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RELEASE
A cena independente no Brasil teve uma grande expansão a partir dos anos 1980,
sobretudo com a chamada “vanguarda paulistana”. Utilizando as tecnologias de gravação
inovadoras que surgiam no momento e incorporando, também, a atitude do “faça você
mesmo” de influência punk no final dos anos 1970.
No entanto, podemos dizer que o artista independente atualmente, o qual lança mão das
tecnologias digitais de gravação e do uso da Internet para promoção e distribuição de
suas obras, não corresponde mais à imagem de amador e marginal que adquiriu ao longo
dos anos 1970 e 1980. Há algum tempo, esses artistas já produzem seus trabalhos com
notável competência, e tanto aproveitam alternativas de produção já existentes, como
propõem novas abordagens ao utilizar as ferramentas citadas. Além disso, não podemos
desconsiderar a importância atual das leis de incentivo à cultura, que são uma forma
importante para viabilizar produções independentes de altíssima qualidade.
Tendo a consciência de que atualmente ainda restam barreiras políticas a serem vencidas
é que as sessões de debate do Outubro Independente, as quais serão realizadas na Sala
Lima Barreto no Centro Cultural São Paulo, propõem a discussão dessas barreiras,
soluções e estratégias para superá-las.
Mesa 1 – 13hs:
Independente de que?
Após a crise da indústria do final dos anos 1970, a insatisfação de alguns artistas que
compunham o catálogo das majors e, sobretudo, o barateamento dos custos de
gravação permitiu o surgimento de um circuito autônomo de produção e distribuição de
música que foi um marco da música independente no Brasil. Quais foram esses percursos
e quais são as repercussões atuais disso?
1. Márcia Tosta Dias: Autora do livro “Os donos da voz – Indústria fonográfica e
mundialização da cultura” e professora da Unifesp.
2. Alfredo Bello (DJ Tudo): Músico e fundador do Selo Mundo Melhor dedicado
a expressões da tradição popular brasileira.
3. Pena Schimidt: Diretor do Auditório Ibirapuera.
4. Silvio Pellacani Júnior: Sociólogo e Fundador da Distribuidora Trattore.
5. Márcio Black (mediador): Pesquisador do GPOPAI/USP – Grupo de Pesquisa
em Políticas de Acesso a Informação e integrante do coletivo Barulho.org
Mesa 2 – 16h:
Produção, distribuição e os atuais embates em torno dos direitos autorais.
Antes de considerar o conjunto de questões que cercam o cenário independente
atualmente, é preciso entender qual o papel exercido pelo direito autoral nesse novo
contexto. Pois embora a tecnologia esteja disponível, ainda restam barreiras políticas a
bloquear tais possibilidades, se considerarmos a maneira, ou maneiras, pelas quais os
artistas e produtores estão se apropriando das novas possibilidades de produção e
distribuição não só para inovar esteticamente, mas para criar novos públicos e mercados.