenhamos pensado em quantos tipos de embalagens temos contato todos
dos dias.
Todos nós somos uma pequena fábrica de lixo e contribuímos para o desequilíbrio
ecológico, resta- nos saber como podemos conviver com esse desenvolvimento desenfreado e ao
mesmo tempo preservar o meio ambiente para as futuras gerações - essa é a filosofia do
desenvolvimento sustentável.
A criação de mecanismos para uma gestão consciente dos recursos naturais e a
preservação ambiental “são a bola da vez”, muito se tem falado do assunto e pouca ação pode-se
perceber. Ao nos preocuparmos com a questão dos resíduos gerados nas aulas de laboratórios
estamos nos incluindo entre àqueles que plantam uma sementinha para vivermos num mundo
mais limpo.
O curso de Bacharelado em Química – Faculdade de Campo Limpo Paulista –
FACCAMP, apresenta a experiência dos professores Antonio César T. Toledo e Viviane Maria
XIV Encontro Nacional de Ensino de Química (XIV ENEQ) ( EX – Experimentação no Ensino)

Moraes Leo na disciplina de Estudos Independentes, com a introdução de um trabalho sobre


gerenciamento de resíduos com os alunos, tomando como base este tema para desenvolvimento
das aulas e a conseqüente participação dos mesmos em um projeto de conscientização, que
inicialmente previa apenas a destinação correta dos resíduos de laboratório fazendo uma analogia
com o que é feito nos programas de coleta seletiva.
Num programa de coleta seletiva os materiais a serem descartados recebem uma
classificação de acordo com seu tipo e recebem uma correta destinação, e essa separação facilita
imensamente a reciclagem desses materiais.
Quando nos referimos a resíduos de laboratórios a realidade é outra, nem sempre
podemos reaproveitar os descartes, e na grande maioria dos casos há resíduos com alto grau de
periculosidade, tóxicos e sob o ponto de vista ambiental, extremamente impactantes.
A ausência de tratamento e a incorreta disposição dos resíduos químicos levam à
contaminação do solo, do ar e dos recursos hídricos, comprometendo sobremaneira a saúde
pública. A falta de definição e de diretrizes nos três níveis de governo associa-se à escassez de
recursos financeiros para o equacionamento do problema, além das dificuldades na aplicação das
determinações legais.

RESPONSABILIDADE TÉCNICA

A preocupação com os resíduos gerados em laboratórios de ensino e pesquisa é recente


e têm aumentado nos últimos anos, as leis ambientais estão cada vez mais fechando o cerco, e
num futuro não muito distante todas as empresas e instituições de ensino deverão se adequar à
legislação.
Mas não estamos nem falando sob o ponto de vista legal, nosso apelo é a educação
ambiental e promoção de uma correta gestão dos resíduos agressivos ao meio em que vivemos.
Gerenciar resíduos não é tarefa fácil, há de se trabalhar não só a questão de infra-
estrutura, mas também a “cabeça” das pessoas.
Infelizmente boa parte das organizações são ainda muito resistentes a investimentos
desse tipo, sempre fica um pergunta no ar – qual o retorno financeiro?, preciso mesmo gastar
com isso? – hoje a resposta pode não ser muito motivadora no tocante ao aspecto econômico,
porém o olhar do investidor deve ser outro e a pergunta deve ser revista – como posso contribuir
de forma sustentável com o meio ambiente? - com essa postura mudamos completamente o foco
da questão.
Cabe ao formador ter essa sensibilidade e explorar ao máximo as potencialidades da
questão.
Segundo o código de ética dos profissionais da química, resolução 927 de 11/11/70, o
profissional deve ajudar a coletividade na compreensão justa dos assuntos técnicos de interesse
público.
Sendo o meio ambiente, portanto, de interesse público, o químico tem o dever de zelar
por sua integridade, não permitindo ou até mesmo reduzindo ao máximo situações impactantes
ao meio ambiente.
Na esfera acadêmica a responsabilidade não é diferente, e o exemplo tem que ser dado.
Enquanto docentes e formadores de opinião, não podemos cair em contradição ao
compactuarmos com atitudes ambientalmente irresponsáveis, estaríamos indiretamente
ministrando uma aula ao avesso, desdizendo tudo aquilo que pregamos em sala de aula.
Neste aspecto tivemos toda autonomia e apoio da instituição, que subsidiou a compra de
materiais para armazenagem dos resíduos, reagentes específicos para tratamento e demais itens
necessários ao bom andamento do projeto.

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O apoio declarado da instituição é de suma importância, pois demonstra não apenas uma
preocupação didática, mas, sobretudo social, e os alunos reconhecem essa visão da Faculdade.

INÍCIO DO PROJETO

Uma das melhores soluções a serem adotadas para minimizar ou evitar a poluição
ambiental com resíduos químicos de laboratório é a adoção de um sistema de gerenciamento de
resíduos nos locais que apresentem atividades laboratório. (Jardim, 1998).
Existem algumas etapas dentro de um plano de gerenciamento de resíduos que devem
ser seguidas:
1. Organização dos reagentes, materiais e fichas das substâncias;
2. Procurar minimizar ao máximo a geração de resíduos, principalmente quando se
tratar de substâncias perigosas;
3. Separar de forma correta os resíduos, armazenando-os de forma segura de acordo
com suas compatibilidades químicas;
4. Buscar sempre a reutilização dos resíduos, pois boa parte deles pode se tornar novos
reagentes através de algum tipo de tratamento;
5. Quando não for possível reutilizar um resíduo e tiver que descartá- lo, procurar
inertizá- lo de forma a ser o menos agressivo possível ao meio ambiente, e que esteja
dentro dos padrões ambientais estabelecidos.
A ementa da disciplina de Estudos Independentes previa algum tipo de trabalho voltado
às soluções reais para sociedade, buscando a interdisciplinaridade e o aprimoramento científico
dos alunos.
Congressos da área de química, principalmente a Reunião da Sociedade Brasileira de
Química, vêm apontando a necessidade de formação de estudantes críticos e empenhados com a
responsabilidade ambiental. (Abreu, 2003).
Escolhemos a temática ambiental justamente por se tratar de um problema social e de
certa forma estimulante sob o ponto de vista didático. Grande parte dos alunos se interessa pela
questão e isso promove uma excelente interação professor – aluno.
Durante as aulas teóricas, cada vez que o assunto vinha à tona observávamos o interesse
dos alunos sobre o tema, e abríamos espaço para um fórum de discussões.
Ao final de todas as aulas tínhamos ótimas idéias e isso de certa forma estimulava os
alunos à pesquisa, o que contribuiu para o bom andamento do curso.
As instituições de ensino devem desempenhar um esforço para ajudar na formação de
seu corpo discente com integra compreensão dos processos que agridem o meio ambiente e que
estes tenham condições de intervir nos processos para minimizar danos ao ambiente. (Figuerêdo,
2006).
Iniciamos os trabalhos introduzindo alguns conceitos básicos sobre meios de gestão e
propriedades físico-químicas de alguns resíduos e segurança em laboratórios químicos.
Os meios de gestão oferecem subsídios para que o responsável pelo gerenciamento
saiba definir critérios de armazenamento e destinação final dos rejeitos, bem como trabalhar a
questão da redução da geração e uma correta organização das matrizes.
Várias instituições estão efetuando a reutilização e/ou reciclagem de resíduos criados
como subprodutos em determinados processos químicos industriais ou laboratoriais. (Gerbase,
2006).
Por exemplo, a Universidade Federal do Paraná apresenta um sistema que quantifica as
incompatibilidades de resíduos e os custos de neutralização, além disso realiza a inertização dos
materiais gerados em laboratórios em fornos de co-processamento, prática essa autorizada pela
legislação do estado. (Cunha, 2001).

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Outro exemplo é o sistema adotado pela Universidade de Brasília (UNB) que tem a
intenção de reciclar e reutilizar de 40% dos resíduos gerados. (Santos, 2006).
Uma questão muito importante que destacamos é a minimização, talvez este seja o
principal ponto de um sistema de gerenciamento de resíduos, pois ao consumirmos menos
reagentes nas aulas estaremos gerando menos resíduos.
Esta mudança de conceitos é de suma importância e é de responsabilidade do docente
perceber que os tempos mudaram e hoje em dia não se realiza mais uma aula consumindo litros e
mais litros de soluções, tudo deve ser feito em escala micro, em tubos de ensaio e quando um
determinado método solicitar um reagente muito tóxico o professor tem o dever de procurar
outra alternativa a fim de reduzir um eventual estoque de produto perigoso.
Justamente por isso solicitamos aos alunos que se colocassem na posição de um gestor
de laboratório e que planejassem fichas de estoque de reagentes e de resíduos, o que facilitaria a
organização do laboratório e a correta disposição dos rejeitos.
Relatos sobre as estratégias de implantação de gestão e gerenciamento de resíduos
apontam as várias dificuldades existentes, porém os resultados alcançados é a consciência ética
com relação ao uso, reaproveitamento e descarte de produtos visando a preservação ambiental.
(Resende, 2003; Tavares, 2005).
Pesquisas sobre os materiais de armazenamento, incompatibilidade de substâncias e
critérios de segregação de resíduos também foram solicitados aos alunos.
Realizamos muitas discussões a respeito, alguns grupos apresentaram suas propostas e
todos chegaram num consenso sobre a melhor forma de elaboração das fichas de resíduos e a
melhor classificação para armazenagem.

ORGANIZAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS

Podemos classificar um resíduo de duas formas, ativos e passivos. Ativos seriam


aqueles resíduos gerados na rotina de um laboratório e de certa forma conhecidos. Passivos
podem ser entendidos como aqueles resíduos não caracterizados, armazenados muitas veze s sem
identificação e aguardando uma destinação.
Não tivemos problemas com passivos uma vez que desde o início de nosso processo
procuramos identificar os resíduos segregando-os de forma correta e restando-nos apenas o
gerenciamento do ativo, que na verdade é a base do gerenciamento de resíduos.
Como já mencionamos esse trabalho não é tarefa fácil e faz parte de um processo de
contínua reciclagem de pessoal, daí a importância de termos uma disciplina tratando do assunto.
Uma grande quantidade de produtos químicos introduzidos no meio ambiente é
gradualmente degradada e assimilada por processos naturais, uma vez que esses produtos podem
ser diluídos suficientemente para não causar riscos ao homem ou ao meio ambiente. Entretanto,
há duas classes de produtos químicos em que a diluição não funciona: metais pesados e seus
compostos orgânicos sintéticos não-biodegradáveis.
Esses produtos tendem a ser absorvidos no meio ambiente e a se concentrarem nos
organismos, incluindo os seres humanos, alcançando algumas ve zes, efeitos letais. (Leite, 2002).
Podemos olhar de duas formas para definir os Metais Pesados, ou seja, quando
estivermos verificando do ponto de vista químico, não se trata apenas de metais, mas também de
semi- metais e ametais.
O ponto de vista químico envolve os conceitos sobre os metais da forma como são
introduzidos na tabela periódica dos elementos, ou seja, as relações ou propriedades que,
consideradas, levam ao denominado “pesado”, tais como densidade absoluta, ponto de fusão,
volume atômico e raio atômico.
O ponto de vista biológico inevitavelmente nos levará a discutir assuntos relacionados
ao meio ambiente, pois está diretamente ligado ao ecossistema e à saúde humana. Esta

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classificação direciona-se aos elementos que se acumulam no organismo biológico gerando


toxidez.
Os “Metais Pesados” podem ser classificados da seguinte forma, com relação ao
desenvolvimento no organismo no organismo: Metais Essenciais e Não Essenciais.
Metais Essenciais são aqueles que participam do metabolismo no organismo, mesmo
em quantidade micro, portanto, considerados essenciais para a vida, porém há sempre limites de
concentração que poderão em determinados momentos colocá-los como tóxicos ou gerando
processo de intoxicação.
São elementos para os quais o organismo possui o equilíbrio Homeostático (é mantido
no organismo apenas o necessário para ser eliminado).
Metais não Essenciais são aqueles que não participam do metabolismo no organismo e,
portanto não são considerados essenciais para a vida. Hoje com o avanço tecnológico
provavelmente serão encontrados compostos, ditos não essenciais, que poderão em escalas de
grandeza da ordem de fentogramas a attogramas participarem de algum mecanismo necessário
para o equilíbrio celular.
Deve-se observar que os Metais Não Essenc iais têm causas relatadas em função dos
limites de tolerância. (Leite, 20002).
Conceitos sobre legislação e aspectos ambientais legais foram introduzidos durante o
curso, uma vez que para cada tipo desses metais existe uma especificação de emissão nos corpos
d’água.
Tendo em vista todo esse conhecimento os alunos elaboraram inventários de ativos e
passivos, ou seja, fizeram um levantamento da situação atual do laboratório.
Aspectos como segurança em laboratório foram bastante abordados, pois ao
trabalharmo s com substâncias químicas precisamos ter muito claro esse conceito.
Os alunos participaram de uma palestra sobre FISPQ, que é a ficha de inspeção de
segurança de produtos químicos, essencial em todo qualquer laboratório, e posteriormente
realizaram um trabalho sobre o tema.
Numa FISPQ devem estar contidas todas as substâncias químicas presentes num
laboratório bem como suas propriedades físico-químicas, formas corretas de estocagem e
primeiros socorros em caso de emergência.
Outro trabalho desenvolvido pelos alunos foi a elaboração de um rótulo padrão para
fixar nas embalagens de armazenamento dos resíduos. Nesta rotulagem temos informações
importantes sobre o resíduo a ser tratado, tais como classe química, reatividade com água,
inflamabilidade, corrosividade, etc.

CARACTERIZAÇÃO PRELIMINAR DOS RESÍDUOS A SEREM TRATADOS

Os programas de gerenciamentos de resíduos não requerem somente “boa vontade” dos


idealizadores e sim mudanças de atitudes profundas de todos os participantes, geradores de
resíduos e principalmente de apoio institucional.
As pessoas que geram resíduos devem assumir compromissos para minimizar, recuperar
e/ou tratar os rejeitos e um estudo sobre o provável resíduo gerado já deve ser previsto antes
mesmo de sua geração.
Este aspecto pode ajudar a conscientização em curto prazo da responsabilidade sobre o
resíduo, pois de uma forma ou de outra já cria um senso de preocupação nas pessoas envolvidas.
Elaboramos um protocolo de caracterização baseado no artigo do prof. Wilson Jardim
da Unicamp, a fim de sempre monitoramos algum eventual resíduo em estoque sob suspeita da
composição.
A tabela abaixo propõe alguns testes simples para verificação dos resíduos em estoque.

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Tabela 1: Teste simples de verificação para classificação dos resíduos.

Teste a ser realizado Procedimento a ser seguido

Adicione uma gota de água e observe se há a


Reatividade com água formação de chama, geração de gás, ou
qualquer outra reação violenta.

Introduza um palito de cerâmica no resíduo,


Inflamabilidade
deixe escorrer o excesso e coloque-o na chama.

Usar papel indicador ou peagâmetro para


pH
verificar o pH do resíduo.

A oxidação de um sal de Mn (II), de cor rosa


Resíduo oxidante claro, para uma coloração escura indica resíduo
oxidante.

Observa-se a possível descoloração de um papel


Resíduo redutor de filtro umidecido em 2,6-dicloro-indofenol ou
azul de metileno.

Coloque um fio de cobre limpo e previamente


aquecido ao rubro no resíduo. Leve à chama e
Presença de halogênios
observe a coloração: o verde indica a presença
de Halogênios.

Após o ensaio de reatividade, a solubilidade


Solubilidade em água
pode ser avaliada facilmente.

Adicione 1 gota de cloroamina-T e uma gota de


Presença de cianetos ácido barbitúrico/piridina em 3 gotas de resíduo.
A cor vermelha indica teste positivo.

Na amostra acidulada com HCl, o papel


Presença de sulfetos embebido em acetato de chumbo fica enegrecido
quando na presença de sulfetos.

Após a realização dos testes acima classificar os resíduos em: Ácidos, Bases, Orgânicos,
Inorgânicos, Sólidos, Líquidos, Gasosos e Oxidante-Redutores.
Testes simples como estes despertaram ainda mais o interesse nos alunos ao tema. Num
segundo momento sugerimos que fizessem uma pesquisa aprofundada para o tratamento mais
efetivo dos rejeitos e que a apresentassem em sala de aula.
A figura 1 demonstra um tipo de pesquisa feita pelos alunos sobre o tratamento de
soluções sulfocrômicas, utilizadas em laboratórios para lavagem de vidrarias. O Cromo (VI)

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presente nesta solução é comprovadamente cancerígeno em humanos e acumula-se no meio


ambiente. (Pimenta; Santos; Leal).
A solução sulfocrômica pode ser substituída pela solução sulfonítrica (1 a 2 partes de
ácido sulfúrico para 3 partes de ácido nítrico) ou por uma solução alcoólica de hidróxido de
potássio 5%, (5g de KOH em 100 mL de etanol); neste caso não se deve deixar a vidraria em
contato com a solução por muito tempo (máximo de 10min); em seguida, lavar com água em
abundância e antes de passar água destilada, enxaguar com ácido (HCl 0,01 mol L-1 ) para
neutralizar as paredes do vidro.
Vários protocolos como este formam criados pelos alunos, que “adotaram” algum tipo
de resíduo a fim de pesquisar sobre possíveis tratamentos e recuperações.

Tratamento de Solu ções Sulfocrômicas

Cr6+ Sulfocrômica

Fe em pó

Cr3+
NaOH

Cr(OH) 3
Filtrar

Sólido Solução
Ajustar pH
Coletor adequado Coletor adequado

Figura 1: Fluxograma de tratamento de uma solução sulfocrômica

Essa conscientização em não agredir o meio ambiente tem que começar nas instituições
de ensino, de forma que isso seja assimilada pelos alunos para quando exercerem atividades nas
indústrias possam ter uma preocupação com os resíduos gerados e assim também implantar um
gerenciamento de resíduos nas indústrias onde atuam.
Essa preocupação teria que ter acontecido há muito tempo, com o advento da revolução
industrial, onde os meios de produção começaram a inserir rejeitos numa velocidade cada vez
maior.

CONCLUSÃO
Ficamos muito satisfeitos com os resultados, sabemos que ainda temos muito a fazer e
contamos com a colaboração dos alunos e de todos os demais professores, afinal esse não é um
problema apenas da disciplina de estudos independentes, é uma questão multidisciplinar e deve
ser tratada por todos.

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Cada professor que utilizar o laboratório e gerar algum tipo de resíduo deve ter plena
consciência da destinação que deve dar ao mesmo, e inclusive introduzir essa problemática
dentro de sua aula.
Muitos alunos mesmo após terem concluído o semestre ainda participam do processo e
sempre procuram propor melhorias para o sistema.
Boa parte dos resíduos gerados foi continuamente descartada, e hoje temos poucos em
estoque, somente alguns que necessitam de certo estudo de tratamento, haja vista a grande
potencialidade de recuperação que possuem.
Resíduos mais simples como ácidos e bases foram neutralizados e simplesmente
descartados, resíduos contendo metais pesados foram precipitados na forma menos agressiva e
estocados como futuros reagentes.
Com certeza levaremos muitos anos para corrigir o que já foi agredido, mas se todas as
instituições de ensino e pesquisa tiverem um programa de gerenciamento e conscientização,
teremos um futuro melhor e com perspectivas mais otimistas, pois sabemos que a natureza leva
tempo para voltar a sua forma de origem.
Estamos fazendo a nossa parte.

REFERÊNCIAS

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584, 2003.
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guia prático para solução dos resíduos químicos em instituições de ensino superior. Editora
Rima, São Carlos, 2005.
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química da UFPR. Química Nova, vol. 24, n°3, 424-427, 2001.
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Gerbase, A. E., Gregório, J. R.; Calvete, T.; Gerenciamento dos resíduos da disciplina química
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Leite, F.; Validação em análise química. 4. ed., Átomo, Campinas, 2002.
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Resende, M. O. O; Alberguini, L. B.; Silva, L. C.; Laboratório de resíduos químicos do campus
USP-São Carlos – Resultados da experiência pioneira em gestão e gerenciamento de resíduos
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Santos, G. J. M.; Imbroisi, D.; Barbosa, S. S.; Shintaku, S. F.; Monteiro, J. H.; Ponce, A. E.;
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Universidade de Brasília em foco. Química nova, vol. 29, n° 2, 404-409, 2006.
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químicos e águas servidas nos laboratórios de ensino e pesquisa no CENA/USP. Química
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