'
tiimitiAfo
Itllll.lO I lll.l A 1*1 lllall \. dos cursos jurídicos tio S. Paulo e Olinda. Fr.
Joaquim Damazo, que ficara bibliothecario em
¦ajtfm^ fvf. o cidade do Rio de Janeiro a biblio- 1822 , como nSo quizesso atlherir à proclama-
Hfcyiier.i hojo à gênero- çao da nossa independência , retirou-se para Por-
"vJÇ/sidode publica que regentepossuo depois rei l>. tugol , fozendo primeiramente passar daqui a rica
do príncipe
João VI ) que , passando do Portugal oo lira- collecção du manuscriptos annexos 6 bibliotheca,
lil em fins do anno du 1807 , fez transportar tanto do rui como do inlantado, e por isso he
comsigo a bibliotheca do seu palácio da Ajuda, for- bojo a bibliotheca publico mui pobre de códices
nítida pelos senhores reis seus predecessores para manuscriptos.
uso da família reul. Ella se franqueou ao pu- Cumpro notar que lambem com o regente veio
blico em 1810 , sendo arranjada pelos seus dous huma preciosa collecção de manuscriptos , que no
ar-
primeiros directorés aqui, os padres mestres Fr. palácio das Necessidades so conservavam em
Gregorio Josò Viegos, e Fr. Joaquim Domozo; chivo separado , e aos quaes se chamava — Mo-
o primeiro da 3' ordem Franciscana , e o so- nuscriptos da coroa. — Esta collecção nunca foi
incorporada á bibliotheca publica , apezar de
gundo da congregação do Oratório. mes-
A rasa quo servia do hospital dos Terceiros grandes esforços dos bibliolhecarios , e até
Carmelitas loi oecupuda pela bibliotheca, pela pro- mo do alguns ministros. O visconde de Villa No-
íimidado em quo ficava do paço real, dondo o va, na qualidade do guorda-joias, conservou-a sem-
de-
rei e os príncipes vinham muitas vezes ler e con- pre debaixo da sua immediota inspoeçao ,
huma casa da noção na rua do Ou-
saltar. Mos esto local , além do nao ser próprio posituda cm
paro hum tal estabelecimento, tem demais oin- vidor, dondo regressou a Lisboa com o rei I).
conveniente do ser acanhado , pouco arejado, e João VI. Esto collecção do manuscriptos constava
sujeite u continuadas invasões do cupim , que por de mais de sois mil códices.
muitas vezes lhe tem feito grandes estragos, as- Por morto do condo da Barca , o governo re-
sim como lambem d'outros insectos quo costu- cebeu em pagamento de dividas a parto da li-
mam atacar os livros, o quo no Brasil espanto- vrorio quo esse distineto litterato comsigo trou-
sainente so dosonvolvem. O governo imperial tom xera do Lisboa , o quo pôde salvar dos barulhos
idéas de fazer construir hum novo cdilicio com as com quo so fizera o embarquo da corto na epocha
proporções necessárias a huma bibliotheca publi- da invasão franecza. Esta livraria, apezar de es-
ca, c alguns passos so tem dado já com esse iragada , ainda ussim sc compõe de muitas obras
colligir
fim. preciosas 0 raras, que o condo podéra
no tempo do suas viagens em diversos estados do
No ajuste de contas com Portugal, por ocea-
»iüo da nossa independência , entrou n biblio- Europa. Juntou-se-lhe tombem o livraria do
tlieca publica como propriedade du casa real, illustre conselheiro Josó Bonifácio do Andrade o
fl com ella a livraria do infantado , quo tombem Silva, doada por seus bordeiros, constante cm
ra-
se passara oo Brasil com o nrincipo regente. Es- grande parte do obras ollomans sobre muitos
tas bibliothecus chegaram com muitas obras trun- mos da historia natural, o de edições recom-
cadas , o poucas dobradas; destes mandou depois mondaveis do celebres tjpographos sobre diversos
" governo repartir
pela bibliotheca publica da ramos scientilicos e litterarios.
Builia fundada pelo condo dos Arcos , o pelos Com estas reuniões, o com a compra c pre-
21
¦ ..iK\c *r* '?»".
. ¦ ;';;¦' ,-r>\-,
160 SCIENCIAS.
o que tombem »e provo com pouco tempo terá mai* a bibliotheca publica do
pelo »eu papel ;
edição do 1). Quixote em perga- Ido de Janeiro esse intercHantissimo ocerescenta-
huma bella
iiiinhu. A eollecçao de biblio» de*ta livraria lie mento.
idiçoe» O conego J. da C. Darboia.
riquiisiina, tanto pelo «ceio da. suas
diversa» língua* em que foram pu-
(üiiio pelai
liliciidus, o ochain-sc lamlieiii vorio» collecçoe»de
estampas bíblicos do* mói» celebre» autores.
Possue esta bibliotheca , entre o* seu» pouco» ENTOJIOLOG.1A BRASILI.IRA.
iiionuscriptoi, huma biblio de pequeno formulo ,
,iii finíssimo pergnminho e letra microscópica, Xettcla ..•.!.1.- iniiii i .-i»|H-rit' tl« iimi-i-li. liyiii.-iiopt.-ii. •
,|,j anno dn 1300, que íòta do conde do llarca ; 1...I.I.- a n.ii-Ki do anlii onde ella |kuuui «una meu-
hum livro do orações do u»o de el-rei D. Fer- itior|i|ioa«*.
nando de Portugal, precioso tinto pela sua
antigüidade como pelas estampas o desenho»
coloridos du quo sao ornado» as suas margens sWHa. » insectos da ordem do» hymcnoptcros of-
W| Qj fere, em quasi todos, cm suo historia ; huma
d as vinhetas de seu» capitulo»; ha mais ou- "*»a»y
multidão do notáveis particularidades, be
tro que de certo tumbem fora do uso de ulgum
nclles que especialmente se observa o instineto
ni portuguez, acompanhado du nolos do canto-
social; as formigos, as vespas, os zangoes o abe-
chão para os ollicio* da capcllo, e até compre-
lhas dao disto o exemplo; os perfeitíssimos Ira-
l.cndendo no lim huma orle de cantochão figu-
balhos destes últimos denotam mesmo huma in-
rodo; ha mais hum registo de cortas jcsuilicos es-
telligercia extraordinária. Em outras famílias de
,riptas do Brasil desde o anno de 15Í9 até pouco
l.vnicnnpteros põde-so ainda encontrar objecto de
mais de 1600 , que foro do collegio de Santo
observações interessantes, o entre estes os do ge-
Antoo cm Lisboa , e dado pelo conselheiro João
Pereira liamos oo conselheiro Lora o Ordonhcs , uero cynips, que faz o assumpto desta matéria,
.|in- dcllo fez presente á bibliotheco publico. A merecem nao ser esquecidos.
historia dos missões da Iiahia poro o sul acha-se He muito vulgar encontrar-so nns planícies
liem explicada nestas cortas , enlre os quaes muito desla provincia (Kio de Janeiro) , suspensos dos
interessa a leiluro das dos podres Nobrego o An- ramos du certos arbustos, mossas ovues, arre-
cliieta; ha mais bumo eollecçao, já muito eslro- dondndas, asselinadas, de hum branco còr de
neve, du grossura do hum pequeno ovo de gal-
gado pelo tinta , das correspondências outngra-
linha , tendo no seu centro hum largo canal
pbas do santo oflicio de Gôa com o dc Lisboa.
Ila por fim vários inanuscriptos de obras quejà aberto nas duas extremidades , e apresentando
correm impressas , como, por exemplo, das cortas na sua espessura muitos casulos disseminados,
do padre Vieira , das de Alexandre de Gusmão , ovaes e mui pequenos, de hum tecido denso ,
das do D. Luiz da Cunha ; assim como Iam- o que tudo faz as vezes com que a massa inlei-
liem do correspondências diplomáticos do condo ra ollereça o aspecto de huma esponja crivada
da Barca , dc D. Luiz tio Cunha e de outros. de aberturas redondas. Estas massas de seda são
casulos fiados,
Esla bibliotheca , quo parece haver ficado esta- produzidas pela agglomcração do
cionaria depois de estabelecida no Uio dc Janeiro , pelas larvos do hum insecto do gênero cynips, nos
começa a enriquecer-se do preciosas obras mo- estas larvas possam sua ultima transforma-
quaes
a
dernos. O governo tem feito empregar na com- ção o sabem insecto perfeito. Passemos agora
expor o mo tem sido possivel observar de
pra du livros a consignação que a assembléa go- que
ml, depois onnoa, decretara para a livraria sua existência até esto momento.
publica. De 18'i-2 por diante tem ella recebido Huma fêmea de cynips já fecundado procura
otiasi mil volumes comprados na Europa, entre huma lagarla viva , e de preferencia huma la-
lepidoptero
os quaes notam-se os da interessante obra do garta do huma espécie de insecto
Spix e Martins sobro a historia naturnl do Brasil; nocturno; cnconlrando-a, ogarra-se com toda a
as obras do Cuvier alé bojo publicodas ; Anti- força o sua victima , e por meio do seu aguilhão
guidodes do México porMM.Lcnoir e Wordcn ; abdominal fura-lho o pelle , apezar dos movimen-
si plantas da Provincia de Goynz por Phol ; a tos que faz a lagarta para so desembaraçar de
Flora Londinense; varius historias e tratados scien- seu inimigo; os ovos io cynips, sahindo pelo canal
tiPicos , obras de litteratura , periódicos mais es- interior do aguilhSo,cahem então em quantidade ;
tintado», lanto francezes como inglezes, etc; e o o postura de seus ovos acha-se assim eflec-
consta tu.ida.
que hum novo pedido de muitas obras
modernas sobre scioncias jurídicos, commerciae», Abandonada a lagarto, encarregado «a servir
militares, industriaes , agronômicos, políticos, de nutrição o esto íomilia estrangeir;., continua
lugar, c
«to, , se fizera
para a Europa , e que dentro em a viver como dantes; ella mudo de
¦
162 SCIENCIAS.
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ptfp ' ITINERÁRIO estatuas de diuuruulus santo» , quu tem 24 pd-
.111
mos incluindo a buso, o que duo ao cdilicio 94
du praça.
[)a viagem c-na fez n Niipnl. - « i-oiiigu Mnmn-I J..« palmos do altura acima do pavimento
O obelisco egypcio , quo so oleva no meio da
qui.» tia Sth.uii
ifüt ob •' columnata , ho huma peça inteiriça de granito
VIAGEM A ROMA. roxo oriental , a lem 107 pulmos de allura com
¦a o peso de 973,937 libras. Foi Sinto V que ahi
t Caiuiii.ia.1» «Io numero nmcrior. ) o fez collocor sob a direcção du Fontana. Sua
altura total , couiprebendendo o pedestal e a
Ào Pedro de Roma he o templo maior o cruz de bronze, ho do 189 palmos.
mais bello que ba no mundo, de huma A praça roctilinea quo está entre a praça
' oval e a igreja tom 513 palmos do largura so-
grandeza u goslo inimitável, que não
so podo comparar com cdilicio algum ; digno hre 455 de profundidade. Ilu do coda lodo por-
elle só do buma viagem a Roma. Esta situado ticos rectilineos quo começam nas duas entre-
ao pé do monte Vaticano , no mesmo lugar da midodes da columnata , e que vão abrir-se no
são decorado»
antiga basílica quo Constantino fizera edilirar. grondo pórtico da bosilica. Elles
do emparelhadas, sobre a» quaes
O papa Nicoláo V formou o projecto do a re- por fora pilastras
edilicar ; mas estava reservada paro Júlio II o estaiii collocodas 48 estatuas.
gloria do Iho lançar a primeira pedra em 1506, O frontispicio de S. Pedro, elevodo sobre bum
e começou a obra sob os desenhos do Rramante. vosto poial , faz fundo a esta grande praça. Elle
Vários urchitectos, o mesmo Rafael , occuparam- esta decorado por huma grando ordem corinthia,
so com ella ; mas ultimamente foi Miguel An- sobre a qual esti hum attico terminado por huma
golo quem aperfeiçoou os desenhos e fez o tam- balaustrada , e sobre ella estein collocadaii us es-
hor da sumptuosa cúpula. Ainda depois do Mi- tatuas do Salvador e dos santos apóstolos. Em
guol Ângelo esteve o complemento da obra en- cima mostra-se a cúpula em bum plano mais
tregue à direcção de hábeis urchitectos. afastado. A fachada tem 251 palmos do altura
A soberba praça de S. Pedro he dividida em o 532 de largura ; e são taes os suas proporções,
huma grandeza mo-
duas partes, huma oval e outra rectangula. A quo as columnas parecem de
diocre , no entanto que são de huma grossuro
praça oval, ou a praça da colu.nnata , tem 1015 126 de altura.
enorme, e tem palmos
palmos de largura e cslà cercada de pórticos
em coluiiinata, que se vão ajuntar a parle rcc- Enlra-se em o vcstibulo por cinco grandes
tangula, que bu ornado na frente por hum aberturas, e ho decorado com huma magnihcen-
obelisco egypcio o por duas bellas fontes. A cia que corresponde ao soberbo edifioio que
coluninata he composta de 284 columnas , e do elle annuncia. As extremidades dão entrada às
88 piluslros doricas, quo formam do cada lado duas galerias que o ligam à columnata , no fun-
soberbos pórticos em semicirculo de 81 palmos do das quaes vé-so ao meio diu huma grando
de largura. Cada pórtico está dividido em três estatua de Carlos Magno, e ao norle a de
corpos, anteriores e dous posteriores. Quatro fi- Constantino Mogno. A's cinco entradas do porti-
Ias de columnas formam Ires caminhos, sendo o co correspondem cinco portos : tres são ornadas
do
•do centro apto de columnas do bello mármore roxo. Huma
para a passagem das carruagens. cruz de bronze
As columnas são elevados sobre três degráos, e meio, em que se vé huma grande
só se abre
tem 58 palmos de altura , comprohendidos os dourado, chama-se a Porta Santa* e
de Os batentes da do con-
capiteis u as bases. O todo ho coroado por huma por oceasião jubiléo.,
os mar-
«ornija da ordem jonica, sobro a qual assenta tro sao de bronze, e tom representados
buma baiauslrada em tyrios de S. Pedro e S, Pau'°-
que cstam collocadas 96
.—¦*m*mm*wm!m*mw,'flti
lil UTTERATUBA
de tia VI . •¦> mármore branco ,
A largura do pórtico , cujo pavimento he de bella e.t.tua
ni.inni.il-, he de 57 palmos livre». • o compri- representando esle papa do joelhos, revestido
>!•• altura. de em oroçao ; ulliuia obra do immuru
mento de UV8. A abuluda tem Iii pluvial
O pórtico superior lem as mesmas dimensões ; Cmiova. „ .
ib-coradii coluinnoii , * *ara- O baldaquino da et-nlissáo de S. redro be dt-
aaU pi.r ptyaatni Ile do lorma quadrada,
das. Na do meio chamada /u Logia dà o so- huma bcllcia admirável.
berano pontífice cm certo* dia» a benção aposto* 1 e sustentado por quatro grandes columna» dt
bronze torcidas do ordem composto . ausentada*
lica «i cidude e ao orbe. o conut-ladu» alé u
em pede»tae* do monitore,
O interior do templo de S. redro apresenta terços saocingido» de fes-
lerço. Us dous outros
h vista o mais soberbo edifício que ha no uni-
com meninos e abelhas. As ha-
verso : tem G85 palmos de largura. 593 de allu- toes de louros ,
ra , e 901 de comprimento. ses e o» capiteis sao tao bellos como a cornijo ,
de bum.. bella forçu e bem peifilada.
A grande nave, que tem 119 palmos de lar* quo he
A coroa he ilu huma forma e proporção Mu.
gura e 210 de altura , bu de huma bullissima Vem-se su>
proporção, e decorado por grandes pilastras
co- grupos de pequenos meninos quo
os chaves , e oulros distinctivi»
rinthias. Esta ordem reina também nos* dous tentam o liara ,
fundo. (J he de dos soberanos ponlilices, e quatro grandes bgu-
braços da cruz e no pavimento sobro as columnas , tendo
mármore de diversas cores, e o aholiada ornada ras do anjos em |ie
lançam sobre o rotodit
de cuixoes quu produzem lium bello efleilo , c grinaldas do flores quo sublime 177 pulnin*
cujos ornamentos soo de estuque dourado. De obro. Tem este monumento
cada lodo da nave ha quatro grandes arcos que de altura , contados do pavimento da igreja ate
correspondem a outras tontas capellos, que es- a summidade da cruz , no quul se empregaram
180,392 libras de cobre, ü aliar collocado de-
tum separadas por pilastras unidas de 92 palmos aos ponli-
he reservado
de altura , coinprohendidos os capiteis e os Im- baixo deste boldoquino
sus. Todas as entrepilustros são decorados pur licaes que faz o soberano pontífice.
duos ordens de nichos , em os quaes estam collo- A grande cúpula que esta sobre o boldaquim»
desta immensa bo-
codas estatuas em mármore de fundadores de or- he a parte mais maravilhosa
se ajusto com o res-
dens religiosas. Sobro os arcadas tuinbcin ha es- silieu, e que perfeitamente
edilicio. l.ramantc fundou os quatroenor-
totuos quo representam virtudes. Nos revesti- to do c fechou os ur-
inentos destes arcos o dos pilustrus estam col- mes pilastras que a sustentam ,
outro. Miguel Ângelo
locados diversos ornalos e meninos esculpidos cm cos que vuo de huma á até
elevo cylindricoiiiento
mármore bronco , sustentando mais de 50 me- fez o toinbor que se cúpula, foi
da abobado du que
dolhòcs contendo retratos de alguns papos, tio- 0 nascimento
terminado Jocob de Io Porta no pontificado
rus , chaves , o outros ottributos ornados de pai- por
visto du dentro da Igreja,
mas e dc grinaldus. Em baixo das duos pri- de Sixlo V. O interior,
contados do pavi-
meiras entrepilastras, ao entrar, estam pias de agtio tem VJV palmos de altura ,
abobado 2tt dos arcos , que a
benta de huma bella composição. Kcpresuntam mento alé a ,
da lanterna que s
meninos executados em mármore bronco, com sustentam ate ao nascimento
coroa , e 132 de diâmetro interior. No baixo da>
quasi nove palmos, que sustentam huma concha nichos , nos quaes
de jalde antigo servindo de pia. quolro pilostras ha grandes
estatuas colossacs cm mármore
Em baixo da ultima entrupilastra , ú direita , estam as grandes
esta a famigerada estatua de S. Pedro em bronze de Santa Verônica , de Santa Heleno , de S. Lon-
cima destes ni-
sentada , que be lida em grande veneração pelo gino a de Santo André. Tor
chos ha quatro tribunas urnadus de columiins
povo romano. se as muis celebre*
No extremidade da grande nave apresenta-se de mármore, onde guardam
relíquias. Nos triângulos das pilastras, por ciiini.
a confissão de S. l'edro com huma magestade sym-
os quatros evangelistas com seus
que nada o iguala. Hc o baldaquino , oltar-mór vem-se he ornado deza-
e capella subterruneu onde estú o túmulo do bolos cm mosaico. O tambor por
dos apóstolos, e onde não be seis grandes pilastras perpendiculares , distribui-
príncipe permit- lortilicailns
tido descer. Ha entretanto debaixo do altar pu- dus sobre a circumlerencia da base ,
exteriormente hum contruforto ornado por
pul hum nicho fei liado com grades de bronze , por
servem ao mcsino
tem huma abertura commu- duas columnas unidas , que
que quadrada quo o con-
nica com o antigo subterrâneo, onde se benzem tempo de ornoto o suslcntaculo. Toda mo-
cavidade desta cúpula está ornada por bcllos
os pallios archiepiscopaes. Desce-se ü confissão
soicos. No suinniidade vô-se huma figura repre-
por huma escada de mármore que está diante
do baldaquino, cercada de huma balaustrada, so- sentando o Padre Eterno , e por baixo seis or-
anjos, a SS. Y**
bre a qual pousam cem alampodas que ordem dens de figuras representando
e outros santos.
dia e noite. Defronte da confissão está huma gem , os apóstolos
—' '*amosnmsy>tj*$m
LITTERATURA. Iti5
166 LITTERATURA
levo» e de figuras representando os facto» da Vimos depois em diversas salas buma granda
ii.lletçao de bdlos quadros, incluindo muito»
vida de S. Pedro.
de Kofael. A multidão destes qua-
O subterrâneo desta immensa baiilica não be originae*
menos interessante. Nelle, além da rica capella dros nao me deu lugar a tomar notas, com-
alta- se nos d****- du todos explicação; e por
dl confissão de S. Pedro, ti>m-»e muito» quanto
de quatru horas da larde,
de hum outra parte poisava
res, bellos mosaicos, relíquia» prodi-
necessidade de refeição.
o jà sentíamos
gioso numero de sanlos. huma grande quonti- Depois do subimos a passeio com di-
dado do estatuas em mármore, mosaico» anli- jantar
de Paulo, fora dos muro»
inscrip- recçao à basilica S.
gos ao gosto gotbico, hoi.us-relevos, em de S. Paulo,
ções curiosas, imagens o cruzes
tida» gran- d.i cidade. Passámos pela porta Porta Trigemina,
está no lugar da antiga
de veneração; túmulo» em mármore, do santos; que ter sida construída na
chamado Ostiensis,
de papas, de imperadores, reis. rainhas, car- por
a cidade de Ostis.
estrada conduda para
dcaes, bispo», grao-mestres da ordem de Malta, que
Vimos na passagem o túmulo de Cestio, da
e dc outros muitas personogens que se distin-
dignidades, c formo pvrainidal, que faz bum bello effeito oa
guiram por suas loiras, virtudes, tanto ao perto como ao longe.
outras parles. Esta entrada he defesa òs mu- paisagem,
Jà não ho essu sumptuosa I antiga basilica do
lheres.
como as S. Paulo huma das quatro principaes de lloma,
As sacristias, tanto a dc S. Pedro
igrejas patriorchues quo N vem;
dos conegos e beneficiados, sao peças bem im- o das cinco incêndio
serem vistas; ellas cor- porque essa foi destruída por bum
pmlantes e dignas de em do 1823; mas a nova, ainda
respondem a grandeza e sumptuosidade da im- voraz julho
o santo
em obra , a que deu principio padre
mensa basilica. com o mais feli»
ao templo de S. DalO XII, e que continua
Concluída a terceira visila Gregorio XVI, ora
Pedro, passámos ao palácio do Vaticano. Leva- suecesso o soberano pontífice A obra que est»
da igreja do Deos.
ram-nos logo a grande sala real, que servo do presidente da sumptuosida-
vi- feita dà huma idea adequoda
vcstibulo às copcllos Sixtina e Paulina. Ahi jà
bellos estu-
Carlos Magno oue do do templo. Preciosos mosaicos,
mos bellos quadros a fresco: magestosas esta-
assigna huma doação á igreja romana, Pedro quês dourados, ricos quadros, se vêm nesla ba-
de Arragonn submettendo seu reino a obediência tuas em marmoro branco, jà
be do hum gosto mo-
do popo ; o reconciliação de Frederico I, ap- silica , cuja construcção
dos Venezianos derno e muito depurado. Tem dous altares-
pcllidado Barbaroxa ; a armada e duas capcllas fundas semi-
na bahia de Messina, S. Gregorio Vil absolveu- mores fronteiros,
formondo huma espécie de cruz-grega.
do das censuras ao imperador Henrique IV, o cireulores,
e a No caminho esla basilica vimos o Tibre.
massacro do olmiranto Gaspar de Coligni, para
vários barcos c dous
entrada do Gregorio XI em lloma slo os mais no qual estavam ancorados
estimados destes quadros. vapores.
Daqui fomos à capella Sixtina, edificada por Tomámos direcçüo do Capitólio, c vimos oi
Sixto IV, onde o papa assiste aos ofícios da arcos de Septimio Severo e Jano Quadrifronte.
chegámos ao
semana santa, c onde se reúnem os cordeaes Mas jà era noite fechada quando
ver.
em conclove por oceasião da eleição do sumtno Capitólio, e nada podemos
bellos quadros No dia 9 começámos a nossa derrota muito
pontifico. Enlre os muitos e na
desta capella oecupa o primeiro lugar o do — cedo. A's 6 horas da manhaa jà estávamos
Luiz dos Francezes: he a
Juizo Final —de Miguel Ângelo; pena he que magnífica igreja de S. em Roma as
mais bella de todas as oue tem
esteja tão enfumaçado.
he decorada por hu-
A capella Paulina, que esto no fundo desta nações christãas. A fachada
ordem corinthio sobre buma dorica;
sala, edificada por Paulo III, be decorada por ma grande de
c o interior com pilastras jonicas revestidos
pilastras da ordem corinthia, entre as quaes ha fomos a do
dous grandes quadros do Miguel Ângelo repre- bello jaspe da Sicilia. Daqui para
dos Portuguezes, bonita, pe-
sentando a conversão de S. Paulo e a crucifi- S. Antonio porém
He decorada
ração do S. Pedro, e qualro pequenos conten- quena igreja com bellas capellas.
do os retratos de 28 papas, santos, e oulras com muito gosto por bellas pinturas.
de estatuas e de Dirigimn-nos depois íi praça Nuvona, que ainda
pinturas. O altar he ornado dt Alexandre Severo,
duas columnas de porfido, e de bum taberna- conserva a fôrma do Circo
culo de crystal com ornamentos dourados. He chamado anteriormente Circus Agonalis por causa
o carros que nella se
nesta capella que começa no primeiro domingo das carreiras de cavallos
denominavam Equiria et
do advento a exposição do Santíssimo Socramen- celebravam, c a que Ton-
to das 40 horas, c que continua por todo o Agonalia. He hoje decorada por três bellas u
tes e fachadas das igrejas de S. lgnez
anno cm todas as igrejas da cidade. pelas
"¦"""¦' i iiippippuiii;»*
LITTERATURA. 11.7
iCft LITTERATURA.
u oulri* muitas cauiãi deste genuro de raro mo- politono ofíerece ao viajante golpes de vista tn-
reciiuento. cantadores: aqui as encosta* dos monte» .»iam
Estávamos preite* a duixsr Roma; nâo tinha- cobertas de villos e povoaçous, acolá os vallu*
mos ainda examinado o Capitólio; a visita quu e a campina estam tupizodos de verdejonte» sua-
lhe li/iitin» de noilu pouco nos aproveitou. Sa- ras que a papoula , e o mulmequer embclleiao
lnndo da livraria do Vaticano, para lá marcha- com osuu variado matiz. (Jue transmutação ! Nem
mo*. Subiiiio* pula Inteira quu dá cuiiiiuho ás huma só arvore «u vi* que nuo seja du utib-
carruagens, e ja em cima no praça observámos dade para o huinem : o symetria reina por Ioda
então a Mia escadaria que Miguel Angulo cons- a partu : ludo he ocçSo, tudo he vida. O dia
truio , bordada por duu» balausttadas, M baixo das estuvu bello, no horizonte náo se via huma
negro, nuvum ; só fultova á viagum para sur mais de-
quaes estam dous luoes egypcios de mármore
lançam água giielas em puquunas bacias. liciosa huma marcha mais lenta para se poder
quu pulas
A praça do Capitólio he formada pulo palácio melhor gozar do sublime quadro que a mestra
do senador, que eslá no fundo um face u es- natureza otTorccia oos nosso* olhos.
• nl in.i; pelo dos conservadores ti direita . dos As 7 horas e meia passámos por .Mola de Gaiuta.
antigos á esquerda , e por huma Ulaustrada do ás 0 pelu soberbo ponte do Garigüano, e às II
lado da ladeira. Esta balau->trado he decorada pelos meia por '.liSanta Agatha, onde almoçámos. As
estatuas colossaes de Castur e Pollux em mor- horas e minutos da tarde já estávamos em
more, tendo cada huma hum cavallo pela redeo ; CaMS , contemplando os seus vallos o as suas for-
por dous grandes tropbeos antigos , por duas es- titicoçoes inililares. A's 6 da tarde chegamos .t
taluas de Constantino Augusto c de Constantino Ce- Nápoles precisamente no dia em que o Exm.
>ar: e por duos columnas miliarias. No meio do pre- Sr. embaixador brasileiro dava a S. M. o rei
ça está o famosa estatua equeslre de Morco-Aurelio das Duas Sicilios e â real família hum esplen-
em bronze sobre hum pedestal de mármore inteiriço. dido baile, a que ainda fui assistir.
O fundo da proça be ornado por huma grandu fon- Findaremos aqui este artigo , e continuaremos
te , onde su vê huma bella estatua antiga du Ro- com o itenerario nos números seguintes.
ma , fi.lh.fuda cm hum nicho na meio de duos
-*Gf=*-
estotuas de rios, o Nilo e o Tibre.
De todos os objeetos do Capitólio moderno , os
a rica DA NACIONALIDADE DA LITTRRATl RA.
que mais interessantes nos pareceram foram
galeria dos quadros c o gabinete de antigüidades,
onde so conservam muitas inscripções, baixos-relc- tido fazer cousa agradável offerecendo ao
\os, altares, túmulos, idolos do Egypto , bustos e publico o seguinte extracto do discurso de
vjBtlfl, Mcnnecbet, lido no congresso histórico
estatuas gregas c romanas.
Já estava tomado de cansaço. Demos o exa- reunido em Paris nesto anno de 1813 sobre a
me por findo. Depois do jantar tornámos a sa- nacionalidade da litteratura. Elle pôde servir nn
hir para fazer as nossas despedidos oo Exm. Sr. presente occasião do esclarecimento à questão
Moutinho e ás mais pessoas que nos tinham que fora s-iscitada pela Minkrvv , e de que mui-
tos litteratos se oecupom, sem comtudo assenta-
ptodigalisado seus obséquios. rem as verdadeiras bases em huma satisfactoria
No dia 10 partia o diligencia para Nápoles. As
11 horas da manhaa desso dia estávamos na pos- definição. 0 conego J. da C. Barbosa.
ta quatro Brasileiros , incluindo o Sr. Dr. Fi- « A litteratura he nacional quando está cm bar-
monia perfeita com a natureza e clima do paiz.
gueiredo , que ia a Nopoles comprimentar a S.
M. a Imperatriz, o o Sr. Alexandre Fortuna o ao mesmo tempo com a religião , costumes,
filho , que nos tinha acompanhado na nossa via- leis e historia do povo que o habita. A natu-
reza he o primeiro espectaculo que so offerecc
gem de Nápoles a Roma.
Subimos pela mesma porte de S. João de La- ao homem à sua entrada na vida ; o clima hc
trtio , e tomámos a direcção do Terracina. A's a primeira sensação que elle experimenta ; a re-
S horas e 23' da tardo entrámos cm Albano; ligião, depois das alTeiçóes de família, he 0
ás 4 e 40' passámos por Villetti , e ás G chega- primeiro amor que se lhe dá ; os costumes for-
mos á cisterna, onde jantámos. Náo julgo nes- mam o primeiro laço social que o liga a seus
sossario mencionar as villas e aldéas por que pos- concidadãos ; as leis são o primeiro jugo a que
sámos nn nossa retirada para Nápoles, por que he forçado submetler-se; a historia be a pri-
dellas jà fiz menção especial no começo deste ar- meira gloria de que pôde ufanar-se. Onde pois
tigo. A's onze horas da noite estávamos em Ter- o poeta que quer ser nacional irá procurar su;is
rucina , donde partimos á 1 hora e 20' da ma- inspirações , a não ser no quo v<*, no que sen-
nhna do dia 11. Logo que amanheceu o dia, a to , no que crC , no que soílVo , no que atua
viagem tornou-se aprazível; o bello território na- e no que espera ?
,
LITTERATURA. UH
Sabemos que ha buma poesia independente dos conhece , quo tem recebido de »eu* pais, e que
ello desembaraçar-
leiiipo» e do» lugare», powia que nao pertence passará a seus filho* ? t*óde
se da influencio Ian poderosa dos costumes, u.u».
a algum »eculo , a algum pai. em particular,
d íim a todo» o» poize» e a todo» o» século* : u hábitos , que sao no* povo», assim como no*
. «ia he a poesia do* sentitiienios, a poesia das homens , huma segunda natureza , huma st-guii-
coração, Ella habito o» ro- da existência ? Nao certamente ; ello será nacio-
patatM , a |H>esia do
iievoit» da Scoiidinavia , assim como at n.tl pelos costumo» , da mesma sorte que o he
chedo*
área» ardente» do deserto n as florida» campi- pelu» crenças. Como pois lhe será possível não o
nas da velha Europa assim como as toiubrias ser pelas leis?
matas do novo mundo. Mas esta poesia uni- Nao examinaremos »e a» lei» fazem os coitu-
versai, que vive em nó» , u que bastaria tò por mes, ou se os costumes determinam os lei* ; pelo
si para attcttar a notta commum origem; e»U mono» nio »e pôde negor quo o* lei» e o» cos-
¦Hiesia que estabelece entre o» homens huma fra- tuine* tenham entre ti reloçoe» intimas e reci-
lernidade constante e absoluta , modifica-se ainda procas influenciai. O poeta nau so pôde collocar
assim pelu expressão, sob a influencia de cousas debaixo da acçdo dos costumes sem co!locor-*e
diversas que obram ncllo ; e estas causas sao ao mesmo (empo sob a dos leis ; e por leis de-
hum caracter na- vemos entender o todo das instituições ; ou mai*
precisamente o que dá a poesia claro, o governo do paiz. (juem iitíu compre-
cional que a distingue e a faz reconhecer co-
mo pertencente antes a bum paiz do aue a ou- hende que, segundo a forma popular , ou mo-
tro. Asaim a idéa de hum Deos creador o re- narchica , ou democrática , ou absoluta , o pen-
inuncrador he huma idéa commum a todos os samento do poeta sujeilar-se-ha a influencias
loucas o absurdas bem opposlas; mas quu nflo poderá evitar ? Ouão
povos; ma»vejam-se quanUs favores reaes,
transformações nao soflruclla na religião de Brabma, poucos serão os que so elevem sobre
. que sabia admirável unidade nao conserva na ou resentimentos populares!
religilo de Christo ? Porque se dará huma tal Huma influencia ha todavia , mais poderosa
tlilTerença entre eslas duas religiões? A razão he do que as leis, sobre o genio dc hum poeta que
BM buma abandonou-se á imaginação dos ho- quer ser nacional l estu lie u da historia. Quem
tnens , o que a outra encerrou-so na palavra do não sabe quanto se encanta hum velho fatiando-
Deos. Interrogai os outros cultos em quo se se-lho dos bellos dias de sua mocidude? Ao es-
tem desvairado o espirito humano , e acharei» em cutar-vos elle se deslembra essa sua idade , da
todos hum mesmo principio com caracteres dif- sua fraqueza, dos seus achaques : vé-se torna-
•emites. A verdade he buma e a mesma tanto do aos felizes tempos , cujo quadro he risonho
em religião como cm outra qualquer cousa , e a seus olhos, e o deleita em lembrar-se de sua
espelho
quando os povos delia se apartam, não ha erros gloria passada como se olhasse hum
lho tivesse conservado o typo do sua primei-
vm quo não possam cahir , ou se descaminhem que
no palácio de Wishnou , no olympo de Homero, ra formosura. Os povos sSo como esto velho |
no walhalla de Od:n , ou no paraíso de Maho- desgraçado daquelle que renegasse o seu passa-
...et. Mas o poeta quo escrevo para o paiz cm que dol Desgraçado daquelle quo rasgasse as pagi-
nasceu , para o povo do quo faz parte , ousaria, nas da sua historia , repudiasse a herança pa-
imitando a virtude o a coragem do Sócrates, o ternal , c pedisse quo se escrevesse de novo seus
com o risco do beber a cicuta , abjurar e inla- recentes feitos , sem attender quo algum dia se-
mar as crenças de seus concidadãos ? Longo disso, rão também velhos, o quo desfarto be o pri-
ello odoptarã todas as suas superstições, lison- meiro a dar o exemplo do ingratidão! Feliz . oo
geará todos os seus prejuizos, o muito mais se contrario, o paiz onde o gloria dos pais foz ba-
lhe achar huma fôrma poética. O culto, quaes- ter ufano o coração dos filhos! Feliz a nação em
vivem sômen-
quer que sejam a sua extravagância e absurdo, que as lembranças do passado nâo
será pois hum dos primeiros elementos de sua te nos monumentos de pedra que o tempo des-
poesia; elle se fará logo poeta nacional pela re- tróo, c sim também nas tradições do lar do-
ligião, afim de o ser depois pelos costumes, mestiço, que só a memória perpetua. As victo-
pois que sabe que a religião impera nos cos- rias, as conquistas , os acções heróicas, as vir-
tutncs. tudes sublimes não são bens coducos como os
A moral he huma e a mesma cousa em to- da fortuna ; transmittem-se de idade cm idade.
dos os povos, porque he , como a religião , huma como esses thesouros de familia quo passam mal-
verdade que emana de Deos. Mas em todos os teraveis de huma a outra geração, e as man-
ho-
povos os costumes differem , como todas as crea- tèm em todo o seu esplendor. Hum grande
mem , quando já não existe , cessa de pertencer
Ções dos homens. Poderá o poeta fazer mais do
todos se
que pintar em seus escriptos os costumes par- a huma sô familia:] todas o adoptam,
cm todas as bo-
titulares de" seu apoderam delle; seu'nome está
paiz, os costumes que vê, que
170 LITTERATURA.
suas virtudes, Ella será sublime como tu•!¦> que emana de D.¦..«.
mundo, com seus vícios ou com .. E qual he o puto que o Manta ? »erà buma
couto agentes du potências invi-
iiiustram-so-lhe
os levam ao nação guerreira que , à tos de »eu* heróes, se
liveis, ile divindades occultas, que
enriquecem de seus dons, que os do occidcnle ao oriente para enrique
crime', que os precipilúra
'n
com seu ódio, nuo se trausforu.au. aar dos dt-spoiiH dá Adu »"b o tão pretexto
perseguem do vingar bum ullrage ? Seta bum po.o conqui»-
cm paixões , ofim du quo lhes nio possa esra-
inluo ú memória do poela tador que »e cmioberbcco vendo lodo o mundo
par o »ou escravo. Vem
algum grandu acontecimento , em quo o povo , guanlar os vestígio* do seu» passos victorioso* ?
Jo quem partilha as crenças, conhece as leis Nao ; esse* pa.tores quo »c aprovam para ouvil-o,
depois do curta» prosperidade» cuhiroiii em longo*,
e ve os costumes , cobro-se do liuiiia gloria que
o» annos nao teu. upagado ; do huma g*oria que infoitunio»; lançados fora da doce pátria, elles
o velho traiismilte a seu lilho como huma be- tem sido errante* em lerra estrangeira ; tem-*o
mu'. .1, com a espada quo foi seu instrumento; submettidos ao jugo de senhores orgulhosos o
de huma gloria que a joven donzella canta oo de cruéis tvraniio*; lem chorado sobre margens
»erào paru so dislrohir no trabalho , o lavrador de rios, o suspendido suas harpas silenciosas dos
nos compôs puro esquecer-so de suas fudig.is, e ramos dos salgueiros. Que coiiturú o poela a esto
o soldado debaixo da barrara para despertar a povo trabalhado por tontas odtersidailes? Hymnos
tua coragem; vós o vereis, ardendo Ia huiu dc alegria , cantos íeslivncs? Náo, seus nccenlos
santo enthusinsmo , abandonar-se às inspirações soiao queixosos, suas palavras lanienlaveis: ge-
de seu genio. Ellu toma a lyra , canta , e os ac- merú sol.ro os males passados e .obre as des-
ccntoi do sua voz vibram em idos os corações, graças por vir; e so do repente lituu alegre som
como essas meloJias que nos tem encantado nu escupar-so do sua ly.ro, he porque Deos Ibe le-
infância , o que annos dopoií não so podem ou- rà permiUido entoar hum cântico de livramento,
\ir sem lagrimas de ulegria , porque ellas nos fa- om descoberto a seus olhos os fulgores de buma
zcm leuibrur a pátria; canta , c a posteridade , nova Jerusalém.
escuta com otlmi- « Agora porém, se, apartando as vistas das desgra-
que, passados Ires mil annos , O
ração , reconhece no poeta o mais nacional da ças de sua pátria , o poeta hebreo os deixa ca-
Grécia , o maior poela do mundo. hir sobre a natureza que o rodea , que grandes
« Da pátria de Homero , onde todas as paixões imagens, quo magníficos quadros se lhe não of-
tem hum culto , passemos a essa terra em que ferecoráo ! Alli altas montanhas, cujo cimo sobeja
oculto único he Deos; aqui não ha mentira ás tempestades, e que do repente lançam cliain-
nas crenças religiosas, tudo ho verdade; be o mas, entretanto que de seus Hincos fctididos so
mesmo Deos, cuja palavra baixara a terra para escapam surdos gemidos; aqui fogos subterrâneos
fundamentos , a
revelur ao homem sua origem, sua queda, sua quo abalam o solo desde seus
o os valles em
grandeza c seu nado. O espirito humano, não que trocum os montes em valles do
bis- montes. Humas vezes torrentes lonçando-so
podendo imaginar cousa tão sublimo como a nas , o ou-
toria da creaçao , nem tão eloqüente como n pi» seus leitos e precipilando-se planícies
lavra de Deos, reconheço e confessa sua fia- trns vezes rios que param o parecem regressar
do ás suas cabeceiras. Agora hum» chuva dc fogo
qucza e sua humildado nnlc a on.nipotencia
Ser Supremo, cuja moi adi ho o infinito, cuja reduzindo a cinzas cidades populosas, logo o mor
vida he a eternidade. Ho Deos que sopra us tem- retirando-se o abrindo passagem aos homens em
pcstatles, quo dissipa as borrascas, que concede seu leito despejado; mais longo ainda, oulro mor
a victoria , quo dispersa os exércitos, que que- não menos agitado , não menos terrível rolando
bra os thronos, que castiga os reis, que abrasa ondas de arôa sob o hálito dc hum vento do fo-
sequioso , quo huma
as cidades; he Deos que de huma só puluvra go , c devorando o viajante
goltn .ragua restituiria ávida.
pode crear o inundo, o que de hum só sopro
o pódu reduzir a nada. A imaginação do poeta « Como o poeta inspirado por huma tõo sublime
poderá desvairar-se em licçoes brilhantes, em fa- crença c leis tão santas, por desastres tão dolo-
bulas engenhosas, em risonhas mentiras, quando rosos e tão altas esperanças, por eipectaculoi
o Deos de verdade Iho falia esla linguagem da tflo magníficos o tão terríveis catastrophes, po-
alma , que só tem sido dado ao homem com- deria dar a seus cantos bum caracter impróprio
pr-hender , laço sublimo entre a creatura o o dosmnrav.llinsquo o rodeão ? Que elle so chamo
cr-
creador? Não, dia vá n magnificência das obras Moysès ou David , Isaias ou Ezequiel ; que
o livro de Job ou entoe o Cântico dos Can-
de Deos, c admira; recebo os testemunhos do creva
c
sua bondade, c o ndora; ouve a ameaça de suas ticos, será sempre grande , sempre sublime;
assemelhará á do
vinganças , c supplica ; implora as graças dc sua porquo a sua poesia nãoso poesia
elle
¦i.iseriwirdin , e espera. Duos cm toda a parte, oulro qualquer paiz e de outro qualquer povo,
Deos sempre! Eis-nqni sua fé , eis-aqui suo poesia! será sempre poeta nacional.
17») LITTERATURA.
os outro* ,
u Dos tempos antigo* péjaja) ha estranhai a dos Do nascido Jesus. Bi. wmo
Me nprouiptei, e Mirvba lio convidada.
(.rego* e dosllebreo*. e que nao tem humia*
lues
raeter menos pronunciadii de noiiionalidade. IX.
sao a* itocoia* dos antigo* Uindow*, do» CUM ,
do* Scanduiavos , o até
dos Veria», do» Árabe». « Cabia o sol jti frio p'fi horizonte:
um-
mesmo dosltoinaoo» . apezar de *ua instinto Eu voltava do ver minhas lavoura»,
de
toçáo da poe*ia grega. Ma*. •mprcgando pre-
Antes da me partir. Nao longo escuto ,
c
íerencia a vossa attençaõ a poema de Homero Là no fundo do hum bosque , u parto esquerda,
la de Dovid, julgo que o contraste quo apre.cn-
influencia da reli- Voz mnviosa de mulher cantando
gnm vos fura melhor sentir a Mui saudosa cantiga, e mais que terna!
,.n. dos povos, o da naiurcia dos paizes qt:o
habitam sobre a nacionalidade dn sua liltcraluia.
o meu
As litleraluras grega e hebraica possuem,
fontes mais altas
ver , cada huma dellas , as duas «Pó antepe caminho pelas hervas,
o mais oppostas donde decorrem Iodas as outras
da Me npproximo I escuto: nssim cantava,
littcruturus, a poesia dos sentidos c a poesia
Do hu... muricv sentada junto oo tronco
alma. , .
<* Estas duas grandes divisões abraçam todos os A rormosa Miryba. o tristemente:
se-
trabalhos poéticos do gênio humano. Não XI.
de século em século , de paiz cm paiz
guircmos mo-
as diversas transformações e us numerosos i— Do sua pátria terra
dilicaçoes por quu tem passatb), segundo os tem-
typos primitivos da Feliz quem não sahio;
pos c os lugares , estes dous Nem tle estrangeiros climas
exigiria mu. txtensos
poesia. Hum tal trabalho O sol brilhando vio!
desenvolvimentos; mas nòs acreditamos, pelos
dado haver sullic.entcmeuto Tor graça em mesa alheia
exemplos que temos ,
Feliz quem não comeu ;
demonstrado que a natureza e o clima de hum Feliz quem não bebeu
as leis c a bis-
paiz , a religião, os costumes, tem buma ÍB- Nas festas dos estranhos! »
toria dos povos que o habitam ,
fluencia constante e absoluta sobre sua lilteratura ; ex-
Continua o canto do Miry'ba, quo por
e que a litteratura he nacional quando está em
tenso mio transcrevemos, depois do que falia
harmonia com a historia , com as leis, com os
costumes , com a religião , com o clima c com Coriinbitba , continuando a narração.
a natureza do paiz em quo nascera.» XVII.
XXVI. XLVI.
«Tua mãi foi nascida entro as palmeiras, « Esta lembrança destes feitos
E tu, se não nascesto nesta terra, Do meus antepassados mo levava
Comqn.tnto do pequena Io educaram P'ra longo do meu filo. Sim, surgiram
Na cidade, também fosto nascida Perto do monte Aghá...
Entre os desertos; sim lambem berdaste
A fatal maldição dos nossos grandes 1 jammay'ua.
Não; nao és estrangeira em nossa terra.
Ah! tu não és estranha cm nossa casa... « Bem conhecido
Cré-me pois. rainha mãi também ho tua... Dos navegantes esse monte...
tóT*t
171 LITTERATURA.
XLVII. Lll.
CORIMDABA.
SOLITÁRIO.
« No quarto dia
«Menino, des do dia em quo vinte annos
Eu fiz, te que do mundo á luzviesseis, Depois do vosso annuncio eu virei ver-vos. »
Hum espaço sc estendo , o nesto espaço
XLIV.
Faltem dez annos p'ra deitar-so hum século 1
SOLITÁRIO
COR1MBABA [absorto).
« Cento o trinta annos 1 que conter de dias!., «Talvez nao venhas mais!... Quem sabo, moço,
Si amanhã vivercis? !... »
XL. Com tal accento
Volvôra assim o velho penitente,
SOLITÁRIO. Que do horror Corimhaba estremecendo
Os cobcllos sentio se lhe criçorem!....
« Quando Ribeiro Dias carregado
XLV.
Do prata, de Filippe entrou ú corto,
Deste metal ufano promettendo
A' velha Hespanha hum mar, só pelo titulo corimuaua [com agitação).
De marquez ; c negado (nosso tempo
Hum ouro vicioso , hum ouro estolido «Bom velho, sabeis vós prever futuros ?
Hum tiflo nfio comprava) inda ate hoje
SOLirARIO.
Se perdeu esso pego de riquezas ;
Nesso anno , digo cu, à luz fui vindo
Em nosso Portugal. Viajei longo « Só sei chorar, meu filho, no presente
Pelas tres partes desse antigo mundo , Sobre hum passado triste o desastroso I
E vim para o Brasil do quarenta annos. Dista porém bem pouco desto sitio
A cova do Itauma; assim lhe chamam
aquelles
XLI. Quantos lá nunca entraram ; mas
Quo iniciados suo nos seus mystenos
Dao-lho hum nomo maior, e esto nomo —
E' — Das Meditações Caverna Sacra!
<
178 LITTERATURA.
LXVII.
conuin.\DA.
O lIE^DICiO.
«E qual camiuho p'ra caverna levo?
SOLITÁRIO. BAUíHjüS-t-o
l>..' ¦ •"" «- 't lyra innnrtMia
« Segui fronteiro ao mar; onde elle as fúrias 8er» mai» enfada q-e nitota.
Ouebro, espumando n'htim rochedo antigo, i'.i-.i . , Ot /..it.ajji.
Hum declive vercis; mas que arriscado
So vai nertler no mcr. Doscoi ( ha risco) I.
Com cuidado. Ao chegar a flor das ondas
Ua dc arbustos hum bosque cnimaranhudo: Ho noite 1 — Negra soml.ro inunda as ruas,
Alli curdos e OftiM to cntrelaçain Inunda todo o ar
Com o duro, espinhoso janecanga. Da cidade , que cm tctro3 vôos envolta
A geito entrai A destrilhuda selva; Parece repousar.
Após trabalhos penetrai no centro;
Apertada ochareis confusa senda , II.
QneAlli recorto a espinhoso, nlto encerrado:
não cala sol, não fere u lua, Coberto do endrojoso o pobre manto
Eterna
noite neste sitio impera I 0 inendi;*o lã sai,
A esmolar bum pão para seu orno,
LXV1II. Por quem chorando vai.
VII. XII
MU. XIII.
X. XV.
—«9 <>«j3<>-*»—-
m%%mmm\m*mm
,,.,,,,,.,.»».t»i».»,»».»«»«M.»»»»»«»*«»»»'*'w»^^ mmmm
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«»»««^BVa«B»»»..»».«i«»*»*-»**«*"»""W"""",""N
*W««..««..**aa\* ««««.»»».»«««.«»««»«»«»««»»»>***
TlkWtlHMM^Wh
o deve-
salutem hominibus danio. Mas se assim
ESCOLA DE MEDICINA. mos acreditar , jà os vossos trabalhos cscolarci
difficil a car-
«a W° so- vos terão feito entrever quanto he
Di.cureo pronunciado ,>clo Sr. Dr. Jobini reira quo ides começar, e que longe de ser se-
leinuc do doutoramento no mino do 11:13. flores, encerra cs-
cura, coberta do deliciosas
muito importa evitar.
sns. r»oi'TOBE9 pinhos c precipícios que annos, d.r-
Autorisado pela experiência de muitos -isto l
nclla tenho
VARIEDADES. 18J
„„„,, aconselhados pelos autores, verei* que (auto a irresolução eomo u temeridade irrellecli-
ou empregam, da tem funestas conseqüências que cumpre evi-
muitas vezes em vao se procuram
se trola de converter a nossa sciencia em lar; mos lembrai-vos sempre de que aquillo
quando mesmo que lie mais digno de censura he muitas
arte . »• íaiel*a produzir o que com tar.tu largucuu
como sobre o cadáver nada ho vezes hum motivo de recommcudaç-ioparaocom-
proníetteu. Assim opi- inuiit dos homens, e o que lie huma prova de
mim fácil do que a manobra du» prooeetoe
e sobre o vivo mil obstáculos nos em- - i.i consciência , probidado , I espirito n-cto pódu
ralorios,
tudo sao incertezas e perigos, assim ser para vós motivo de sérios desgostos c des-
baraçom ,
«.uccede no começo do exercício da medicina, o credilo ; pura o vulgo hesitar ou duvidar be ser
ignorante, ousar promelter sem consciência Im
an tanto inoior grão quanto o novo pratico for
mais instruído. Elle lem sempre medo domo- ser sábio e habilidoso: O vulgus decipi rult iu-
mento em que deve exercer pela primeira vez, felizmente he provérbio muilo antigo e verda-
e em que depois de ter lido e visto praticar , deiro , e se o lem sido em todos os tempos e
tem do julgar , escolher o praticar por conto em todos os paizes, por que motivo o mio será
em observar os regras do tombem onde o razão publico esteju uindo emgron-
própria. Escrupuloso de atrazo ?
arte , receiojo de enganar-se nu sua oppliraçao ,
ella examina com o maior cuidado , e nunca se Por experiência própria conhecereis quanto he
decide sem receio , tendo incessante ente diante dillicil e delicada a posição do medico que come-
dos olhos o obstáculos que procedem da compli- ça ; animado pelas mais nobres inspirações , cheio
cação dos mais simplices nccidenlcs , o as obri- do zelo pelos doentes, empregando Iodos os seus
esforços, o analisando com o maior cuidado
nações que o seu dever Iheiinpoe; o pratico no-
vo, quando instruído ; pôde assemelhar-se ussim todos os phenomenos mórbidos , usontlo de gran-
ao experimentado e proceder como cllo, aeon- de reserva no emprego doi meios therapeuticos,
selhondo por medo poucos remédios , quando o so o doente guarece, ainda que o caso seja o
outro assim o foz às vezes po*r inethodti o con- mais simples , daquelles que só reclamam regi-
liança; hum espreita a natureza o obra pouco men c expectoçao , como ha nos homens humu
sobre as suas pre- tendência irresistível para o hiperbólico , o moro-
por se julgar pouco esclarecido vilboso, mil vozes se levantarão poro celebrar us
cisoes, qnando o outro conhece os seus esforços
e liinila-se em muitos casos unicamente n nju- maravilhas do novo doutor, a fama espalhará por
dal-os. Dcsf arte , por motivos diversos, poderão toda a parle o eslrondo dos seus suecessos ,
ambos cumprir 0 sábio preceito de Uaglivi, si cllo tornar-se-ha logo hum gênio raro com do-
alicubi , cerlc in medicine multa scires opportet minio ubsoluto sobre a morle ; mas desgraçado
et pauco facere. Pelo contrario o vaidoso igno- se huma moléstia grave e rápida na suo marcha
rantc a tudo se atira ofoutomonte, abraça hoje roubor-lho em poucos dios hum doente na flor
hum systema para logo depois seguir outro , mu- do idade ; se , tendo praticado huma operação pe-
nido de certos preconceitos, a presumpçao o cego, rigoso , succumbir o operado , então o injustiça
a não deixa vur senão o quo elle deseja ; num o a mà fé ligam-se com a mesma presteza o
nao tem so- frescura com que foi exagerado o vosso saber,
para elle ho duvidas, a natureza encarecer os poucos
gredos, as suas vistas penetrantes tudo percebem poro confirmara ignorância,
onnos o a falta dc cuidados do vosso parte ; «
útravez do organisação humana ; todas os mo-
lestias curam-se o explicam-se perfeitamente, elle então, talvez perseguidos pela mais cego pre-
tudo ollirma em tom dogmático e peremptório , venção, atormentados peliis mais cnlumniosos im-
obrigados a procurar em paiz
e como o hollucinodo espanta-se de que os outros putações , sejais
diverso cosos menos desgraçados o mais equi-
nào vejam o pbantasma que só a elles persegue.
dade. O que devemos daqui concluir senão
Tal ho a conlianço que tom nos seus meios the- futura reputação dos
dependendo a vosso
rapouticos , quo todos os phenomonos, todns as que ,
de grande reservo ,
mudanças do huma molostia dependem nunca dos primeiros suecessos, usareis
esforços do natureza , mas sempre dos medica- recorrendo nos casos perigosos no conselho da-
idade o reputação eslabele-
mentos que prescreve embora inúteis e ineffica- quelles que por sua
cida vos possam abrigar da injustiça dos homens,
zes. Na alto idéa que faz da sua potência julga
ou mesmo esclarecer-vos nas vossas duvidas, pur-
que nenhum dos males que nflligein a espécie
humana he capaz de resistir-lhe , o prodigali- que ernfim , quaesquer que sejam ns consequen-
sando sem discernimento tônicos, ontispasmodi- cios, nem no começo da vossa vida , nem quando
cos, emeticos e sangrias, entende que devo cs- tenhais conseguido nome o celebridade , vos po-
em
tar sempre em huma actividade temerária emol- deis eximir do tratamento daquellas moléstias
e a arte trabalham em vão para
fuzeja. quo a natureza nada
Ora entre estes extremos ha hum meio o se- combutêl-ns; nüo sò he certo que quem
tombem a huma-
guir, por onde marchareis com mais segurança ; arrisca nada ganha, como
- -----
181 VARIEDADES.
nidade e a religião exigem do vó» o ine-ino zelo, exteriores não equivocos, o pela sua analogia com
a mesma assiduidade pura com aqüelles o quem M resultados da experiência , que o medito pode
huma aflecçao orgânica tem neiiwfiariamenlo do estabelecer hum juizo seguro o desprevonidn
conduzir 6 sepultura; romo homem publico a pura o seu procedimento.
ninguém vos |todeis reeu.itr . n todos pertenceis Acü»tun.ai-vos o refloctir, nao sò sobre o qu«
e nula he vedes, iu ns também sobre a marcha total ds
que reclamarem o vosso ministério, enfermidade ; praticar sem reflexão hu cumo viu-
mais digno do ceniuia do quo hum medico ou
hum cirurgião quo , prevendo o exito duvidoso jur sem observar ; no fim do muitas fadigai ¦
ou infeliz do huma moléstia, ou os perigos de dispendios subereis tanto dos lugares passado,
liumo operação , uliãs bem indicada , recusa o como antes da vossa viagem ; uo Iim de dt) anno,
seu ministério pelo receio do comprometter it sua de pratica ciarei* tão adiantado conto no vo»»u
recente reputação, retribuindo assim a confiança tirocinio. Bom he o costume seguido pelos pra.
com a ingratidão, o sacrificando hum resto do ticos do alguns paizes de durem ao doente, quan-
esperança aos interesses do seu amor próprio. do restabelecido, huma exposição da sua mo-
Nos casos em que a moléstia tome hum ca- lestia e do tratamento empregado, elle estimula
racter mais complicado, em que o diagnostico o medico para ser mais atlcnto, | muito apro-
seja duvidoso e os indicações incertas, importa veitu ao mesmo doente pura o futuro. Sc bem
mais que tudo seguir hum plano, escrever as apreciardes a arte do ob-ervar, so reconhecerdes
suas circunistoncitts e signaes na ordem em que todo seu valor, não desprezureis os escriptos dus
se forem apresentando, para no vosso gabinete grandes mestres du antigüidade , que soubcr-uiu
eombinardes com o quo virdes t» vossos estudos neta avantajar-se; o a quem disser que elles
não tem valia, pôde applicar-so o quo di>se
particulares; se assim o não fizerdes, nao sò po-
dereis esquecer-vos de circumstancias importou- Nicúmaco a hum espectador que nada viu admi-
tissimas, como também deixureis de enlhesourar cavei em hum quadro de Apelles : su nao presta,
o quo virdes para servir-vos de guia cm casos toma os meus olhos c vO. Esforçundo-vos por
análogos. Não sabendo para o futuro aproveitar- cü.acterisar huma moléstia , sem o que nao ha
vos dos vossos erros ou tios vossos acertos, só ad- base lirme para o tratamento , não vos bastara
muitas vezes a própria experiência, recorrei enlau
quirireis com o tempo hum habito irrellectido ,
e nunca n verdadeira experiência. Desde a pri- ans autores originaes comparando o que tiverdes
meira visita convém pois escrever o que obser- visto com os fuctos análogos consignados nos cs-
vardes, as revelações do doente c dos assistentes, triplos dos bons observadores, e aproveitando-
tudo emfim quo vós mesmos virdes de algum vos da alheia experiência como salvo condueto
valor, evitando sempre a precipitação nos vossos da vossa, porôm sempre de prevenção contra os
svstetnas. E o quo são elles em realidado senão
juizos; e para melhor acerto scrà necessário pesar
bem todas ns circumstancias, isolal-as o reunil-as perfeitos paradoxos do orgulho humano, que
antes de vos pronunciardes, ter sempre o feito cm medicina suei deni-se como as folhas nas
em vista do quo idos fazer, e como ordina- arvores, c cujo effeito mais constante tem sem-
riamento na primeira visita nos decidimos sobre pre sido espalhar entre nós o schisma e o es-
o tratamento, so o vosso exame fór superficial candalo, Em outros tempos foram grandes oh-
senadores llippocrates o Sydcnham , nos nossos
julgareis mal da moléstia , c desgraçadamente ,
dias quem póde negar origiualidado e talento
por certo instineto do vaidade, raras vezes de-
sistimos dos nossos primeiros erros. No decurso raro a Laenec , Andral, Chomel , Dumas de
da enfermidado observareis, e descriminaieis, Montpellier o outros, o quem não desconfiara
se possível fór, as mudanças devidas as nppli- do espirito de feita de alguns systematicos, eu-
caçoes tberapeuticas daquellas que dependerem jos escriptos comtudo nau são totalmente para
da própria marcha e natureza da moléstia; desprezar-se. Mas emfim , por instruído quo seja
para este fim o acerto do vosso juizo dependera o medico que começa , qualquer quo seja a sua
da assiduidade o freqüência com quo virdes o habilidade, eslá sujeito n commclter faltas; a
enfermo para melhor apreciardes a força e ca- mais s;ia erudição , o mais profundo juizo o nao
racter dos pnroxysinos c exacerbaçòes. Em alguns livrarão deste tributo quo pagam todos no seu
tirocinio; atò quo seus olhos aprendam a ver,
paizes da Europa o typho he o gênio mão de
até familiarisar-se com os dilTerentes aspectos das
quasi todas as moléstias, no nosso as intermit-
tentes o substituem , e quem o negar pratiquo moléstias, andará muitas vezes ás opalpadelas ;
em grando escala em algum hospital, ahi verá porque, embora haja em medicina princípios fixos,
tt sua applicação aos casos particulares be tão
que as cxcepçõos nao iníirmum esta regra geral.
Na observação , somente as impressões feitas sobro diíTieil o complicada , que embaraça mesmo ao
os sentidos vos merecerão particular allenção, pratico o mais experimentado. Quem tem ocea-
sião do fazer autópsias cadavericas, freqüentes
porque hc somente por huma reunião de signaes
' «-aaja -_" " W4 «»''mm^tmm^p,w-
VARlEDADEa 105
vezes reconheço iiuanto são fallivei» os nossos consegue chamar sobre »i a attençâo publica por
o genio de huma mo- alguns suecesso» felizes; hum discernimento promp-
juizo». 1'ura reconíiecerino*
lestia, o encaminharmos o melhor tratamento, to o seguro para aproveitar-»e da verdadeira re-
*.Ki.n,i. necessário» muito» raciocínios e tentati- luçuo das eousa» e dos meio» , huma intulligen-
tas, praticarmos ora huma eousa ora outru, cia fina tão contraria á faliidado como a im-
..Ul,,iiiii.tin- pelas leis da mais eaacta analogia , prudência llio servirão do guia para fallar uu
t il.ii -M- a propo»ito, e tirar o melhor partido
nada desprezarmos; nem precipilarnio-nos, nem
perder a oceasião,
inarchur segundo as ciniinis- possível do t. dos as rircuiititancia» que so apre-
sentem ; e como tombem he corto quo a intel-
tancia», e «eguiudo sempre em todo o rigor o
ligencia tem força irresistível, quando ella con-
primeiro preceito de probidade medica: primttm
siga iiiuiiiiii i.ii-m- com discernimento o pruden-
non noetre; o mesmo alguma» vezes mm haverá
cia, sem ofiensa do amor próprio dos outros ho-
recurso senão afaslarmo-nos da» viu» ordinárias ,
mens, nao deixará de obter a palma , quero di-
e marchar hum pouco ao acaso, quando os me-
zer.a reputação a estima publica. Mas ainda assim
(bodos orrazootlos náo sejam seguidos da» vau-
nao ho menos certo que ordinariamente a» grun-
Itgens qm' esperamos, sendo desta sorte levados
des reputações populares cm medicina como em
a seguir certo empirismo illiiminado pela razão
quanto ser possa ,
mas nunca nos deixando se- politica assemelham-se a certas estatuas cujos bel-
Ia» proporções só se admiram quando vistas em
duzir pela» apparencias explicativas , quando os
fattos fallem mais ulto. grande distancia , que o povo mais depressa re-
compensa as apparencias do merecimento do que
Infelizmente , a dizer-vos em ludo a verdade,
entre o povo a sua realidade , u que as suas prcdilecçt.cs ser-
paro se gozar de grande reputação vem mais para u sua satyra do que para elogio
nao são necessários tontos cuidados c trabalhos,
nem grande merecimento , nem muito amor uo dos homens. E então , como hum meio du so-
estudo, nem hum juizo profundo, ü que pois brepujar os desgostos du sua injustiça , o que
opporemos nós senão muito resignação o pu-
ho preciso eu vol-o direi sinceramente , muito
alarílo, muita porola , buma audácia impertur- ciência '
liatcl, ser cinliiii charlatão; este para o poso A paciência ho com effeito de todas as virtu-
bo como nas cortes o lisongeiro, a fortuna os des que o medico deve possuir a mais necessa-
segue, porque ambos por egoismo sabem apro- ria , nao só no trato du vida social, como tam-
teitar-so das preoecupaçoes populares ou das bem no exercido ordinário da nossa profissão.
Quando huma moléstia se annuncia por signaes
paixões dos soberanos. Mas para hum medico que
vagos o fugitivos, quando nenhum symptoina a
preza a dignidade da sua profissão , não he cer-
,monte a urto de ganhar dinheiro o que mais caracterisa , quo paciência nos he necessária no
importa. Os homens illustres que por seu saber exame das suas causas, da sua invasão c mar-
fl talento, quo pelos benefícios quo fizerem a cha ! o como as menores circumstancias podem
seus semelhantes adquiriram direitos á venero- então ser importantes, da paciencia, ou alten-
çao da posteridade, desprezarão sempre semo- ção sustentada no árduo trabalho de us reconhe-
lliante comportamento , quandu pelo contrario os cer o avaliar, dependerá o diagnostico, base
única do vosso procedimento ; o que for dotado
que no exercício da medicina só vem hum meio
tio enriquecer , nenhum valor dando ao amor da do imaginação ardente e espirito voluvcl nunca
verdadeira gloria e da humanidade , sendo com- poderá ser grande observador nem adquirir u
sigo mesmo conseqüentes, julgam a sciencia inu- verdadeira experiência.
latuiiiiiua vasta vo* moaadarS sulitiahir Iram doento no. pp-
til , porque sabem que lhes nao hu necessária. rimiB tiú» o ameaçam , ostur pn»stoa a Oolh.r o frueto tios
O que daqui concluiremos senão que , sendo o vohcos faniiludos , t. nii.ontin.tiiitM.to sobrevir huma (.ontjili.
c tt«,- oi o imprevista quo deatrua cm hum inst mito todai us
povo naturalmente simples o desacautelado contra roajaa aapatançaa, 011 so n custa do mil-fuligai S ufõlo.
«is embustes do churlutanismo , he da rigorosa i,'ijim eooaafulr buma oanvnloioenola inesperada , Intui
obrigação do hum governo sábio o palernal , desvio do tagiman , oifüito muitaa vo-/.oa da maia doplora-
senão exlingtiil-o totalmente , porque seria isso v.-l educação, nmiiquikr cuinplottimonto tolos 01 vossos
esforços. Ainda nntis , tm assistentes, os amigos o paron-
impossível, oo menos repriniil-o quanto ser pos- tos crxorccríio do mil modos n vossa paciência , critica n.
sa , como planta parasita da arte ile curar , quo do Intua o vosso procedimento, querondo outros que vo*
a faz definhar o perecer. Porém se o chnrlata- reculail polo smi parecer , roti.rdn.ndo ou impedindo u exo-
euçtio das vossos ordons , exigindo tio vos hum juizo fran-
nismo he hum meio vergonhoso e incompatível <;o o coufidiincijit sobro o estudo do doente paru Io;,'"
com a dignidade medica, ha comtudo certo tac- depois lh'o irom coinmunicur , o rcduzil.o nssiiii uo maior
to o habilidade dos torincntos , o desespero. Vcrois enfermos quu só vos
que bem so concilia com a cliaiuiim Jtara iitinic/nr-vos com u exposição obscura tln ma.
prudência e saber , o não he totalniento para loa quo pi-atendoin soflrer , ti loquucidado os ttlliviu, a nu-
•losprezar-sc. Entro hum povo culto e polido , o nliuma pSíguíttá respondem de maneira precisa, continua-
homem do espirito o hahilidade, o medico sábio mente divagam, o nas suus queixas oonfuntlom os tjbjáõtoi
es mais .linpnr.itndos ; medrosos o desconfiados em ludo,
e atilado não deixa de adquirir reputação se vem o ninior jperigo i tudo exageram ou interpretam mui ,
10G VARIEDADES.
• se tem algum ttUmlo todo empregam »m argumentos e e infiilhvel , maa I .mbrai.vo» de que ae ülp.t... inodicoa \tA
. t ._•-.. a ti» r i,.lua. ..... , |t) li ... |... 1. " . . ' 1 aOHI devido a sua reputação a proiio»iioi.a e.iullriiiailis, t»,\,m
qu» uüIu contrario n laia |ifr.li4a por nt.iitsmeifte prjcipiuua,
ii.... • aMuci» • force tio HtfaaaJaia: d«*truida MW
ll.icill.vus a e»te r.'Stn-Un com aahu lutitnlao, «e o ,„mtu
.Itmier», appareee |ogu Im ua 110*4 qua lie u«t**e»trio uo.u-
bater: outro* mhiiu« « matam to eom .-ii •* •¦• j-- '.''¦ iiroitoatlea for iii.-o.itidur. lamente dido eetno li.o:.g„ir,,
>|ite itor ellee tudu »baiidoii«iii; eonhaceni outroe o* re. .iiecuiubiiulo o douiito . serei» tido |t"lo MM eumo n„
... j.«. i.<!... nome», tudo* IU» ntu ntniivoe , e a inolettt4 umManla , e •» o tlerdm como funeato , «ouiui »»,KirsB.
«•» h-- vidt, e vdi Inllaurotsiiiente a tirais, seivts tonam».
It* etiti»» innocen.» quu tem no eofpo. Ainda taaméaamtt
««idiiiiieiiliie são reae» e » ¦auMUdada «xalud* tudo »up. ta raxao consltleradoa couiode.nJceMario». Porím a .ucq,,,,.
eanutie toriiam 111 ti» ufgi„.
-MiiiareiiitM eom resignação, ma» quando a ciuaa do un. pj.;«ãoe prudoiii* em nenhumnelareoer a iuaijça
l.-a da qu» quando lemos ie o tuia.
lu* Uc..,..'.. he a in4ot!ili44do , a ma e.lueit.ão o o ea.
a Uniu* I» |wlo» torluoto» Ubyrinilos em tpie o cri.no te bufas»,
|.rieho , haver» paciência quo b»»le p4tt roai.tir lli aqui quo a ignoraneta, a preciptl .çtWi a prevenção,,«.
¦orinenltM ' e quem o» perdeu , quem o* p«*a em tão num»
liauiio» foram muita» veie» ut muauio* mediiu», que nade iiti-t.t» iiixos podem ler ae iiui» ftammat oonevqutineiu;
un nte dita pod» ser he».
receitam et-in d trem ridícula» explisaçòo», ja da naluresa que hniiit ao palavra inconaiJora.l
«Ia 11.:. tu. ja da maneira porqi.» obram ne motlieaiiien. tunlo para perder o innocente ou tornar impune o arfanhan
com igual qnehra tios taMiaaW da «ot-iotiade. Ilu aajaj qu«
toe, 1* da raxao por quo ••• appli.-am usando »»»im do nimia
o homem da «rto mui* deve alwlor.».' de emiltir juiie .....
haaSiam, assuntam que melhor lhes captam a coiiúmça 1 la- ei»ivo »"bio matéria» em que nao w-ja coninetonto, purqtia
1 «I eng mo I a medicina como a rt-ligiju perdo to Io o aeu va-
trala-at- da honra o vida do» no»«o» semelhantes, « pot
lor quando nuo seja tcoinpanhada da e.rto eieantauianto
.. rutiMiito , e teiuoe no» culpa Ue que tw homens aojain huma vaidiiilo funeata não vo» quererei» iug.-nr na u».
ue tal sorle conatruidoa que mais esperem do qu« 1160 co. ci«âo d» ficto» quo não «onlucei» , ou sobro cuj 1 inierpm.
iilitiecm quo daqitillo mui que c.l.in faitiilitrisailo*. latão in.! ettojii* siifficienleineiito eicUrecitloa. Finaliu«B.
tso . 1.1 !•- ii» a» |.. ..¦. - o a eada paaao da sua carreira o to , 11.10 ha prolinHn que exija mal» nov.im pfalUad» titm
iiiotltco tem extrema n«i-«-»idade «Io picieneia. so e»l» vir- cnattiine» da mais irreprehon.ivei putexa , do qutia do ir*,
tudo it para elle o gemo, como o dinmt hum celebre ce- dico . confldeiito do hum «i-xo, «quoni «ervo de ampare .
dos aotl» doente», quanlu nio
crtptor , a reserva e a prudt-noia mio tlu- »u'> iiieuoe no- podendo tudo sobro o fspiritu
.-rataria» , ua" fallo j* na quu lhe ho iuditpi-tiaavol 111 «•«- •era ali» Cliiilinoio ae »Matl tl^sla* Vanlagen» tk-ixaiidn.,t!
eolhs • .. i:in -i i'.' ¦ d»» remédio», ma» da quo devo di. aaaaalar por InelinaçOai riaftasâ, se por exomplo a avs-
rigir o eeu comportamento 1110r.1l no exercício tia inodicina. re»a .1 fuer aolicitar huma heran«;a , ou »o M »eu ' mini,,
1'omo por hum lado devais lt-r a uiuinr vigilância possível lerio ultrapassar 0.1 limite» da deconeia a da política quan.
em conservar totla a iulegridailo da voasa i ¦:' it,4o , e |ior do assim succotla mio Imvorá tab-nto» nem habilidade qae
uulra , nao sabendo u cuiinnuiii dus hottieii» iliactimiiiur o o preservem do hum hei orecido abandono, e do htn.it
<iuc he curavol do que o não ho, haja noites litiuia injua- decadência completa no e.mncito doe homeii». porque fllii
ia tendência psra noe accusarein p«-la impotência da ano , cpio no» coufiam cegamente o quo tem neste mundo ile mait
.1 abandono tia iiulurrt 1, exigo 11 priiih-nuia que vm lu.lag caro, a honra do anal mulheres a lilhas , laa lodo adi.
ua ni".. - ... graves recluiui-ia na Itizna dos vossos coliega», reito u exigir do nú» hum coração puro a co»luiuos in-
imito para dardos ao doonto, »e IV.r pautai , soecorroa tegr.is.
mais elncaio», como para vos pordo» a ubrijo doa ataque» Mus pira vo'so nlen'o consullao a bii.graplu» do» ao.
da iiraluvultincia. Ura cato coiiimcr io quo com vllts tivor. meus illuaire» d.i vosta proliasilo , vó« nhi acharei» nume.
•les lembrai.vo» tacmpru tio quo oa médicos honram 11 »ua roaos exemplo» dis mais elevadas virtude» , «pior publica»
d';tliua , bt.
profissão vivendo mt melhor liirn.onia , quo cheios do nl- quer privada» ; tlodicaçao generosa, grandeza
leiiçito huns para com os outros , dovuiu procurar todas ne ntliceneiii »uo qiiulid.ides «pio brilham em Intuiu imiltiilào
uccuaióo» do laior onlro si generosa inerciim-i.i do bons pro- t|j auçOc» sublimes que íí historia conserva 110» sou* fastoa t-
eediuionlo» , a qui! nada hu mais indigno do homem tie 011 tme foram médicos os liorOes. Vede llippoerales rt-gcila:li.
hem do quo cotnproiuotter a repu-.açito de hum collega du o's magnificon presente» do Artaxorxes . o respondendo
• ¦'¦ii-iii ::i'l ¦-" tm --ia ausência, cmn e imito fim do ii.cuU ao sou enviado : '" di/ei no vosso nino tpio sou assai ricu,
car-so onmo mui* lntl.il ¦ iiittlrui.lt>; quoin onhíih procu.lo a >|<ie 11 honra 1110 fad 1 iicoitur os seus presuntos , pas
iliislionr.-t.so a si iii.miio , expoem-o 11 vergonhosas represa- s.ir.ino 11 Asiu , o soecorrer os 1'orsas tptu são iniiniíis A
lias, o piitentoa toda a baixeza tio sim OortÇtO Afastemos tin-ges. " Quantos para ¦ulvaçtio aaa seus Homelhantes . ¦
t!e nós a injusta iitipulaçúo d.i hum escriptor tpie dbl: 11011 tam nrrojuilo aaa mniores porigos, nos i.l.v-tiii..-» da morte
mt inaUHa tajr* wialmrai Utaiiiaa porque o verdadeiro 11 0111I0 esliuil os homens ntuis tlignns dus svitiputliiis tlu-
inctlicii drseonheoo tt inveja, só própria du» alm.is buixus, iilmus HMiaaaa. Procurui-os nn meio tias epidemias , SOttl
¦iollticr.ndo-so ucima dos cálculos motipiinlios «Io interesse. us 11 igollos e dmiaÇU que iiccinpanbum 11» guerns Na
cia. vcrilitili! quem pôde contemplar som emoção notsel lioinciis.
Qoa&de mesmo alguma (Uu Involuntária tenha sido •*•
ramanta eomniettlde , ho muis nobre o generosopropor com quo afiVontaiil Iodos os seus perigos pur.t tlimiiiuir.lliis
n to. horrores ; quo ealor do ilctlieação , quo esipieeinienln eoBll.
prndoiici-i a sua einendu tio que toriiu.lu manifesta nuo do 6Í me .mos, ou nntes que abnegação , que intri'-
dos os olhos , so duhi ja nuo resulta o menor beneficio. E ni"-
'luoiii he esse tão vaidoso o insensato , quo , DO exercício pi.lez uoiitinuutla , quer se exponham uo contagio da»
ile huma profissão tão delicada , se julgue sempre 11 abrigo iestiiiB nos hospitaes , quer voem paru ui-riinciir o ourar
do huma bem merecida censura. Qual o infiillivol nossous iiiüsmo ilisbaixo tio tmfo inimigo viiMÍinus ciisangiiantadas "
ainortecdas ! Miesionarios da hniiiatiiilailo . eilns são eimi"
jiiizou , qunl o «pio pdda bom julgar do limou moloetu a
.Io sou tratamento som obsorva.li., alU-ultiinento t-tn Iodas dil Dro» , os iiuicos represontiinles du pliiliintliropiii no meto
ns suas pliuscs fugitivas t So , chamado pura tratur 1I0 iti- dus seeniii tlu curnicuria o destruiç&o, são sim 11 WjjJ»
lariiiidiides , euju oxistoni-iu continniilii poderia tr;izovit per- esperunça, apoio o consolo dos dosçruçuilos oujot sotin-
turbução de huma tuiniliu , imiiortu sohrotuilo MM vos nfto mestos tuloçitm , cujos iiiules oiiciii-tuin , enjits eurupens rs-
enganeis no vosso juizo , a quo quando mesmo seju elle exuc- unimain , parülltunilii 00111 ellos us rigorea dit loino , B tucle-
to , guardoi» a niiiior cii-cmiispocçuo a reserva ; assim tam. ménoia dus estações, a fadiga das viagens 511 quando a !**¦
bem quando succcdit rooobordes conlidoiicius 011 revoluções oearidada o exige, nutrindo.os eom o próprio pão, o co-
brinilo.os com us próprias vestes. Mais uiiiiiii-uvein 1)0 Tin
quaesquor quo ollus sejam , o quo vos vonliuiii 11111 razão do o gaeiroiro , elles não procuram eacrifictindo a própria vida
vosso ministério , então por honra e probidade vossil , será
do vosso dovor o.ilur-vos utfi most.10 eom perigo da própria sointo salviir u dos sons Boinolh-tnU-s, << soocorror a tif--
vida o liberdade. gruçu. Ciuoni não admirara o oqmportamentè do nerirui'1
Sobro outro ponto não monos Importante vos recoiiimcnda- o Ditlior nu fiimosit posto de Marselha , o do JUc1''1'"11
rei também muita prudência , quero fallar no prognostico ; mi de Moscow ? Min poucos ini'-/.es estes hoinens magna-
nada perdemos om tlosconfiar por muilo tonipo tio nosso juizo nitnos arrostaram mais vezes u morto do quo o pddo w-
a esto respeito, não tanto com tudo quo tlaixomo* tio pro- zor o solilinlo o mais intrépido 110 (Incurso do mUitas oain-
do
venir pelo monos os ussistentos do imminonto perigo. Us mo- panhaB. Herdes abrilhantados com ouro o fama , hcrriou se
theatro , rcllccti nestas keenas itfflictivus , o dizei.nos,
ços tem grande tendência para aluriloarlni.il tom prophotico
VARIEDADES. 107
valia, as -,.- no vo.«o m-u l.-n. tu il..-.-r-vna quo acjiia n. ,' i rtl , 4 bo. nu má for-
„»... -¦'••'•'Io BI *•" »•••» Um mnmplo* lii»tr.liiieul<. de tuna da vota* pttri». «**e afalaaM aori» igualmouW In.
ÍÚZ.lu o limitem IM maw do qu»
v»U»a« . « «l»0 aa- vdi é vwU *'"X'" l""óu" 0b":U" compatível oom a dignidade dt MM. ftamata; mas ad
. ,il • i>.».|.':liii'i OM •MCMOta ' ' ¦' ' ' '•' ll-CJ^C.IU £oliall|il um iyn*
!,, , dai«ouliecÍdi»* I B*U |al**U»»l*ropÍ» , e»lo -Ml doa anua
walía-a» Ma. ¦»»'« a»»-» amai. o* tui. touiaa imaginário* | o m pur »o»io aueeti.l>ir qu» do »»u
laiudibaniai.
bJallia, »• •<">»*• •»• deatruiçâo e terror «o ii.eio exercieiu mijai» i:i»tr»htJo* p^r* qualquer lim publico, lavai
mWTaW ahi o maiitiu ulo pel*» tetraa, o meaiiio amor do» vua.o»
E »,.i.iii«ui. «hi "»"»•em i-ig"ouir* do* ruiu,
ísí1 •n"chou-
unlli-uu Ma, o •oincüi ui-.es, a WOSmt probidade emllin quo a vo»>» acieu-
ua do pobre como 110 |»aUoio
ci» «xigo do vo*i a»«im eoittribaiwi» par» a foliuidawt* da
u.ior
" fulgor. O* medico, u cirurgiões oonssgrarain muita» o »*•
0 {.vor em quo o* honraram oa moiiarolia» M fa»«r voaaa pátria,roinudii para honra da vn«a» i>»cola , para gloria tanlo.
•»» aitai <""•! mmSOa a verdade. Anibro.io l*»rco plemlur do di voato inoiian-h*, a quem por
u bttiii «
adoçar om aeu favor o lituloa temo. todo» rlgoroaa obrig-çâe da voiior.r. Eu vo*
i«,j animo o coragem, nio .6 de desejo u» maiure» felicidades.
feros do farto. IX . quando nas ve.|ioraa do 8.
c.rieiet a deixar * aua
lUilliolomoo eate itiouaiclia o qui* obrigar
de passado nquet.
reheiao pela oalbolioa, como Uinbt ni depoi.
• K para lodo» o* aeculoa borrivel, foi «II» meiiiio quem
mata PRODItilOSO KPFEITO |i\ TRAGÉDIA ZAIHA H
lha «goçou o» romoraoa , o o foi voltar a »oiiliinouto»
humanos- A liUloria cnuorva a lembrança da cuiikiiIoiuç.o VOLTA UM.
aeu cirurgião,
.iirema que Luil XIV linha por Marechal , do ürleana
o duquo
pnr au» intervenção o valimeiito ficuu fuier puaaur
livro do vexame publico por quo o pretendia Não Em 176V, lium liabitante do Londres cba-
aquelle principe UO arbitrário como grando o generoao. toda a corto, mado Bond , boinein de merilo e grande amante
ontrti
fui lamboin Fagon o NU, oa uniuoa do
mie ae animaram « inleroodor pai» illustre iem importância,
lábio, o arco. da dcclamaçao, tomou tanto amor .. tragédia
biti*. du Cambiai. Ello. factoa soriam aqui
'loira
o iii. doVoltairo, que nio somente a aprendeu
wtitlo iorviaac.il par» mo.lrur quo em qualquer posição lio totla be. Ioda de cor, como taiiibcn a mandou traduiir
ima.ao
cniilade a quo o medico se eleve, a iua ao do.to comporta. do
uclicei.lo o iihilautliropica , o quo afa.lar do
em inglei por hum dos molliore» poetas
iMt.ni.i .oria oacatidaloaa conlrudicção com na iuncçôo» Londres. Empregou tudo para que representassem
wu miniaterio. Ah>íiii , a multidão doi conhecimentos quo
lhe sio nocoasarioa , oa .eu* dovt-rt-a, o exercício dolhe veda
«mio». essa traduecao no theatro de Drury-Lane; o»
lado. oa cuidado» da aua WpoUeiO , lu.lo omtim directores recusaram , l por espaço de dous annos
lo,,,..r ncliva parto uai tcinuc.tade» política, quo subvertem Bond os solicitou debaldo para que o fuessem.
e.labcleoi.la nas locicda.
o. império» e perturbam a ordom
uca Em allcução n ai iiic.uio , ello devo abator-ao tle na. Vendo cmlim quo nada podia conseguir delles,
aoalhar huma opinião politica dociiiva, indrmoiito quuiulo onar. resolveu representar elle mesmo , com algumas
tenha a doBgraça do viver em «podia, toniputilut-aa o
eliicai; amigo decidido do aocogo publico, como primeira outras pessoas, esla sua favorita composição
o
condição da felicidade do todo. , por protiatão bemfuzojo , dramática.
módico a lodoa portonco, a lotloa consugra aa aua» vigília», Ha , perto de Wcstminstcr, huma grande sala
a todos lom dUtiucção prodig»li»a o» acua cuidado. | o vo.
musi-
lom outroa sobre o» destino, do mundo. em quo tem lugar ordinariamente recitas
Estranho a todas dissonçõo» que tiagellam ai »ociedadea cães. Aluga-a Bond por huma noite, tao caro
tendo decidida repugnância para tudo o quo podo dislra- como se fosse por hum anno inteiro ; distribuo
liir.vo. doa devore* do vosso estudo. Of rovolucionartos, os
c.piritoi fortoi aüo ordinariamonto homens tio pouco proa- os papeis entre seus amigos, tomando para si o
limo o de nenhum iiinriicimonto, o aquello* quo o tom dc Lusignan , que julga mais conformo a sua
lido , o quo ganharam om seguir os impulsos do sou gomo idado; tinha além de sessenta annos. No dia
ardente? ü que ganhou Kazori cm tomar parto tao acttva
na revolução do seu paiz , cm moslrar-so tão ingrato pura aprazado para a representação esteve a sala cheia
com o principo quo tinha sido seu bonifoilor ? O desprezo de espectadores, quo pagaram o quosoexigio,
do todos os bomcni do bom. O quo ganhou Cirillo, o sábio Comcça-so a
o virtuoso Cirillo, nbraçando om Napolos com tanto fogo querendo presenciar esta novidade.
os princípios domagogicos da rovoluçao froncczit ? A bis- tragédia, e todos applaudiram, tanto o talento
toria o diga. ü que ganhou Lostocq om pôr-so á testa io dos cômicos como as bollezas da peça. Entra
huma conjuração quo tovo por lim collocar Isabel nobro o tornam a mais
throno da Kussia? Pela mais nogra ingratidão o mais ígno- Lusignan , os applausos principiar
minoso castigo, ü quo dou a rovolução franceza aos pou- estrondosos. Bond exulta, commovo-se seu coração,
coi módicos quo n'olla tomiiram tão activa parto ? E Ia quo abrasa-se sua imaginação , c julga-se no palácio
os elevou, olla inosma oi de irou. Além do quo abando-
nar o serviço doa enfermos, para partilhar o furor dos do soldáo; sua alma, identificada com a do
partidos políticos , ho tlcsconhocor a união cremo?,
inlinm da nrto
Lusignan , entrega-se inteiramente aos senti-
do curar o da boa moral; so ho corto, como quo n
tudo mentos da religião o da paternidade. Emfim
probidatto, a justiça, o amor dos nossos soniolhuntos,
«mfiin M perturba e invosto no meio dessas catnstropho», dà-lhe a vista de Zaira tal emoçfio, quo seu
quo são a expressão medonha dos furoros populares. dovido n
O amor
corpo, demasiado fraco, nâo pôde resistir a
«Ia putria concilia-so porfoitamonto com o respeito
todo o govorno estabolocido, o só por huma inconscqiton. tanta agitação; obandonao-no suas forças, des-
cia, tão rcdicula como porlgoift', sncrilicarA o medico do maia, o he muito upplaudido. O desmaio, quo
bom grado a sua Iranquillidiido, os ouidadoi da sua repu- tão
tnção , õb seus próprio! intoroBscu einfim por outros qvio
se julga fingido, parecia tfto verdadeiro,admi-
natural, que deixar-se nfio podia do muito
lho são estranho». A politica , como huma sorte do hiilluci-
imi-
nação , o inhabilita pura bom sxorcor o» deveros do sou os- rar a superioridade do talento do actor para
lado ; o possuir a inuior instrucçao possivel unida uo muis entretanto , sondo muito
riicitiido zolo polas suns ubrigaçõcu he o qun a locicdado tar a natureza. Cansando
Nercstan,
tem diroito do esperar nollo, Quanto uo mais, obodocor o prolongada esta situação, Chatillon , bom era
•iibinottoi-tio religiosamente 4a leis do seu paiz
do quo ollo, honieni niisiuado o sábio, mais do quo ninguém
ho dovor
Zaira mesma , advertiram Bond que
lem rigorosa obiigitçfio do dar exemplo. Não ho niinlift In- acabal-a ; entfio abre os olhos, mas fechando-os
180 VARIEDADF.S.
immediotomente, cahe sobre huma cadeira sem ESTATÍSTICA DOS PI1ARÓM DA CRAM-DBtTAMi-, ,
IM UttiS-l Mlio*. i: ÜA IRANÇA.
proferir palavra, estende os braços como para
abraçar /aua, o foi a este o seu ultimo mo-
vimento. Elle tinha morrido. Tem a Gran-Bretanha 12G pharóes;al para
in Lilomutros du costas :
KOTICIA LITTERARIA. O* Estttdos-Lnidos 138 ; I para 39 Um.,. -
tio»; o a França 50 ; 1 paro 43.
Yluiiiia opocha em quu o futuro da arte dra- Custam os pharòus da Gran-Bretanha poranno
matica occupa todas as intelligencia», M que to- 2.31S.000 fr. ; dos Estodos-l nidos 1,000.000 fr. ;
dos perguntam se as vias novas a conduzirão a da Franca 350,000 fr.
hum renascimento ou á decrepitude; nhum mo- Vem a ser a despeza media por pharol.
mento em quo a França infesta os seus thuatros Inglaterra 18,373 fr.
do drama* | du voudovillus, produzindo opunos Estodos-l nidos 7.2V6 fr. 38 cent.
de vez em quondo huma tragédia, nao he hum França 7,000 fr.
evento huma composição deste gênero, composi-
ACTO in
tra que tenha por assumpto Judith, e que ten- GENEROSIDADE.
eos sao comparados com os templos indostunos. — Catharina Parthenay , sobrinha de Anua Par-
A Sociedade Asiática de Calcutá o comprou o
mandou traduzir; o ( assim o queria ) talvez esteja thenay , deu esta bella resposta a Henrique IV:
« Saiba Vosso Magestade quo sou muito pobro
agora impresso e espalhado na Inglaterra, afim tempo
de animar a fazer-se novas indagações, e assim para ser sua consorte, mas quo ao mesmo
descendo do huma família muito illustre para ser
derramar-se alguma luz sobre a histeria antiga
sua favorita.
deste paiz.
BPHBMBRIDBS
para o mez dc feterciro de 1844.
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I 3.41 .13.51 n*31s. 0.47 4.40 10.U 20.50!». 2.52 38
o 5.VI .13.59 16.56» 6.47 5.26 11.6 17.46» 3.48 120 1.461
8 3.42 .IV. 5 1Ü-39» 6.46 6.8 1157 13.39» 4.46 2.10 2.32 I
, LIS .14.12 16.21» 6.4G G.50 *••*<-¦ 2*51 3.11 1
Malta»i , a.. 1
5 5.43 .1417 10.3» 6.45 7.31 .47 8.40» 6.44 3-30 3.49 1
li 5.43 .14.21 15.45» 6.45 8.12 1.37 3.11» 7.43 4.7 4.26
5.44 .14.25 15.27» 6.44 8.53 227 2.32 a. 8.42 4.44 5.11
5.45 .14.28 15.8» 6.44 8.34 3.17 8.12» 9.41 5.21 5.40
0 5.46 .14.30 14.49» 6.43 10.20 4,9 13.23» 10.44 6.9 6.19
10 8.49 .14.32 14.30» 6.43 10.10 5.3 17.45» IU» «.40 7. 21
115.47 .14.32 14.10» 6.42 6.0 20.59» .80 7.88 7.80 I
\1 mim. ___ . .. _ ,. ,
12 5.48 .14.32 13.50» 6.41 .4 6.58 22.50» 1.52 8.17 8.61
13 5.48 .14.31 13.30» 6.41 1.3 7.57 23.7» 2.51 9.31 10.15
13.10» 6.40 2. 8.55 21.52» 3.47 11. 11.50
14 5.49 .14.30
15 5.49 .14.27 12.50» 6.39 3.4 9.51 19.19» 4.38 33
16 5.50 .14.24 12.29 >» 6.39 4. 10.44 15.35» 5.23 1.9 1.89
nl5.51 .14.20 12.8» 6.38 5.3 11.33 11.6» 6.3 2.7 2.31
_
5.52 .14.16
STarilo. 11.47» 6.37 6.0 .20 6.11» 6.40 2.52 J.12
19 5.53 .14.11 11.26» 6.36 6.54 L 1.5» 7.20 3.32 3.49
20 5.53 .14.5 11.5» 6.35 7.43 1.48 3.56N. 7.53 4,7 4.24
21 5.54 .13.58 10.43» 6.34 8.33 2.31 8.45» 8.27 4.40 4.55
9.25 3.15 13.3» 9.5 5.12 5.28
22 5.55 .13.51 10.21» 6.32
10.0» 6.30 10.17 3.59 16.47» 9.41 5.42 5.58
23 5.57 .13.43
24 5.58 11.8 4.44 19-46» 10.20 6.13 6.30
.13.34 9.38» 6.28
25 0.0 11.59 5.31 21.52» 11.3 6.46 7.3
.13.26 9.15» 6.26
7.40
26 6.0 .13.16 8.53» 6.26 Üfi 6.21 22 56» 11.51 7.24
'.13.5 8.38
27 6.0 8.30» 6.26 1.41 7.11 22.53» --- 8.17
28 6.0 2.29 8.2 21.38» .41 9.15 9.5J
.12.54 8.8» 6.26
29 6.0 .12.43 7.45» 6.26 3.16 8.54 19.11» 1.35 10.43 11*37
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MERCÚRIO.
VENUS. „BB».
JÚPITER.