FACULDADE GUAIRACÁ
LICENCIATURA EM MATEMÁTICA
GUARAPUAVA
2015
FERNANDA MATCIULEVICZ MOSSOLIN
ELABORADA POR:
“FERNANDA MATCIULEVICZ MOSSOLIN”
COMISSÃO EXAMINADORA:
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Professora Orientadora Me. Márcia Raquel Rocha
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Professora Me. Lucia Virginia Mamcasz Viginheski
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Professora Esp. Denielli Kendrick
This research was aimed to know the labor of the mathematics teachers that teaches
included students into regular education classrooms, if they were totally blind or a low
vision carrier, whose get attendance by the Parents and Friends of Visually Impaired
Association (APADEVI) of Guarapuava-PR. Trying to understand, by a discussion,
the dificulties and how to ease this dificulties, likewise, about the value of the
teaching of fraction and logical-mathematical reasoning for the students.This survey
proofs the necessity of this study. In a second moment, the research has an theorical
foundation in development of logical-mathematical reasoning, providing an
alternative to teach a visually impaired, this alternative aims an improvement of the
teaching of all students, analyzing first the previous knowledge about fraction. For
this is constructed a different game which is the tactile fraction domino that allows the
manipulation of the material by blind students, the numeric representation is made
using the braile numbers. The game is manipulated by students in APADEVI being
one of their a low vision carrier, who performs the game without problem even
without using braile daily. Lastly, is realized with the participating students a short
questionnaire that has the objetive of demonstrate the benefits of this research,
making the game a tool of easy construction and access for using, and making the
fraction teaching possible for everybody.
1 INTRODUÇÃO...........................................................................................................9
2 INCLUSÃO................................................................................................................11
2.1Deficiência Visual...............................................................................................14
3 RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO....................................................................20
3.1 Jogos de Raciocínio Lógico-matemático..........................................................23
4 APLICAÇÃO DOMINÓ DAS FRAÇÕES..................................................................28
5 CONCLUSÃO...........................................................................................................37
REFERÊNCIAS...........................................................................................................40
ANEXOS......................................................................................................................43
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1 INTRODUÇÃO
2 INCLUSÃO
É preciso entender que cada ser humano tem o livre-arbítrio para fazer suas
escolhas independente das quais forem, haja vista que, teoricamente vive-se em um
país onde todos são livres. Mas para que haja essa liberdade todos devem ter o
direito de ir e vir sem exclusão por raça, cor ou qualquer outra diferença.
Rosita Edlers Carvalho considera que:
Freire pensou uma escola que se transforma que visa mudanças em função
da realidade concreta dos indivíduos que ali estão, os quais têm o direito de
nela estar e que, portanto, precisa mudar a sua cara para a eles servirem,
ele pensou o acesso, a permanência na escola e a qualidade do ensino[…]
(SOUZA, 2008 p. 21).
2.1Deficiência Visual
A deficiência visual é dividida em duas partes, cada uma com sua definição
específica. Ambos os alunos precisam de um atendimento especial e cada qual a
seu modo.
As diversas formas de comunicação, seja a linguagem ou expressão
envolvem imagens. Para a educação escolar o ato de enxergar é um privilégio pois
tem a percepção de formas, tamanhos, estruturas, cor, ou seja, a imagem como um
todo, mas não é a única forma de adquirir conhecimento. Os alunos com alguma
delimitação visual, seja cegueira completa ou baixa visão, desenvolve melhor, outros
sentidos, isso acontece pelo uso constante dos mesmos, como a audição e o tato
entre outros.
Para a pessoa cega essa percepção da imagem é feita através do tato, o que
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vai muito além do uso das mãos. A pessoa com baixa visão tem mais facilidade
dependendo do grau que à afeta, pois além de utilizar o tato consegue enxergar,
mesmo que com muita dificuldade, alguns vultos ou luzes. Outras coisas podem ser
associadas com algum cheiro, e não é correto afirmar que um sentido é melhor que o
outro.
O ser humano que enxerga tem mais facilidade no aprendizado pois desde
seu primeiro dia de vida olha tudo a sua volta, fazendo assim com que aos poucos
conheça o seu mundo.
Para ser possível uma melhor interpretação deste assunto Elizabet, Izilda e
Myriam definem cegueira da seguinte forma:
tato para sua aprendizagem. Entretanto, muitas vezes o aluno com baixa visão
necessita somente de uma folha impressa com uma letra um pouco maior do que a
fornecida aos demais alunos.
Da deficiência visual, a baixa visão é mais difícil de ser identificada pelo
professor, pois não acontece no primeiro momento em que o conhece, o docente
deve estar atento aos sinais. O aluno com baixa visão regularmente sente dores de
cabeça, fixa o olhar em objetos ou quadro diminuindo seu campo de visão, coça os
olhos e os têm vermelhos e lacrimejantes com certa frequência, outro forte indício é
o de estar sempre aproximando sua face do material de estudo, como o livro ou
cadernos.
Conforme Antonieta Aparecida Kanso (2006), a metodologia do ensino para os
cegos, não pode ser a mesma utilizada com os demais, pois necessitam de
instrumentos diferenciados para que possam ver e trabalhar determinados assuntos.
Ela lembra também que como já é possível ver uma dificuldade com os demais
alunos, é bom perceber e imaginar então a dificuldade que a pessoa cega terá.
Identificando este aluno o mediador do conhecimento está possibilitado de
expor o tratamento necessário, oferecendo a mesma atividade que oferece
diariamente em suas aulas.
Rosely Brenelli fala um pouco sobre o ensino de forma didática, e não
sistêmica, supondo:
Desta forma é possível afirmar que o jogo é um grande aliado, nem que por
meio de compensação, ele inova o ensino de forma positiva, despertando o interesse
dos alunos em salas de aula regulares. A partir disso é possível afirmar que qualquer
coisa pode ser adaptada para o trabalho de forma adequada com os alunos com
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deficiência visual.
Antoniella Kanso nos traz ainda a importância e a diferença que o ensino com
materiais concretos ocasiona no aprendizado dos cegos, de maneira clara e
explícita:
É muito importante que o professor não se acomode, ele deve correr atrás de
novas possibilidades, tudo que se quer pode ser alcançado, o educador não pode
ficar a espera de que tudo caia pronto em suas mãos, deve pesquisar aquilo que lhe
falta e adaptar aquilo que já possui e precisa. “Continuo buscando, reprocurando.
Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para
conhecer o que ainda não conheço e comunicar e anunciar a novidade”(FREIRE
2005, p.29).
Apesar da necessidade de um planejamento especial, não cabe ao professor
regente de turma ensinar o braile ao aluno cego, e sim a um professor qualificado
para isso. O braile facilita o trabalho sendo possível uma agilidade maior na
realização de exercícios.
Não é correto dizer que os deficientes visuais demoram mais para aprender, o
que acontece é uma demora no desenvolvimento das atividades, por ser mais lenta
a leitura e o acesso ao material, vem dai a importância da utilização de ferramentas.
O uso de materiais concretos ou jogos na sala de aula, faz com que aflore o
desejo aos educadores de tornarem as aulas mais dinâmicas e participativa,
facilitando principalmente o envolvimento do aluno. É possível dizer que o uso de
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3 RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
regras”(BUENO, 2007, p. 386). Além disso, pode ser considerado uma brincadeira,
um divertimento ou passatempo, seja uma atividade física ou intelectual que é
realizada por uma ou mais pessoas onde uma pessoa ou grupo ganha e outras
perdem. Essas atividades podem ainda ser utilizadas para fins educativos, como um
mediador de conhecimento, facilitando a aprendizagem.
Os jogos de raciocínio lógico por sua vez têm a finalidade de estimular o
pensamento e como outros são também instrumentos valiosos para o ensino, pois
permitem que o aluno aprenda de um modo prazeroso, divertido-se.
Para a autora Brenelli:
[…] as crianças aprendem a lidar com situações mais complexas (jogos com
regras) e passam a compreender que as regras podem ser combinações
arbitrárias que os jogadores definem; percebem também que só podem
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conteúdos não estão sendo assimilados de forma válida. Cabe ao professor procurar
uma forma para solucionar esse problema, pesquisando e criando instrumentos para
que haja o melhoramento no ensino. “[...] ao jogar, o sujeito realiza uma tarefa,
produz resultados, aprende a pensar num contexto em que enfrentar os desafios e
tentar resolvê-los são imposições que ele faz a si próprio.”(BRENELLI, 1996, p.173)
Diante do exposto é possível ver que o jogo pode ser trabalhado em qualquer
fase da vida humana facilitando o aprendizado. Nesse contexto, apresenta-se no
capítulo a seguir o jogo dominó das frações, e também mostra-se ao leitor algumas
ideias de professores que tem contato com deficientes visuais sobre a dificuldade do
ensino desse conteúdo bem como os benefícios que os jogos podem proporcionar.
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aluno).”
Professor E: “Através de listas específicas sendo os mesmos conteúdos, listas
através de pendrives para fazer no programa Dosvox. E o jogo já utilizado foi o
material dourado”
Além de artifícios diferenciados quando necessário, alguns professores
relataram a importância da dedicação que precisam ter com relação a esses alunos.
Independente da necessidade da utilização de materiais concretos, os docentes
responderam ainda se consideram importante o desenvolvimento do raciocínio
lógico-matemático:
Professor A: “Muito importante.”
Professor B: “Sim, não só para os alunos inclusos, mas para todos pois há maior
desenvolvimento no trabalho lógico do raciocínio quando esse atinge o aluno de uma
forma geral.”
Professor C, D e E: “Sim”.
Diante disso é possível afirmar que o raciocínio lógico está envolto a todos os
conteúdos matemáticos, e a estimulação do mesmo facilita o aprendizado como um
todo. Os professores foram bastante objetivos em suas respostas finais dizendo
também se consideram importante o uso de jogos para o ensino da matemática:
Professor A, C, D e E: “Sim”.
Professor B: “Sim, devido a visualização direta que tende uma maior interpretação
pelo aluno e também desenvolve de uma maneira direta o raciocínio lógico”.
É claro que quando o aluno faz o que gosta, aprende mais, dessa forma o
jogo é um forte aliado pois atua de maneira direta com os conteúdos, facilitando a
interpretação dos mesmos. E em seguida os entrevistados, responderam se
encontram dificuldade em ensinar frações:
Professor A: “Bastante dificuldade, pois eles não conseguem fazer a ligação das
partes ou o todo”.
Professor B: “Não, devido a ter uma base mais sólida nos anos anteriores”.
Professor C e D: “Para os alunos não inclusos não”.
Professor E: “Demonstrar na prática o que é fração”.
Os professores que destacaram a dificuldade no ensino do conteúdo da
fração, relataram a importância da utilização de um instrumento para mediar o
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conteúdo.
O jogo dominó de frações surge como algo benéfico para o ensino da fração,
esse jogo é composto por vinte e oito peças retangulares onde cada peça é dividida
ao meio, em um dos lados há uma figura que representa fração e do outro a
representação numérica, como mostra a imagem a baixo.
Para a realização desse jogo com os alunos cegos e com baixa visão os
números arábicos foram alterados para os números em braile.
Por fim o aluno A3 teve facilidade durante todo o processo do jogo utilizando o
braile e uma folha com a representação dos números, sendo assim se pode dizer
que é possível à utilização do jogo entre uma pessoa cega total e uma que possui
cem por cento a visão.
respondeu “A fração é uma divisão, por exemplo como dividimos uma pizza ou um
bolo em partes iguais, podemos dizer que o que sobra é a fração, tenho uma pizza
de oito pedaços e já comi dois, sobrou seis oitavos da pizza.” o aluno A2 foi
relatando enquanto jogava dizendo que:“A fração é a parte de um todo como
dividimos uma laranja ao meio e fazemos suco só com a metade, usamos um meio
da laranja, com o jogo ficou mais fácil aprender a fração.” O aluno A3 já tinha
conhecimento do assunto e relatou: “Com o jogo fica mais fácil entender, é mais
divertido” Todos os alunos demonstraram gostar do jogo, e relataram ser mais
divertido aprender dessa forma. Sendo assim pode-se dizer que o jogo proporcionou
ao aluno um aprendizado do conteúdo proposto de forma divertida, instigante e
significativa.
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5 CONCLUSÃO
Para este trabalho inicialmente foi realizada uma pesquisa bibliográfica sobre
o que é inclusão no contexto escolar, buscando compreender como a mesma
funciona na prática, e as dificuldades encontradas, e em seguida comprovar a
importância do trabalho com o desenvolvimento direto do raciocino lógico-
matemático, bem como, destacar se é eficaz a utilização de jogos como auxiliador de
ensino.
O fato de a inclusão ser um tema abordado constantemente e causar grandes
dúvidas e conflitos para os professores, impulsionou essa pesquisa que foi
executada a fim de mudar essa realidade, este trabalho oferece ao profissional de
educação um artifício pronto para que ao mesmo tempo em que explica conteúdos
para a turma possa passar o mesmo conhecimento ao aluno incluso, já que através
das entrevistas comprovou-se que um instrumento diferenciado é de extrema
relevância no auxílio do aprendizado, beneficiando todos os alunos da classe comum
de ensino.
A fundamentação teórica serve como base para professores atuantes em
salas de aula comum que possuem alunos inclusos, facilitando na mediação do
conhecimento, proporcionando um ensino sem discriminação, respeitando as
diferenças.
Das seis escolas que possuem alunos deficientes visuais acompanhados pela
APADEVI, foi possível contato com professores de matemática de apenas quatro.
Através da entrevista realizada com professores atuantes em sala de aula
comum, que possuem alunos inclusos foi possível verificar quais dificuldades
encontram de acordo com as necessidades específicas desses, se é possível um
trabalho uniforme, e o que é necessário quando não possível. Os discentes
destacaram a importância da utilização de softwares e jogos além da dedicação por
parte dos interessados, o que tornou a pesquisa válida quando a mesma afirmou a
necessidade da construção e utilização de material concreto.
A grande maioria dos alunos apresenta dificuldade na aprendizagem da
matemática, a falta de ferramentas de auxílio das escolas, faz com que se torne
ainda mais difícil para o aluno incluso, portanto foi construído um jogo de dominó de
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frações tátil, com várias texturas para que o aluno conseguisse diferenciar a
numeração da representação, para ver e estimular a capacidade de observação e a
concentração, explorando o conceito de fração e a representação fracionária,
através do desenvolvimento do raciocínio lógico-matemático, que os professores
durante a entrevista descreveram ser importante.
Em outro momento, onde os alunos responderam sobre seu conhecimento
prévio a respeito do que é fração, os mesmos demonstraram insegurança no que
responder, e um pouco de medo. Quando foi apresentado que a aula seria a
execução de um jogo, os três alunos, sem exceção, demonstraram mais
tranquilidade, assim, foi possível observar que os mesmos gostam da ideia de
aprender através da utilização de jogos. Destacaram através de uma conversa
durante o jogo, que gostam das aulas diferentes, em que é possível uma
manipulação de instrumentos.
A aluna A1 em especial disse não gostar de matemática mas que com o jogo
fica divertido aprender. Além disso, a aluna mencionou que só conseguia
acompanhar os conteúdos em sala porque recebia acompanhamento de uma
professora especialista.
Em particular a aluna A2 ressaltou que perdeu a visão há aproximadamente
dois anos, e que gostava bastante de aulas com didática diferente, isto é, com a
utilização de jogos, destacou ainda que assim as aulas ficavam mais divertidas, e
que agora além de divertido o jogo proporciona uma melhor visualização do que é
trabalhado, facilitando seu aprendizado. Segundo a pedagoga da instituição a aluna
encarou a dificuldade da perda da visão, quando percebeu que era possível praticar
as mesmas atividades de antes, porém de forma diferenciada, interagindo com o
meio através de outros sentidos, assim como a manipulação do material concreto,
efetiva aprendizado.
A utilização do jogo com o discente que possui baixa visão, e não utiliza da
numeração braile, demonstrou ser possível um aluno que possui cem por cento da
visão usufrua do jogo em parceria com o aluno cego, com o auxílio de apenas uma
folha A4 contendo a numeração braile impressa, abrangendo os números do um ao
seis, que foram os utilizados no jogo apresentado.
A finalização da pesquisa alcançou de forma positiva seus objetivos. Pode-se
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REFERÊNCIAS
ALCANTARA, Gisele. Jogo dominó das frações. In, Jogos pedagógicos. Publicado
em 17 de abril de 2013. Disponível em:
<http://jogossignificativos.blogspot.com.br/2013/04/trabalhar-fracoes-com-turminha-
de-forma.html> Acesso em 28 set. 2015.
PIAGET, Jean. A construção do Real da criança. 3º Ed. São Paulo: Ática S.A.,
2003.
SÁ, Elizabet Dias de; CAMPOS, Izilda Maria de; SILVA, Myriam Beatriz Campolina.
Deficiência visual. São Paulo: MEC/SEESP, 2007.
em:<http://www.avm.edu.br/docpdf/monografias_publicadas/posdistancia/30238.pdf>
Acesso em: 16 de Mai. 2015.
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ANEXOS