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Brasília, 2014

CC BY NC SA
© UNESCO 2014
Esta licença permite aos usuários usar e reproduzir os conteúdos desta publicação somente para fins não
comerciais, desde que conservem os créditos à UNESCO e licenciem a nova criação nos mesmos termos.

Esta é uma adaptação para o cenário brasileiro da publicação “Orientação técnica internacional sobre
educação em sexualidade: uma abordagem baseada em evidências para escolas, professores e educadores
em saúde”, publicada originalmente pela UNESCO, Paris, em 2009.

Autores da versão adaptada: Sylvia Cavasin, Thais Gava e Elizabete Regina Baptista
Revisão técnica: Gina Pancorbo , Mary Guinn Delaney, Edneia Soares
Revisão técnica final: Mariana Braga, Setor de Educação da Representação da UNESCO no Brasil
Coordenação: Maria Rebeca Otero Gomes, Setor de Educação da Representação da UNESCO no Brasil
Colaboradores: Cláudia Pereira Vianna, Cristina Ramos, Edson Fogaça, Giselle Mendonça , Ivan Rocha, Lorena
Carvalho, Maria Luiza Monteiro, Mariana Alcalay, Paulo Selveira, Sandra Unbehaum, Silvani Arruda e Vera Simonetti
Revisão gramatical e editorial: Unidade de Comunicação, Informação Pública e Publicações da Representação da
UNESCO no Brasil
Projeto gráfico: Unidade de Comunicação, Informação Pública e Publicações da Representação da UNESCO no Brasil
Fotografias: Edson Fogaça e Luís Sardá

As indicações de nomes e a apresentação do material ao longo deste livro não implicam a manifestação de
qualquer opinião por parte da UNESCO a respeito da condição jurídica de qualquer país, território, cidade,
região ou de suas autoridades, tampouco da delimitação de suas fronteiras ou limites.
As ideias e opiniões expressas nesta publicação são as dos autores e não refletem obrigatoriamente as da
UNESCO nem comprometem a Organização.
Esclarecimento: a UNESCO mantém, no cerne de suas prioridades, a promoção da igualdade de gênero, em
todas suas atividades e ações. Devido à especificidade da língua portuguesa, adotam-se, nesta publicação, os
termos no gênero masculino, para facilitar a leitura, considerando as inúmeras menções ao longo do texto.
Assim, embora alguns termos sejam grafados no masculino, eles referem-se igualmente ao gênero feminino.

Orientações técnicas de educação em sexualidade para o cenário brasileiro :


tópicos e objetivos de aprendizagem. -- Brasília : UNESCO, 2014.
53 p., il.

Incl. bibl.
ISBN: 978-85-7652-189-1

1. Educação sexual 2. Educação sobre aids 3. Política educacional


3. Desenvolvimento curricular 6. Brasil I. UNESCO

UNESCO – Representação no Brasil


SAUS, Quadra 5, Bloco H, Lote 6,
Ed. CNPq/IBICT/UNESCO, 9º andar
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twitter: @unescobrasil
Lista de siglas e abreviaturas
AIDS Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
BSH Brasil sem Homofobia
DST Doenças Sexualmente Transmissíveis
ECOS Comunicação em Sexualidade
GDE Gênero e Diversidade na Escola
HIV Human immunodeficiency virus (Vírus da Imunodeficiência Humana)
IWHC International Women’s Health Coalition
LGBT Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais
MEC Ministério da Educação
OMS Organização Mundial de Saúde
ONU Organização das Nações Unidas
OTIES Orientação Técnica sobre Educação em Sexualidade
PCN Parâmetros Curriculares Nacionais
PEP Profilaxia Pós-Exposição
PSE Programa Saúde na Escola
REGES Rede de Gênero e Educação em Sexualidade
SPE Saúde e Prevenção nas Escolas
SUS Sistema Único de Saúde
TARV Tratamento Antirretroviral
TRA Tecnologias de Reprodução Assistida
UBS Unidade Básica de Saúde
UNAIDS Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids
UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
UNFPA Fundo de População das Nações Unidas
UNICEF Fundo das Nações Unidas para a Infância
Sumário
Agradecimentos ........................................................................................................................... 7
Apresentação................................................................................................................................. 9
Introdução.....................................................................................................................................11
...........................................................................................................................................................................................................

PARTE I – Tópicos e objetivos de aprendizagem sobre


educação em sexualidade: princípios, estrutura e diretrizes............................. 15
1. Tópicos e objetivos de aprendizagem: princípios e recomendações..................16
2. Tópicos e objetivos de aprendizagem: estrutura........................................................17
2.1. Conceitos-chave e tópicos propostos...........................................................................................17
2.2. Faixas etárias...................................................................................................................................................17
3. Diretrizes para o trabalho de educação em sexualidade, nas escolas................18
4. Exemplo de utilização dos tópicos e objetivos de aprendizagem ......................19
...........................................................................................................................................................................................................

PARTE II – Conceitos-chave e objetivos


de aprendizagem: apresentação geral...........................................................................................21
1. Conceito-chave 1 – Relacionamentos............................................................................21
2. Conceito-chave 2 – Valores, atitudes e habilidades...................................................26
3. Conceito-chave 3 – Cultura, sociedade e direitos humanos..................................30
4. Conceito-chave 4 – Desenvolvimento humano..........................................................33
5. Conceito-chave 5 – Comportamento sexual................................................................38
6. Conceito-chave 6 – Saúde sexual e reprodutiva.........................................................40
...........................................................................................................................................................................................................

Glossário ........................................................................................................................................45
Referências e instrumentos normativos ............................................................................51
Bibliografia....................................................................................................................................57
Especialistas .................................................................................................................................61
Agradecimentos
A UNESCO apresenta nesta publicação as contribuições de especialistas e instituições de en-
sino e pesquisa que se dispuseram a debater o documento “Orientação técnica internacional
sobre educação em sexualidade” para a construção de uma perspectiva brasileira sobre estes
conteúdos com um recorte cultural e etário.
No século XXI, ainda existem países, sistemas de ensino, escolas, profissionais de educação e
famílias que evitam os temas da sexualidade. O resultado é o despreparo de adolescentes e
jovens em lidar com a própria sexualidade, com a prevenção de doenças sexualmente trans-
missíveis e com a gravidez.
Na perspectiva de fomentar o acesso a ferramentas e conteúdos que podem promover a cons-
trução de currículos inclusivos e que tratem da realidade de crianças, adolescentes e jovens,
a UNESCO no Brasil gostaria de expressar sua gratidão a todos àqueles que participaram de
quatro encontros regionais – Brasília (2009), São Paulo (2010), Recife (2010) e São Paulo (outu-
bro/2013) – e contribuíram para construção desta ferramenta “Orientações técnicas de educa-
ção em sexualidade para o cenário brasileiro”.

8
Apresentação
A “Orientação técnica internacional sobre tribuições de especialistas do UNAIDS e ou-
educação em sexualidade: uma abordagem tros especialistas das Nações Unidas que são
baseada em evidências para escolas, profes- membros do UNAIDS3.
sores e educadores em saúde” foi publicada
Deste modo, mesmo não sendo exaustivo,
pela UNESCO em dois volumes.
alguns dos tópicos e objetivos de aprendizagem
O volume I cobre as razões para a introdução são baseados em evidências e em experiên-
deste tema, abordando aspectos de aconse- cias práticas.
lhamento técnico e as características a que
O nível de desenvolvimento no Brasil e a ex-
devem obedecer os programas para serem
periência prática nesta questão podem certa-
considerados efetivos. O volume II apresenta
mente introduzir aspectos inovadores e servir
uma proposta mínima dos tópicos e objetivos
futuras versões desta orientação técnica inter-
de aprendizagem para um programa de edu-
nacional, e seus tópicos e objetivos de aprendi-
cação em sexualidade para crianças e jovens,
zagem para educação em sexualidade.
entre os 5 e os 18 anos de idade, incluindo
uma bibliografia e referências. Neste contexto, a Representação da UNESCO
no Brasil se interessa em analisar nacional-
Esta publicação, destinada a educadores e
mente o conteúdo dos tópicos, com o apoio
educadoras, é o resultado da adaptação para
de organizações competentes na matéria, a
o Brasil dos tópicos e objetivos de aprendiza-
fim de incorporar a rica experiência brasileira
gem1, volume II da “Orientação técnica inter-
na análise internacional. Por outro lado, consi-
nacional sobre educação em sexualidade”,
derando a possibilidade de adaptação dos tó-
elaborada pela UNESCO Sede, em Paris, em
picos aos contextos locais, torna-se necessária
2009, em parceria com UNFPA, UNICEF e OMS,
a validação por especialistas brasileiros nas
no âmbito do UNAIDS.
áreas de gênero e sexualidade, assegurando
A intenção é orientar o desenvolvimento de assim a relevância e adequação dos conteú-
currículos localmente adaptados. dos a cada público-alvo em território nacional.
Para a preparação internacional do volume A Representação da UNESCO no Brasil coor-
II, foi feita a revisão de currículos em 11 paí- denou o processo de validação deste docu-
ses2, além da revisão de orientações e normas mento em parceria com a Comunicação em
identificadas por especialistas, e pesquisa em Sexualidade (ECOS), e em colaboração com
diferentes bases de dados e websites. Foram membros da Rede de Gênero e Educação
entrevistados diversos experts e realizada, em em Sexualidade (REGES), uma articulação
fevereiro de 2009, uma consulta técnica glo- de entidades, pessoas e movimentos da so-
bal em 13 países, além de contar com con- ciedade civil, que atua para que a educação
em sexualidade seja reconhecida como par-
1 Versão em português publicada em 2010 do original ”International te dos direitos humanos e dos direitos se-
technical guidance on sexuality education: an evidence formed ap-
proach for schools, teachers and health educators, v. 2; topics and learn-
xuais e reprodutivos.
ing objectives”. Paris: UNESCO, UNAIDS, UNFPA, UNICEF, WHO, 2009.
2 Botsuana, Etiópia, Indonésia, Jamaica, Quênia, Namíbia, África do Sul,
Tanzânia, Tailândia, Estados Unidos da América e Zâmbia. 3 UNESCO, UNICEF, OMS, UNFPA e OMS.

9
Em colaboração com UNFPA, IWHC e ECOS, Após a leitura crítica pelos especialistas, con-
foram organizadas e realizadas três reuniões cluiu-se, como era de esperar, que o docu-
regionais da REGES – em Brasília, Recife e São mento original deveria ser revisto e adaptado,
Paulo – ao longo de 2010 e 2011, para discutir tendo em conta o atual estágio das políticas
o documento original internacional. Participa- públicas brasileiras de educação em sexuali-
ram docentes de universidades públicas das dade, gênero e diversidade sexual, bem como
regiões nas quais as reuniões foram realizadas o avanço da discussão desses temas no Brasil.
(Norte/Centro-Oeste, Nordeste e Sul/Sudeste), Aspectos culturais e especificidades do país,
além de pesquisadores da temática, e lide- naturalmente não previstos no documento in-
ranças de organizações não governamentais ternacional, deveriam ser considerados antes
envolvidas com programas, projetos e ações da divulgação no Brasil.
relacionados à promoção da educação em se- O presente documento, preparado, sob os
xualidade e gênero – como o Gênero e Diver- auspícios da UNESCO Brasil, por técnicos e
sidade na Escola (GDE), e o Saúde e Prevenção especialistas reconhecidos nacionalmente,
nas Escolas (SPE). Participaram, também, re- constitui o resultado da sistematização das
presentantes de órgãos dos governos esta- contribuições recebidas de todo o país, e re-
duais e municipais de cada região, sobretudo trata a experiência no Brasil sobre educação
as secretarias de saúde e educação envolvidas em sexualidade.
com o tema da sexualidade.

10
Introdução
A educação em sexualidade pode ser enten- çou as bases para a configuração de uma no-
dida como toda e qualquer experiência de ção mais inclusiva e ampliada de cidadania no
socialização vivida pelo indivíduo ao longo de país. Nessas mudanças, a sociedade civil – por
seu ciclo vital, que lhe permita posicionar-se meio de suas diversas organizações – teve pa-
na esfera social da sexualidade. A educação pel fundamental na apresentação e na defesa
em sexualidade está presente em todos os es- de suas demandas de igualdade social.
paços de socialização – família, escola, igreja, Este novo plano de sociedade reconhece a
pares, trabalho, mídia –, mas ocorre de forma importância da educação na implantação dos
pulverizada, fragmentada e desassociada de ideais de justiça e igualdade necessários para
um plano de sociedade inclusiva baseada nos atingir seus objetivos.
direitos humanos. Portanto, torna-se relevante
Nesse sentido, a legislação brasileira que regu-
a atuação do sistema educacional na tarefa de
lamentava os direitos de crianças, adolescen-
reunir, organizar, sistematizar e ministrar essa
tes e jovens à educação e proteção do Estado
dimensão da formação humana.
foi reforçada pela promulgação do Estatuto da
Apesar das grandes transformações sociais e Criança e do Adolescente, em 1990, e de uma
comportamentais no campo da sexualidade nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação
e das relações de gênero observadas nas últi- Nacional, em 1996, entre outras. O sistema
mas décadas, a maioria das iniciativas escola- educacional tinha, portanto, papel central na
res de educação em sexualidade, ainda hoje, promoção dessas mudanças entre seu aluna-
concentra-se no discurso biologizante e cien- do, para que as transformações pudessem ser
tífico do corpo, silenciando sobre questões refletidas na sociedade.
importantes como o prazer, o desejo e a diver-
Também na década de 1990, a Conferência
sidade sexual. Muitas vezes, essas iniciativas
Internacional sobre População e Desenvolvi-
acontecem dentro de um programa ou proje-
mento – mais conhecida como Conferência
to estruturado em consonância com o plano
do Cairo – realizada em 1994, e a IV Conferên-
pedagógico da escola. Outras vezes, ocorrem
cia das Nações Unidas sobre a Mulher – rea-
de forma aleatória, assistemática e pontual,
lizada em Pequim em 1995 –, contribuíram
dentro de um calendário de datas comemora-
para estabelecer e consolidar os conceitos de
tivas, em eventos ou campanhas sobre saúde,
direitos sexuais e direitos reprodutivos que vi-
ou como resposta a alguma situação na esco-
riam a influenciar e fundamentar as políticas
la (namoro, gravidez na adolescência, violên-
brasileiras nos campos de sexualidade e gêne-
cia de gênero, entre outras).
ro implantadas nos anos seguintes4.
A inserção da educação em sexualidade – so-
bretudo na perspectiva dos direitos – como 4 Ainda que com muita resistência em reconhecer a sexualidade e
tema importante nas políticas educacionais as relações de gênero como dimensões fundamentais das relações
sociais, as políticas educacionais passaram, aos poucos, a incorporar
no Brasil veio na esteira de um conjunto de essa dimensão. Dentre essas políticas, destacamos quatro iniciativas
federais que têm buscado impactar a educação básica no campo
mudanças sociais impulsionadas pela instala- da educação em sexualidade: os Parâmetros Curriculares Nacionais
ção do processo democrático, principalmente (PCN – 1997 e 1999), o Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE – 2003),
o Programa Brasil sem Homofobia – Programa de Combate à Vio-
a partir da década de 1980, sendo a Constitui- lência e à Discriminação contra GLTB e de Promoção da Cidadania
Homossexual (PBSH – 2004) e o Gênero e Diversidade na Escola
ção Federal de 1988 o grande marco que lan- (GDE – 2006).

11
A primeira iniciativa do governo federal para papéis rigidamente estabelecidos a homens
a inclusão da sexualidade na perspectiva do e mulheres na sociedade, a valorização de
gênero como tema legítimo a ser discutido cada um e a flexibilização desses papéis”
nas escolas foi a publicação, em 1997, dos (BRASIL. MEC, 1998a, v. 8, p. 35).
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) para Dando continuidade às ações no campo da
o ensino fundamental, e dois anos depois, os sexualidade e gênero a serem desenvolvi-
PCN para o ensino médio. Esses dois docu- das nas escolas, em 2003 foi lançado o Pro-
mentos trazem como inovação a proposta jeto Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE).
de transversalização de temas considerados O Projeto constitui uma parceria entre Mi-
relevantes para a sociedade nos conteúdos nistério da Saúde, Ministério da Educação,
escolares. Entre os temas transversais propos-
UNESCO, UNICEF e UNFPA na articulação
tos (ética, pluralidade cultural, meio ambien-
de setores do governo e organizações da
te, saúde, trabalho e consumo) está a educa- sociedade civil para promover estratégias
ção em sexualidade (referida no documento integradas entre saúde e educação. O SPE
como orientação sexual5). tem como público-alvo crianças, adoles-
Embora com um discurso ainda voltado à centes e jovens na faixa de 10 a 24 anos
prevenção, os PCN lançaram as bases para matriculados/as em escolas públicas de
que a educação em sexualidade – sobretudo ensino fundamental e médio.
na perspectiva das relações de gênero – fos- O SPE é considerado o principal projeto de
se incluída como tema legítimo e importante educação sexual proposto pelo governo fede-
no sistema educacional, levando subsídios a ral na década de 2000. Como o próprio nome
professores para que conteúdos específicos diz, o projeto está focado prioritariamente na
fossem incorporados de forma transversal aos discussão sobre a saúde, sobretudo na pre-
currículos da educação básica de forma mais venção das DST/Aids. Em 2005, o Projeto foi
abrangente. reformulado e incorporado pelo Programa
Sintetizando o tratamento a ser dado pela Saúde na Escola (PSE) e definiu novas estraté-
educação em sexualidade na apresenta- gias, como a ampliação das faixas etárias aten-
ção do documento, os PCN esclarecem que didas, a inclusão do monitoramento das esco-
ela deve enfocar as dimensões sociológicas, las no Censo Escolar, entre outras.
psicológicas e fisiológicas da sexualidade, Nas diretrizes de implantação do SPE, os
adotando, portanto, uma perspectiva mais especialistas reconhecem a escola como ins-
integral do tema. Também na apresentação tância privilegiada para o trabalho com a for-
o documento enfatiza a importância da dis- mação integral e o exercício da cidadania,
cussão das relações de gênero, na medida considerando seu papel central na promoção
em que ela “propicia o questionamento de das mudanças sociais.
5 “Ao tratar do tema orientação sexual, busca-se considerar a sexua- O SPE, ao longo de sua execução, vem sen-
lidade como algo inerente à vida e à saúde, que se expressa no ser
humano, do nascimento até a morte. Relaciona-se com o direito ao sibilizando gestores da educação e da saúde
prazer e ao exercício da sexualidade com responsabilidade. Engloba as
relações de gênero, o respeito a si mesmo e ao outro e à diversidade de
no que se refere à implantação de progra-
crenças, valores e expressões culturais existentes numa sociedade de- mas articulados de educação preventiva nos
mocrática e pluralista. Inclui a importância da prevenção das doenças
sexualmente transmissíveis (incluindo a aids) e da gravidez indesejada sistemas de ensino de todo o país, de forma
na adolescência, entre outras questões polêmicas. Pretende contribuir
para a superação de tabus e preconceitos ainda no contexto sociocul-
conjunta com o Sistema Único de Saúde e
tural brasileiro” (BRASIL. MEC, 1998a, p. 287). estimulando o debate e a reflexão sobre as

12
questões relativas a sexualidade, saúde se- educativos, estímulo à pesquisa e difusão de
xual e saúde reprodutiva, direitos humanos e conhecimentos que contribuam para o com-
cidadania. Paralelamente, cria grupos de ges- bate à violência e à discriminação da popula-
tores estaduais e municipais do Projeto com ção LGBT.
características multidisciplinares e garantindo As pressões exercidas pelos movimentos de
diversidade institucional para o desenho do mulheres e pelo segmento LGBT, somadas
planejamento local de formação e formulação à influência dos organismos internacionais,
de materiais nas temáticas do projeto (BRASIL. levam o Ministério de Educação (MEC) a
MEC, 2007). construir uma nova orientação em suas po-
O SPE tem como propostas inovadoras a dis- líticas educacionais, de modo a contemplar
ponibilização de preservativos nas escolas, a a diversidade sexual e as relações de gêne-
integração entre escolas e Unidades Básicas ro em programas e projetos do Ministério.
de Saúde, bem como a participação da comu- Entre eles, o Programa Gênero e Diversidade
nidade no processo. Embora o foco do projeto na Escola (GDE), lançado em 2006, foi uma
esteja na prevenção, o SPE inclui a discussão iniciativa da Secretaria de Políticas para Mu-
sobre relações de gênero, sexualidade e orien- lheres (SPM) e do Conselho Britânico, em
tação do desejo sexual no “Guia para a forma- parceria com o MEC, a Secretaria de Educa-
ção de profissionais de saúde e educação”. ção a Distância (SEED)7, a Secretaria Especial
Outra iniciativa inédita no Brasil, com o envol- de Políticas de Promoção da Igualdade Racial
vimento de dez ministérios e ampla partici- (SEPPIR), bem como a Coordenadoria da Mu-
pação da sociedade civil, é o Programa Brasil lher e movimentos sociais dos estados e dos
sem Homofobia6 – Programa de Combate à municípios participantes, em convênio com
Violência e à Discriminação contra LGBT (Lés- as universidades públicas do país.
bicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros) e de A implementação do GDE foi realizada pelo
Promoção da Cidadania Homossexual. Ao en- Centro Latino Americano em Sexualidade e Di-
volver os ministérios federais na promoção de reitos Humanos (CLAM), com o apoio da Uni-
ações voltadas às demandas e cidadania da versidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
população LGBT (como segurança, trabalho, O GDE tem como objetivo a sensibilização
participação, educação, saúde, cultura, entre de educadores e educadoras da rede pública
outras), o governo federal reconhece formal- de ensino em questões relativas a desigual-
mente a necessidade de ações específicas dades de gênero, diversidade sexual e raça/
para essa população, bem como a importân- etnia, preparando profissionais da educação
cia de promover políticas de inclusão para a para lidar com esses temas de forma transver-
garantia da igualdade de direitos. sal no cotidiano das escolas. A concepção do
A educação é apontada, no Programa, como programa entende que discriminações de gê-
área estratégica para o combate à homofo- nero, orientação sexual e raça/etnia devem ser
bia e à discriminação. São previstas ações no tratadas de forma conjunta dado que gênero,
campo da formação inicial e continuada de raça/etnia e sexualidade estão intimamente
professores na área de sexualidade, avaliação imbricados na vida social e na história das so-
de livros didáticos, produção de materiais ciedades.

6 O Programa Brasil sem Homofobia apresenta um conjunto de ações 7 Devido à extinção da SEED, seus programas e ações estão hoje vincu-
destinadas à promoção do respeito à diversidade sexual e ao combate lados à Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade
a várias formas de violação dos direitos humanos de GLBT. e Inclusão (SECADI).

13
O programa busca preencher a lacuna na dis- Como consideração final é bom notar que
cussão dessas temáticas na formação docente estes tópicos foram elaborados com base na
continuada, instrumentalizando educadores perspectiva de que a escola não é apenas um
e educadoras para o combate à misoginia, à lugar de transmissão do saber, mas também
homofobia e ao racismo, buscando um rom- lócus de aprendizagem de valores e atitudes.
pimento do ciclo de reprodução dessas desi- A escola constitui espaço privilegiado para a
gualdades no ambiente escolar. A formação construção de uma ética que inclua o respeito
docente continuada é realizada na modalida- à diversidade humana e a promoção da soli-
de de ensino a distância (EaD) com uma etapa dariedade.
presencial, sendo conduzida pelas universida-
des participantes do programa.
Considerando todos esses avanços nas po-
líticas públicas brasileiras para a inclusão da
discussão de temas tão importantes para a
igualdade social, a divulgação destes tópicos
e objetivos de aprendizagem tem como meta
somar-se a essas conquistas e ser um instru-
mento prático para educadores e educado-
ras de todo o país. Buscou-se, no trabalho de
adequação à realidade brasileira, incluir as de-
mandas educacionais que impulsionaram o
surgimento dessas políticas, bem como con-
tribuir para trazer essas discussões para a reali-
dade atual das escolas no Brasil.
Tanto a “Orientação técnica internacional de
educação em sexualidade” quanto os “Tópicos
e objetivos de aprendizagem” para a educação
em sexualidade são pautados pela normativa
de defesa dos direitos humanos e pelas con-
cepções que promovem a equidade de gêne-
ro, o reconhecimento das diversidades e a ga-
rantia dos direitos sexuais e reprodutivos. Sua
elaboração foi ancorada na perspectiva de er-
radicação de todas as formas de intolerância –
sexual, de gênero, étnico-racial, religiosa, idade
e classe social. A ótica de gênero teve especial
destaque, tendo em vista que perpassam as
interações escolares e são ainda pouco reco-
nhecida e debatida no âmbito da educação. A
inclusão do tema da diversidade sexual poderá
auxiliar a escola no combate à homofobia, les-
bofobia e transfobia, bem como no questiona-
mento da heteronormatividade.

14
PARTE I
TÓPICOS E OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
SOBRE EDUCAÇÃO EM SEXUALIDADE: PRINCÍPIOS,
ESTRUTURA E DIRETRIZES PARA UTILIZAÇÃO

Como dito acima, dos dois volumes da “Orien- As necessidades e preocupações da saúde se-
tação técnica internacional sobre educação xual e reprodutiva de crianças e jovens variam
em sexualidade”, este texto diz respeito ao muito intra e inter-regiões, comunidades e
volume II – “Tópicos e objetivos de aprendiza- países, o que pode afetar a percepção de um
gem”, que pode servir de apoio na preparação objetivo específico de aprendizagem. Esses
de atividades no ambiente escolar. Note-se objetivos devem, portanto, ser sempre ajusta-
que é igualmente importante trabalhar com dos ao contexto com base em dados e infor-
crianças e adolescentes não escolarizados, mações confirmadas disponíveis. De qualquer
principalmente aqueles que, por uma série de modo, a maior parte dos peritos acredita que
razões, se encontram marginalizados e, por- crianças e jovens querem e precisam de infor-
tanto, sujeitos a um início precoce da ativida- mação sobre sexualidade e saúde sexual de
de sexual e vulneráveis a abusos e exploração modo abrangente e tão cedo quanto possível.
nessa área. Um dos propósitos do documento é que
Este material destina-se a programas de edu- crianças, adolescentes e jovens – por meio da
cação em sexualidade já existentes ou à cria- discussão de conceitos fundamentais – pos-
ção de novos programas, e tem como bene- sam ter uma visão positiva da sexualidade,
ficiários crianças e jovens de 5 a 18 anos de percebam a importância de uma comunica-
idade, nos seguintes níveis: educação infantil, ção clara nas relações interpessoais, desenvol-
ensino fundamental e ensino médio. vam o espírito crítico e reflitam a cada tomada

15
de decisão relativa à sua vida sexual e repro- De modo mais geral, os objetivos de apren-
dutiva, garantindo assim o seu bem-estar. dizagem para o mesmo conceito-chave são
considerados como fundamentos, manten-
do-se iguais para todas as faixas etárias. En-

1. Tópicos e objetivos de aprendizagem: estudantes das faixas etárias mais avançadas,


princípios e recomendações
tretanto, quando o trabalho for iniciado com

poderá ser interessante abordar os conteúdos


. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . de faixas etárias anteriores, para se obter uma
visão geral de como os conteúdos foram in-
Os tópicos e objetivos de aprendizagem cobrem
troduzidos nas diferentes faixas etárias.
quatro princípios do processo de aprendiza-
gem já conhecidos dos professores, ou seja: Com base na necessidade e características lo-
cais específicas – como normas sociais e cul-
(i) Disponibilizar informações precisas so-
turais –, os conteúdos dos objetivos de apren-
bre tópicos importantes que despertam
dizagem podem ser ajustados e incluídos em
a curiosidade de crianças, adolescentes
faixas etárias mais baixas ou mais avançadas.
e jovens, nomeadamente: crescimento e
desenvolvimento, anatomia e fisiologia Para estudantes mais jovens, os conteúdos
sexual, reprodução, gravidez e parto, HIV incluem informações básicas. No entanto,
e aids, DST, vida familiar e relações inter- existe uma superposição deliberada entre os
pessoais, cultura e sexualidade, compor- níveis III e IV, a fim de acomodar a faixa etária
tamento sexual, diversidade sexual, abuso, mais ampla de estudantes que podem estar
violência baseada em gênero e práticas na mesma classe. O nível IV dirige-se a estu-
de risco e danosas. dantes de 15 a 18 anos ou mais, reconhecen-
do que alguns estudantes do ensino médio
(ii) Oferecer a crianças, adolescentes e jo-
podem ter mais de 18 anos.
vens a oportunidade de explorar valores,
atitudes e normas referentes à vivência da Não é exigido o domínio, pelos educadores,
sexualidade (como indivíduo, na família, in- de todos os conteúdos que ilustram cada
terpares, na comunidade) ao comportamento uma das temáticas. Mesmo assim, eles deve-
sexual, à saúde, risco e tomada de decisão, rão sentir um nível de conforto e confiança,
e aos princípios de respeito, igualdade de por realizar um trabalho em constante proces-
gênero, direitos humanos e igualdade. so de construção e aprofundamento, com o
apoio de um roteiro concebido na perspecti-
(iii) Facilitar a aquisição de habilidades im-
va dos direitos humanos.
portantes sobre o comportamento sexual
para a tomada de decisões, de autocon- Tendo ciência desses elementos, os educado-
fiança, comunicação e negociação, e capa- res poderão caminhar juntos com seus estu-
cidade de recusa da violência sexual, qual- dantes de forma realista e interativa, e atender
quer que ela seja. demandas concretas.
(iv) Estimular crianças, adolescentes e jo- É também importante lembrar que institui-
vens a assumir responsabilidade por seu ções internacionais, governamentais e não
próprio comportamento e a respeitar o di- governamentais que trabalham com educa-
reito de outros, assim como estimular acei- ção em sexualidade nas escolas brasileiras en-
tação e empatia independentemente do tendem que resultados importantes são obti-
seu estado de saúde ou orientação sexual. dos sempre que as atividades com a temática

16
da sexualidade forem associadas a alguma
disciplina curricular ou por meio de um proje-
2.1. Conceitos-chave e
tópicos propostos
to específico.
É apresentado, a seguir, um quadro geral des-
Por outro lado, a adoção de uma metodologia
ses conceitos-chave e dos tópicos que abrangem.
participativa permite reconhecer a experiên-
cia dos diferentes participantes e fomentar a
Quadro 1 – Conceitos-chave e tópicos propostos
reflexão, o intercâmbio de pontos de vista e a
busca de acordos que possam traduzir-se em Conceitos-chave Tópicos de aprendizagem
planos de trabalho concretos. 1. Relacionamentos • Famílias
• Amizade, amor e relacionamentos
Da mesma forma, nas faixas etárias que cor- • Respeito, tolerância e solidariedade
respondem à pré-escola e séries iniciais, o tra- • Namoro, casamento, união estável,
filhos e relacionamentos eventuais
balho de educação em sexualidade pode ser
muito atraente e se desenvolver por meio de 2. Valores, atitudes e • Valores, atitudes e referências de
habilidades aprendizado em sexualidade
atividades em grupo, jogos, atividades espor- • Normas e influência dos pares
tivas, brincadeiras, oficinas criativas, desenhos, sobre o comportamento sexual
contação e criação de histórias, fantoches, • Tomada de decisões
• Habilidades de comunicação,
trabalho com argila, sessão de filmes, enfim, recusa e negociação
abordando a temática por meio da mistura de • Encontrar ajuda, apoio e orientação
uma linguagem simples com uma programa- 3. Cultura, sociedade • Sexualidade, cultura e direitos humanos
e direitos humanos • Sexualidade e mídia
ção visual cuidadosa e adequada. • A construção social do gênero
• Violência de gênero, abuso sexual e
práticas prejudiciais

2. Tópicos e objetivos de
aprendizagem: estrutura
4. Desenvolvimento • Anatomia e fisiologia sexual e reprodutiva
humano • Reprodução
• Puberdade
• Imagem corporal
............................................................... • Privacidade e integridade corporal
Os temas gerais a serem abordados são defini- 5. Comportamento • Sexo, sexualidade e o ciclo de vida sexual
sexual • Comportamento sexual
dos no âmbito de conceitos-chave, que se di-
videm em tópicos e objetivos de aprendizagem, 6. Saúde sexual e
reprodutiva
• Saúde reprodutiva
• Entender, reconhecer e reduzir o risco
os quais, por sua vez, trazem os conteúdos – de DST, inclusive o HIV
denominados ideias-chave – distribuídos ao • Estigma, tratamento, assistência e apoio
às pessoas vivendo com HIV e aids
longo das faixas etárias. Os conceitos-chave
são os seguintes: 2.2. Faixas etárias
• Relacionamentos Foram mantidas as faixas etárias e níveis de
• Valores, atitudes e habilidades idade contidos no documento original, que
• Cultura, sociedade e direitos humanos são diferentes da organização dos níveis de
• Desenvolvimento humano ensino no Brasil. Educadores e educadoras da
Educação Infantil e, eventualmente, de outros
• Comportamento sexual
níveis, devem avaliar a adequação dos con-
• Saúde sexual e reprodutiva teúdos dos tópicos a crianças de faixas etárias
anteriores.

17
Cada tópico está vinculado a objetivos de Algumas sugestões quanto aos procedimen-
aprendizagem específicos, e está agrupado tos iniciais, para a sua realização do trabalho
segundo quatro faixas etárias, cada uma com em sexualidade, são feitas a seguir:
seu nível correspondente. (i) A proposta deve ser incluída no planeja-
Os níveis de idade em que assenta a estrutu- mento previsto no projeto anual da escola
ra de utilização destes tópicos e objetivos de e direcionada para as diferentes faixas etá-
aprendizagem são os seguintes: rias. O envolvimento da comunidade esco-
• Nível I (5 a 8 anos) lar é imprescindível. Alunos e alunas, pais e
mães, e todos aqueles que podem contri-
• Nível II (9 a 12 anos) buir para um processo educativo democrá-
• Nível III (12 a 15 anos) tico devem dar sua contribuição, tornando
a metodologia participativa uma realidade
• Nível IV (15 a 18 anos)
desde o início do trabalho.
Cada um dos conceitos-chave está ligado a
(ii) A escola poderá tomar algumas iniciati-
objetivos específicos de aprendizagem, de-
vas para garantir que a comunidade esco-
finidos segundo esses quatro níveis de faixa
lar esteja comprometida com o processo.
etária; esses objetivos de aprendizagem são
Para tal, é imprescindível:
definidos para o nível em que vão ser introdu-
zidos, mesmo se devem ser reforçados através • sensibilizar todas as instâncias da institui-
das diferentes idades. ção sobre a importância do trabalho no
âmbito escolar;
A distribuição e a adequação dos conteúdos
propostos no documento internacional ao • informar e explicar a proposta de trabalho
longo das faixas etárias foram minuciosamen- a toda a comunidade escolar, e pedir cola-
te analisadas nesta adequação ao contexto boração e sugestões;
brasileiro. • apresentar os tópicos e objetivos de
aprendizagem e eventualmente as “Orien-

3.
tações técnicas internacionais sobre edu-
cação em sexualidade”, disponibilizando
Diretrizes para o trabalho de
o material para quem quiser conhecê-lo,
educação em sexualidade na escola
abrindo espaço para discussões e dúvidas;
...............................................................
• realizar uma reunião com pais e mães
Na tarefa educativa, a construção de conheci-
para apresentar a proposta.
mentos é um processo constante. Estes tópi-
cos e objetivos de aprendizagem são apenas (iii) Os conceitos-chave devem ser utiliza-
um instrumento que poderá ajudar na am- dos como ponto de partida por educado-
pliação dessa construção. res após uma edição ou priorização de tó-
picos de interesse dentro de um programa
Um dos fatores mais importantes para garan-
de educação em sexualidade de forma pla-
tir a efetividade do trabalho com o tema da
nejada, sistemática e transformadora, con-
sexualidade é contar com profissionais envol-
siderando as especificidades da escola.
vidos, implicados e convencidos da impor-
tância da proposta, que para muitas pessoas é (iv) A leitura minuciosa de cada concei-
ainda um assunto difícil e polêmico. to-chave, e seus desdobramentos, de-
verá funcionar como parâmetro para a

18
compreensão mais ampla de cada tema. Ideias-chave:
O aprofundamento dos conhecimentos • A maioria das crianças é criada e educada
pode compor o repertório temático e os por uma família constituída ou não por la-
planos de aula para atuação com maior de- ços de sangue ou parentesco.
senvoltura e segurança.
• A composição das famílias muda ao lon-
(v) Cada um dos conceitos-chave abarca go do tempo.
tópicos de aprendizagem a serem desen-
volvidos na ação educativa, dentro de • Quando se tornam adultas, muitas pes-
cada um dos níveis de idade menciona- soas constituem suas próprias famílias.
dos (faixa etária). • Existem vários tipos de famílias, sendo
A proposta de tópicos e objetivos de aprendiza- que todas são importantes e devem ser re-
gem compreende, desse modo, um cuidado- conhecidas.
so roteiro para a preparação dos temas a se- • Os membros da família têm diferentes
rem tratados. necessidades e papéis. Desigualdades de
gênero refletem-se nos papéis e responsa-

4. Exemplo de utilização dos tópicos e


objetivos de aprendizagem
bilidades de cada um
• Em geral, os membros de uma família cui-
............................................................... dam uns dos outros.

Para efeito demonstrativo, segue um exemplo • As famílias constroem e compartilham re-


de utilização dos tópicos e objetivos de aprendi- gras e valores entre seus membros.
zagem – volume II da “Orientação técnica in- • Nas famílias, as desigualdades podem ge-
ternacional sobre educação em sexualidade” rar sentimentos de injustiça, raiva, medo
– na operacionalização dos conceitos-chave e tristeza e ciúme.
tópicos de aprendizagem.
Como proceder:
Foi escolhida apenas uma situação, mas o for-
• Avaliar a importância de trabalhar os te-
mato desenhado a seguir pode ser utilizado
mas Relacionamentos e Famílias com a fai-
para os outros conceitos, tópicos e faixas etárias.
xa etária de 5 a 8 anos.
• Analisar o objetivo proposto para esse tópi-
Situação escolhida para ilustração
co: “Explicar que as famílias podem ser com-
No contexto do projeto de educação postas de diferentes formas, e que todas são
em sexualidade na escola, foi identificado importantes, devendo ser reconhecidas, va-
o interesse em trabalhar com: lorizadas e ter seus direitos garantidos”.
Conceito-chave 1: Relacionamentos • Utilizar o Glossário (Apêndice 1), ler as de-
Tópico de aprendizagem: 1.1 – Famílias, finições que se associam com os termos
junto à turma de alunos/as na faixa etária relacionamentos e famílias (casamento,
de 5 a 8 anos (nível I). cultura, gênero, homoparentalidade, pre-
conceito, valores, entre outros). Essa apro-
Objetivos de aprendizagem para o nível
ximação com os conceitos ajudarão a com-
I (5-8 anos): Definir o conceito de família
por os objetivos específicos esperados de
com exemplos dos diferentes tipos de es-
cada ação junto às crianças.
truturas familiares.

19
• Observar que, independente da faixa tema, sem perder de vista a adequação à
etária, é primordial ler todos os tópicos de faixa etária.
aprendizagem relacionados a 1.1 – Famí- • Pesquisar e selecionar materiais que pos-
lias, para todas as faixas etárias. Isso é im- sam ser utilizados, de acordo com a temáti-
portante para se obter uma visão de como ca e a faixa etária.
os temas vão se configurando em cada
faixa etária, e perceber como os conceitos • Programar ações junto às crianças
fundamentais da “Orientação técnica inter- utilizando desenhos e ilustrações de
nacional sobre educação em sexualidade” famílias em várias épocas; propor desenhos
(direitos humanos, solidariedade, equidade sobre a composição das próprias famílias
de gênero etc.) permeiam todos os con- e valorizar as diferentes configurações;
teúdos, adquirindo complexidade à medi- realizar leituras de histórias que mostrem
da que aumentam as idades. a diversidade e as relações afetivas entre
os membros da família. Enfatizar a impor-
• Proceder à seleção das ideias-chave re- tância de se respeitar e valorizar todos os
ferentes a 1.1 – Famílias para a faixa etária tipos de família. Realizar rodas de conver-
de 5 a 8 anos. Selecionar as ideias-chave sa, promover diálogos que permitam uma
que forem necessárias para a realização releitura dos padrões tradicionais de famí-
do trabalho, não importando a ordem se- lia e introduzir novas concepções sobre
quencial; a proposta é que as ideias-chave sua dinâmica e formação. Utilizar filmes,
sirvam de base àquilo que é importante jogos, oficinas lúdicas, enfim, técnicas que
abordar com crianças. promovam o conhecimento, o diálogo e a
Suponhamos que as escolhas tenham sido criatividade.
as seguintes: • Avaliar conjuntamente o que foi relevante
» “A composição das famílias muda ao na atividade realizada, e que conhecimen-
longo do tempo”. tos e impressões foram marcantes.
» “A maioria das crianças é criada e edu- • Finalizar salientando aspectos associados
cada por uma família constituída ou não ao reconhecimento e ao respeito às dife-
por laços de sangue ou parentesco”. rentes configurações familiares.
» “Existem vários tipos de famílias, sendo Este exemplo é apenas ilustrativo e caberá aos
que todas as formas são importantes e educadores buscar outras possibilidades de
devem ser reconhecidas”. trabalho com os temas na escola.
• É relativamente fácil constatar que cada
uma das três ideias-chave selecionadas
permite a reflexão sobre o que é a família
e a valorização da diversidade dos modelos
familiares da atualidade. Essas ideias-chave
estão em consonância com o objetivo pro-
posto para esse tópico de aprendizagem.
• Fazer leituras complementares sobre os
temas que serão abordados; buscar infor-
mações, filmes e literatura que tratem do

20
PARTE II
CONCEITOS-CHAVE E
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
APRESENTAÇÃO GERAL

1. Conceito-chave 1 –
Relacionamentos
...............................................................

1.1. Famílias
Objetivos
Definir o conceito de família com exemplos
dos diferentes tipos de estruturas familiares.
Famílias podem ser compostas de diferentes
formas, e todas são importantes, devendo
ser reconhecidas, valorizadas e ter seus direi-
tos garantidos. Nível II (9-12 anos)..........................................
Ideias-chave
Nível I (5-8 anos).............................................
• Entre os diversos tipos de família estão:
Ideias-chave nuclear, estendida, homoafetiva, homopa-
• A maioria das crianças é criada e educada rental, sem filhos, chefiada por pai, mãe,
por uma família constituída ou não por avós, madrastas, padrastos, tutores ou
laços de sangue ou parentesco. crianças.
• A composição das famílias muda ao lon- • As famílias podem promover a igualdade,
go do tempo. em termos de papéis e responsabilidades.
• Quando se tornam adultas, muitas • Desentendimentos e conflitos são comuns
pessoas constituem suas próprias famílias. nas famílias, mas o respeito entre os mem-
• Existem vários tipos de famílias, sendo que to- bros podem ajudar a manter o equilíbrio
das são importantes e devem ser reconhecidas. das relações.

• Os membros da família têm diferentes • As famílias transmitem valores às crianças


necessidades e papéis. Desigualdades de e podem influenciar suas escolhas.
gênero refletem-se nos papéis e responsa- • A comunicação é importante para um
bilidades de cada um bom relacionamento familiar.
• Em geral, os membros da família cuidam • Os membros da família podem orientar e
uns dos outros. apoiar as decisões de seus integrantes.
• As famílias constroem e compartilham • Diversos fatores podem afetar a estrutura
regras e valores entre seus membros. das famílias, tais como: nascimento, ado-

21
ção, casamento, divórcio, separação, de-
semprego, prisão, envelhecimento, doen-
1.2. Amizade, amor e relacionamentos
ça, morte e mudança geográfica. Objetivo

• Mudanças econômicas e sociais podem Explicar que relacionamentos são interações


afetar a dinâmica familiar. que podem ter como base a amizade e o
afeto, mas também podem envolver conflitos
Nível III (12-15 anos)....................................... e desacordos.
Ideias-chave Nível I (5-8 anos).............................................
• Igualdade, cooperação mútua e respeito Ideias-chave
mútuo são importantes para a boa dinâmi-
ca familiar. • Existem diferentes tipos de amizade.

• Mudanças de comportamento durante • As pessoas podem ter muitos ou poucos


a adolescência são comuns. Nessa fase, as amigos e amigas.
pessoas passam por um processo de dife- • Os amigos podem ser de qualquer sexo,
renciação em relação à família. etnia, idade, classe social, podem ter ou
• Na adolescência, é comum o surgimento não deficiências.
de conflitos familiares devido a divergên- • As amizades são baseadas em confiança,
cias de opiniões e valores, sendo esses respeito, compartilhamento, empatia e
conflitos geralmente contornáveis. solidariedade.
• À medida que as crianças crescem, seu • Muitas vezes ocorrem conflitos entre
mundo se expande para além dos limites amigos, mas o respeito às diferenças de
da família. Nesse momento, os pares opinião ajudam a manter as amizades.
tornam-se particularmente importantes.
• Geralmente, as pessoas têm diversas ex-
• Crescer significa assumir responsabilidade periências amorosas ao longo da vida.
por si e pelos outros.
Nível II (9-12 anos)..........................................
Nível IV (15-18 anos)......................................
Ideias-chave
Ideias-chave
• Existem diferentes formas de expressar
• Quando ocorre uma crise na família, é amizade: abraços, carinhos, bilhetes, redes
importante o apoio mútuo entre seus sociais.
membros.
• As pessoas escolhem seus amigos e ami-
• As atribuições familiares podem mudar gas, geralmente, com base em afinidade
quando um membro revela uma doença de pensamento, comportamento, gostos e
grave (como as DST), gravidez, uma orien- preferências.
tação sexual diferente da heterossexualida-
• É comum que amizades e relaciona-
de, identidade de gênero desassociada de
mentos amorosos terminem.
seu sexo biológico, ou quando ocorre se-
paração familiar. • Etnia, classe social, idade, orientação
sexual e identidade de gênero não devem
• Existem sistemas de apoio para famílias
ser barreiras para a formação de amizades
em momentos de crise.
e relacionamentos amorosos.

22
• Todas as pessoas são capazes de dar e rece- Nível IV (15-18 anos)......................................
ber afeto. Ideias-chave
• A igualdade deve ser a base de todos os • As amizades oferecem oportunidades de
relacionamentos. se conhecer a diversidade humana.
• Para que haja igualdade, deve haver • Algumas amizades podem se transformar
respeito mútuo às diferenças de etnia, em relações amorosas.
classe social, orientação sexual, identidade
de gênero, entre outras. • Nem todos os sentimentos amorosos são
correspondidos.
• Amizade e/ou amor ajudam as pessoas a
se sentirem bem com elas mesmas. • Para que haja um relacionamento amoro-
so, é necessário que haja vontade de am-
Nível III (12-15 anos)...................................... bas as partes.
Ideias-chave • Em um relacionamento amoroso, as pes-
soas podem decidir ter ou não relações
• Amor, amizade, paixões e atração sexual
sexuais.
envolvem diferentes emoções.
• Habilidades para identificar relações abu-
• Os amigos podem se influenciar de dife-
sivas/violentas podem ser aprendidas.
rentes formas.
• Na maioria dos países, existem leis contra
• Namorar (ou ficar) não significa, necessa-
o abuso/violência em relacionamentos
riamente, ter envolvimento sexual.
amorosos.
• Existem muitas formas de expressar afeto
• Os relacionamentos abusivos/violentos
em um relacionamento amoroso, como
devem ser denunciados.
conversar, passear, conhecer o outro, pas-
sar o tempo juntos. • Em geral, existem canais de apoio para
auxiliar pessoas em relacionamentos abu-
• Algumas pessoas têm interesse amoroso/
sivos/violentos.
sexual por pessoas de outro sexo (heteros-
sexuais); outras, por pessoas do mesmo sexo
(homossexuais); outras, por pessoas de qual-
quer dos sexos (bissexuais); algumas pes-
soas não têm interesse sexual (assexuais).
• Mulheres homossexuais também são cha-
madas de lésbicas. Homens homossexuais
também são chamados de gays.
• Nem todas as pessoas têm interesse em
relacionamentos amorosos ou sexuais.
• Os relacionamentos amorosos podem ser
afetados por desigualdades de gênero.
• O abuso e a violência em relacionamen-
tos amorosos estão fortemente vinculados
a desigualdades das relações de gênero.

23
1.3. Respeito, tolerância e Nível III (12-15 anos).......................................
solidariedade Ideias-chave
Objetivo • A discriminação é sempre prejudicial.
Apresentar e discutir a importância dos princí- • O estigma também pode ser autoinfli-
pios de tolerância, respeito e solidariedade nas gido e levar ao silêncio, à negação, e ao
relações humanas, colocando-as em prática. segredo.
• As pessoas devem se manifestar contra o
Nível I (5-8 anos).............................................
preconceito e a intolerância.
Ideias-chave
• Em geral, existem mecanismos de apoio
• Todos os seres humanos merecem respeito. para auxiliar pessoas sofrendo discrimi-
• Cada ser humano é único e valioso, e nação.
pode contribuir para a sociedade.
Nível IV (15-18 anos)......................................
• Tolerância, aceitação, solidariedade e res-
Ideias-chave
peito são importantes para a vida em so-
ciedade. • Todas as pessoas são diferentes e devem
ser respeitadas.
• Ofender, caluniar e rir das pessoas são ati-
tudes prejudiciais à convivência. • A discriminação tem um impacto negati-
vo sobre pessoas, comunidades e sociedades.
• Preservar a própria privacidade e a de outras
pessoas é uma forma de respeito. • Além da prática da tolerância, é preciso
superar as condições assimétricas e desi-
Nível II (9-12 anos).......................................... guais que marginalizam as pessoas ou gru-
Ideias-chave pos considerados diferentes.

• Assediar e intimidar alguém são atitudes • Em muitos lugares, existem leis contra a
desrespeitosas, prejudiciais e violam os di- intolerância e a discriminação.
reitos humanos.
• Postar informações sobre si mesmo ou 1.4.
Namoro, casamento, união estável,
sobre outras pessoas na internet pode ter filhos e relacionamentos eventuais
consequências prejudiciais. Objetivo
• A discriminação com base em diferenças Explicar que os relacionamentos interpessoais
(estado de saúde, cor, sexo, origem regio- variam conforme o tipo de sociedade, cultura
nal, orientação sexual, identidade de gê- e época.
nero, entre outras) constitui violação dos
direitos humanos. Nível I (5-8 anos).............................................
• Pessoas que estão sendo assediadas ou Ideias-chave
sofrendo bullying devem ser defendidas.
• Algumas pessoas se casam ou se unem
• Situações de perseguição ou intimidação porque querem compartilhar suas vidas ou
devem ser informadas a alguma pessoa porque são forçadas a isso.
adulta de confiança.
• As pessoas podem ou não querer ter filhos.

24
• Algumas relações terminam em separa- • O ficar pode ou não se transformar em
ção, quando os parceiros decidem que não namoro.
querem mais viver juntos. • Relacionamentos e casamentos que
• A separação pode causar sofrimento para duram baseiam-se em amor, respeito e
os membros da família por algum tempo. tolerância.
• O bem-estar dos filhos pode ser afetado • Casamento antes do tempo e gravidez na
por dificuldades em relacionamentos fami- adolescência, em geral, têm consequências
liares. negativas para a saúde e de caráter social
• Após a separação, as crianças poderão • Os casamentos, namoros e relacionamen-
morar com o pai ou com a mãe, ou com tos eventuais devem ser baseados no
outros familiares. respeito.
• A cultura e os papéis de gênero têm
Nível II (9-12 anos)..........................................
um impacto sobre a criação de filhos e
Ideias-chave filhas.
• As leis e as práticas culturais determinam
a forma como a sociedade organiza o casa- Nível IV (15-18 anos)......................................
mento, a formação de parcerias e a criação Ideias-chave
de crianças. • Namorar e ficar podem oferecer experiên-
• Casamentos, uniões estáveis e outras for- cias de aprendizado sobre relacionamen-
mas de relacionamento amoroso reque- tos amorosos e sexualidade.
rem esforço de seus integrantes • Nem todos os adolescentes e jovens na-
• Todas as pessoas têm o direito de decidir moram, ficam ou têm relacionamentos
se querem se casar e ter filhos e filhas. amorosos.
• Caso resolvam ter filhos, as pessoas de- • Pessoas do mesmo sexo em um relacio-
vem ter o direito de decidir quando e quantos. namento amoroso devem ser respeitadas.
• A criação de filhos/as é acompanhada por • Adolescentes e jovens decidem iniciar
responsabilidades. relacionamentos amorosos e sexuais em
• Gravidez, adoção e tecnologias de fertili- diferentes idades; alguns, mais cedo; ou-
dade são formas de ter filhos. tros, mais tarde.
• O bem-estar de crianças pode ser afetado
Nível III (12-15 anos)....................................... por dificuldades em se relacionar;
Ideias-chave • Nem todos os namoros incluem relações
• Algumas pessoas terão vários relaciona- sexuais.
mentos amorosos ao longo da vida; outras • Um relacionamento amoroso não deve
terão menos; outras, ainda, não têm inte- obscurecer a importância de outros aspec-
resse por relacionamentos amorosos. tos da vida, como amigos, família, estudos
• Pessoas do mesmo sexo em um relacio- e planos profissionais.
namento amoroso podem enfrentar pre- • Muitos fatores influenciam a decisão por
conceito e discriminação da sociedade. ter ou não ter filhos e filhas.

25
2. Conceito-chave 2 –
Valores, atitudes e habilidades
• Os valores de uma pessoa podem mudar
ao longo da vida.
• Os valores referentes a gênero, relaciona-
mentos, intimidade, amor, sexualidade e
2.1. Valores, atitudes e referências de reprodução influenciam o comportamento
e a tomada de decisões pessoais.
aprendizagem em sexualidade
• Os valores culturais influenciam a igualda-
Objetivo
de e as expectativas de gênero masculino
Identificar valores como convicções comparti- e feminino.
lhadas com base na cultura e na época. Reco-
• Os valores culturais podem ser questiona-
nhecer que nem sempre os valores pessoais
dos e reformulados.
(por exemplo, morais e religiosos) estão em
conformidade com aqueles considerados im-
Nível III (12-15 anos).......................................
portantes para a vida em sociedade, os quais
devem ser pautados pelos direitos humanos. Ideias-chave
• É importante conhecer de que modo nos-
Nível I (5-8 anos)............................................. sos próprios valores, crenças e atitudes afe-
Ideias-chave tam os direitos de outras pessoas.
• Valores são convicções fortes mantidas • É comum que adolescentes critiquem ou
por pessoas, famílias e sociedades a respei- questionem os valores familiares.
to de questões consideradas importantes. • À medida que os relacionamentos se di-
• De modo geral, as famílias transmitem versificam, as pessoas entram em contato
seus valores às crianças. com diferentes valores.
• Valores e crenças podem orientar ações e • Todas as pessoas devem ter solidariedade e res-
decisões sobre vida e relacionamentos. peito por diferentes valores, crenças e atitudes.
• Pessoas, pares, famílias e comunidades • Os valores voltados aos direitos humanos
podem ter valores diferentes e devem ser buscam incluir toda a sociedade; portanto,
respeitados, desde que não estejam em devem ser conhecidos e respeitados.
desacordo com os direitos humanos.
Nível IV (15-18 anos)......................................
Nível II (9-12 anos).......................................... Ideias-chave
Ideias-chave • À medida que crescem, os filhos desen-
• Na maioria das famílias, as mães e os pais volvem seus próprios valores, que podem
ensinam e dão o exemplo de seus valores a ser diferentes dos valores de seus familiares.
seus filhos e filhas. • Todas as relações se beneficiam quando
• A transmissão de valores ocorre por meio as pessoas respeitam os valores umas das outras.
de palavras, expressões, atitudes e compor- • É preciso saber diferenciar entre os valores
tamentos. pessoais (morais, religiosos) e os valores im-
• Os valores e as atitudes transmitidos pelas portantes para a vida em sociedade, como
famílias e comunidades podem ser fontes o respeito e a solidariedade à diversidade
de nosso aprendizado sobre sexualidade. humana e às diferenças de pensamento.

26
2.2. Normas e influência dos pares Nível IV (15-18 anos)......................................
sobre o comportamento sexual Ideias-chave
Objetivo • É possível tomar decisões sobre compor-
tamento sexual com base na razão.
Explicar como a influência de pares e as nor-
mas sociais têm efeito sobre decisões e • As decisões devem ser tomadas indivi-
comportamento sexual, e a importância da dualmente, conforme as particularidades
aquisição de habilidades para resistir à pres- de cada um.
são de pares. • Algumas decisões podem ser boas para
algumas pessoas, mas não para outras.
Nível I (5-8 anos).............................................
• As pessoas podem resistir à influência de
Ideias-chave
pares e normas sociais em sua tomada de
• As pessoas são influenciadas pelos pares decisão sobre o comportamento sexual.
de formas diferentes.
• As pessoas são influenciadas pelas normas 2.3. Tomada de decisão
estabelecidas pela sociedade em que vivem.
Objetivo
Nível II (9-12 anos)..........................................
Demonstrar a importância do desenvolvimen-
Ideias-chave to de habilidades para a tomada de decisões
e enfatizar que todas as decisões têm conse-
• As normas estão ligadas aos valores e po- quências.
dem variar de acordo com as diferentes
pessoas, famílias, grupos e sociedades. Nível I (5-8 anos).............................................
• As normas sociais influenciam valores e Ideias-chave
comportamentos, inclusive os sexuais.
• As pessoas são capazes de tomar suas
• Cada pessoa necessita aprender a avaliar, próprias decisões.
aceitar ou rejeitar a influência dos pares em
• Todas as decisões têm consequências.
sua identidade, comportamento e atitudes.
• A tomada de decisão é uma habilidade
• Normas sociais, valores e pressão de pares
que pode ser aprendida.
podem ser questionados.
• Crianças, adolescentes e jovens podem
Nível III (12-15 anos)....................................... precisar de ajuda de pessoas adultas para
Ideias-chave tomar decisões.

• As normas sociais e a influência de pa- Nível II (9-12 anos)..........................................


res podem afetar a tomada de decisão e o
Ideias-chave
comportamento sexual.
• A tomada de decisão pode envolver dife-
• Cada um deve aprender a identificar si-
rentes passos.
tuações nas quais a assertividade é particu-
larmente importante. • Algumas decisões têm consequências
que podem ser previstas.

27
• Múltiplos fatores influenciam as decisões,
inclusive amigos, cultura, estereótipos de
2.4. Habilidades de comunicação,
recusa e negociação
gênero, pares e mídia.
Objetivo
• Pessoas adultas de confiança podem ser
fontes de ajuda para a tomada de decisão. Demonstrar a importância do desenvolvimen-
to de habilidades para a comunicação efetiva.
• Para tomar decisões, é preciso saber o que
queremos e avaliar as consequências. Nível I (5-8 anos).............................................

Nível III (12-15 anos)....................................... Ideias-chave

Ideias-chave • Todas as pessoas têm o direito de se expressar.

• Barreiras podem dificultar a tomada racio- • A comunicação é importante em todas as


nal de decisões sobre o comportamento relações, inclusive entre pais, mães, filhos,
sexual. filhas, pessoas adultas de confiança e
amigos.
• As emoções são fatores importantes na
tomada de decisão sobre o comportamen- • As pessoas têm diferentes modos de se
to sexual. comunicar, inclusive a comunicação verbal
e não verbal.
• O álcool e outras drogas podem prejudi-
car a tomada racional de decisões sobre Nível II (9-12 anos)..........................................
comportamento sexual.
Ideias-chave
• Tomar decisões sobre o comportamento
• A comunicação efetiva utiliza diferentes
sexual inclui considerar todas as possíveis
modos e estilos, e pode ser aprendida.
consequências.
• A comunicação firme das ideias de sim e
• Decisões sobre o comportamento sexual
não pode ajudar a manter algum controle
podem afetar a saúde, o futuro e os planos
sobre a privacidade e a integridade corporal.
de vida.
• As normas rígidas de gênero podem afe-
Nível IV (15-18 anos)...................................... tar a comunicação entre as pessoas.
Ideias-chave • A negociação requer respeito, cooperação
• O comportamento sexual pode trazer e compromisso mútuos de todas as partes.
consequências pessoais e para outros, • Embora a assertividade seja importante,
como gravidez ou DST, inclusive o HIV. nem sempre é suficiente para controlar
• Existem convenções e acordos interna- todas as situações relativas à nossa privaci-
cionais relativos à saúde sexual e à saú- dade e integridade corporal. Nesses casos,
de reprodutiva que oferecem orientações existem canais de ajuda e apoio.
úteis sobre os direitos humanos.
• Esses acordos e convenções internacio-
nais podem ser examinados em conjunto
com a legislação nacional relacionada ao
acesso a serviços de saúde.

28
Nível III (12-15 anos)....................................... Nível II (9-12 anos)..........................................
Ideias-chave Ideias-chave
• A boa comunicação é essencial para as re- • Algumas situações de violação de direitos
lações pessoais, familiares, amorosas, esco- podem requerer ajuda para além da famí-
lares, entre outras. lia, da escola ou da comunidade.
• A comunicação efetiva pode ser dificulta- • O assédio e a violência sexual devem ser
da por obstáculos. notificados a uma fonte de ajuda de con-
• As expectativas de gênero influenciam fiança.
a negociação de relações sexuais mais
Nível III (12-15 anos).......................................
protegidas.
Ideias-chave
• A boa comunicação pode ajudar crianças
e jovens a recusar pressões sexuais não • Vergonha e culpa não devem ser barreiras
desejadas e abuso por pessoas em posição à busca de ajuda.
de autoridade e outros adultos. • É necessário fazer uma avaliação crítica ao
usar a mídia (como a internet) como fonte
Nível IV (15-18 anos)...................................... de auxílio.
Ideias-chave • Existem instituições de apoio em saúde se-
• A assertividade e as habilidades de nego- xual e saúde reprodutiva, tais como: acon-
ciação devem ser utilizadas para a prática selhamento, exames e tratamento para
do sexo seguro. DST/HIV; serviços de contracepção, assis-
tência pós-aborto, entre outros.
2.5. Encontrar ajuda, apoio e orientação • Existem canais de apoio e ajuda para
situações de abuso/violência sexual, estu-
Objetivo
pro, violência doméstica e de gênero, dis-
Apresentar informações e oferecer esclareci- criminação, entre outros.
mentos sobre fontes seguras de apoio e pro-
• As boas fontes de ajuda mantêm o sigilo e
teção para as situações de violação de direitos.
protegem a privacidade.
Nível I (5-8 anos).............................................
Nível IV (15-18 anos)......................................
Ideias-chave
Ideias-chave
• Todas as pessoas têm direito a proteção e
• Em situações de violação dos direitos, to-
apoio.
das as pessoas têm direito a ajuda e apoio
• Amigos, familiares, professores e mem- prestados de forma respeitosa, que mante-
bros da comunidade podem e devem aju- nha o sigilo e proteja a privacidade.
dar uns aos outros.
• Pessoas adultas de confiança podem ser
fontes de ajuda e apoio.

29
3. Conceito-chave 3 – Cultura,
sociedade e direitos humanos
• O reconhecimento dos direitos humanos
requer o respeito às opiniões de outras
pessoas sobre sexualidade.

Nível III (12-15 anos).......................................


3.1. Sexualidades, cultura e Ideias-chave
direitos humanos
• Acordos internacionais e instrumentos de
Objetivo
direitos humanos oferecem orientação so-
Apresentar os conceitos de sexo, sexualidade bre saúde sexual e saúde reprodutiva.
e normas de gênero, demonstrando como es-
• Fatores culturais influenciam o que é con-
ses aspectos da vida humana se apresentam
siderado socialmente aceitável ou não no
nas diferentes culturas e na perspectiva dos
exercício da sexualidade.
direitos sexuais e reprodutivos.
• As pessoas devem analisar de forma crí-
Nível I (5-8 anos)............................................. tica as mensagens das instituições sociais
(família, escola, igreja, mídia, grupos so-
Ideias-chave
ciais) a respeito da sexualidade para não
• Famílias, pessoas, grupos, comunidades e reproduzi-las sem reflexão.
mídia são fontes de informação sobre se-
xualidade e gênero. Nível IV (15-18 anos)......................................
• Os valores e crenças de nossas famílias e Ideias-chave
comunidades podem orientar nosso en-
• Existem marcos legais nacionais e inter-
tendimento sobre sexo, sexualidade e gênero.
nacionais referentes a idade de consenti-
• De maneira geral, as pessoas têm opiniões mento, orientação sexual, estupro, violência
diferentes sobre muitas coisas e deveriam sexual, vida com HIV e aids e acesso das
expor suas ideias sem serem desrespeitadas. pessoas a serviços de saúde sexual e saúde
reprodutiva.
Nível II (9-12 anos)..........................................
• O reconhecimento dos direitos humanos
Ideias-chave requer que pessoas de diferentes orienta-
• Todas as culturas têm normas e tabus rela- ções sexuais e identidades de gênero se-
cionados à sexualidade e ao gênero que se jam respeitadas.
modificam ao longo do tempo. • Todas as pessoas deveriam expressar suas
• A cultura, a sociedade, as leis e os padrões opiniões sobre sexualidade, e estar dispos-
de direitos humanos influenciam nosso tas a ouvir opiniões diferentes das suas.
entendimento sobre sexualidade. • A cultura, os direitos humanos e as práti-
• As pessoas podem questionar e refletir cas sociais influenciam a igualdade e pa-
sobre as normas rígidas de comportamen- péis de gênero.
to impostas pela cultura no que diz respei- • Em todos os grupos sociais, inclusive na
to a gênero e sexualidade. escola, existem normas explícitas ou implí-
• Cada cultura tem seus ritos de passagem citas sobre as expectativas de comporta-
específicos para a idade adulta. mento sexual de adolescentes e jovens.

30
3.2. Sexualidade e mídia • Os meios de comunicação de massa
influenciam nossos ideais de beleza e es-
Objetivo tereótipos de gênero.
Estimular o desenvolvimento do espírito • Representações de homens e mulheres
crítico sobre o papel da mídia e o exercício na mídia influenciam nossa autoestima.
criterioso sobre a produção midiática.
• Alguns conteúdos da mídia ridicularizam
Nível I (5-8 anos)............................................. gays, lésbicas, travestis e transexuais.

Ideias-chave • Os relacionamentos amorosos apresenta-


dos pela mídia raramente correspondem à
• A televisão, a internet, os livros e os jornais
vida real.
são diferentes formas de meios de comuni-
cação (mídia). • Família e escola são instituições importan-
tes para desmistificar, junto aos adolescen-
• As histórias retratadas pelos meios de
tes, ideias fantasiosas veiculadas na mídia
comunicação podem ser reais ou não.
sobre corpo, sexualidade e relacionamentos.
• Pais, mães e educadores podem ajudar as
crianças a diferenciar fantasia de realidade Nível IV (15-18 anos)......................................
nas produções midiáticas. Ideias-chave
• Há programas na TV, no rádio, na internet, • Representações de homens e mulheres
filmes, revistas, fotos e textos que não são na mídia devem ser questionadas.
adequados para crianças.
• A mídia tem o poder de influenciar o
Nível II (9-12 anos).......................................... comportamento e de promover relações
de gênero igualitárias ou não.
Ideias-chave
• A mídia é um canal importante para a di-
• Os meios de comunicação podem trazer
vulgação de informações, valores, compor-
representações positivas e negativas de
tamentos e ideias referentes aos direitos
diversidade sexual, gênero, classe social e
sexuais e aos direitos reprodutivos.
etnia.
• As pessoas devem desenvolver um olhar
• Os meios de comunicação influenciam
crítico em relação aos conteúdos divulga-
valores pessoais, atitudes e normas sociais
dos pela mídia.
relativas a gênero e sexualidade.
• Grande parte da mídia reforça a hetero-
• Adolescentes devem pedir esclarecimen-
normatividade e ridiculariza a diversidade
tos a seus familiares e professores sobre as
sexual.
mensagens não compreendidas veiculadas
na mídia.
3.3. A construção social do gênero
Nível III (12-15 anos).......................................
Objetivo
Ideias-chave
• Propiciar a compreensão sobre gênero, sexo
• As mídias veiculam diferentes modelos e sexualidade e discutir como as normas so-
de gênero e comportamentos sexuais, que ciais de gênero limitam as vivências de ho-
devem ser debatidos e questionados. mens e mulheres e devem ser problematizadas.

31
Nível I (5-8 anos)............................................. Nível III (12-15 anos).......................................
Ideias-chave Ideias-chave
• Famílias, escolas, amigos, meios de comu- • Os estereótipos de gênero influenciam de
nicação e a sociedade são fontes de apren- forma negativa a vida das pessoas.
dizado sobre normas e expectativas de gênero. • Os valores pessoais muitas vezes reforçam
• As atividades exclusivas para meninos e o preconceito, a discriminação e a violência
meninas são impostas pela cultura e podem de gênero.
ser alteradas. • A igualdade de gênero promove uma to-
• As tarefas domésticas cotidianas, de mada de decisão equânime em relação ao
maneira geral, podem ser executadas comportamento sexual e ao planejamento
por homens e por mulheres. reprodutivo.
• Meninos e meninas podem participar • Padrões de comportamento diferentes e
igualmente das mesmas brincadeiras e jogos. desiguais às vezes são aplicados a homens
e mulheres.
• Existem diferentes formas de ser menina
e menino. Nível IV (15-18 anos)......................................
Nível II (9-12 anos).......................................... Ideias-chave
Ideias-chave • Estereótipos de gênero prejudicam a vida
de homens e mulheres.
• As normas sociais e culturais influenciam
as expectativas de gênero. • Existe um amplo entendimento de que a
orientação sexual e a identidade de gênero
• Estereótipos de feminilidade associam às
são influenciadas por muitos fatores.
mulheres características como passividade,
afetividade, fragilidade, emotividade e ha- • Existem diferentes formas de ser homem
bilidade para cuidar. e mulher.
• Estereótipos de masculinidade associam • A desigualdade de gênero pode aumen-
aos homens características como agressi- tar o risco de coação, abuso e violência sexual.
vidade, força, objetividade, racionalidade,
competitividade e habilidade para a vida 3.4. Violência de gênero, abuso sexual
pública. e práticas prejudiciais
• Os estereótipos relacionados ao feminino Objetivo
e ao masculino limitam as vivências de
homens e mulheres. Explicar o que é abuso/violência sexual e vio-
lência de gênero praticados por pessoas adul-
• Existem desigualdades de gênero em tas, jovens, adolescentes e pessoas em posi-
famílias, relacionamentos amorosos, ami- ções de autoridade.
zades, comunidades e sociedade.
• Todas as pessoas são responsáveis por Nível I (5-8 anos).............................................
superar a desigualdade de gênero. Ideias-chave
• Os direitos humanos promovem a igual- • Os direitos humanos protegem todas as
dade entre todas as pessoas. pessoas contra o abuso/violência sexual e
a violência de gênero.
32
• O toque inapropriado, o sexo indesejado
e o estupro são formas de abuso/violência sexual.
• O abuso/violência sexual é sempre errado
e jamais é culpa da pessoa abusada.

Nível II (9-12 anos) .........................................


Ideias-chave
• O abuso/violência sexual pode trazer sérias
consequências para a vida de crianças e

4.
adolescentes, devendo ser denunciado.
• Existem maneiras de procurar ajuda em Conceito-chave 4 –
caso de abuso/violência sexual. Desenvolvimento humano
• Crianças e adolescentes vítimas de abuso/
violência sexual necessitam de apoio médico 4.1. Anatomia e fisiologia sexual e
e psicológico. reprodutiva
Nível III (12-15 anos)....................................... Objetivo
Ideias-chave Apresentar a anatomia e a fisiologia sexual e
reprodutiva masculina e feminina e discutir a
• Todas as formas de abuso/violência se-
importância dos corpos dentro de cada socie-
xual e violência de gênero praticadas por
dade, cultura e época.
pessoas adultas, jovens, adolescentes e
pessoas em posições de autoridade são Nível I (5-8 anos).............................................
violações aos direitos humanos.
Ideias-chave
• Existem pessoas adultas de confiança que
podem encaminhar vítimas de abuso/vio- • Todas as pessoas têm um corpo único,
lência sexual e de gênero para os serviços que merece respeito.
de apoio. • O corpo é um todo integrado e cada par-
• A violência sexual está ancorada na desi- te tem um nome e uma função específica.
gualdade de gênero. • Os órgãos reprodutores de homens e mu-
lheres têm partes internas e externas.
Nível IV (15-18 anos)......................................
• É comum as crianças explorarem as sen-
Ideias-chave sações agradáveis do próprio corpo.
• Abuso sexual, violência e exploração • Há vários jogos e brincadeiras entre as
sexual de crianças e adolescentes são cri- crianças que fazem parte da curiosidade e
mes previstos na Constituição Brasileira, no do desenvolvimento da sexualidade infantil.
Estatuto da Criança e do Adolescente e no
• É comum que crianças façam perguntas
Código Penal Brasileiro.
sobre o corpo e a sexualidade.
• Todas as pessoas têm responsabilidade
• Famílias e educadores devem responder
pela construção de relações de gênero
as perguntas das crianças de forma precisa
mais igualitárias.
e dentro dos limites do seu interesse.

33
• A sexualidade está presente em todos os • Os hormônios têm um papel importante
ciclos da vida: na infância, na adolescência, no crescimento, desenvolvimento e regu-
na juventude, na idade adulta e na velhice. lação de órgãos reprodutivos e funções se-
xuais.
Nível II (9-12 anos)..........................................
• O desejo sexual pode ocorrer antes da
Ideias-chave maturidade corporal para a vida reprodutiva.
• Todas as culturas têm diferentes maneiras
de interpretar os corpos. Nível IV (15-18 anos)......................................

• Os corpos das pessoas são diferentes e Ideias-chave


mudam ao longo do tempo. • Os corpos de homens e de mulheres mu-
• Durante a puberdade, ocorre a maturação dam ao longo do tempo, inclusive suas
dos órgãos genitais e o surgimento dos ca- capacidades e funções sexuais e reprodu-
racteres sexuais secundários. tivas.

• A maturação corporal na puberdade pode • O sexo masculino possui capacidade re-


ser problemática para adolescentes e jovens produtiva permanente.
que não se reconhecem no sexo biológico • A capacidade reprodutiva do sexo femi-
em que nasceram. nino é de alguns dias por mês, durante o
• Na puberdade, as meninas passam a denominado período fértil.
ovular e menstruar, e os meninos come- • Meninos e meninas que modificam o cor-
çam a produzir esperma e a ejacular; esses po para aproximar-se do gênero desejado
eventos são demarcadores do início da não devem ser discriminados.
vida reprodutiva de ambos. • Meninos e meninas transexuais devem ter
• É comum que adolescentes e jovens te- seu direito assegurado de utilizar seu nome
nham curiosidade sobre a sexualidade e social na escola.
que busquem informações com seus pa-
res, pessoas adultas ou na internet.
4.2. Reprodução
• O beijo, o abraço, o toque e a troca de
Objetivo
olhares são expressões de sexualidade e
afetividade presentes na nossa cultura. Propiciar o conhecimento do corpo reprodu-
tivo e das mudanças ao longo dos ciclos da
Nível III (12-15 anos)....................................... vida.
Ideias-chave
Nível I (5-8 anos).............................................
• Práticas culturais e tradicionais são in-
Ideias-chave
fluências importantes na ideia de uma pes-
soa sobre sexo, sexualidade, gênero, puber- • Para que haja reprodução, é necessário
dade e reprodução. que um óvulo da mulher seja fecundado
por um espermatozoide do homem.
• Todas as culturas têm diferentes modos
de entender sexo, sexualidade, gênero e o • A reprodução inclui vários passos, incluin-
momento ideal de início das relações se- do ovulação, fertilização, concepção, gesta-
xuais. ção e parto do bebê.

34
• O corpo de uma mulher sofre transforma- • A mulher grávida tem direito ao pré-natal
ções durante a gravidez. e deve realizá-lo para garantir sua saúde e a
• Algumas pessoas decidem não ter filhos. de seu filho.
• Existem riscos ao desenvolvimento fetal
associados à má nutrição, ao tabagismo e
Nível II (9-12 anos).......................................... ao uso de álcool e outras drogas durante a
Ideias-chave gravidez.
• As relações sexuais vaginais sem proteção
Nível IV (15-18 anos)......................................
podem causar gravidez e expor ao contá-
gio de DST, inclusive o HIV. Ideias-chave

• Existem formas de evitar a gravidez com o • O consentimento mútuo é essencial para


uso de métodos contraceptivos. a atividade sexual com o parceiro.

• O uso correto e consistente de preservati- • A tomada de decisões relativas ao sexo


vos e de contraceptivos pode evitar a gra- exige a consideração de métodos contra-
videz e prevenir as doenças sexualmente ceptivos e de proteção ao HIV e demais
transmissíveis e o HIV. DST.

• Mudanças hormonais regulam a ovulação • Durante a vida, homens e mulheres pas-


e o ciclo menstrual. sam por alterações no prazer sexual e nas
capacidades reprodutivas.
• A probabilidade de concepção é maior
durante o período de ovulação da mulher; • Existem tratamentos e tecnologias de
porém, a fertilidade do homem é perma- reprodução para a infertilidade, inclusive
nente. para pessoas vivendo com o HIV.

• A gravidez não põe em perigo a saúde • Nem todas as pessoas desejam ter filhos.
de mulheres vivendo com o HIV, e existem
medidas que podem ser tomadas para 4.3.Puberdade
reduzir o risco de transmissão do vírus ao
Objetivo
bebê.
Apresentar aspectos relativos à puberdade e
Nível III (12-15 anos)....................................... discutir as mudanças que ocorrem nesse ciclo
Ideias-chave da vida.

• A gravidez pode ser confirmada por meio Nível I (5-8 anos).............................................


de exames e testes específicos.
Ideias-chave
• O sexo de um feto é determinado por
• A puberdade é um período de modifica-
cromossomos, e essa determinação ocorre
ções físicas e hormonais que ocorre à me-
nos primeiros estágios da gravidez.
dida que as crianças crescem e amadure-
• O feto passa por muitos estágios de de- cem.
senvolvimento.
• As crianças têm curiosidade em saber
• Medidas para promover uma gravidez como é o corpo nos diferentes ciclos da
saudável e um parto seguro podem ser vida.
adotadas.

35
• Algumas crianças podem não se identi- • A partir da puberdade, é comum os me-
ficar com as mudanças corporais trazidas ninos terem sonhos eróticos e ejacularem.
pela puberdade. • A partir da puberdade as meninas podem
ter sonhos eróticos com lubrificação vaginal.
Nível II (9-12 anos)..........................................
• A puberdade e a adolescência podem tra-
Ideias-chave
zer dúvidas e sofrimento em relação à pró-
• A puberdade assinala mudanças na capa- pria imagem.
cidade reprodutiva de uma pessoa.
• Durante a puberdade, os jovens passam Nível IV (15-18 anos)......................................
por modificações físicas.
Ideias-chave
• As crianças devem ser acolhidas quando
• É importante que as mudanças que ocor-
expressam seus medos e dúvidas em rela-
rem na puberdade sejam conhecidas e
ção às mudanças corporais.
consideradas como um processo comum
• Durante a puberdade, as meninas neces- da vida.
sitam ter acesso a conhecimentos sobre o
• Meninos e meninas com dificuldades na
uso adequado de absorventes higiênicos.
aceitação das modificações de seus corpos
• Mudanças hormonais masculinas regu- precisam ser acolhidos e ajudados.
lam o início da produção de esperma.
• As transformações que ocorrem na pu-
Mudanças hormonais femininas regulam o berdade fazem parte do processo de ama-
início dos ciclos menstruais. durecimento de todas as pessoas e causam
• Os homens podem ter emissões noturnas profundas mudanças psicológicas e sociais.
de esperma (polução noturna) durante a • Os hormônios masculinos e femininos são
puberdade, a adolescência e a idade adulta. diferentes e têm grande influência sobre
as modificações emocionais e físicas que
Nível III (12-15 anos)....................................... ocorrem ao longo da vida.
Ideias-chave • Os hormônios podem afetar a forma e
• A puberdade é um período de maturação o tamanho do corpo, os pelos corporais,
sexual que causa importantes modifica- bem como outras mudanças físicas.
ções físicas. • A adolescência é uma construção históri-
• A puberdade ocorre em diferentes mo- ca, cultural e social, e é concebida de dife-
mentos e tem diferentes efeitos sobre me- rentes formas nas diferentes culturas e so-
ninos e meninas. ciedades.
• A adolescência é uma construção cultural
e está situada entre o início da maturação 4.4.
Imagem corporal
sexual (puberdade) e a idade adulta. Objetivo
• Para a maioria das pessoas, a partir da Discutir a diversidade dos corpos e enfatizar
puberdade o desejo sexual se torna mais que todos os seres humanos são iguais na
presente. diferença.

36
Nível I (5-8 anos)............................................. Nível IV (15-18 anos)......................................
Ideias-chave Ideias-chave
• Todos os corpos são únicos, belos e espe- • Modelos e padrões irreais sobre aparência
ciais, e possuem diferenças no tamanho, na física devem ser questionados.
forma, na cor da pele, nos olhos, nos cabe- • A autoimagem pode afetar a autoestima,
los, entre outras coisas, por isso somos tão a tomada de decisão e o comportamento
únicos e diversos. das pessoas, em especial de adolescentes e
• Todas as pessoas devem e podem ter jovens.
orgulho de seus corpos. • Muitas vezes é necessário entender as li-
• A imagem corporal e a autoestima de mitações do próprio corpo e conviver com
uma criança sofrem influência das opi- elas.
niões geradas em seu círculo de convivência. • A imagem corporal é constituída a partir
da autoestima, dos sentimentos em rela-
Nível II (9-12 anos)..........................................
ção ao próprio corpo e de elementos da
Ideias-chave cultura local.
• A aparência física é determinada pela he-
reditariedade, pelo ambiente e pelos hábi- 4.5. Privacidade e integridade corporal
tos de saúde.
Objetivo
• O valor de uma pessoa não é determina-
Refletir sobre a importância do direito à priva-
do por sua aparência.
cidade e à integridade corporal.
• Todos os corpos possuem beleza, são
especiais e únicos, inclusive aqueles que Nível I (5-8 anos).............................................
apresentam deficiências.
Ideias-chave
• Ideais de atratividade física mudam ao
• Todas as pessoas têm o direito de decidir
longo do tempo e diferem entre culturas.
quem pode tocar em seu corpo e de que
maneira, inclusive as crianças.
Nível III (12-15 anos).......................................
• Pessoas adultas não devem tocar as par-
Ideias-chave
tes íntimas do corpo de crianças, a não ser
• A aparência de alguém não deveria afetar para exercer os cuidados básicos de higie-
o modo como outras pessoas se sentem e ne e saúde.
se comportam em relação a ele/ela.
• Todas as culturas têm diferentes formas
• Medicamentos e cirurgias para modificar de respeitar a privacidade e a integridade
a aparência física – a fim de se adequar a corporal.
padrões vigentes de beleza – podem ser
prejudiciais. Nível II (9-12 anos)..........................................
• Existem fontes de apoio, aconselhamento Ideias-chave
e tratamento de distúrbios alimentares –
• O assédio sexual constitui violação da pri-
como a anorexia e a bulimia –, bem como
vacidade corporal.
a vigorexia.

37
• As pessoas que passaram por situação de Nível IV (15-18 anos)......................................
abuso/violência sexual não são responsá- Ideias-chave
veis pelo ocorrido e nunca são culpadas.
• Alguns marcos internacionais de direitos
• Para meninas e meninos, falar com seus humanos garantem os direitos à privacida-
pares, familiares e professores sobre sexua- de e à integridade corporal.
lidade não é nenhum motivo de vergonha.
• Os corpos de homens e mulheres são vis-
Nível III (12-15 anos)....................................... tos de modos diferentes, conforme as ex-
pectativas sociais de gênero.
Ideias-chave
• Padrões duplos e desiguais de comporta-
• Todas as pessoas têm o direito à privaci-
mento sexual podem ter impacto sobre as
dade e à integridade corporal.
interações sociais e sexuais.
• Todas as pessoas têm o direito de decidir sobre
o que farão ou não do ponto de vista sexual.
• Vítimas de estupro devem procurar aten-
dimento médico prontamente, e têm direi-
5. Conceito-chave 5 –
Comportamento sexual
to à contracepção de emergência e à Profi-
laxia Pós-Exposição (PEP) às DST/HIV e aids.
5.1. Sexo, sexualidade e o ciclo
de vida sexual
Objetivo
Explicar as intersecções entre os conceitos de
sexo, sexualidade e ciclo da vida, enfatizando
que a sexualidade é parte constituinte da vida
humana e pode ser expressa de diversas ma-
neiras.

Nível I (5-8 anos).............................................


Ideias-chave
• A maioria das crianças tem curiosidade
sobre seu corpo e sobre o corpo dos ou-
tros.
• É comum e natural que as crianças se
toquem a si mesmas e a outras crianças
como forma de conhecer o corpo e experi-
mentar a sexualidade.

Nível II (9-12 anos)..........................................


Ideias-chave
• As pessoas podem usufruir de sua sexuali-
dade ao longo de toda a vida.

38
• Crianças e adolescentes deveriam poder • As pessoas se beijam, se abraçam, se to-
conversar sobre sexualidade com pessoas cam e se envolvem a fim de demonstrar
adultas de sua confiança. carinho, amor, intimidade física, ou para
• A masturbação é uma forma de experi- sentir prazer.
mentar o prazer sexual e conhecer a pró- • As crianças não estão preparadas – física
pria sexualidade. e psicologicamente –, para terem relações
• A masturbação não causa dano físico ou sexuais.
emocional, devendo ser feita privadamente.
Nível II (9-12 anos)..........................................
• A masturbação é uma prática comum en-
Ideias-chave
tre homens e mulheres de todas as idades,
sendo que há diversas formas de praticá-la. • Durante a puberdade, meninos e meninas
podem se tornar mais conscientes de suas
• Algumas pessoas não se masturbam.
respostas à atração e estimulação sexual.
Nível III (12-15 anos)....................................... • As pessoas podem ter pensamentos e
Ideias-chave fantasias relacionados ao exercício sexual
sem pô-los em prática, pois são geralmen-
• Para a maioria das pessoas, sentimentos, te capazes de controlá-los.
fantasias e desejos associados à sexualida-
de ocorrem ao longo de toda a vida. • Existem muitas formas de demonstrar afe-
to, carinho e atração sexual, não somente a
• Nem todas as pessoas põem em prática relação sexual.
seus sentimentos, fantasias e desejos sexuais.
• Relações sexuais requerem maturidade
Nível IV (15-18 anos)...................................... física e emocional.

Ideias-chave Nível III (12-15 anos).......................................


• A sexualidade é complexa e multifaceta- Ideias-chave
da, e inclui componentes biológicos, sociais,
psicológicos, espirituais, éticos e culturais. • Cada sociedade tem seus próprios mitos
sobre comportamento sexual – é impor-
• As normas atribuídas ao gênero mascu- tante conhecer o contexto.
lino e ao feminino mudam ao longo do
tempo e podem se tornar mais flexíveis. • Os preservativos e outros métodos con-
traceptivos permitem a relação sexual de
modo a evitar a gravidez e as DST.
5.2. Comportamento e relação sexual • Prostituição é a troca de dinheiro ou bens
Objetivo por favores sexuais.
Explicar que existem diversas maneiras de viver • O assédio e a coação sexual são violações
a sexualidade, sendo a relação sexual uma delas. aos direitos humanos e devem ser denun-
ciados.
Nível I (5-8 anos).............................................
• O ciclo humano de respostas sexuais mas-
Ideias-chave
culino e feminino passa por vários estágios
• As pessoas demonstram afeto e carinho e mudanças físicas associadas.
de diferentes formas.

39
Nível IV (15-18 anos)...................................... vos, contraceptivos e outros meios de evi-
Ideias-chave tar a gravidez, o HIV e outras DST.

• A boa comunicação pode melhorar um • O uso correto e consistente de preservati-


relacionamento sexual. vos evita a gravidez, o HIV e o risco de con-
trair outras DST.
• É fundamental que as pessoas possam
exercitar as habilidades necessárias para • Decidir usar preservativos ou outros con-
negociar o uso de preservativos nas rela- traceptivos é responsabilidade de homens
ções sexuais. e mulheres, embora normas rígidas de gê-
nero possam influenciar essas decisões.
• Os parceiros sexuais são responsáveis por
evitar a gravidez e prevenir as DST, inclusi- • Existem sinais e sintomas comuns de gra-
ve o HIV. videz, bem como testes para confirmar se
uma mulher está grávida.
Muitos adultos têm períodos sem contato
sexual com outros. • Aborto é a interrupção da gravidez, po-
dendo ser espontâneo ou provocado.
• Gravidez na adolescência pode ter conse-

6. Conceito-chave 6 –
Saúde sexual e reprodutiva
quências sociais e de saúde negativas.

Nível III (12-15 anos).......................................


Ideias-chave
6.1. Saúde reprodutiva
• A responsabilidade da contracepção é
Objetivo
tanto do homem como da mulher.
Abordar o planejamento reprodutivo e as for-
• Os métodos contraceptivos e as tecno-
mas de contracepção como parte dos direitos
logias reprodutivas são instrumentos para
reprodutivos.
a garantia dos direitos reprodutivos, pois
Nível I (5-8 anos)............................................. possibilitam às pessoas escolherem se,
quando e como querem ter filhos.
Ideias-chave
• O uso correto e persistente de preserva-
• As pessoas, independentemente de seu tivos evita uma possível gravidez em pes-
estado de saúde, religião, origem, etnia, es- soas sexualmente ativas, além de proteger
tado civil, orientação sexual e identidade do vírus HIV e de outras DST.
de gênero podem criar uma criança e dar-
lhe afeto. • A contracepção de emergência (pílula
do dia seguinte) pode evitar a gravidez, se
• As crianças devem ser cuidadas. tomada até 72 horas após a relação sexual
• Algumas pessoas não desejam ter filhos. desprotegida.
• A esterilização é um método contracepti-
Nível II (9-12 anos)..........................................
vo permanente. A esterilização masculina
Ideias-chave recebe o nome de vasectomia. A laquea-
• É importante o acesso a informações dura é um método de esterilização perma-
cientificamente corretas sobre preservati- nente para as mulheres.

40
• Geralmente, preservativos e contracep- bendo ao Estado oferecer condições para o
tivos podem ser obtidos nos serviços de aborto seguro.
saúde locais – embora obstáculos possam • Existem países nos quais o aborto provo-
impedir ou limitar a capacidade de adoles- cado é proibido em qualquer circunstância.
centes e jovens para obtê-los.
• Não se deve recusar acesso a contracep-
tivos ou preservativos a nenhum jovem se- 6.2.
Entender, reconhecer e reduzir o
xualmente ativo com base em seu estado risco de DST, inclusive o HIV
marital, sexo, orientação sexual ou identi-
dade de gênero. Objetivo

• A legislação brasileira permite o aborto Explicar os modos de transmissão, tratamento


legal em três casos: gravidez resultante de e prevenção de DST e HIV/Aids e demonstrar
estupro, risco de vida para a mãe e gesta- as possíveis habilidades de comunicação em
ção de fetos anencéfalos. relação ao sexo seguro.

Nível IV (15-18 anos)...................................... Nível I (5-8 anos).............................................

Ideias-chave Ideias-chave

• Os métodos contraceptivos permitem às • Todas as pessoas – independentemente


pessoas planejarem suas famílias. de seu estado de saúde – precisam de afe-
to, carinho e apoio.
• Uma gravidez deve ser respeitada e o ca-
sal envolvido deve ter seus direitos garanti- • Algumas doenças podem ser transmitidas
dos, principalmente em situações que en- de uma pessoa para a outra, e a aids é uma
volvem adolescentes e jovens. delas.

• Alguns métodos contraceptivos podem • O sistema imunológico protege o orga-


causar efeitos colaterais e/ou ser desacon- nismo de doenças e ajuda as pessoas a
selhados para uso em certas circunstâncias permanecerem saudáveis.
(também conhecidas como contraindicações). • O HIV é transmitido pelo sangue e por ou-
• Entre pessoas sexualmente ativas, a de- tros fluidos do corpo humano.
cisão sobre o método ou combinação de
Nível II (9-12 anos)..........................................
contraceptivos mais apropriados, muitas
vezes, é baseada na percepção de risco, Ideias-chave
custo, acessibilidade e outros fatores. • Algumas pessoas que têm uma doença
• Existem mitos em relação ao uso do pre- podem parecer saudáveis.
servativo (por exemplo, que diminui o pra- • As pessoas podem fazer escolhas e adotar
zer, que causa alergia, etc.) que devem ser comportamentos que preservem e prote-
discutidos e superados. jam sua saúde das DST, do HIV e da aids.
• Valores morais e religiosos fundamentam • O HIV é um vírus que pode ser transmi-
a legislação sobre aborto nos países, e mu- tido por meio de sexo sem proteção com
dam ao longo da história. uma pessoa infectada. Também pode ser
• Existem países nos quais a mulher pode transmitido por transfusão de sangue in-
decidir pela interrupção da gestação, ca-

41
fectado, uso de seringas, agulhas ou outros usar preservativos de modo consistente e
instrumentos cortantes infectados, ou de correto, fazer exames e tratar outras DST.
uma mãe infectada para seu filho durante • Todas as pessoas têm direito ao sigilo so-
a gravidez, o parto ou a amamentação. bre sua saúde, e não devem ser obrigadas
• O HIV não pode ser transmitido por a revelar sua sorologia para o HIV.
meio de aperto de mão, abraço, uso do • O uso de álcool e outras drogas pode pre-
mesmo copo ou talheres, nem por pica- judicar a tomada racional de decisões e con-
das de insetos. tribuir para comportamentos de alto risco.
• Existem formas de reduzir o risco de ad-
quirir ou transmitir o HIV, inclusive antes Nível IV (15-18 anos)......................................
(com uso de preservativo) e depois da ex- Ideias-chave
posição ao vírus (com a Profilaxia Pós-Expo-
• Entre pessoas sexualmente ativas, a deci-
sição – PEP).
são sobre as estratégias de contracepção
• Existe tratamento para muitas DST. ou prevenção mais apropriadas, muitas ve-
• Atualmente, não existe uma cura para o zes, é influenciada por normas de gênero,
HIV, embora a Terapia Antirretroviral (TARV) cultura e normas de pares.
possa diminuir a carga viral e interromper a • A comunicação clara e objetiva entre par-
progressão da aids. ceiros sexuais ajuda a reforçar a intenção
• As habilidades de comunicação, nego- de praticar sexo seguro, inclusive o uso cor-
ciação e recusa podem ajudar os jovens a reto e consistente de preservativos e con-
resistir a pressões sexuais indesejadas ou traceptivos.
reforçar a intenção de praticar sexo seguro, • Saber do contágio pelo HIV precocemen-
incluindo o uso correto e constante de pre- te aumenta a expectativa de vida da pes-
servativos e contraceptivos. soa que vive com o vírus, desde que a pes-
Nível III (12-15 anos)....................................... soa busque tratamento médico adequado.

Ideias-chave
• A vasta maioria das infecções por HIV são
6.3. Estigma, tratamento, assistência e
apoio às pessoas vivendo com HIV e aids
transmitidas por meio de relações sexuais
com penetração e sem proteção com um Objetivo
parceiro infectado. Refletir sobre as causas do estigma e da discri-
• DST como clamídia, gonorreia, sífilis, HIV e minação em relação a pessoas vivendo com
HPV (papiloma vírus genital humano), en- o HIV.
tre outras, podem ser evitadas com o uso
Nível I (5-8 anos).............................................
de preservativos.
Ideias-chave
• A única maneira de saber se uma pessoa
está infectada pelo vírus do HIV é por tes- • Todas as pessoas necessitam de afeto, em
tes laboratoriais. especial aquelas que estão com problemas
de saúde.
• Se uma pessoa é sexualmente ativa, exis-
tem formas de reduzir o risco de adquirir • As pessoas vivendo com o HIV e a aids po-
ou transmitir o HIV e outras DST, tais como dem dar e receber afeto.

42
• As pessoas vivendo com HIV e aids po- Nível IV (15-18 anos)......................................
dem trabalhar, estudar e exercer a maioria Ideias-chave
das profissões.
• A discriminação contra pessoas com base
• Existem tratamentos e métodos que au- em seu estado sorológico de HIV é ilegal.
mentam o bem-estar de pessoas vivendo
com o HIV. • A discriminação contra indivíduos que
vivem com o HIV pode impedir o seu
• Beijos e abraços são formas de expressar acesso a educação, informações e servi-
amor e carinho que não apresentam risco ços relacionados à saúde, aumentando sua
de transmitir DST ou HIV. vulnerabilidade.
Nível II (9-12 anos).......................................... • Programas de apoio e aconselhamento
para pessoas vivendo com o HIV podem
Ideias-chave
encorajá-las a fazer sexo seguro e a se
• As pessoas vivendo com o HIV têm direitos e comunicar com seus parceiros.
merecem afeto, respeito, assistência e apoio.
• A aids ainda não tem cura, mas existe tra-
• Descobrir a sorologia para o HIV pode tamento gratuito nos serviços de saúde.
causar grande perturbação emocional, mas
se houver acompanhamento e apoio,
essa situação pode ser amenizada.
• A revelação da sorologia para o HIV pode
ter consequências sociais negativas, inclu-
sive rejeição, estigma e autoestigma, discri-
minação e violência.

Nível III (12-15 anos).......................................


Ideias-chave
• Pessoas vivendo com o HIV podem na-
morar, casar-se e constituir família, caso as-
sim o desejem.
• O tratamento do HIV é um compromisso
para toda a vida, podendo causar efeitos
colaterais, entre outros problemas, e exigir
atenção cuidadosa à nutrição.
• O estigma, inclusive o autoestigma, pode
impedir pessoas de buscar tratamento, as-
sistência e outros serviços de apoio.
• Geralmente, existem grupos e mecanis-
mos de apoio para pessoas vivendo com
o HIV.

43
Glossário ambiente escolar, mas pode ocorrer em qual-
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . quer contexto social, como famílias, vizinhan-
ça e locais de trabalho.
Abuso sexual
Fonte: CLEU FANTE, 2005.
Violência baseada em ato ou jogo sexual, re- ...............................................................
lação hetero ou homossexual, cujo agressor(a)
tem por intenção estimular sexualmente a ví- Corpo
tima ou utilizá-la para obter satisfação sexual, O corpo é o instrumento que o indivíduo tem
seja ela criança ou adolescente. Estas práticas para se relacionar com os outros no mundo e
eróticas e sexuais são impostas pela violência consigo mesmo, o corpo é o lugar da vivên-
física, ameaças ou induções de sua vontade. cia da sexualidade. Portanto, o corpo não é
só um conjunto de órgãos, ossos e pele, ele
Fonte: SBP/Claves/ENSP/Fiocruz/SEDH/MJ, 2001.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . tem um sistema nervoso (SCN) responsável
pelo controle do nosso corpo, ou seja é um
Assédio sexual
sistema que controla as funções orgânicas e
Assédio sexual é todo tipo de constrangimento emocionais do corpo e suas interações.
com o objetivo de obter vantagens ao favoreci-
mento sexual. Manifesta-se por meio de propos- Fonte: SÃO PAULO. Prefeitura de São Paulo. Guia de edu-
tas indecorosas, falas obscenas, e todos os tipos cação integral em sexualidade entre jovens. São Paulo:
de pressão para ter relações sexuais que a outra Prefeitura de São Paulo, UNESCO. 2012.
...............................................................
parte não deseja.
Cultura
Fonte: Lei n° 10.224/2001. Código Penal.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Conjunto de traços distintivos, espirituais e ma-
teriais, intelectuais e afetivos que caracterizam
Assertividade
uma sociedade ou grupo social. Ela engloba,
Trata-se de uma característica na qual o lo- além das artes e das letras, os modos de vida,
cutor declara algo, positivo ou negativo e os direitos fundamentais do ser humano, os
assume inteiramente a validade da sua fala. sistemas de valores, as tradições e as crenças.
Em outras palavras, ser assertivo(a) significa
aprender quando e como dizer sim e não com Fonte: UNESCO. Mexico City Declaration on Culture Policies.
Paris, 1982.
clareza e firmeza, e manter a decisão.
...............................................................
Fonte: Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, 2001. Desigualdade de gênero
...............................................................
Refere-se a todas as assimetrias e desigualdades
Bullying
existentes entre homens e mulheres, tanto na
É um comportamento que se caracteriza por esfera pública como na esfera privada, consti-
agressões intencionais, verbais ou físicas, fei- tuídas em razão do gênero. Exemplos dessas
tas de maneira repetitiva, por uma ou mais desigualdades são as diferenças salariais existen-
pessoas contra outra ou grupo específico. O tes entre homens e mulheres no exercício das
termo bullying tem origem na palavra inglesa mesmas funções.
bully, que significa “valentão(ona)”, “brigão(o-
na)”. Mesmo sem uma denominação em por- Fonte: INICIATIVA COMUNITÁRIA EQUAL. Notai: notas
tuguês, é entendido como ameaça, tirania, para a igualdade. Projecto Exito, 2008.
opressão, intimidação, humilhação e maltra-
to. Comumente, o bullying está associado ao

45
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . à integridade corporal do(a) outro(a); de pra-
Direitos humanos ticar a sexualidade independentemente de
São direitos e liberdade fundamentais de to- penetração; de insistir na prática do sexo segu-
dos os seres humanos, independentemente ro, para evitar uma gravidez e prevenir doenças
de raça/etnia, sexo, nacionalidade, religião, ou sexualmente transmissíveis, incluindo o HIV e
qualquer outra condição. Esses direitos foram a aids; a saúde sexual, a qual exige o acesso a
definidos pela Organização das Nações Unidas todo tipo de informação, educação e serviços
na Declaração Universal dos Direitos Humanos, confidenciais de alta qualidade em tudo o que
em 1948. Fazem parte dos direitos humanos a diz respeito à sexualidade e à saúde sexual.
liberdade de pensamento e de expressão e a Fonte: DÍAZ, M.; CABRAL, F.; SANTOS, L. Os direitos sexuais
igualdade perante a lei. e reprodutivos, 2004.
...............................................................
Fonte: Organização das Nações Unidas (ONU).
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Discriminação
Direitos reprodutivos Qualquer distinção, exclusão ou restrição ba-
Direitos baseados no reconhecimento de seada em raça, origem nacional ou étnica, cor,
todo casal e de todo indivíduo de decidir livre descendência, orientação sexual, política, reli-
e responsavelmente sobre o número, o espa- giosa ou que tenha o propósito ou o efeito de
çamento e a oportunidade de ter filhos e de anular ou prejudicar o reconhecimento, gozo
ter a informação e os meios para fazê-lo. In- ou exercício em pé de igualdade de direitos
cluem o direito de tomar decisões sobre a re- humanos e liberdades fundamentais nos cam-
produção, livre de discriminação, coerção ou pos político, econômico, social, cultural e ou em
violência; de homens e mulheres participa- qualquer outro domínio da vida pública.
rem com iguais responsabilidades na criação Fonte: UNESCO, 2014.
dos(as) filhos(as); direito a serviços de saúde ...............................................................
pública de qualidade e acessíveis durante to- Diversidade sexual
das as etapas da vida; direito à adoção e ao É o termo usado para designar as várias formas
tratamento para a infertilidade. de expressão da sexualidade humana. A diversi-
Fonte: DÍAZ, M.; CABRAL, F.; SANTOS, L. Os direitos sexuais dade sexual esta intimamente ligada aos concei-
e reprodutivos, 2004. tos de orientação sexual e identidade de gênero.
...............................................................
Fonte: SECRETARIA DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES.
Direitos sexuais Observatório Brasil de Igualdade de Gênero, 2013.
São direitos a uma vida sexual com prazer e livre ...............................................................
de discriminação. Incluem o direito de viver a DST
sexualidade sem medo, vergonha, culpa, falsas Sigla para Doenças Sexualmente Transmissíveis,
crenças e outros impedimentos à livre expres- ou seja, doenças infecciosas causadas por mi-
são dos desejos; de viver a sexualidade indepen- croorganismos transmitidos pelo contato sexual
dentemente do estado civil, idade ou condição desprotegido. As principais doenças sexualmen-
física; de escolher o(a) parceiro(a) sexual sem te transmissíveis são: aids, sífilis, gonorreia, can-
discriminações e com liberdade e autonomia cros, hepatite B e a infecção pelo papilomavírus.
para expressar sua orientação sexual, se assim
desejar; de viver a sexualidade livre de violência, Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de

discriminação e coerção e com o respeito pleno DST, Aids e Hepatites Virais.

46
............................................................... ...............................................................
Educação em sexualidade Estupro
Efetiva o direito às informações sobre a se- É a prática não consentida de sexo, imposta
xualidade e busca promover a importância por meio de violência ou grave ameaça de
da adoção de recursos para a proteção e qualquer natureza, ou ainda, imposta contra
o autocuidado, o respeito mútuo e a so- pessoas incapazes de consentir com o ato se-
lidariedade. A educação em sexualidade xual, como crianças, por exemplo.
proporciona oportunidades para explorar Fonte: Lei n° 12.015/2009. Código Penal.
valores e atitudes e a construção de habi- ...............................................................
lidades de comunicação para a tomada de Família
decisões em relação a uma sexualidade que
corresponda a o que cada pessoa elege É uma reunião de pessoas descendentes de
como projeto de vida. um tronco ancestral comum, incluídas as pes-
soas ligadas pelo casamento ou pela união es-
Fonte: UNESCO. Orientação técnica internacional em edu-
tável, juntamente com seus parentes sucessí-
cação em sexualidade. Brasília, 2010.
veis, ainda que não descendentes, como tam-
...............................................................
bém define em modo stricto sensu que família
Equidade de gênero é uma reunião de pai, mãe e filhos, ou apenas
É a possibilidade das diferenças serem mani- um dos pais com seus filhos(as).
festadas e respeitadas sem discriminação e em Fonte: Revista Âmbito Jurídico. 2009.
condição de igualdade. É a disposição de re- . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
conhecer a equivalência de valor entre os se- Ficar
xos, para que homens e mulheres tenham as
mesmas chances, oportunidades e reconhe- O “ficar” é um tipo de relacionamento eventual.
cimento nos diferentes ambientes das esferas Ele reflete um desejo de estar junto, que pode
públicas e privadas. durar um curto período ou mais, e pode aconte-
cer uma relação sexual ou não. É importante des-
Fonte: FIOCRUZ. Glossário de gênero e sexualidade. 2010.
tacar que tanto o garoto quanto a garota podem
...............................................................
dar o primeiro passo. Esse é um bom exercício
Estigma para se alcançar a igualdade e os direitos antiga-
Considera-se estigmatizante qualquer carac- mente só atribuídos ao sexo masculino. O ficar
terística, não necessariamente física ou visível, resignifica outros comportamentos semelhan-
que não se coaduna com o quadro de expec- tes, vividos em diferentes momentos históricos e
tativas sociais acerca de determinado indiví- culturais, tal como o “flerte” dos avôs e avós e o
duo. Todas as sociedades definem categorias “amasso” e a “amizade colorida” das mães e pais.
acerca dos atributos considerados naturais, Fonte: ECOS Comunicação em Sexualidade.
normais e comuns do ser humano. A pessoa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
estigmatizada é aquela cuja identidade social Gênero
real inclui qualquer atributo que frustra as ex-
pectativas de normalidade. Gênero é a construção social das diferenças
percebidas entre os sexos. Refere-se à for-
Fonte: GOFFMAN, Erving. Estigma: notas sobre a mani-
ma como as pessoas são socializadas, isto é,
pulação da identidade deteriorada. Rev. Bras. Ci. Soc. São
como as atitudes, comportamentos e expec-
Paulo, v. 23, n. 68, oct. 2008.
tativas são formados com base na construção

47
social das diferenças sexuais e a partir do que ...............................................................
elas – em variados contextos históricos, eco- Homoparentalidade
nômicos e políticos – atribuem ao que é ser É um neologismo criado para definir homos-
mulher e homem. Essas expectativas podem sexuais que são pais, adotivos ou não, e que
ser aprendidas e reproduzidas na família, na criam seus filhos(as) como qualquer outra fa-
escola, no grupo de amigos, nas instituições mília (entendendo-se que há diversas formas
religiosas, no espaço de trabalho e nos meios de se constituir uma família). O termo homo-
de comunicação. parentalidade foi usado pela primeira vez na
Fonte: SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil de análi- França, em 1996, pela Associação dos Pais e
se histórica, 1995. Futuros Pais Gays e Lésbicos.
...............................................................
Fonte: Manual de comunicação LGBT, 2008.
Heteronormatividade ...............................................................
Expressão utilizada para descrever ou identi- Igualdade de gênero
ficar a imposição do comportamento padro- É um princípio que pressupõe as condições igua-
nizado heterossexual (orientação sexual por litárias para que homens e mulheres realizem
pessoas de sexos diferentes) como norma so- plenamente seus direitos e seus potenciais, no
cial. Esse padrão de comportamento é con- sentido de contribuir com as mudanças sociopo-
dizente com a ideia de que a heterossexua- líticas e culturais das sociedades em que vivem e
lidade é a única conduta sexual e de gênero nos ambientes de trabalho em que atuam.
válida socialmente.
Fonte: FIOCRUZ. Glossário de gênero e sexualidade, 2010.
Fonte: Manual de comunicação LGBT, 2008. ...............................................................
...............................................................
Intolerância
Homoafetividade
Atitude desrespeitosa, inflexível e intransi-
Descreve a complexidade e a multiplicidade gente diante de opiniões, atitudes, crenças e
de relações afetivas e/ou sexuais entre pes- modo de ser que não aprovamos ou julgamos
soas do mesmo sexo/gênero. Este termo não falsos. Pode ser evidenciada nos comporta-
é sinônimo de homoerótico e homossexual, mentos das pessoas que reprimem, por meio
pois conota também os aspectos emocionais da coação ou da força, as diferentes formas de
e afetivos envolvidos na relação amorosa entre entender e viver a vida.
pessoas do mesmo sexo/gênero. Não é usado
para descrever pessoas, mas sim as relações Fonte: Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, 2001.
...............................................................
entre as pessoas do mesmo sexo/gênero.
Laicidade
Fonte: Manual de comunicação LGBT, 2008.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Doutrina ou sistema que preconiza a exclusão
Homofobia, lesbofobia e transfobia das igrejas do poder politico e/ou administrativo.

É um sentimento irracional de ódio ou aversão Fonte: Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, 2001.
...............................................................
em relação às pessoas lésbicas, gays e bisse-
xuais; transfobia denota um medo irracional as Orientação sexual
pessoas transgêneros. É a capacidade de cada pessoa de ter uma
Fonte: Campanha Livres e Iguais. Uma iniciativa do United profunda atração emocional, afetiva ou sexu-
Nations Human Rights Office, 2014. al por pessoas de gênero diferente, do mes-
mo gênero ou de mais de um gênero, assim

48
como ter relações íntimas e sexuais com es- cundidade. A saúde reprodutiva inclui a atenção
sas pessoas. Basicamente, há três orientações à saúde em serviços que deem à mulher con-
sexuais preponderantes: pelo mesmo sexo/ dições de atravessar a gestação e o parto com
gênero (homossexualidade), pelo outro sexo/ segurança e proporcionem aos casais a melhor
gênero (heterossexualidade) ou pelos dois chance de ter um(a) filho(a) sadio(a).
sexos/gêneros (bissexualidade). Fonte: IWHC. Relatório da Conferência do Cairo, 1994.
OLIVEIRA, Elisabete R. B. Assexualidade e medicalização na . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
mídia televisiva norte-americana, 2012. Saúde sexual
...............................................................
É a capacidade de desfrutar e ter controle
Preconceito sobre a vida sexual e reprodutiva, de acordo
É qualquer opinião ou sentimento, quer favo- com os limites éticos individuais, estando li-
rável ou desfavorável, concebido sem exame vre de constrangimentos como medo, vergo-
crítico; ideia, opinião ou sentimento desfavorá- nha, culpa, ideias falsas e preconceitos que
vel formado a priori, sem maior conhecimento, inibam o desfrute da atividade sexual. Nessa
ponderação ou razão. definição, ter saúde sexual significa também
Fonte: Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, 2001.
estar livre de doenças e desordens que impe-
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . çam o desfrute da vida sexual e o exercício
Relacionamentos eventuais das funções reprodutivas.

São interações amorosas e/ou sexuais que, Fonte: International Planned Parenthood Federation (IPPF).
...............................................................
não necessariamente, configuram um vínculo
ou compromisso entre as pessoas. Sexo
Fonte: ECOS Comunicação em Sexualidade.
Refere-se às características específicas e bio-
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . lógicas dos aparelhos reprodutores masculi-
Respeito no e feminino aos seus funcionamentos aos
caracteres sexuais secundários decorrentes
É um sentimento que leva uma pessoa a re- dos hormônios.
conhecer, aceitar e valorizar as qualidades do
Fonte: FIOCRUZ. Glossário de gênero e sexualidade, 2010.
próximo, suas diferenças e seus direitos.
...............................................................
Fonte: ECOS Comunicação em Sexualidade. Sexualidade
...............................................................
Saúde reprodutiva A sexualidade pode ser entendida como uma
dimensão fundamental do ser humano cons-
É um estado de completo bem-estar físico, men- tituída em muitas experiências nas várias eta-
tal e social em todas as matérias concernentes ao pas da vida. Refere-se às elaborações culturais
sistema reprodutivo, suas funções e processos, e sobre os prazeres e os intercâmbios sociais e
não a simples ausência de doenças ou enfermi- corporais que compreendem desde o erotis-
dades. A saúde reprodutiva compreende uma mo, o desejo e o afeto até noções relativas à
vida sexual segura e satisfatória, a capacidade saúde, à reprodução, ao uso de tecnologias
de reproduzir e a liberdade de decidir o número e ao exercício do poder na sociedade. As de-
de filhos(as) desejados(as) e o espaçamento en- finições atuais de sexualidade abarcam, nas
tre eles(as). Para que isso seja possível, homens e ciências sociais, significados, ideais, desejos,
mulheres têm direito a informações e ao acesso a sensações, emoções, fantasias, experiências,
métodos eficientes e seguros de regulação da fe- condutas, proibições, modelos e imposições

49
políticas que são configurados de modos di- mesmo, outra pessoa, um grupo ou uma co-
versos e diferentes contextos sociais e em pe- munidade que resulte ou possa resultar em
ríodos históricos. lesão, morte, dano psicológico, privação ou
Fonte: Gênero e Diversidade na Escola (GDE), 2008.
prejuízos ao desenvolvimento.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Fonte: OMS. Relatório mundial sobre violência e saúde, 2002.
Tecnologias de fertilidade ou ...............................................................
reprodução assistida (TRA) Violência doméstica
São técnicas médicas que ajudam homens e É a violência, explícita ou velada, caracterizada
mulheres a terem filhos. O TRA inclui tratamen- por maus-tratos ou abuso (físico, psicológico,
tos à base de drogas de fertilidade, insemina- sexual e trabalho infantil doméstico) e negli-
ção artificial (aplicação do espermatozoide no gência praticada dentro de casa, usualmente
colo do útero), fecundação in vitro (união de entre parentes ou pessoas que habitam o mes-
espermatozoide e óvulo em laboratório) e ou- mo domicílio ou que tenham habitado e que
tros procedimentos. mantenham estreita convivência com a vítima.
Fonte: Conselho Regional de Medicina, 2004. Fonte: Violência contra a mulher adolescente-jovem / Stella
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R. Taquette, EdUERJ, 2007.
União homoafetiva estável ...............................................................

União homoafetiva estável é outra espécie de Violência contra as mulheres


entidade familiar, que se coloca ao lado da- Qualquer ato de violência baseado no fato da
quelas formadas pelo casamento, pela união pessoa ser do sexo feminino e do qual resulte,
estável entre um homem e uma mulher e por ou possa resultar, dano ou sofrimento físico,
qualquer dos pais e seus descendentes, expli- sexual ou psicológico para as mulheres, in-
citadas no texto constitucional. cluindo as ameaças de tais atos, a coerção ou
Fonte: BRASIL. Supremo Tribunal Federal. 2011. Ação
a privação arbitrária de liberdade, que ocorra,
Direta de Inconstitucionalidade nº 4.477 e a Arguição
quer na vida pública, quer na vida privada.
de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) Fonte: NAÇÕES UNIDAS. Art. 1º da Declaração sobre Eli-
nº 132.13-10-2011. minação da Violência contra as Mulheres, da Assembleia
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Geral das Nações Unidas, Resolução nº 48/103, 1993.
Valores ...............................................................

Conjunto de crenças que governam o que Violência de gênero


as pessoas entendem como certo e errado. Diz respeito a qualquer tipo de violência que te-
Os valores variam entre indivíduos, famílias e nha como pressuposto o simples fato de se per-
culturas. Nem sempre os valores pessoais (por tencer a um determinado sexo/gênero. É todo
exemplo, morais e religiosos) estão em confor- ato de violência no qual resulte, ou possa resultar,
midade com os valores sociais, os quais devem dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico.
ser pautados pelos direitos humanos. Em geral, o conceito é mais utilizado à violência
Fonte: IPPF. It’s all one curriculum, 2011.
contra a mulher. No entanto, os homens tam-
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . bém podem sofrer esse tipo de violência.
Violência Fonte: OMS. Relatório mundial sobre violência e saúde,

É o uso intencional da força física ou poder, na 2002. INSTITUTO PROMUNDO. Trabalhando com mulhe-
forma de ameaça ou efetivamente, contra si res e homens jovens, 2011.

50
Referências e instrumentos normativos

Referências e instrumentos normativos que subsidiam a orientação técnica de educação em


sexualidade para o cenário brasileiro.

Referências
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Guia de formação de profissionais de saúde e educação do SPE
Disponível em: <http://www.aids.gov.br/sites/default/files/guia_forma_prof_saude_educacao.pdf>.

...............................................................
Manuais para trabalhar com jovens e adultos
Disponível em: <http://www.promundo.org.br/manuais-para-trabalhar-com-jovens-e-adultos/>.

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Igual a Você, uma campanha contra o estigma e o preconceito
Disponível em: <http://www.unaids.org.br/campanhas/igual_voce.asp>.

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Pessoa com deficiência: direitos sexuais e reprodutivos na integralidade da atenção
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Revista “Viração”
Disponível em: <http://www.viracao.org/>.

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Prevenção das DST/Aids em adolescentes e jovens: brochuras de referência
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Disponível em: <http://www.saude.sp.gov.br/resources/ses/perfil/profissional-da-saude/homepage///
cartilhas_para_prevencao_de_dstaids_em_jovens_.pdf>.

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Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas
Disponível em: <http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/
DEC%207.179-2010?OpenDocument>.

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Guia educação de pares
Disponível em: <http://www.aids.gov.br/publicacao/adolescentes-e-jovens-para-educacao-
entre-pares-spe>.

...............................................................
Histórias em quadrinhos: um guia para utilização em sala de aula
Disponível em: <http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/education/preventive-education-on-
hiv-and-aids/health-and-prevention-in-schools-project/>.

...............................................................
Curso a distância Juventudes, Sexualidades e Prevenção das DST/Aids
Disponível em: <http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/education/preventive-education-on-hiv-and-
aids/health-and-prevention-in-schools-project/online-course-on-sdtaids-prevention/#c1238165>.

...............................................................
Não deixe o bullying entrar em sua escola! Diga não ao estigma relacionado
ao HIV e outras formas de discriminação
Disponível em: <http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/about-this-office/single-view/
news/embrace_diversity_in_school_say_no_to_hiv_related_stigma_and_other_forms_of_
discrimination/#.UvjfmKFTvcs>.

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Bullying Homofóbico
Disponível em: <http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/about-this-office/single-view/news/
education_sector_responses_to_homophobic_bullying_in_portuguese_pdf_only/>.

Instrumentos normativos internacionais


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Disponível em: <http://mj.gov.br/sedh/ct/legis/nter/ddh/bib/inter/universal.htm>.

...............................................................
Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, 1968
Disponível em: <http://www.oas.org/dil/port/1966%20Pacto%20Internacional%20sobre%20
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Declaração Mundial sobre Educação para Todos: Satisfação das Necessidades
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...............................................................
Relatório de Monitoramento Global de Educação para Todos
Disponível em: <http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/education/education-for-all/>.

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Conferência Mundial de Direitos Humanos, 1993
Disponível em: <http://www.pge.sp.gov.br/centrodeestudos/bibliotecavirtual/instrumentos/viena.htm>.

...............................................................
Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento, 1994
Disponível em: <http://www.unfpa.org.br/Arquivos/conferencia.pdf>.

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Declaração e Plataforma de Ação da IV Conferência Mundial sobre as Mulheres, 1995
Disponível em: <http://mulheres.gov.br/Articulacao/articulacao-internacional/relatorio-pequim.pdf>.

...............................................................
Declaração do Milênio das Nações Unidas, 2000
Disponível em: <http://www.unric.org/html/portuguese/uninfo/DecdoMil.pdf>.

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Convenção Ibero-americana sobre os Direitos dos Jovens, 2008
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Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, 2006
Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_
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Disponível em: <http://www.paho.org/hiap/index.php?option=com_multicategories&view=ar
ticle&id=272%3Adeclaracion-de-mexico-para-la-promocion-de-la-salud-de-las-ideas-a-la-accio
n&catid=65%3Astatements&itemid=164&lang=en>.

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Proyecto de Armonización de las Políticas Públicas en Educación Sexual y
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...............................................................
Declaração do México de Ministros de Saúde e de Educação da América
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detener el VIH impulsando la educación sexual y reproductiva.
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Instrumentos normativos nacionais


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...............................................................
Declaração dos Direitos Fundamentais da Pessoa Portadora do Vírus da Aids, 1989
Disponível em: <http://www.aids.gov.br/pagina/direitos-fundamentais>.

...............................................................
Estatuto da Criança e do Adolescente: Lei nº 8.069/1990
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8069.htm>.

...............................................................
Estatuto da Juventude: Lei nº 12.852/2013
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Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: Lei nº 9.394/1996
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Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica, 2013
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Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, 2013-2015
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Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, 2011
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Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, 2011
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Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher: Princípios e Diretrizes, 2011
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59
Especialistas
Especialistas participantes das reuniões de adaptação das orientações técnicas de educação
em sexualidade para o cenário brasileiro.

Especialista Instituição Localidade


Aida Carneiro Barbosa Universidade Federal de Recife (PE)
Rodrigues Pernambuco (UFPE)
Albertina Costa Fundação Carlos Chagas (FCC) São Paulo (SP)
Alexandre Martins Joca Consultor Brasília (DF)
Angela Donini Fundo de População das Brasília (DF)
Nações Unidas (UNFPA)
Ari José Sartori Universidade Federal Chapecó (SC)
Fronteira Sul (UFFS)
Arlene Ricoldi Fundação Carlos Chagas (FCC) São Paulo (SP)
Auxiliadora Maria M. Silva Universidade Federal de Recife (PE)
Pernambuco (UFPE)
Bernadete Gatti Fundação Carlos Chagas (FCC) São Paulo (SP)
Bethânia Cunha Secretaria Estadual da Saúde Recife (PE)
de Pernambuco – Programa
Estadual de DST/Aids
Carolina Faria Alvarenga Universidade Federal de Lavras (MG)
Lavras (UFLA)
Cláudia Bonfim Faculdade de Ensino Superior Comélio Procópio (PR)
Dom Bosco
Cláudia Denis Alves da Paz Universidade de Brasília (UnB) Brasília (DF)
Cláudia Vianna Faculdade de Educação São Paulo (SP)
Universidade de São Paulo
(Feusp)
Cristina Nascimento Grupo de Teatro Loucas de Recife (PE)
Pedra Lilás
Dagmar Meyer Universidade Federal do Rio Porto Alegre (RS)
Grande do Sul (UFRGS)
Daniel Arruda Martins Universidade Federal de Belo Horizonte (MG)
Minas Gerais (UFMG)
Daniela Rosendo Comitê Latino Americano e Brasil
Caribe para Defesa dos Direitos
das Mulheres (Cladem)

61
Delma Silva Centro de Cultura Paulo Recife (PE)
Freire
Denise Carreira Ação Educativa São Paulo (SP)
Edison Almeida Secretaria Estadual de São Paulo (SP)
Educação de São Paulo
Eliana Zucchi Núcleo de Estudos para São Paulo (SP)
a Prevenção da Aids
(Nepaids/USP)
Eliane Rose Maio Universidade Estadual de Maringá (PR)
Maringá (UEM)
Elias Gomes Faculdade Sumaré São Paulo (SP)
Elisabete Regina Baptista de ECOS: Comunicação em São Paulo (SP)
Oliveira Sexualidade
Elvira Simões Barreto Universidade Federal de Maceió (AL)
Alagoas (UFAL)
Fernanda Ximenes Universidade Federal de Recife (PE)
Pernambuco (UFPE)
Flávia Veras Secretaria de Saúde de Recife (PE)
Recife – Programa Saúde do
Adolescente
Francisca Verônica Cavalcante Universidade Federal de Recife (PE)
Pernambuco (UFPE)
Ildete Mendes S. Souza ONG Canto Jovem Natal (RN)
Ingrid Leão Comitê Latino Americano e Brasil
Caribe para Defesa dos Direitos
das Mulheres (Cladem)
Iole Macedo Vanin Universidade Federal da Salvador (BA)
Bahia (UFBA)
Islei Belsoff Universidade Estadual do Rio Rio de Janeiro (RJ)
de Janeiro (UERJ)
Jane Portella Secretaria de Estado de Rio de Janeiro (RJ)
Saúde do Rio de Janeiro –
Gerência Estadual de DST/
Aids e Hemoderivados
Jorge Lyra Instituto Papai e Recife (PE)
Universidade Federal de
Pernambuco (UFPE)
Jorge Magno da Costa Secretaria de Estado de Natal (RN)
Educação do Rio Grande do
Norte
Leonardo Lemos de Souza Universidade Federal de Mato Cuiabá (MT)
Grosso (UFMT)
Liana Reis dos Santos Universidade Estadual de Londrina (PR)
Londrina (UEL)

62
Liane Rizzatto Faculdade de Educação da São Paulo (SP)
Universidade de São Paulo
(Feusp)
Luciana de Oliveira Dias Universidade Federal de Goiânia (GO)
Goiás (UFG)
Luciano Freitas Filho Secretaria de Estado de Recife (PE)
Educação de Pernambuco
Lula Ramires ONG Cidadania, Orgulho, São Paulo (SP)
Respeito, Solidariedade, Amor
(Corsa)
Márcia Reis Longhi Universidade Federal de Recife (PE)
Pernambuco (UFPE)
Maria Cristina Cavaleiro Universidade Estadual do Paraná (PR)
Norte do Paraná (UENP)
Maria Dolores Brito Mota Universidade Federal do Fortaleza (CE)
Ceará (UFC)
Maria Eulina Pessoa de Universidade Federal da João Pessoa (PB)
Carvalho Paraíba (UFPB)
Maria Helena Cruz Universidade Federal de Aracaju (SE)
Sergipe (UFS)
Maria José de Freitas Universidade Federal de São São Paulo (SP)
Paulo (Unifesp)
Maria Rebeca Otero Gomes Organização das Nações Brasília (DF)
Unidas para Educação
Ciência e Cultura (UNESCO)
Maria Rosa Lombardi Fundação Carlos Chagas (FCC) São Paulo (SP)
Maria Sílvia Cavasin Matanó Secretaria Municipal de São Paulo (SP)
Educação de São Paulo
Maria Sílvia Ribeiro Pontifícia Universidade Católica São Paulo (SP)
de São Paulo (PUC-SP)
Mariana Braga Organização das Nações Brasília (DF)
Unidas para Educação
Ciência e Cultura (UNESCO)
Marion Quadros Universidade Federal de Recife (PE)
Pernambuco (UFPE)
Marta Lúcia da Silva Pontifícia Universidade Católica São Paulo (SP)
de São Paulo (PUC-SP)
Michel Dias ONG Cidadania, Orgulho, São Paulo (SP)
Respeito, Solidariedade, Amor
(Corsa)
Mônica Conrado Universidade Federal do Pará Belém (PA)
(UFPA)
Mónica Franch Universidade Federal da João Pessoa (PB)
Paraíba (UFPB)

63
Murilo Toledo Calafange Conselho Regional de Recife (PE)
Psicologia de Pernambuco
(CRP/PE)
Myllena Calasans de Matos Comitê Latino Americano e Brasil
Caribe para Defesa dos Direitos
das Mulheres (Cladem)
Nara Vieira Ministério da Saúde/ Brasília (DF)
Programa Saúde e Prevenção
nas Escolas (MEC/SPE)
Norma Luciano Secretaria de Educação de São Paulo (SP)
São Paulo
Parry Scott Universidade Federal de Recife (PE)
Pernambuco (UFPE)
Paulo Neves Faculdade de Educação da São Paulo (SP)
USP (Feusp)
Piedade Marques Articulação Negra de Recife (PE)
Pernambuco
Regina Facchini Universidade Estadual de Campinas (SP)
Campinas (Unicamp)
Ricardo Casco Núcleo de Estudos para São Paulo (SP)
a Prevenção da Aids
(Nepaids/USP)
Sandra Unbehaum Fundação Carlos Chagas (FCC) São Paulo (SP)
e ECOS: Comunicação em
Sexualidade
Silvani Arruda ECOS: Comunicação em São Paulo (SP)
Sexualidade
Suelaine Carneiro Geledés: Instituto da Mulher São Paulo (SP)
Negra
Susanna Santos Cabral Secretaria Estadual de Recife (PE)
Educação de Pernambuco
Suzana Barros Universidade Federal do Rio Rio Grande do Sul (RS)
Grande (FURG)
Sylvia Cavasin ECOS: Comunicação em São Paulo (SP)
Sexualidade
Temis Parente Universidade Federal do Palmas (TO)
Tocantins (UFT)
Thais Gava ECOS: Comunicação em São Paulo (SP)
Sexualidade
Thiago Rocha Instituto Papai Recife (PE)
Wivian Weller Universidade de Brasília (UnB) Brasília (DF)

64
SAUS, Quadra 5, Bloco H, Lote 6,
Ed. CNPq/IBICT/UNESCO, 9º andar
70070-912 – Brasília/DF – Brasil
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